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ATERRANENTO ELETR Geraldo Kindermann e Jorge Mario Campagnolo 3 edigéio modificada ¢ ampliada SAGRA-DC LUZZATTO Editores— GERALDO KINDERMANN JORGE MARIO CAMPAGNOLO Professores da Universidade Federal de Santa Catarina t . ATERRAMENTO ELETRICO 3* edicaio modificada e ampliada SAGRA - D.C. LUZZATTO. Editores— SAGRA-DC LUZZATTO LIVREIROS, EDITORES E DISTRBUBORES x tone Rua Jodo Alfredo, 448 — Cidade Baixa Porto Alegre Clube dos Eaitores 90050.230 — Porto Alegre, RS, Brasil doo Grande dose ‘Telefone (051)227-5222 ~ Telefax (051)227-4438 __ PREFACIO DOS AUTORES Acreditamos que a 3° edic&o deste livro continue a preencher expressivamente lacuna existente na bibliografia sobre Aterramento Elétrico. Procuramos fazer um livro que tem por objetivo principal agrupar e apresentar © assunto numa seqiiéncia Iégica, que tem sido ao longo do tempo aperfeigoado a cada nova edigdo, para que o mesmo possa ser utilizado como livro texto em cursos de escolas profissionais de nivel médio e superior, bem como fonte de consulta por engenheiros eletricistas ou para cursos especificos sobre Aterramento Elétrico. Esperamos que as informagdes contidas neste livro contribuam como fonte de consulta 4 érea de Engenharia Elétrica, pois seu conteiido é amplo, auxiliando, prin- cipalmente, as dreas de Eletrotécnica, Distribuig&o e Sistemas Elétricos de Poténcia. Este livro é fruto da experiéncia acumulada durante varios anos. Esta ex- periéncia foi adquirida através de trabalhos praticos, bibliogrdficos e trocas de in- formagées entre profissionais de empresas, principalmerite nos cursos ministrados na Universidade Federal de Santa Catarina em convénio com # ELETROBRAS. Os Autores. Indice Geral 1 Introdugao ao Sistema de Aterramento 11 12 1.3 14 15 16 LT 18 19 1.10 11 Introdugio Geral Resistividade do Solo... 0. eee eee ene eee ees A Influéncia da Umidade 0. ee eee A Influéncia da Temperatura (Alinfluencia d= Eatraicmay Ligagdo A Terra. eee eee tees Sistemas de Aterramento Hustes de Ateramento 0 Ateramento ee .rtrt—“‘“Cswsrs~sises=s=“( =e Classificagéo dos Sistemas de Baixa Tenséo em Relagao & Alimentacio e das Massas em Relacio & Terra 2... eee eee Projeto do Sistema de Aterramento..........-0.0000 00 2 Medigio da Resistividade do Solo 21 2.2 2.3 24 25 iodo trtssrsi“‘“;CC Localizagio do Sistema de Aterramento Medigées no Local... 0 ee eee eee tenes Potencialem|Um'Ponto = Potencial em Um Ponto Sob a Superficie de Um Solo Homogéneo 7 I 2.6 Método de Wenner 20... cece cece eee e eee eens 18 2.7 Medigéo Pelo Método de Wenner 0.2... e cece eee 20 2.8 Cuidadog na Medigio 2.0.0 eee eee eee 21 2.9 Espacamentos das Hastes 22 2.10 Diregées a Serem Medidas 23 2.11 Anélise das Medidas 4 212 Exenplo Gerl@ ee ee 25 Estratificago do Solo 27 BAL Introdugio eee eee ee 27 3.2. Modelagem do Solo de Duas Camadas . 0... 0.00 eve eee ee 28 3.3. Configuracéo de Wenner . . 29 3.4 Método de Estratificagio do Solo de Duas Camadas........... 31 3.5 Método de Duas Camadas Usando Curvas ... 2... a 31 3.6 Métodos de Duas Camadas Usando ‘Técnicas de Otingizagio ..... « 39 3.7 Método Simplificado para Estratificagao do Solo em Duas Camadas .. 42 3.8 Método de Estratificagio de Solos de Varias Camadas...... 0... 47 3.9 Método de Pireon 6... cee cece eevee ev eee ee 47 3.10 Método Grafico de Yocogawa 0... eee cece eee eee 52 Sistemas de Aterramento 61 “0 Trodusoe ee 61 4.2 Dimensionamento de Um Sistema de Aterramento com Uma Haste Ver- Hel) eo ee ee 61 4.3 Aumento do Diémetro da Haste... . . 64 44. Interligagéo de Hastes em Paralelo 66 4.5. Resisténcia Equivalente de Hastes Paralelas 0.0.0.0. 0000 68 4.5.1 Indice de Aproveitamento ou indice de Redugéo (K)...... « 70 4.6 Dimensionamento de Sistema de Aterramento Formado Por Hastes Ali- _ nhadas em Paralelo, Igualmente Espagadas ..... . . 4.7 Dimensionamento de Sistema de Aterramento com Hastes em Triéngulo 4.8 Dimensionamento de Sistemas com Hastes em Quadrado Vazio.... . 4.9 Dimensionamento de Sistema com Hastes em Quadrado Cheio ... . - 4.10 Dimensionamento de Sistema com Hastes em Circunferéncia ..... . 4.11 Hastes Profundas ©... 6 0. ee ee es 4.12 Resisténcia de Aterramento de Condutores Enrolados em Forma de Anel e Enterrados Horizontalmente no Solo 4.13 Sistemas com Condutor Enterrado Horizontalmente no Solo... .. ‘Tratamento Quimico do Solo Gi Unoducig 9 5.2 Caracteristica do Tratamento Quimico do Solo... 0... eee es 63 UipesderetmentoQumicg: 966g 5.4 Coeficiente de Redugio Devido ao Tratamento Quimico do Solo (Ke) - 5.5 Variacao da Resisténcia de Terra Devido ao Tratamento Quimico 5.6 Aplicagéo do Tratamento Quimico no Solo . . 5.7 Consideragées Finais . 1. ee es Resistividade Aparente 6.1 Resistividade Aparente 00.0... eee eee eee eee 6.2 Haste em Solo de Varias Camadas.. 2... eee 63 ReducaoideCamadase 6 6.4 Coeficiente de Penetrago (w) 6... eee eee eee eee 6.5 Coeficiente de Divergéncia (6 ) 6.6 Resistividade Aparente para Solo com Duas Camadas...... « Fibrilagio Ventricular do Coragao Pelo Choque Elétrico i 71 78 80 81 83 103 103 105 106 107 - 109 - 109 115 iv Tl intoducso, ee — boone 145 8.12 Potencial de Toque Maximo da Malha em Relagao ao Infinito ..... 146 8.13 Fluxograma do Dimensionamento da Malha de Terra 12. 146 8.14 Potencial de Toque na Cerca Perimetral da Matha... 0. eee 149 8.15 Melhoria na Malha .... . 8.16 Malha de Equalizagdo 8.17 Exemplo Completo do Dimensionamento de Uma Malha de Terra . . . 151 9 Medida da-Resisténcia de Terra 159 QA Introdugéo eee eee eee eee 159 9.2 Correntes de Curto-Circuito pelo Aterramento .. 0... e eee 159 9.3 Distribuic&o de Corrente Pelo Solo 9.4 Curva de Resisténcia de Terra versus Distancia... .. . - be oude 162 9.5 Método Volt-Amperimetto oo... cvs cece eee eee ee 163 9.6 Medigao Usando 0 Aparelho Megger.. 00-0 ee eee “| 164 9.7 Precaugao de Seguranca Durante a Medicao de Resisténcia de Terra . . 166 10 Corrosao no Sistema de Aterramento 167 10.1 Corrosio 10.2 Eletronegatividade dos Metais .. 6... 0 eee eee eee 167 10.3 Reag&o de Corroséo. . 6 ee ee 168 10.4 Corrosao no Sistema de Aterramento . 1... - 5. eee ee eee 172 10.5 Heterogeneidade dos Materiais que Compéem o Sistema de Aterramento 172 10.6 Heterogeneidade dos Solos Abrangidos Pelo Sistema de Aterramento . . 174 10.7 Heterogeneidade do Tipo e Concentragao de Sais, e da Umidade no Sistema de Aterramento 2.1... ee ee ee ee 175 10.8 Heterogeneidade da Temperatura do Solo... - 1... e eee eee 176 VI 100 AcracsoDifrcncal . 176 10.10Agao das Correntes Elétricas Dispersas no Solo»... 2... saa tee 10.11Protegdo Contra a Corrosio oe ee 178 10.12Protegao Por Isolagéo de Um Componente ................ 179 10.13Protegao Catédica Por Anodo de Sacrificio .. 6... ee eee 179 10.14Protegao Por Corrente Impressa . . . - 181 10.15Religamento e a Corrosio . 2.2... 183 JOH6Considetacces 183 11 Surtos de Tensao 185 11.1 Introdugao 185 11.2 Campo Elétrico Gerado no Solo Pelo Surto de Corrente em Uma Haste 185 11.3 Gradiente de Ionizagio do Solo 2.22... ee ee eee 186 114 Zona de Tonizagao no Solo... ee 187 11.5 Finalidade da Haste. 0... eee ee 190 o A Tabelas de Hastes Paralelas, Alinhadas e Igualmente Espacadas 191 B Retorno da Corrente de Sequéncia Zero do Curto-Circuito 199 B.1 Correntes de Curto-Circuito pela Terra B.2 Corrente de Malha oe 199 © Resisténcia de Malha 203 C.l_ Resisténcia de Malha de Terra... 0... ee eee 203 C.2 Anilise da Resisténcia de Malha em Fungao de Pardmetros ..... . « 205 Bibliografia 209 Capitulo 1 Introducgao ao Sistema de Aterramento 1.1. Introdugao Geral Para que um Sistema de Energia Elétrica opere corretamente, com uma ade- quada continuidade de servigo, com um desempenho seguro do sistema de protegio e, mais ainda, para garantir os limites (dos niveis) de seguranga pessoal, é fundamental que 0 quesito Aterramento mereca um cuidado especial. Esse cuidado deve ser traduzido na elaboracio de projetos especificos, nos quais, com base em dados disponiveis e parimetros pré-fixados, sejam consideradas todas as possiveis condigdes a que o sistema possa ser submetido. Os objetivos principais do aterramento sio: © Obter uma resisténcia de aterramento a mais baixa possivel, para correntes de falta & terra; © Manter os potenciais produzidos pelas correntes de falta dentro de limites de seguranga de modo a nao causar fibrilagdo do coragéo humano; © Fazer que equipamentos de protegio sejam mais sensibilizados e isolem rapida- mente as falhas 4 terra; © Proporcionar um caminho de escoamento para terra de descargas atmosféricas; © Usar a terra como retorno de corrente no sistema MRT; © Escoar as cargas estaticas geradas nas carcagas dos equipamentos. Existem varias maneiras para aterrar um sistema elétrico, que vo desde uma 1 2 CAPITULO 1. INTRODUGAO AO SISTEMA DE ATERRAMENTO simples haste, passando por placas de formas e tamanhos diversos, chegando as mais complicadas configuragées de cabos enterrados no solo. Um dado importante, na elaboracéo do projeto do aterramento, 6 0 conheci- mento das caracteristicas do solo, principalmente sua resistividade elétrica. Esta, além da importancia para a engenharia elétrica, em termos de protego e seguranca, auxilia também outras dreas, tais como: © Geologia; na localizagdo de jazidas minerais e falhas nas camadas da Terra, lengol d’égua, petrdleo, gas, etc; * Arqueologia; dando subsidio para descobertas arqueolégicas. 1.2 Resistividade do Solo Varios fatores influenciam na resistividade do solo. Entre eles, pode-se resealtar: @ tipo de solo; © mistura de diversos tipos de solo; ry © solos constituidos por camadas estratificadas com profundidades e materiais di- ferentes; © teor de umidade; © temperatura; compactagéo e pressio; © composigéo quimica dos sais dissolvidos na 4gua retida; © concentragio de sais dissolvidos na agua retida. As diversas combinagées acima resultam em solos com caracteristicas diferen- tes e, conseqiientemente, com valores de resistividade distintos. Assim, solos aparentemente iguais tém resistividade diferentes. Para ilustrar, a Tabela 1.2.1 mostra a variacdo da resistividade para solos de naturezas distintas. 3 TIPO DE SOLO RESISTIVIDADE [0m] Lama Ba 100 Terra de jardim com 50% de umidade 140 Terra de jardim com 20% de umidade 480 Argila seca 1.500 a 5.000 Argila com 40% de umidade 80 Argila com 20% de umidade 330 ‘Areia molhada 1.300 Areia seca 3.000 a 8.000 Calcario compacto 1.000 a 5.000 Granito 7.500 a 10.000 Tabela 1.2.1: Tipo de Solo e Respectiva Resistividade 1.3 A Influéncia da Umidade A resistividade do solo sofre alteragdes com a umidade, Esta variagéo ocorre em virtude da conducio de cargas elétricas no mesmo ser predominantemente iénica. Uma percentagem de umidade maior faz com que os sais, presentes no solo, se dis- solvam, formando um meio eletrolitico favordvel & passagem da corrente iénica. As- sim, um solo especifico, com concentracio diferente de umidade, apresenta uma grande variagdo na sua resistividade. A Tabela 1.3.1 mostra a variacio da resistividade com a umidade de um solo arenoso. Indice de Umidade | Resistividade (0m) (% por peso) (solo arenoso) 0,0 10.000.000 25 1.500 5,0 430 10,0 185 15,0 105 20,0 63 30,0 @ Tabela 1.3.1: Resistividade de Um Solo Arenoso com Concentragao de Umidade Em geral, a resistividade (p) varia acentuadamente com a umidade no solo. Veja figura 1.3.1. Conclui-se, portanto, que o valor da resistividade do solo acompanha os perfodos de seca e chuva de uma regiao. Os aterramentos melhoram a sua qualidade com solo imido, pioram no periodo de seca. 4 CAPITULO 1. INTRODUGAO AO SISTEMA DE ATERRAMENTO Umidade Figura 1.3.1: p x Umidade Percentual Solo Arenoso 1.4 A Influéncia da Temperatura Para um solo arenoso, mantendo-se todas as demais caracteristicas e variando- se a temperatura, a sua resistividade comporta-se de acordgcom a Tabela 1.4.1. Temperatura | Resistividade (.m) ey (solo arenoso) 20 72 10 99 0 (agua) 138 O (gelo) 300 =5 790 =e 3.300 Tabela 1.4.1: Variagao da Resistividade Com a Temperatura Para o Solo Arenoso De uma maneira genérica, a performance de um determinado solo submetido a variacdo da temperatura pode ser expressa pela curva da figura 1.4.1. A partir do py inimor Com 0 decréscimo da temperatura, e a conseqiiente con- tragdo e aglutinagao da agua, é produzida uma dispersao nas ligagées idnicas entre os granulos de terra no solo, e que resulta num maior valor da resistividade. Observe que no ponto de temperatura 0°C (gua), a curva sofre descon- tinuidade, aumentando o valor da resistividade no ponto 0°C (gelo). Isto é devido 40-30-20 -10 04 © 20 30 40 50 60 70 80 9 100 um Figura 1.4.1: p x Temperatura ao fato de ocorrer uma mudanga brusca no estado da ligagao entre os granulos que formam a concentragio eletrolitica. Com um maior decréscimo na temperatura hé uma concentragao no estado molecular tornando o solo mais seco, aumentando assim a sua resistividade. Jé no outro extremo, com temperaturas elevadas, préximas de 100°C, o estado de vaporizagio deixa o solo mais seco, com a formacao de bolhas internas, dificultando a conducao da corrente, conseqiientemente, elevando o valor da sua resistividade. 1.5 A Influéncia da Estratificagdo Os solos, na sua grande maioria, néo sio homogéneos, mas formados por diversas camadas de resistividade e profundidade diferentes. Essas camadas, devido a formagao geolégica, so em geral horizontais ¢ paralelas A superficie do solo. Existem casos em que as camadas se apresentam inclinadas e até verticais, devido a alguma falha geoljgica. Entretanto, 6s estudos apresentados para pesquisa do perfil do solo as consideram aproximadamente horizontais, uma vez, que outros casos sio menos tipicos, principalmente no exato local da instalagéo da subestacio. 6 CAPITULO 1. INTRODUGAO AO SISTEMA DE ATERRAMENTO Como resultado da variagio da resistividade das camadas do solo, tem-se a variagio da dispersio de corrente. A figura 1.5.1 apresenta o comportamento dos fluxos de dispersao de correntes em um solo heterogéneo, em torno do aterramento. Figura 1.5.1: Estratificagéo do Solo em Duas Camadas As linhas pontilhadas séo as superficies equipotenciais. As linhas cheias so as correntes elétticas fluindo no solo. 1.6 Ligagao 4 Terra Quando ocorre um curto-circuito envolvendo a terra, espera-se que a corrente seja elevada para que a protecdo possa operar e atuar com fidelidade e precisio, eli- minando 0 defeito 0 mais rapidamente possfvel. Durante o tempo em que a protegao ainda no atuou, a corrente de defeito que escoa pelo solo, gera potenciais distintos nas massas metdlicas e superficie do solo. Portanto, procura-se efetuar uma adequada ligacéo dos equipamentos elétricos & terra, para se ter o melhor aterramento possivel, dentro das condigées do solo, de modo que a protecéo seja sensibilizada e os potenciais de toque e passo fiquem abaixo dos limites criticos da fibrilagéo ventricular do corago humano. 7 ‘A maneira de prover a ligagdo intima com a terra é ligar os equipamentos e massas a um sistema de aterramento conveniente. 1.7 Sistemas de Aterramento Os diversos tipos de sistemas de aterramento devem ser realizados de modo a garantir a melhor ligag&o com a terra. Os tipos principais sao: © uma simples haste cravada no solo; © hastes alinhadas; © hastes em triéngulo; @ hastes em quadrado; © hastes em circulos; © placas de material condutor enterradas no solo; © fios ou cabos enterrados no solo, formando diversas configuracées, tais como: — extendido em vala comum; = em cruz; — em estrela; — quadriculados, formando uma malha de terra. O tipo de sistema de aterramento a ser adotado depende da importancia do sistema de energia elétrica envolvido, do local e do custo. O sistema mais eficiente é, evidentemente, a malha de terra. 1.8 Hastes de Aterramento O material das hastes de aterramento deve ter as seguintes caracteristicas: ser bom condutor de eletricidade; deve ser um material praticamente inerte As agdes dos dcidos e sais dissolvidos no solo; 8 CAPITULO 1. INTRODUGAO AO SISTEMA DE ATERRAMENTO © o material deve sofrer a menor acao possivel da corrosio galvanica; © resisténcia mecAnica compativel com a cravagio e movimentacio do solo, As melhores hastes séo geralmente as cobreadas: Tipo Copperweld: & uma barra de aco de secgdo circular onde o cobre é fundido sobre a mesma; Tipo Encamisado por Extrusao: A alma de aco ¢ revestida por um tubo de cobre através do processo de extruséo; Tipo Cadweld: O cobre é, depositado eletroliticamente sobre a alma de ago. E muito empregada também, com sucesso, a haste de cantoneira de ferro zincada. 1.9 Aterramento Em termos de seguranga, devem ser aterradas todas as partes metdlicas que possam eventualmente ter contato com partes energizadas. Assim, um contato aciden- tal de uma parte energizada com a massa metilica aterradg estabeleceré um curto- circuito, provocando a atuacio da protegao e interrompendo a ligagéo do circuito energizado com a massa. Portanto, a partir do sistema de aterramento, deve-se providenciar uma sélida ligagao As partes metilicas dos equipamentos. Por exemplo, em residéncias, deve ser aterrados os seguintes equipamentos: condicionador de ar, chuveiro elétrico, fogio, quadro de medigao e distribuicio, lavadora e secadora de roupas, torneira elétrica, lava-louca, refrigerador e freezer, forno elétrico, tubulacao metalica, tubulagéo de cobre dos aquecedores, cercas metilicas longas, postes metalicos e projetores luminosos de facil acesso. Jana indistria e no setor elétrico, uma andlise apurada e eritica deve ser feita nos equipamentos a serem aterrados, para se obter a melhor seguranca possivel. 1.10 Classificagao dos Sistemas de Baixa Tensdo em Relacao 4 Alimentagao e das Massas em Relacao 4 Terra A classificacée ¢ feita por letras, como segue: Primeira Letra - Especifica a situacao da alimentagéo em relagao & terra. T - A alimentagao (lado fonte) tem um ponto diretamente aterrado; I - Isolagao de todas as partes vivas da fonte de alimentagao em relagdo A terra ou aterramento de um ponto através de uma impedancia elevada. Segunda Letra - Especifica a situacéo das massas (carcagas) das cargas ou equipa- mentos em relagio & terra. T - Massas aterradas com terra préprio, isto é, independente da fonte; N - Massas ligadas ao ponto aterrado da fonte; I - Massa isolada, isto é, ndo aterrada. Outras Letras - Forma de ligacdo do aterramento da massa do equipamento, usando 0 sistema de aterramento da fonte. S - Separado, isto é, 0 aterramento da massa é feito com um fio (PE) separado (dis- tinto) do neutro; C- Comum, isto é, 0 aterramento da massa do equipamento é feito usando 0 fio _ neutro (PEN). Exemplo 1 Sistema de alimentacao e consumidor do tipo TN-S. Figura 1.10.1. 4 - + va + + rt 1 1 Equipamento, — 1 eletrico cargo) Aterramento da alimentago oa Figura 1.10.1: Sistema TN-S Exemplo 1.10.2: CAPITULO 1. INTRODUGAO AO SISTEMA DE ATERRAMENTO Sistema tipo TN-C. Figura 1.10.2. [ t fe rt L3 PEN -|-[ 4-4, ee I ' t TE quipomento | i is \eldtncoleorga) a - eo Aterramento L-se5-4 = do alimentaéo Exemplo 1.10. Figura 1.10.2: Sistema TN-C. distancia, é conectado ao fio neutro (C). Figura 1.10.3. Sistema TN-C-S - A fonte (alimentacao) é aterrada (‘T), o equipa- mento tém o seu aterramento que usa um fio separado ($) que, apés uma certa Aterramento a alimentonso Figura 1.10.3: Sistema TN-C-S Exemplo 1,104: Sistema TT - A fonte é aterrada (‘T) ea massa metélica da carga u tem umn terra separado e préprio (T). figura 1.10.4. uy + Le + ts N if H-[-]-|--- ee 1 = ‘ , ‘Aterramento Loo Lanes PE da alimentos ‘massa Figura 1.10.4: Sistema TT Exemplo 1.10.5: Sistema IT - A fonte nao esté aterrada (I) ou aterrada por uma impedancia considerdvel e a massa do equipamento da carga tem terra proprio (). Figura 1.10.5. uy + Le t us Inpedéncia oie ea te 1 tL I = ! | Aterramento oo J PE a alimentagdo massa Figura 1.10.5: Sistema IT 2 CAPITULO 1. INTRODUGAO AO SISTEMA DE ATERRAMENTO 1.11 Projeto do Sistema de Aterramento O objetivo é aterrar todos os pontos, massas, equipamentos ao sistema de aterramento que se pretende dimensionar. Para projetar adequadamente o sistema de aterramento deve-se seguir as seguintes etapas: a) Definir o local de aterramento; b) Providenciar varias mediges no local; c) Fazer a estratificagao do solo nas suas respectivas camadas; d) Definir 0 tipo de sistema de aterramento desejado; e) Calcular a resistividade aparente do solo para o respectivo sistema de aterramento; f) Dimensionar o sistema de aterramento, levando em conta a sensibilidade dos relés © 0s limites de seguranga pessoal, isto é, da fibrilagio ventricular do coracio. ‘Todos os itens serao analisados no decorrer deste trabalho. Capitulo 2 Medigao da Resistividade do Solo 2.1 Introdugao Serio especificamente abordadas, neste capitulo, as caracteristicas da pratica da medigao da resistividade do solo de um local virgem. Os métodos de medigéo séo resultados da andlise de caracteristicas préticas das equacées de Maxwell do eletromagnetismo, aplicadas ao solo. Na curva p x a, levantada pela medigéo, esté fundamentada toda a arte e ctiatividade dos métodos de estratificagio do solo, 0 que permite a elaboragéo do projeto do sistema de aterramento. 2.2 Localizacgao do Sistema de Aterramento A localizagao do sistema de aterramento depende da posicao estratégica ocu- pada pelos equipamentos elétricos importantes do sistema elétrico em questao. Cita-se, por exemplo, a localizacéo otimizada de uma subestagao, que deve ser definida levando em consideracao os seguintes itens: © Centro geométrico de cargas;, # Local com terreno disponivel; @ Terreno acess{vel economicamente; © Local seguro as inundagées; © Nao comprometer a seguranca da populagio. 13 Mu CAPiTULO 2. MEDICAO DA RESISTIVIDADE DO SOLO Portanto, definida a localizagéo da subestacio, fica definido o local da malha de terra. Jé na distribuigéo de energia elétrica, os aterramentos situam-se nos locais da instalacéo dos equipamentos tais como: transformador, religador, seccionalizador, regulador de tensio, chaves, etc. No sistema de distribuicao com neutro multi-aterrado, © aterramento seré feito ao longo da linha a distancias relativamente constantes. O local do aterramento fica condicionado ao sistema de energia elétrica ou, mais precisamente, aos elementos importantes do sistema. Escolhido preliminarmente o local, devem ser analisados novos itens, tais como: ¢ Estabilidade da pedologia do terreno; © Possibilidade de inundagées a longo prazo; @ Medigées locais. Havendo algum problema que possa comprometer 0 adequado perfil esperado do sistema de aterramento, deve-se, entao, escolher outro local. . 2.3. Medigées no Local Definido 0 local da instalacao do sistema de aterramento, deve-se efetuar le- vantamento através de medicdes, para se obter as informacdes necessérias & elaboragio do projeto. Um solo apresenta resistividade que depende do tamanho do sistema de ater- _tamento. A dispersio de correntes elétricas atinge camadas profundas com o aumento da drea envolvida pelo aterramento. Para se efetuar 0 projeto do sistema de aterramento deve-se conhecer a resis- tividade aparente que o solo apresenta para o especial aterramento pretendido. A resistividade do solo, que espelha suas caracteristicas, é, portanto, um dado fundamental e por isso, neste capitulo, seré dada especial atengdo A sua determinagéo. O levantamento dos valores da resistividade é feito através de medigdes em campo, utilizando-se métodos de prospecgiio gecelétricos, dentre os quais, o mais co- nhecido e utilizado é 0 Método de Wenner. 15 2.4 Potencial em Um Ponto Seja um ponto “c” imerso em um solo infinito e homogéneo, emanando uma corrente elétrica I. O fluxo resultante de corrente diverge radialmente, conforme figura 24.1, Figura 2.4.1: Linhas de Correntés Elétricas O campo elétrico E, no ponto p é dado pela Lei de Ohm local, abaixo: Ey = pJp (2.4.1) Onde: Jp => Densidade de corrente no ponto p A densidade de corrente é a mesma sobre a superficie da esfera de raio r, com centro no ponto “c” e que passa pelo ponto p. Seu valor é: Jy = oy (2.4.2) Portanto, 0 potencial do ponto p, em relagéo a um ponto infinito é dado por: 16 CAPiTULO 2. MEDICAO DA RESISTIVIDADE DO SOLO We [ear (2.4.3) Onde: : dr = é a variacao infinitesimal na direcao radial ao longo do raio r. ol pdr 4nd, vr? Yee (2.4.4) 2.5 Potencial em Um Ponto Sob a Superficie de Um Solo Homogéneo Um ponto “ec”, imerso sob a superficie de um solo homogéneo, emanando uma corrente elétrica I, produz um perfil de distribuicdo do fluxo de corrente como 0 mostrado na figura 2.5.1. do solo prcte Figura 2.5.1: Linhas de Correntes Elétricas wv As linhas de correntes se comportam como se houvesse uma fonte de corrente pontual simétrica em relacdo a superficie do solo. Figura 2.5.2. ‘Superficw do solo Figura 2.5.2: Ponto Imagem O comportamento é idéntico a uma imagem real simétrica da fonte de corrente pontual. Portanto, para achar o potencial de um ponto p em relagao ao infinito, basta efetuar a superposicéo do efeito de cada fonte da corrente individualmente, considerando todo 0 solo homogéneo, inclusive o da sua imagem. Assim, para calcular © potencial do ponto p, basta usar duas vezes a expressio 2 _ ol pl’ ~ 4atyy | dary > Como: el 18 CAPITULO 2. MEDIGAO DA RESISTIVIDADE DO SOLO I fi a: ee 4 \rip | Tp 2.6 Método de Wenner (2.5.1) Para.o levantamento da curva de resistividade do solo, no local do aterramento, pode-se empregar diversos métodos, entre os quais: © Método de Wenner; # Método de Lee; ‘# Método de Schlumbeger - Palmer. Neste trabalho seré utilizado o Método de Wenner. O método usa qua- tro pontos alinhados, igualmente espagados, cravados a uma mesma profundidade. Figura 2.6.1. SUPERFICIE 00 SOLO | Joe Figura 2.6.1: Quatro Hastes Cravadas no Solo Uma corrente elétrica I é injetada no ponto 1 pela primeira haste e coletada no ponto 4 pela tiltima haste. Esta corrente, passando pelo solo entre os pontos 1 4, produz potencial nos pontos 2 e 3. Usando 0 método das imagens, desenvolvido no item 2.5, gera-se a figura 2.6.2 e obtém-se os potenciais nos pontos 2 e 3. O potencial-no ponto 2 é: Vz = era 2.6. An la a2 + (2p)? eed ae " at Figura 2.6.2: Imagem do Ponto 1 ¢ 4 O potencial no ponto 3 é: 0 (2.6.2) 4m [2a” [aq?