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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

MARTIN LUTHER

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO


TRABALHO

SEGURANÇA DO TRABALHO I

Profº - Engº de Segurança do Trabalho


Eduardo Becker Delwing
CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER
Curso Técnico em Segurança do Trabalho

ÍNDICE
PLANO DE CURSO............................................................................................................... 6
1. CURSO: Técnico de Segurança do Trabalho......................................................................6
2. DISCIPLINA: Segurança do Trabalho I............................................................................. 6
3. CARGA HORÁRIA: 80 horas............................................................................................ 6
1. A HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO
TRABALHO........................................................................................................................... 8
1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO............................. 8
1.2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL............................ 11
2. HIGIENE DO TRABALHO E PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS
AMBIENTAIS...................................................................................................................... 18
2.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HIGIENE DO TRABALHO.............................. 18
2.1.1 Conceito de Higiene do Trabalho........................................................................ 18
2.1.2 A Higiene do Trabalho e os Outros Ramos Profissionais.................................... 18
2.1.3. Conceito e Classificação dos Riscos Ambientais................................................20
2.2 Objetivos da higiene do Trabalho............................................................................... 21
3. SEGURANÇA DO TRABALHO..................................................................................... 22
a) CONCEITO.................................................................................................................. 22
b) OBJETIVOS................................................................................................................. 22
c) PROCEDIMENTOS..................................................................................................... 22
d) IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO.................... 23
(1) Aspectos sociais...........................................................................................................23
(2) Aspectos econômicos.................................................................................................. 24
(3) Aspectos humanos....................................................................................................... 25
e) SEGURANÇA NA ENGENHARIA............................................................................ 25
f) SEGURANÇA DO PLANEJAMENTO....................................................................... 26
g) SEGURANÇA NO PROJETO..................................................................................... 26
h) SEGURANÇA NA EXECUÇÃO................................................................................ 27
i) INTERLIGAÇÃO DA SEGURANÇA NA ENGENHARIA COM OUTRAS ÁREAS
........................................................................................................................................... 28
(1) Interligação da segurança na engenharia com a medicina........................................... 29
(2) Interligação da segurança na engenharia com a psicologia......................................... 29
(3) Interligação com outras áreas...................................................................................... 30
4. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO................................. 30
4.1. PERFIL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO................................ 30
4.2. PAPEL E RESPONSABILIDADE............................................................................ 30
4.2.1. PAPEL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO.......................... 30
4.2.2 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
....................................................................................................................................... 32
4.2.3 RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 33
4.3. RESPONSABILIDADE............................................................................................ 33
4.4 RECOMENDAÇÕES................................................................................................. 33
5. ACIDENTES DO TRABALHO....................................................................................... 34
5.1 CONCEITO.................................................................................................................34

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Curso Técnico em Segurança do Trabalho

5.2 CLASSIFICAÇÃO..................................................................................................... 35
5.3 CAUSAS DOS ACIDENTES..................................................................................... 36
5.4 TIPOS DE ACIDENTES............................................................................................ 37
5.5 CONSEQÜÊNCIAS................................................................................................... 38
5.6 CONCLUSÃO............................................................................................................ 38
6. MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA COMUNICAÇÃO DE
ACIDENTE DO TRABALHO – CAT................................................................................. 38
I – Apresentação.................................................................................................................... 38
I – Apresentação................................................................................................................ 39
II – Recomendações gerais................................................................................................39
III – Informações gerais.................................................................................................... 40
Ocorrências:...................................................................................................................... 40
IV – Preenchimento do formulário CAT.......................................................................... 43
Quadro II – ATESTADO MÉDICO ............................................................................... 49
V – Conceito, definições e caracterização do acidente do trabalho, prestações e
procedimentos................................................................................................................... 50
VI – Legislação................................................................................................................. 56
VII - Anexo I – Formulário CAT...................................................................................... 58
Anexo II – FLUXOGRAMA............................................................................................ 61
7. COR E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA................................................................... 62
7.1 Objetivo da Sinalização de Segurança........................................................................ 62
7.2. Classificação das Cores.............................................................................................. 62
7.3 ABNT 6493 (EMPREGO DE CORES PARA IDENTIFICAÇÃO DE
TUBULAÇÕES)............................................................................................................... 69
7.4 ABNT 7195 (CORES PARA A SEGURANÇA)....................................................... 69
7.5 NR-26 (SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA)............................................................69
8. CALOR: NR – 15 ANEXO 3............................................................................................76
Limites de Tolerância para exposição ao calor..................................................................... 76
QUADRO Nº 1..............................................................................................................77
Tipo de atividade................................................................................................................... 77
QUADRO Nº 2..................................................................................................................78
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE......................................... 79
Tipo de atividade................................................................................................................... 79
Kcal/h.................................................................................................................................... 79
Trabalho leve..................................................................................................................... 79
Trabalho moderado........................................................................................................... 79
Trabalho pesado................................................................................................................ 79
9. Frio NR-15 Anexo 9......................................................................................................80
1.As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais
que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a
proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção
realizada no local de trabalho............................................................................................ 80
Objetivo................................................................................................................................. 80
Desenvolvimento...................................................................................................................80
Análise...................................................................................................................................80
FRIO - (ANEXO 9, NR - 15 DA PORTARIA 3.214/78)..................................................... 81
10. RISCOS QUÍMICOS...................................................................................................... 87

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10.1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 87
10.2. DEFINIÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS.................................................................. 89
10.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUÍMICOS QUANTO AS SUAS
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS...................................................................................... 89
10.4. INGRESSO NO ORGANISMO HUMANO........................................................... 90
a. Via Respiratória......................................................................................................... 91
Responsável por 90% dos casos. Tem importância fundamental, principalmente por
que:................................................................................................................................ 91
b. Via Cutânea............................................................................................................... 91
c. Via Digestiva............................................................................................................. 92
d.Injeção........................................................................................................................ 92
Distribuição e acumulação dos agentes químicos............................................................. 93
Locais de acumulação (armazenamento)...................................................................... 93
Biotransformação.............................................................................................................. 94
Eliminação.........................................................................................................................94
Toxicodinâmica................................................................................................................. 95
Irritantes........................................................................................................................ 96
Asfixiantes.....................................................................................................................97
Anestésicos e narcóticos............................................................................................... 97
Sistêmicos..................................................................................................................... 97
Alergizantes...................................................................................................................98
Imunodepressores.......................................................................................................... 98
Carcinogênicos.............................................................................................................. 98
Pneumoconióticos......................................................................................................... 98
Teratogênicos................................................................................................................ 98
Mutagênicos.................................................................................................................. 98
Princípios básicos de prevenção........................................................................................99
Controle e Identificação.................................................................................................. 100
Rotulagem....................................................................................................................... 100
Fichas Químicas de Segurança........................................................................................100
Recomendações............................................................................................................... 105
ANEXO – A........................................................................................................................ 115

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PLANO DE CURSO

1. CURSO: Técnico de Segurança do Trabalho


2. DISCIPLINA: Segurança do Trabalho I
3. CARGA HORÁRIA: 80 horas
4. NOME DO PROFESSOR: Eduardo Becker Delwing
5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
1ª AULA: Segurança do Trabalho I (História e evolução)
2ª AULA: Segurança do Trabalho II
3ª AULA: Segurança do Trabalho III
4ª AULA: Acidentes do Trabalho I (Conceitos)
5ª AULA: Acidentes do Trabalho II (Classificação e Causas)
6ª AULA: Acidentes do Trabalho III (CAT)
7ª AULA: Riscos Laborais
8ª AULA: Cor e Sinalização de Segurança
9ª AULA: Visita à empresa
10ª AULA: Calor / NR-15 Anexo 3
11ª AULA: Calor / NR-15 Anexo 3
12ª AULA: 1ª Avaliação Parcial
13ª AULA: Frio NR-15 Anexo 9
14ª AULA: Riscos Químicos I
15ª AULA: Riscos Químicos II
16ª AULA: 2ª Avaliação Parcial
17ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos
18ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos
19ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos
20ª AULA: Revisão e Avaliação Final
6. AVALIAÇÃO: A avaliação será realizada em duas avaliações parciais:
1ª Avaliação Parcial (Peso 9)
Relatório Visita (Peso 1,0)

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2ª Avaliação Parcial (Peso 7)


Trabalho em grupo (Peso 3)

Observação: A presença em sala de aula e a participação positiva do aluno em aula,


visitas, preparação e apresentação de trabalhos é avaliada continuamente, influenciando
diretamente na nota geral final.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 Ruído Fundamentos e Controle. Samir N. Y. Gerges. UFSC.
 Ruído – Riscos e Prevenção. Marco Paiva Matos. Thais Cataloni Morata.
Ubiratan de Paula Santos. Vilma Akemi Okamoto. Editora Hucitec.
 Riscos físicos. Martin Wells Astete. Eduardo Giampaoli. Leila Nadim
Zidon. Fundacentro.
 Riscos Químicos. José Manoel Osvaldo Gana Soto. Irene Ferreira de Souza
Duarte Saad. Mário Luiz Fantazzini. Fundacentro.
 Avaliação da Sobrecarga Térmica no Ambiente de Trabalho. Engª Berenice
Goelzer. ABPA.
 Ergonomia – Projeto e Produção. Itiro Lida. Edgard Blücher Ltda.
 Manuais de Legislação Atlas. Segurança e Medicina do Trabalho. Editora
Atlas S. A.
 Acidentes do Trabalho. Teoria e Prática. Jayme Aparecido Tortorello.
Editora Saraiva.
 Threshold Limit Valves for Chemical Substances and Physical Agents and
Biological Exposure Indices – ACGIH.
 Curso Supervisores de Segurança do Trabalho. Fundacentro.
 As Doenças dos trabalhadores. Bernardino Ramazzini. Fundacentro.
 Gestão de Segurança e Higiene do Trabalho. Waldemar Pacheco Jr.
Hyppólito do Valle Pereira Filho. Vera Lúcia Duarte do Valle Pereira. Atlas.
 Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes. Benedito Cardella. Atlas.

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1. A HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO


TRABALHO

1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO


A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do trabalho está
registrada num documento egípcio através do papiro Anastacius “V” fala da preservação
da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro.

 2350 a.C. no Egito ocorreu uma insurreição geral dos trabalhadores, deflagrada
nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as condições
de vida dos escravos.

 460 a 375 a.C. Hipócrates, mestre em medicina, no transcrito, “ares, água e


lugares”, onde há referencia sob “intoxicações sanitárias”, porém com total
emissão sob ambiente de trabalho.

 460 a 375 a.C. no Império Romano, Plinius, em visita a locais de trabalho –


galerias de minas – escreve que trabalhadores utilizavam máscara de panos ou
membranas de bexiga de carneiro – registro do 1º EPI – empregados para
proteger-se contra poeiras minerais, principalmente de chumbo e mercúrio.

 No Império Romano se aprofundou o estudo da proteção médico legal dos


trabalhadores e elaborou leis para sua garantia.

 Os pioneiros do estabelecimento de medidas de prevenção de acidentes foram


Plínio e Rotário, que pela primeira vez recomendaram o uso de máscaras para
evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metálicas.

 1556, publicado por Georgius Agrícola, em latim a obra De Ré Metálica, que


fazia referencia e observações esparsas a respeito da possibilidade do trabalho ser
causador de doenças. Problemas relacionados à extração de minerais e fundição
de prata e ouro. Doença mais comum: asma de minerais (silicose).

 As primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de higiene do


trabalho datam da Idade Média.

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 Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas associações de


trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho
no Renascimento.

 Nesse período, destacaram-se Samuel Stockausen como pioneiro da inspeção


médica no trabalho e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os
conhecimentos acumulados sobre segurança.

 1700, o médico italiano Bernardino Ramazzini publicou a obra intitulada De


Morbis Artificum Diabrita sobre as doenças com trabalhadores em mais de 50
ocupações diferentes, fazendo sempre a pergunta, qual é a sua ocupação, o que
você faz? , relacionou a patologia encontrada com a sua ocupação e o transmitiu
aos responsáveis pelo bem estar social dos trabalhadores da época. Por esta obra
Ramazzini recebeu o título de Pai da Medicina do Trabalho.

 1761, o também italiano Morganti fez uma coletânea de tudo que havia sobre
medicina do trabalho, na obra De Sabidus Et Causis Morborum, onde
descreveu o 1º câncer ocupacional.

 1760 a 1850, durante a revolução industrial ocorrida na Europa, foi outro marco
na evolução das doenças ocupacionais da legislação, pois foi quando o homem
começou a ser substituído pela máquina e por mulheres e crianças nas operações
destas.

 Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um


trabalho sobre as causas e prevenção de acidentes.

 Em Milão, Pietro Verri fundou, no mesmo ano, 1779, a primeira sociedade


filantrópica, visando ao bem estar do trabalhador.

 1802, na França, foi promulgada a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, que
previa jornada máxima de 12 horas para crianças, proibia o trabalho noturno para
crianças, e obrigava as empresas a fazer a lavagem das paredes duas vezes por
ano.

 A França destacou-se como líder em Medicina e Higiene durante a 1ª metade do


século XIX devido a vários estudos sobre a matéria.

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 A revolução industrial criou a necessidade de preservar o potencial humano


como forma de garantir a produção.

 1815, o inglês Alwin, criou as primeiras iniciativas na universidade da legislação


de proteção ao trabalho.

 1830, as condições de trabalho eram péssimas, e principalmente as das crianças,


quando um industrial inglês, sensibilizado com o problema procurou o médico
Robert Baker para aconselhar-se sobre a melhor forma de proteger a saúde dos
seus trabalhadores. Quatro anos mais tarde o governo inglês nomeou-o inspetor
médico de fábricas, dado seu interesse e estudo pelo assunto, assim como o
autorizou a visitar as fábricas.

 1831, Michael Sadler, apresentou à Comissão Parlamentar de Inquérito CPI, o


relatório elaborado sobre doença ocupacional.

 1833, uma CPI, elaborou um cuidadoso relatório sobre trabalhadores doentes,


que sensibilizou a opinião pública, fazendo que fosse baixado o Factory Act,
que considerada como a 1ª Lei de Proteção ao Trabalhador.

 1837, nos EUA, Benjamim Macredi publicou Leis sobre a Proteção do


Trabalho.

 1842, na Escócia, foi instituído a obrigatoriedade do médico de fábrica, para


realizar exames em crianças.

 1846, na França, foi instituído como obrigatório na industria e comércio o


serviço médico.

 1869, Lamuel Schatuc fez o 1º Programa de Saúde Ocupacional nos EUA.

 A sistematização dos procedimentos preventivos ocorreu primeiro nos Estados


Unidos, no início do século XX.

 1906, ocorreu o 1º Congresso Internacional de Doença do Trabalho, em


Milão, Itália.

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 1910, foi criada a Clínica del Lavoro, também em Milão, e o 2º Congresso


Internacional, agora promovido pela Comissão Permanente, em Bruxelas, com
a presença de mais de 200 participantes de 200 países.

 1919, 28 de junho após a 1ª grande guerra mundial, foi criada a OIT –


Organização Internacional do Trabalho, como parte do Tratado de
Versalhes.

 Na África, Ásia, Austrália e América Latina os comitês de segurança e higiene


nasceram logo após a fundação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

 Até o advento da 2ª grande guerra mundial, ocorreram trienalmente Congressos


Internacionais, os quais só reiniciaram em 1948.

 A OIT tem dedicado expressiva atenção e prioridade ao campo da Saúde


Ocupacional, quer através da elaboração de regulamentos, como de atividades de
pesquisa e informação ou assistência técnica internacional.

 A 1ª das frentes – a regulamentação – surgiu da própria contingência da época da


sua fundação, quando saltavam à vista gritantes abusos e elevados riscos
ocupacionais nas relações e condições de trabalho. Grande parte dos convênios e
recomendações referem-se especificamente a temas de saúde ocupacional.

 A 2ª das frentes – pesquisa e informação – tem recebido e continua a receber


notáveis contribuições para o desenvolvimento da Saúde Ocupacional.

 1969/70 – O departamento de trabalho dos Estados Unidos unifica as normas e


convenções diferentes sobre Segurança e Saúde do Trabalho vigentes nos EUA.

1.2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL

⇒ 1919, 15 de janeiro, foi aprovada a 1ª Lei de assistência médica e


indenização para acidentes do trabalho, através do Decreto Legislativo
nº 3.724.

⇒ 1929, Heinrich, pesquisando conseqüências de acidentes, concluiu que de


330 acidentes estudados apenas 30 tinham dado origem a lesões pessoais,

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dos quais só uma de maior gravidade não seria razoável continuar


abandonando mais de 90% de informações provenientes de acidentes sem
lesão.

⇒ 1940, foi promulgada a 1ª Lei Ordinária a respeito de Segurança do


Trabalho, atendimento ao acidentado e indenização e reabilitação
profissional.

⇒ 1941, fundação da ABPA, a Associação Brasileira para Prevenção de


Acidentes.

⇒ 1943, 1º de maio, dia do Trabalhador, o Presidente Getúlio Vargas, assinou


o Decreto Lei nº 5.452, aprovando a Consolidação das Leis Trabalhistas.

⇒ A Segurança do Trabalho no Brasil desdobra-se nas atividades das


Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), disseminadas
no cenário empresarial, e na fiscalização realizada por funcionários de
setores da administração pública.

⇒ A organização de estatísticas de acidentes de trabalho foi possível no


Brasil a partir do estabelecimento de definições, convenções e regras pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NB 18.

⇒ O sistema usual de prevenção de acidentes consistia em investigar os


acidentes ocorridos para descobrir sua causa, visando a eliminá-las e
prevenir novas ocorrências.

⇒ Por meio da coleta e análise dos dados estatísticos era possível delinear
objetivamente o programa de prevenção de cada empresa.

⇒ O levantamento dos coeficientes de freqüência e de gravidade dos


acidentes permitia avaliar a eficiência do sistema de prevenção adotado.

⇒ Esses coeficientes tem como referência à tabela internacional organizada


pela International Associantion Of Industrial Accident (Associação
Internacional de Acidentes Industriais).

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⇒ Esses mecanismos técnicos, legais, sociais e jurídicos ainda não foram


suficientes para reduzir de forma significativa os níveis de acidentes de
trabalho e de doenças profissionais no Brasil que, em comparação com
países de instituições mais avançadas, são muitos altos e resultam em
graves prejuízos humanos, sociais e financeiros.

⇒ Os acidentes mais freqüentes ocorrem na construção civil, na indústria


metalúrgica, na fabricação de móveis, no garimpo e nas atividades
agrícolas.

