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Salvador – Bahia
2002
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSal
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - ICB
CENTRO DE PESQUISA E EXTENSÃO - CEPEX
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS
Salvador – Bahia
2002
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca do CPqGM/FIOCRUZ
Salvador – Bahia.
CDU 616-099(813.8)
AGRADECIMENTOS
mais um objetivo.
FIOCRUZ.
RESUMO ......................................................................................... 11
I INTRODUÇÃO ................................................................................ 12
1 COLINESTERASES ........................................................................ 15
3. OBJETIVOS .................................................................................... 41
4. Objetivo Geral................................................................................. 41
4.2 JUSTIFICATIVAS............................................................................ 42
5 METODOLOGIA .............................................................................. 43
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................... 59
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................ 74
ANEXO I........................................................................................... 83
APÊNDICE I .................................................................................... 91
APÊNDICE II ................................................................................... 92
1. ACh Acetilcolina
2. AChE Acetilcolinesterase
3. ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
4. AOAC “Association Official Analytical Chemistry”
5. BuChE Butirilcolinesterase
A
6. BuChE alelo Butirilcolinesterase atípico ou dibucaína-resistente
7. BuChEF alelo Butirilcolinesterase fluoreto-resistente
S
8. BuChE alelo Butirilcolinesterase silencioso
U
9. BuChE alelo Butirilcolinesterase usual ou normal
10. CAS “Chemical Abstracts Substance”
11. ChE Colinesterase
12. CIAVE-BA Centro de Informacões Antiveneno da Bahia
13. CIT/RS Centro de Informações Toxicológicas do Estado do Rio Grande do Sul
14. COC Cocaína
15. DL50 Dose letal média
16. DTNB 5,5'-ditiobis-2-nitrobenzóico
17. E.C. “Enzymes Commission”
18. EDTA Ácido etilenodiamino tetracético
19. FAD Flavina-adenina-dinucleotídeo
20. FIOCRUZ Fundação Osvaldo Cruz
21. IBMP Índice Biológico Máximo Permitido
22. IFCC “International Federation of Clinical Chemistry”
23. OF Organofosforados
24. OMS Organização Mundial de Saúde
25. PAPS 3-fosfoadenosina-5-fosfossulfato
26. pH Potencial de hidrogênio
27. S.I. Sistema Internacional
28. SINITOX Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas
29. SNA Sistema nervoso autônomo
30. SNC Sistema nervoso central
31. UDPGA Urodindifosfatoglicurônico
32. U.I. Unidade Internacional de Enzima
ÍNDICE DE FIGURAS
RESUMO
I INTRODUÇÃO
1997 e 1999, com uma média anual de 75.561 ocorrências. Deste total, 11,3% foram
de dezembro de 2001, foram notificados 1.154 casos provocados por raticidas, dos
quais 740 (64,1%) pacientes se intoxicaram com aldicarb e 30 destes evoluíram para
óbito.
como raticida (LIMA & SPINELLI, 1997; ELLENHORN, 2001). Como forma de
controle, a legislação determina que a sua venda seja feita em casas especializadas
Jucelino Nery da Conceição Filho 13
diversas cidades do Brasil como raticidas, sendo responsável por grandes números
principais áreas de comércio em Salvador (figura 2), com números de óbitos por
1. COLINESTERASES
e 4).
sináptica (OMS, 1991) (Figura 4). É especialmente liberado nas terminações pré-
sendo seus efeitos reproduzidos pela muscarina e suprimidos pela atropina. A ACh é
fibra nervosa. Pela ação da ACh se modifica a conformação desta molécula protéica,
1991).
uma contração muscular. Dos quatro canais com acesso que desempenham esse
processo, um é com acesso para ligantes e três são com acesso de voltagem: (1)
normal do sistema nervoso, deve ser muito curta, em torno de 1/500 segundos. A
Jucelino Nery da Conceição Filho 18
O receptor da acetilcolina é uma proteína grande com cinco subunidades, duas das
ligação de cada subunidade é parte de uma região hidrofílica de uma proteína muito
uma semana para a butirilcolinesterase. Esta diferença tem sido proposta como uma
SILVA, 2001).