+ (2p? 4 fa? 4 (Opp Portanto, a diferenga de potencial nos pontos 2 ¢ 3 é: pi [i 2 2 Vag. = Vp — Va = © |= + —2—— - —_ 2 (2.6.3) 2s [: Ve+ Qn)? 2a)?-+ @pP : Fazendo a divisio da diferenga de potencial Vag pela corrente I, teremos o valor da resisténcia elétrica R do solo para uma profundidade aceitavel de penetragéo da corrente I. Assim teremos: V, p fl 2 2 R=Saf |- 4 2.6.4 a [ veer /(2a)*+ (@p)? Cn A resistividade elétrica do solo é dada. por: 4raR p= ae ([0.m] (2.6.5) 23 + Jason Veea+ (any 20 CAP/TULO 2. MEDIGAO DA RESISTIVIDADE DO SOLO A expressao 2.6.5 é conhecida como Férmula de Palmer, e é usada no Método de Wenner. Recomenda-se que: Diametro da haste < 0,la Para um afastamento entre as hastes relativamente grande, isto é,a > 20p, a formula de Palmer 2.6.5 se reduz az p=2naR (Om) (2.6.6) 2.7 Medicgdéo Pelo Método de Wenner O método utiliza um Megger, instrumento de medida de resisténcia que pos- sui quatro terminais, dois de corrente e dois de potencial. O aparelho, através de sua fonte interna, faz circular uma corrente elétrica I entre as duas hastes externas que estao conectadas aos terminais de corrente C; e C2. Figura 2.7.1. MEGGER Gc 8 6 9 0 9 Figura 2.7.1: Método de Wenner Onde: R = Leitura da resisténcia em 9 no Megger, para uma profundidade ”a” a = Espacamento das hastes cravadas no solo p = Profundidade da haste cravada no solo As duas hastes internas sao ligadas nos terminais P; e P. Assim, o aparelho processa internamente e indica na leitura, o valor da resisténcia elétrica, de acordo com a expressio 2.6.4. © método considera que praticamente 58% da distribuigéo de corrente que passa entre as hastes externas ocorre a uma profundidade igual ao espagamento entre as hastes. Figura 2.7.2. Figura 2.7.2: Penetracao na profundidade ”a” A corrente atinge uma profundidade maior, com uma correspondente érea de dispersio grande, tendo, em conseqiiéncia, um efeito que pode ser desconsiderado. Portanto, para efeito do Método de Wenner, considera-se que o valor da resisténcia elétrica lida no aparelho é relativa a uma profundidade a” do solo. As hastes usadas no método devem ter aproximadamente 50cm de compri- mento com diametro entre 10 a 15mm. O material que forma a haste deve seguir as mesmas consideragées feitas no item 1.8. Devem ser feitas diversas leituras, para varios espacamentos, com as hastes sempre alinhadas. 2.8 Cuidados na Medigao Durante a medigao devem ser observados os itens abaixo: 22 CAPiTULO 2. MEDIGAO DA RESISTIVIDADE DO SOLO As hastes devem estar alinhadas; As hastes devem estar igualmente espagadas; ‘As hastes dever estar cravadas no solo a uma mesma profundidade; recomenda- se 20 a 30cm; © aparelho deve estar posicionado simetricamente entre as hastes; ‘As hastes devem estar bem limpas, principalmente isentas de éxidos e gorduras para possibilitar bom contato com o solo; A condigéo do solo (seco, dimido, etc) durante a medig&o deve ser anotada; Nao devem ser feitas medigdes sob condicdes atmosféricas adversas, tendo-se em vista a possibilidade de ocorréncias de raios; Nao’ deixar que animais ou pessoas estranhas se aproximem do local; Deve-se utilizar calgados ¢ luvas de isolagéo para executar as medi Verificar o estado do aparelho, inclusive a carga da bateria. 2.9 Espagamentos das Hastes . Para uma determinada diregéo devem ser usados os espacamentos recomen- dados na Tabela 2. Espagamento | Leitura | Calculado a (m) RQ) |p [O-r} 1 6 8 16 32 Tabela 2.9.1: Espagamentos Recomendados Alguns métodos de estratificagao do solo, que serdo vistos no capitulo seguinte, necessitam mais leituras para pequenos espagamentos, o que é feito para possibilitar a determinagao da resistividade da primeira camada do solo. 23 2.10 Diregdes a Serem Medidas O niimero de diregées em que as medidas deveréo ser levantadas depende: da importancia do local do aterramento; da dimensao do sistema de aterramento; © da variagéo acentuada nos valores medidos para os respectivos espacamentos. Para um tinico ponto de aterramento, isto é, para cada posigo do aparelho, devem ser efetuadas medidas em trés diregdes, com angulo de 60° entre si, figura 2.10.1. Figura 2.10.1: Diregdes do Ponto de Medico Este é 0 caso de sistema de aterramento pequeno, com um tinico ponto de ligacio a equipamentos tais como: regulador de tensao, religador, transformador, sec- cionalizador, TC, TP, chaves & dleo ea SF, etc. No caso de subestagées deve-se efetuar medidas em varios pontos, cobrindo toda a drea da malha pretendida. O ideal é efetuar varias medidas em pontos e diregées diferentes. Mas se por algum motivo, deseja-se usar o minimo de diregées, ento, deve-se pelo menos efetuar as medigées na diregao indicada como segue: © na diregéo da linha de alimentacao; # na direc&o do ponto de aterramento ao aterramento da fonte de alimentagio. 24 CAPITULO 2. MEDIGAO DA RESISTIVIDADE DO SOLO 2.11 Andalise das Medidas Feitas as mediges, uma andlise dos resultados deve ser realizada para que os mesmos possam ser avaliados em relacao a sua aceitagao ou nao. Esta avaliacéo ¢ feita da seguinte forma: 1) Calcular a média aritmética dos valores da resistividade elétrica para cada espaga- mento adotado, Isto é: A (2.11.1) pula;)=>Se(aj) — V i. i=l ” Onde: pa(a;) => Resistividade média para o respectivo espacamento aj i n_ => Ntimero de medicées efetuadas para o respectivo espagamento a; pi(a;) => Valor da i-ésima medicao da resistividade com o espagamento a; q > Numero de espagamentos empregados ca 2) Proceder o calculo do desvio de cada medida em relac3o ao valor médio como segue: lei(aj) — pae(a;)| j=la Observacio (a): Deve-se desprezar todos os valores da resistividade que tenham um desvio maior que 50% em relacao a média, isto é \ei(as) — prr(as)| - 100 > 50% pm(aj) vo j Observaciio (b): Se o valor da resistividade tiver 0 desvio abaixo de 50% o valor seré aceito como representativo. Observaciio (c): Se observada a ocorréncia de acentuado ntimero de medidas com desvios acima de 50%, recomenda-se executar novas medidas na regio corres- pondente. Se a ocorréncia de desvios persistir, deve-se entao, considerar a area como uma regido independente para efeito de modelagem. : 25 Com a nova tabela, efetua-se o célculo das médias aritméticas das resistivi- dades remanescentes. 3) Com as resistividades médias para cada espacamento, tem-se entao os valores defini- tivos e representativos para tragar a curva p X a, necessdria ao procedimento das aplicagoes dos métodos de estratificagéio do solo, assunto este, especifico do capitulo seguinte. 2.12 Exemplo Geral Para um determinado local, sob estudo, os dados das medigées de campo, relativos a varios pontos e diregdes, sio apresentados na Tabela 2.12.1. Espagamento Resistividade Elétrica Medida a(m) (Q.m) 1 2 3 4 * 2 340 | 315 | 370 | 295 350 4 520 | 480 | 900 | 550 490 6 650 | 580 [570 | 610 615, 8 850 | 914 | 878 | 905 1010 16 690 | 500 | 550 | 480 602 32. 232 | 285 | 196 | 185 412 Tabela 2.12.1: Medigdes em Campo A seguir, apresenta-se a Tabela 2.12.2 com o valor médio de cada espacamento € 0 desvio relativo de cada medida, calculados a partir da Tabela 2.12.1. ‘Espacamento | Desvios Relativos Resistividade ‘Resistividade Média a(m) (%) Média (2.m) Recalculada (.m) a 2 3 4 2 ii 5,6 | 10,77 | 11,67 | 4,79 334 334 4 11,56 | 18,36 | 53,06 | 6,46 | 16,66 588 510 6 7,43 | 4,13 7 5,78 7 0,82 | 1,65 605 605 8 6,73 | 0,28 | 3,66 | 0,70 | 10,81 9114 o114 16 22,25 [11,41 | 2,55 | 14,95. 5644 564.4 32. 11,45 [8,77 [25,19 [29,38 262 2245 Tabela 2.12.2: Determinacao de Média e Desvios Relativos Observando-se a Tabela 2.12.2, constata-se duas medidas sublinhadas que 26 CAPITULO 2. MEDIGAO DA RESISTIVIDADE DO SOLO apresentam desvio acima de 50%. Elas devem, portanto, ser desconsideradas. Assim, refaz-se 0 calculo das médias, para os espacamentos que tiverem medidas rejeitadas. As demais médias sio mantidas. Vide tiltima coluna da Tabela 2.12.2. Os valores representativos do solo medido sao os indicados na Tabela 2.12.3. Espagamento | Resistividade a(m) (.m) 2 334 4 510 6 605 8 911, 4 16 364,4 32 224,5 Tabela 2.12.3: Resistividade do Solo Medido Capitulo 3 Estratificagao do Solo 3.1 Introdugao Serdo abordados neste capitulo, varias técnicas de modelagem de solo. Considerando as caracterfsticas que normalmente apresentam’ os solos, em virtude da sua prépria formagao geoldgica ao longo dos anos, a modelagem em camadas estratificadas, isto é, em camadas horizontais, tem produzido excelentes resultados comprovados na pratica. A figura 3.1.1 mostra o solo com uma estratificagéo em camadas horizontais. RR x Wn S ve Figura 3.1.1: Solo Estratificado Com base na curva p x a, obtida no Capitulo 2, seréo apresentados diversos métodos de estratificagao do solo, entre os quais: 7 ieee 28 CAPITULO 3, ESTRATIFICAGAO DO SOLO Métodos de Estratificagio de Duas Camadas; ‘© Método de Pirson; © Método Gréfico. Apresenta-se também, outros métodos complementares. 3.2 Modelagem do Solo de Duas Camadas Usando as teorias do eletromagnetismo no solo com duas camadas horizontais, é posstvel desenvolver uma modelagem matematica, que com 0 auxilio das medidas efetuadas pelo Método de Wenner, possibilita encontrar a resistividade do solo da primeira e segunda camada, bem como sua respectiva profundidade. Uma corrente elétrica I entrando pelo ponto A, no solo de duas camadas da figura 3.2.1, gera potenciais na primeira camada, que deve satisfazer a equagao 3.2.1, conhecida como Equagio de Laplace. SUPERFICIE DO SOLO J CAMADA h po | 2° CAMADA ron) a Figura 3.2.1: Solo em Duas Camadas vVv=o0 (3.2.1) V = Potencial na primeira camada do solo Desenvolvendo a Equa&o de Laplace relativamente ao potencial V de qual- quer ponto p da primeira camada do solo, distanciado de “r” da fonte de corrente A, chega-se a seguinte expresso: 29 Jo -#[ut | (3.2.2) Onde: V, = Bo potencial de um ponto p qualquer da primeira camada em relagao ao infinito pi = Resistividade da primeira camada h = Profundidade da primeira camada r = Distancia do ponto p a fonte de corrente A K = Coeficiente de reflexio, definido por: aman aot (3.2.3) pata B+) pa = Resistividade da segunda camada Pela expressio 3.2.3, verifica-se que a variacao do coeficiente de reflexio é limitada entre —1e +1. | IA m lA +1 (3.2.4) 3.3 Configuragao de Wenner A expresso 3.2.2 seré aplicada na configuragio de Wenner, sobre o solo de duas camadas, Ver figura 3.3.1. Nesta configuracio, a corrente elétrica I entra no solo pelo ponto A e retorna ao aparelho pelo ponto D. Os pontos B e C sio os elétrodos de potencial. 0 potencial no ponto B, seré dado pela superposicao da contribuigao da cor- rente elétrica entrando em A e saindo por D. Usando a expressio 3.2.2, e efetuando a superposigao, tem-se: flail soe. i ale Ae Kn i Veo [: +d yer | on [i +d Vea)? + m| 30 CAPITULO 3. ESTRATIFICACGAO DO SOLO MEGGER PL Pe ce 2, eee SUPERFICIE DO SOLO 18 CAMADA h | 7 | 22 cAMaADA ~ pe Figura 3.3.1: Configuragéo de Wenner no Solo de Duas Camadas Fazendo a mesma consideracao para o potencial do ponto C, tem-se: ° Jor} 1 = Ke Tn fl. 2 a Vo= +2 ee lea 3. an [& x eater Or [at x ‘a? + (2nh)? 2 A diferenca de potencial entre os pontos B e C é dado por: Vac = Va — Vo Substituindo-se as equagdes correspondentes, obtém-se: Ip. 2 Kn Kn Woo = $2 fia | 3.3.3) ona x T+ (Qnty ft+Qn bp ) y, = reali {1045 a. ast LY1+(2n 4)? 4+ (an bp 31 A telagéo Y# representa o valor da resisténcia elétrica (R) lida no aparelho Megger do esquema apresentado. Assim, entdo: . i: ae [ad Fit Qnty t+ Qn sl} De acordo com a expressio 2.6.6, a resistividade elétrica do solo, para 0 espacamento “a” é dada por p(a) = 2raR. Apés a substituigao, obtém-se finalmente: p(a) afl fo a lz +Onbp Vt+ Gn 5 eu A expresséo 3.3.4 é fundamental na elaboracao da estratificagéo do solo em duas camadas. 3.4 Método de Estratificagao do Solo de Duas Camadas Empregando estrategicamente a expressio 3.3.4 é possivel obter alguns métodos de estratificagao do solo para duas camadas. Entre eles, os mais usados sao: # Método de duas camadas usando curvas; @ Método de duas camadas usando técnicas de otimizacio; © Método simplificado para estratificagao do solo de duas camadas. A seguir, é feita uma detalhada descrigio de cada um desses métodos. 3.5 Método de Duas Camadas Usando Curvas Como jd observado, a faixa de variagdo do coefciente de reflexdo K é pequena, ale e esta limitada entre —1 e +1. Pode-se entdo, tracar uma familia de curvas de or em fungéo de 4 para uma série de valores de K negativos e positivos, cobrindo toda a sua faixa de variagéo. As curvas tragadas para K variando na faixa negativa, isto é, curva p(a) x a descendente, figura 3.5.1a, esto apresentadas na figura 3.5.2. Ja as curvas obtidas da expresso 3.3.4 para a curva p(a) x a ascendente, figura 3.5.16, isto é, para K variando na faixa positiva, sio mostradas na figura 3.5.3. 32 CAPITULO 3. ESTRATIFICAGAO DO SOLO P p sort > T atm) a(m) 0) ») Figura 3.5.1: Curvas p(a) x a Descendente e Ascendente Com base na familia de curvas teéricas das figuras 3.5.2 e 3.5.3, 6 possivel estabelecer um método que faz o casamento da curva p(a) x a, medida por Wenner, com uma determinada curva particular. Esta curva particular é caracterizada pelos Fespectivos valores de pi, K eh. Assim, estes valores sio encontrados ¢ a estratificagio esté estabelecida, A seguir séo apresentados os passos relativos ao prgcedimento deste método: 12 passo: Tragar em um gréfico a curva p(a) x a obtida pelo método de Wenner; 2© passo: Prolongar a curva p(a) x a até cortar o eixo das ordenadas do grafico. Neste ponto, é lido diretamente o valor de py, isto é, a resistividade da primeira camada. Para viabilizar este passo; recomenda-se fazer vérias leituras pelo método de Wenner para pequenos espagamentos. Isto se justifica porque a penetragio desta corrente da-se predominantemente na primeira camada, 32 passo: Um valor de espacamento aj é escolhido arbitrariamente, e levado na curva para obter-se o correspondente valor de p(az). 42 passo: Pelo comportamento da curva p(a) x a, determina-se o sinal de K. Isto é: ° Pan curva for descendente, o sinal de K é negativo e efetua-se o célculo de a © Se a curva for ascendente, o sinal-de K é positivo e efetua-se o célculo de nO} pa 33, Figura 3.5.2: Curvas para K Negativos u CAPITULO 3. ESTRATIFICAGAO DO SOLO 1 38 52 passo: Com o valor de “2 ou A; obtido, entra-se nas curvas tedricas correspon dentes e traga-se uma linha paralela ao eixo da abscissa. Esta reta corta curvas distintas de K. Proceder a leitura de todos os especificos K e * correspondentes. 6° passo: Multiplica-se todos os valores de * encontrados no quinto passo pelo valor de a; do terceiro passo. Assim, com o quinto e sexto passo, gera-se uma tabela com os valores correspondentes de K, # ¢ h. 72 passo: Plota-se a curva K x h dos valores obtidos da tabela gerada no sexto passo. 8% passo: Um segundo valor de espagamento a; # a; é novamente escolhido, e todo © processo é repetido, resultando numa nova curva K x h. 9° passo: Plota-se esta nova curva K x h no mesmo grafico do sétimo passo. 7 10° passo: A intersecgdo das duas curvas K x h num dado ponto resultaré nos valores reais de K e h, e a estratificago estara definida. + Exemplo 3.5.1 Efetuar a estratificacéo do solo pelo método apresentado no item 3.5, corres- ‘pondente & série de medidas feitas em campo pelo método de Wenner, cujos dados estao na Tabela 3.5.1. Espagamento Resistividade (m) (Q.m) i 684 2 611 4 415 : 6 294 yy area . S ae a 32 182 Tabela 3.5.1: Valores de Medicao em Campo Figura 3.5.3: Curvas para K Positivos ~ . A resolugio é feita seguindo os passos recomendados. 12 passo: Na figura 3.5.4 esta tragada a. curva p(a) x a 22 passo: Prolongando-se a curva, obtém-se pr = 700 Q.m 36 CAPITULO 3. ESTRATIFICACAO DO SOLO e(a) 800 700 600 500 300 200 too oO 2 4 6 8 10 2 14 I6 i@ 20 22 24 26 28 32 Figura 3.5.4: Curva p(a) x a a 32 passo: Escolhe-se a; = 4m e obtém-se p(a;) = 415 O.m. 42 passo: Como a curva p(a) x a é descendente, K é negativo, entio calcula-se a relacdo: pla) _ 415 on = Top = 588 52 passo: Como K é negativo e com o valor 4) = 0,593 levado na familia de curvas tebricas da figura 3.5.2, procede-se a leitura dos respectivos K e #. Assim, gera-se a Tabela 3.5.2 proposta no sexto passo. a =4m HA = 0,593 K h [ml = : = 02g : =0,3 [0,263 [| _1,052 =0,4 [0,423 | 1,692 =0,5 [0,547 | 2,188 =0,6[ 0,625 | 2,500 =0,7 [0,691 | __2,764 =0,8 [0,752 | _3,008 =0,9 [0,800 | _3,200 “10 70,846 [3,384 + bial Tabela 3.5.2: Valores do Quinto e Sexto Passo 82 passo: Escolhe-se um outro espagamento. a2 = 6m pa) = 294 2.m (a2) _ 294 _ a 700. Constréi-se a Tabela 3.5.3. 9° passo: A figura 3.5.5 apresenta o tracado das duas curvas K x h obtidas da Tabela 3.5.2 e 3.5.3. 10° passo: A intersec¢io ocorre em: K = -0,616 h =2,574 m Usando a equagio 3.2.3, obtém-se o valor de pa. pa = 166, 36 2.m 38 CAPITULO 3. ESTRATIFICAGAO DO SOLO Ez Sonar =02 7 =Osiee = =o ‘ —0,5 | 0,305 | 1,830 =0,6 [0,421 | 2,526 —0,7 [0,488 | _2,928 —0,8 [0,558] 3,348 =0,9 [0,619 | 3,714 =1,0 [0,663 | 3,978 h Tabela 3.5.3: Valores do Quinto ao Sexto Passo Figura 3.5.5: Curvas h x K 39 A figura 3.5.6 mostra o solo estratificado em duas camadas. Solo he 2,574m +700 X.m 5 oo = 166,36 2m. F Figura 3.5.6: Solo Estratificado, Solugo do Exemplo 3.6 Métodos de Duas Camadas Usando Técnicas de Otimi- zagao A expressio 3.3.4 pode ser colocada na forma: (3.6.1) ‘nl ft ee Horan {i43 - || Pela expressio acima, para um especifico solo em duas camadas, hé uma relag&o direta entre os espagamentos entre as hastes da configuragao de Wenner e 0 respectivo valor de p(a). Na prética, pelos dados obtidos em campo, tem-se a relacdo de “a” e p(a) medidos no aparelho. Os valores de p(a) medidos e os obtidos pela formula 3.6.1 devem ser os mesmos. Portanto, procura-se, pelas técnicas de otimizagio, obter o melhor solo estratificado em duas camadas, isto é, obter os valores de p1; K ¢ h, tal que a expressio 3.6.1 seja aquela que mais se’ajusta & série de valores medidos. Assim, procura-se minimizar os desvios entre os valores medidos'e calculados. A solugéo seré encontrada na minimizagao da funcéo abaixo: 40 CAPITULO 3. ESTRATIFICACAO DO SOLO minimizar Plame pr 143° (—— Ae ; Hs ast (1+ Qn 4)? fA4Qn 2p (3.6.2) As varidveis so py, K eh. Esta é a expressio da minimizagao dos desvios ao quadrado conhecida como minimo quadrado. Aplicando qualquer método de otimizacio multidimensional em 3.6.2, obtém-se os valores dtimos de pr, K eh, que é a solugio final do método de estratificacao. Exiatem varios métodos tradicionais que podem ser aplicados para otimizar a expressio 3.6.2, tais como: ¢ Método do Gradiente; * Método do Gradiente Conjugado; ¢ Método de Newton; © Método Quase-Newton; * Método de Diregéo Aleatéria; ¢ Método de Hooke e Jeeves; ¢ Método do Poliedro Flexivel; @ etc. Exemplo 3.6.1 Aplicando separadamente trés métodos de otimizacao conforme proposto pela expresso 3.6.2 ao conjunto de medidas da Tabela 3.6.1, obtidas em campo pelo método de Wenner, as solugdes obtidas estdo apresentadas na Tabela 3.6.2. Espagamento | Resistividade Medida a [m] (Q.m} 2,5 320 5,0 245 7,5 182 10,0 162 12,5 168 15,0 152 Tabela 3.6.1: Dados da Medigao 4 stratificagao do Solo Calculada _| Gradiente | Linearizado | Hooke-Jeeves Temes da 12 Camada [Q.m] |_ 383,49 364,67 364,335 Resistividade da 2% Camada [Q.m| | _147,65 143,61 144,01 Profundidade da 1 Camada [m] 2,56 2,82 2,827 Fator de Reflexao K =0,44 =0,43 =0,4334 ‘Tabela 3.6.2: Solugio Encontrada 42 CAPITULO 3. ESTRATIFICAGAO DO SOLO 3.7 Método Simplificado para Estratificagao do Solo em Duas Camadas Este método oferecerd resultados razoaveis somente quando o solo puder ser considerado estratificdvel em duas camadas e a curva’p(a) x a tiver uma das formas tipicas indicadas na figura 3.7.1 abaixo, com uma considerdvel tendéncia de saturagio assintdtica nos extremos e paralela ao eixo das abscissas. om) alm) Figura 3.7.1: Curvas p(a) x a para Solo de Duas Camadas e A assintota para pequenos espacamentos é tfpica da contribuicao da primeira camada do solo. Jé para espagamentos maiores, tem-se a penetrac4o da corrente na segunda camada, e sua assintota caracteriza nitidamente um solo distinto. Pela andlise das curvas p(a) x a da figura 3.7.1, fica caracterizado pelo prolon- gamento e assintota, os valores de py e pz. Portanto, neste solo especifico, com os dois valores obtidos, fica definido de acordo com a expressio 3.3.4 0 valor do parametro K. Assim, na expressio 3.3.4 0 valor desconhecido é a profundidade da primeira camada, isto é,"h”. A filosofia deste método baseia-se em deslocar as hastes do Método de Wen- ner, de modo que a distancia entre as hastes seja exatamente igual a "h”, isto é, igual a profundidade da primeira camada. Ver figura 3.7.2. ; Assim, como a = h ou # = 1, 0 termoa direita da expresso 3.3.4 fica sendo a expressio 3.7.1, que seré denominado de Mize): PEN) = Macey = 144° 1 i pL nat Ll + (2n)? ‘4 + (2n)? (3.7.1) 43 MEGGER SPs Be Ge SUPERFICIE 00 SOLO 12 CAMADA Pr 22 CAMADA Pe Figura 3.7.2: Espacamento a = h A expressio 3.7.1 significa que se o espagamento ”a” das hastes no Método de Wenner for exatamente igual a "h”, a leitura no aparelho Megger seré: Poa=h) = P1-M(raay (3.7.2) Portanto, deste modo, basta levar 0 valor de pian) na curva p(a) x a ¢ obter © valor de ”a”, isto é, "h”. Assim, fica obtida a profundidade da primeira camada. Esta é a filosofia deste método, para tanto, deve-se obter a curva Mian) versus K, através da expressio 3.7.1. Esta curva esté na figura 3.7.3. Assim, definida a curva de resistividade p(a) x a, obtida pelo método de Wenner, a seqiiéncia para obtencgio da estratificagao do solo é a seguinte: 12 passo: Tracar a curva p(a) x a, obtida pela medigao em campo usando o método de Wenner. 22 passo: Prolongar a curva p(a) x a até interceptar o eixo das ordenadas e determi- nar 0 valor de px, isto é, da resistividade da primeira camada do solo. 32 passo: Tragar a assintota no final da curva p(a) x a e prolongé-la até o eixo das ordenadas, o que indicard o valor da resistividade pg da segunda camada do solo. 4° passo: Calcular o coeficiente de reflexio K, através da expresso 3.2.3, isto é: a1 _ a+1 44 CAP{TULO 3. ESTRATIFICAGAO DO SOLO > 1K) 1) | a) 405 % y 8 3 Figura 3.7.3: Curva Min) Versus K passo: Com o valor de K obtido no quarto passo, determinar o valor de,Mje=n) na curva da figura 3.7.3. O valor de Mi=a) esta relacionado com a equagio 3.3.4, J que sao conhecidos p1, pz e K, sendo a profundidade “h” desconhecida.- @ passo: Calcular pezr) = pr-Mie=n): 2 passo: Com o valor de pia-1) encontrado, entrar na curva de resistividade p(a) x ae determinar a profundidade “h” da primeira camada do solo. 45 Exemplo 3.7.1 Com os valores medidos em campo pelo método de Wenner da Tabela 3.7.1, efetuar a estratificagao do solo pelo método simplificado de duas camadas. Espacamento | Resistividade Medida a(m) (Om) T 996 2 974 4 858 6 696 8 549 12 361 16 276 2 230 32 210 Tabela 3.7.1: Dados de Campo 12 passo: A curva p(a) x a estd mostrada na figura 3.7.4. 2° pesso: Pelo prolongamento da curva, tem-se pr = 1000 Q.m. 32 passo: Tracando a assintota, tem-se pa = 200 2.m 4° passo: Calcular o indice de reflexdo K 52 passé: Da curva da figura 3.7.3, obtém-se Moen = 0,783 6 passo: Calcular Ple=h) = Pr-Mea=ny = 1000.0,783 = 783 Q.m 7 passo: Com o valor de p(a=a) levado & curva’ p(a) x a, obtém-se h=5,0m CAPITULO 3. ESTRATIFICACAO DO SOLO i TJ I 0 2 4 6 8 10 th 16 Wb 20 ce 24 26 2B 4% 32 Figura 3.7.4: Curva p(a) x a Assim, 0 solo estratificado em duas camadas é apresentado na figura 3.7.5. oe 12 Comodo n=5.0m P,*1000.0.m | 22 Comada © P_2200 A.m Figura 3.7.5: Estratificagao do Solo a 4a 3.8 Método de Estratificagao de Solos de Varias Camadas Um solo com varias camadas apresenta uma curva p(a) x a ondulada, com trechos ascendentes e descendentes, conforme mostrado na figura 3.8.1. Figura 3.8.1: Solo Com Varias Camadas Dividindo a curva p(a) x a'em trechos tipicos dos solos de duas camadas, é possivel entao, empregar métodos para a estratificagio do solo com varias camadas, fazendo uma extensdo da modelagem do solo de duas camadas. Serio desenvolvidos os seguintes métodos para a estratificagéo do solo com varias camadas: « Método de Pirson; @ Método Grafico de Yokogawa. 