⇒ O fato do atendimento a acidentados ter custos mais altos do que sua


prevenção foi um dos fatores que determinaram, no início do século XX, a
codificação de normas de segurança, que envolvem a prevenção de
acidentes de trabalho e a higiene industrial.

⇒ Para falar-se das origens da Segurança do Trabalho, no Brasil, é


importante que se analise, primeiramente, como evoluía a Prevenção de
Acidentes.

⇒ A Prevenção de Acidentes, realizada sob a égide do Ministério do


Trabalho, recebeu, de início, importante contribuição da área médica, a
cujas mãos chegavam as mais importantes conseqüências dos acidentes do
trabalho - as lesões pessoais.

⇒ Tal circunstância não só explica a liderança assumida pela medicina nos


primeiros passos dados em direção à prevenção de acidentes como também
esclarece porque esses passos foram dados com vistas especialmente a
aspectos conseqüenciais. E mais do que isso, explica a visão conseqüencial
que, até hoje, caracteriza certas práticas prevencionistas em detrimento de
outros caminhos que favorecem a pesquisa das causas.

⇒ Foi assim que se desenvolveu a prática de realizar e divulgar estatísticas de


acidentados, rotulando-as de estatísticas de acidentes. E com isso deixava-
se de considerar os acidentes de que não decorressem lesões.

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⇒ A respeito de um acidente de que não resultasse lesão ouvia-se dizer: "não


foi nada". Se não havia acidentado não havia acidente.

⇒ Essa maneira de considerar o assunto, embora não fosse razoável,


explicava-se pelo interesse primordial pelo acidentado, que caracterizava
os que assim agiam. Juntam-se a isso as características da profissão médica
para a qual o estudo das lesões pessoais é de sua indiscutível competência
e merece todo o seu interesse.

⇒ O conhecimento dos níveis de ocorrência de acidentes de trabalho é fator


indispensável para a adoção de uma política trabalhista e empresarial que
preserve o bem estar do trabalhador e evite custos e prejuízos aos
empresários e às instituições previdenciárias.

⇒ Um dos mecanismos mais utilizados é a elaboração de estatísticas que, por


meio de métodos comparativos, mostram o aumento ou queda dos índices
de acidentes de trabalho num período e setor de trabalho dados. E, assim,
governo, empregadores e empregados adquiriam consciência da
necessidade de encarar o problema de prevenção do acidente, o primeiro
ditando as bases de uma legislação que visava a proteger o trabalhador da
agressividade do ambiente de trabalho e os últimos obedecendo o
estipulado nessa legislação, na medida de suas possibilidades.

⇒ É então que o empresariado começa a despertar para o aspecto


econômico dessa prevenção e espalha-se a idéia de que a prevenção
pode ser um bom negócio.

⇒ E contra a idéia de buscar a prevenção dos acidentes no estudo de suas


conseqüências havia a inexistência de proporcionalidade entre a gravidade
das lesões pessoais decorrentes de acidentes e a gravidade potencial desses
acidentes.

⇒ Impunha-se novo enfoque para enfrentar as novas técnicas. Não seria


lógico, pois, continuar a abandonar a análise dos acidentes sem lesão. E era

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necessário passar a estudar a problemática do acidente a partir de suas


causas.

⇒ 1971 – Decreto 68.255 de 16/02 cria a Campanha Nacional de Acidentes


de Trabalho – CANPAT.

Portaria 3.233 de 09/07 determina o cumprimento da CANPAT através de três


mecanismos:

⇒ Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CONPAT)

⇒ Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SPAT)

⇒ Medalha ao Mérito de Segurança do Trabalho (MMST)

⇒ 1972, em 27/07 é e ditada a Portaria 3236 que cria o Programa Nacional de


Valorização do Trabalhador – PNVT, referente à formação técnica em
Segurança e Medicina do Trabalho.

⇒ 1972, em 27/07 é editada à Portaria 3237 que regulamenta artigo 164 da


CLT, obrigando a existência de Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança do Trabalho (SESMT) em empresas com mais de 100
funcionários.

⇒ 1972, outubro, durante a realização do 11º CONPAT, em Curitiba,


representantes das entidades e empresas abaixo relacionadas discutiram a
necessidade de elevar a carga horária prevista para os cursos de
especialização em engenharia de segurança e em medicina do trabalho,
fixando-a em um mínimo de 360 horas, com o que concordaram os
representantes do DNSHT e da Fundacentro. Foi um primeiro passo para o
aperfeiçoamento do preparo dos profissionais a serem utilizados.

⇒ Nessa altura tornou-se possível sensibilizar a área da engenharia, até então


preocupada principalmente com os assuntos ligados diretamente à
produção, para a análise das causas do acidente. Mas até que a engenharia,
preocupada com o que se referia diretamente à produção, passasse a

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interessar-se profissionalmente pela pesquisa das causas do acidente havia


um longo caminho a percorrer.

⇒ Além de cuidar do preparo dos profissionais previstos na portaria que


analisamos, caberia realizar estudos para homogeneizar os seus ditames
com a legislação Regulamentadora do exercício da engenharia, arquitetura
e agronomia.

⇒ Esses estudos foram realizados e serviram de base ao projeto de lei que,


apresentado no Senado pelo Eng.º Saturnino Braga dispunha a respeito da
especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança
do Trabalho e da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho.

⇒ 1977, 22 de dezembro, sancionada a Lei nº 6.514 que altera o Capitulo V


da CLT, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho.

⇒ 1978, 08 junho, editada a Portaria 3.214 que aprova as Normas


Regulamentadoras - NR do Capítulo V do Título II, da CLT, relativas à
Segurança e Medicina do Trabalho.

⇒ 1985, em 27 de novembro sancionada a Lei nº 7.410 que dispõe sobre a


especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança
do Trabalho.

⇒ 1986, 9 de abril, Decreto nº 92.530, regulamenta a Lei nº 7.410, que dispõe


sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de
Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho.

⇒ 1996, a Portaria 393 de 09/04 adota o sistema de Grupos de Trabalho


Tripartite (governo, trabalhadores e empregadores) GTT buscando um
consenso nas regulamentações.

⇒ 1996, a Portaria 2 de 10/04 institui a Comissão Tripartite Paritária


Permanente (CTPP) para estudar e elaborar modificações nas NR´s. Fórum
permanente para discussão e revisão das normas.

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⇒ Entre 1996/97 o MEC altera carga horária dos cursos técnicos passando
para mínimo de 1600 hs. A primeira turma de técnicos de segurança do
trabalho do Colégio Martin Luther finalizou o curso em 1999.

⇒ A especialização a nível de pós graduação dos engenheiros foi fixada com


carga horária mínima de 600 horas.

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2. HIGIENE DO TRABALHO E PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS


AMBIENTAIS

2.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HIGIENE DO TRABALHO


2.1.1 Conceito de Higiene do Trabalho
É a ciência e a arte dedicadas à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle
de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar
enfermidade, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores, também tendo em
vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral.
O diagrama de blocos abaixo possibilita uma melhor compreensão do conceito:

É A CIÊNCIA APLICANDO OS DOENÇAS DOS


QUE ATUA NO RECURSOS DA Prevenir DO Decorrentes RISCOS
CAMPO DA ENGENHARIA E TRABALHO AMBIENTAIS
SAÚDE MEDICINA
OCUPACIONAL

2.1.2 A Higiene do Trabalho e os Outros Ramos Profissionais


A higiene do trabalho se relaciona direta ou indiretamente com diversos ramos
profissionais:

SANEAMENTO E
MEIO AMBIENTE PSICOLOGIA
ERGONOMIA E
SOCIOLOGIA

HIGIENE MEDICINA DO
ENGENHARIA DO TRABALHO
TRABALHO

DIREITO
TOXICOLOGIA

SEGURANÇA DO
TRABALHO

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a) Direito – A higiene do trabalho fornece subsídios técnicos para solução de conflitos


trabalhistas envolvendo insalubridade. No campo do direito previdenciário e civil,
os dados de avaliação de exposição a riscos ambientais auxiliam na concessão de
aposentadoria especial e indenizações por incapacidade e/ou doenças do trabalho.
b) Engenharia – A engenharia está presente em todas as etapas de um programa de
higiene do trabalho. Deste modo, esta ciência é essencial no reconhecimento,
avaliação e controle dos riscos ambientais, como será abordado em todo este
trabalho.
c) Ergonomia - A higiene do trabalho não visa apenas à detecção de atividades e/ou
operações insalubres, mas também à melhoria do conforto e qualidade de vida do
trabalhador no seu ambiente de trabalho.
d) Saneamento e meio ambiente – A importância da higiene do trabalho, ou seja, da
avaliação e controle de riscos ocupacionais ultrapassa os limites do ambiente de
trabalho; não só este é parte do meio ambiente em geral mas, através da prevenção
adequada dos riscos ocupacionais, o impacto negativo da industrialização no meio
ambiente pode ser apreciavelmente reduzido.
e) Psicologia e sociologia – A psicologia e sociologia tratam de harmonizar as
relações entre processo produtivo, o ambiente de trabalho e o homem. A higiene do
trabalho, através de suas etapas, fornece dados essenciais para a melhor
interpretação do universo do trabalho.
f) Medicina do Trabalho – O controle biológico, por meio de exames médicos, é um
dos parâmetros utilizados para verificar a eficiência e subsidiar um programa de
controle de riscos ambientais.
g) Toxicologia – A toxicologia fornece dados técnicos sobre os contaminantes
ambientais, facilitando o reconhecimento dos riscos ambientais nos locais de
trabalho. Pode-se então afirmar que a toxicologia, na maioria das vezes, antecede as
etapas clássicas de um programa de higiene do trabalho.
h) Segurança do Trabalho – A higiene do trabalho, mediante análise dos agentes
agressivos nos pontos de trabalho, muitas vezes previne também riscos operacionais
capazes de gerar acidente de trabalho.

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Assim, a higiene do trabalho, por se tratar de uma ciência que tem como objetivo
principal a relação entre o homem e o meio ambiente de trabalho, necessita para o bom
desenvolvimento e a prática de ações multidisciplinares de educação dos trabalhadores, no
sentido de prevenir riscos ambientais, obtendo-se melhor organização do trabalho.

2.1.3. Conceito e Classificação dos Riscos Ambientais


Riscos Ambientais: são os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos
ambientes de trabalho capazes de produzir danos à saúde, quando superados os respectivos
limites de tolerância. Estes limites são fixados em razão da natureza, concentração ou
intensidade do agente e tempo de exposição. Todavia, não podemos adotá-los como valores
rígidos entre condição segura e capaz de gerar alguma doença, devido à suscetibilidade
individual, ou seja, para o higienista os limites devem ser encarados como valores
referenciais.
Os riscos ambientais se classificam em:
1. Riscos físicos: são aqueles que compreendem dentre outros o ruído, vibração,
temperaturas extremas, pressões anormais, radiações ionizante e não ionizante.
2. Riscos químicos: são aqueles que compreendem dentre outros as névoas, neblinas,
poeiras, fumos, gases e vapores.
3. Riscos biológicos: são aqueles que compreendem dentre outros as bactérias, fungos,
helmintos, protozoários e vírus.
4. Riscos Ergonômicos: estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que propõe
que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, propiciando bem estar físico e
psicológico. Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos – do ambiente
– e a fatores internos – do plano emocional. Em síntese: ocorrem quando há disfunção entre
o indivíduo, seu posto de trabalho ou seus equipamentos. Ex. esforço físico excessivo,
excesso de levantamento e transporte manual de pesos, exigência de postura.
5. Riscos de Acidentes: ocorrem em função das condições físicas – do ambiente físico e do
processo de trabalho capazes de provocar lesões a integridade física do trabalhador. Ex.
máquinas sem proteção, arranjo físico inadequado, ferramentas inadequadas ou defeituosas,
EPI inadequado, animais peçonhentos e probabilidade de incêndio.

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2.2 Objetivos da higiene do Trabalho


Os objetivos de um programa de higiene do trabalho consistem em reconhecer,
avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos locais de trabalho.
a) Reconhecimento – Esta etapa baseia-se no reconhecimento dos agentes ambientais
que afetam a saúde dos trabalhadores, o que implica o conhecimento profundo dos
produtos envolvidos no processo, métodos de trabalho, fluxo de processo, layout
das instalações, número de trabalhadores expostos, etc. esta etapa compreende
também o planejamento da abordagem do ambiente a ser estudado, seleção dos
métodos de coleta, bem como dos equipamentos de avaliação.
b) Avaliação – Trata-se da fase em que se realiza a avaliação quantitativa e/ou
qualitativa dos agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos postos de
trabalho a serem avaliados. Exige-se conhecimento de avaliação, que consistem
basicamente na calibração dos equipamentos, tempo de coleta, tipo de análise
química a ser feita.
Esta etapa abrange dois ramos de higiene do trabalho, quais sejam:
Higiene de campo: é a encarregada de realizar o estudo da situação higiênica no
ambiente de trabalho (análise de postos de trabalho, detecção de contaminantes e tempo
de estudar e recomendar medidas de controle para reduzir a intensidade dos agentes a
níveis aceitáveis).
Higiene analítica: realiza as análises químicas das amostras coletadas, cálculo e
interpretações de dados levantados no campo. Assim, por exemplo, uma amostra de
poeira coletada deverá ser analisada no laboratório por difratometria de raios x para
determinação de sílica livre cristalizada.
c) Controle – De acordo com os dados obtidos nas fases anteriores, esta se atém a
propor e adotar medidas que visam a eliminação ou minimização do risco presente
no ambiente.
O controle funda-se na adoção de medidas relativas ao ambiente e ao homem:
Medidas relativas ao ambiente: são medidas aplicadas na fonte ou trajetória, tais
como substituição do produto tóxico, isolamento das partes poluentes, ventilação local
exaustora, ventilação geral diluidora, limpeza dos locais de trabalho, etc.

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Medidas relativas ao homem: compreendem, dentre outras, a limitação do tempo de


exposição, equipamentos de proteção individual, educação e treinamento, exames
médicos (pré-admissional, periódico e demissional).

3. SEGURANÇA DO TRABALHO

a) CONCEITO
SEGURANÇA DO TRABALHO pode ser definida como: um conjunto de normas
destinadas à melhora dos ambientes de trabalho.

b) OBJETIVOS

a) evitar acidentes;

b) minimizar as condições inseguras de trabalho;

c) preparar o trabalhador para a prevenção dos desastres ocupacionais;

d) estabelecer melhores condições físicas e psíquicas no trabalho e por via


de conseqüência, melhores condições de eficiência e de produção.

c) PROCEDIMENTOS

Para preservar a saúde e a vida do ser humano em seu ambiente de trabalho e do


meio ambiente é indispensável:

• realizar pesquisas e estudos técnicos a respeito das instalações de trabalho


(Levantamento Ambiental de Riscos e PPRA Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais);

• realizar estudos médicos sobre os efeitos dos agentes nocivos à saúde humana
presentes nos locais de trabalho (PCMSO) Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional;

• colocar em prática as Normas especiais de segurança e fiscalização que foram


criadas em conseqüência da ação conjugada dos governos, sindicatos e
empregados, as quais asseguram a eficiência das leis protetoras.

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• implementar ações no ramo da segurança e higiene do trabalho constitui-se, na


verdade, uma fonte de experiências e conhecimentos para a preservação do
meio ambiente em geral, resultando em acúmulo de conhecimentos e
aprimoramento das condições de trabalho.

• Intensificar ações que visem a preservação do meio ambiente externo ao


local de trabalho em geral, pois a poluição do meio ambiente gerada pelas
atividades industriais é um problema que está gerando crescente preocupação
aos serviços de higiene e segurança do trabalho. Daí a importância crescente
da segurança do trabalho e o caráter social e humano de que se reveste tal
sistematização de normas.

d) IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO


Esta disciplina, além dos aspectos técnicos, enfoca também aspectos humanísticos.

Portanto, não devemos esquecer que por trás de qualquer máquina, equipamento ou
material, está o homem, a maior riqueza da nação.

Se não bastasse isso, para avaliarmos a importância da Segurança e Medicina do


Trabalho, poderíamos pensar que, enquanto uma indústria tem capacidade de produzir
grande quantidade de produtos por dia, necessitamos de no mínimo 20 anos para formar
um homem.

(1) Aspectos sociais


Usemos o raciocínio do insigne Prof. Ruy Aguiar da Silva Leme: “Para
considerarmos o efeito de acidentes, via produtividade no caso nacional, consideremos um
trabalhador imaginário desde seu nascimento até sua morte”.

Para cada ano, podemos calcular o produto e o consumo total do trabalhador e sua
diferença, a produtividade líquida.

Essa será de início negativo, pois a criança só consome.

Entretanto o menor para a força de trabalho, a produtividade cresce, assumindo


valores positivos que permanecem com este sinal até o trabalhador se aposentar ou morrer.

Caso o trabalhador se aposentar, teremos até sua morte, valores negativos.

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Totalizando a produtividade líquida do trabalhador ao longo de sua vida, temos, em


geral, um valor positivo, isto é, um excedente que será utilizado para cobrir os déficit inicial
dos filhos dos trabalhadores, para sustentar o déficit correspondente aos aposentados, via
contribuição previdenciária e a poupança.

Para tornar mais claro o raciocínio, suponhamos que o trabalhador consome 5


unidades por ano, qualquer que seja sua idade e que produza 10 unidades por ano, dos 15
aos 50 anos, vivendo aposentado dos 50 aos 60 anos.

O saldo total seria, neste caso, igual.

S = (10 x 35) - (5 x 60) = 50

Suponhamos, contudo, que o trabalhador sofra um acidente aos 30 anos que reduza
a sua produção para a metade.

O novo saldo será:

S = (10 x 15) + (5 x 20) - (5 x 60) = -50

O exemplo obtido não tem pretensões ao realismo.

Contudo, mostra como um acidente, considerado em termos globais para a nação


pode tornar um trabalhador superavitário em um elemento deficitário no que concerne à
produção e ao consumo de bens.

Acreditamos que alguma pesquisa em torno deste raciocínio poderá ser muito útil
para mensurar os efeitos dos acidentes fatais ou que conduzam à incapacitação parcial
permanente aos trabalhadores.”

Apenas acrescentando: todo o ônus causado pelo acidente, reflete-se em toda a


nação, uma vez que é ela que paga ao incapacitado, ou à família da vítima de um
acidente fatal.

(2) Aspectos econômicos


As estatísticas de 1978 no dão em números redondos 1.6x 106 acidentes do trabalho.

Em 1977, o custo direto do acidente foi Cr$ 6.292,00 o que nos autoriza fazer uma
projeção para 1978 de Cr$ 8.000,00 (Cr$ 8 x 103).

