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Segundo Leila Amaral1, a chave espiritual da Nova Era está na

crença de que Deus ou a perfeição encontra-se no interior de cada indivíduo


e na busca da integração entre corpo, mente e espírito. Ela seria herdeira do
expressivismo psicológico que emerge a partir do século XVIII acoplado a
duas modalidades do individualismo: um individualismo humanista, cuja
motivação básica é liberdade e igualdade, e um individualismo subjetivista
que acrescenta à noção de liberdade, a partir da noção de diferença e
complementaridade, a conotação de individualidade autêntica pelo cultivo
interior e a busca do auto-aprimoramento. Um dos temas mais ligados à vida
executiva seria o da transformação dos paradigmas que deveria levar na
direção de um equilíbrio ou de uma concepção sistêmica da realidade a partir
do princípio básico que é o holismo. O universo seria um todo harmonioso e
indivisível e o homem seria mais integrado com o planeta e a natureza.
A autora assinala que, desde as décadas 70-80, expande-se uma
nova variante do movimento com menos ênfase no holismo ou na crítica ao
establishment e mais voltada a uma visão mais hedonista e bem comportada
do indivíduo2. Treinamentos são oferecidos para executivos de grandes
empresas capitalistas com o intuito de despertar a própria criatividade e os
poderes e competências ocultos. Tenta-se reconciliar no executivo a busca
interior e a busca exterior afim de beneficiar-se do melhor dos dois mundos,
espiritual e material. Cria-se uma afinidade entre religiosidade interna e
ideologia de progresso através do cultivo de qualidades interiores de
autonomia, poder, confiança e criatividade; confirma-se a conjugação perfeita
do par liberdade – poder.

1
AMARAL, Leila, Nova Era, um desafio para os cristãos, São Paulo, Edições Paulinas, 2001,
p.13-15.
2
Ibid. p. 27

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