3.9 Método de Pirson O Método de Pirson pode ser encarado como uma extensao do método de duas camadas. Ao se dividir a curva p(a) x a em trechos ascendentes ¢ descendentes fica evidenciado que o solo de varias camadas pode ser analisado como uma seqiiéncia de curvas de solo equivalentes a duas camadas. Considerando 0 primeio trecho como um solo de duas camadas, obtém-se pi, p2 € hy. Ao analisar-se o segundo trecho, deve-se primeiramente determinar uma 48 CAPITULO 3. ESTRATIFICAGAO DO SOLO resistividade equivalente, vista pela terceira camada. Assim, procura-se obter a resisti- vidade ps ¢ a profundidade da camada equivalente. © assim sucessivamente, seguindo a mesma légica. A seguir apresenta-se os passos a serem seguidos na metodologia adotada e proposta por Pirson: 12 passo: Tragar em um gréfico a curva p(a) x a obtida pelo método de Wenner. 2° passo: Dividir a curva em trechos ascendentes e descendentes, isto é, pontos méximos e minimos. tre os seus 8° passo: Prolonga-se a curva p(a) x a até interceptar o eixo das ordenadas do grafico. Neste ponto é lido o valor de pi, isto é, a resistividade da primeira camada. 4° passo: Em relacio ao primeiro trecho da curva p(a) x a, caracteristica de um solo de duas camadas, procede-se entdo toda a seqiiéncia indicada-no método 3.5. Encontrando-se, assim, os valores de pz e hy. 5° passo: Para o segundo trecho, achar ponto de transicio (ay) onde a # é maxima, isto é, onde ££ = 0. Este ponto da transico esté localizado onde a curva muda a sua concavidade. 6° paso: Considerando o segundo trecho da curva p(a) x a, deve-se achar a resis- tividade equivalente vista pela terceira camada, assim estima-se a profundidade da segunda camada (hz), pelo método de Lancaster-ones, isto é: hy h + dy = fae (3.9.1) Onde d, = hy = Espessura da primeira camada d, = Espessura estimada da segunda camada hy = Profundidade estimada da segunda camada a, = E 0 espacamento correspondente ao ponto de transicgéo do segundo trecho. Assim, obtém-se o valor estimado de hy e dp. ‘72 passo: Calcular a resistividade média equivalente estimada (A}) vista pela terceira camada, utilizando a Férmula de Hummel, que é a média harménica ponde- rada da primeira e segunda camada. a aitd, a= i (3.9.2) ae ata O fi se apresenta como o p; do métédo de duas camadas. 8° passo: Para o segundo trecho da curva, repetir todo o processo de duas camadas visto no método apresentado em 3.5, considerando ft a resistividade da primeira camada. Assim, obtém-se os novos valores estimados de fy ¢ ha. Estes valores foram obtidos a partir de uma estimativa de Lancaster-Jones. Se um refinamento maior no proceso for desejado, deve-se refazer 0 processo a partir do novo hy calculado, isto é: : hg = dy + dy Volta-se ao sétimo passo para obter novos valores de ps ¢ hz. Apés, entéo, repete-se a partir do sexto passo, todo o processo para os outros trechos sucessores. Exemplo 3.9.1 Efetuar a estratificacio do solo pelo Método de Pirson, para o conjunto de medidas obtidas em campo pelo método de Wenner, apresentado na Tabela 3. Espagamento Resistividade Medida a(m) (0.m) : 11.938 2 15.770 4 17.341 8 11.058 16 5.026 32 3.820 Tabela 3.9.1: Dados da Medigao 12 passo: Figura 3.9.1 mostra a curva p(a) x a. 22 passo: A curva p(a) x a é dividida em dois trechos, um ascendente e outro des- cendente. A separacio ¢ feita pelo :ponto maximo da curva, isto é, onde # = 0. 32 passo: Como prolongamento da curva p(a) x a obtém-se a resistividade da primeira camada do solo. pr = 8.600 Q.m 42 passo: Apés efetuados os passos indicados no método do item 3.5, obtém-se as Tabelas 3.9.2 relativa aos pasos intermediérios. Para: 50 CAPITULO 3. ESTRATIFICACAO DO SOLO 81 pla) [.m] again f5=O20] [a= Fh 0,505 a h . h K |e (m) K | a (m) OS [033-025 t2- 5 0,3 0,46 | 0,46 0,3_| 005] 0,10 040,50) 0,60 02 [0,28 | 0,36 0,5[ 0,72} 0,72 05 [0,40] 0,80 0,6 [0.81 [0.81 0,6 10,49 | 0,98 0,71 0,89 [0,89 070,37} 1,14 08 10,98 [0,98 08 [0,65 | 1,30 Tabela 3.9.2: Valores Calculados 6° passo: Considerando o segundo trecho da curva p(a) x a, estimar a profundidade da segunda camada, Aplicando-ée a formula 3.9.1 do método de Lancaster- Jones, tem-se: hy = di t+ dp : 5 iy =0,64+d = 58 hy =5,4m dy = 4, 76m at 7® passo: Cilculo da tesistividade média equivalente pela férmula 3.9.2 de Hummel, tem-se a1 _ 0,64 + 4,76 2 = 06h ae 3800 + atT5 A) = 18.302 Q.m Figura 3.9.1; Curva p(a) x a a, = 1m, obtém-se p(a:) = 11.938 2m a; = 2m, obtém-se play) = 15.770 Q.m. 8° passo: Para o segundo trecho da curva p(a) x a, repetir novamente os passos do _ Bfetuando 0 tragado das duas curvas K x h, as mesmas se interceptam no ponto: _ método do item 3.5, gerando as Tabelas 3.9.3, hy = dy =0,64m Ky =0,43 Para: Calcula-se neon a = 8m, obtém-se p(a;) = 11.058 Q.m pr = 21.575 Dm a; = 16m, obtém-se p(a;) = 5.026 2.m. 52 passo: Examinando o segundo trecho da curva, pode-se concluir que o ponto da curva com espagamento de 8 metros, apresenta a maior inclinagdo. Portanto, 0 ponto de transicao é relativo ao espagamento de 8 metros, assim: Efetuando-se 0 tragado das duas curvas K x h, as mesmas interceptam-se no oa | - ha = 5,64m | a, = 8m K =-0,71 52 CAP/TULO 3. ESTRATIFICAGAO DO SOLO a =8m = 0,604] [a= 16m ABl = 0.2746 : B h h «| ey —0,3_| 0,280 | 2,240 03 : = —0,4_ [0,452 | 3,616 —0,4 : = 0,5 [0,560 | 4,480 05 = = =0,6 | 0,642 | 5,136 =0,6 | 0,20 [3,20 =0,7_| 0,720 | 5,760 =0,7 [0,34 | 5,44 =0,8 [0,780 | 6,240 =0,8 [0,43 | 6,88 =0,9 [0,826 | 6,600 =09 | 0,49 [7,84 Tabela 3.9.3: Valores Calculados Assim, aa itk P= Pa Te Substituindo-se os valores, tem-se: ps = 3.103 O.m Portanto, a solugao final foi encontrada e o solo com trés camadas estratificadas 6 mostrado na figura 3.9.2. ° oe pettoonn hor 864m P," 21575 Om 2 | pp Nean & Figura 3.9.2: Solo em Trés Camadas 3.10 Método Grafico de Yokogawa Este é um método gréfico apresentado no manual do aparelho Yokogawa de medic&o de resisténcia de terra. Com este método, pode-se efetuar a estratificagdo do solo em varias camadas horizontais com razodvel aceitacio. 53 A origem do método, baseia-se na logaritimizacio da expressio 2.3.4 obtida do modelo do solo de'duas camadas. Assim, usando o logaritmo em ambos os lados da expresso 3.3.4, tem-se: (3.10.1) wo fehmfoe 1+ (nk fat =i} Empregando-se a mesma filosofia usada no modelo desenvolvido no item 3.5, pode-se construir uma familia de curvas teéricas de log [22] em fungio de 4 para uma série de valores de K dentro de toda sua faixa de variacao. Fazendo o tracado das familias das curvas tedricas, em um grafico com escala logaritmica, isto é, log-log, tem-se a CURVA PADRAO, mostrada na figura 3.10.1. A Curva Padrao obtida na escala logaritmica é similar 3s curvas do grafico das figuras 3.5.2 ¢ 3.5.3 tragadas juntas. Os valores de “) estao na ordenada do grafico 3.10.1, na abscissa estao os valores de * e as curvas dos respectivos K esto indicadas pelo seu correspondente . Estas curvas séo relativas 4s curvas tedricas obtidas especificamente de mo- delagem do solo de duas camadas. Um solo tipico de duas camadas é caracterizado pelos trés pardmetros: 1, p2 eh. Fazendo as medigées neste solo, pelo método de Wenner e tracando a curva p(a) x a em escala logaritmica, o seu formato ¢ tfpico da Curva Padrao. Fazendo manualmente o perfeito casamento da curva p(a) x a na escala logaritmica com uma determinada curva padrao, tem-se entéo a identidade estabe- lecida. Isto equivale a ter no método de Wenner 0 espacamento igual & profundidade da primeira camada, isto é, a = h, no solo de duas camadas. Ver figura 3.10.2. Portanto, no ponto da curva p(a) x a que coincide com a ordenada “= 1 na Curva Padrao, lé-se diretamente o valor especifico de p(a), que é igual a resistividade pi da prisneira camada. Este ponto é denominado de pélo Oy da primeira camada, que representa na curva p(a) x a o ponto de medic&o pelo método de Wenner que tenha o mesmo valor da resistividade da primeira camada, juntamente com seu respectivo espacamento ”a” que é idéntico & profundidade da primeira camada. Neste ponto do pédlo Oj lé-se, também, a profundidade da primeira camada, isto é, "h”. O tragado da Curva Padrao é feito de tal forma que, com o casamento da curva p(a) x a, o ponto 42} = 1 e 4 = 1, isto é, 0 pdlo Or, esteja na posigéo sobre a curva p(a) x a de tal forma que a medicao do valor deste ponto pelo método de Wenner, 54 CAPITULO 3, ESTRATIFICACAO DO SOLO CURVA PADRAO Figura 3.10.1: Curva Padrao 56 MEGGER ©) Pr Pe oe SUPERFICIE DO SOLO 12 CAMADA Py 22 CAMADA Pe Figura 3.10.2: Espacamento a = h cobriria totalmente a primeira camada, isto é, j4 produz a solugio da estratificagio procurada. No pento estabelecido do pélo Oy, basta efetuar a leitura de p(a) e ”a”, onde: pi =p(a) => Valot lido no pélo 1 na curva p(a) x a a=h = Valor lido no pélo O; na curva p(a) x a O casamento de curvas fornece o valor de pa. Pode-se estender este processo para solos com varias camadas, seguindo a mesma filosofia do método de Pirson. Deste modo, divide-se a curva p(a) x a em trechos ascencentes e descendentes. A partir do segundo trecho, deve-se utilizar uma estimativa da camada equi- valente vista pela terceira camada, isto é feito empregando a Curva Auxiliar da figura 3.10.3. Coloca-se sobre o grafico p(a) x a, a curva & da Curva Auxiliar que tenha a mesma relagio & obtida pelo casamento da curva p(a) x a com a Curva Padrao. 56 | i 87 CAPITULO 3. ESTRATIFICACGAO DO SOLO | "CURVA AUXILIAR - Com o pélo de origem (42 = 1 e # = 1) da Curva Padrio mantido sobre a Curva Auxiliar &, procura-se ajustar o melhor casamento entre o segundo trecho da curva p(a) x a com a da Curva Padrao, Isto feito, demarca-se no grafico p(a) x ao polo O2. | Neste pélo O2, Ié-se: 1S rH. pla) =p} => Resistividade equivalente da primeira e segunda camada, isto é, vista C | pela terceira camada. a=h, => Profundidade do conjunto da primeira e segunda camada. Com a relagio # obtida do casamento, obtém-se 0 pg . E assim sucessiva- mente. Até o momento procurou-se apenas justificar a filosofia baseada neste método. A resolugao da estratificagao é puramente grafica usando translado de curvas, portanto, é dificil traduzir com plenitude a exemplificagao do método. Colocando-se em ordem de rotina, passa-se a descrever 0 método: 12 passo: Tracar em papel transparente a curva p(a) x a em escala logaritmica. 22 passo: Dividir a curva p(a) x a em trechos ascendentes e descendentes. 32 passo: Desloca-se o primeiro trecho da curva p(a) x a sobre a CURVA PADRAO, até obter o melhor casamento possivel, isto se dé na relagéo &. 4° passo: Demarca-se no grafico da curva p(a) x a, 0 ponto de origem (#8) = 1 & 4 = 1) da Curva Padrao, obtendo-se assim 0 pélo O}. 52 passo: Lé-se no ponto do pélo Ox, os valores de pi € hi. IH im Coe 62 passo: Calcula-se pg pela relacio % obtida no terceiro passo. cree t = Ly Até este passo, foram obtidos p1, hi e p2. Para continuar © processo do outro t t } Ww trecho sucessor da curva p(a) x a, vai-se ao sétimo passo. passo: Faz-se 0 pélo Ox do grafico da‘curva p(a) x a coincidir com o ponto de origem da CURVA AUXILIAR. Transfere-se, isto é, traga-se com outra cor a Curva Auxiliar com relagio % obtida no terceito passo, sobre o gréfico da curva pla) x a. Figura 3.10.3: Curva Auxiliar 58 CAPiTULO 3. ESTRATIFICAQGAO DO SOLO 82 passo: Transladando-se 0 gréfico p(a) x a, de modo que a Curva Auxiliar 2, tragada no sétimo passo, percorra sempre sobre ponto de origem da CURVA PADRAO. Isto é feito até se conseguir o melhor casamento possivel do segundo trecho da curva p(a) x a com a da Curva Padrao, isto se dé numa nova telagio 2 denominada agora de 4. 9 passo: Demarca-se 0 pélo Oz no grafico p(a) x a, coincidente com o ponto de origem da Curva Padréo. 102 passo: Lé-se no ponto do pélo Oz os valores de p} e ha. 112 passo: Calcula-se a resistividade da terceira camada ps pela relacao fornecida no citavo passo. Até este passo foram obtidos p1, hi, hz, p2 ¢ p3. Havendo mais trechos da curva p(a) x a, deve-se repetir o processo a partir do sétimo passo. Exemplo 3.10.1 Efetuar a estratificaco do solo pelo método gréfico de Yokogawa do res- pectivo conjunto de medigées em campo da Tabela 3.10.1, obtidos pelo método de Wenner. « Espacamento Resistividade Medida a(m) (0.m) . 680. 4 840 8 930 16 690 32 330 Tabela 3.10.1: Dados de Campo Toda a resolugéo bascia-se na figura 3.10.4. 59 p(a) (2-m] “Fy i CF Figura 3.10.4: Resolugio do Método Gréfico No pélo O3, tem-se: = 350 Om ), 67m 3 p2 = 1050 2m pL 60 CAPITULO 3. ESTRATIFICAGAO DO SOLO No pélo Oz, tem-se: ph = 900 2.m hy = 15m 1 a =§ 3 = 150 Om 350m d= 14,33m 125 15m Pe =1050nm I Ps 7150.1 Figura 3.10.5: Solo Em Trés Camadas | TT Capitulo 4 Sistemas de Aterramento 4.1 Introdugao Neste capitulo so apresentados os sistemas de aterramento mais simples, com geometria e configuragées efetuadas por hastes, anel e fios. Sendo a malha de terra um sistema de aterramento especial, um capitulo & parte ser dedicado ao seu estudo. O escoamento da corrente elétrica emanada ou absorvida pelo sistema de aterramento, se dé, através de uma resistividade aparente que o solo apresenta para este aterramento em especial. Portanto, seréo analisados, inicialmente, os sistemas de aterramento em relagao a uma resistividade aparente. No Capitulo 6 sera abordado o assunto sobre a resistividade aparente (pa). Como o célculo da resistividade aparente (pa) depende do solo e do tipo de sistema de aterramento, sero vistos a seguir, varios tipos de sistemas de aterramento. 4.2 Dimensionamento de Um Sistema-de Aterramento com Uma Haste Vertical Uma haste cravada verticalmente em um solo homogéneo, de acordo com a figura 4.2.1, tem uma resisténcia elétrica que pode ser determinada pela formula 4.2.1. Onde: Parane = £5 tm (4) 0) (4.21) d 61 62 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO Figura 4.2.1: Haste Cravada no Solo pa = Resistividade aparente do solo [0.m] L = Comprimento da haste [m] d_ > Diametro do circulo equivalente & Area da secgéo transversal da haste [m] A figura 4.2.2, exemplifica a seccao transversal. Figura 4.2.2: Secgdo Transversal da Haste Circular e em Cantoneira No caso de haste tipo cantoneira, deve-se efetuar o célculo da drea da sua secgo transversal e igualar & rea de um circulo. Assim: 2 Scantoneira = Seireuto = * (3) d= 1 7 (4.2.2) d = Diametro do circulo equivalente 4 area-da secgdo transversal da cantoneira Onde: 63 Observacio: Para haste com secgao transversal diferente, 0 procedimento é 0 mesmo do caso.da cantoneita, desde que a maior dimensao da secgdo transversal em relagéo ao comprimento da haste seja muito pequeno. Exemplo 4.2.1 Determinar a resisténcia de terra de uma haste de 2,4m de comprimento com diametro 15mm, cravada verticalmente em um solo com pa = 100 Q.m. A figura 4.2.3 apresenta os dados deste exemplo. B15 mm Figura 4.2.3: Dados do Exemplo Ranaate = seog In (2) QnL d 100 4.2,4 Ranane = 9 4 ™ (a ) ¢ Rihaste = 42,85 Nem sempre o aterramento com uma tinica haste fornece o valor da resisténcia desejada. Neste caso, examinando-se a formula 4.2.1, pode-se saber os parametros que influenciam na redugéo do valor da resisténcia elétrica. Eles so: « Aumento do diametro da haste; © Colocando-se hastes em paralelo; © Aumento do comprimento da haste; * Redugdo do pa utilizando tratamento quimico no solo. 64. CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO Sera vista, a seguir, a influéncia de cada parametro, gerando assim, alternati- vas para reduzir a resisténcia do aterramento. Pode-se observar também que a expresso 4.2.1 no leva em conta o material de que é formada a haste, mas sim do formato da cavidade que a geometria da haste forma no solo. © fluxo formado pelas linhas de corrente elétrica entra ou sai do solo, utilizando a forma da cavidade. Portanto, 0 Rinsste Tefere-se somente a resisténcia elétrica da forma geométrica do sistema de aterramento interagindo com 0 solo. As- sim, generalizando, a resisténcia elétrica de um sistema de aterramento é apenas uma parcela da resisténcia do aterramento de um equipamento. A resisténcia total vista pelo aterramento de um equipamento (figura 4.2.4) é composta: a) Da resisténcia da conexio do cabo de ligacéo com 0 equipamento; b) Da impedancia do cabo de ligacao; ¢) Da resisténcia da conexao do cabo de ligagdo com o sistema de aterramento em- pregado; 4) Da resisténcia do material que forma o sistema de aterramento; e) Da resisténcia de contato do material com a terra; f) Da resisténcia da cavidade geométrica do sistema de aterramento com a terra. tee - as e . Deste total, a tiltima parcela, que é a resisténcia de terra do sistema de ater- ramento, é a mais importante. Seu valor é maior e depende do solo, das condigées climaticas, etc.. Jé as outras parcelas sio menores e podem ser controladas com faci- lidade. 4.3 Aumento do Didmetro da Haste Aumentando-se o didmetro da haste, tem-se uma pequena redugio que pode ser observada analisando a formula 4.2.1. Esta redugao apresenta uma saturagao ao aumentar-se em demasia o didmetro da haste. A figura 4.3.1 mostra a redugdo em (%) da resisténcia da haste com o aumento do diémetro em relacdo & haste original. Convém salientar que um aumento grande do didmetro da haste, sob o ponto de vista de custo-beneficio, nao seria vantajoso. Na pratica, o diametro que se utiliza para as hastes, é aquele compativel com a resisténcia mecanica do cravamento no solo. Rede primaria Trofo Poste solo Figura 4.2.4: Resisténcia Elétrica Total do Equipamento 65 a oe CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO | 67 1 No caso de duas hastes cravadas no solo homogéneo, distanciadas de ”a”, a figura 4.4.2 mostra as superficies equipotenciais que cada haste teria se a outra no existisse, onde pode ser observada também a zona de interferéncia. ZONA DE INTERFERENCIA i “ u ™ “ Dida Figura 4.3.1: Redugao do Valor da Resisténcia de Uma Haste Vertical em Fungao do Diémetro da Haste ‘ 4.4 Interligagao de Hastes em Paralelo A interligagéo de hastes em paralelo diminui sensivelmente o valor da te- sisténcia do aterramento. O célculo da resisténcia de hastes paralelas interligadas nao i segue a lei simples do paralelismo de resisténcias elétricas. Isto é devido as inter- } feréncias nas zonas de atuago das superficies equipotenciaig, A figura 4.4.1 mostra as a | superficies equipotenciais de uma haste vertical cravada no solo homogéneo. Figura 4.4.1: Superficies Equipotenciais de Uma Haste Figura 4.4.2: Zona de Interferéncia nas Linhas Equipotenciais de Duas Hastes 68 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO. A figura 4.4.3 mostra as linhas equipotenciais resultantes do conjunto formado pelas duas hastes. Figura 4.4.3: Superficies Equipotenciais de Duas Hastes A zona de interferéncia das linhas equipotenciais causa uma Area de bloqueio do fluxo da corrente de cada haste, resultando uma maior resisténcia de terra indi- vidual. Como a area de dispersio efetiva da corrente de cada haste torna-se menor, a resisténcia de cada haste dentro do conjunto aumenta. Portffnto, a resisténcia elétrica do conjunto de duas hastes é: Rihaste oe < Rehaste < Rinaste (4.4.1) Observe-se que o aumento do espagamento das hastes paralelas faz com que a interferéncia seja diminuida, Teoricamente, para um espacamento infinito, a inter- feréncia seria nula, porém, um aumento muito grande do espagamento entre as hastes nao seria economicamente vidvel. Na pratica, o espagamento aconselhdvel gira em torno do comprimento da haste. Adota-se muito 0 espacamento de 3 metros. 4.5 Resisténcia Equivalente de Hastes Paralelas Para o célculo da resisténcia equivalente de hastes paralelas, deve-se levar em conta o acréscimo de resisténcia ocasionado pela interferéncia entre as hastes. A 69 formula 4.5.1 apresenta a resisténcia elétrica que cada haste tem inserida no conjunto. Ro=Rat YD Ram (4.5.1) m=1 m#h Onde: Ry, => Resisténcia apresentada pela haste "h” inserida no conjunto considerando as interferéncias das outras hastes n = Numero de hastes paralelas Ran => Resisténcia individual de cada haste sem a presenca de outras hastes (férmula 4.2.1) Rim => Acréscimo-de resisténcia na haste ”h” devido interferéncia mtitua da haste ”m”, dada pela expressio 4.5.2 2g Rim = In Gat ate (4.5.2) Am Leben — (Bim = L)? nm => Espacamento entre a haste ”h” e a haste ”m” (em metros) L => Comprimento da haste [m] A representacio de bim esté na figura 4.5.1, seu valor é obtido pela ex- pressio 4.5.3. Figura 4.5.1: Parametros das Mituas Entre as Hastes “h” e “m” |. (4.5.3) 0 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO Num sistema de aterramento emprega-se hastes iguais, o que facilita a padro- nizagdo na empresa, ¢ também o célculo da resisténcia equivalente do conjunto. Fazendo o célculo para todas as hastes do conjunto (expressio 4.5.1) tem-se os valores da resistncia de cada haste: Ry Ra Ray + Rag + Rig +++ t+ Rin Ray + Rr + Ras + +++ Ran Bey = Rua + Roa + Roa + +++ Ram Determinada a resisténcia individual de cada haste dentro do conjunto, j& considerados os acréscimos ocasionados pelas interferéncias, a resisténcia equivalente das hastes interligadas ser a tesultante do paralelismo destas. Figura 4.5.2. SOLO Figura 4.5.2: Paralelismo das Resisténcias (4.5.4) (4.5.5) 4.5.1 Indice de Aproveitamento ou indice de Redugio (K) E definido como a relagio entre a resisténcia equivalente do conjunto (Req) € a resisténcia individual de cada haste sem a presenca de outras hastes. 1 tae = 4.5.6 Rikers ) 1 Isolando Reg, tem-se: = KRinaste (4.5.7) A expressio 4.5.7 indica que a resisténcia equivalente (Req) do conjunto de hastes em paralelo est reduzida de K vezes o valor da resisténcia de uma haste isoladamente. Para facilitar o calculo de Re, 0s valores de K séo tabelados, ou obtidos através de curvas, como seré visto a seguir. 4.6 Dimensionamento de Sistema de Aterramento Formado Por Hastes Alinhadas em Paralelo, Igualmente Espaga- das A figura 4.6.1 mostra um sistema de aterramento formado por hastes alinhadas em paralelo, CONDUTOR DE INTERLIGAGEO dori (= hastes —= Figura 4.6.1: Hastes Alinhadas em Paralelo E um sistema simples e eficiente, muito empregado em sistema de distribuicio de energia elétrica, no aterramento de equipamentos isolados. Dentro da érea urbana, efetua-se o aterramento ao longo do meio fio da calgada, 0 que é econdmico e n&o prejudica o transito. 2 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO O cdlculo da resisténcia equivalente de hastes paralelas alinhadas é feito usan- do as formulas 4.2.1, 4.5.1, 4.5.2 ¢ 4.5.5, e pela formula 4.5.6 é calculado o coeficiente de redugao (K). Exemplo 4.6.1 Calcular a resisténcia equivalente do aterramento de quatro hastes alinhadas como mostra a figura 4.6.2 em fungéo de pa. Determinar o indice de redugao (K). Figura 4.6.2: Sistema com Quatro Hastes AlinMfidas Escrevendo a formula 4.5.1 extensivamente para o sistema de quatro hastes, teremos: Ry = Ru t+ Rit Ris + Raa Ry = Ra + Roo + Rog + Roa Rs = Roi + Roa + Ras + Roa Ra = Ra + Rag + Rag + Rag Como as hastes sio todas do mesmo formato, temos: oe ape 4) = pa 4.24“) _ Ruy = Raa = Ro = Ru = gn (F) = PO tn Tasos) ~ Mea 3 Devido & zona de bloqueio, as resisténcias mutuas de acréscimo sio obtidas usando a formula 4.5.2. pa (bu + L)? — e}, Ri = Ry = Ras = Ra = Ro = Reg = Tn [Seta bra = VL? + = /5,76 + 9 = V/14, 76 = 3, 841m _ pa (3,841 + 2,4)? — 3? =0,048, Ru=Faa™ [Sey Celie — Ro = Ru = Ln [OBt bea Rig = Ror = Raa = Raa = 25 In eros cae on bys = 6,462m Pa jp, | (6,462 + 2,4)" - 6 2,4” 6 — (6,462 2,4)? _ pp — PO yy, [loa tL) - ee Rua = Ra = gop lm Es = (bu £) 14 = 9m big = 9? +24? = 9, 314m (9,314 42,4)? - 9 P= (9,314 2,47 Rig = | = 0,0258pa In =0,0174pa Gilculo de Ri, Ro, Rae Ra Ry = 0,44pa + 0,048pa + 0,0258pa +0, 0174pa = 0,5312pa = 0,048pa + 0,44pa +0, 048pa + 0, 0258pa = 0,5618pa 0,0258pa + 0,048pa + 0,44pa + 0,048pa = 0,5618pa Ry = 0,0174pa + 0, 0258pa + 0,048pa +0, 44a = 0,5312pa Devido & simetria, Ri = Rye Ry = Rs Calculo da Resisténcia Equivalente (Reqy,); Usando 4.5.5 4 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO. 1 T Hn T T5312 pa ar 0,5618pa ae 0,5618pa < Rean = 7 = 0,1365pa 5aIzpa indice de Redugdo (K) i = Bet _ 051365 pa Ran 0,44pa = 0,31 Isto significa que a resisténcia equivalente de quatro hastes é igual a 31% da re- sisténcia de uma haste isolada. Para evitar todo esse caminho trabalhoso, 0 coeficiente de redugao (K) é tabelado e esta apresentado nas tabelas do Apéndice A. Nas tabelas tem-se disponivel o valor da resisténcia de uma haste, obtida usando a formula 4.2.1 em fungao de pa. Além da coluna do K, tem-se a coluna do Reg = K Rihaste em fungao de pa. Assim, no exemplo 4.6.1, usando a tabela A.0.5, pode-se ter diretamente o indice de reducio K = 0,31 eo Req, =0,136pa. Analisando as tabelas do coeficiente de redugdo (K) para hastes alinhadas, pode-se observar que também existe uma saturacdo na diminuigdo da resisténcia equi- valente com o aumento do ntimero de hastes. Na pratica, o ntimero de hastes alinhadas 6 limitado a 6 (seis), acima do qual o sistema torna-se anti-econémico. e Exemplo. Um sistema de aterramento consiste de oito hastes, espacadas de 3m, cravadas em um solo com pa = 100 2.m. O comprimento das hastes é de 2,4m e o didmetro de 1”, Pede-sez a) Resisténcia do sistema de aterramento; = fn (M4) = 8 Rinene = 97, Im Gi “Ord” 4.2,4 2, 54. 