A BuChE é conhecida desde 1932 como uma enzima que hidrolisa ésteres de
gama bastante variável de ésteres sintéticos e naturais (tabela 1), como por
aventadas muitas teorias (CARRAZA, 1989; OMS, 1991; KAPLAN, 1992; ROSATTI
et al., 1995; LOTTI, 1995; Mc QUEEN, 1995; FELDMAN, 1997; McGEHEE et al.,
Plasma /
BuChE soro + - + + 2 x 10-2 -
similaridade funcional com a enzima que se encontra nas placas motoras e nas
sinapses. A AChE é afetada mais tardiamente (ROSATTI et al., 1995; OGA, 1996).
(ROSATTI et al., 1995). A sua dosagem é considerada o exame mais indicado para
carbamatos, prostigmina, dentre outros), mas com pouco valor para a avaliação da
Durante os últimos dez anos, muitas informações foram obtidas sobre a biologia
que a BuChE é incluída por um único gen o qual corresponde ao locus E1.
molecular de muitas variantes desta enzima tem sido descrita de forma detalhada.
operatório, levam à paralisia dos músculos estriados, por poucos minutos, e logo em
esta enzima com a sua atividade diminuída ou ausente, a paralisia poderá ter seu
efeito prolongado levando a uma apnéia por meia-hora ou mais, com risco de óbito
(BORGES-OSÓRIO, 2001) .
S F
o silencioso (BCHE ) e o fluoreto-resistente (BuChE ). Os gens que controlam a
A A F F
(BuChE / BuChE ). O alelo BuChE determina em homozigose (BuChE /
F
BuChE ) uma esterase resistente à inibição pelo fluoreto de sódio, mas não à
S
dibucaína. O alelo BuChE (gen “silencioso”) leva a uma esterase completamente
“silencioso”. Este contém uma proteína similar à enzima normal mas sem a sua
A
Existe a hipótese de que o alelo atípico (BCHE ) possua uma vantagem seletiva em
Jucelino Nery da Conceição Filho 26
1985).
aumentar, atingindo aos cinco anos, níveis cerca de 30 a 50% mais elevados do que
pessoas negras são mais baixos que em brancas do mesmo sexo. A desnutrição
constataram a variação nos níveis da BuChE entre homens e mulheres: homens nas
alta que as mulheres; níveis mais altos da enzima foram encontrados entre as
Jucelino Nery da Conceição Filho 28
mulheres que faziam uso de contraceptivos orais quando comparadas com o grupo
que não o utilizava. Refere ainda que não foi observado diferença entre os sexos
hepáticas, por ela ser sintetizada neste órgão. Entretanto, deixou-se de utilizá-la com
esta finalidade pelo fato da enzima poder ser afetada por um grande número de
(NR-7, anexo 11), como Índice Biológico Máximo Permitido (IBMP) uma inibição da
a) Patologia ou condição:
- anemias crônicas
- carcinoma - febre reumática
- desnutrição - hiperpirexia
- diálise renal - infarto do miocárdio
- enfermidades crônicas debilitantes - infecções agudas
- enfermidades do colágeno - mixedema
- enfermidades hepáticas (hepatite aguda, - queimaduras
(câncer hepático) - síndrome de choque tóxico
- enfermidade trofoblástica - tétano
- epilepsia - tuberculose
- uremia
b) Tratamento:
c) Outro:
- raios X
- alcoolismo - hiperlipemia
- artrite - hipertensão essencial
- asma brônquica - nefrose
- bócio nodular - obesidade
- diabetes - psoríase
- esquizofrenia - tirotoxicose
- estados de ansiedade - uso de benzodiazepínicos
referência para uma população não exposta ou o valor obtido após o afastamento
(figura 7), carbamatos, (LARINI, 1993; OGA, 1996; THIESEN, 1998; KLAASSEN,
2001), os quais vêm sendo utilizados e desenvolvidos desde o século XIX como
carbamatos, por sua vez, são utilizados desde 1947 como inseticidas em função de
Tabela 4. Estes inseticidas, quando puros, são sólidos, quase sempre de coloração
(figura 1), mais um agente de coesão, sob o nome comercial de TEMIK®, indicado
por lei. (UNEP/ILO/WHO, 1979; RISHER, 1991; LIMA & SPINELLI, 1997; ARRUDA,
MICROMEDEX, 2002).