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Assim o custo total seria:

Cr$ 8,00 x 103 x 1.6 x 106 = Cr$ 12.8 x 109

Se admitirmos o valor médio do barril de petróleo importado em 1978, Cr$15,00 ao


câmbio de Cr$ 20,00/dólar chegaríamos a conclusão que o acidente do trabalho nos custou
o equivalente a 43 milhões de barris de petróleo, ou seja quase que o equivalente a 2 meses
de consumo.

(3) Aspectos humanos


Embora não se possa exprimir em números, o aspecto humano é o mais
importante.

Se lançarmos esta pergunta ao acadêmico de Engenharia:

• Quanto vale em reais a vida de seu pai ou seu irmão?

• Acreditamos que teremos respostas afirmativas à colocação


anterior.

Não nos devemos, porém, ater exclusivamente a este raciocínio e


devemos ir mais longe.

Quando estamos pagando adicional de insalubridade a um


trabalhador, em outras palavras, estamos comprando alguns anos de sua vida, pelo
dano que o agente agressivo poderá causar a seu organismo.

e) SEGURANÇA NA ENGENHARIA
Por sua formação, o engenheiro é o homem que planeja, projeta e executa.

Se utilizarmos a definição utilitária do engenheiro dado pelos americanos

“Engenheiro é aquele que faz o que um leigo faz, porém com a metade do
custo”, veremos no correr do curso, que segurança do trabalho é e deve ser considerada
como um investimento, da mesma forma que uma máquina, edificação ou equipamento.

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f) SEGURANÇA DO PLANEJAMENTO
Planejar seria extrapolar para o futuro. Devemos ter sempre em mente esta idéia,
quando estamos planejando, verificar quais as conseqüências futuras deste planejamento,
quais as implicações para a nossa e para futuras gerações da implantação desta nova
tecnologia.

Historicamente, sabe-se que os motores de combustão interna, a ciclo Otto, foram


planejados para utilização do álcool.

Receios de dependência de países tropicais, levou os técnicos da época a procurar


alternativas.

A gasolina pela sua baixa octanagem não permitia a taxa de compressão necessária,
e para melhorar a octanagem seu preço de fabricação tornava-se proibitivo.

Eis, senão quando, surge o tetra etila de chumbo que possibilitou a redução de
custos, tornando-a competitiva e até mais barata que o álcool.

Quando à planejamento e tecnologia nada a opor.

Entretanto, foi esquecido ou ignorado o fator homem.

Sendo este produto, altamente tóxico e cancerígeno, causador danos a toda a vida
animal e vegetal do planeta, foi posteriormente substituído por outros elementos químicos
menos nocivos e as pesquisas e experiências continuam sendo efetuadas, na busca de
combustíveis alternativos e menos poluidores.

Este exemplo, escolhido, bem pode mostrar como o engenheiro, o homem de


planejamento, deve deter-se em todas minúcias de um problema, não se prendendo
exclusivamente à tecnologia, que deve existir para beneficiar o homem, nunca prejudicá-lo.

Outros exemplos, em todas as áreas de engenharia, poderiam ser encontrados.

g) SEGURANÇA NO PROJETO
Não há projeto de engenharia que não introduza um fator de segurança.

Um engenheiro civil, por exemplo, jamais diria:

 Acho que para esta viga, 10 barras de ferro ∅ ½ polegada bastam.

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Da mesma forma, o engenheiro mecânico se recusaria a dizer:

Para este motor é suficiente um eixo de 25 mm.

Em qualquer caso, seria feito um cálculo e aplicados coeficientes que assegurassem


um perfeito desempenho da viga ou do eixo.

Note-se que até este ponto estamos falando em segurança estrutural.

Devemos também pensar em segurança do operador, desde que o usuário foi


contemplado no projeto.

Assim, um projeto bem concebido poderá evitar tentativas de soluções futuras que,
além de encarecer o produto, podem dar insegurança ao trabalhador.

Um arranjo físico bem feito, será seguro e ao mesmo tempo pode aumentar a
produtividade. Uma máquina projetada com painéis de comando, que obedeçam a fatores
ergonômicos, evitam acidentes, reduzem a fadiga e também aumentam a produtividade.

Um projeto bem executado de proteção contra incêndio, além de aumentar a


segurança patrimonial, aumentam a segurança do trabalhador.

Todo o engenheiro sabe que é mais fácil alterar um desenho no papel, que
improvisar soluções futuras e se evitarmos ou minimizarmos as condições inseguras,
estaremos eliminando automaticamente um grande número de acidentes, nunca esquecendo
que qualquer medida de proteção coletiva sempre surtirá maiores resultados do que
medidas de proteção individual.

Por exemplo, um sistema de exaustão de gases de uma cabine de pintura sempre


dará melhor proteção que máscaras respiratórias fornecidas ao trabalhador; um andaime
seguro sempre será mais eficiente que um cinturão de segurança; e uma máquina com
proteção de suas partes móveis evita o acidente, enquanto que um aviso terá resultados
muito duvidosos.

h) SEGURANÇA NA EXECUÇÃO
Na fase de execução, além da responsabilidade do engenheiro na fiscalização e
orientação do processo, visando o cumprimento do projeto ou a qualidade do produto,
também a parte de segurança do trabalhador deve ser levada em conta.

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Já falamos que uma das causas dos acidentes são as condições inseguras.

Porém, a simples eliminação destas, por um bom planejamento e projeto, não


impede que acidentes ocorram por atos inseguros praticados pelo trabalhador ou fatores
pessoais de insegurança.

O engenheiro é o líder, seja imposto, seja natural, e sua cultura, aliada aos
conhecimentos tecnológicos, o fazem o guia inconteste da massa trabalhadora.

Aproveitando esta circunstância, poderá, por um trabalho de conscientização aliado


a um treinamento, evitar os atos inseguros e uma boa parcela dos fatores pessoais de
insegurança.

Por ato inseguro entendemos aquele ato praticado conscientemente pelo


trabalhador, sabendo que dele pode advir um acidente, por exemplo: apesar de
conhecer o risco de incêndio num almoxarifado de explosivos, acender um cigarro.

Por fator pessoal de insegurança, entendemos aqueles psicológicos ou pessoais


que podem levar a um acidente.

Um exemplo do primeiro seria o empregado que trabalha sob alguma tensão


emocional e, do segundo, o empregado não adestrado que opera uma máquina.

O bom exemplo, acima de tudo, influi sobremaneira nos atos inseguros.

Não adianta todo um trabalho de conscientização, se o técnico é o primeiro a


infringir normas de segurança.

i) INTERLIGAÇÃO DA SEGURANÇA NA ENGENHARIA COM OUTRAS ÁREAS


A Segurança, e por segurança entendemos não somente os acidentes típicos, como por
exemplo uma fratura ou mutilação, mas também os riscos ambientais, como gases, poeiras,
vapor, etc., ou ainda problemas fisiológicos e psicológicos, só poderá ser levada com
sucesso pelo engenheiro, se este contar com o apoio de outras áreas do conhecimento.

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(1) Interligação da segurança na engenharia com a medicina


O médico do trabalho é um parceiro importante do Engenheiro e do Técnico de
Segurança do Trabalho.

Então vejamos: Quando trabalham em comum acordo, o médico é indispensável no


exame pré admissional do candidato, escolhendo o biótipo certo para a função determinada.

Exemplificando: para uma função em que seja exigido vigor físico (calceteiro,
forneiro), só o médico poderá selecionar o homem adequado;

Uma pessoa alérgica não será escolhida para exercer função em setor em que há
poeiras ou gases, mesmo quando estes agentes agressivos estão abaixo dos limites de
tolerância. Da mesma forma, através de exames médicos periódicos o médico poderá
informar ao engenheiro certos fatores de risco, possibilitando a este encontrar soluções
tecnológicas.

Se um trabalhador, por exemplo, acusar início de surdes profissional, o médico


comunicará ao engenheiro, que providenciará a eliminação, se possível, ou a neutralização,
em último caso, do ruído, salvando, assim, a audição do trabalhador.

Uma associação deveras interessante está no campo da ergonomia:

 Adequação homem máquina

 Cujo estudo em conjunto dos dois profissionais poderá levar a


soluções ótimas, contribuindo para o bem estar do trabalhador.

(2) Interligação da segurança na engenharia com a psicologia


Esta relação é bastante íntima, pois só a psicologia terá condições de usando suas
técnicas, selecionar o homem, sob o ponto de vista psicológico para uma determinada
função.

Determinadas tarefas, como controle de qualidade, atividades de laboratório, exigem


um perfil psicológico diverso de um homem de manutenção,

Também, pelo Treinamento, pode-se evitar uma série de acidentes, como já falamos
anteriormente, e a pessoa, por excelência indicada, para programar e executar o treinamento
é o psicólogo.

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(3) Interligação com outras áreas


Além destas relações, um contato estreito do SESMT com o setor de suprimentos,
produção, manutenção, é essencial para um bom desempenho desta nobre tarefa, que é
preservar o bem estar do nosso semelhante.

Devemos ter em mente que a assistente social, é peça importante nesta máquina humana
de evitar acidentes, pois muitos deles podem ocorrer por desajustes pessoais.

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4. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

A) Empregado: estabelecimentos comerciais e industriais, públicos e privados;

B) Assessorar profissionais da área de projetos e construção de máquinas,


equipamentos e edificações.

C) Assessoramento aos sindicatos e entidades de classe, na análise do ambiente do


trabalho.

4.1. PERFIL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

O profissional técnico de Segurança do Trabalho é responsável pela coordenação do


emprego adequado e seguro de procedimentos na realização das atividades e tarefas
exigidas numa empresa. Sua atenção maior é o trabalhador. Tem a função de zelar pela
correta aplicação das normas de segurança, e o seu desempenho impõe-lhe a atenção
permanente para o bom funcionamento de métodos corretos de trabalho. Para isso, analisa,
pesquisa, investiga, avalia, relata, aponta e sugere. Mantém contato direto com o ser
humano. É o elo de ligação entre o empregador e o empregado, no que se refere às
questões de segurança. Por isso deve apresentar qualidades específicas: capacidade de
liderança, dinamismo, iniciativa, equilíbrio emocional, capacidade de observar,
ponderar e sintetizar, perseverança, sociabilidade, comunicação e postura adequadas.

4.2. PAPEL E RESPONSABILIDADE

4.2.1. PAPEL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

 Responde pela elaboração e correta aplicação das normas de segurança do trabalho,


pelas análises das condições da empresa face à gradação de riscos, bem como pelo
planejamento e programação dos serviços de higiene e segurança, tendo em vista a
erradicação e/ou minimização de condições e atos inseguros, conforme estabelecido
pelas normas regulamentadoras;
 Responde pelas atividades de ordem administrativa da área de segurança e proteção do
trabalho, emitindo requisições de compras, conforme as necessidades de utilização do
material e equipamentos, estabelecendo os estoques mínimos no almoxarifado,

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controlando o consumo e autorizando reposição dos mesmos, visando assegurar


racional suprimento destes materiais e equipamentos;
 Elaborar normas e procedimentos sobre segurança e proteção do trabalho da unidade e
das empresas prestadoras de serviços, bem como orientar os subordinados, tendo em
vista o fiel cumprimento da política de segurança estabelecida;
 Acompanhar a análise de risco de acidentes em cada operação, revisando, observando
in loco estas operações, com o objetivo de recomendar os procedimentos de execução
adequados e compatíveis com as regras básicas de segurança;
 Acompanhar as inspeções de segurança dos equipamentos de combate a incêndio, junto
com firmas credenciadas;
 Preparar e ministrar treinamento introdutório sobre prevenção de acidentes para
funcionários admitidos, estagiários e funcionários de empresas prestadoras de serviço,
através de palestras e recursos didáticos disponíveis, a fim de transmitir de forma
adequada as noções e regras básicas de segurança;
 Participar ativamente dos trabalhos da CIPA, prestando assessoria necessária, tendo em
vista o cumprimento das normas regulamentadoras;
 Garantir o uso de equipamentos de proteção individual através de distribuição racional e
acompanhamento eficaz;
 Elaborar / orientar empresas contratadas para o uso e cumprimento das normas de
segurança, fiscalizando o cumprimento das mesmas;
 Acompanhar teste do sistema de combate a incêndio, acompanhar vistoria nos
equipamentos de proteção a incêndio realizada por entidades ligadas ao sistema de
seguro da empresa.

4.2.2 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO


⇒ Identificar os fatores de risco de acidente de trabalho, doenças
ocupacionais, propondo melhorias ou a sua eliminação;
⇒ Indicar, solicitar e inspecionar equipamentos individuais de proteção
utilizados na área industrial;
⇒ Investigar os acidentes ocorridos na empresa encaminhando propostas de
melhorias. (CAT, encaminhamento ao SUS);

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⇒ Marcar perícia (acidentes) junto ao SUS e acompanhamento do


afastamento do funcionário;
⇒ Analisar funções de funcionários no local de trabalho;
⇒ Acompanhar descarga de amônia, óleo diesel e produtos químicos;
⇒ Acompanhar e apoiar as CIPA’s (eleições, reuniões, documentação e
cursos);
⇒ Organizar e acompanhar a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do
Trabalho (SIPAT);
⇒ Analisar as condições de higiene do trabalho;
⇒ Inspecionar procedimentos de segurança na linha de produção (uso de
EPI’s e/ou solicitando troca de equipamentos);
⇒ Acompanhamento de testes de EPI’s (vários fornecedores) e fazer contato
com depto de compras;
⇒ Atualizar dados estatísticos de acidentes do trabalho;
⇒ Controlar extintores: validades, limpeza, recarga e conservação;
⇒ Controlar equipamentos de emergência de segurança;
⇒ Levantamento de riscos ambientais;
⇒ Auxiliar a CIPA na elaboração e confecção dos mapas de risco;
⇒ Preparar documentação para laudos de aposentadorias especiais junto ao
INSS e digitar laudos (DSS8030);
⇒ Acompanhamento de perícias;
⇒ Atuar como instrutores em cursos de CIPA, prevenção básica, primeiros
socorros e combate a incêndio;
⇒ Fazer relatórios diários das inspeções de segurança.

4.2.3 RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO


Como podemos verificar a responsabilidade do técnico de segurança do trabalho é
muito grande, pois embora exerça suas atividades principalmente na melhoria das
condições do ambiente de trabalho, as mesmas estão diretamente ligadas ao ser humano, ou
seja, ao trabalhador.

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O Técnico de Segurança do Trabalho além das responsabilidades do dia a dia da


profissão pode ser responsabilizado por danos que sua ineficiente atuação possa gerar ao
trabalhador ou ao ambiente de trabalho.

4.3. RESPONSABILIDADE

• Do Empregador

• Cumprir as normas de segurança e saúde

• Pagamento da previdência, das prestações de acidente de trabalho NÃO


EXCLUI a responsabilidade civil do empregador (art. 121), porém fica
excluída quando:

• O empregado desobedece às ordens

• O empregado provocou o acidente

• Do Empregado

• Cumprir as normas de segurança e saúde

• Obedecer às ordens do empregador

4.4 RECOMENDAÇÕES

• Cumprir as normas de SST (NR)

• Cumprir a legislação previdenciária

• Treinamento

• Documentar

• SESMT atuante e eficiente

• Audiometria seqüencial

• Assistente e técnico

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• Advogado especializado e competente.

5. ACIDENTES DO TRABALHO

5.1 CONCEITO
A definição legal é dada pelo Decreto 83.080 de 24.01.1979, no seu “Regulamento
de Benefícios da Previdência Social”, no seu Art. 221 que tem a seguinte redação:

Acidente do trabalho é aquele que pode ocorrer pelo exercício do trabalho a


serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a
morte ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.

Para a Segurança do Trabalho, o acidente do ponto de vista prevencionista ocorre


sempre que um fato não programado modifica ou põe fim à realização de um
trabalho, o que ocasiona sempre perda de tempo, podendo advir outras conseqüências
como danos materiais (aos equipamentos, aos produtos, as instalações e ao meio
ambiente).

Há casos, porém, de acidentes que, embora não se enquadrem na definição de


acidentes do trabalho, podem ser encarados como tal:

1. Doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a


determinado ramo de atividade.

2. o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte , ou a perda, ou a redução da capacidade de trabalho.

3. a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal da área médica, no


exercício de sua atividade.

4. o acidente sofrido pelo empregado no local e horário de trabalho em


conseqüência de:

a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro


de trabalho;

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b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada


ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, inclusive


companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação ou incêndio;

f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

5. o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho;

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou


proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado,


inclusive de propriedade do empregado;

d) no trajeto da residência para o trabalho e vice versa;

e) no percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo de trabalho;

5.2 CLASSIFICAÇÃO

SEM AFASTAMENTO: é o tipo de acidente em que o acidentado pode continuar sua


função normal, no mesmo dia do acidente, ou no próximo, no horário normal de trabalho.
COM AFASTAMENTO: é o acidente que provoca incapacidade temporária, incapacidade
permanente ou morte do acidentado.
Incapacidade temporária: é a perda de capacidade do trabalho por um período limitado
de tempo, num superior a um ano. É aquela em que o acidentado, depois de algum tempo
afastado do serviço, devido ao acidente, volta ao mesmo executando suas funções
normalmente, como fazia antes do acidente.
Incapacidade permanente parcial: é a redução parcial da capacidade de trabalho do
acidentado, em caráter permanente. (perda de um dos olhos, de um dedo, etc.)

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Incapacidade permanente total: é a perda da capacidade total para o trabalho em caráter


permanente. (perda de uma das mãos, dos dois pés, mesmo que a prótese seja possível).

5.3 CAUSAS DOS ACIDENTES

* ATOS INSEGUROS: são aqueles atos praticados conscientemente pelo trabalhador,


sabendo que dele pode advir um acidente.

* FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA:

a) fatores fisiológicos: surdez, insuficiência visual, alcoolismo, epilepsia;


b) fatores psicológicos: falta de aptidão, inteligência, traços de personalidade (percepção,
capacidade de concentração, rapidez de raciocínio), problemas psicomotores;
c) condições emocionais: tensão, desatenção; conflitos; perturbação mental;
desobediência; negligência, displicência, brincadeiras, curiosidade;
d) não utilização de EPI;
e) condições gerais: retirada ou neutralização de dispositivos de segurança; vestimenta
inadequada; desconhecimento do processo ou da máquina; manipulação de carga incorreta;
armazenamento contrário as normas de segurança; utilização de ferramental inadequado;

* CONDIÇÕES INSEGURAS: são aquelas atribuídas ao ambiente de trabalho, que põe


em risco a integridade física do trabalhador.
São aquelas que expõem o trabalhador a um risco derivado da própria natureza da empresa
ou do tipo de atividade a que ele está exposto.