10-? Rihoate = 0, 44pa = 440 Para 8 (oito) hastes, K = 0,174 conforme Tabela A.0.5 do Apéndice A. Regu, = K . Rinaste = 0,174.44 = 7,60 8 : ea eos, 2 b) Quantas hastes deve ser cravadas para ter-se uma resisténcia maxima de 1007 Re, < 100 Req = K Rihaste S10 Keo 4 Kk <0,227 7 44 Da Tabela A.0.5 obtém-se 6 (seis) hastes ou mais. ¢) Fazer uma curva Req x N2 de hastes em paralelo com ¢ = 3m para as hastes dadas. Usando sistematicamente a Tabela A.0.5, efetua-se a curva que est apresen- tada na figura 4.6.3. n® de haste Figura 4.6.3: Curva Req X N@ de Hastes em Paralelo CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO 4.7 Dimensionamento de Sistema de Aterramento com Has- tes em Triangulo ___ Paraeste sistema as hastes so cravadas nos vértices de um tridngulo equildtero. Figura 4.7.1. Figura 4.7.1: Triangulo Equildtero Todo o dimensionamento do sistema em triéngulo, baseia-se na definigao do indice de redugio (K) visto no subitem 4.5.1. -_. (4.7.1) Onde: Rihaste => Resisténcia elétrica de uma haste cravada isoladamente no solo K_ = Indice de reducao do sistema de aterramento Rega => Resisténcia equivalente apresentada pelo sistema de aterramento em triéngulo com lado ”e” 7 Os indices de redugéo (KK) sao obtidos diretamente das curvas da figura 4.7.2. 09 7 8 az + ° 05 Lo 1B 20 25 30 ESPACAMENTO EM METROS RELACAO DE RESISTENCIA(x.) Figura 4.7.2: Curvas dos K x e As curvas sdo para hastes de }” e 1”, com tamanhos de 1,2; 1,8; 2,4 e 3 metros. Exemplo 1 Num solo onde pa = 100 2.m, determinar a resisténcia do sistema de aterra- mento com trés hastes cravadas em triangulo com lado de 2m, sendo o comprimento da haste 2,4m e o diametro 2”. Se ee Rasowe = ger” (FZ) =a 4.2,4 -2,54.10-? ) =0,44pa A telagao acima poderia ser tirada diretamente da Tabela A.0.5. Rihaste = 0,44pa = 0,44. 100 = 44 Regg = K Rinaste Pela figura 4.7.2, tem-se K = 0,46 Rega = 0,46.44 = 20,240 os 4.8 Dimensionamento de Sistemas com Hastes em Quadra- do Vazio A figura 4.8.1, mostra o sistema com o formato de quadrado vazio, onde as hastes so colocadas na periferia a uma distancia "e” das hastes adjacentes. : 9 78 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO Figura 4.8.1: Quadrado Vazio rc RELACAO DE RESISTENCIA (x } A resisténcia equivalente do sistema é dada pela expressio 4.5.7 com o indice de redugio (K) obtido das figuras 4.8.2 ¢ 4.8.3. 1,0, er Espagamento em Os 1,0 1s 20 25 30 Metros 09 \ LA Figura 4.8.3: Trinta e Seis Hastes em Quadrado Vazio Exemplo 4.8.1 Oito hastes formam um quadrado vazio com e = 2m, sendo o comprimento da haste 3m e o diametro 1”, determinar a Rega - Rirante = 0,327 pa & RELACAO DE RESISTENCIA (x ) $e eg CRO 7 | x Rega = K Rihaste 12,40 Da figura 4.8.2, tem-se K = 0,27. c 2 a [Oo 18 20 25 so ) ESPACAMENTO EM METROS Regn = 0,27 .0,327 . pa = 0,08829 pa : Oito Hastes em Quadrado Vazio 80 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO 4.9 Dimensionamento de Sistema com Hastes em Quadrado Cheio As hastes so cravadas como mostra a figura 4.9.1. Figura 4.9.1: Quadrado Cheio eae Sy - + « Os indices de redugio (K) sio obtidos pelas curvas das figuras 4.9.2 ¢ 4.9.3. os \ fj. I— v2" \_L 30m : Ys 3 --- 1 07 06 | os 0.4] 03 RELACAO DE RESISTENCIA (K ) a2 ° os 10 1s 20 ay Espacamento em metros Figura 4.9.2: Quatro Hastes em Quadrado Cheio (Vazio) al RELAGAO DE RESISTENCIA(K ) ° op 1,0 45 2,0 250 3D Espacamento em metros Figura 4.9.3: Trinta e Seis Hastes em Quadrado Cheio Exemplo 4.9.1 Quatro hastes de 2,4m e d = }” formam um quadrado com e = 2m e estado cravadas num solo com pa = 100 9.m. Determinar o valor de Regs « Rihoste = 0,44 pa = 0,44 .100 = 440 R K Ritaste eam Da figura 4.9.2 tem-se K = 0,375. Reg = 0,375.44 = 16,52 4.10 Dimensionamento de Sistema com Hastes em Circun- feréncia As hastes esto igualmente espacadas ao longo da circunferéncia com raio R. Ver figura 4.10.1. Os respectivos indices de reducao sao obtidos na figura 4.10.2. Figura 4.10.1: Hastes em Circunferéncia ooze 020 =} 2,400 RELACAO DE RESISTENCIA (x ) 2 4 SSeS rh 1} 90 Lito | 4 a 30 NOMERO DE HASTES Figura 4.10.2; Hastes em Circunferéncia com Nove Metros de Raio TT 83. Exemplo 4.10.1 Determinar a resisténcia equivalente do sistema formado com 20 hastes com L =2,4m e d= }” que estao cravadas ao longo de uma circunferéncia de raio 9m. A resistividade aparente é igual a 180 (.m. Rihaste = 0,44 pa Rihaste = 79,22 Da figura 4.10.2 tem-se K = 0,095. Rego = 7,524.9 4.11 Hastes Profundas © objetivo principal é aumentar 0 comprimento L da haste, o que faz, de acordo com a expressio 4.2.1, decair o valor da resistencia praticamente na razio inversa de L. Na utilizagéo do sistema com hastes profundas, varios fatores ajudam a me- Ihorar ainda mais a qualidade do aterramento. Estes fatores sho: « Aumento do comprimento da haste; © Camadas mais profundas com resistividades menores; ¢ Condigao de agua presente estdvel ao longo do tempo; « Condigao de temperatura constante e estavel ao longo do tempo; # Producao de gradientes de potencial maiores no fundo do solo, tornando os po- tenciais de passo na superficie praticamente despreziveis. Assim, devido &s consideracées acima, obtém-se um aterramento de boa qua- lidade, com o. valor de resisténcia estdvel ao longo do tempo. A dispersio de corrente se dé nas condigdes mais favoraveis, procurando regiées mais profundas de menor resistividade, o que atenua consideravelmente os gradientes de potencial na superficie do solo. Para a execugio desse sistema, usa-se basicamente dois processos que seréo vistos a seguir: 84 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO. a) Bate-Estaca Por este método as hastes sio uma a uma cravadas no solo por um bate- estacas. As hastes emendaveis possuem rosca nos extremos e a conexdo é feita por luvas. Ver figura 4.11.1. ROSCA ROSCA" LUvA DE EMENDA HASTE Rosca ——r Figura 4.1L: Hastes com Rosca e Luva de Conexéo Um bate-estaca produz, normalmente, 80 batidas/minuto e a haste vai sendo Ientamente cravada no solo. Ver figura 4.11.2. MOTO -COMPRESSOR — VIBRADOR C/ 80 BATIDAS/min * — BATEDOR Ps Px Figura 4.11.2: Bate-Estaca e Hastes Emendaveis 85 . Dependendo das condigées do terreno possivel, por este processo, conseguir até 18 metros de profundidade. b) Moto-Perfuratriz Como visto anteriormente, a disperso das correntes em uma haste profunda se da praticamente na camada de menor resistividade. Em vista disso, algumas empresas de energia elétrica, ao invés de cravar hastes emendaveis, utilizam a técnica de cavar 0 buraco no solo e, em seguida, introduzir uma tinica haste soldada a um fio longo que vai até a superficie. Ver figura 4.11.3. SOLO —< | Figura 4.11.3: Haste Profunda Recomenda-se também, introduzir no buraco, limalha de cobre. Esta limalha distribuida no buraco vai, lentamente, penetrando no solo, aumentando consideravel- mente 0 efeito da atuagio da haste, que facilita a dispersio da corrente no solo, pois se obtém uma menor resisténcia elétrica do sistema. O processo de cavar 0 buraco no solo utiliza uma moto-perfuratriz de poco manual (figura 4.11.4). Por este processo pode-se conseguir até 60 metros de profun- didade, dependendo, evidentemente, das caracteristicas do solo. TANOUE DYAGUA GAPAC. 2,000. 7 MOTO PERFURATRIZ capegore ‘IRATORIO wiorabLico ste DE, PEnFURAG EO VALVULAS: Manu RETORNO RESERVATORIO DE cemncucegio Figura 4.11.4: Perfuragao do Buraco CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO A técnica apresentada na figura 4.11.4 tem os seguintes problemas: # Risco para 0 operador; # Ruido excessivo causado pelos motores da perfuratriz e da bomba d’égua. Para contornar os problemas citados pode-se utilizar as alternativas abaixo: © Moto-perfuratriz acoplada ao brago de um guindaste; © Perfuratriz e bomba d’égua acionados por transmissio flexivel acoplada & trans- missao do veiculo; ¢ Perfuratriz © bomba d’égua acionadas hidraulicamente por presso do éleo do guindaste. | A tltima alternativa é a que apresenta melhores resultados, sendo a recomen- dada?. ] O controle da resisténcia elétrica é feito com medigées durante a escavacao. Alcancando-se o resultado esperado, tira-se a broca e coloca-se rapidamente o cabo com a haste na ponta. Com o tempo a resisténcia elétrica diminui devido a movimentagao do terreno fechando e compactando completamente o buraco. Com este proceso, néo se alcangando bons resultados, recomenda-se as se- guintes alternativa: © Fazer uma malha de terra; @ Deslocar o equipamento a ser aterrado; © Usar hastes profundas em paralelo. 1A OPEL foi a primeira empresa no pais a adotar o aterramento profundo, usando inicialmente a perfuratriz, de poco com motor de combustio interna a gasolina. Devido a alguns problemas, este proceso foi evoluindo até chegar a perfuratriz € bomba d’égua acionadas hidraulicamente por pressio do dleo desenvolvido pelo préprio veiculo, Neste processo sem ru(do, a rotacio da broca é menor, produzindo um étimo desempenho, com menor desgaste da broca. 88 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO 4.12 Resisténcia de Aterramento de Condutores Enrolados em Forma de Anel e Enterrados Horizontalmente no Solo A figura 4.12.1 mostra um aterramento em forma de anel que pode ser usado aproveitando 0 buraco feito para, a colocagio do poste. TRAFO Yj POSTE —————¥ Te H. Figura 4.12.1: Aterramento em Forma de Anel A resisténcia de aterramento em anel é dada pela formula 4.12.1. a, (=) (9) ae (Fe (4.12.1) Onde: p = Profundidade que esta enterrado o anel [m] r > Raio do anel (m] d = Diametro do circulo equivalente 4 soma da sec&o transversal dos condutores que formam o anel [ml 89 Exemplo 4.12.1 ” Determinar a resisténcia de um anel com 50cm de raio, diametro do condutor de 10mm, enterrado a 60cm em um solo com resistividade aparente de 1.000 2.m. 1000 4.0,52 Rone = 9,5 (nies) Ranet = 1036, 71 2 4.13 Sistemas com Condutor Enterrado Horizontalmente no Solo A resisténcia de aterramento de um condutor enterrado horizontalmente no solo, é dada pela formula 4.13.1. Ver figura 4.13.1. = fe aut 2 _ (py ,icpy* Root n(Z a (7) +3(7) a oy Onde: Pp => Profundidade em que est enterrado o condutor [m] L = Comprimento do condutor {m] r => Raio equivalente do condutor [m} Apresenta-se a seguir, as formulas para a obtengio da resisténcia de aterra- mento dos condutores enterrados horizontalmente no solo, que tenham as configuragées da figura 4.13.2. 90 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO Pe a Hs u L ° d e Figura 4.13.2: Configuragdes Horizontais de Condutores a) Dois condutores em angulo reto, letra (a) da figura 4.13.2. e Sean a oe P py? p\* Raf ['>( %) ~0,2373 +0, 85842 + 1,056 (2) 10,85 (2) [2] 4.13.2) Onde: ( ) L = Tamanho de cada segmento retilineo a partir da conexao (m] b) Configuracéo em Estrela com trés pontas, letra (b) da figura 4.13.2. =f _ P p\? p\4) Ra [m (4) + 1,077 ~ 0,8362 + 3,808 (2) — 13,824 (2) {0 (4.13.3) ¢) Configuragéo em Estrela com quatro pontas, letra (c) da figura 4.13.2. a 2 ‘ R= ot [™ (4) +2,912 — 4,284 + 10,32 (2) — 37,12 (2) ] {Q] ~ 4b rp, L (4.13.4) 4) Configuracéo em Estrela com seis pontas, letra (d) da figura 4.13.2. pa BR : p? ( ‘ el in ( 7 7 PY" ~195,4 (2 9) Rae ['= (Z) +6001 12,5122 +28, 128 (2) 125,4(2 (2) (4.13.5) e) Configuragéo em Estrela com oito pontas, letra (e) da figura 4.13.2. B : 2) 2) a ['* (4) + 10,98 — 22,042 + 52,16 (2 — 299,52 (2 (9) (4.13.6) Exemplo 4.13.1 ‘Tendo-se disponivel 60m de um condutor com diametro de 6mm, fazer todas as configuragées propostas na figura 4.13.2, para aterramento a 60cm da superficie em um solo com resistividade aparente de 1.0000.m. Os resultados sao apresentados na Tabela 4.13.1. Configuracéo Resistencia [2] 1 fio 35,00 3 fios em Angulo reto 64,77 Estrela 3 pontas 67,28 Estrela 4 pontas 73,21 Estrela 6 pontas 87,17 Estrela 8 pontas 101,83 Tabela 4.13.1: Solugéo do Exemplo 92 CAPITULO 4. SISTEMAS DE ATERRAMENTO Capitulo 5 Tratamento Quimico do Solo 5.1 Introdugao ‘Todo sistema de aterramento depende da sua integragéo com o solo e da resistividade aparente. Se o sistema ja esta fisicamente definido ¢' instalado, a inica maneira de diminuir sua resisténcia elétrica é alterar as caracteristicas do solo, usando um trata- mento quimico. O tratamento quimico deve ser empregado somente quando: * Existe o aterramento no solo, com uma resisténcia fora da desejada, e nao se pretende alteré-lo por algum motivo; Nao existe outra alternativa possivel, dentro das condigées do sistema, por im- possibilidade de trocar o local, e 0 terreno tem resistividade elevada. 5.2 Caracteristica do Tratamento Quimico do Solo © tratamento quimico do solo visa a diminuigéo de sua resistividade, con- seqiientemente a diminuigao da resisténcia de aterramento, Os materiais a serem utilizados para um bom tratamento quimico do solo devem ter as seguintes caracteristicas: © Boa higroscopia; ¢ Nao lixividvel; 93 CAPITULO 5. TRATAMENTO QUIMICO DO SOLO © Nao ser corrosivo; © Baixa resistividade elétrica; © Quimicamente estdvel no solo; # Nao ser téxico; ¢ Nao causaf dano & natureza. 5.3 Tipos de Tratamento Quimico Sao apresentados, a seguir, alguns produtos usados nos diversos tipos de trata- mento quimico do solo. a) BENTONITA Bentonita é um material argiloso que tem as seguintes propriedades: © Absorve facilmente a gua; « Retém a umidade; Boa condutora de eletricidade; : © Baixa resistividade (1,2 a 4 .m); « Nao é corrosiva (pH alcalino) e protege o material do aterramento contra a cor- rosao natural do solo. E pouco usada atualmente. Hoje é empregada uma variacio onde se adiciona gesso para dar maior estabilidade ao tratamento. b) EARTHRON Earthron é um material liquido de lighosulfato (principal componente da polpa da madeira) mais um agente geleificador e sais inorginicos. Suas principais propriedades sio: © Nao é sohivel em égua; @ Nao é corrosivo, devido & substancia gel que anula a agéo do dcido da madeira; @ Seu efeito é de longa duracio; E de facil aplicacdo no solo; £ quimicamente estavel; @ Retém umidade. c) GEL © Gel é constituido de uma mistura de diversos sais que, em presenca da Agua, formam 0 agente ativo do tratamento. Suas propriedades séo: © Quimicamente estével; « Nao é sokivel em dgua; © Higroscépico; Nao é corrosive; « Nao é atacado pelos dcidos contidos no solo; © Seu efeito é de longa duragao. 5.4 Coeficiente de Redugao Devido ao Tratamento Quimico do Solo (Ki) 0 valor de K; poderd ser obtido, para cada caso, medindo-se a resisténcia do aterramento antes e apés 0 tratamento. Desta forma, obtém-se Kj = Reomteatament (64.1) Reem tratamento Para ilustrar, na figura 5.4.1 tem-se um grafico dos valores provaveis de K em funcio da resistividade do solo para um tratamento do tipo GEL. A regido hachurada é a faixa provavel dos valores de K, dado pelo fabricante. Observa-se que em solos com alta resistividade, o tratamento quimico é mais eficiente. 96 CAPITULO 5. TRATAMENTO QUiMICO DO SOLO — —+— o F 60° 0° 0 500 20% 40° 60° 90° 90° 70% ,40° 60° 005 oe ye 16 90% 008 piim! Figura 5.4.1: Valores Tipicos de Ky em Fungo da Resistividade Exemplo 5.4.1 Um aterramento tem um valor de 8702 num local cuja resistividade é de 2.000 Q.m. Qual a faixa provavel do valor de Riratamento 8¢ for feito um tratamento quimico no solo a base de GEL? Da figura 5.4.1 obtém-se 0,2 < K, < 0,34 entao Kinserion RS Reratamento S Ke R S Keruperior 174.2 S Reratamento S 295,8 % 97 5.5 Variacgdo da Resisténcia de Terra Devido ao Tratamento -Quimico Nos gréficos das figuras 5.5.1, 5.5.2 e 5.5.3 é apresentado o comportamento das variagdes da resisténcia de terra com o tratamento quimico do solo. 16007 antes DO 400 TRATAMENTO 2 S200} glo OEPOIS DO q 809 “TRATAMENTO g «Gi 600 # 9 40 a 201 olttiiit 7 2h 22 8 3 Figura 5.5.1: Resisténcia de Terra Reduzida pelo Tratamento Quimico do Solo 130, vol} 19] 100 90] 20h} ~ 7 SOLO NAO : TRATADO 50] 4 30} 20 to o G3 2 a eee Sz G3 223 8 2 July AN RESISTENCIA EM OHMS. war,| Figura 5.5.2: Tratamento Quimico do Solo e as Variagées Mensais da Resisténcia 98 CAPITULO 5. TRATAMENTO QUIMICO DO SOLO 80; faa ee sees) a g 60 5 N/TRATADO es = € o F 49} w 3 € s TRATADO. B 204 a o = o! WAN. 0 2 3 4 5 TEMPO EM ANOS Figura 5.5.3: Variag3o da Resisténcia de Terra, com o Tempo, de Hastes em Solos ‘Iratados ¢ Nao Tratados Adjacentes Pode-se observar que pela figura 5.5.3, o tratamento quimico vai perdendo o seu efeito. Recomenda-se fazer novo tratamento apés algum tempo. 5.6 Aplicacgéo do Tratamento Quimico no Solo A seguir, nas figuras 5.6.1 ¢ 5.6.2 6 mostrado uma seqiiéncia de ilustragdes de aplicagéo do tratamento quimico do solo. A figura 5.6.2 foi obtida da referéncia. [48]. MATERIAL 9 TRATAMENTO ‘Coneato cow Tenn WASTE 0 TERRA buraco em torno tratado. jetrodo Mistura da metade do solo retirade do burace ey Erico-Gel" Misturar com enxada ov pa Aprox.|metode do solo retirade tsem trator} Mistura do Erico-GePcom parte do solo retirado do bureco. @ 99 v_ 100 CAPITULO 5. TRATAMENTO QUiMICO DO SOLO Aprox. metade do solo retirado (sem tratarl listura do som notural com Erico-@ Reposicde da mistura no burace do @ sieirode a'ser trerede Aprox. metade do solo retirado (sem tratar! Aprox. 40 litros ie agua AplicagGo da a'gua sobre o mistu- @ te pore 0 “storter* ao tratomen- Agitar a mistura com a ogua aplicada ate formar uma pasta N | (geld Aprox. metade do solo retirado (sem tratarl Agitar com um pedaco de madeira ou enxada a mistura com a agua aplicada,ate formar uma pasta homogania 101 © revere restante dog t tratar! sopr /* actado levem @ otratamento este terminodo Figura 5.6.2: Seqiiéncia de um Tratamento Quimico do Tipo GEL 5.7 Consideragoes Finais Como o tratamento quimico do solo é empregado na corregio de aterramento existente, deve-se entdo, apés a execugio do mesmo, fazer sempre um acompanhamento com medigées periédicas para analisar o efeito e a estabilidade do tratamento. Deve-se sempre dimensionar e executar projetos de sistemas de aterramento de modo eficiente, para nao ser necessdrio usar tratamento quimico. A agao efetiva do tratamento quimico deve-se ao fato de 0 produto quimico ser higroscépico e manter retida a Agua por longo tempo, assim, de acordo com o item 1.3, a resisténcia do aterramento decai acentuadamente, Portanto, recomenda- se nas regiées que tenham periodo de seca bem definido, molhar a terra do sistema de aterramento, o que tera o mesmo efeito do tratamento quimico.. Em subestacéo pode-se deixar instalado um conjunto de mangueiras e a periodos regulares, molhar a terra que contém a malha. Pode-se, inclusive, adicionar 4 4gua, a solugdo do produto quimico do tratamento. Em terreno extremamente seco, pode-se concretar o aterramento. O concreto tem a propriedade de manter a umidade. Sua resistividade est entre 30 ¢ 90 9.m. 102 CAPITULO 5. oT TRATAMENTO QUiMICO DO SOLO Capitulo 6 Resistividade Aparente 6.1 Resistividade Aparente Um solo com varias camadas apresenta resistividade diferente para cada tipo de sistema de aterramento. A passagem da corrente elétrica do sistema de aterramento para o solo de- pende: « Da composigio do solo com suas respectivas camadas; « Da geometria do sistema de aterramento; © Do tamanho do sistema de aterramento. Portanto, faz-se mister, calcular a resistividade aparente que representa a integrac&o entre o sistema de aterramento relativo ao seu tamanho em conformidade com o solo. O tamanho do sistema de aterramento corresponde & profundidade de penetra- go das correntes escoadas. Esta penetragao determina as camadas do solo envolvidas com 0 aterramento, e conseqiientemente, a sua resistividade aparente. Assim, é possivel definir uma resistividade, chamada aparente, que ¢ a resis- tividade vista pelo sistema de aterramento em integracéo com 0 solo, considerada a profundidade atingida pelo escoamento das correntes elétricas. Colocando-se um sistema de aterramento com a mesma geometria em solos distintos, ele terd resisténcias elétricas diferentes. Isto se dé porque a resistividade que © solo apresenta a este aterramento é diferente. 103 104 CAPITULO 6. RESISTIVIDADE APARENTE A resisténcia elétrica de um sistema de aterramento depende fundamental- mente da: © Resistividade aparente que o solo apresenta para este determinado aterramento; © Geometria e da forma como o sistema de aterramento esté enterrado no solo. Assim, genericamente, para qualquer sistema de aterramento, tem-se: Raterramento = pa f(g) (6.1.1) Onde: Reterramento => Resisténcia elétrica do sistema de aterramento pa => Resistividade aparente f(g) => Fungo que depende da geometria do sistema e da forma de colocacdo no solo Pela andlise da expresso 6.1.1, pode-se definir mais claramente 0 conceito de resistividade aparente. Para tanto, faz-se necessario a seguinte comparago: a) Colocar um sistema de aterramento ém um solo de varias.camadas. Sua resisténcia seré dada por: * Raterramento = pa f(g) b) Colocar o mesmo sistema de aterramento em posigio idéntica a anterior em um solo homogéneo, tal que a resisténcia elétrica seja a mesma. Isto é: Raterramento = ph f(g) Assim, igualando-se, tem-se: pa f(g)=ph f(g) = = pa=ph (6.1.2) Portanto, pela expressiio 6.1.2 pode-se definir a resistividade aparente (pa) de um sistema de aterramento relativo a um solo néo homogéneo, como sendo a resisti- vidade elétrica de um solo homogéneo que produza o mesmo efeito. No Capitulo 4, foram apresentadas as expresses (da forma R = pa f(g) para célculo da resisténcia elétrica para diversos tipos de sistemas de aterramento, ou eja, foram apresentadas as expressdes de f(g). Neste capitulo estuda-se a resistividade sparente ¢ as formas de calculé-la. 105 6.2 Haste em Solo de Varias Camadas A resisténcia do aterramento de uma haste cravada verticalmente em um solo com varias camadas, é dada pela férmula 4.2.1, onde a resistividade aparente é calcu- lada pela expressio 6.2.1, conhecida com a férmula de Hummel. Ver figura 6.2.1. cy Ly Pr Le 3 -i-4 Pe Ps (6.2.1) A dispersio das correntes em cada camada se dard de forma proporcional & sua respectiva resistividade bem como ao comprimento da parcela da haste nela contida. Exemplo 6.2.1 Calcular a resisténcia do aterramento relativa aos dados da figura 6.2.2. 24543 = 185, 18 Q.m 300 + i206 Rikaste = 185,18 (225) r.10 °” \i5. 10-5, Rihaste = 23,19 0 106 CAPITULO 6. RESISTIVIDADE APARENTE Soto ay=2m d2= 5m P, =200m | dy =3m B= 15mm A Py= 120m Figura 6.2.2: Haste Cravada no Solo em Camadas 6.3. Redugdo de Camadas O célculo da resistividade aparente (pa) de um sistema de aterramento é efetuado considerando o nivel de penetracio da corrente de escoamento num solo de duas camadas. Portanto, um solo com muitas camadas deve ser reduzido a um solo equiva- lente com duas camadas. e O procedimento de reducdo ¢ feito a partir da superficie, considerando-se © paralelismo entre cada duas camadas, usando a formula de Hummel, 6.3.1, que transforma diretamente o solo em duas camadas equivalentes a thtdstetdy 04 = DR di apasay es eee BeBe Rte oe deq = dy + dz +d3+~--+dn => di Onde: dj = Espessura da i-ésima camada pi => Resistividade da i-ésima camada n = Numero de camadas reduzidas 107 Assim, chega-se a apenas duas camadas no solo, conforme figura 6. SUPERFICIE 00 SOLO t Pan | | on 0 Figura 6.3.1: Solo Equivalente com Duas Camadas Exemplo 6. Transformar o solo da figura 6.3.2 em duas camadas. pe a 300 + 500 + ag deq = 8m 6.4 Coeficiente de Penetragao (a) O coeficiente de penetracio (a) indica o grau de penetragéo das correntes escoadas pelo aterramento no solo equivalente. i dado por: (6.4.1) 108 CAPITULO 6. RESISTIVIDADE APARENTE f Peso oy ce Peq=247a.m Pnvt= 96.0.0 | = o o Figura 6.3.2: Redugio e Solo Equivalente Onde: ¥ > Raio do anel equivalente do sistema de aterramento considerado Cada sistema é transformado em um anel equivalente de Endrenyi, cujo raio “p” € a metade da maior dimensdo do aterramento. 0 cdlculo de “r” para algumas configuracées, é dado a seguir: a) Hastes alinhadas ¢ igualmente espacadas (n > D, (64.2) Onde: n = Niimero de hastes cravadas verticalmente no solo e = Espacamento entre as hastes 109 b) Outras configuragées rai (6.4.3) Onde: A = Area abrangida pelo aterramento D_ = Maior dimensao do aterramento Por exemplo, no caso da malha de terra de uma subestago, a maior dimensio D éa diagonal. 6.5 Coeficiente de Divergéncia (() Para solo de duas camadas, este coeficiente é definido pela relagéo entre a resistividade da iltima camada e a resistividade da primeira camada equivalente. B= Poth (6.5.1) Pea O coeficiente é similar ao coeficiente de reflexéo entre duas camadas. 6.6 Resistividade Aparente para Solo com Duas Camadas Com 0 (a) e (8) obtidos, pode-se determinar a resistividade aparente (pa) do aterramento especificado em relagéo ao solo de duas camadas. Usando as curvas da figura 6.6.1, desenvolvidas por Endrenyi [2], onde (a) é o eixo das abscissas e (8) é a curva correspondente, obtém-se o valor de N. (6.6.1) Assim, entao: pa=N. poy (6.6.2) 110 Pott Peq CAPITULO 6. RESISTIVIDADE APARENTE 2 e a6 2.08, in I | Hl) oon a or | | ae DETERMINAGAO DA RESISTIVIDADE APARENTE 2y PARA UM SOLO COM 2 CAMADAS ESTRATIFICADAS o oa Figura 6.6.1: Curva de Resistividade Aparente on 08 o9 T m1 Exemplo 6.6.1 Um conjunto de sete hastes de 2,4 metros e diametro de }” é cravado em forma retilinea no solo da figura 6.3.2. O espacamento é de 3 metros. Determinar a resisténcia elétrica do conjunto. Pela figura 6.6.1, obtém-se: N =0,86 pa = N poy = 0,86. 