Jucelino Nery da Conceição Filho 33
Este pesticida é de uso exclusivamente agrícola e deve ser aplicado no solo (ILSI,
produto comercial é uma mistura destes dois isômeros. Não é conhecido, ainda, qual
mães a eles expostas, bem como seus resíduos em produtos comestíveis, quando
MICROMEDEX, 2002).
(excetuando-se o aldicarb que é muito tóxico tanto por via oral quanto por via
dérmica) (SCHVARTSMAN, 1991). A absorção por via oral ocorre nas intoxicações
Jucelino Nery da Conceição Filho 35
agudas acidentais, nas tentativas de suicídio, sendo, assim, a principal via implicada
ELLENHORN, 2001).
2.1.1 Biotransformação
ELLENHORN, 2001).
ELLENHORN, 2001).
sistema nervoso central (SNC). Contudo, quando esses sinais se fazem presente,
2.1.2 Eliminação
A eliminação dos carbamatos ocorre principalmente pelas fezes e urina. Outra via
utilizada é a biliar. No caso do aldicarb, cerca de 30% é excretado pela bile na forma
2.2 Toxicodinâmica
DL50 (LARINI 1987). Na literatura, há uma grande variação nos valores da DL50 do
aldicarb por via oral em ratos. De acordo com o “Registry of Toxic Effects of
carbamatos.
Jucelino Nery da Conceição Filho 38
Carbofuran 5 – 13 1.000
e a intensidade de sua ação, uma vez que estes se ligam de uma forma irreversível
intacta quando, na realidade, isso não ocorre. Eles se ligam covalentemente ao sítio
cefaléia, tontura e, nos casos mais graves, confusão mental, convulsões e coma
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
3.2 Específicos
de 2001.
4. JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos, têm-se verificado na Bahia, assim como em outras capitais
elevado poder tóxico e produzido com fim agrícola. Este produto vem sendo
em muitos lares onde tem provocado acidentes envolvendo crianças, além de ser
agudas pelo carbamato, por este motivo, faz-se necessário conhecer os fatores que
a 24 horas.
Jucelino Nery da Conceição Filho 43
5. METODOLOGIA
Existem vários métodos que podem ser utilizados para a determinação da atividade
em emergências, etc.
Para a execução das análises, algumas condições devem ser estabelecidas: dentre
8,0 a 8,5, enquanto que para a eritrocitária varia de 7,5 a 8,0. Possivelmente, para
valores de pH inferiores aos citados irá ocorrer a protonação dos aminoácidos dos
sítios ativos da enzima, com perda de atividade. Desta forma, a maioria dos métodos
(SILVA, 1996).
1996).
- métodos de campo: são aqueles que podem ser executados fora do laboratório.
Alguns fatores de correção são utilizados nestes métodos para compensar o banho
Lovibond, o qual tem a vantagem de ser muito prático, rápido e de poder ser feito em
condições de campo. Este método tem sido muito utilizado pela Organização
kit” (Tintometer CO. Ltd., London, U.K.). Este método utiliza um disco contendo uma
série de nove padrões, em vidro, de cores similares àquelas obtidas pela mistura
a. Manométricos
este método não é utilizado atualmente, apesar de ser um método sensível (SILVA,
1996).
Jucelino Nery da Conceição Filho 47
b. Potenciométricos
meio tamponado (pH 8,0 para plasma e 8,1 para eritrócitos) e a atividade da enzima
(SILVA, 1996).
c. Titulométricos
Dentre eles, o método mais conhecido é o descrito por NABB & WHITFIELD, que
d. Espectrofotométricos
método foi proposto para sangue total e plasma e apresenta a vantagem de não
a. Espectrofotométricos
que absorve em 500 nm. Diversos autores já utilizaram métodos baseados neste
fundamento, com diversos objetivos. É o caso de FAYE & EVANS que utilizaram
a. Fluorimétricos
b. Espectrofotométricos
nitrobenzóico (DTNB), produz um composto colorido que absorve luz em 412 nm.