1. INSTALAÇÕES: inadequadas:
a) localização inadequada, espaço físico deficiente, pé direto baixo,
piso irregular e ou escorregadio, escadas mal projetadas,
b) falta de sinalização;

c) falta de proteção nas máquinas;


d) ferramental inadequado e ou defeituoso;

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e) falta de ordem e ou limpeza;


f) iluminação deficiente;
g) calor, umidade, frio ou ruído excessivo;
h) produtos químicos
i) aerodispersóides (poeira, vapor, etc.);
j) instalações elétricas;
k) armazenagem contrária às normas de segurança;

2. MÁQUINAS, EQUIP. E FERRAMENTAS: inadequadas, defeituosas, adaptadas, sem


manutenção, sem proteção;

3. MATÉRIA PRIMA: inadequada;

4. TEMPO: exigência de alta produtividade;

5.4 TIPOS DE ACIDENTES

1. Batida por - quando o trabalhador sofre batida de objetos;


2. Batida contra - quando o trabalhador bate o corpo ou parte dele contra objetos;
3. Prensagem entre - quando ocorre a prensagem do corpo ou parte dele entre um objeto
fixo e um móvel ou entre dois móveis;
4. Queda da pessoa:
a. de mesmo nível, quando escorrega ou tropeça;
b. de nível elevado, quando cai de local mais alto;
5. Queda de objetos - quando o trabalhador é atingido por um objeto que cai devido à ação
da gravidade;
6. Esforço excessivo ou mau jeito - decorem da má posição do corpo, de movimentos
brusco em más condições ou super esforço empregado, atingindo principalmente a coluna
vertebral e a região lombar.
7. Contato com produtos químicos;
8. Contato com eletricidade;
9. Contato com temperaturas extremas e ou umidade;

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5.5 CONSEQÜÊNCIAS

1. PARA O TRABALHADOR: problemas físicos, emocionais, financeiros;


2. PARA A EMPRESA: substituição do acidentado, redução de produção e por
conseqüência de lucro, aumento de custo na folha de pagamento, ausência do profissional
treinado, PAGAMENTO DE SEGUROS para Indenização de acidentes e doenças
ocupacionais;
3. PARA O GOVERNO: pagamento do trabalhador encostado no INSS, ausência de
contribuição social, aposentadorias precoces por invalidez ou doenças ocupacionais;
4. PARA A NAÇÃO: diminuição de trabalhadores ativos e aumento de inativos,

5.6 CONCLUSÃO

Os acidentes do trabalho causam muitos problemas a todos e custam muito mais


que investir em prevenção.

6. MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA COMUNICAÇÃO


DE ACIDENTE DO TRABALHO – CAT

I – Apresentação.
II – Recomendações gerais.
III – Informações gerais.
IV – Preenchimento do formulário CAT.
V – Conceito, definições, caracterização do acidente do trabalho, prestações e
procedimentos.
VI – Legislação.
VII – Anexos: anexo I - Formulário da CAT;
anexo II - Fluxo da CAT.

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I – Apresentação
O objetivo deste manual, elaborado por equipe do Ministério da Previdência e
Assistência Social – MPAS, Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE, é assegurar o correto preenchimento da Comunicação de
Acidente do Trabalho – CAT.
A comunicação, objeto deste manual foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67,
com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo
Decreto nº 2.172/97.
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou
doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em
caso de omissão.
Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato
preenchimento do formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não apenas do
ponto de vista previdenciário, estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social.

II – Recomendações gerais
Em face dos aspectos legais envolvidos, recomenda-se que sejam tomadas
algumas precauções para o preenchimento da CAT, dentre elas:
1 – não assinar a CAT em branco;
2 – ao assinar a CAT, verificar se todos os itens de identificação foram devida e
corretamente preenchidos;
3 – o atestado médico da CAT é de competência única e exclusiva do médico;
4 – o preenchimento deverá ser feito a máquina ou em letra de forma, de preferência
com caneta esferográfica;
5 – não conter emendas ou rasuras;
6 – evitar deixar campos em branco;
7 – apresentar a CAT, impressa em papel, em duas vias ao INSS, que reterá a
primeira via, observada a destinação das demais vias, prevista no subitem 1.2;
8 – o formulário “Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT” poderá ser
substituído por impresso da própria empresa, desde que esta possua sistema de informação
de pessoal mediante processamento eletrônico, cabendo observar que o formulário

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substituído deverá ser emitido por computador e conter todas as informações exigidas pelo
INSS.

III – Informações gerais


1 – Comunicação do acidente
1.1 – A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho, ocorrido com seu
empregado, havendo ou não afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao
da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa
variável entre o limite mínimo e o teto máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo 109 do Decreto nº
2.173/97.
1.1.1 – Deverão ser comunicadas ao INSS, mediante formulário
“Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT”, as seguintes ocorrências:

Ocorrências: Tipos de CAT:


a) acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou CAT inicial;
doença profissional ou do trabalho;
b) reinicio de tratamento ou afastamento por CAT reabertura;
agravamento de lesão de acidente do trabalho ou
doença profissional ou do trabalho, já
comunicado anteriormente ao INSS;
c) falecimento decorrente de acidente ou doença CAT comunicação de óbito.
profissional ou do trabalho, ocorrido após a
emissão da CAT inicial.

1.2 – A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT,


preenchido em quatro vias, com a seguinte destinação:
1ª via – ao INSS;0
2ª via – à empresa;
3ª via – ao segurado ou dependente;
4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador;
1.3 – A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar
ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social foi registrada a CAT.

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1.4 – Tratando-se de trabalhador temporário, a comunicação referida neste item será feita
pela empresa de trabalho temporário.
1.5 – No caso do trabalhador avulso, a responsabilidade pelo preenchimento e
encaminhamento da CAT é do Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO e, na falta deste, do
sindicato da categoria.
1.5.1 – Para este trabalhador, compete ao OGMO e, na sua falta, ao seu sindicato
preencher e assinar a CAT, registrando nos campos “Razão Social/Nome” e “Tipo” (de
matrícula) os dados referentes ao OGMO ou sindicato e, no campo “CNAE”, aquele que
corresponder à categoria profissional do trabalhador.
1.6 – No caso de segurado especial, a CAT poderá ser formalizada pelo próprio acidentado
ou dependente, pelo médico responsável pelo atendimento, pelo sindicato da categoria ou
autoridade pública.
1.6.1 – São autoridades públicas reconhecidas para esta finalidade: os magistrados em
geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos Estados,
os comandantes de unidades militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e Forças
Auxiliares (Corpo de Bombeiros e Polícia Militar).
1.7 – Quando se tratar de marítimo, aeroviário, ferroviário, motorista ou outro trabalhador
acidentado fora da sede da empresa caberá ao representante desta comunicar o acidente.
1.8 – Tratando-se de acidente envolvendo trabalhadores a serviço de empresas prestadoras
de serviços, a CAT deverá ser emitida pela empresa empregadora, informando, no campo
próprio, o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente.
1.9 – É obrigatória a emissão da CAT relativa ao acidente ou doença profissional ou do
trabalho ocorrido com o aposentado por tempo de serviço ou idade, que permaneça ou
retorne à atividade após a aposentadoria, embora não tenha direito a benefícios pelo INSS
em razão do acidente, salvo a reabilitação profissional.
1.9.1 – Neste caso, a CAT também será obrigatoriamente cadastrada pelo INSS.
1.10 – Tratando-se de presidiário, só caberá a emissão de CAT quando ocorrer acidente ou
doença profissional ou do trabalho no exercício de atividade remunerada na condição de
empregado, trabalhador avulso, médico-residente ou segurado especial.

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1.11 – Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio


acidentado, seus dependentes, o sindicato da categoria, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública prevista no subitem 1.6.1.
1.11.1 – A comunicação a que se refere este item não exime a empresa da responsabilidade
pela falta de emissão da CAT.
1.12 – Todos os casos com diagnóstico firmado de doença profissional ou do trabalho
devem ser objeto de emissão de CAT pelo empregador, acompanhada de relatório médico
preenchido pelo médico do trabalho da empresa, médico assistente (serviço de saúde
público ou privado) ou médico responsável pelo PCMSO (Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional – previsto na NR nº 7), com descrição da atividade e posto de
trabalho para fundamentar o nexo causal e o técnico.
1.13 – No caso de doença profissional ou do trabalho, a CAT deverá ser emitida após a
conclusão do diagnóstico.
1.14 – Quando a doença profissional ou do trabalho se manifestar após a desvinculação do
acidentado da empresa onde foi adquirida, deverá ser emitida CAT por aquela empresa, e
na falta desta poderá ser feita pelo serviço médico de atendimento, beneficiário ou sindicato
da classe ou autoridade pública definida no subitem 1.6.1.
1.15 - A CAT poderá ser apresentada no Posto do Seguro Social – PSS mais conveniente ao
segurado, o que jurisdiciona a sede da empresa, do local do acidente, do atendimento
médico ou da residência do acidentado.
1.15.1 – Deve ser considerada como sede da empresa a dependência, tanto a matriz quanto
a filial, que possua matrícula no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, bem como a obra de construção civil registrada por
pessoa física.

2 – Comunicação de reabertura
2.1 – As reaberturas deverão ser comunicadas ao INSS pela empresa ou beneficiário,
quando houver reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de
acidente do trabalho ou doença ocupacional comunicado anteriormente ao INSS.

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2.2 – Na CAT de reabertura deverão constar às mesmas informações da época do acidente,


exceto quanto ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão,
que serão relativos à data da reabertura.

3 – Comunicação de óbito
3.1 – O óbito decorrente de acidente ou doença ocupacional, ocorrido após a emissão
da CAT inicial ou da CAT reabertura, será comunicado ao INSS através da CAT
comunicação de óbito, constando a data do óbito e os dados relativos ao acidente
inicial. Anexar a certidão de óbito e quando houver o laudo de necropsia.

IV – Preenchimento do formulário CAT


Quadro I – EMITENTE
I.1 – Informações relativas ao EMPREGADOR
Campo 1. Emitente – informar no campo demarcado o dígito que especifica o
responsável pela emissão da CAT, sendo:
(1) empregador;
(2) sindicato;
(3) médico assistente;
(4) segurado ou seus dependentes;
(5) autoridade pública (subitem 1.6.1 da Parte III).
Campo 2. Tipo de CAT – informar no campo demarcado o dígito que especifica o tipo de
CAT, sendo:
(1) inicial – refere-se à primeira comunicação do acidente ou doença do
trabalho;
(2) reabertura – quando houver reinicio de tratamento ou afastamento por
agravamento da lesão (acidente ou doença comunicado anteriormente ao
INSS);
(3) comunicação de óbito – refere-se à comunicação do óbito, em
decorrência de acidente do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT
inicial. Deverá ser anexada a cópia da certidão de óbito e quando
houver, do laudo de necropsia.

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Obs.: Os acidentes com morte imediata deverão ser comunicados por


CAT inicial.
Campo 3. Razão Social/Nome – informar a denominação da empresa empregadora.
Considera-se empresa na forma prevista no artigo 14 do Decreto 2.173/97:
a) a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou
rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração
direta, indireta e fundacional;
b) o trabalhador autônomo e equiparado, em relação ao segurado que lhe presta serviço;
c) a cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a
missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras;
d) o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra - de que trata a Lei 8.630 de 25 de
fevereiro de 1993.
Obs.: Informar o nome do acidentado, quando segurado especial.
Campo 4. Tipo e número do documento – informar o código que especifica o tipo de
documento, sendo:
(1) CGC/CNPJ – informar o número da matrícula no Cadastro Geral de
Contribuintes – CGC ou da matrícula no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica – CNPJ, da empresa empregadora;
(2) CEI – informar o número de inscrição no Cadastro Específico do INSS
quando o empregador for pessoa jurídica desobrigada de inscrição no
CGC/CNPJ;
(3) CPF – informar o número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física
quando o empregador for pessoa física;
(4) NIT – informar o Número de Identificação do Trabalhador no INSS
quando for segurado especial.
Campo 5. CNAE – informar o código relativo à atividade principal do
estabelecimento, em conformidade com aquela que determina o Grau de Risco para fins de
contribuição para os benefícios concedidos em razão do grau de incidência da incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O código CNAE (Classificação
Nacional de Atividade Econômica) encontra-se no documento de CGC ou CNPJ da
empresa ou no Anexo do Decreto nº 2.173/97.

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Obs.: No caso de segurado especial, o campo poderá ficar em branco.


Campo 6 a 9. Endereço – informar o endereço completo da empresa empregadora (art. 14
do Decreto nº 2.173/97).
Obs.: Informar o endereço do acidentado, quando segurado especial. O número do
telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do município.

I.2 – Informações relativas ao ACIDENTADO


Campo 10. Nome – informar o nome completo do acidentado, sem abreviaturas.
Campo 11. Nome da mãe – informar o nome completo da mãe do acidentado, sem
abreviaturas.
Campo 12. Data de nascimento – informar a data completa de nascimento do
acidentado, utilizando quatro dígitos para o ano. Exemplo: 16/11/1960.
Campo 13. Sexo - informar (1) masculino e (2) feminino.
Campo 14. Estado civil - informar (1) solteiro, (2) casado, (3) viúvo, (4) separado
judicialmente, (5) outros, e quando o estado civil for desconhecido informar (6) ignorado.
Campo 15. CTPS – informar o número, a série e a data de emissão da Carteira Profissional
ou da Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Obs.: No caso de segurado empregado, é obrigatória a especificação do número da
CTPS.
Campo 16. UF – informar a Unidade da Federação de emissão da CTPS.
Campo 17. Carteira de identidade – informar o número do documento, a data de emissão
e o órgão expedidor.
Campo 18. UF – informar a Unidade da Federação de emissão da Carteira de Identidade.
Campo 19. PIS/PASEP – informar o número de inscrição no Programa de Integração
Social – PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público –
PASEP, conforme o caso.
Obs.: No caso de segurado especial e de médico residente, o campo poderá ficar em
branco.
Campo 20. Remuneração mensal – informar a remuneração mensal do acidentado em
moeda corrente na data do acidente.

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Campo 21 a 24. Endereço do acidentado – informar o endereço completo do acidentado.


O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do município.
Campo 25. Nome da ocupação – informar o nome da ocupação exercida pelo acidentado à
época do acidente ou da doença.
Campo 26. CBO – informar o código da ocupação constante no Campo 25 segundo o
Código Brasileiro de Ocupação.
Campo 27. Filiação à Previdência Social – informar no campo apropriado o tipo de
filiação do segurado, sendo:
(1) empregado;
(2) trabalhador avulso;
(7) segurado especial;
(8) médico residente (conforme a Lei nº 8.138/90).
Campo 28. Aposentado? – informar "sim" exclusivamente quando se tratar de aposentado
pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS.
Campo 29. Área – informar a natureza da prestação de serviço, se urbana ou rural.

I.3 – Informações relativas ao ACIDENTE OU DOENÇA


Campo 30. Data do acidente – informar a data em que o acidente ocorreu. No caso de
doença, informar como data do acidente a da conclusão do diagnóstico ou a do início da
incapacidade laborativa, devendo ser consignada aquela que ocorrer primeiro. A data
deverá ser completa. Exemplo: 23/11/1998.
Campo 31. Hora do acidente – informar a hora da ocorrência do acidente, utilizando
quatro dígitos (Exemplo: 10:45). No caso de doença, o campo deverá ficar em branco.
Campo 32. Após quantas horas de trabalho? – informar o número de horas decorridas
desde o início da jornada de trabalho até o momento do acidente. No caso de doença, o
campo deverá ficar em branco.
Campo 33. Houve afastamento? – informar se houve ou não afastamento do trabalho.
Obs.: É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo acidente ou doença
relacionados ao trabalho, ainda que não haja afastamento ou incapacidade.

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Campo 34. Último dia trabalhado – informar a data do último dia em que efetivamente
houve trabalho do acidentado, ainda que a jornada não tenha sido completa. Ex:
23/11/1998.
Obs.: Só preencher no caso de constar 1 (Sim) no Campo 33.
Campo 35. Local do acidente – informar o local onde ocorreu o acidente, sendo:
(1) em estabelecimento da empregadora;
(2) em empresa onde a empregadora presta serviço;
(3) em via pública;
(4) em área rural;
(5) outros.
Campo 36. CGC/CNPJ – informar o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o
acidente/doença, no caso de constar no campo 35 a opção 2.
Campo 37. Munícipio do local do acidente - informar o nome do município onde ocorreu
o acidente.
Campo 38. UF - informar a unidade da federação onde ocorreu o acidente.
Campo 39. Especificação do local do acidente – informar de maneira clara e precisa o
local onde ocorreu o acidente (Exemplo: pátio, rampa de acesso, posto de trabalho, nome
da rua, etc.).
Campo 40. Parte(s) do corpo atingida(s)
– para acidente de trabalho deverá ser informada a parte do corpo diretamente atingida pelo
agente causador, seja externa ou internamente;
– para doenças profissionais, do trabalho, ou equiparadas informar o órgão ou sistema
lesionado.
Obs.: Deverá ser especificado o lado atingido (direito ou esquerdo), quando se tratar
de parte do corpo que seja bilateral.
Campo 41. Agente causador – informar o agente diretamente relacionado ao acidente,
podendo ser máquina, equipamento ou ferramenta, como uma prensa ou uma injetora
de plásticos; ou produtos químicos, agentes físicos ou biológicos como benzeno, sílica,
ruído ou salmonela. Pode ainda ser consignada uma situação específica como queda,
choque elétrico, atropelamento.
Campo 42. Descrição da situação geradora do acidente ou doença

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– descrever a situação ou a atividade de trabalho desenvolvida pelo acidentado e por outros


diretamente relacionados ao acidente.
- tratando-se de acidente de trajeto, especificar o deslocamento e informar se o percurso foi
ou não alterado ou interrompido por motivos alheios ao trabalho.
- no caso de doença, descrever a atividade de trabalho, o ambiente ou as condições em que
o trabalho era realizado.
Obs.: Evitar consignar neste campo o diagnóstico da doença ou lesão (Exemplo:
indicar a exposição continuada a níveis acentuados de benzeno em função da
atividade de pintar motores com tintas contendo solventes orgânicos, e não
benzenismo).
Campo 43. Houve registro policial? – informar se houve ou não registro policial. No caso
de constar 1 (SIM), deverá ser encaminhada cópia do documento ao INSS oportunamente.
Campo 44. Houve morte? – o campo deverá constar SIM sempre que tenha havido morte
em tempo anterior ao do preenchimento da CAT, independentemente de ter ocorrido na
hora ou após o acidente.
Obs.: Quando houver morte decorrente do acidente ou doença, após a emissão da
CAT inicial, a empresa deverá emitir CAT para a comunicação de óbito. Deverá ser
anexada cópia da certidão de óbito.
I.4 – Informações relativas às TESTEMUNHAS
Campo 45 a 52. Testemunhas – informar o nome e endereço completo das testemunhas
que tenham presenciado o acidente ou daquelas que primeiro tenham tomado ciência do
fato.
Local e data – informar o local e a data da emissão da CAT.
Assinatura e carimbo do emitente – no caso da emissão pelo próprio segurado ou por
seus dependentes, fica dispensado o carimbo, devendo ser consignado o nome legível do
emitente ao lado ou abaixo de sua assinatura.