247 = 212,42 Om Pela TabelaA.0.5 do Apéndice A, obtém-se: Req = 0,085 pa = 0, 085.212, 42 Re, = 18,2680 Exemplo 6.6.2 Determinar o niimero de hastes alinhadas, necessérias para se obter um ater- ramento com resisténcia maxima de 250 numa, regio onde a estratificagéo do solo é conforme a figura 6.6.2. Hastes disponiveis L = 3m, diametro igual a 3” e espacamento 3 metros. ‘Transformando em duas camadas: 9 sr = 168,75 Dm 350 + 06 O processo ¢ iterativo, porque no se conhece o ntimero de hastes alinhadas, ou seja, nao se tem a informagao da dimensao do sistema de aterramento. 2 CAPITULO 6. RESISTIVIDADE APARENTE deem 1,300 a.m se pene teq29M 44 2168,75.0.m Hoa. 7,100 am | Py 220 om | Pet 20 a.m @ 0 Figura 6.6.2: Dados da Camada do Solo 12 passo: Supor pa = pe = 168,75 2.m 22 passo: Calculo de f(g) ne S(O) = 00 = 168,75 = 0,148 Da Tabela A.0.11 do Apéndice A, pode-se constatar qfte o maior coeficiente de pa menor ou igual a 0, 148 é 0, 140. 3 hastes Fag = 0,140 po { _ 32 passo: Determinagao de pa para trés hastes alinhadas. 20 ga Putt Ae Tag ag = O19 - De eee 3 a= T= 5 = 0,333 Entrando com (a) ¢ (f) na figura 6.6.1, tem-se: N=0,9 pa=N pe, = 0,9. 168,75 = 151,875 Om 113 42 passo: Calculando-se novamente a f(g), tem-se R 25 == = = 0,165 4) = 72 = Ta, 85 O maior coeficiente de pa menor ou igual a 0,165 é 0,140. 3 hastes Ray = 0140 = Os valores sio iguais —> convergiu 52 passo: Verificacio Req = 0,140 pa = 0,140. 151,875 = 21, 263 2 4 CAPITULO 6. RESISTIVIDADE APARENTE Lo Capitulo 7 Fibrilagao Ventricular do Coragio Pelo Choque Elétrico 7.1 Introdugao O sistema de aterramento é projetado de modo a produzir, durante o curto- circuito maximo com a terra, uma distribuigio no perfil dos potenciais de passo e toque abaixo dos limites de risco de fibrilagio ventricular do coracio. Os defeitos no sistema elétrico, que geram correntes de seqiiéncia zero, terio suas correntes passando pelo aterramento. A drea do aterramento é a regido de con- centragéo das correntes de defeitos, portanto os potenciais sao clevados e cuidados especiais devem ser observados na seguranca. Um choque elétrico causa varios efeitos e sintomas no ser humano, mas dentre 0s relativos & tens&o de passo e toque, o mais importante a considerar é a fibrilacio ventricular (51, 65]. 7.2 Choque Elétrico E a perturbagao de natureza ¢ efeitos diversos que se manifesta no organismo humano quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Os efeitos das perturbacdes variam e dependem de: © Percurso da corrente elétrica pelo corpo; © Intensidade da corrente elétrica; 145 116 CAPITULO 7. FIBRILACAO VENTRICULAR DO CORAGAO PELO CHOQUE ELETRICO Tempo de duragao do choque elétrico; « Espécie da corrente elétrica; e Freqiiéncia da corrente elétrica; Tensao elétrica; Estado de umidade da pele; Condigées organicas do individuo. As perturbagées no individuo, manifestam-se por: * Inibigdo dos centros nervosos, inclusive dos que comandam a respiragao produ- zindo PARADA RESPIRATORIA; @ Alteragéo no ritmo cardiaco, podendo produzir FIBRILAGAO VENTRICULAR. e uma conseqiente PARADA CARDIACA; © Queimaduras profundas, produzindo NECROSE do tecido; @ Alterages no sangue provocadas por efeitos térmicos e eletroliticos da corrente elétrica. Se 0 choque elétrico for devido ao contato direto €m a tensio da rede, todas as manifestagdes podem ocorrer. Para os choques elétricos devidos & tensio de toque e passo impostas pelo sistema de aterramento durante o defeito na rede elétrica, a manifestagio mais im- portante a ser considerada é a FIBRILACAO VENTRICULAR DO CORAGAQ, que seré 0 assunto especifico do presente capitulo, Maiores detalhes ver referéncia [65]. 7.3 Funcionamento Mecanico do Coragao Para compreender como ocorre a fibrilagio ventricular no coragao pelo choque elétrico, hé necessidade de conhecer 0 funcionamento normal do coracao. Do ponto de vista mecanico, o coragao é uma bomba hemo-hidréulica que faz © sangue circular continuamente pelo corpo humano. Ver figura 7.3.1. O sangue venoso, isto é, pobre em O; e rico em COz, entra no coragéo pela veia cava inferior e superior, ocupando o atrio direito. Do atrio é bombeado para © ventriculo direito e deste para os pulmées, onde é feita a troca do CO pelo Oz, ut Artéria pulmonor Jdireita Veio pulmonar direito Artgna_pulmonor Pulméo direit Pulméo esquerdo Velo cava superior Yea pulmonar esquerda No SA Atrio f g ‘esquerdo diresto \\ Ventriculo No AV esquerdo Feixe de His Veia cavo inferi . °r Ventriculo direito Aorta Figura 7.3.1: Coragao Humano formando 0 sangue arterial. Este sangue retorna ao dtrio esquerdo onde é bombeado ao ventriculo esquerdo. Este iiltimo ao se contrair, impulsiona o sangue arterial para todo 0 corpo. A contragéo dos dois dtrios dé-se no mesmo instante, o mesmo ocorrendo com 08 dois ventriculos. As paredes do coragao sao formadas por fibras musculares especializadas em efetuar as contracées cardiacas de maneira permanente e ritmada. As paredes musculares do ventriculo so as mais solicitadas, porque a sua contragao deve ser forte e eficiente para prover o bombeamento do sangue com presséo adequada a todo o corpo. Portanto, é nesta regido que ocorrem os problemas cardiacos de enfarte ¢ fibrilagio ventricular. 8 CAPITULO 7. FIBRILAGAO VENTRICULAR DO CORAQAO PELO CHOQUE ELETRICO 7.4 Funcionamento Elétrico do Coragao O funcionamento mecanico do coragao é controlado e comandado eletrica- mente por dois nédulos existentes no dtrio.direito do coragéo, pontos (1) e (2) das figuras 7.3.1 e 7.4.1. FEE DE His FIORAS. MUSCULARES ‘CARDIACAS Figura 7.4.1: Esquema Elétrico do Coragio Os dois pontos so chamados de Nédulo Sino Atrial (NSA) e Nédulo Atrio Ventricular (NAV). O NSA é um gerador elétrico que, quimicamente, processa a alternacio dos fons Nat e K+, emitindo o sinal (pulso) elétrico. Este sinal, passando pela parede muscular do trio, promove a sua contracio e o sangue passa para o ventriculo. O sinal elétrico é entao captado pelo feixe de His (3) e distribuido pela rede de Purkinje (4) a todas as fibras musculares (5) do ventriculo, provocando a contrago deste. Nesta contragéo, o sangue contido na cavidade direita é impulsionado para os pulmées ¢ 0 do lado esquerdo para todo o corpo. O NSA comanda eletricamente o batimento do coracdo. O NAV ¢ 0 reserva, 119 que opera em flutuagao, acompanhando em sincronismo o sinal do NSA. Se o NSA tiver problemas e falhar, o NAV assume a responsabilidade. A figura 7.4.2 apresenta um circuito elétrico andlogo ao circuito elétrico do coracio. CARGA BARRA | | EM CARGA FIBRAS (ws) 2... MUSCULARES A VAZIO FEIXE DE REDE DE HIS. PURKINJE, Figura 7.4.2: Circuito Elétrico do Coracéo O sinal elétrico do gerador é captado pela barra (feixe de His) e distribuido pela rede de transmissio (rede de Purkinje) As cargas (fibras musculares). As fibras musculares do ventriculo da figura 7.4.1 esto polarizadas. Ao rece- berem o sinal proveniente do NSA, elas se contraem, despolarizando-se. Em seguida, deve ocorrer 0 processo de repolarizacao das fibras. Esta etapa de repolarizacao das fibras é conhecida como o periodo mais vulnerével e é 0 momento mais perigoso para ocorréncia da fibrilagio ventricular do coragao devido ao choque elétrico. Se a corrente elétrica do choque passar pelas paredes do ventriculo no instante da repolarizagao das fibras a probabilidade de fibrilacdo ventricular é grande. 120 CAPITULO 7, FIBRILACAO VENTRICULAR DO CORAGAO PELO CHOQUE ELETRICO 7.5 Fibrilagdo Ventricular do Coragdo Pelo Choque Elétrico A fibrilagéo ventricular € 0 estado de tremulagéo (vibragao) irregular e desrit- mada das paredes dos ventriculos, com perda total da eficiéncia do bombeamento do sangue. O sinal detectado no eletrocardiograma e a pressio arterial sio mostradas na figura 7.5.1. R Choque Fibrilacdo Ventricular Pressio 120 arterial « 40 mm Hg ° Figura 7.5.1: Sinal do Eletrocardiograma e Pressdo Arterial A pressio arterial cai a zero, isto 6, 0 sangue esté parado no corpo. Este estado é conhecido por MORTE APARENTE. Pensava-se, hd pouco tempo atrés, que a corrente elétrica do choque, ao passar pelo coracao, mais precisamente pelo NSA e NAV, fazia com que estes se destegulassem, passando a emitir sinais cadticos e desritmados, produzindo a fibrilagdo ventricular. Verificou-se, posteriormente, que os NSA e NAV nio sio os responsaveis pela fibrilagéo ventricular devido ao choque elétrico. Isto porque: * Os NSA e NAV sio muito pequenos. Em conseqiiéncia, da corrente que passa pelo corpo, apenas uma densidade menor afeta o coracdo e desta, somente uma 121 infima parcela passa pelos nédulos; ¢ Os nédulos tém uma répida recuperagéo. Na tealidade, 0 que acontece é que o coracéo humano é um érgéo muito complexo. As paredes do ventriculo sio formadas por tecidos diferentes superpostos de maneira estratificada. Figura 7.5.2. —— | Connie ee SF itinie ee, SS. Figura 7.5.2: Parede do Coragio Esta heterogeneidade confere a cada camada, densidade e espessura diferentes. Além disso, cada camada tem sua prépria freqiiéncia mecAnica natural de ressonancia. A corrente elétrica do choque, ao passar por estas camadas, produz vibragées distintas, quebrando a eficiéncia da repolarizagao. Isto gera uma despolarizagao cadtica nas fibras musculares que compéem as paredes do ventriculo. Conseqiientemente, as fibras no mais obedecem e no respondem sincronicamente aos sinais emitidos pelo NSA. As paredes ficam entao, tremulando, caracterizando o estado de fibrilagéo. Ver figura 7.5.3. Como o sangue nao mais circula pelo corpo, séo as células cerebrais as primeiras a serem prejudicadas. A fibrilagao ventricular é irreversivel espontaneamente. Se nenhuma provi- déncia for tomada dentro de quatro minutos, os danos cerebrais so comprometedores. Dentro de oito a doze minutos a fibrilacao vai diminuindo sua intensidade, passando para o regime de parada cardiaca. 7.6 Desfibrilador Elétrico O desfibrilador elétrico é um aparelho usado para reverter a fibrilagéo ventri- cular. Ver figura 7.6.1. 122 CAPITULO 7. FIBRILAGAO VENTRICULAR DO CORAGAO PELO CHOQUE ELETRICO REOE DE PURKINJE FIBRAS MUSCUL ARES CARDIACAS DESPOLARIZADAS FEIXE DE His TECIDOS ODISTINTOS Figura 7.5.3: Fibras Despolarizadas Seu funcionamento é simples. A descarga de um capacitor C é feita de modo que sua corrente elétrica tenha a forma da figura 7.6.2 e passe através do coragio, no sentido do dtrio ao ventriculo. A area hachurada é a regio efetiva da corrente, e corresponde ao tempo de 10ms. A descarga produz uma avalanche de corrente unidirecional forcando as fibras a ficarem polatizadas. Obtendo-se a polarizagio, as fibras voltam a obedecer ao sinal emitido pelo NSA e 0 coracéo restabelece o seu ritmo de batimento. A energia da carga no capacitor é dada pela formula 7.6.1. E. x¢ ve (7.6.1) Onde: 123 PONTE [ RETIFICADORA Figura 7.6.1: Desfibrilador Elétrico Tita) PULSO EXPONENCIAL, TEMPO 10 ms Figura 7.6.2: Corrente da Descarga E. = Energia do capacitor [J] © = Capacitor [F] Vo > Tensio do capacitor [V] A escala do aparelho vai até 500J, a tensio no capacitor varia de 2 a 9kV, a corrente de descarga pelo térax do paciente na ordem de 1 a 30A. 7.7 Influéncia do Valor da Corrente Elétrica ‘A Tabela 7.7.1 apresenta os efeitos das correntes elétricas alternadas de 50 a 60Hz no corpo humano, sem levar em conta o tempo de duracio do choque. 124 INFLUENCIA DA CORRENTE CAPITULO 7. FIBRILACAO VENTRICULAR DO CORACAO PELO CHOQUE ELETRICO Tabela 7.7.1: Efeito da Corrente no Corpo Humano eB cy « 2 3 2 ° ° ao 4 = 4 e eS mes Z. E E 23 els za 7 z a3 es 2 = = ae Baan 3s 5 5 He ee28 82 3 8 gee | 3828 ae 7 z Bee | sence 5 3 3 g<8 | 2ee<. 30 2 2 Be piace z z z Se, |EE888 a3 5 Biol] REGEE a 3 gEOE| g8e68 =< = a oo a ne . [| 3 7 | & ze 8 2 7 ee Soe Be) te 02 gElet_s|/ e285 ef ge = SE/8E22/ SE: 25 =| 2 8 22/2288) 328 $2 ae E Ari | Res s| 6 & OA g g og ie 2s 8 5 2 2 sé wis aie Biae 8 oe < |*as e pay 8 & |egae g Eg g®gy8 2 |2e25 B E a8 & | 2?28 5 5 eee. & }tse.. & = E2088 g ENS 25 5 z <3 3 a |e a2 {28 eee? ace EB B* «| 23853 & |ee2e8 E g PEEEa “Ege8 2 g S8258 oko a ae oS 2 giles 5a : @ ¢ eseisa of 8 2°33) 2 8 3 os < JS; S es83) Se a6 ao 6 eee cose cs ies Ss 2t438 = wEo & EHOH] Om eo3 oe Bi | seal crseee) eres oe et ge age S Jasco eea ge [as a ~ Seat 3 Ese Pi aBoal 2 Bec e 2 ce g 388 teotes| 2 o 32g 8 : B |Pescse-"| “2 [£9 og Bl. 2. 8.9 Bese = S84 55085 +] 010 Oss 5 an ny Ot oe (ee? cassis] 83 |e 238 3] 865 fos S [obs g885s8) Seu les Fe F] F835 2.3 g8 222832 SER [EC SE ES) Ba 8s xyz 5 : Bic labesd] gFeE ase Ble 48 S35 [e252 8) 35 $2 Sess 3 aa £82 22283) 383222 JES 3 s mz e Baa aN as ace 2 S g5:,, 2 : : Sea gE 3 R Ba28 125 A tabela apresenta apenas uma estimativa do efeito da corrente no corpo humano. O valor da corrente elétrica para causar determinado efeito no corpo humano 6 muito variado. Portanto, é dificil fazer uma correlagao dos efeitos através de equacées matemdticas. 7.8 Curva Tempo x Corrente Muitas pesquisas foram feitas no sentido de obter-se um equacionamento que espelhasse a realidade do efeito da corrente elétrica no corpo humano. No entanto, devido as diferentes condiges de choque e do préprio corpo humano, ainda nao se obteve muito sucesso. A curva Tempo x Corrente (figura 7.8.1) é uma das tentativas de mostrar o relacionamento entre a corrente elétrica aplicada por certo tempo e seus efeitos no corpo humano. Ond Zona 2 - Geralmente nenhum efeito patofisiolégico perigoso; Zona 8 - Zona que produz algum efeito perigoso. O efeito mais importante é o pul- monar. Jé pode haver risco de fibrilacio; Zona 4 - Zona perigosa com probabilidade de fibrilagdo superior em 50% das pessoas; Zona S ~ Curva de seguranca com probabilidade de 0,5% de ocorréncia de fibrilagao ventricular. 7.9 Limite de Corrente para Nao Causar Fibrilagao Charles Dalziel concluiu, apés pesquisa que 99, 5% das pessoas com peso de 50kg ou mais, podem suportar sem a ocorréncia de fibrilacdo ventricular, a corrente elétrica determinada pela expressio 7.9.1. (7.9.1) 126 CAPITULO 7. FIBRILAQAO VENTRICULAR DO CORAGAO PELO CHOQUE ELETRICO ur 3 Sendo: Ble 910 — 2 \&Z 0,033 < t < 3s z ZB ' EZ Tetoque => Corrente [A] pelo corpo humano, limite para néo causar fibrilagéo Lyx t => Tempo [$] da duragéo do choque : Ge 4 . ey A expresso 7.9.1 usada para obtengéo do limite permissivel e aceitavel ZZ | de corrente, para que nao ocorra fibrilagio, durante o tempo em que pessoa fica 1 = i submetida & tensio de toque ou passo. on \ © tempo de choque é limitado pela atuagéo da protegio, de acordo com a os! | @ curva do relé. Assim, para a maior corrente de defeito no sistema que passa pelo oa aterramento, a curva do relé fornece 0 tempo de atuagao da protegéo. Ver figura 7.9.1. oa ( TEMPO 02 ' On i= 007 0,05 t, A ‘ATUAGAO. 0,03. 4—-@- 0,02 = CORRENTE I OEFEITO oot. oe Sa eae SN Figura 7.9.1: Curva Tempo x Corrente de Defeito reel Este tempo, definido pela curva de atuagao da protegao, levado & equagio 7.9.1, permite a obtengéo da corrente limite através do corpo humano, até a qual néo ocorre fibrilagao. Figura 7.8.1: Curva Tempo x Corrente 7.10 Potencial de Toque E a diferenga de potencial entre o ponto da estrutura metélica, situado ao alcance da mao de uma pessoa, e um ponto no chao situado a 1m da base da estrutura. 128 CAPITULO 7. FIBRILAGAO VENTRICULAR DO CORAGAO PELO CHOQUE ELETRICO _____ 0 potencial méximo gerado por um aterramento durante o periodo de defeito, nao deve produzir uma corrente de choque superior & limitada por Dalziel. Pela figura 7.10.1, obtém-se a expresso do potencial de toque em relagéo & corrente elétrica de choque. Ip t Reh I F Vroque Ry Tehoau Be ae 7 CURVA DO POTENCIAL EM RELAGAO A UM PONTO REMOTO NA TERRA DURANTE A FALTA Figura 7.10.1: Potencial de Toque Venue = (Ren + &) ce (7.10.1) Onde: Reh => Resisténcia do corpo humano considerada 1.0002 R. = Resisténcia de contato que pode ser considerada igual a 3ps (resistividade superficial do solo), de acordo com a recomendagéo da IEEE-80 [38] Tchonue = Corrente de choque pelo corpo humano Rye Ry => Resisténcias dos trechos de terra considerados A expresso do potencial de toque pode ser eécrita da seguinte maneira: Veoque = (1000 + 1,5 8) Iehoque (7.10.2) ¥ 129 7.11 Potencial de Toque Maximo 0 potencial de toque maximo permissivel entre a mio e 0 pé, para néo causar fibrilagdo ventricular, é 0 produzido pela corrente limite de Dalziel. Assim, da ex- pressdo 7.10.2, obtém-se: Vioque mézimo = (1000 +1,5 ps) a (7.11.4) Ve DONO yet) (7.11.2) vi 7.12 Potencial de Passo Potencial de passo é a diferenca de potencial existente entre os dois pés. As tensdes de passo ocorrem quando entre 0s membros de apoio (pés), apare- cem diferencas de potencial. Isto pode acontecer quando os membros se encontrarem sobre linhas equipotenciais diferentes. Estas linhas equipotenciais se formam na su- perficie do solo quando do escoamento da corrente de curto-circuito. E claro que, se naquele breve espago de tempo os dois pés estiverem sobre a mesma linha equipotencial ou, se um tinico pé estiver sendo usado como apoio, nao haveré:a tensao de passo. A figura 7.12.1 mostra o potencial de passo devido a um raio que cai no solo. ‘A definiggo cléssica do potencial de passo para andlise de seguranca é a diferenga de potencial que aparece entre dois pontos situados no cho e distancia- dos de 1m (para pessoas), devido & passagem de corrente de curto-circuito pela terra. Ver figura 7.12.2. Onde: Ry, Ry, Rs => sao as resisténcias dos trechos de terra considerados A expresso do potencial de passo é: Vpasso = (Reh + 2Re) Tchoque (7.12.1) Fazendo R, = 3ps, tem-se 130 CAPITULO 7. FIBRILAGAO VENTRICULAR DO CORAGAO PELO CHOQUE ELETRICO Tensdo — paso Figura 7.12.1: Tensio de Passo de Um Raio Vpasso = (1000 + 6ps) Ichoque (7.12.2) 7.13 Potencial de Passo Maximo O potencial de paso mAximo (Vpasso mézime) tolerdvel é limitado pela maxima corrente permissivel pelo corpo humano que no causa fibrilagéo. Assim, tem-se 0,116 Vpasso mésimo = (1000 + 6p8) (7.13.1) 116 + 0,696, Voasso mésimo = “a (7.13.2) 131 Figura 7.12.2: Tensio de Passo 7.14 Corregio do Potencial de Passo e de Toque Maximo Admissivel Devido & Colocagaéo de Brita na Superficie Como a drea da subestagio é a mais perigosa, o solo é revestido por uma camada de brita. Esta confere maior qualidade no nivel de isolamento dos contatos dos pés com o solo. Ver figura 7.14.1. ZF py 0,685,008 0G 8S 99 c 00 a 5068 oeg brite gle lo Figura 7.14.1: Camada de Brita 132 CAPITULO 7. FIBRILAQAO VENTRICULAR DO CORAGAO PELO CHOQUE ELETRICO Esta camada representa uma estratificagio adicional com a camada superfi- cial do solo. Portanto, deve-se fazer uma correio no parametro que contém ps das express6es 7.11.1 e 7.13.1. Deve-se fazer uma corregéo C,(h,, K) no ps = pirita = 30002.m (brita mo- Ihada). O fator de correcao C,(h,, K) é dado por: _ C.(hy, K) = 14, (ha 1) = 95 ey Onde: h, => Profundidade (espessura) da brita [m] _— pa => Resistividade aparente da malha, sem considerar a brita PS = Pirita => Resistividade da brita C,=1 = Sea resistividade da brita for igual a resistividade do solo Assim, as expresses 7.11.1 e 7.13.1, com o fator d@ correcho, ficam: 0,116 Vioque mézimo = [1000 +1,5C,(h, , K) ps} a (7.14.2) Vpasso mazimo = [1000 + 6 C,(h, , K) (7.14.3) 7.15 Medida de Potencial de Toque Para determinagio do potencial de toque, utiliza-se duas placas de cobre ou aluminio, com superficies bem polidas, de dimensdes 10x20cm e com um terminal proprio para interligagao com os terminais do voltfmetro. As dimensdes acima simu- lam a drea do pé humano e, para simular o peso, deve- se colocar 40kg sobre cada placa (admitindo um peso humano de 80kg). Deve ser usado um voltimetro de alta sensibilidade (alta impedancia interna) ¢ intercalar entre os pontos de medi¢o uma resisténcia com o valor de 10009 para 133, simular a resisténcia do corpo humano. A seguir, mede-se 0 potencial entre 0 solo (placa colocada a 1m de distancia do pé da estrutura) ¢ a estrutura metalica no ponto de alcance da mo, com a resisténcia inserida entre estes dois pontos. Ver figura 7.15.1. Figura 7.15.1: Medida de Potencial de Toque Deve-se efetuar a medida em todos os quadrantes do solo, com relagio & estrutura, e verificar se os pontos da estrutura, onde se aplica 0 voltimetro, estio limpos, livres de pinturas, éxidos, etc. Para a extrapolacéo desse valor de tensio, devido & corrente aplicada ao solo, para valores referidos & maxima corrente de curto-circuito fase-terra, pode-se consi- derar extrapolacéo linear, supondo que a terra mantenha as caracteristicas resistivas invaridveis para altas correntes. Exemplo: Se para 5A 0 potencial de toque é 10V, para uma corrente de curto de 1000A, o valor de Vicque € 2000V. Ver figura 7.15.2. Na pratica, os valores medidos devem ser menores do que os valores determi- nados pelos limites de seguranga. 134 CAPITULO 7. FIBRILAGAO VENTRICULAR DO CORACAO PELO CHOQUE ELETRICO BA 10008 Figura 7.15.2: Extrapolagao do Potencial de Toque 7.16 Medida de Potencial de Passo __, Para a medida do potencial de passo, so utilizados duas placas de cobre ou aluminio, como descritas no item anterior, que sero colocadas no solo espacadas de 1 metro. Deverd ser aplicado um peso de 40kg a cada placa para simular o peso do corpo humano e inserir entre os dois pontos uma resistencia de 10000 (vide figura 7.16.1) « Place de cobre Feltro(embebide em ‘oluede de dqua 'e tai) O° DOD DE OO UD OD PEO DS TES SD RoUS Oss (ihe AG oOo GEES Fa APL BB E000 CREE see Figura 7.16.1: Medida de Potencial de Passo , _© potencial obtido, medido com voltimetro de alta impedancia interna, de- eré ser extrapolado para valores de corrente de curto-circuito fase-terra, como jé foi xplicado no item anterior. Na prdtica, também deve-se ter valores medidos abaixo t os valores especificados pelos limites de seguranca. | Capitulo 8 Malha de Aterramento 8.1 Introdugdo Neste capitulo sero vistos os passos necessérios para o dimensionamento da malha de terra de uma subestacdo. Resumidamente pode-se dizer que dimensionar uma malha de terra é verificar se os potenciais que surgem na superficie, quando da ocorréncia do maximo defeito & terra, so inferiores aos maximos potenciais de passo e toque que uma pessoa pode suportar sem a ocorréncia de fibrilagdo ventricular. Além disso, deve ser dimensionado 0 condutor da malha, de forma a suportar 08 esforgos mecinicos e térmicos a que estarao sujeitos ao longo de sua vida itil. E fundamen- tal também, levar-se em conta que o valor da resisténcia de terra da malha deve ser compativel, para sensibilizar o relé de neutro, no nivel de corrente no final do trecho protegido. Deve-se ressaltar que o dimensionamento de uma malha de terra é um pro- cesso iterativo, Parte-se de uma malha inicial e verifica-se os potenciais, na superficie, quando do maximo defeito & terra, so inferiores aos valores méximos suportaveis por um ser humano. Caso a condicéo se verifiqu®, parte-se para o detalhamento da malha. Caso contrério, modifica-se 0 projeto inicial da malha até se estabelecer as condigdes exigidas. 8.2 Itens Necessdrios ao Projeto Quando da elaboracao do projeto da malha de terra da subestagio, so ne- cessirios alguns procedimentos pré-definidos, bem como informagées do local da cons- trugéo da subestagao. Eles séo: a) Fazer no local da construgao da malha de terra, as medigdes necessatias pelo método de Wenner, afim de se obter a estratificagao do solo; 135 136 CAP/TULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO b) Resistividade superficial do solo (ps). Geralmente utiliza-se brita na superficie do solo sobre a malha, que forma uma camada mais isolante, contribuindo para a se- guranca humana. Neste caso, utiliza-se o valor da resistividade da brita molhada (ps = 3000 2.m). Aqui deve-se considerar o item 7.14. No caso de nio utilizar-se brita, usa-se a resistividade da primeira camada obtida da estratificagio, isto é, PS = Piz c) Corrente de curto-circuito maxima entre fase e terra no local do aterramento (Imésima = 310); Ver referéncia {11]; d) Percentual da corrente de curto-circuito méxima que realmente escoa pela malha. Deve-se abservar os diversos caminhos pelos quais a corrente de seqiiéncia zero pode circular, a que entra na malha pela terra é conhecida por corrente de malha (Imatha), ver Apéndice B; e) Tempo de defeito para a mdxima corrente de curto-circuito fase-terra (tueseito); referéncia (16); f) Area da malha’pretendida; g) Valor méximo da resisténcia de terra de modo a ser compativel com a sensibilidade da protegao. Passa-se a descrever, nos itens subseqiientes, os elementos a serem conside- rados no dimensionamento da malha de terra. Estas recomendagées éstdo de acordo com a referéncia [41]. 8.3. Estratificagio do Solo * Com as medidas de resistividade feitas no local da subestagio pelo método de Wenner ¢ utilizando-se um dos métodos vistos no Capitulo 3, chega-se a um modelo de solo estratificado. 8.4 Determinagao da Resistividade Aparente Como foi visto no Capitulo 6, para um sistema de aterramento, no caso a malha de terra, pode-se determinar uma resistividade equivalente homogénea que o sistema de aterramento enxerga. Esta resistividade convencionou-se chamar de resis- tividade aparente e viu-se que ela depende da estratificago do solo e das dimensdes do aterramento. Com estes valores obtidos, determina-se a resistividade aparente do solo para esta malha. 