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AUXÍLIO CESTA-ALIMENTAÇÃO.

Já está pacificado o entendimento do 3º Grupo Cível deste Tribunal de


Justiça, quanto ao reconhecimento dos direitos dos funcionários, tanto ativos como
inativos, estes pelo princípio da isonomia, da inclusão da parcela auxílio cesta-
alimentação, tendo em vista o seu caráter remuneratório, devendo a mesma integrar
os proventos de aposentadoria.

Dessa forma, a parcela referente ao auxílio cesta alimentação


percebido pelos funcionários ativos, também devem ser estendidos aos inativos e
pensionistas, por se tratar de um benefício consistente numa vantagem pecuniária
que tem por objetivo a compra dos proventos necessários à subsistência do
trabalhador.
Acerca da matéria, trago as seguintes jurisprudências:

EMENTA:  APELAÇÃO CÍVEL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. CAIXA DE


PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL S.A. AUXÍLIO
CESTA ALIMENTAÇÃO. VERBA DE CARÁTER REMUNERATÓRIO EXTENSIVA
AOS INATIVOS. PRELIMINARES REJEITADAS. Cerceamento de defesa - agravo
retido Correto o julgamento antecipado da lide por se tratar de questão
preponderantemente de direito, situação que não importa em cerceamento de
defesa, atendimento aos princípios da economia e celeridade processual.
Competência da Justiça Comum A relação jurídica havida entre as partes litigantes
refoge ao âmbito da jurisdição trabalhista, pois abarca apenas de forma indireta
questões atinentes à convenção coletiva de trabalho, que concedeu aos funcionários
da ativa o denominado auxílio cesta alimentação. Vantagem pecuniária esta que
vem sendo estendida aos inativos, pois tem por objetivo a compra dos alimentos
necessários à subsistência do trabalhador, integrando o conjunto da remuneração a
ser levada em conta para o cálculo do benefício previdenciário. Não há relação
jurídica de trabalho a ser analisada no caso em tela, mas de natureza civil, sendo
que a questão de fundo versa sobre obrigações contratuais que dizem respeito ao
direito previdenciário de ordem privada, de sorte que a competência para o exame
da causa é da Justiça Estadual comum. Legitimidade passiva ad causam A parte
autora objetiva a complementação de aposentadoria com a inclusão no cômputo
desta do auxílio cesta-alimentação, cujo benefício é pago pela entidade ré, de sorte
que a recorrente é parte legítima para figurar no pólo passivo da presente demanda,
diante do vínculo obrigacional a que está submetida. Prescrição Tratando de ações
relativas às parcelas atinentes à previdência privada, aplica-se a prescrição
qüinqüenal somente nos cinco anos anteriores ao ajuizamento da demanda, a teor
do que estabelece o art.75 da Lei Complementar nº 109/2001. Súmula nº 291 do
Superior Tribunal de Justiça. Hipótese que não se configurou no presente feito, ao
menos quanto às parcelas em discussão que não ultrapassaram este lapso
temporal. Mérito do recurso O entendimento jurisprudencial das Câmaras que
integram o 3º Grupo Cível deste Tribunal de Justiça é no sentido de reconhecer o
direito dos funcionários inativos à parcela auxílio cesta-alimentação, diante de seu
caráter remuneratório. O auxílio cesta-alimentação percebido pelos funcionários da
ativa é extensivo aos inativos, consistindo em uma vantagem que tem por objetivo a
compra dos alimentos necessários à subsistência do trabalhador. Benefício este que
se incorpora a sua remuneração, de acordo com o regramento específico que regula
a matéria. Juros e correção monetária sobre as parcelas devidas Os valores
deverão ser atualizados monetariamente de acordo com os índices do IGP-M, desde
o vencimento de cada parcela do benefício reconhecido como devido. No que tange
aos juros moratórios, estes incidem sobre o quantum devido a partir da citação. Do
desconto previdenciário e da dedução do imposto de renda sobre as parcelas
devidas O cálculo do tributo deve levar em conta o fato gerador, tanto no que diz
respeito à vantagem devida como ao lapso temporal referente a esta, sob hipótese
alguma pode ser exigido sobre o somatório de todas as parcelas relativas ao
beneficio reconhecido judicialmente. Assim, o desconto previdenciário e à dedução
do imposto de renda devem incidir sobre os valores do benefício devido,
considerados mês a mês e sobre a parcela correspondente, na medida em que
estão previstos em lei e são exigíveis quando deveriam ter sido disponibilizados o
respectivo montante. Prequestionamento Não merece prosperar o
prequestionamento postulado pela parte recorrente objetivando a interposição de
recurso à Superior Instância, visto que o julgador não está obrigado a se manifestar
sobre todos os artigos de lei invocados pelas partes, bastando que aqueles referidos
no corpo da decisão sejam suficientes para a resolução do caso submetido à
apreciação. Reconhecimento judicial de benefício que integra à base de cálculo de
provento ¿ efeito sentencial futuro que não se confunde com decisão condicional O
auxílio cesta alimentação reconhecido à parte postulante, na condição de inativo,
passa a integrar os seus proventos, de sorte que nada obsta que as demais
prestações que venham a ser concedidas aos trabalhadores da ativa a este título
também sejam incorporadas aqueles, não configurando esta circunstância por si só
sentença condicional, como pretende a ré. Isso se deve ao fato de que a
periodicidade do benefício em questão é mensal e sucessiva, de forma que em
sendo reeditado em pacto normativo coletivo de trabalho, deve ser repassado aos
aposentados, diante de sua natureza remuneratória reconhecida pela jurisprudência
desta Corte. Desprovido o agravo retido, rejeitadas as preliminares, e, no mérito,
negado provimento ao apelo. (Apelação Cível Nº 70028186955, Quinta Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luiz Lopes do Canto, Julgado em
11/03/2009)

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