Quadro II – ATESTADO MÉDICO


Deverá ser preenchido por profissional médico. No caso de acidente com morte, o
preenchimento é dispensável, devendo ser apresentada a certidão de óbito e, quando
houver, o laudo de necropsia.

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Campo 53. Unidade de atendimento médico – informar o nome do local onde foi
prestado o atendimento médico.
Campo 54. Data – informar a data do atendimento. A data deverá ser completa, utilizando-
se quatro dígitos para o ano. Exemplo: 23/11/1998.
Campo 55. Hora – Informar a hora do atendimento utilizando quatro dígitos.
Exemplo: 15:10.
Campo 56. Houve internação? - informar (1) sim ou (2) não.
Campo 57. Duração provável do tratamento – informar o período provável do
tratamento, mesmo que superior a quinze dias.
Campo 58. Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? -
informar (1) sim ou (2) não.
Campo 59. Descrição e natureza da lesão – fazer relato claro e sucinto, informando a
natureza, tipo da lesão e/ou quadro clínico da doença, citando a parte do corpo atingida,
sistemas ou aparelhos.
Exemplo: a) edema, equimose e limitação dos movimentos na articulação tíbio társica
direita;
b) sinais flogísticos, edema no antebraço esquerdo e dor à movimentação da
flexão do punho esquerdo.
Campo 60. Diagnóstico provável – informar, objetivamente, o diagnóstico.
Exemplo: a) entorse tornozelo direito;
b) tendinite dos flexores do carpo.
Campo 61. CID – 10 – Classificar conforme o CID – 10.
Exemplo: a) S93. 4 – entorse e distensão do tornozelo;
b) M65. 9 – sinovite ou tendinite não especificada.
Campo 62. Observações – citar qualquer tipo de informação médica adicional, como
condições patológicas pré-existentes, concausas, se há compatibilidade entre o estágio
evolutivo das lesões e a data do acidente declarada, se há recomendação especial para
permanência no trabalho, etc.
Obs.: Havendo recomendação especial para a permanência no trabalho, justificar.
Local e data – informar o local e a data do atendimento médico.

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Assinatura e carimbo do médico com CRM – apor assinatura, carimbo e CRM do


médico responsável.

Quadro III – INSS


Campos de uso exclusivo do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

V – Conceito, definições e caracterização do acidente do trabalho, prestações e


procedimentos

1 – Conceito do acidente do trabalho e doença ocupacional.


1.1 – Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o
segurado especial no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da
capacidade para o trabalho.

1.1.1 – É considerado como acidente do trabalho, nos termos deste item:

a) a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada atividade, constante da relação de que trata o Anexo II do
Decreto nº 2.172/97;
b) a doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde
que constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97.
1.1.2 – Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação
constante do Anexo II resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com
ele se relaciona diretamente, a Previdência Social (INSS) deve equipará-la a acidente do
trabalho.
1.2 – Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produz incapacidade laborativa;

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d) a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela


se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
1.3 – Equiparam-se também a acidente do trabalho:
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade
para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em
conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro
de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força
maior;
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
IV – o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo
ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por
esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra;
d) independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
e) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado,

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desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao
trabalho;
f) no percurso da residência para o OGMO ou sindicato de classe e destes para
aquela, tratando-se de trabalhador avulso.
Nota: Não será considerado acidente do trabalho o ato de agressão relacionado a motivos
pessoais.
1.3.1 – No período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será
considerado a serviço da empresa.
1.3.2 – Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o
trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem alteração
ou interrupção por motivo pessoal do percurso do segurado. Não havendo limite de prazo
estipulado para que o segurado atinja o local de residência, refeição ou do trabalho, deve
ser observado o tempo necessário compatível com a distância percorrida e o meio de
locomoção utilizado.
1.4 – Será considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido pelo acidentado
quando estiver sob a responsabilidade do Setor de Reabilitação Profissional.
1.5 – Não será considerado agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão
que, resultante de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do acidente
anterior.
1.6 – Quando expressamente constar do contrato de trabalho que o empregado deverá
participar de atividades esportivas no decurso da jornada de trabalho, o infortúnio ocorrido
durante estas atividades será considerado como acidente do trabalho.
1.7 – Será considerado como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do
trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual
ou o dia em que for realizado o diagnóstico, cabendo para esse efeito o que ocorrer
primeiro.

2 – Campo de Aplicação
2.1 – As prestações relativas ao acidente do trabalho são devidas:
a) ao empregado;

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b) ao trabalhador avulso;
c) ao médico-residente (Lei nº 8.138, de 28/12/90);
d) ao segurado especial.
2.2 – Não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho:
a) ao empregado doméstico;
b) ao empresário: titular de firma individual urbana ou rural, diretor não
empregado, membro de conselho de administração de sociedade anônima,
sócios que não tenham, na empresa, a condição de empregado;
c) ao autônomo e outros equiparados;
d) ao facultativo.
2.3 – A partir de 11/11/97, o aposentado por tempo de serviço, especial ou idade pelo
Regime Geral de Previdência Social – RGPS que permanecer ou retornar à atividade sujeita
a este regime, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do
exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional.

3. Prestações por acidente do trabalho ou doença ocupacional


3.1 – Serviço: reabilitação profissional.
3.2 – Benefícios pecuniários:

CONDIÇÕES P/ DATA DA
BENEFÍCIOS BENEFICIÁRIOS DATA DE INÍCIO VALOR
CONCESSÃO CESSAÇÃO
Auxílio-doença Acidentado do - afastamento do - 16º dia de - morte; 91% do
(esp. 91) trabalho trabalho por afastamento - concessão de salário de
incapacidade consecutivo para auxílio-acidente ou benefício
laborativa temporária empregado; aposentadoria;
por acidente do - data do -cessação da
trabalho. afastamento demais incapacidade;
segurados. - alta médica;
- volta ao trabalho.
Aposentadoria por Acidentado do - afastamento do - no dia em que o - morte; 100% do
invalidez trabalho trabalho por auxílio-doença -cessação da Salário
de
benefício
(esp.92) invalidez acidentaria. teria início; ou invalidez;
- no dia seguinte à - volta ao trabalho.
cessação do auxílio-
doença.
Acidentado do -redução da - dia seguinte a -concessão de 50% do
Auxílio Acidente trabalho capacidade laborativa cessação do auxílio- aposentadoria; salário de
(esp.94) por lesão acidentaria. doença. - óbito. benefício
Pensão Dependentes do -morte por acidente do - data do óbito; ou -morte do 100% do

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(esp.93) Acidentado do trabalho. - data da entrada do dependente; salário de


trabalho requerimento -cessação da benefício
quando requerida qualidade de
após 30 dias do dependente.
óbito.

Obs.: a) o valor da renda mensal da aposentadoria por invalidez será acrescida de


25% (vinte e cinco por cento) desse valor, quando comprovado através de avaliação
médico pericial que o acidentado necessita de acompanhante;
b) o salário de benefício consiste na média aritmética simples de todos os últimos
salários de contribuição relativos aos meses imediatamente anteriores ao do
afastamento da atividade ou da data de entrada do requerimento, até o máximo de 36
(trinta e seis), apurados em período não superior a 48 (quarenta e oito) meses.
3.3 - Havendo agravamento da lesão acidentária será devida a reabertura do auxílio-doença
acidentário, após a comprovação da incapacidade laborativa pela perícia médica do INSS.
3.3.1 - Para reabertura ocorrida após a cessação do auxílio-doença acidentário tendo o
acidentado retornado ou não ao trabalho:
a) o reinício será na data do novo afastamento;
b) o valor será a renda mensal do auxílio-doença cessado, reajustada pelos
mesmos índices de correção dos benefícios previdenciários em geral até o início da
reabertura.
3.4 - A prestação de assistência médica não é atribuição do INSS.
4 – Caracterização
4.1 – Os acidentes são classificados em três tipos:
Cód.1 – acidente típico (o que ocorre a serviço da empresa);
Cód.2 – doença profissional ou do trabalho;
Cód.3 – acidente do trajeto (o que ocorre no percurso residência ou refeição para o local de
trabalho e vice-versa).
4.1.1 – Esta informação constará no campo de responsabilidade do INSS, constante na
CAT, após análise administrativa dos dados sobre o acidentado e das circunstâncias da
ocorrência e o devido enquadramento nas situações previstas na legislação pertinente (Lei
nº 8.213/91), quando o INSS responderá o quesito “É reconhecido o direito do segurado à
habilitação ao benefício acidentário?”.

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4.1.2 – O INSS informará na CAT, a data do recebimento, o código da unidade, o nº do


registro aporá a matrícula e assinatura do servidor responsável pela recepção da
comunicação;
4.2 - Para que o acidente ou doença seja considerado como acidente do trabalho é
imprescindível que estejam em acordo com os conceitos previstos no Decreto nº 2.172/97,
sendo que a caracterização técnica deverá ser efetuada pelo Setor de Perícia Médica do
INSS, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre:
a) o acidente e a lesão;
b) a doença e o trabalho;
c) a “causa mortis” e o acidente.
4.2.1 - Após a habilitação o direito ao benefício dar-se-á posteriormente ao reconhecimento
técnico do nexo causal entre o acidente e a lesão, a doença e o trabalho e definição do grau
de incapacidade pela perícia médica do INSS na forma prevista no subitem 4.2, que
ocorrerá a partir do primeiro dia de afastamento para o trabalhador avulso, segurado
especial e médico residente e no caso de empregado a partir do 16º (décimo sexto) dia de
afastamento do trabalho por acidente ou doença.
Nos casos de morte a avaliação quanto ao nexo "causa mortis" e o acidente ou doença do
trabalho ocorrerá após a comunicação do óbito ao INSS.
4.2.2 - Não é responsabilidade do INSS a caracterização do nexo técnico para fins de
exame pré-admissional ou demissional da empresa.

5. Habilitação dos benefícios acidentários


5.1 - Comunicado o acidente ou doença do trabalho o segurado ou dependente deverá
comparecer ao INSS, para habilitação ao benefício, munido da seguinte documentação:
- Carteira do Trabalho e Previdência Social (CTPS);
- Contrato de trabalho quando não constar na CTPS;
- Declaração do OGMO ou Sindicato para o trabalhador avulso;
- Comprovante de inscrição no INSS, carnês de recolhimento de contribuições e o
contrato de residência médica, quando tratar-se de médico residente;
- PIS/PASEP, CPF, Cédula de identidade;
- Relação dos 36 últimos salários de contribuição apurados até 48 meses

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anteriores ao mês do afastamento;


- Endereço completo com CEP atualizado;
- Certidão de Nascimento dos dependentes e quando for o caso, Termo de
Tutela/Curatela;
- Ocorrência policial (quando houver);
- Documentos que comprovem o exercício da atividade rural na condição de
segurado especial;
- Certidão de óbito e laudo de exame cadavérico (se houver) no caso de morte;
- Documentos dos dependentes para o caso de requerimento de pensão;
- Outros que se fizerem necessários a cada caso.
5.2 O INSS poderá solicitar a apresentação de outros documentos e esclarecimentos, bem
como emitir pesquisas e diligências, visando a elucidação e comprovação dos fatos, para
fins de caracterização ou não do acidente ou doença como do trabalho, para concessão ou
indeferimento do benefício acidentário.

VI – Legislação
• Lei nº 8.213/91 com alterações da Lei nº 9.032/95 e da Lei nº 9.528/97.
• Decreto nº 2.172/97.
• Decreto nº 2.173/97.

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VII - Anexo I – Formulário CAT

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Anexo II – FLUXOGRAMA

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7. COR E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

7.1 Objetivo da Sinalização de Segurança


A sinalização de segurança visa organizar e identificar situações de risco nos
setores de trabalho, objetivando a prevenção contínua de acidentes na empresa.

7.2. Classificação das Cores


Cor geratriz ou primária é cada uma das três cores indecomponíveis que,
misturadas em proporções variáveis, produzem todas as cores do espectro. Para os que
trabalham com cor-luz, as primárias são: vermelho, verde e azul-violetado. A mistura
dessas três luzes coloridas produz o branco, denominando-se o fenômeno síntese aditiva
(ilust. 2). Para o químico, o artista e todos os que trabalham com substâncias corantes
opacas (cores-pigmento, às vezes denominadas cores de refletância ou cores-tinta) as cores
indecomponíveis são o vermelho, o amarelo e o azul (ilust. 3).

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Desde as experiências de Lê Blond em 1730, essas cores vêm sendo consideradas


primárias, reduzindo-se assim para três as quatro cores primárias de Leonardo da Vinci
(vermelho, amarelo, verde e azul).
Nas artes gráficas, pintura em aquarela e para todos os que utilizam cor-pigmento
transparente, ou por transparência em retículas, as primárias são o magenta, o amarelo e o
dano. A mistura dessas três cores também produz o cinza-neutro por síntese subtrativa. A
superposição de filtros coloridos magenta, amarelo e ciano, interceptando a luz branca,
produz igualmente o cinza-neutro.

Cor complementar - Desde a época de Newton, adota-se em Física a formulação de


que cores complementares são aquelas cuja mistura produz o branco. Segundo Helmholtz,
excluindo-se o verde puro, todas as demais cores simples são complementares de uma outra
cor simples, formando os seguintes pares: vermelho e azul- esverdeado, amarelo e anil, azul
e laranja. Em Física, cores complementares significam par de cores, complementando uma
a outra.
Cor secundária - é a cor formada em equilíbrio óptico por duas cores primárias.
Cor terciária - é a intermediária entre uma cor secundária e qualquer das duas
primárias que lhe dão origem.

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Cores quentes - são o vermelho e o amarelo, e as demais cores em que eles


predominem.
Cores frias - são o azul, e o verde, bem como as outras cores predominadas por eles.
Os verdes, violáceos, carmins e uma infinidade de tons poderão ser classificados como
cores frias ou como cores quentes, dependendo da percentagem de azuis, vermelhos e
amarelos de suas composições. Além disso, uma cor tanto poderá parecer fria como quente,
dependendo da relação estabelecida entre ela e as demais cores de determinada gama
cromática. Um verde médio, numa escala de amarelos e vermelhos, parecerá frio. O mesmo
verde, frente a vários azuis, parecerá quente.

Cor natural é a coloração existente na natureza. Para a reprodução aproximada de


sua infinita variedade, na impressão gráfica, além das cores primárias, são necessários o
branco e o preto.
Cor aparente ou acidental é a cor variável apresentada por um objeto segundo a
propriedade da luz que o envolve ou a influência de outras cores próximas.
Cor induzida é a coloração acidental de que se tinge uma cor sob a influência de
uma cor indutora. Nessa indução reside a essência da
beleza cromática. Em certa medida, podemos classificar como indução as manifestações
dos contrastes simultâneos de cores, das mutações cromáticas e do fenômeno da cor
inexistente.

Cores e tons - A aparência da cor se caracteriza por três valores: a tonalidade, a


luminosidade e a saturação.

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Tonalidade - É a característica qualitativa de uma a cor, que se especifica com os


termos azul, vermelho, verde, amarelo, etc. É o efeito produzido pelo suavizamento ou
escurecimento de uma tinta
pela adição do branco ou preto. Pode-se dizer também, que é a gradação de uma cor, ou
matizes diferentes por que pode passar uma cor, partindo-se do mais claro até o mais
escuro, ou vice-versa.
Luminosidade - É a capacidade de reflexão da luz,que depende da quantidade de
preto ou gris que contém e faz com que uma cor se aproxime mais ou menos do branco
(luminoso) ou do preto escuro).

Saturação - É a característica quantitativa de uma cor. Considera-se mais saturada,


a cor que menos branco ou preto contiver, ou quanto mais pura for. Quando uma cor se
encontra em sua máxima força e não contém nenhuma fração de branco e preto, diz-se que
tem saturação máxima. Por exemplo, o rosa é menos saturado que o vermelho porque
contém branco. O poder de excitação, o valor como estimulante da atenção que uma cor
provoca, não depende unicamente de sua tonalidade, claridade ou saturação próprias, mas
também da superfície que ocupa e das cores vizinhas (sobretudo do fundo).
Uma forma (um objeto, um texto, etc) pode reforçar-se sem aumentar e. vice-versa, por
meio emprego adequado das cores.

PERCEPÇÃO DA COR
O fenômeno da percepção da cor é bastante mais complexo que o da sensação. Se
neste entram apenas os elementos físicos (luz) e fisiológico (o olho), naquele entram, além
dos elementos citados, os dados psicológicos que alteram substancialmente a qualidade do
que se vê.
Exemplificando, podemos citar o fato de um lençol branco nos parecer sempre
branco, tanto sob a luz incandescente amarela como sob a luz violácea de mercúrio, quando
em realidade ele é tão amarelo quanto a luz incandescente, quando iluminado por ela, como
tão violáceo quanto a luz do mercúrio que o ilumina.
Na maioria das vezes não atentamos para a diferença de coloração e continuamos
a considerar branco o lençol, por uma codificação do cérebro, que incorpora aos objetos,
como uma de suas características físicas, a cor apresentada por eles quando iluminados pela

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luz solar, transformando em valor subjetivo as cores permanentes dos corpos naturais.
Na percepção distinguem-se três características principais que correspondem aos
parâmetros básicos da cor: matiz (comprimento de onda), valor (luminosidade ou brilho) e
croma (saturação ou pureza da cor).