Consiste num método rápido e sensível, que pode ser realizado com segurança nas
insignificante.
Este método pode ser utilizado tanto para a dosagem da atividade da AChE quanto
como o analisador COBAS-Bio foram utilizados (LEWIS et al, 1981; RATNAIKE et al,
1987).
5.2 Amostragem
Este estudo foi realizado a partir das fichas de atendimento (Anexo 2) de casos de
do total de 384 casos registrados. Os 45 casos restantes foram excluídos por não ter
respectivas fichas não tinham relato do nome ou descrição do mesmo pelo paciente
amostras foram centrifugadas a 2.000 rpm por 10 minutos e o soro foi separado.
As dosagens foram feitas em soro através do kit comercial marca DOLES (2001),
ChE
+
1. C2H5-C-S-C-H2CH2N(CH3)3 + H2O → C2H5-COOH + HS-CH2CH2-N (CH3)3
propioniltiocolina ácido propiônico tiocolina
Figura 10. Reações que ocorrem na dosagem da BuChE através do método de Ellman.
Fonte: KAPLAN, 1992.
num composto amarelo (figura 11), de absorção máxima a 410nm (KAPLAN, 1992),
concentração.
U.I./mL).
Cálculo do Fator:
Concentração do Padrão
Fator (F) = --------------------------------- Onde, P(média) = média das leituras do padrão
absorbância P(média) (feito em triplicata).
temperatura de 37ºC.
Figura 12. Espectrofotômetro digital marca Coleman, modelo 35D, faixa espectral
de 335 a 850 nm, utilizado pelo Laboratório de Toxicologia do CIAVE-Ba.
A análise estatística foi realizada através do programa “Statistical Package for Social
para a média das variáveis sexo, tempo decorrido e atividade da colinesterase foi
adequou foi o cúbico, com teste para os coeficientes com significância de 5%.
Jucelino Nery da Conceição Filho 59
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
como raticida, sendo esta a amostragem inicial do estudo. Destes casos, quarenta e
cinco foram excluídos por não disporem de dados referentes à hora do acidente e/ou
Atividade SEXO
Total
Enzimática
Feminino Masculino
NORMAL n 54 28 82
% 65,9 34,1 100,0
(p=0,252 : independente)
Dos 339 pacientes estudados, 205 foram do sexo feminino e 134 do sexo masculino,
Jucelino Nery da Conceição Filho 60
mulheres.
Tabela 7. Gravidade da intoxicação nos 339 pacientes atendidos pelo CIAVE (1997-2001)
distribuídos de acordo com o sexo.
Feminino n 56 84 65 205
% 27,3 41,0 31,7 100,0
Masculino n 30 57 47 134
% 22,4 42,5 35,1 100,0
As faixas etárias com maior ocorrência foram entre 10 a 20 anos (41,0%) e entre 20
a 30 anos (25,7%). A idade média encontrada foi 22,3 anos com intervalo de 20,7 e
23,9 anos, com nível de 95% de confiança. Metade (50,2%) dos pacientes do sexo
Pelo coeficiente de correlação de Pearson (Tabela 8), observa-se que não existe
SEXO CAUSA
Tentativa de TOTAL
Acidente Homicídio Ignorado suicídio
Masculino n 29 3 9 93 134
% 21,6 2,2 6,7 69,4 100,0
(p<0,000 – Dependência)
A maioria dos pacientes (97,1%) evoluíram para a cura, enquanto 6 óbitos (1,8%)
foram registrados. Dentre estes óbitos, cinco foram do sexo masculino (quatro por
associação (p= 0,077) entre o sexo e a evolução do quadro clínico (Tabela 10).
Tabela 10. Evolução das intoxicações por aldicarb correlacionado com o sexo.