137 8.5 Dimensionamento do Condutor da Malha O condutor da malha de terra é dimensionado considerando os esforgos me- cAnicos e térmicos que ele pode suportar. Deve ser verificado também, se o condutor suporta os esforgos de compressao e cisalhamento a que estard sujeito. Na pratica, utiliza-se, no minimo, o condutor 35mm?, que suporta os esforcos mecanicos da movi- mentagio do solo e dos veiculos que transportam os equipamentos durante a montagem da subestacao. Quanto ao dimensionamento térmico, utiliza-se a férmula de Onderdonk 8.5.1, valida somente para cabos de cobre, que considera o calor produzido pela corrente de curto-circuito totalmente restrito ao condutor. T= 226, 53Scotre (8.5.1) tae feito Sendo: Scobre => Secgio do condutor de cobre da malha de terra em mm?. I = Corrente de defeito em Ampires, através do condutor. taefeito => Duragio do defeito em Segundos. 0, => Temperatura ambiente em °C. 0, => Temperatura maxima permissivel em °C. Com isso pode-se verificar se 0 condutor suporta os esforgos provocados pela elevagao da temperatura. Para condutores de cobre, o valor de Om é limitado pelo tipo de conexéo adotado. As conexées podem ser do tipo: * Conexao cavilhada com juntas de bronze; 6 uma conexéo tradicional por aperto (presséo), cuja temperatura méxima é de 0, = 250°C. * Solda convencional feita com elétrodo revestido, cuja fusio se dé através do arco elétrico produzido pela Maquina de Solda, sua temperatura maxima é de On = 450°C. © Brasagem com liga Foscoper, é uma unio feita usando o magarico (Oxi-Aceti- leno), cuja temperatura maxima é de 0, = 550°C. Foscoper é uma liga cobre 138 CAPITULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO e fésforo, cuja unido é feita por brasagem, vulgarmente conhecida como solda heterdgena, # Solda exotérmica, conhecida como aluminotermia, cuja conexio ¢ feita pela fusio obtida pela ignigéo e combustao dos ingredientes no cadinho. Neste caso a tem- peratura maxima é de 0, = 850°C. Resumidamente, o valor de 0,; 6: Im = 250°C => para malha cavilhada com juntas de bronze; 8m = 450°C => para malha com emendas tipo solda convencional; Om = 550°C => para malha cuja conexéo é com Foscoper; Om = 850°C => para malha com emendas em solda exotérmica. Para o dimensionamento do condutor da malha ou do cabo de ligacdo que interliga os equipamentos a serem aterrados & malha, deve-se considerar a corrente de defeito de acordo com a figura 8.5.1. Equipamento eletrico cabo de ligagéo ee 60% Teurto 60% Tcurto Figura 8.5.1: Dimensionamento do Condutor .) Cabo da Malha A conexéo do cabo de descida (ligagio) a malha, geralmente é feito no ponto nais préximo & malha, dividindo 0 segmento do lado da quadricula em duas partes 139, (figura 8.5.1). A corrente de defeito (curto-circuito), divide-se em 50% para cada lado, mas para o dimensionamento, a corrente a ser utilizada na expresso 8.5.1 teré um acréscimo de 10%, isto é Taefeitocondutor da mathe = 60% Teurto misimo (8.5.2) b) Cabo de Ligacao A conexéo do cabo de ligacéo ao equipamento elétrico € feito por aperto, portanto, sua temperatura méxima é a mesma da junta cavilhada, isto é, de 250°C. De acordo'com a figura 8.5.1, a corrente de defeito a ser empregada na ex- pressio 8.5.1, seré a corrente total de curto-circuito maximo. A Tabela 8.5.1 resume o dimensionamento do condutor. Nela é apresentada a seccao do condutor necessdria para cada ampere da corrente de defeito, em fungao do tempo de defeito e do tipo de emenda. Capacidade do Condutor de Cobre em "= Condutor 97% Cu cance Solda Solda Juntas feito | | Exotérmica | Convencional | Cavilhadas (Segundos) 05 oi 320 705 i 3,45 4,51 5,78 7 654 9,07 11,50 30 18,74 2,83 31,52 ‘Tabela 8.5.1: Dimensionamento dos Condutores da Malha e Cabo de Ligagéo 8.6 Potenciais Méximos a Serem Verificados No Capitulo 7 definiu-se 0 potencial de passo e toque e, também, mostrou-se como calcular os potenciais méximos de passo e toque que uma pessoa pode suportar sem a ocorréncia de fibrilagao ventricular. Estes potenciais maximos séo utilizados, como limites dos potenciais que surgem na superficie do solo sobre a malha, quando da ocorréncia do maior defeito fase-terra, A malha s6 pode ser aceita se os potenciais estiverem abaixo dos limites calculados pelas expresses 7.14.2 ¢ 7.14.3. Ou seja, Vionue S, Vise mésimo Vpasso S Vpasso maximo 40 CAPITULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO 8.7 Malha Inicial Como jé foi dito, 0 dimensionamento de uma malha de terra é um processo iterativo, que parte de um projeto inicial de malha. A seguir é verificado se os poten- ciais que surgem na superficie do solo sao inferiores aos limites vistos no item 8.6 e se a resisténcia de aterramento da malha é compativel com a sensibilidade da protegéo. As dimensées da malha sao pré-definidas. Assim, estabelecer um projeto inicial de malha é especificar um espagamento entre os condutores e definir, se serio utilizadas, junto com a malha, hastes de aterramento. Um espagamento inicial tipico adotado esta entre 5% e 10% do comprimento dos respectivos lados da malha. A figura 8.7.1 mostra 0 projeto inicial da malha. o eee 7 i : + 3 Figura 8.7.1: Projeto Inicial da Malha Todas as formulas a serem usadas no célculo do dimensionamento da malha de terra, foram deduzidas considerando as submalhas quadradas, isto é, ¢, © e». ‘Tendo-se as dimensées da malha determina-se o niimero de condutores para- lelos, ao longo dos lados da malha, pelas expressdes: N= = +1 (8.7.1) 6 Ny=—4+1 (8.7.2) e Escolhe-se o ntimero inteiro, adequado ao resultado do calculo acima. daa O comprimento total dos condutores.que formam a malha é dado pela ex- pressio:. Leato = @Ny +b No (8.7.3) Se durante o dimensionamento forem introduzidas hastes na malha, deve-se acrescentar seus comprimentos na determinagio do comprimento total de condutores na malha, conforme expressio 8.7.4. Lrotat = Leato + Liastes (8.7.4) Onde: Labo => Comprimento total de condutores da malha Liastes => Comprimento total das hastes cravadas na malha 8.8 Resisténcia de Aterramento da Malha A resisténcia de aterramento da malha pode, aproximadamente, ser calculada pela formula de Sverak [45] abaixo, que é uma corregio feita da férmula de Laurent, C.1.2. Esta {rmula leva em conta a profundidade (h) em que a malha é construida. 1 1 Rmatha = pa |=— + 1 = if Tea Vitex (+e) (8.8.1) Onde: Amatha = 4. => Area ocupada pela malha [m?] h_ => Profundidade da malha [mJ], com 0,25m < h < 2,5m Lat => Comprimento total dos cabos e hastes que formam a malha Esta resisténcia da malha, representa a resisténcia elétrica da malha até o infinito. Seu valor deverd ser menor do que a maxima resisténcia limite da sensibili- dade do relé de neutro. Este valor geralmente é verificado devido ao baixo ajuste do relé de neutro. Varias expressées para Rmatha propostas por outros pesquisadores so apre- sentadas no Apéndice C. 142 CAPiTULO 8 MALHA DE ATERRAMENTO 8.9 Potencial de Malha 0 potencial de malha (Vmaina) é definido como o potencial de toque maximo, encontrado dentro de uma submalha da malha de terra, quando do maximo defeito fase-terra, Numa malha de terra, a corrente de defeito escoa preferencialmente pelas bordas da malha. Ver figura 8.9.1. Teurto Figura 8.9.1: Correntes Pelas Bordas da Malha Isto se da, devido & interagéo entre os condutoresho interior da malha que forgam o escoamento da corrente pelas bordas da malha. Assim, o potencial de malha méximo se encontra nos cantos da malha e pode ser calculado pela expresséo: _ pt Kn Ki Imatta Venatha = (8.9.1) Leotat Onde K,, é definido como o coeficiente de malha, que condensa a influéncia da profundidade da malha, diametro do condutor e do espagamento entre condutores. Seu valor é dado pela expressio: 1 | 8 Kn = 35 { “ (gra +. Ged | +, " FaN—H (892) Sendo: h = Profundidade da malha [m] e = Espacamento entre condutores paralelos ao longo do lado da malha (m] 143. d= Diaémetro do condutor da malha [m] N=N,N; = A malha retangular é transformada numa malha quadrada com N condutores paralelos em cada lado Ky =1 => Para malha com hastes cravadas ao longo do perfmetro ou nos cantos da malha ou ambos Ky = => Para malha sem hastes cravadas na malha ou com poucas hastes nao (21 (2N) Jocalizadas nos cantos e perimetro da malha Ky => Corregao de profundidade é calculado pela expresso 8.9.3. (8.9.3) Onde: ho=im. Jéo K; é definido como coeficiente de irregularidade, que condensa os efeitos da nao uniformidade de distribuigao da corrente pela malha. O valor de K; é dado pela expressio: K; = 0,656 +0, 172 N (8.9.4) ‘Os demais termos da expressao 8.9.1 sio: pa => Resistividade aparente vista pela malha Inatha => Parcela da corrente maxima de falta que realmente escoa da malha para a terra Ltotat. => Comprimento total dos condutores da malha No caso de malhas onde sio colocadas hastes cravadas nos cantos e/ou no perimetro, figura 8.9.2, as correntes tém maior facilidade de escoar mais profundamente no solo, alterando portanto, o potencial de malha calculado pela expressiio 8.9.1. Neste caso, faz-se uma correcio, ponderando-se em 15% a mais no compri- mento das hastes cravadas nos cantos e na periferia da malha, Considera-se, entdo, M44 CAPITULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO Teurto hoste de terra Figura 8.9.2: Hastes no Perfmetro da Malha um comprimento virtual de condutores dado pela expresso 8.9.5 que deverd ser usado na expresso 8.9.1, para o célculo do valor de Vinathe- | ss (8.9.5) Onde: « Lhastes => Comprimento total das hastes cravadas na malha Assim, para este caso, 0 valor de Vmatha € dado por: pa Kin Ki Imatha abo + 1,15 Lnastes Vmratha (8.9.6) No caso de malhas sem hastes cravadas nos cantos ou no perfmetro, ou com poucas em seu interior, a expresso 8.9.1 permanece a mesma, isto é, sem ponderacéo maior para Lrotal- O valor do potencial de malha deve ser comparado com o valor do potencial de toque maximo calculado pela expresso 7.14.2, para verificar se est4 abaixo do limite. No caso da malha ter outra configuragio, pode-se, aproximadamente, trans- formé-la numa malha retangular equivalente e efetuar toda a seqiiéncia de célculo. 145; 8.10 Potencial de Passo na Malha Neste item, procura-se determinar 0 maior potencial de passo (Vps) que surge na, superficie da malha, quando do maximo defeito fase-terra. Este potencial ocorre na periferia da malha e pode ser calculado pela expressio: pa Ky Ki Imatha Vem = a Lestat (8.10.1) Onde: Kp = Coeficiente que introduz no célculo a maior diferenca de potencial entre dois pontos distanciados de 1m. Este coeficiente relaciona todos os parametros da malha que induzem tensdes na superficie da terra. A expresso para o célculo de K, 6 dada por: ale 1 1 i ns or += (1-0,5 )| (8.10.2) Onde: N = Méximo(N,,.N) = este dard o maior valor para Ky As corregées feitas no cdlculo de V,s com relagao & utilizacéo ou nao de hastes, na periferia e nos cantos da malha, devem também ser efetuados. , Para a malha que tiver hastes na periferia ou nos cantos da malha, a ex- presséo 8.10.1 fica modificada para: pa Ky Ki Imatha Voom = Toe +118 Lnasee (8.10.3) O valor de Vyaar deve ser comparado com o valor da tensiio de passo maxima que o organismo humano deve suportar, calculada pela expressao 7.14.3, para verificar se o seu valor esté abaixo do limite. 8.11 Limitagoes das Equacoes de Vmaiha @ Vpsm As expressdes vistas, pata o célculo de Vinatha © Vyem tém algumas limitacées, que devem ser consideradas para se ter um projeto seguro. M46 CAPITULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO Estas limitagées sio: 8.12 Potencial de Toque Maximo da Malha em Relagaéo ao Infinito Os equipamentos tém suas partes metélicas ligadas (aterradas) na malha de terra da subestaco. © potencial gerado pela maior corrente de curto-circuito monofsica & terra, entre as partes metélicas dos equipamentos e um ponto no infinito é dado pela expresso: Vaogue mazimo da mathe = Ratha -Imatha (8.12.1) Se este valor estiver abaixo do limite da tensio de toque para néo causat fibrilagdo, significa que a malha satisfaz todos os requisitos de seguranga, isto é, ela esté bem dimensionada. Esta verificacio é: * Viogue mézimo da matha = Rmatha Lmatha < Vioque mézimo (8.12.2) O fato de o valor de Vioque mizimo da matha no atender & condigéo, no significa que a malha é inadequada. Deve-se, entao, fazer todos os cdlculos necessatios de verificacao das tensdes Vmeina © Vpsar em adequacéo com o limite de fibrilagao. A se- giiéncia e o detalhamento do célculo do dimensionamento da malha sero vistos no item a seguir. 8.13 Fluxograma do Dimensionamento da Malha de Terra Dimensionar uma malha de terra é, na verdade, verificar se todos os itens estao dentro dos limites de seguranca. Estrategicamente, pode-se ir, iterativamente, redimensionando a malha, no sentido de otimizd-la sob 0 ponto de vista econémico, mantendo sempre estabelecida a seguranca. proceso ¢ iterativo, seguindo o fluxograma apresentado na figura 8.13.1. ‘DADOS OF CAMPO estrariricapio 00 soLo = ut RESISTIVIOADE APARENTE 2. bs Pe Pean age ft Prt DIMENSIONAMENTO 00 coNDU- POTENCIAIS MA XIMOS 4 PROVETO INICIAL, [| tar ty + total i » RESISTENCIA DA MALHA + Lotol, Ruane MoviFicapo 00 Prove 10 fo 2 yb totot POTENCIAL DE MALHA & PE- RIFERIA Kms Kp ORE Vo 148 CAPITULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO DETALHAMENTO DO PROJETO POTENCIAIS CERCA Figura 8.13.1: Fluxograma da Malha de Terra Fazendo 0 céletilo, chega-se a uma malha adequada que atende aos requisitos de seguranca e de sensibilidade da protegio. Deve-se, a seguir, fazer o detalhamento da malha, inclusive decidir sobre iso- lamento através de muro de alvenaria ou cerca metélica. 8.14 Potencial de Toque na Cerca Perimetral da Malha Dependendo do grau de risco, localizagao e caracteristica da malha, deve-se decidir adequadamente 0 modo como ela seré cercada. Usualmente, costuma-se isolar a malha através de: ¢ Muro de alvenaria e Cerca metalica ‘A cerca metalica é bém econémica, mas sendo condutora, fica submetida as tensdes oriundas das correntes de curto-circuito da subestagio. Assim, qualquer pessoa que toca na cerca ficaré sujeita a uma diferenga de potencial. O potencial de toque méximo na cerca deve ser calculado, de forma a se verificar se é inferior ao valor limite do potencial de toque tolerdvel. 0 potencial de toque maximo (Veerea) que surge na cerca quando do maximo defeito a terra é dado pela expressao: pa K. Ki Imatha Lrotat _ (8.14.1) Onde: Kz => Coeficiente que relaciona todos os parémetros da malha com a posigéo da pessoa que esté tocando a cerca metalica, Seu valor é dado pela expresso 8.14.2. ne = En [Met a (PREE| P| SI} (8.14.2) x = Distancia (m] da periferia da malha ao ponto considerado (pessoa) N = Maximo (Na, No) A figura 8.14.1 ilustra a distancia x. 150 CAPiTULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO aT | . be | a }- -o__e——"—_“® a) X70 b) x=4 Figura 8.14.1: Iustragao da Distancia x Se a malha tiver hastes cravadas na periferia e nos cantos a expresso de Veerca fica modificada para: pa Ke Ki Imatha Veerea = F115 Lnanter (8.14.3) A cerca metilica sé estaré adequada quando a inequacdo 8.14.4 for satisfeita. « (8.14.4) Veerca S Vioque mézimo Se dentro das limitacdes do terreno, nao for possivel projetar uma cerca metalica, ent&o deve-se partir para outra alternativa. 8.15 Melhoria na Malha ‘Apés o dimensionamento da malha, pode-se usar algumas das alternativas recomendadas abaixo para melhorar ainda mais a qualidade da malha de terra: ¢ Fazer espacamentos menores na periferia da malha; © Attedondamento dos cantos da malha de terra, para diminuir o efeito das pontas; ¢ Rebaixamento do cantos; © Colocar hastes pela periferia; # Colocar haste na conexéo do cabo de ligagdo do equipamento com a 'malha; a 151 e Fazer submalhas no ponto de aterramento de bancos de capacitores e chaves de aterramento; se nao for possivel, usar malha de equalizacao somente neste local. Uma alternativa muito recomendada e utilizada é colocar um condutor em anel a 1,5m da malha e a 1,5m de profundidade. 8.16 Malha de Equalizacgao Se a malha estiver em situacdo muito critica, ou além do seu limite de segu- ranga, pode-se usar uma malha de equalizacao, que mantém o mesmo nivel do potencial na superficie do solo. E uma verdadeira blindagem elétrica. Figura 8.16.1. Mote de equotiz0¢d0 Figura 8.16.1: Malha de Equalizacao 8.17 Exemplo Completo do Dimensionamento de Uma Ma- Iha de Terra Projetar uma malha de terra com os seguintes dados pré-definidos: 3000A Inatha = 1200A Tcg—T(mézimo) Tempo de abertura da protecéo para a corrente de defeito é tueseito = 0, 63. Dimensées e profundidade da malha. pretendida estao na figura 8.17.1. 9 = pirita = 3000 9.m com uma, camada de 20cm colocada na superficie do solo. ‘As emendas dos cabos sao feitas com solda convencional. A estratificacdo do solo esta representada na figura 8.17.2. 152 CAPITULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO O dimensionamento ¢ feito de acordo com o item 8.5. Isto é, pela expresso som 8.5.2, a corrente de defeito no condutor da malha é: Tie feito = 60% Tccg—1 = 0,6 .3000 = 1800A 3 MALHA 2 I = 226,53 S, (eat wana OMEN ta scitg \ BBE + Oa 4, = 30°C On = 450°C —+ solda convencional Figura 8.17.1: Malha Inicial e Profundidade I 450 — 30 1800 = 226,53 Sostre {t= hi ( ) 80 3 Sere dang (sary ag tt deq: 12m Peg? 580 Am : Scobre = 6,31 mm? Por razées mecAnicas usa-se no mfnimo o cabo com 35mm?, cujo didmetro é | 6,6756mm. Pax 7 80.2.m @ 3) Bitola do cabo de ligacio s 7 ; cd Figura 8.17.2: Estratificagio do Solo em Duas Camadas Neste caso, a corrente de defeito é a total, e a conexao é por aperto tipo junta / cavilhada. Assim, 1) Determinag&o de pa, vista pela malha ‘ : Taegeito = 3000A 40.50 2000 A [Dg ao) OES ae On = 250°C Usando a expresso 8.5.1, tem-se oot od 124. Sea de tigacto = 13, 10mm? — Pat _ 80 _ eco Usar 35mm’. - 3} xeon 4) Valores dos potenciais méximos admiss{veis pa = N peg = 0,71.580 = 411,8 .m 1 oo Ke Ci(hy, K) = —— |142 2) —— ( ) 0,96 x 1+ (2n Fas)? 2) Calculo da bitola minima dos condutores que formam a malha de terra a CAPITULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO 154 h, =0,20m —+ camada de brita _ paps _ 411,8- 3000 .. pa+ps 411,8+3000 — _ es aa (0,759) Vit Gey Ay Gp om Ar (FS)? Cu(ha, K) = 0,7905 Callas 1) = aes {use Vioque mévimo = [1000 + 1, 5C,(ht, K) ps] “ae Veoque maximo = (1000 + 1,5.0,7905. 3000) 2126 ue Veoque mazimo = 682,47V 0,116 Vpass0 mazimo = [1000 + 6 C, (hs, K) ps]— Fi 0,116 0,6 Vpasso mésimo = [1000 + 6.0, 7905 . 3000]———— Vpess0 mazimo = 2280, 62V. 5) Projeto inicial para o espacamento €a = & = 3m - Ntimero de condutores ao longo dos lados N= P41 = 17,66 N= P41 = 14,33 Como N, e N; devem ser inteiros, faz-se N, = 18 €q = 2,941m ape Os espacamentos séo aproximadamente iguais. € = 3, 077m - Comprimento total dos cabos que formam a malha. Leato = 18.40 + 14.50 = 1420m 6) Calculo da resisténcia da malha 7atEp#|} 155 1 1 atha = 411,8 +a [1+ ——— at [zs v20.40.50 (:+ 1+0,6 z)| Ratha = 4, 2910 Verificagao do potencial maximo na malha Veoque mévimo da matha = Rmatha - Imaiha = 4,291 . 1200 = 5149, 2V Ratha Imatha > Veoque mézimo Como néo verificou, deve-se calcular mais precisamente os potenciais na malha. 7) CAlculo do potencial de malha durante o defeito Vest, = 20 Kee Ki It Liotat Kn = 3 {* (iar eee _ t]+ mh a} = V18.14 = 15,8745 a= cane = agers = 9:6068 Ky= as = 1,2649 Condutor 35mm? > d = 6,6756.10-$m Como ea # ¢s, utiliza-se apenas no célculo do Km, © maior espagamento, pois © mesmo resulta no maior valor de Kn. e = méximo(es, ¢) = 3,077m i 3,077? _@,077+2.0,6)? _ Ke = {tm eae sees + $73,077.6,6756. 10 10= 0,6 0,6468 ~4.6,6756.10-3| * 1,2649 °" | x(2. 15; =| (8.17.1) 3 CAP/TULO 8. MALHA DE ATERRAMENTO Ky = 0,6673 K; = 0,656 + 0,172. 15,8745 = 3, 3864 Vic, = sils8-0,6673. 3, 3864. 1200 ath Vinatha 2 Veogue maximo = 786, 39V. Nao verificou o limite, deve-se alterar 0 projeto da malha. 8) Estimativa do minimo comprimento do condutor Usando as expressées 7.14.2 e 8.9.1, pode-se fazer uma estimativa do compri- mento minimo de condutor que a malha deve ter para ficar no limite de seguranga, isto é: Vinatha S Veogue mézimo K, OSES S Veogue mézimo 2a Km Ki Imatha Eminine = Verve misine ae Than 411,8.0, 6673 .3, 3864. 1200 eS are Lyinimo 2 1636,22m 9) Modificag&o do projeto da malha Para que a tensao de toque fique dentro do limite de seguranga, deve-se neste caso, por exemplo, colocar hastes de 3m nos cantos e ao longo do perimetro da malha. ‘A quantidade de hastes (Nj) é dado pela expressio 8.17.3. Lrotat = Leabo + Liastes = Lminimo (8.17.3) Drotat = 1420+ 3N, > 1636, 22 Ny > 72,07 Ny, =73 hastes Dnaster = 3Nn = 3,73 = 219m Lrotat = Leato + Lnastes = 1420 + 219 = 1639m 10) Célcule do potencial de malha Ky=1 N = V18.14 = 15,8745 Ky = 1,2649 K; = 3,3864 Fazendo o novo cdiculo do K,, obtém-se: Ky = 0, 5565 O valor de Vmaina agora obtido pela expressio 8.9.6. 41,8 .0,5565 . 3, 3864. 1200 oe Venatha = Vinatha S Vioque mézimo Verificou-se o limite de seguranca para tensao de toque. 11) Calcul do potencial de passo na periferia da malha N = méaimo(18, 14) = 18 K; = 0,656 +0, 172.18 = 3,752 Para o cdlculo do potencial de passo na periferia da malha, utiliza-se 0 menor valor de e, € €¢, isto é, ' € = minimo(ea, ¢) = 2,941m Ly a as] Ky=* [+t e-0) al i 1 1 = -|-——— + + (1-058? 7 | + yons06 * Zon! K, = 0,4634 Vom < Vpasso mézimo Os potenciais maximos admissiveis foram verificados, agora deve-se fazer 0 detalhamento da malha. Se a subestacao for fechada por uma cerca metélica, deve-se verificar os potenciais de toque na cerca. Verificar, por exemplo, o potencial de toque na cerca, construida acompanhando o perimetro da malha. 12) CAlculo do potencial de toque na cerca metalica 158 CAPITULO 8 MALHA DE ATERRAMENTO Cerca metalica construfda acompanhando o perimetro da mala, sendo ater- rada na propria malha. Cilculo de K.(x = 1) e K(x = 0) Ka = 0) =0,7159 K.( = 1) =1,2718 O K, a ser usado na expresso 8.14.3 seré: K. = Kz =1)- Ke =) K, 1,2718 — 0,7159 = 0,5559 pa K. Ki Imatha Leato + 1,15 Dnastes Veena: = 41128-0,5569 8,864. 1200 1420 +1, 15.219 Veerea = 556,42V Vera = Veerea S Vioque mézimo A cerca esté adequada, [ Capitulo 9 Medida da Resisténcia de Terra 9.1 Introdugao Este capitulo aborda somente 0 processo da medicao da resisténcia de terra, que é uma atividade relativamente simples. Basta apenas ir ao local do aterramento jé existente e efetuar a medigio. Com esta medigéo pretende-se somente medir o valor da resisténcia de terra que este sistema de aterramento tem no momento da medicéo. Como o valor da resisténcia de terra varia ao longo do ano, deve-se programar adequadamente medigées ao longo do tempo para manter um histérico do perfil do seu comportamento. Em épocas atipicas, isto é, seca ou inundagées, além das medidas jé previs- tas, deve-se efetuar algumas medigées para se ter o registro dos valores extremos de resisténcia de terra. 9.2 Correntes de Curto-Circuito pelo Aterramento Somente os curto-circuitos que envolvem a terra, geram componentes de se- qiéncia zero. Parte desta corrente retorna pelo cabo de cobertura do sistema de transmissio ou pelo cabo neutro do sistema de distribuigdo multi-aterrado, o restante retorna pela terra. Ver referéncia [11]. A corrente que retorna pela terra é limitada pela resisténcia de aterrdmento do sistema. A figura 9.2.1 apresenta a distribuigao de corrente na terra, devido a um curto-circuito no sistema. Note-se que a corrente de curto-circuito precisa de um caminho fechado para 159 CAP/TULO 9. MEDIDA DA RESISTENCIA DE TERRA Lr. Tectd-t f Teeig-t Ve 1 1 ~~ 2/7'1)\ \ Larne oe ! \QQS SS EEC NSA oe a eS a a >. ee _ 7 Figura 9.2.1: Corrente de Curto-Circuito Pela Terra que possa circular. 9.3 Distribuigéo de Corrente Pelo Solo * A figura 9.3.1 mostra a distribuigdo de corrente de um sistema elétrico, cujo aterramento é feito por hastes. A densidade de corrente no solo junto & haste é maxima. Com o afastamento, as linhas de correntes se espraiam diminuindo a densidade de corrente. Apés uma certa distancia da haste, o espraiamento das linhas de corrente é enorme, ¢ a densidade de corrente é praticamente nula. Portanto, a regiéo do solo para o afastamento considerado, fica com resisténcia elétrica praticamente nula. Isto também pode ser verificado pela expressio 9.3.1. 1 Rolo = Proto = (9.3.1) Nesta regio, com um afastamento grande, o espraiamento das linhas de cor- rente ocupa uma érea muito grande, isto é, praticamente $ = oo e portanto Ryyip % 0. Vista loteral Figura 9.3.1: Distribuigao de Corrente no Solo SEE nnn EESETEEEnnEUTUECEEEEEEECUUUTTEC TT CEEEEEE TSE AEE 162 CAPITULO 9. MEDIDA DA RESISTENCIA DE TERRA Portanto, a resisténcia de terra da haste corresponde somente e, efetivamente, & regio do solo onde as linhas de corrente convergem. A resisténcia de terra da haste, ou de qualquer aterramento, apés um certo afastamento fica constante, independente da distancia. 