Visibilidade das cores


As cores amarelas e cian são as que melhor se lêem distância.
À distância se vê primeiro o contraste amarelo-preto.O contraste branco-preto tem
um valor médio.
A visibilidade do contraste vermelho-verde é pobre, devido à ação simultânea das
complementares, que irrita os olhos, e é muito escassa também a do azul-verde. As
experiências realizadas demonstram que os elementos gráficos escuros sobre fundo claro
são percebidos melhor que os claros sobre fundos escuros das cores.
As cores amarelas e cian são as que melhor se lêem distância.
À distância se vê primeiro o contraste amarelo-preto.O contraste branco-preto tem
um valor médio.
A visibilidade do contraste vermelho-verde é pobre, devido à ação simultânea das
complementares, que irrita os olhos, e é muito escassa também a do azul-verde. As
experiências realizadas
demonstram que os elementos gráficos escuros sobre fundo claro são percebidos melhor
que os claros sobre fundos escuros.

Contraste: o contraste simultâneo se baseia no princípio de que nenhuma cor tem


valor por si mesmo, e sim que se matiz é acentuado, atenuado ou modificado pela
influência das cores justapostas. As principais formas de contrastes geralmente
consideradas como meios ótimos de expressões cromáticas são:
Contraste de tom: o mais contrastante é o de duas complementares empregadas sem
modulações intermediárias. Apesar de ser forte, não resulta ofensivo caso se procure
ressaltar uma só, atenuando as restantes com branco ou preto.
Contraste de branco ou preto: dá-se no claro escuro entre o branco, o preto e o
cinza.
Contraste de saturação: produz-se pela modulação de um tom saturado, puro, com

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preto, branco ou cinza.


Contraste de superfície: baseia-se no equilíbrio proporcionado entre a superfície
ocupada pelas cores e seu grau de calor: menor espaço para as cores quentes e mais espaço
para as frias. Estes fenômenos são de ordem fisiológica, e resultam da irritação e cansaço
de um ponto da retina.
Depois, se fixarmos atentamente estas cores as veremos tomar cada uma a tonalidade
complementar da vizinha: é o contraste de tonalidade, que se torna ainda mais nítido para
os quadrados primeiro (verde) e último (violeta), cuja cor não muda- seja por exemplo, o
violeta e verde justaposto:ao violeta acrescenta-se a cor complementar do verde, isto é o
vermelho, e o violeta adquire um tom púrpura; o verde por sua vez, recebe o amarelo,
complementar do violeta, e sua tonalidade torna-se amarelada.
É grande a importância deste fenômeno de contrastes simultâneos na elaboração de
cartazes, em que tantas vezes útil selecionar cores que se intensificam reciprocamente, e,
por isso, chamam mais a atenção.
Assim, várias experiências psicotécnicas têm mostrado que certos contrastes garantem
a maior legibilidade de longe, principalmente da letra sobre fundo.
Por exemplo, são mais visíveis:

Letras pretas sobre fundo branco;

Letras vermelhas sobre fundo branco;

Letras amarelas sobre fundo preto;

Letras brancas sobre fundo azul;

Letras vermelhas sobre fundo preto;

Letras brancas sobre fundo vermelho;

Letras azuis sobre fundo branco.

As letras cinzas são sempre relativamente legíveis sobre qualquer fundo de cor: tem maior
destaque sobre o branco.

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O grau de legibilidade de letras coloridas sobre fundos de cor será mais ou menos
acentuado segundo mais ou menos abertas as letras.
Em geral, uma letra escura sobre fundo claro é o mais legível de mais longe que o
inverso e se utilizaria uma cor clara em fundo escuro, a letra tem de ser mais forte, porque a
cor escura do fundo absorve a cor clara da letra. Do mesmo modo, em conseqüência de um
fenômeno de irradiação entre duas superfícies da mesma dimensão, uma muito luminosa e a
outra escura, a primeira parece maior.

7.3 ABNT 6493 (EMPREGO DE CORES PARA IDENTIFICAÇÃO DE


TUBULAÇÕES)
Objetivo: Esta Norma fixa as condições exigíveis para o emprego de cores na identificação
de tubulações para canalização de fluidos e materiais fragmentados ou condutores elétricos,
com a finalidade de facilitar a identificação e evitar acidentes.

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Esta Norma aplica-se a identificação de tubulações de maneira geral, podendo ser


complementada por normas específicas, indicadas pela necessidade de determinadas
atividades.

7.4 ABNT 7195 (CORES PARA A SEGURANÇA)


Objetivo: Esta Norma fixa as cores que devem ser usadas para prevenção de acidentes,
empregadas para identificar e advertir contra riscos.

7.5 NR-26 (SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA)


26.1. Cor na segurança do trabalho.
26.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR tem por objetivo fixar as cores que devem ser
usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos
de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias
para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos.
26.1.2. Deverão ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de
trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.
26.1.3. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de
acidentes.
26.1.4. O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar
distração, confusão e fadiga ao trabalhador.
26.1.5. As cores aqui adotadas serão as seguintes:
- vermelho; - laranja;
- amarelo; - púrpura;
- branco; - lilás;
- preto; - cinza;
- azul; - alumínio;
- verde; - marrom.
26.1.5.1. A indicação em cor, sempre que necessária, especialmente quando em área de
trânsito para pessoas estranhas ao trabalho, será acompanhada dos sinais convencionais ou
da identificação por palavras.

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26.1.5.2. Vermelho
O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de
proteção e combate a incêndio. Não deverá ser usado na indústria para assinalar perigo, por
ser de pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta visibilidade) e o
alaranjado (que significa - Alerta). É empregado para identificar:
- caixa de alarme de incêndio;
- hidrantes;
- bombas de incêndio;
- sirenes de alarme de incêndio;
- caixas com cobertores para abafar chamas;
- extintores e sua localização;
- indicações de extintores (visível a distância, dentro da área de uso do extintor);
- localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada no carretel, suporte, moldura
da caixa ou nicho);
- baldes de areia ou água, para extinção de incêndio;
- tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água;
- transporte com equipamentos de combate a incêndio;
- portas de saídas de emergência;
- rede de água para incêndio (sprinklers);
- mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica).
A cor vermelha será usada excepcionalmente com sentido de advertência de perigo:
- nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras
obstruções temporárias;
- em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência.

26.1.5.3. Amarelo.
Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gases não-liquefeitos.
O amarelo deverá ser empregado para indicar "Cuidado!", assinalando:
- partes baixas de escadas portáteis;
- corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem risco;
- espelhos de degraus de escadas;

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- bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poços, entradas subterrâneas, etc.) e de


plataformas que não possam ter corrimões;
- bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham verticalmente;
- faixas no piso da entrada de elevadores e plataformas de carregamento;
- meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção;
- paredes de fundo de corredores sem saída;
- vigas colocadas a baixa altura;
- cabines, caçambas e gatos-de-pontes-rolantes, guindastes, escavadeiras, etc.;
- equipamentos de transporte e manipulação de material, tais como empilhadeiras, tratores
industriais, pontes-rolantes, vagonetes, reboques, etc.;
- fundos de letreiros e avisos de advertência;
- pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes de estruturas e equipamentos em que se
possa esbarrar;
- cavalete, porteiras e lanças de cancelas;
- bandeiras como sinal de advertência (combinado ao preto);
- comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco;
- pára-choques para veículos de transportes pesados, com listras pretas.
Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados sobre o amarelo quando
houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinalização.

26.1.5.4. Branco.
O branco será empregado em:
- passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas (localização e largura);
- direção e circulação, por meio de sinais;
- localização e coletores de resíduos;
- localização de bebedouros;
- áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou outros
equipamentos de emergência;
- áreas destinadas à armazenagem;
- zonas de segurança.

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26.1.5.5. Preto.
O preto será empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta
viscosidade (ex: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.).
O preto poderá ser usado em substituição ao branco, ou combinado a este, quando
condições especiais o exigirem.

26.1.5.6. Azul.
O azul será utilizado para indicar "Cuidado!", ficando o seu emprego limitado a avisos
contra uso e movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço.
Empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem localizadas nos pontos de
comando, de partida, ou fontes de energia dos equipamentos.
Será também empregado em:
- canalizações de ar comprimido;
- prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento em manutenção;
- avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência.

26.1.5.7. Verde
O verde é a cor que caracteriza "segurança".
Deverá ser empregado para identificar:
- canalizações de água;
- caixas de equipamento de socorro de urgência;
- caixas contendo máscaras contra gases;
- chuveiros de segurança;
- macas;
- fontes lavadoras de olhos;
- quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança, etc.;
- porta de entrada de salas de curativos de urgência;
- localização de EPI; caixas contendo EPI;
- emblemas de segurança;
- dispositivos de segurança;
- mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica).

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26.1.5.8. Laranja
O laranja deverá ser empregado para identificar:
- canalizações contendo ácidos;
- partes móveis de máquinas e equipamentos;
- partes internas das guardas de máquinas que possam ser removidas ou abertas;
- faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;
- faces externas de polias e engrenagens;
- botões de arranque de segurança;
- dispositivos de corte, borda de serras, prensas.

26.1.5.9. Púrpura.
A púrpura deverá ser usada para indicar os perigos provenientes das radiações
eletromagnéticas penetrantes de partículas nucleares.
Deverá ser empregada a púrpura em:
- portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam ou armazenam materiais
radioativos ou materiais contaminados pela radioatividade;
- locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos contaminados;
- recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais e equipamentos
contaminados;
- sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de radiações eletromagnéticas
penetrantes e partículas nucleares.

26.1.5.10. Lilás
O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que contenham álcalis. As refinarias de
petróleo poderão utilizar o lilás para a identificação de lubrificantes.

26.1.5.11. Cinza
a) Cinza claro - deverá ser usado para identificar canalizações em vácuo;
b) Cinza escuro - deverá ser usado para identificar eletrodutos.

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26.1.5.12. Alumínio
O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e
combustíveis de baixa viscosidade (ex. óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante,
etc.).

26.1.5.13. Marrom
O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluído não-
identificável pelas demais cores.
26.2. O corpo das máquinas deverá ser pintado em branco, preto ou verde.
26.3. As canalizações industriais, para condução de líquidos e gases, deverão receber a
aplicação de cores, em toda sua extensão, a fim de facilitar a identificação do produto e
evitar acidentes.
26.3.1. Obrigatoriamente, a canalização de água potável deverá ser diferenciada das
demais.
26.3.2. Quando houver a necessidade de uma identificação mais detalhada (concentração,
temperatura, pressões, pureza, etc.), a diferenciação far-se-á através de faixas de cores
diferentes, aplicadas sobre a cor básica.
26.3.3. A identificação por meio de faixas deverá ser feita de modo que possibilite
facilmente a sua visualização em qualquer parte da canalização.
26.3.4. Todos os acessórios das tubulações serão pintados nas cores básicas de acordo com
a natureza do produto a ser transportado.
26.3.5. O sentido de transporte do fluído, quando necessário, será indicado por meio de seta
pintada em cor de contraste sobre a cor básica da tubulação.
26.3.6. Para fins de segurança, os depósitos ou tanques fixos que armazenem fluidos
deverão ser indicados pelo mesmo sistema de cores que as canalizações.
26.4. Sinalização para armazenamento de substâncias perigosas.
26.4.1. O armazenamento de substâncias perigosas deverá seguir padrões internacionais.
a) Para fins do disposto no item anterior, considera-se substância perigosa todo material que
seja, isoladamente ou não, corrosivo, tóxico, radioativo, oxidante, e que, durante o seu
manejo, armazenamento, processamento, embalagem, transporte, possa conduzir efeitos
prejudiciais sobre trabalhadores, equipamentos, ambiente de trabalho.

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26.5. Símbolos para identificação dos recipientes na movimentação de materiais.


26.5.1. Na movimentação de materiais no transporte terrestre, marítimo, aéreo e intermodal,
deverão ser seguidas as normas técnicas sobre simbologia vigentes no País.
26.6. Rotulagem preventiva.
26.6.1. A rotulagem dos produtos perigosos ou nocivos à saúde deverá ser feita segundo as
normas constantes deste item.
26.6.2. Todas as instruções dos rótulos deverão ser breves, precisas, redigidas em termos
simples e de fácil compreensão.
26.6.3. A linguagem deverá ser prática, não se baseando somente nas propriedades
inerentes a um produto, mas dirigida de modo a evitar os riscos resultantes do uso,
manipulação e armazenagem do produto.
26.6.4. Onde possa ocorrer misturas de 2 (duas) ou mais substâncias químicas, com
propriedades que variem em tipo ou grau daquelas dos componentes considerados
isoladamente, o rótulo deverá destacar as propriedades perigosas do produto final.
26.6.5. Do rótulo deverão constar os seguintes tópicos:
- nome técnico do produto;
- palavra de advertência designando o grau de risco;
- indicações de risco;
- medidas preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas;
- primeiros socorros;
- informações para médicos, em casos de acidentes;
- instruções especiais em caso de fogo, derrame ou vazamento, quando for o caso.
26.6.6. No cumprimento do disposto no item anterior, dever-se-á adotar o seguinte
procedimento:
- nome técnico completo, o rótulo especificando a natureza do produto químico. Exemplo:
"Ácido Corrosivo", "Composto de Chumbo", etc. Em qualquer situação, a identificação
deverá ser adequada, para permitir a escolha do tratamento médico correto, no caso de
acidente.
Palavra de Advertência - As palavras de advertência que devem ser usadas são:
- "Perigo", para indicar substâncias que apresentem alto risco;
- "Cuidado", para substâncias que apresentem risco médio;

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- "Atenção", para substâncias que apresentem risco leve.


Indicações de Risco - As indicações deverão informar sobre os riscos relacionados ao
manuseio de uso habitual ou razoavelmente previsível do produto.
Exemplos: "Extremamente Inflamáveis", "Nocivo se Absorvido Através da Pele", etc.
Medidas Preventivas - Têm por finalidade estabelecer outras medidas a serem tomadas para
evitar lesões ou danos decorrentes dos riscos indicados. Exemplos: "Mantendo Afastado do
Calor, Faíscas e Chamas Abertas" e "Evite Inalar a Poeira".
Primeiros Socorros - Medidas específicas que podem ser tomadas antes da chegada do
médico.

8. CALOR: NR – 15 ANEXO 3

Limites de Tolerância para exposição ao calor


1. A exposição ao calor deve ser avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido -
Termômetro de Globo” (IBUTG) definido pelas equações que seguem;
 Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
 Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
Onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco
2. Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo úmido
natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum.
3. As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura da
região do corpo mais atingida.
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com
períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço.

1. Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro


Nº 1

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QUADRO Nº 1
Regime de trabalho intermitente com
descanso no próprio local de trabalho Tipo de atividade
(por hora)
Freqüência Leve Moderada Pesada
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minutos trabalho 30,1 à 31,4 26,8 à 28,0 25,1 à 25,9
15 minutos descanso
30 minutos trabalho 30,7 à 31,4 28,1 à 29,4 26,0 à 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho 31,5 à 32,2 29,5 à 30,0 28,0 à 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o trabalho, sem adoção de acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
medidas adequadas de controle.

2. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos


legais.
3. A determinação do tipo de atividade (leve, moderada ou pesada) é feita consultando-se
o Quadro Nº 3.

Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho


intermitente com período de descanso em outro local (local de descanso).

1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso, ambiente termicamente
mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.
2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro Nº 2.

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QUADRO Nº 2
M (Kcal/h) Máximo IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0

Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela seguinte fórmula:
M = Mt x Tt + Md x Td
60
Sendo:
M = Taxa metabolismo ponderada para 1 hora.
Mt = Taxa metabolismo no local de trabalho.
Tt = Somas dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de trabalho.
Md = Taxa de metabolismo no local de descanso.
Td = Soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local descanso.

IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora determinado pela seguinte
fórmula:

IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td


60

Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definido.

Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de


trabalho, sendo Tt e Td = 60 minutos corridos.
3. As taxas de metabolismos Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro nº 3.

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4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos efeitos legais.

QUADRO Nº 3
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE
Tipo de atividade Kcal/h
Sentado em repouso 100
Trabalho leve
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 125
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços. 150
Trabalho moderado
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 180
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 175
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada com alguma movimentação. 220
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300
Trabalho pesado
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com 440
pá).
Trabalho fatigante. 550

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9. Frio NR-15 Anexo 9

1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em


locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio,
sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho.

OBJETIVO
Verificar se o trabalho do empregador no interior da Câmara Fria fazem jus ao adicional de
Insalubridade de Grau Médio 20%, conforme NR – 15 anexo 9 – FRIO.

DESENVOLVIMENTO
No dia xxxxx ás 14 horas, realizamos inspeção da Câmaras Frias e de
Congelamento, localizada no xxxxxxxxxxxxxxxxxx.

ANÁLISE
Confrontando os Níveis de Temperatura de funcionamento da referida Câmara Fria
de Congelamento com temperatura de 0ºC à -40ºC e os túneis de congelamento com
temperatura de -70ºC, temperatura de armazenamento controlado através de termostato.
A nossa legislação, através da Portaria Ministerial 3.214/78, NR-15, Anexo 9,
considera como atividades ou operações insalubres por Frio, aquelas executadas no interior
de Câmara Frigorífica, ou em locais com condições similares. Esta insalubridade só poderá
ser caracterizada em decorrência de Laudo de Inspeção realizada no local de trabalho.
O critério técnico é simples e de fácil aplicabilidade recomendado pela
FUNDACENTRO, é aquele que considera insalubre uma atividade ou operação, quando
esta for executada em desacordo com a tabela I que segue abaixo, tabela esta que relaciona
faixas de temperaturas com tempos máximos de exposição.
A tabela fixa o tempo máximo de trabalho permitido a cada faixa de temperatura,
desde que alternado com recuperação térmica em local fora do ambiente considerado Frio.
TABELA I - Limites de tempo para exposição a baixas temperaturas para pessoas
adequadamente vestidas para exposição ao Frio

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RIO GRANDE DO SUL – ZONA CLIMÁTICA MESOTÉRMICA


Faixas de temperaturas Máxima exposição diária permissível
+10,0 à -17,9ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio de
6 horas e 40 minutos, sendo quatro períodos
de uma hora e 40 minutos alternados com 20
minutos de repouso e recuperação térmica,
fora do ambiente frio.
-18,0 à -33,9ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio de
4 horas alternado-se uma hora de trabalho,
por uma hora recuperação térmica, fora do
ambiente frio.
-34,0 à -56,9ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio de
uma hora, sendo dois períodos de trinta
minutos com recuperação mínima de 4 horas
para recuperação térmica fora do ambiente
frio.
-57,0 à -73,0ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio de
5 minutos, sendo o restante da jornada
cumprida obrigatoriamente fora do ambiente
frio.
abaixo de 73,0ºC Não é permitida exposição ao ambiente frio
seja qual for à vestimenta.

CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
FRIO - (ANEXO 9, NR - 15 DA PORTARIA 3.214/78)

A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério implicando


em uma série de inconvenientes que afetarão a saúde, o conforto e a eficiência do
trabalhador. Trabalhos ao ar livre em climas frios são encontrados em regiões e grandes
altitudes, bem como em algumas zonas temperadas, no período de inverno. Fora das
atividades realizadas ao ar livre, o frio intenso é ainda encontrado em ambientes artificiais,
como as câmaras frigoríficas de conservação, que implicam em exposições a temperaturas
bastante reduzidas.
Estudos realizados nas indústrias norte-americanas, no início do século xx,
evidenciaram que a incidência de lesões por acidentes era menor a uma temperatura de
18ºC que em outras inferiores ou superiores a esta. O aumento da freqüência de acidentes
em baixas temperaturas foi atribuído à perda da destreza manual.

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EFEITOS DO FRIO
Os efeitos causados no organismo dependem principalmente da temperatura do ar,
velocidade do ar e da variação do calor radiante. Todos estes fatores influem no equilíbrio
homeotérmico do corpo, provocando uma seqüência de reações no organismo, com
conseqüentes distúrbios.
Na faixa de temperatura operativa entre 29°C e 31°C para pessoas desnudas e 23°C
a 27°C para pessoas vestidas, com atividade sedentária, não ocorre aquecimento ou
resfriamento do corpo ou aumento nas perdas evaporativas. Nesta zona cada indivíduo tem
uma temperatura neutra onde o ambiente não é nem quente nem frio, e não ocorrem ações
do sistema de controle fisiológico para manter a temperatura normal do corpo. Esta zona é
chamada zona neutra.
Se ocorre uma diminuição na temperatura operativa, aumenta a taxa de calor
perdido da pele para o ambiente, e o corpo decresce o fluxo de sangue para a pele. Isto
resfria a pele e tecidos adjacentes e mantém a temperatura interna do corpo. A pele fica
também mais seca e menos condutora térmica. As condições externas onde isto ocorre
definem a zona de regulação vasomotora contra o frio.
Se a temperatura operativa diminuir mais ainda, aumentam as chances de cair a
temperatura superficial e interna do corpo. Para isto não ocorrer, o corpo gera calor através
de atividade espontânea, tensão muscular ou tremor, ou a pessoa providencia mais
vestimentas. Se o calor gerado ou o aumento de vestimentas balanceia a maior perda de
calor, a temperatura interna do corpo é mantida. Esta faixa é chamada zona de regulação
por procedimento contra o frio.
Se todas as reações de controle forem inadequadas, o corpo entra na zona de
resfriamento do corpo. Se a temperatura interna do corpo cair mais de 2°C abaixo dos 37°C
(35°C),a pessoa perde eficiência (movimento das mãos, por exemplo). Temperaturas
internas 6°C abaixo dos 37°C (31°C) podem ser letais.
A baixa temperatura corporal resulta de um balanço negativo entre a produção e a
perda de calor. A produção de calor diminui e a perda de calor aumenta.
A vasoconstrição periférica é a primeira ação reguladora que ocorre no organismo,
quando se inicia uma excessiva perda de calor. O fluxo sangüíneo é reduzido em proporção
direta com a queda da temperatura.

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Quando a temperatura corpórea fica abaixo de 35ºC, ocorre diminuição gradual de


todas as atividades fisiológicas: cai a freqüência do pulso, da pressão arterial e da taxa
metabólica, desencadeando um tremor inconsolável (tiritar) para produzir calor.
No tremor, o número de contrações musculares por unidade de tempo é elevado,
resultando um aumento da produção de calor e uma maior atividade muscular.
Se a produção de calor é insuficiente para manter o equilíbrio, a temperatura do
corpo vai decrescendo. Quando a temperatura do núcleo do corpo vai abaixo de 29ºC, o
hipotálamo perde a capacidade termoreguladora e as células cerebrais são deprimidas,
inibindo a atividade dos mecanismos termocontroladores do Sistema Nervoso Central,
evoluindo para sonolência e coma.

AVALIAÇÃO
Embora os mesmos fatores ambientais analisados e considerados no estudo do calor
influam na intensidade da exposição ao frio, pouco se conhece sobre a sua quantificação e
controle. Não existem, até o momento, índices especiais tão completos e detalhados que
permitam uma validação correta e precisa das condições de exposição ao frio intenso.
No entanto, tem-se construído modelos engenhosos que procuram simular o
processo que envolve a perda de calor. O uso de esferas, cilindros e mesmo um manequim
de cobre tem sido uma constante no estudo do ambiente, com o intuito de realizar medições
do intercâmbio de calor com o meio.
Realizam-se experiências no interior de câmaras frias, onde o manequim de cobre é
mantido com temperatura igual à do corpo humano através de um aquecimento elétrico
controlado por um termostato. Variando-se a temperatura e velocidade do ar no interior da
câmara, podemos reproduzir diversas condições de exposição ao frio. Podemos, desta
forma, relacionar a corrente elétrica necessária para manter a temperatura do manequim
constante, com a qualidade de calor perdido pelo mesmo. Este cálculo é apenas
aproximado, pois este modelo esta longe de igualar-se ao complexo mecanismo fisiológico
que constitui o organismo humano. A perda de calor através de respiração, por exemplo,
não é considerado nesta experiência e sabe-se que a 20ºC o organismo perde 8 kilocalorias
por hora, a -10ºC esta perda é duplicada. O estudo mais profundo desta perda de calor pela

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respiração é de real importância, pois se acredita que a mesma, aliada a outros fatores, seja
a principal causadora dos ataques cardíacos sofridos por indivíduos mais expostos ao frio.
As experiências mostraram que o fluxo de ar que circula no organismo humano é
fator de grande influência no esfriamento do mesmo. A perda de calor por convenção pode
ser claramente notada, quando nos deslocamos rapidamente em um ambiente frio que não
apresenta correntes de ar significativas. Sabe-se que os efeitos de exposição ao frio intenso
não aumentam numa relação linear com a velocidade do ar. E sim, com a raiz quadrada
desta. Como exemplo, pode-se afirmar que a uma temperatura de 0ºC e velocidade do ar de
6 m/s é equivalente a uma temperatura de -10ºC e velocidade do ar 0 m/s.
A experiência das Forças Armadas Norte-Americanas mostrou que, com fraca
movimentação de ar, para temperaturas superiores a -30ºC, pessoas adequadamente
vestidas tem pouco a temer. Para temperaturas que se encontram entre -30ºC e -50ºC há
considerável perigo, mesmo para pessoas adequadamente vestidas. Em temperaturas
menores que -70ºC há um sério risco à sobrevivência.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA O FRIO


A profundidade humana depende da integridade funcional do cérebro do homem.
Em ambientes frios, deve-se conservar o calor do corpo para manter a temperatura do
cérebro ao redor de 37ºC, assegurando a adequada irrigação do sangue às extremidades.
A discrepância entre os isolamentos necessários para períodos de descanso é um dos
maiores problemas para trabalhadores que executam tarefas externas e ficam por longos
períodos em clima frio. A tendência do inexperiente é vestir-se demais. O resultado é uma
intensa sudorese, tentando manter o equilíbrio calórico do corpo, enquanto o indivíduo
trabalha. A pesada vestimenta não permitirá o suficiente esfriamento por evaporação. Uma
considerável quantidade de suor é acumulada na vestimenta e contínua a evaporar durante o
período de descanso subseqüente, anulando, por algum tempo, o isolamento adequado,
quando o mesmo é mais necessário.

EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
Informar ao trabalhador quanto à necessidade do uso de vestimentas adequadas e a
troca de roupas e calçados quando estiveram úmidos, molhados ou apertados. Quando na

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sala de repouso, manter-se quente, seco e em movimento, realizando exercícios freqüentes


com os braços, as pernas e os dedos das mãos e pés, para manter ativa a circulação
periférica.
Nos intervalos de almoço, evitar exercícios violentos, como jogos coletivos, para
não haver dispersão de calor excessivo, e para evitar choques térmicos quando retornar ao
trabalho.
Trabalhos realizados sob baixas temperaturas caracterizam-se como insalubres em
grau médio, 20%. Conforme NR - 15 anexo 9. O anexo 9 da NR –15 da Portaria
Ministerial 3.214/78 não estabelece limites em termos de graus de temperatura abaixo dos
quais, ou tempo de permanência acima dos quais, ocorre insalubridade.
A avaliação deve, portanto, ser mais abrangente, considerando os equipamentos de
proteção individual utilizados, temperatura no interior do local considerado, bem como fora
dele, verificando a presença do “choque térmico”, número de penetrações no local do frio,
tempo de permanência, atividade desenvolvida, umidade relativa do ar, condições de
ventilação e outras.
A permanência em ambiente frio determina a atividade de distintos mecanismos de
termoregulação do organismo. Assim, para evitar as perdas calóricas se produz uma
vasoconstrição periférica. Ao mesmo tempo, origina-se uma maior quantidade de calor
devido ao hipertono muscular, ao aumento do trabalho muscular voluntário e à reposição
calórica.

ACLIMATAÇÃO
Após uma longa exposição a um ambiente que apresenta condições extremas, como
excesso de calor ou de frio, ocorrem alterações fundamentais nas respostas termo-
reguladoras. Este fenômeno é denominado ACLIMATAÇÂO, que permite aos indivíduos
trabalharem com eficácia, em condições que, originalmente, seriam intoleráveis.
Indivíduos que trabalham ao ar livre, em climas frios, tem demonstrado sua
aclimatação local evidenciada pela maior irrigação de sangue nas mãos, que permanecem
quentes e mais funcionais do que as de pessoas não totalmente aclimatizadas.
No entanto, apesar das prolongadas pesquisas realizadas em laboratório e nas
expedições polares, não existe uma evidência fisiológica de aclimatização genérica ao frio.

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REGIME DE TRABALHO
O trabalhador não deve permanecer por longos períodos em ambientes com frio
intenso. Recomendam-se períodos de trabalho intercalados por períodos de descanso para
regime de trabalho.

Exames médicos pré-admissionais


Quando é realizada a seleção de profissionais para a execução de trabalhos em
câmaras frias, devem-se excluir os portadores de diabetes, epiléticos, fumantes, alcoólatras,
aqueles que já tenham sofridos lesões devidas ao frio, os que possuem “alergia” ao frio, os
portadores de problemas articulares e os que tenham doenças vasculares periféricas. Com
este controle, reduzem-se os índices de doenças devidas ao frio.
Aos que apresentarem essas alterações, recomenda-se a mudança do setor de
trabalho a um adequado tratamento médico.

Vestimenta adequada
Quando a exposição às intempéries é inevitável, os trabalhadores devem estar
providos de roupas de proteção, que constituam uma barreira isolante entre a superfície
quente do corpo e o meio ambiente frio. Quanto maior é a diferença entre a temperatura da
pele e a do ar circulante, maior é o isolamento necessário para manter o microclima que
cerca a pele, a níveis confortáveis.
Quando o corpo se encontra em atividade, há um aumento de produção de calor,
sendo necessário um menor isolamento para manter o equilíbrio entre o calor produzido e o
perdido.

RECOMENDAÇÕES
Recomendamos O USO DE ROUPA COMPLETA TÉRMICA (JAPONA TÉRMICA,
CALÇA, CUECÃO, MEIA DE LÃ, BOTA ESPECIAL TÉRMICA, TOUCA E CAPUZ
para todos os empregados que entram nos Câmaras Frias e Túneis de Congelamento, para
evitar o choque térmico).

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10. RISCOS QUÍMICOS

10.1. INTRODUÇÃO
Atualmente cerca de 400 milhões de toneladas de Produtos Químicos são
produzidos por ano, existindo cerca de 7 milhões destes agentes. Acima de 1000 novos
produtos são produzidos pela indústria química em cada ano. Estima-se que existam entre
5.000 e 10.000 produtos causadores de danos ao organismo humano e que
aproximadamente 200 destes seja, cancerígenos.
É certo que estes produtos químicos tem provocado melhorias na qualidade de vida
da população, mas, quando consideramos os locais de trabalho e o meio ambiente,
verificamos que a exposição aos riscos químicos tem aumentado assustadoramente.
O uso e armazenamento inadequados destes produtos podem ocasionar danos à
saúde dos trabalhadores e das populações residentes nas proximidades. Casos graves de
incêndios e explosões são bem conhecidos. Citamos alguns exemplos:
• Desastre ocorrido em Bhopal na Índia em 1984 pela liberação de Metil-Isocianato e que
resultou em um número de mortos superior a 2.000 e cerca de 20.000 atingidos;
• Liberação acidental de Dioxina em Seveso na Itália em 1976, atingindo 30 pessoas e
provocando a evacuação de 22.000 habitantes;
• Explosão de Ciclohexano em Flixborough na Grã-bretanha vitimando 28 pessoas e
atingindo 89 habitantes;
• Em janeiro de 1995 uma equipe de pedreiros tentava retirar as madeiras que envolviam
a caixa da água, num prédio em construção na zona sul de São Paulo. O pedreiro João
Pereira de Souza morreu após inalar o gás expelido pela caixa, e mais seis empregados
sentiram enjôos e tonturas ao tentarem socorrê-lo. Todos foram levados para o pronto
socorro;
• No mesmo mês, em Sorocaba-SP, dois operários faziam a impermeabilização de uma
caixa da água e sofreram intoxicações pelos gases dos produtos utilizados no serviço.
Um deles caiu de uma altura de quase oito metros e o outro ficou dependurado no
andaime, a mais de seis metros de altura. Os dois foram levados para o hospital regional
de Sorocaba, e durante o trabalho foi constatado que nenhum deles usava máscaras
contra gases;

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• Em novembro de 1994, dois operários morreram após entrarem numa caixa da água de
dois metros de profundidade e capacidade para 60 mil litros, vedada há 11 meses, num
edifício em construção, em Brasília. Um bombeiro que tentou socorrê-los também foi
vítima e outro soldado ficou em estado de coma, após cheirar a roupa primeiro. O
acidente ocorreu devido à formação de gases tóxicos, através da decomposição de
substâncias orgânicas, fungos e bactérias.
• Em fevereiro de 1994, dois funcionários o lodo de um tanque de tratamento de efluentes
de um curtume em Estância Velha/RS. Um deles entrou no tanque para ajustar a
mangueira que retirava o material, sem qualquer equipamento de proteção respiratória e
acabou intoxicado pelos gases desprendidos e desmaiou. O colega e o motorista de um
caminhão de outra empresa, que estavam ali para transportar os resíduos, se assustaram
e tentaram ajudar, mas também morreram. Outros dois funcionários tentaram ajudar e
também se intoxicaram. Conseguiram escapar com vida;
• Em fevereiro de 1992, em Novo Hamburgo/RS, três trabalhadores consertavam o motor
do sistema de tratamento de afluentes de um curtume. Enquanto dois lidavam com o
aerador do reservatório, um outro entrou no tanque, com capacidade para 200 mil litros,
sentiu-se mal e caiu. Na tentativa de salvar o colega, os outros dois se atiraram no
tanque. Quando um deles viu que não adiantava mais tentou nadar até a beirada e foi
socorrido, mas morreu minutos após entrar no hospital. Nenhum deles usava
equipamentos de proteção;
• Em 20 de março de 1995, mais de cinco mil forma intoxicados e 12 morreram pelo
efeito gás sarin, deixado em 16 estações do metrô de Tóquio. O sarin é uma mistura de
fósforo orgânico, álcool, fluoreto de sódio e outros componentes, e ataca as moléculas
de aceticolina, responsáveis pelas transmissões de estímulos no sistema nervoso. Os
sintomas são tosse, contrações do tórax, vômitos, problemas visuais, tremores
musculares, descoordenação progressiva, paralisia muscular e morte;
• Em agosto de 1993, cinco empregados de uma empreiteira de telefonia estavam
instalando fibra ótica dentro de uma geleira subterrânea, na cidade de Concepción, no
Chile. Segundo os bombeiros, houve uma infiltração de gás metano nas geleiras da
Companhia de Telefones. A morte dos trabalhadores ocorreu numa seqüência onde
primeiro um desmaio ao respirar o gás e caiu, e assim sucessivamente, até que todos

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caíram expostos a uma atmosfera mortal. Um transeunte tentou salvá-los e morreu


também. Mais seis pessoas foram afetadas com lesões leves.
As causas destas catástrofes sempre se relacionam com eventos incontroláveis,
envolvendo fogo, explosão ou liberação de produtos tóxicos que resultaram em doenças,
mortes, danos ao meio ambiente e efeitos econômicos incalculáveis. Na maioria das vezes
os envolvidos sequer tinham conhecimento dos riscos a que estavam expostos por pura falta
de informação, treinamento e programas de prevenção a estes riscos, caracterizando-se a
negligência e imprudência dos responsáveis por estas pessoas, além da própria imperícia
dos trabalhadores.
Em razão disto o presente trabalho procura apresentar a conceituação técnica dos
riscos químicos, sua ação no organismo humano, seu monitoramento ambiental e controle
biológico. As informações contidas neste trabalho foram obtidas mediante pesquisa
bibliográfica no Manual de Riscos Químicas da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente
do Estado do Rio Grande do Sul, na Revista Proteção, no Caderno Técnico de prevenção de
Acidentes do Trabalho para Componentes da CIPA elaborado pelo SENAI e nas Normas
Regulamentadoras (NR's) da Portaria 3214 de 08/06/1978.

10.2. DEFINIÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS


Podem ser definidos como qualquer agente químico existente no ambiente de
trabalho que, introduzido no organismo, provoca efeitos nocivos ao mesmo, chamados de
reações venenosas ou tóxicas.

10.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUÍMICOS QUANTO AS SUAS


CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

Gases: são substâncias que, em condições normais de pressão e temperatura (25ºC e


760mmHg), estão no estado gasoso. Ex.: Oxigênio, Nitrogênio.

Vapores: é uma forma gasosa de substâncias sólidas ou líquidas e que voltam aos seus
estados originais após alteração nas condições de pressão e/ou temperatura. Ex.: vapores de
água, vapores resultantes de volatilização de solventes como Tolueno, Benzeno, etc.

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Aerodispersóides (particulados) – são constituídos por partículas de tamanho microscópio


que estão tanto no estado líquido quanto no estado sólido.

Sólidos
a) Poeiras – quando o pó é constituído por partículas geradas mecanicamente a partir de
sólidos maiores. Ex.: explosões, amianto, cereais.
b) Fumos – quando o pó é gerado na combustão de materiais, comumente sólidos. Ex.:
combustão de madeira, fusão de materiais.
c) Fibras – são partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos, que se
diferenciam das poeiras porque tem a forma alongada com um comprimento de 3 a 5
vezes superior ao seu diâmetro. Ex.: Algodão, lã, vidros, linho, cerâmicas.