(p=0,077 – independente)
A análise estatística permitiu verificar que não existe relação (p=0,492) entre a faixa
Jucelino Nery da Conceição Filho 63
Óbito 1 2 1 - - 2 6
16,7% 33,3% 16,7% - - 33,3% 100,0%
Ignorado - 1 2 - - 1 4
- 25,0% 50,0% - - 25,0% 100,0%
(p=0,492 – independente)
Atividade Total
Faixa etária
enzimática
Ate 10 >10 a 20 >20 a 30 >30 a 40 >40 IGN
NORMAL 13 29 23 9 1 7 82
15,9% 35,4% 28,0% 11,0% 1,2% 8,5% 100,0%
Fonte: CIAVE
Níveis anormais de BuChE foram apresentados por 257 pacientes (75,8%) (Tabela
foi de 3,1 UI/mL, com uma faixa de variação de < 0,4 a 13,4 UI/mL. A distribuição
Tabela 14. Correlação dos níveis de BuChE e a gravidade do quadro em pacientes com
dosagens alteradas.
Atividade da GRAVIDADE DO CASO
BuChE LEVE MODERADO GRAVE TOTAL
(UI/mL) n % n % n % n %
0 |― 2 32 37,2 72 51,1 74 66,1 178 52,5
2 |― 4 14 16,3 19 13,5 10 8,9 43 12,7
4 |― 6 15 17,4 24 17,0 14 12,5 53 15,6
6 |― 8 14 16,3 13 9,2 8 7,1 35 10,3
8 |― 10 9 10,5 8 5,7 3 2,7 20 5,9
10 |― 12 1 1,2 2 1,4 1 0,9 4 1,2
12 |― 14 1 1,2 3 2,1 2 1,8 6 1,8
TOTAL 86 25,4 141 41,6 112 33,0 339 100,0
Fonte: CIAVE
nesta faixa.
refere existir uma boa relação dos efeitos colinérgicos agudos na intoxicação grave
de existir.
(média de 14,1 horas; faixa de 0,4-13,1 UI/mL) em 65,4% dos pacientes do sexo
Jucelino Nery da Conceição Filho 67
feminino apresentaram valores inferiores a 80% dos valores normais (5,0 -10,5
UI/mL). O sexo masculino (média de 15,1 horas; faixa de 0,4 -13,4 UI/mL), por sua
vez, correspondeu a 65,2% dos pacientes com mais de 80% de inibição em relação
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0 |-- 2 2 |-- 4 4 |-- 6 6 |-- 8 8 |--10 10 |--12 12 |--14
Concentração (U.I./mL)
Treze pacientes (4,2%) não apresentaram sinais e/ou sintomas de intoxicação pelo
Dos 339 pacientes, 93,0% tiveram a dosagem inicial feita nas primeiras vinte e
quatro horas após a ingestão do aldicarb, onde 63,4% foram entre 0 e 12 horas;
29,6% entre 12 e 24 horas; 4,7% entre 24 e 36; 1,9% entre 36 e 48 horas 0,4% com
mais de 48 horas. O tempo médio entre a ingestão e a coleta de sangue foi de 14,5
horas.
Jucelino Nery da Conceição Filho 68
Foram observados 9 pacientes com uma inibição da BuChE persistente por mais de
Tabela 15. Pacientes com inibição da atividade da BuChE persistente por mais de 48
horas.
atividade enzimática (Figura 15). Através desta análise, o tempo consegue explicar a
14 14
12 12
10 10
8 8
6
6
Atividade (UI/ml)
Atividade (UI/ml)
4
4
2
2 Observed
Observed
0 Cubic
0 Cubic
0 20 40 60 80 100
0 20 40 60 80 100
Figura 15. Atividades da colinesterase sérica encontrada dos pacientes do sexo masculino
(a esquerda) e feminino (à direita) em função do tempo e valores estimados.
Valores observados;
Valores estimados através da equação cúbica.
equações:
enzimática (tabela 16). Entretanto, para sua utilização na prática, será necessário
Jucelino Nery da Conceição Filho 70
os resultados estimados pelas equações descritas neste trabalho, bem como realizar
(sexo, idade, raça, estado nutricional, etc.) sobre a atividade da colinesterase sérica
para se chegar a uma equação onde o valor estimado se aproxime mais do valor
real.