9.4 Curva de Resisténcia de Terra versus Distancia Esta curva é levantada usando o esquema da figura 9.4.1, onde a haste p do voltimetro se desloca entre as duas hastes. distncia = Figura 9.4.1: Curva da Resisténcia de Terra x Distancia 163 => Sistema de aterramento principal. Ed => Haste auxiliar para possibilitar 0 retorno da corrente elétrica I. => Haste de potencial, que se desloca desde A até B. 7 x = Distancia da haste p em relagéo ao aterramento principal A. A corrente que circula pelo circuito é constante, pois a mudanga da haste p néo altera a distribuigéo de corrente. Para cada posicao da haste p, é lido o valor da tensao no voltimetro e calculado o valor da resisténcia elétrica pela expressao 9.4.1. R(z) Me) (94.1) Deslocando-se a haste p em todo o percurso entre A ¢ B, tem-se a curva de re- sisténcia de terra em relagio ao aterramento principal, isto é, da haste A. Figura 9.4.1. Na regido do patamar, tem-se o valor Ra, que é a resisténcia de terra do sistema de aterramento principal. No ponto B, tem-se a resisténcia de terra acumulada do aterramento principal e da haste auxiliar, isto é, Ra + Ra. Como 0 objetivo da medicio é obter o valor da resisténcia de terra do sistema de aterramento, deve-se deslocar a haste p até atingir a regio do patamar. Neste ponto a resisténcia de terra Ry é dada pela expresso abaixo: Ry = Vontemer (9.4.2) 9.5 Método Volt-Amperimetro Bo método classico, efetuado por um amperimetro e um voltimetro, utilizando © esquema apresentado na figura 9.4.1. A resisténcia do aterramento medido é dada pela expressio 9.4.2. Se com o distanciamento empregado nao atingir-se o patamar, o valor da resisténcia de terra medido no representa o valor real. Deve-se entéo, aumentar a distancia da haste auxiliar B, até se conseguir um patamar bem definido. A fonte geradora de corrente neste processo pode ser: 164 CAPITULO 9. MEDIDA DA RESISTENCIA DE TERRA © Gerador Sincrono portétil a gasolina; Transformador de Distribuigao. Deve-se procurar injetar no solo uma vorrente adequada, da ordem de ampéres, de modo a tornar despreziveis as interferéncias de outras correntes na terra. Geralmente, a resisténcia do aterramento da haste auxiliar B é alta, e limita a corrente elétrica da medic&o. Deve-se entao, colocar neste local um solucao de 4gua e sal. 9.6 Medicao Usando o Aparelho Megger Existem varios instrumentos usados na medicao da resisténcia de terra. Eles sao: © Tipo Universal; « Tipo Zero Central; Nao se pretende desenvolver o estudo do funcionamgnto de cada instrumento, mas sim, utilizd-los na medic&o da resisténcia de terra. Tornou-se hébito, na pratica, designar todos os aparelhos de medicéo de resis- téncia de terra, com o nome do conhecido aparelho MEGGER. Este nome é na verdade marca registrada de um fabricante de aparelhos de medigio. A medic&o da resisténcia de terra, utilizando-se o aparelho MEGGER, é feita de acordo com 0 esquema da figura 9.6.1. Os terminais C, e Py devem ser conectados. 0 aparelho injeta no solo, pelo terminal de corrente Cy, uma corrente elétrica I. Esta corrente retorna ao aparelho pelo terminal de corrente Cz, através da haste auxiliar B. Esta circulacdo de corrente gera potenciais na superficie do solo. O po- tencial correspondente ao ponto p é processado internamente pelo aparelho (operagéo correspondente & expresso 9.4.1), que indicaré entao o valor da resisténcia R(x). Durante a medic&o deve-se observar o seguinte procedimento: ¢ Alinhamento do sistema de aterramento principal com as hastes de potencial e auxiliar; 165 MEGGER oy my Be ee Vpatamar Figura 9.6.1: Medigéo com o MEGGER A distancia entre o sistema de aterramento principal e a haste auxiliar deve ser suficientemente grande, para que a haste de potencial atinja a regiao plana do patamar; © O aparelho deve ficar o mais préximo possivel do sistema de aterramento princi- pal; «As hastes de potencial e auxiliar devem estar bem limpas, principalmente isentas de éxidos ¢ gorduras, para possibilitar bom Contato com o solo; © Calibrar o aparelho, isto é, ajustar 0 potenciémetro e o multiplicador do MEG- GER, até que 0 seja indicado o valor zero; As hastes usadas devem ser do tipo Copperweld, com 1,2m de comprimento e diametro de 16mm; © Cravar as hastes no minimo 70cm no solo; * O cabo de ligac&o deve ser de cobre com bitola minima de 2, 5mm?; # As medigdes devem ser feitas em dias em que o solo esteja seco, para se obter 0 maior valor de resisténcia de terra deste aterramento; © Se nao for o caso acima, devem-se anotar as condigées do solo; # Se houver oscilagéo da leitura, durante a medigio, significa existéncia de inter- feréncia. Deve-se, entio, deslocar as hastes de potencial e auxiliar para outra diregdo, de modo a contornar o problema; © Verificar 0 estado do aparelho; © Verificar a carga da bateria. T 166 CAPITULO 9. MEDIDA DA RESISTENCIA DE TERRA 9.7 Precaugaéo de Seguranga Durante a Medigao de Resis- téncia de Terra __ Para efetuar adequadamente a medigao da resisténcia de terra, levando em consideragéo a seguranca humana, deve-se observar os seguintes itens: # Nao devem ser feitas medigdes sob condicdes atmosféricas adversas, tendo-se em vista a possibilidade de ocorréncia de raios; # Nao tocar na haste e na fiagio; # Nao deixar que animais ou pessoas estranhas se aproximem do local; © Utilizar calgados e luvas de isolago para executar as medigdes; © O terra a ser medido deve estar desconectado do sistema elétrico. 1 i i Capitulo 10 Corrosao no Sistema de Aterramento 10.1 Corrosaio Corroséo é uma palavra originada do latim ”corrodere”, que significa des- truigo gradativa. Especificamente, o significado do termo corroséo de metais, esta associado degradacio das suas propriedades devido & aco do meio. Todo metal tende a sofrer um certo grau de corrosio, que é 0 processo natural da volta do metal ao seu estado primitivo. Os sistemas de aterramentos sio construidos com materiais condutores & base de metal. Sendo a terra um meio eletrolitico, 0 processo da corrosio sempre estaré presente. Portanto, um estudo mais profundo da corrosio se faz mister, para que medidas de protec&o possam ser efetuadas. 10.2 Bletronegatividade dos Metais Segue-se na Tabela 10.2.1, a eletronegatividade dos metais mais importantes. Nesta tabela os potenciais dos metais esto referidos ao potencial do hidro- génio, que tem como referéncia o valor zero. Estes metais formam 0 material do anodo e cétodo, ficando caracterizado pela tabela de eletronegatividade o pdlo negative e positivo da pilha eletroquimica. 167 168 CAPITULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO Potencial (V) Metal (50) Potdssio (K) — 2,922 Calcio (Ca) =2,870 Sédio (Na) —2,712 Magnésio (Mg) =2,370 Aluminio (Al) =1,670 Manganés (Mn) 1,180 Zinco (Zn) _ —0,762 Ferro (Fe) —0,440 Niquel (Ni) —0,350 Chumbo (Pb) =0,126 Hidrogénio (Hz) 0,000 Cobre (Cu) 0,345 Prata (Ag) 0,800 Ouro (Au) 1,680 Tabela 10.2.1: Eletronegatividade dos Metais 10.3 Reagao de Corrosao Para se realizar 0 processo de corrosao eletroquimica, é necessirio a presenga de quatro elementos: - * Elétrodo anédico - que libera os seus ions positives para o meio eletrolitico, gerando um excesso de elétrons, isto é, ficando com potencial negativo; * Elétrodo catédico - tem potencial positivo, € 0 elemento que néo se dissolve na reagio eletroquimica, sendo o elétrodo protegido; ¢ Eletrélito - meio na qual se processa a reagio de formacio dos fons; * Ligacao externa - que propicia a conducio dos elétrons do anodo para o cétodo. Estes quatro elementos agrupados sob condigées propicias, formam a pilha eletroqui- mica. Figura 10.3.1. Com a circulagéo da corrente elétrica, 0 processo de corrosio sempre se dard. no 4nodo, isto é, no polo negative. O anodo dissolve o seu metal, gerando elétrons e mantendo o seu potencial negativo. Os correspondentes fons positivos so liberados no eletrélito, caracterizando a corrosao. A corrente que circula é conhecida como corrente galvanica. —— 169 e ligegdo externa Figura 10.3.1: Pilha Eletroquimica Na pilha eletroquimica, pode-se generalizar que o elétrodo que sofreré o pro- cesso de corroséo seré sempre o elétrodo que recebe elétrons da solugao eletrolitica. Na pilha eletroquimica, faltando qualquer dos quatro elementos mencionados, nao haveré possibilidade de circular a corrente galvanica, e 0 processo da corrosio nao poderé existir. Usando a corrente convencional, isto é, a contréria ao do fluxo de elétrons, entéo, a corrosao se dard no elétrodo que deixa a corrente convencional sair para o meio eletrolitico. Para caracterizar melhor estes fundamentos, serio apresentados os itens a seguir: a) Cuba Eletrolitica Usando dois elétrodos de cobre e ferro numa cuba eletrolitica da figura 10.3.2, © potencial da pilha eletroquimica seré dado pela expresso 10.3.1, que seré obtido pela diferenca entre as eletronegatividades dos metais da Tabela 10.2.1. Eyitha = Ecétodo ~ Eanodo (10.3.1) Onde: Ecstoto => € 0 potencial do metal que seré o catodo na pilha; Eanodo => €0 potencial do metal que ser4 o Anodo na pilha. Assim; Eyitha = 0,345 — (0,440) 170 CAPITULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO Epitha eletrolito Figura 10.3.2: Cuba Eletrolitica Erithe = 0,785 Volts Nesta condig&o nenhum elétrodo sofreré. a corroséo porque nao ha a formagio de corrente elétrica. b) Corrente Galvanica Ligando por fio condutor os dois elétrodos da figura 10.3.2, haverd a circulagéo de corrente de elétrons, indicada na figura 10.3.3. Cotodo Figura 10.3.3: Circulagio de Corrente O elétrodo de ferro sofrera corrosio. Os fons metédlicos Fe+ deixarao a barra de ferro, e sero liberados na solucao eletrolitica. Ja 0 catodo, isto é, a barra de cobre, seré o elétrodo protegido, e nao sofreré a Corrosao, am c) Pilha Eletroquimica Bloqueada Colocando uma fonte de tensio externa, com o mesmo potencial e polaridade da pilha, figura 10.3.4, haveré um bloqueio na corrente galvanica. € = Epithe + eletrélito Figura 10.3.4: Pilha Eletroquimica Bloqueada Como a fonte externa tem o mesmo valor de tensio, mas com polaridade contrétia, fica cessada a aco da pilha, isto 6, ndo haveré circulacao de corrente, e nao haverd portanto corrosio. d) Corrente Impressa Se a tensio da fonte externa da figura 10.34, for maior que o potencial da pilha, haveré circulac&o de corrente contraria, que é conhecida por corrente impressa ou forcada, figura 10.3.5. E DE pitha Figura 10.3.5: Corrente Impressa 172 CAPITULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO Esta corrente elétrica, imposta pela fonte externa, circula ao contrério, prote- gendo a barra de ferro e produzindo corrosao na barra de cobre. Portanto, com 0 uso adequado da corrente impressa, pode-se controlar e de- terminar qual elétrodo sera o protegido. Esta é uma técnica muito empregada na protecao do material a ser protegido. 10.4 Corrosao no Sistema de Aterramento Os sistemas de aterramento estaréo sempre sofrendo o processo de corrosao. Os cabos, hastes e conexdes enterrados no solo (eletrolitico), sofrerdo os efeitos da corrosio, Pela prépria caracteristica do solo e do tipo de material empregado no sistema de aterramento, a corrosio ocorre devido a varias causas, entre elas: © Heterogeneidade dos materiais que formam o sistema de aterramento; # Heterogeneidade dos solos abrangidos pelo sistema de aterramento; © Heterogeneidade do tipo e concentracio de sais, e da umidade no sistema de aterramento; cf © Heterogeneidade de temperaturas no sistema de aterramento; © Aeragéo diferencial; * Agao das correntes elétricas dispersas. As aces acima, em separado ou combinadas produzem os mais diversos efeitos de corrosio no material do sistema de aterramento. A seguir ser analisado o efeito das causas acima citadas, que propiciam a corrosio. 10.5 Heterogeneidade dos Materiais que Compéem o Sis- tema de Aterramento O ideal seria empregar no sistema de aterramento, materiais com a mesma concentracéo de metal, para evitar eletronegatividade diferentes, impossibilitando a geragéo da forca eletromotriz da pilha eletroquimica. Assim, © sistema nao teria corrosao, 173 Os sistemas do aterramento, no entanto, sio construidos usando componentes diferentes. Ver exemplo, na figura 10.5.1. Cabo de aco (anodo) ~ x ~ G noste Copperweta ~. = (cdtodo) — Fluxo de ~ | elétrons ~ Figura 10.5.1: Aterramento com Ago e Cobre 0 aterramento do equipamento no poste, (por exemplo, um transformador), é feito por um cabo de descida de ago (ferro) e a haste usada é do tipo Copperweld, isto é, cobreada. O solo contém sais dissolvidos na agua, tendo-se assim a formagao do eletrélito. Portanto, a pilha eletroquimica esté formada. De acordo com 0 item 10.3.b, a cor- rente galvanica do fluxo de elétrons tem o sentido indicado na figura 10.5.1. Em conseqiiéncia, e o cabo de descida, que est enterrado no solo, que sofreré a corrosio, isto 6, os fons Fe* iréo para o solo, deixando perfuragdes no cabo de ago. Outro exemplo é 0 caso do desfolhamento de pequena parte da cobertura do cobre da haste, que ocorre devido a abrasao no momento da cravagao. Ver figura 10.5.2. A camada de cobre e a drea exposta de ferro formaro uma pilha eletroqui- mica, com o fluxo de elétrons do cobre para o ferro. Portarito, como a area de cobre do cétodo é grande, seré gerada uma grande quantidade de elétrons, que se dirigirao para a pequena drea exposta de ferro e a corrosio ser intensa. 174 CAPITULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO LL Fe NY cierdtito | SSB reo _ corretda Fluxo ( 44 Ge elétrons \\\ Figura 10.5.2: Area, de Ferro Exposta 10.6 Heterogeneidade dos Solos Abrangidos Pelo Sistema de Aterramento Esta corrosio ocorre em sistema de aterramento quéSbrange uma area grande no solo. O solo sendo heterogéneo, cada parte tem diferentes concentracées ¢ dis- tribuigdo de sais, umidade, temperatura, formando verdadeiras zonas anddicas e caté- dicas na regido em que o aterramento esta contido. Figura 10.6.1. Fluxo de elétrons Figura 10.6.1: Zonas de Solos Distintos Os elétrons saem da malha pela zona catédica e entram na zona anddica. Assim, os metais que compéem a malha de terra na zona anddica, serao corrofdos, € 175 os da zona catédica serao protegidos. “A regiao do solo com menor resistividade funcionaré como zona anédica e, conseqiientemente, seré a drea em que ocorreré o processo de corrosio. No sistema de Distribuigdo de Energia Elétrica (24) com neutro continuo, hé um grande niimero de aterramentos distribufdos por toda a cidade, abrangendo dreas com solos distintos, formando varias pilhas eletroquimicas. Estas correntes circulando pelo solo iro corroer os metais contidos nas dreas anédicas, que sao as éreas de menores resistividades. O mesmo ocorre no Sistema de Transmissio [11], com o aterramento das torres e cabos de cobertura. No aterramento profundo, a haste transpée varias camadas de solos distintos, gerando varias regides anédicas ¢ catédicas, tendo-se a corrosio em varios locais. 10.7 Heterogeneidade do Tipo e Concentragao de Sais, e da Umidade no Sistema de Aterramento Apesar do solo ser o mesmo, a diferenga de concentragao da solugéo, tipos de sais, e de umidade, produz zonas anédicas e catédicas. Ver figura 10.7.1. 77 Concentrasio 8 (catodo) as Concentrapdo A eae (node) Figura 10.7.1: Solos com Concentragées Distintas Portanto, o material do sistema de aterramento que esté situado na regio de menor resistividade, isto é, zona anddica, sera o corroido. 176 CAPITULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO 10.8 Heterogeneidade da Temperatura do Solo Quando um sistema de aterramento encontra-se em regiGes com temperaturas _, distintas, tem-se a agéo termogalvanica. Figura 10.8.1. Cee Gnodo Figura 10.8.1: Acgao Termogalvanica na Haste Profunda A regio quente agiré como anodo, e seré a zona corroida. A regio fria seré a protegida. 10.9 Aeragao Diferencial Um solo com aeracio diferente, forma eletrélitos diferentes, criando regides anédicas € catédicas. Isto 6, hé formagao da pilha por aeragio diferencial. Este efeito é mais acentuado em solos porosos. A pilha por aeragao diferencial é gerada pela diferenca. de concentragio de oxigénio. Neste caso, 0 elétrodo mais aerado é 0 cétodo e 0 menos aerado é 0 anodo. Portanto, a corroséo em um aterramento profundo, construfdo de um mesmo material, se da nos elementos mais enterrados no solo. Figura 10.9.1. Apesar de existir a corrosio, é importante que ocorra dessa maneira, Observe- se que a regiéo mais aerada, que a principio propiciaria a corroséo da haste, torna-se, por forca da pilha de aeragéo, zona catédica, sendo, portanto, protegida. mai aerado } protegido Regido Rnodo menos x cerada poorrosa Figura 10.9.1: Aeragao Diferencial 10.10 Agao das Correntes Elétricas Dispersas no Solo No solo, hé correntes elétricas circulando provenientes de diversas fontes. Es- tas correntes sao conhecidas como correntes dispersas, de fugas ou parasitas, e procu- ram os caminhos de menor resisténcia, tais como encanamentos metélicos, trilhos, tubulagées, qualquer condutor, solos de menor resistividade, e principalmente os sis. temas de aterramento. Os pontos onde as correntes de elétrons entram no condutor formarao uma regido anddica, que sofrer corrosao. A regiao catédica, isto 6, a regio protegida, seré a regido formada pelas partes onde o fluxo de elétrons deixa o condutor. Figura 10.10.1. Corrosio Figura 10.10.1: Correntes de Elétrons Dispersas no Solo 178 CAPITULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO ‘As correntes dispersas no solo so do tipo continuas e alternadas. As correntes continuas em telagio & corrosio, sio muito mais atuantes que as correntes alternadas. Para uma corrente elétrica de mesmo valor, a alternada produz somente 1% da corrosio em corrente continua. Se a corrente alternada for de baixa freqiiéncia, a corrosio aumenta. As fontes que geram correntes dispersas no solo sao: © Correntes galvanicas devido a pilhas eletroquimicas formadas no solo, geradas por qualquer processo apresentado anteriormente; ‘© Correntes devido & tragio elétrica de corrente continua, com retorno pelos trilhos; © Corrente alternada de retorno pela terra do Sistema Monofésico com Retorno pela Terra (MRT), usada na alimentacéo de Distribuigéo Rural; ¢ Corrente continua proveniente do sistema de protecio catédico por corrente im- pressa, Este item serd visto a seguir; Correntes alternadas provenientes dos curto-circuitos no sistema elétrico de ener- gia; © Corrente continua de curto-circuitos no sistema de transmisséo em corrente con- tinua; « « Correntes tehiricas, geradas pelas variagdes de campos magnéticos provenientes da movimentacio do magma da Terra. 10.11 Protecao Contra a Corrosaéo ‘A corrosio de um modo ou de outro sempre estaré presente, mas empregando convenientemente algumas técnicas pode-se diminuir ou anular esta agio. ‘Tendo-se sempre como objetivo proteger da corrosio o elemento principal do sistema de aterramento, pode-se aplicar, dependendo do caso, alguma das técnicas relacionadas a seguir: © Construir todo o sistema de aterramento com um tinico metal; ¢ Isolar do eletrélito o metal diferente do sistema de aterramento; ¢ Usar anodo de sacrificio para se obter a protecao catédica; 179 © Usar corrente impressa ou forcada, Os trés iltimos itens serao vistos a seguir. 10.12 Protecao Por Isolagao de Um Componente Para haver a corrosio, ha a necessidade da presenca de quatro condigées, como visto no item 10.3. Na falta de um deles, cessa a aco da pilha eletroquimica e conseqiientemente a acio da corrosio. No sistema de aterramento é mais simples isolar convenientemente o cabo de descida do equipamento aterrado. Figura 10.12.1. Cabo descida isolado massa emborrachada Figura 10.12.1: Cabo de Descida Isolado Deve-se ter 0 cuidado de cobrir toda a conexao com uma massa emborrachada. 10.13 Protegao Catédica Por Anodo de Sacrificio Para que o metal do sistema de aterramento fique protegido, basta ligé-lo a um outro metal que tenha um potencial menor na escala de eletronegatividade da tabela 10.2.1. Assim, 0 material protegido seré 0 cétodo, € o outro seré o anodo. Como o Anodo sofreré a corrosio, ele é denominado de anodo de sacrificio. 180 CAPITULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO O material do anodo de sacrificio deve ter as seguintes caracteristicas: # Manter o potencial negativo praticamente constante ao longo de sua vida util; © Manter a corrente galvanica estabilizada, para que o processo de corrosio se dé uniformemente; * Os fons positivos, dissociados na corrosio, néo devem produzir uma capa dimi- nuindo a drea ativa da corrosio. Os materiais que melhor satisfazem a essas condicées so as ligas de Zinco ¢ Magnésio. Nestas ligas so colocados aditivos para melhorar a qualidade do anodo de sacrificio. Os anodos de sacriffcio de Zinco so adequados ‘para solos cuja resistividade vai até 1000 2.m. O anodo de Magnésio é usado em solos de até 3000 2.m. Os anodos de sacrificio devem ter uma grande érea, para produzirem protegées catédicas adequadas. Pode-se utilizar um revestimento (enchimento) nas ligas de Zinco ou Magnésio para aumentar o seu volume. Este enchimento é formado por uma mistura a base de Gesso, Bentonita e Sulfato de Sédio, nas seguintes proporgées: Gesso ... + 75% Bentonita .. - 20% Sulfato de Sédio .... 05% A protegio catédica com anodo de sacrificio de Zinco com enchimento é mos- trada na figura 10.13.1. O enchimento tem as seguintes finalidades: e Aumentar a drea de atuacio, distribuindo a corrente galvanica; © Evitar 0 contato do metal do 4nodo com os elementos agressivos do solo; © E higroscépico, mantendo a regiéo timida, obtendo-se um regio de baixa resis- tividade; © ‘Tem volume grande para aumentar a vida itil deste proceso; © Como estd conectado ao sistema de aterramento, contribui também na diminuic&o da resisténcia do aterramento. cabo de ligagdo mosso ‘emborrachago#” <1. elétrodo Y WW'’WWIK yy haste ___-7 protegida enchimento Cdtodo Figura 10.13.1: Anodo de Sacrificio de Zinco com Enchimento Se o sistema de aterramento a proteger for muito grande pode-se usar varios Anodos de sacrificios distribuidos ou, se for o caso, concentrados, formando uma bate- ria. 10.14 Protecao Por Corrente Impressa No se consegue fazer protecio catédica com Anodo de sacrificio em solos com resistividade elevada. Isto porque a corrente galvanica ¢ muito pequena, nio permitindo obter-se a eficiéncia desejada. Neste caso, para que a protegao seja eficiente, deve-se impor uma corrente continua com uma fonte externa. Esta corrente é conhecida por corrente impressa ou forgada. Com este processo, j4 visto no item 10.3.d, pode-se comandar e controlar 0 elétrodo a ser corroido. A fonte de tens&o externa forca a circulagéo da corrente con- tinua convencional do elétrodo a ser corroido para o sistema de aterramento a ser protegido. Ver figura 10.14.1. elétrodo que libera a corrente convencional no solo é 0 que sofrerd a corrosio. A corrente eletroquimica, isto é, a do fluxo de elétrons, circula do sistema de aterramento para o elétrodo a ser corroido. 182 CAP{TULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO T\ Rede elétrico Poste Trafo ce | Sr Retificador elétrodo corroido ~~ Tye Fluxo de elétrons Figura 10.14.1: Protecio Por Corrente Impressa Como 0 objetivo é proteger o sistema de aterramento, nao ha necessidade da corrosio do elétrodo. Para manter a vida util e a eficiéncia da protecéo por corrente impressa, deve-se usar um material altamente resistente & corroséo no elétrodo a ser corroido. Por este motivo, ele é conhecido como elétrodo inerte. Os materiais usados na confecc4o dos elétrodos inertes sio: © Grafite em solos normais; © Ferro-Silicio em solos normais; © Ferro-Silicio-Cromo (14,5% Si—4,5% Cr) em solo com salinidade. 183 Como o elétrodo inerte esté enterrado no solo, hé necessidade de envolvé-lo com um enchimento condutor de coque metalirgico moido. Isto adiciona as seguintes vantagens: © Diminui a resistividade elétrica da regio que envolve o elétrodo inerte, facilitando a passagem da corrente elétrica; ¢ Diminui o gasto do elétrodo inerte; e Aumenta a drea de disperséo da corrente no solo. A fonte de tensao que alimenta o processo por corrente impressa é um trans- formador conectado rede local, juntamente com uma ponte retificadora, que converte corrente alternada em continua. 10.15 Religamento e a Corrosaéo O religador, usado na protecao do sistema de distribuigéo, de um modo geral prejudica o sistema de aterramento. Ae aberturas e tentativas de religamento produzem interrupgées ¢ inrush de correntes elétricas que aceleram o processo de corrosio. Outro elemento que também acelera a corroséo é a elevacio da temperatura do sistema de aterramento, como indi- cado na figura 10.15.1. A temperatura final apés as tentativas de religamento é bem maior do que um sistema que no utiliza o religador. Portanto, isto implica num maior dimensionamento do aterramento. 10.16 Consideragdes O assunto sobre corroséo é muito complexo, portanto, procurou-se neste capi- tulo, apenas abordar 0 assunto de maneira singela, sintetizando os tépicos principais da corroséo relacionados com o sistema de aterramento. As informagées aqui contidas mostram a importancia da corroséo no sistema de aterramento, assunto este téo ne- gligenciado mas que deve ser profundamente estudado e considerado. Maiores detalhes deverdo ser estudados para serem considerados no projeto de um sistema de aterramento. : 184 CAPITULO 10. CORROSAO NO SISTEMA DE ATERRAMENTO Tfotha |---- @ final 3 6 ts) Figura 10.15.1: Elevaca da ‘Temperatura Devido ao Religamento Capitulo 11 Surtos de Tensao 11.1 Introdugao Todo o contetido deste livro sobre aterramento foi desenvolvido considerando correntes elétricas & freqiiéncia de 60Hz. No entanto, a resisténcia elétrica que um sistema de aterramento apresenta ao surto de tensio [66] é diferente da resisténcia & 60 Hz. Neste capitulo, nio com o objetivo de esgotar o assunto, mas simplesmente para mostrar a sua importancia, apresenta-se a andlise de surtos de tensio em um sistema de aterramento com uma haste. 11.2 Campo Elétrico Gerado no Solo Pelo Surto de Corrente em Uma Haste Um surto de corrente [66] em uma haste de aterramento, figura 11.2.1, gera na sua vizinhanga um campo elétrico. Este campo elétrico é dado pela expressao 11.2.1. P Teurto Ee) 2n (Le + 2’ (11.2.1) Onde: Tsurto = Valor maximo (crista) da corrente de surto [A] p = Resistividade do solo [2.m] L => Comprimento da haste {m] 185 186 CAPITULO 11. SURTOS DE TENSAO x = Menor distancia [m] do ponto p & haste E(x) = Intensidade do campo elétrico no ponto p 4 I Surto Figura 11.2.1: Campo Elétrico ao Redor da Haste Observe que este campo elétrico acompanha a forma impulsiva da corrente de surto. 11.3 Gradiente de Ionizagao do Solo « A frente de onda do campo elétrico eriado pelo surto de corrente tem a pro- priedade de facilitar a ioniza,c ao do solo na vizinhanca da baste. © valor limite do campo elétrico acima do qual o solo torna-se ionizado é chamado de gradiente de ionizagéo. Estes valores limites, para alguns tipos de solo, esto apresentados na Tabela 11.3.1. Tipo de Solo | Gradiente de ayy fonizagio Cascalho tmido| 11,4 - 19,2 Cascalho seco 20,8 - 22,8 ‘Areia timida 13,0 - 23,4 “Arela seca i71- 18,8 Figila plastica 18,7 - 39,0 Tabela 11.3.1: Gradiente de Ionizagao Quando o campo elétrico for maior do que o gradiente de ionizacio, o solo fica jonizado, isto é, sua resisténcia elétrica cai praticamente a zero. 187 O gradiente de ionizagao pode ser estimado através da férmul Oettle [56], indicada abaixo: aa Ey = 241 pers (11.3.1) Onde: E; => gradiente de ionizagao [#¥] p = resistividade elétrica do solo em Q.m 11.4 Zona de Ionizagao no Solo Considere-se uma haste de um sistema de aterramento constitufdo de hastes. Como foi visto antes, o surto de corrente pode ionizar uma certa regido do solo em toro da haste. Evidentemente esta regio é limitada, ou seja, o solo em torno da haste € ionizado até uma certa distdncia (trimite) na qual o campo elétrico E(x), devido ao surto, é igual ao gradiente de ionizago (B;) do solo. Além deste limite o campo elétrico E(x) nao tem valor suficiente para ionizar o solo. Ver figura 11.4.1. Regido do solo ionizado Figura 11.4.1: Zona de Ionizagio no Solo Levando na expresso 11.2.1, tem-se: 188 CAPITULO 11. SURTOS DE TENSAO P Teurto ee 2 MAL 2x (Laiimite + Thimite) ‘ ; O ajimite, demarca o cilindro de terra ionizado pelo surto. Este limite é dado pela resolucao da expresso 11.4.2, abaixo: Tsurto Th, (11.4.2) Thimite + Letimite = Todo o solo contido no cilindro fica ionizado. Portanto, do ponto de vista do surto, a haste se comporta como se ela fosse o cilindro. Devido a este motivo a resisténcia elétrica do aterramento ao surto é menor, e pode ser calculada pela expresso 11.4.3. L + Limite Rune = 5a [Geen] (2) (11.4.3) Onde: Reurto => resisténcia elétrica do aterramento ao surto Note que o mesmo campo elétrico criado pela corrente de curto em 60 Hz, nao tem a propriedade de ionizar o solo em torno da haste, istogporque, a onda senoidal é muito suave em relacdo A frente de onda do surto. Genericamente, pode-se afirmar que: Reurto S Reurto (11.4.4) Na figura 11.4.2 tem-se a caracteristica da resisténcia versus corrente de surto, para uma haste cravada num solo de areia e argila. A diferenga entre a resisténcia do aterramento a 60Hz e ao surto é tanto maior quanto for a resistividade do solo. Num solo com alta resistividade, a resisténcia ao surto cai bastante em relagdo a resisténcia do aterramento & 60Hz. Jé em solo com baixa resistividade nao ha muita diferenga entre a resisténcia ao surto e a resisténcia 4 60Hz. Exemplo Numérico | Uma haste de 3m, diametro 25mm, esta cravada em um solo, cuja resistividade elétrica é de 2000 2.m. O gradiente de ionizagao do solo é dé.16 w, O surto maximo 189 mesistinciA ons Resisténcia (ay © 8065 4090" e000 8000 10000 iz000 Corrente de Crista do Surto Figura 11.4.2: Resisténcia x Corrente de Crista do Surto de corrente neste aterramento tem o valor de crista de 5kA. Calcular: a) A resisténcia do aterramento da haste para correntes de curto-circuitos em 60Hz. p 4L Room = xe, () 2000 4.3 laa (sins) Reon: = 655,06 2 b) 0 raio do cilindro ionizado pelo surto __ 2000. 5000 4 2000. 5000_ Tlimite + Siimite = 5 7690000 limite = 0,30m c) A resisténcia elétrica ao surto Reurto = 2000, [4(8-+ 0,30) (3+ 0,30) 2.0,30 Reurto = 298, 15 2 190 CAPITULO 11. SURTOS DE TENSAO 11.5 Finalidade da Haste O emprego de hastes verticais no aterramento, ou no complemento de aterra- mentos maiores, é importante para o bom desempenho do escoamento das correntes de surto. Além de baixar a resisténcia de terra, a ponta da haste ajuda a manter os potenciais perigosos no fundo do solo. Como urn equipamento elétrico esté sujeito a curto-circuitos e a surtos, deve- se sempre usar uma ou mais hastes no ponto da ligagéo do cabo de descida ao sistema de aterramento. A haste cravada na malha no ponto da conexao do cabo de descida, é importante porque facilita a dissipagio do surto para a terra, evitando a sua pro- pagacao pela malha. A regio ativa do surto nestas condigées na malha, esté estimada num raio de’5m em torno da haste. Apéndice A Tabelas de Hastes Paralelas, Alinhadas e Igualmente Espagadas L=2m d=} Ri haste = 0,513 pa Tespagamentos 2m 3m 4m Bm Name de Hastes | P (| K | Ry (]] K | Rey I} K | Re (]} K 2 0,291 pa | 0,568 | 0,281 pa | 0,548 | 0,276pa | 0,537 | 0,272pa 0,530 3 0,210pa | 0,410 | 0,199pa | 0,388 | 0,192pa | 0,375 | 0,188pa [0,367 a 0,167pa | 0,326 | 0,155pa | 0,303 | 0,149pa | 0,291 | 0,145pa | 0,283 5 0,140pa | 0,272 | 0,128pa | 0,250 |'0,122pa | 0,239 | 0,119pa 0,231 6 0,121 pa_| 0,235 | 0,110pa | 0,214 | 0,104pa | 0,203 | 0,10ipa | 0,196 7 0,106pa | 0,208 | 0,096pa | 0,188 | 0,09ipa | 0,177 | 0,087pa | 0,171 E 8 0,096pa | 0,186 | 0,086pa | 0,167 | 0,081pa | 0,157 | 0,078pa | 0,151 L_ 9 0,087pa | 0,169 | 0,078pa | 0,151 | 0,073pa | 0,142 | 0,070pa | 0,136 { 10 0,080pa | 0,155 | 0,071 pa | 0,138 | 0,066pa | 0,129 | 0,063pa | 0,123 1 0,074pa | 0,144 | 0,065pa | 0,127 | 0,061pa | 0,119 | 0,058pa 0,113 [- 12 0,069pa | 0,134 | 0,001 pa [0,118 | 0,056pa [0,110 | 0,054pa | 0,105 13 0,064pa | 0,125 | 0,057pa | 0,110 | 0,052pa | 0,102 | 0,050pa | 0,097 E i¢ 0,060pa | 0,118 | 0,053 [0,103 | 0,049pa | 0,096 | 0,047pa | 0,091 L__i5 0,057pa_| 0,111 | 0,050pa | 0,097 | 0,046pa | 0,090 | 0,044pa | 0,086 Tabela A.0.1: 191 192APENDICE A. TABELAS DE HASTES PARALELAS, ALINHADAS E IGUALMENTE ESPAGADAS Tabela A.0.3: ‘Tabela A.0.5: \ : Lam d=" Ritase = 0, 158pa L=2m_ d=? Ri haste = 0,495pa Espagamentos 2m’ 3m 4m Bm Espagamentos 2m 3m 4m En Nimero” Te im] «x |r, i) K lr, mi) K Ir, mi] K Namero Treg (| K |e (21) K | ie_ i] K Ry In] K ch) de Hastes | “+ ea ea sla 2 0,264pa [0,577 | 0,264pa | 0,504 | 0,248pa | 0,542 | 0,244 pa | 0,534 2 0,283pa [0,571 | 0,272pa | 0,550 | 0,267 pa | 0,539 | 0,263pa | 0,531 3 0,192pa [0,420 | 0,180pa | 0,394 | 0,174pa | 0,380 | 0,170pa | 0,371 3 0,205pa [0,413 | 0,193pa | 0,389 | 0,186pa | 0,376 | 0,182pa_| 0,368 | 4 0,153 pa [0,335 | 0,142pa | 0,309 | 0,138pa | 0,296 | 0,i3ipa | 0,287 a 0,163pa_| 0,329 | 0,151pa | 0,305 | 0,145pa | 0,292 | 0,141pa_| 0,284 | 5 0,129pa [0,281 | 0,117pa_| 0,257 | O,il1pa | 0,243 | 0,108pa_| 0,235 5 0,136pa | 0,275 | 0,125pa | 0,252 | 0,119pa | 0,240 | 0,115pa_| 0,232 6 O,11ipa [0,243 | 0,10ipa {0,220 | 0,095pa | 0,207 | 0,091pa_| 0,200 6 0,118pa_ | 0,238 | 0,107pa | 0,216 | 0,101pa | 0,204 | 0,098pa | 0,197 7 0,099pa_| 0,215 | 0,088pa [0,193 | 0,083pa | 0,181 | 0,080pa_| 0,174 ac 0,104 pa | 0,210 | 0,094pa | 0,189 | 0,088pa | 0,178 | 0,085pa: | 0,172 8 0,089pa _| 0,194 | 0,079pa | 0,173 | 0,074pa | 0,161 | 0,071 pa _| 0,154 8 0,093pa_| 0,189 | 0,084pa | 0,169 | 0,079pa | 0,159 | 0,075pa | 0,152 9 0,081pa | 0,176 | 0,071 pa | 0,156 | 0,067pa | 0,145 | 0,064pa | 0,139 9 0,085pa | 0,171 | 0,076pa | 0,153 | 0,071pa [0,143 | 0,068pa | 0,137 10 0,074pa | 0,162 | 0,065pa | 0,143 | 0,061pa | 0,133 | 0,058pa | 0,126 10 0,078pa | 0,157 | 0,069pa | 0,140 | 0,064pa_| 0,130 | 0,062a | 0,124 i i 0,069pa_| 0,150 | 0,060a | 0,132 |0,056pa [0,122 [°0,053pa [0,116 i 0,072pa | 0,146 | 0,064pa | 0,129 | 0,059pa | 0,120 | 0,056pa | 0,114 12 0,064pa_| 0,140 | 0,056pa | 0,122 |.0,052pa | 0,113 | 0,049pa [0,107 12 0,067 pa | 0,136 | 0,059pa | 0,119 | 0,055pa | 0,111 | 0,052pa | 0,105 ig 0,060pa | 0,131 | 0,052pa | 0,114 | 0,048pa | 0,105 | 0,046pa_| 0,100 13 0,063pa | 0,127 | 0,055pa | 0,111 | 0,051pa | 0,103 | 0,049 pa | 0,098 14 0,057 pa | 0,124 | 0,049pa | 0,107 | 0,045pa | 0,099 | 0,043pa_| 0,093 14 0,059pa | 0,120 | 0,052pa | 0,105 | 0,048pa | 0,097 | 0,045pa | 0,092 i} 15 0,053pa | 0,117 | 0,046pa | 0,101 | 0,043pa | 0,093 [0,040pa | 0,088 15 0,056pa | 0,113 | 0,049pa | 0,099 | 0,045pa | 0,091 | 0,043pa | 0,086 \ a a ‘Tabela A.0.2: | | L=2,4m_ d=2" _ Rihose =0,440pa Lam d=? Ri haste = 0, 481 a Espagamentos 2.5m ‘3m 4m bm Expagainentos 2m 3m 4m Sim Nias rR, | K lr im) x te, ml x le, ol « de Hastes | Ree I] K [Rey (]} K | Ry (I) K | Ry []] K 2 0,248 pa | 0,564 | 0,244 pa | 0,555 | 0,230pa | 0,543 | 0,238pa | 0.535 z T275pa [0,573 | 0,265pa | 0,552 | 0,259pa | 0,540 | 0,256pa | 0,532 3 0,178pa {0,406 | 0,174pa_| 0,395 | 0,168pa | 0,381 | 0,164pa | 0,372 3 0,200pa | 0,416 | 0,188pa | 0,391 | 0,182pa | 0,378 | 0,177 pa_| 0,369 q 0,141pa {0,321 | 0,136pa | 0,310] 0,130pa | 0,297 | 0,127pa | 0,288 4 0,159pa [0,331 | 0,147pa | 0,307 | 0,14ipa | 0,293 | 0,137 pa | 0,285 5 0,118 pa | 0,268 | 0,113 pa | 0,258 | 0,107pa | 0,245 | 0,104pa_| 0,236 5 0,133 pa | 0,277 | 0,122 pa | 0,254 | 0,116pa | 0,241 | 0,112pa | 0,233 6 0,102pa_[ 0,231 [0,097pa | 0,221 | 0,092pa | 0,209 | 0,088pa_| 0,201 6 0,115 pa | 0,240 | 0,105pa | 0,217 | 0,099pa | 0,205 | 0,095pa | 0,198 7 0,090pa_| 0,204 | 0,085pa | 0,195 | 0,080pa | 0,182 | 0,077pa | 0,175 7 0,102pa | 0,212 | 0,092pa | 0,191 | 0,086pa | 0,179 | 0,083pa | 0,172 8 0,080pa [0,183 | 0,076pa | 0,174 | 0,07ipa_| 0,162 | 0,068pa | 0,155 & 0,092pa | 0190 | 0,082pa | 0,170 | 0,077pa | 0,160 | 0,073pa | 0,153 9 0,073pa | 0,166 | 0,069pa | 0,157 | 0,064pa | 0,147 | 0,061pa | 0,140 9 0,083 pa | 0,173.| 0,074pa_| 0,184 | 0,069pa | 0,144 | 0,066pa | 0,138 10 0,067 pa | 0,152 | 0,063pa | 0,144 | 0,059pa | 0,134 | 0,056pa | 0,127 10 0,076 pa | 0,159 | 0,068pa| 0,141 | 0,063pa [0,131 | 0,060pa | 0,126 it 0,062pa [0,140 | 0,058pa | 0,133 | 0,054pa | 0,123 | 0,051pa | 0,li7 Tr 0,071 pa | 0,147 | 0,062pa | 0,130 | 0,058pa | 0,121 | 0,055pa [0,115 12 0,057 pa _| 0,131 | 0,054pa_| 0,123 |0,050pa | 0,114 | 0,048pa [0,108 12 0,066a | 0,137 | 0,058pa | 0,120 | 0,054pa | 0,112 | 0,051 pa | 0,106 | 13 0,054pa | 0,122 | 0,051pa [0,115 | 0,047pa | 0,106 | 0,044pa | 0,101 13: 0,062pa | 0,129 | 0,054pa | 0,113 | 0,050pa | 0,104 | 0,047pa | 0,099 14 0,051 pa | 0,115 | 0,048pa | 0,108 | 0,044pa | 0,100 | 0,041pa | 0,094 14 0,058pa | 0,121 | 0,051pa | 0,106 | 0,047 pa | 0,097 | 0,044pa | 0,092 15 0,048pa | 0,109 | 0,045pa | 0,102 | 0,041pa [0,094 | 0,039pa [0,089 15 0,055pa [0,114 | 0,048pa [0,100 | 0,044pa | 0,092 | 0,042pa | 0,087 | 194APENDICE A. TABELAS DE HASTES PARALELAS, ALINHADAS E IGUALMENTE ESPACADAS L=24m_ d= 8" Ri pane = 0,425pa Espagamentos 2.5m oa 4m om eines | Ree I] K | Rey i] K [Ry (] K | Rey tl] K 2 0,241 pa_| 0,566 | 0,207 pa [0,557 | 0,231 pa | 0,541 | 0,228pa | 0,550 3 0,173 a | 0,408 | 0,169pa | 0,397 | 0,163pa | 0,383 | 0,159pa | 0,374 4 0,137pa | 0,324 | 0,133pa | 0,313 | 0,127 pa | 0,298 | 0,123 pa | 0,289 5 0,115pa | 0,270 | 0,110pa | 0,260 | 0,105pa | 0,246 | 0,i0ipa | 0,237 6 0,099 pa | 0,233 | 0,095pa | 0,223 | 0,0899a | 0,210 | 0,086pa | 0,202 7 0,087 pa | 0,206 | 0,083pa | 0,196 | 0,078 pa | 0,184 | 0,075pa | 0,176 8 0,078pa | 0,185 | 0,075pa | 0,176 | 0,070pa | 0,164 | 0,066pa | 0,156 9 0,071pa | 0,168 | 0,068pa | 0,159 | 0,063pa | 0,148 | 0,060pa | 0,141 10 0,065pa |-0,154 | 0,062pa | 0,146 | 0,057pa | 0,135 | 0,054pa | 0,128 i 0,060pa | 0,142 | 0,057 pa | 0,134 | 0,053pa | 0,124 | 0,050pa | 0,118 12 0,056pa | 0,132 | 0,053pa | 0,125 | 0,049 9a | 0,115 | 0,046pa | 0,109 13 0,053 pa | 0,124 | 0,050pa | 0,117 | 0,046pa | 0,107 | 0,043pa | 0,101 4 0,049pa | 0,117 | 0,047 pa | 0,110 | 0,043pa | 0,101 | 0,040pa | 0,095 15 0,047pa [0,110 | 0,044 pa | 0,103 | 0,040pa | 0,095 | 0,038pa_| 0,089 Tabela A.0.6: E=24m d=% Ti haste = 0,483 pa Espagamentos 35m 3m am bm Nima | Rey (| K [Ry | K [R, (] K fRy fal] K 2 0,235pa | 0,568 | 0,231pa | 0,559 | 0,225pa | 0,546 | 0,222pa | 0,537 a 0,169 pa | 0,410 | 0,165pa | 0,399 | 0,159pa | 0,384 | 0,155pa | 0,375 4 0,134pa | 0,326 | 0,130pa | 0,315 | 0,124pa_| 0,300 | 0,120pa | 0,290 5 0,112pa {0,272 | 0,108pa | 0,262 | 0,102pa | 0,247 | 0,098pa | 0,238 6 0,097 pa_| 0,235 | 0,093pa | 0,225 | 0,087pa | 0,211 | 0,084pa | 0,203 7 0,086pa | 0,208 | 0,082pa | 0,198 | 0,076pa | 0,185 | 0,073pa | 0,177 8 0,077pa | 0,186) 0,073pa | 0,177 | 0,068pa | 0,165 | 0,065pa | 0,157 9 0,070pa | 0,169 | 0;066pa | 0,160 | 0,061 pa [0,149 |0,058pa | 0,142 10 0,064pa | 0,155 }-0,061pa | 0,147 | 0,056pa | 0,136 | 0,053pa | 0,129 il 0,059pa | 0,144 | 0,056pa | 0,136 | 0,052pa | 0,125 | 0,049pa | 0,119 12. 0,055pa | 0,134 | 0,052pa | 0,126 | 0,048pa | 0,116 | 0,045pa | 0,110 13 0,052pa | 0,125 | 0,049pa |-0,118 | 0,045pa | 0,108 | 0,042pa | 0,102 14 0,049pa {0,118 | 0,046pa | 0,111 | 0,0429a | 0,101 | 0,039pa | 0,096 15 0,046pa | 0,111 | 0,043pa | 0,104 | 0,039pa | 0,096 | 0,037 pa | 0,090 Tabela A.0.7: 195 D=2,4m dal" Rina =0,304pa Espagamentos 2,5m. 3m 4m 5m Numero de Hastes Req {0 7 Req {Q] K | Rey [OQ] 7 Reg {9 2 022590 0572 0,22ipa | 0,562 | 0,216pa 0,548 O212pa 0,539 0,163pa 0,414 0,158a | 0,403 | 0,152pa 0,387 0,148pa 0,377 0,130pa 0,330 0,125¢a | 0,318 | 0,119pa 0,302 O,113pa 0,292 0,109pa 0,276 0,104pa_| 0,265 | 0,098pa 0,250 0,095 pa 0,240 0,094.90 0,238 0,090pa | 0,228 | 0,084pa 0,214 0,081 pa 0,205 0,083pa 0,211 0,079pa_| 0,201 | 0,074pa 0,187 0,070¢a 0,179 0] 3} oo] cx] | co) 0,074pa 0,189 0,071pa | 0,180 | 0,066pa 0,167 0,063pa 0,159 0,068pa 0,172 0,064 a | 0,163 | 0,059pa 0,151 0,056 pa 0,143 0,062pe 0,158 0,059pa_[ 0,149 [0,054 pa 0,138 0,051 pa, 0,130 ie 0,058p0 0,146 0,054pa | 0,138 | 0,050pa 0,127 0,047 pa 0,120 12 0,054pa 0,136 0,050pa_| 0,128 | 0,046pa O18 0,044 pa Oli 13 0,050pa 0,128 0,047 pa_| 0,120 | 0,043pa 0,110 0,041 pa 0,103 14 0,047 pa 0,120 0,044pa [0,113 | 0,040pa 0,103 0,038pa 0,097 15 0,045pa 0,013 0,042pa_ [0,106 | 0,038pa 0,097 0,036 pa 0,091 Tabela A.0.8: eo d= F" Ri haste = 0,363p0 Espagamentos 3m 4m 5m. Numero de Hastes Req [2 K |R, {9} K Rey [0] K 0,205 pa 0,564 | 0,200pa | 0,551 Oi97pa Oar 0,148 pa 0,406 | 0,142pa | 0,390 0,138 pa 0,380 O,i17pa 0,321 | Oi ipa [0,306 0,107 pa 0,295 0,097 pa 0,268 | 0,092pa_| 0,253 0,088 a 0,243 0,084 pa 0,231 | 0,079pa | 0,217 0,075 pa 0,207 0,074 pa 0,204 | 0,069pa | 0,190 0,066 pa 0,181 0,086 pa 0,183 | 0,062pa | 0,170 0,059 pa 0,161 0,060 pa 0,166 | 0,056pa | 0,153 0,053 pa 0,145 0,055 pa 0,152 | 0,051 pa | 0,140 0,048 pa 0,133 0,051 pa 0,141 | 0,047pa [0,129 0,044 pa 0,122 0,048 pa 0,131 | 0,044pa | 0,120 0,04i pa 0,113 0,045 pa 0,122 | 0,041 pa | 0,112 0,038 pa 0,0105 0,042 pa 0,115 | 0,038pa_ | 0,105 0,036 pa 0,099 0,040 pa 0,109 | 0,036pa_ | 0,099 0,034pa 0,093 Tabela A.0.9: L=3m_ d=" Ri haste = 0,352pa Eepacamentos om 4m Sm eae, | Ry | K a, i] K fr, iy] K 2 0,199pa | 0,566 | 0,194pa | 0,552 | 0,191pa | 0,543 3 0,14 pa | 0,408 | 0,138 pa | 0,392 | 0,134 pa | 0,381 a 0,114pa | 0,324 | 0,108pa | 0,307 | 0,104pa | 0,297 5 0,095pa | 0,270 | 0,090pa | 0,255 | 0,086pa | 0,245 6 0,082pa | 0,233 | 0,077pa | 0,218 | 0,073pa | 0,209 T 0,072pa | 0,306 | 0,067pa | 0,192 | 0,064pa | 0,182 8 0,065pa | 0,185 | 0,060pa | 0,171 | 0,057 pa | 0,162 9 0,059pa | 0,168 | 0,054pa | 0,155 | 0,052pa | 0,147 10 0,054pa | 0,154 | 0,050pa | 0,142 | 0,047pa_[ 0,134 ir 0,050pa | 0,142 | 0,046pa | 0,130 | 0,043 pa | 0,123 2 0,047 pa_| 0,132 | 0,043 pa | 0,121 | 0,040pa [0,114 13 0,044pa | 0,124 | 0,040pa | 0,113 | 0,037pa | 0,106 i4 0,04ipa | 0,117 | 0,037pa | 0,106 | 0,035pa | 0,100 15 0,039pa | 0,110 | 0,035pa | 0,100 | 0,033pa | 0,094 Tabela A.0.10: L=3m_ d=3" Bihane ~0,342p0 Eapagamentos Sin 4m Fa aimee lr, i] K |x, i] « fr, i] K 2 0,194pa_| 0,568 | 0,189pa | 0,554 | 0,186pa | 0,544 3 0,140pa | 0,410 | 0,135pa | 0,394 | 0,131pa_| 0,383 7 O,i11pa | 0,326 | 0,106 a | 0,309 | 0,102pa | 0,298 5 0,093pa | 0,272 | 0,088pa | 0,356 | 0,084pa | 0,246 6 0,080pa | 0,235 | 0,075pa_| 0,220 | 0,072pa | 0,210 7 0,071pa_| 0,208 | 0,066pa | 0,193 | 0,063pa | 0,184 8 0,064pa | 0,186 | 0,059 pa | 0,172 | 0,056pa | 0,163 9 0,058pa }-0,169-|-0,053pa | 0,156 | 0,050pa | 0,148 10 0,053pa | 0,155 | 0,049pa | 0,143 | 0,046pa [0,135 id 0,049pa | 0,144 | 0,045 pa | 0,132 | 0,042pa | 0,124 i2 0,046 pa | 0,134 | 0,042pa | 0,122 | 0,039pa | 0,115 13 0,043pa | 0,125 | 0,039pa | 0,114 | 0,037pa | 0,107 14 0,040pa | 0,118 | 0,037pa | 0,107 | 0,034pa | 0,100 15 0,038pa_| 0,111 | 0,035pa | 0,101 | 0,032pa | 0,095 Tabela A.0.11: L=3m_d=1" _ Rihase = 0,321p0 Espagamentos 3m 4m om ‘Numero deHastes |Pe (1) K | Ry (]) K | Ry [] K 2 U,187pa | 0,571 | 0,182pa | 0,556 | 0,178pa_| 0,546 3 0,135pa_| 0,414 | 0,129pa [0,396 | 0,126pa | 0,385 4 0,108pa | 0,329 | 0,103pa | 0,312 | 0,098pa | 0,300 5 0,090 a | 0,276 | 0,085pa | 0,259 | 0,081pa | 0,248 6 0,078pa | 0,238 | 0,073pa_| 0,222 | 0,069pa | 0,212 7 0,069pa | 0,211 | 0,064pa | 0,195 | 0,061pa | 0,185 8 0,062pa | 0,189 | 0,057pa | 0,175 | 0,054pa_| 0,165 9 0,056pa_| 0,172 | 0,052pa | 0,158 | 0,049pa | 0,149 10 0,052pa | 0,158 | 0,047pa | 0,145 | 0,045pa | 0,136 Ti 0,048pa | 0,146 | 0,044pa | 0,133 | 0,041 pa | 0,195 12 0,044pa | 0,136 | 0,041pa_| 0,124 | 0,038pa | 0,116 13 0,042pa | 0,128 | 0,038pa | 0,116 | 0,035pa | 0,109 14 0,039pa_| 0,120 | 0,036pa | 0,109 | 0,033pa_| 0,102 15 0,037pa [0,113 | 0,034pa | 0,103 | 0,031pa | 0,096 Tabela A.0.12: 197 198APENDICE A. TABELAS DE HASTES PARALELAS, ALINHADAS E IGUALMENTE ESPACADAS Apéndice B Retorno da Corrente de Sequéncia Zero do Curto-Circuito B.1 Correntes de Curto-Circuito pela Terra As correntes que trafegam pela terra e entram na malha so provenientes de: © curtos-circuitos monofasicos & terra; © curtos-circuitos bifdsicos 4 terra. Estes tipos de curto-circuitos geram correntes de sequéncia zero [11]. As cor- rentes de sequéncia zero sao as tinicas que, através da terra ou do cabo de cobertura, retornam & subestagdo. Como explicado em [11], as correntes de sequéncia zero esto em fase e geram um campo magnético que enlaga e se concatena com o cabo de cober- tura da Linha de Transmissio. Este enlace produz, pelo principio da aco e reacio, uma corrente induzida de retorno, conhecida como corrente auto-neutralizada. Esta corrente retorna pelo cabo de cobertura até a subestagao, isto ¢, a corrente auto- neutralizada retorna acompanhando o tragado da Linha de Transmissio. Ver Figura B.l.l. A terra sob a Linha de Transmissao esta também em paralelo com o cabo de cobertura. Portanto, o fluxo magnético proveniente das correntes de sequéncia zero também se concatena com a terra (solo) sob a Linha de Transmissio, induzindo nesta uma, corrente chamada de corrente de retorno pela terra sob a Linha de Transmissio. Figura B.1.1. Esta corrente retorna pela terra & subestagao, acompanhando o tragado da Linha de Transmissio (11). O restante da corrente de curto-circuito fica entéo liberado, e retorna utili- zando o menor traado que vai do ponto do curto-circuito & subestacao. 199 200 APENDICE B. RETORNO DA CORRENTE DE SEQUENCIA ZERO DO CURTO-CIRCUITO Tcabo cobertura Figura B.1.1: Retorno da Corrente de Sequéncia Zero & Subestagio O defeito que tem a maior corrente de sequéncia zgro é 0 curto-circuito mo- nofisico & terra e seu valor é dado pela expressio B:1.1. Teurto 14 ~ terra = Blo = Leabo de coerture + hterra ab a Lo. + Tterra iberada: — (BLL.1) B.2 Corrente de Malha A corrente de malha(Imatna) 6 a corrente elétrica que efetivamente trafega pela terra e entra na malha pelo solo, ver Figura B.2.1. A Inaiha € @ corrente que entra na malha pelo solo. Ela é composta pela corrente de terra sob a L.T. ¢ a corrente pela terra liberada. Seu valor é dado pela expressio B.2.1. Tmatha = Irerra sob a Lt. + Irerra tiberada (B.2.1) 201 Figura B.2.1: Corrente de Malha A corrente de malha (Imatka) 6 a corrente que produz as tensdes de passo e toque. Portanto, a corrente de malha é a que deve ser considerada no célculo do dimen- sionamento da malha, na questao da qualificagéo da malha no quesito de seguranca humana. Observa-se que a corrente auto-neutralizada nao contribui na geracao de tensdes de passo e toque. Isto porque esta corrente retorna pelo cabo de cobertura e entra diretamente no cabo da malha retornando ao sistema elétrico pelo terra do Y do transformador ou do gerador sincrono. A corrente de malha também pode ser obtida utilizando-se a expresso B.2.2. Iratna = Teurto 14 ~ terra — > Lento decoberture das Lt! (B22) Salienta-se que a corrente de malha é menor que a corrente de curto-circuito e seu valor depende da: * geometria espacial dos condutores fase, cabo de cobertura e distancia & terra; 202 APENDICE B. RETORNO DA CORRENTE DE SEQUENCIA ZERO DO CURTO-CIRCUITO « resistividade do solo; © bitola dos condutores fase e cabo de cobertura; © material(resistividade) dos condutores envolvidos; : * configuracao das L.T.’s conectadas & subestacio. Dependendo das condigées acima, a corrente de malha pode variar numa faixa larga, como indica, por exemplo, a expressio B.2.3. on). Imatha =) & } Leveto16— terra (B.2.3) 0,64 Apéndice C Resisténcia de Malha Neste apéndice, siio apresentados os resultados dos trabalhos de varios pes- quisadores relativos ao cdlculo da resisténcia de malha de terra (Ratha) - C.1 Resisténcia de Malha de Terra As formulas apresentadas neste item referem-se a resisténcia de malha de terra, proposta por diversos autores: 1) - Férmula de Dwight [69] es Pal = C11 Rovign = Fg — (Ca) 2) - Férmula de Laurent e Nilman [38] Rraurent = [5 + (C.1.2) 4 Amatha Letotat 3) - Férmula de Nahman e Skuletich [70] 203 204 APENDICE C. RESISTENCIA DE MALHA 4) - Férmula de Schwartz [71] _ Pa 2Liotal Lrotat Raoamte = =f [in (+m (ttt) 5) - Férmula de Sverak [45] 1 1 Rsverak = Pa Jaa (1+ Sverak [es V20A mathe ( 1+h/z2 6) - Férmula do Método Computacional do EPRI [68] * teprt = Kgpp:Reaurent 7) - Férmula de Chow e Salama [67] | fl [GF 1 f1_, (o,165ar form iV a * atl (ME™)]} (- onde: fa ==> resistividade aparente do solo; Amatha => area da malha de terra; Lioiat => comprimento total dos cabos que formam a malha; n =+ miimero de condutores paralelos ao longo de uma diregéo da malha; (G.1.3) (C.1.4) (6.1.5) (C.1.6) (C.1.7) h ==> profundidade da malha no solo; d = didmetro do condutor da malha de terra; N= —1 => ntimero de quadriculas em uma direcdo; Al => lado da quadricula; Kppy: == fator de corregio da Resisténcia de Malha conforme proposto na re- feréncia [68]; n’ = { Vdh para malha com profundidade h “0,5 para malha na superficie (h = 0) comprimento da malha fargura da malha ky = 4 —0,05w+1,20 para h —0,04w 41,41 para h —0,05w +1,13 para h = 0, 15w + 5,50 para h = ky = } 0,10w+4,68 para h =0,05w + 4,40 para h C.2 Andlise da Resisténcia de Malha em Funcao de Para- metros Na Figura C.2.1 so mostrados resultados para a Resisténcia de Malha, em fungéo da sua profundidade (h), obtidos pelas expressdes apresentadas neste Apéndice, para uma malha de terra com 20m x 20m com 4 quadriculas em cada diregio. O didmetro do cabo é de lem. Tomando como referéncia a Resisténcia de Malha calculada pela expressio proposta pelo EPRI, Férmula C.1.6, os erros percentuais da Rmaia estio apresentados na Figura C.2.2. Uma comparagio de Rmatha, €m fungao do comprimento total de cabos (Lteral); esté mostrada na Figura C.2.3, onde os célculos foram efetuados para a malha exem- plo mostrada na Figura C.2.1, montada a uma profundidade de 0,5m e ntimero de quadriculas igual a7 x 7. 206 APENDICE C. RESISTENCIA DE MALHA 32.00 Rmatha 30.00 28.00 28.00 24.00 22.00 an COS OT TT To Cm) Figura C.2.1: Rmathe Xb 3 35.00 an i 5 = | g | ao ghd 3 | ¥ ge > AG ee 01 a g oq 1 g 6 a -5.00 j oo 1809 preggers hm) Figura C.2.2: Erros Percentuais da Rmatha em Relagio a Rypar 30.00 | Rata : | so] 3 | a x04 8° 3 15.00 ww | soo 4 | i rpeererrrererrrere oo Oko VO 652.90 Lroat — (km) Figura ©.2.8: Ratha X Leotat um lado(WV), est apresentada na Figura C.2.4. A malha em estudo tem dimensio 100m x 100m, profundidade de 0,5m e diémetro do cabo de lem. 35.00 Rmatha 30.00 - wy, 25.00 20.00 } A Resisténcia de Malha, em fungio do mimero de quadriculas ao longo de 15.00 Figura C.24: Ratha X NV 208 APENDICE C. RESISTENCIA DE MALHA Jha comparagio de Rmatka em fungao do diametro do cabo da malha (Figura €.2.5), foi feito utilizando-se uma malha de 100m x 100m, profundidade de 0,5m € quadriculadas em 7 x 7. 32.00 oes eereececigataran Rmmatha : 30.00 28.00 2 26.00 . 6 4 24.00 7 22.00 1 20.00, 4 : ope 060 OBE OOS OOS ORE ONO Oe Diametro — d(m) Figura C.2.5: Rmatha X Diametro do Cabo da Malha Bibliografia (10) {11 J. Zaborszky. Efficiency of groupding grids with nonuniform soil. AIEE Transac- tion, December, 1955. pp.1230-1233. J. Endrenyi. Evaluation of resistivity tests for design of station grounds in nonu- niform soil. AIEE Transactions, December, 1963. pp.966-970. G. F. Tagg. Earth Resistances. George Newnes Limited, London, 1964. E. D. Sunde. 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