Jucelino Nery da Conceição Filho 72
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
intoxicações por aldicarb tem sido registrado no estado da Bahia. Indivíduos com
propósitos suicidas ou homicidas têm utilizado este produto com muita frequência.
superior a 24 horas (até cerca de 45 horas), tendo em mente que apenas o achado
observou-se alguns (nove) com uma inibição da BuChE persistente por mais de 48
horas após a ingestão do aldicarb. Mostra-se, então, claramente que este parâmetro
Jucelino Nery da Conceição Filho 73
não deve ser utilizado para se avaliar casos onde a exposição ao aldicarb tenha sido
da colinesterase eritrocitária.
pacientes graves, o que ratifica que o diagnóstico desta intoxicação não deve ser
considerados.
Jucelino Nery da Conceição Filho 74
8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Compêndio de Defensivos Agrícolas, 6a. Ed., Ed. Andrei, São Paulo , p.624-
632, 1999.
CAMPBELL, M.K. Bioquímica. 3a. ed., Artmed, Porto Alegre, 2000, p. 223-
226.
461-466, 2002.
forados. 40p.1991.
treatment of human poisoning. 2a. ed., Baltimore: Williams & Wilkins, 1997.
2047 p.
Toxicológico, p. 9, 2001.
Doull’s – A ciência básica dos tóxicos. 5a. ed., Ed. McGraw-Hill, Portugal,
2001, 864 p.
LARINI, Lourival. Toxicologia. 2a. ed., Manole, São Paulo, p.151-163, 1993.
___, ___. Toxicologia dos inseticidas. São Paulo. Ed. Sarvier. 1979. 172 p.
1995.
515 p.
1991, 355p.
1393-1395, 1975.
27-29, 1998.
ANEXO I
Dosagens de atividade da BuChE realizadas pelo CIAVE no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2001.
Se- SEXO 1a DOSAGEM 2a. DOSAGEM 3a. DOSAGEM
quên REGISTRO a
2a.DOSAGEM a
TEMPO 1 .DOSAGEM Normal (N)/ TEMPO TEMPO 3 .DOSAGEM
cia (U.I./mL) Alterado (A) DECORRIDO (U.I./mL) DECORRIDO (U.I./mL)
DECORRIDO
(H) (H)
(H)
1. 54624 F >72 4,7 A - - - -
2. 54708 M 34 5,3 A - - - -
3. 54877 M 44 2,4 A - - - -
4. 55401 M 36 5,8 A - - - -
5. 55602 M >72 6,6 N - - - -
6. 59537 M 3,5 0,4 A - - - -
7. 59632 F 20 4,5 A - - - -
8. 59715 F 20 6,1 N - - - -
9. 59724 F 3 4,6 A - - - -
10. 60535 F 6 0,9 A - - - -
11. 60627 F 48 13,1 N - - - -
12. 60829 F 24 1,0 A - - - -
13. 60896 M 5 < 0,4 A - - - -
14. 61107 M 13 12,6 N - - - -
15. 61139 F 6 1,1 A - - - -
16. 61233 M 38 5,3 A - - - -
17. 61251 F 26 0,5 A - - - -
18. 61300 M 28 8,6 N - - - -
19. 61336 F 23 0,6 A - - - -
20. 61339 F 20 5,3 N - - - -
21. 61694 F 19 5,6 N - - - -
22. 61725 M 3 0,8 A - - - -
23. 61775 F 26 0,3 A - - - -
24. 61776 M 15 12,9 N - - - -
25. 61777 M 15 9,7 N - - - -
26. 61789 M 24 9,5 N - - - -
27. 61825 F 4 5,1 N - - - -
28. 61863 F 20 5,6 N - - - -
29. 61919 F 15 0,5 A - - - -
30. 61967 M 40 7,6 N - - - -
31. 61968 F 35 6,9 N - - - -
32. 61975 F >24 7,8 N - - - -
33. 62063 F 3 6,4 N - - - -
34. 62086 F 22 3,8 A - - - -
35. 62116 F >90 7,3 N - - - -
36. 62130 M <1 1,0 A - - - -
37. 62152 F 24 8,6 N - - - -
38. 62178 F 15 2,0 A - - - -
39. 62207 F 5 0,8 A - - - -
40. 62347 F 16 7,5 N - - - -
Jucelino Nery da Conceição Filho 84
DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA:
APÊNDICE I
APÊNDICE II