Líquidos
a) Névoas – são formadas pela ruptura mecânica de líquidos. Ex.: pinturas com spray.
b) Neblinas – são formadas pela condensação de vapores de substâncias líquidas que se
volatilizaram (vaporizaram). Ex.: nos processos de galvanoplastia.

10.4. INGRESSO NO ORGANISMO HUMANO


Os produtos químicos podem estar presentes nos ambientes de trabalho de
diferentes formas:
• Como matéria prima;
• Como produtos intermediários;
• Como produtos finais;
• Quando originados como subprodutos;
• Uso com finalidade específica (ex: agrotóxicos);
• Como impurezas de produtos utilizados;
• Quando originados por interação entre produtos químicos;
• Quando originados por decomposição de produtos químicos;
• acidentais.

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Quando um risco químico entra em contato com o organismo pode Ter ação local
ou ser distribuído aos diferentes órgãos, levado pela circulação. A via de ingresso pode ser
única para uma substância, ou pode ser múltipla:

a. Via Respiratória
Responsável por 90% dos casos. Tem importância fundamental,
principalmente por que:
a) o estado físico dos agentes químicos encontrados é gás, vapor e/ou particulado;
b) um volume considerado de ar alcança as vias respiratórias:
 5 a 6 litros/min, em repouso;
 até 30 litros/min, dependendo da atividade.
c) tecido pulmonar é ricamente vascularizado, permitindo uma absorção rápida;
d) os agentes químicos podem atingir centros vitais (sistema nervoso central) rapidamente;
e) alguns sólidos e líquidos podem ficar retidos nas vias aéreas, produzindo ação
localizada (irritantes, edema agudo de pulmão).

b. Via Cutânea
Inclui todo o tecido cutâneo que recobre o corpo humano juntamente com mucosas
(lábios, conjuntiva ocular), pêlos e unhas. Quando um tóxico entra em contato com a pele,
pode atuar das seguintes formas:
a) Reação direta – a natureza altamente hidrófila (capacidade de absorção de água) dos
produtos cáusticos faz com que os mesmos se localizem na pele, lesionando-a em forma
de queimaduras, propiciando a entrada de outros tóxicos;
b) Penetração – por meio de lesão mecânica, dissolução em algum meio líquido, filtração
pelos poros, etc. A lesão mecânica propicia uma via extremamente eficaz que coloca o
tóxico em contato direto com a corrente sangüínea;
c) Penetração e Reação Local – sensibilização e alergia. Dos metais praticamente só o
Tálio e o Chumbo penetram pela pele. Os orifícios de saída das glândulas sebáceas e
sudoríparas também podem ser utilizados, além dos folículos pilosos (pêlos). A
permeabilidade cutânea aos agentes químicas pode ser alterada por:
 Sudorese (suor);

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 Espessura da pele;
 Temperatura ambiente;
 Idade;
 Capacidade dos agentes químicos de se ligarem aos constituintes da pele;
 Integridade da pele.

c. Via Digestiva
Sem grande importância da saúde ocupacional, salvo em casos de intoxicação
acidental e quando o trabalhador se alimenta ou fuma em ambiente de trabalho.
 Os produtos químicos são absorvidos no estômago e no intestino delgado, ricos
em vasos sangüíneos e passam para o fígado, antes de serem distribuídos por
todo o organismo através da circulação;
 Alguns produtos como ácidos e álcalis provocam efeitos locais sobre os
tecidos;
 Muitas vezes as substâncias químicas depositam-se nas vias aéreas superiores
e, através de movimentos dos cílios aí existentes ou pela tosse, são
transportados para a boca, podendo ser deglutidas;
 Muitos produtos químicos são inativados pela acidez do estômago, pela
secreção do pâncreas e pelas enzimas digestivas;
 Além disso, ao atingirem o fígado, muitas vezes ocorrem bio-transformações
que inativam os agentes tóxicos.

d. Injeção
Injeção acidental por sistemas hidráulicos de alta pressão. Ex.: uso do ar
comprimido que poderá causar:
 Penetramento num corte ou escoriação através da pele pode insuflar os
músculos, causando dor intensa ou lesão grave;
 Penetramento num vaso sangüíneo pode produzir bolhas de ar, que
interrompem a circulação, levando à morte;

Engº Eduardo Becker Delwing 89


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 O ar comprimido contém impurezas como óleo, partículas de sílica e outras


pequenas partículas. O jato de ar sobre a pele introduz esses corpos estranhos
para o interior do organismo através dos poros;
 Mesmo em pressões baixas, o jato de ar pode arremessar partículas sólidas em
velocidades altas, colocando em perigo os olhos e o rosto;
 O uso do ar comprimido para limpar roupas contribui para o aumento da
concentração de partículas sólidas em suspensão, prejudicando a qualidade do
ar comprimido.

Distribuição e acumulação dos agentes químicos


Após o ingresso no organismo humano, os agentes químicos ultrapassam
membranas biológicas, alcançando a corrente sangüínea: é a absorção. Após a absorção os
agentes químicos são distribuídos no organismo. Esta distribuição depende de vários fatores
como:
 Solubilidade do agente químico;
 Grau de ionização do agente químico no meio;
 Afinidade do agente químico com as moléculas orgânicas;
 Maior ou menor vascularização de determinadas áreas;
 Condições orgânicas (existência ou não de lesões).
Após a distribuição pelo organismo, os agentes químicos acumulam-se no sítio de
ação (carboxihemoglobina), ou em sítios específicos (chumbo nos ossos), ou são
transportados a órgãos com capacidade de transformá-los e/ou eliminá-los.

Locais de acumulação (armazenamento)


a) Proteínas plasmáticas – a maioria dos agentes químicos que estão no sangue são
transportados ligados às proteínas plasmáticas, especialmente a albumina, através de
ligações irreversíveis. Ex.: o cobre liga-se à ceruloplasmina;
b) Lipídios – diversos agentes químicos são lipossolúveis o que permite que os mesmos se
acumulem aí. Ex.: o Hexacloro-ciclohexano condiciona a uma intoxicação a longo
prazo (crônica) pela sua fixação prolongada nos tecidos graxos, de onde é liberado
gradativamente;

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c) Ossos – vários agentes tóxicos acumulam-se nos ossos, como Chumbo (90%),
Estrôncio e Urânio;
d) Fígado e Rins – além de acumularem agentes químicos, são encarregados da eliminação
dos mesmos. O fígado realiza processos de biotranformação, enquanto os rins são
responsáveis pela eliminação dos agentes.

Biotransformação
É a transformação que os agentes químicos sofrem no organismo (metabolização).
As principais reações envolvidas são oxidação (Ex.: Tolueno transforma-se em Ácido
Benzóico); redução (Ex.: Nitrobenzeno transforma-se em anilina); conjugação (Ex.: a
conjugação do ácido benzóico forma o ácido hipúrico) e hidrólise (Ex.: o Fosgênio por
hidrólise forma o ácido clorídrico que, sendo cáustico, (provoca edema agudo de pulmão)).

Eliminação
Os agentes químicos são eliminados inalterados ou sob a forma de produtos de
biotransformação por diversas vias, dependendo de suas propriedades físico-químicas. Os
compostos gasosos e alguns voláteis usam a via pulmonar. Os suficientemente polares
(hidrossolúveis) usam mais a via renal.
a) Via Renal – exemplos de agentes eliminados pela urina: Fenol (originado do Benzeno);
Ácido Hipúrico (originado do Tolueno);
b) Via Pulmonar – gases, vapores e particulados podem ser eliminados pelos pulmões. Os
gases e vapores podem ser eliminados inalterados ou sob a forma de produtos de
biotransformação.

Tabela – Eliminação de gases e vapores por via pulmonar


Eliminação de gases e vapores % da eliminação na forma
Por via pulmonar inalterada
Anilina 1
Ciclohexano 5
Sulfeto de carbono 10
Acetona 7
Tolueno 18
Tricloroetileno 19
Benzeno 40

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Éter etílico 90
Clorofórmio 90

a) Biliar – os agentes químicos absorvidos pela via gastrointestinal alcançam rapidamente


o fígado, antes de serem distribuídos pelo organismo através da corrente sangüínea.
Como o fígado é o principal órgão da biotransformação, os agentes químicos podem ser
excretados pela bile sem ser distribuídos. Exemplos:
 Mercúrio, Tálio, Cobalto, Chumbo, Arsênio, Manganês e Cromo
 Os lipossolúveis, como os solventes orgânicos, são pouco eliminados por esta
via.
b) Suor e Saliva – este tipo de eliminação depende da difusão da forma não ionizada
lipossolúvel. Tem pouca importância. Exemplos:
 Suor: Iodo, Bromo, Ácido Benzóico, Chumbo, Arsênio, Mercúrio e Álcool
 Saliva: Estricnina, Atropina e álcool Etílico
 Quando eliminados pela saliva podem ser novamente absorvidos.
c) Leite – agentes químicos absorvidos pelo organismo materno podem passar para os
filhos em amamentação. Exemplo:
 Inseticidas Organoclorados
 Metil-Mercúrio
 Chumbo e Dioxinas
d) Pele, Cabelo e Unhas – não é significativa.

Toxicodinâmica
É definida como o estudo das interações (bioquímicas e/ou fisiológicas) do agente
químico no órgão-alvo (= órgão crítico) e do mecanismo da ação tóxica.
As ações podem ser locais, como na pele, olhos, via digestiva ou via respiratória ou
sistêmicas (no organismo);
Em virtude das diferenças individuais, os efeitos de um agente químico para
determinado trabalhador, poderão não ser os mesmos para outro trabalhador, poderão não
ser os mesmos para outro trabalhador, inclusive podem variar os órgãos críticos. A
concentração do agente químico associada ao efeito crítico é denominada de “Concentração
Crítica”.

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Em exposições a curto prazo, em altas concentrações ambientais de Mercúrio, o


órgão é o pulmão. Quando a exposição é a longo prazo, o órgão crítico é o sistema nervoso
central.
Na ingestão de compostos inorgânicos de Mercúrio, o órgão crítico é o rim.
Para que determinado órgão seja crítico, vários fatores influenciam:
a) Via de Exposição – pode ser o próprio local da ação. Agentes tóxicos absorvidos pela
pele e sistema respiratório, podem ser distribuídos pelo organismo, sem passar pelo
fígado: agem seletivamente em determinados órgãos.
b) Distribuição – agentes, além de levar longo tempo para saturar os líquidos orgânicos,
são facilmente eliminados pela urina, enquanto os lipossolúveis saturam rapidamente o
sangue, sendo pouco eliminados pela urina, depositando-se em tecidos ricos em
gorduras. A sílica é insolúvel e causa grande dano ao pulmão, como exceção.
c) Metabolismo – agentes interferem no metabolismo orgânico, bloqueando atividades
vitais.
d) Eliminação – o fígado e os rins podem ser importantes vias de eliminação e apresentam
seletividade para alguns agentes, que provocam maiores danos a estes órgãos.

Classificação quanto à ação tóxica dos agentes químicos


Irritantes
Exercem ação na mucosa das vias aéreas pelo contato direto: ocorre corrosão. A
intensidade da ação depende da concentração das substâncias e o local de ação depende da
maior ou menor solubilidade na água da substância considerada.
a) Primários – a ação irritante local é imediata.
Irritantes das vias aéreas superiores: (são os mais solúveis em água)
 Amônia;
 Ácido crômico;
 Ácido clorídrico;
 Ácido fluorídrico;
 Anidrido sulforoso.
Irritantes tanto das vias aéreas superiores como das vias profundas: (possuem solubilidade
intermediária na água)

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 Dimetilsulfato;
 Cloreto de enxofre;
 Ozônio.
Irritantes das vias aéreas profundas e alvéolos: (são pouco solúveis em água)
 Tricloreto de arsênio;
 Dióxido de nitrogênio.
b) Secundários – além de serem irritantes locais exercerem ação sistêmica: sulfeto
de hidrogênio (depressor do centro respiratório); fosfina (neurotóxico);

Asfixiantes
Provocam deficiência de oxigenação, sem interferir com a ventilação pulmonar.
a) Simples ou mecânicos – atuam no ambiente de trabalho diminuindo a pressão
parcial de oxigênio, que não pode ser inferior a 18%. Exemplos: etileno,
acetileno, nitrogênio, metano, etano, hélio, neônio, propano e propileno.
b) Bioquímicos – provocam asfixia por agirem, bioquimicamente, evitando o
transporte eficiente de oxigênio no sangue, ou impedindo a utilização do
mesmo pelos órgãos. Exemplo: monóxido de carbono (interage no transporte
de oxigênio pela hemoglobina através da formação de carboxihemoglobina);
cianetos (inibem a utilização do oxigênio nos tecidos por inibirem o sistema
Citocromo-Oxidase).

Anestésicos e narcóticos
Provocam depressão no Sistema Nervoso Central. Exemplos: Éter propílico,
Propano, Decano, Acetona, Octanona, Álcoois Alifáticos (etílico, propílico, butílico e
amílico), Ésteres.

Sistêmicos
Atuam nos sistemas orgânicos.
 Hepatotóxicos – Exemplos: Clorofórmio, Benzeno-halogenados;
 Fósforo; Nefrotóxicos – Exemplos: Mercúrio, Cádmio, Cromo;
 Neurotóxicos – Exemplos: Sulfeto de carbono, Álcool etílico, n-Hexano;

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 Hematotóxicos – Exemplos: Benzeno, Nitritos e Anilina.

Alergizantes
Exemplos: Formaldeído, Óleos, Resinas, Pólen, Fibra de algodão, Bagaço de cana, Di-
isocianeto de Tolueno (TDI);

Imunodepressores
Deprimem o sistema de defesa do organismo. Exemplos: Antimetabólicos,
Ciclosporina, Corticóides;

Carcinogênicos
Causam câncer. Exemplos: Benzidina, Cromo, Cloreto de vinila, 4-Nitrodifinil,
Arsênico, Asbesto, Madeira (pó), Couro (pó), Benzeno e Níquel;

Pneumoconióticos
Atuam nos pulmões. Exemplos:
 Benignos: Tungstênio, Titânio, Alumínio, Ferro, Carvão. (Não provocam
fibrose);
 Malignos: Sílica, Asbesto, Berílio.

Teratogênicos
Agentes químicos podem interferir com o desenvolvimento normal do feto. Durante
os três primeiros meses de gestação, órgãos como o cérebro, coração, os membros
superiores e inferiores são formados. Gases anestésicos, mercúrio e solventes orgânicos,
por exemplo, causam deformidade no feto.

Mutagênicos
Agentes químicos podem causar alterações genéticas em gerações futuras: 85% dos
químicos carcinogênicos podem causar mutagênese.
Interação de Agentes Químicos

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Quando dois ou mais agentes químicos co-existem nos ambientes de trabalho.


Ações que podem ocorrer:
a) Ação independente – ações distintas dos tóxicos com efeitos diferentes.
b) Ação aditiva – quando o efeito produzido por dois ou mais agentes é
quantitativamente igual à soma dos efeitos individuais. Exemplo: Chumbo +
Arsênio na biossíntese do heme.
c) Sinergismo – quando o efeito produzido por dois ou mais agentes é maior que
a ação aditiva. Exemplo: EPN (Inseticida Fosforado) + malation.
d) Pontecialização – quando um agente tóxico tem seu efeito aumentado por agir
simultaneamente com um agente atóxico. Exemplo: Propanol aumenta a
hipertoxidade do Tetracloreto de carbono.
e) Antagonismo – quando o efeito de dois agentes tóxicos é menor que o efeito
aditivo: um reduz o efeito do outro. Exemplo: igual ao Selênio mais Cádmio.

Princípios básicos de prevenção


a) Eliminar o risco da substância perigosa, (ou processo) ou substituí-la (o) por outra (o)
menos perigosa (o). Exemplo: Substituição do benzeno pelo tolueno e xileno, que
também são hidrocarbonetos aromáticos mais menos tóxicos. Sobre esse agente
químico há um anexo específico (13-A) na NR-15.
b) Distâncias – observar uma distância segura entre o trabalhador e a substância perigosa.
c) Ventilação – providenciar uma ventilação adequada para remover ou reduzir a
concentração da substância no ambiente de trabalho.
d) Proteção – providenciar proteção pessoal, evitar o contato da substância perigosa com o
trabalhador.
e) Informação – o trabalhador deve ser informado sobre o risco existente.

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Controle e Identificação
Identificar todos os materiais utilizados; todos os produtos intermediários; todos os
produtos finais; resíduos formados. Exemplo: PPRA, Mapa de Risco.

Rotulagem
O rótulo dos agentes químicos deve conter:
a) Nome comercial;
b) Identificação do agente químico;
c) Nome, endereço e telefone do fabricante;
d) Símbolos do dano potencial;
e) Riscos associados ao uso;
f) Precauções a serem observadas;
g) Identificação do lote;
h) Classificação tóxica do agente.

Fichas Químicas de Segurança


Todos os materiais utilizados, intermediários, produtos finais e resíduos devem ter
Fichas de Segurança na Empresa, para fornecimento de informações básicas sobre os
mesmos. Devem indicar o Equipamento de proteção Individual necessário para manuseio
dos mesmos, bem como procedimentos de emergência:
a) Nome do produto químico (incluindo o nome comum ou comercial);
b) Informações sobrem ingrediente;
c) Nome, endereço e telefone do fabricante;
d) Identificação do(s) risco(s) existente(s);
e) Medidas de primeiros socorros;
f) Medidas a serem adotadas em liberações acidentais;
g) Manuseio e armazenamento;
h) Controle de exposição;
i) Propriedades físicas e químicas;
j) Estabilidade e reatividade;
k) Outras informações toxicológicas;

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l) Informações sobre a deposição;


m) Informações sobre transporte
n) Data de preparação.

Armazenamento seguro
 Substâncias não compatíveis não devem ser armazenadas juntas;
 Armazenamentos de químicos próximos a processos incompatíveis devem ser
evitados;
 Deve existir ventilação adequada para permitir que os vapores liberados sejam
suficientemente diluídos e liberados;
 Se houver risco de fogo, medidas adicionais devem ser instituídas.

Monitoramento
Por monitoramento entende-se a atividade sistemática, repetitiva ou contínua.

Sobre a exposição
Vários países têm procurado estabelecer “Limites de Tolerância” e para cerca de
40.000 substâncias químicas existem limites das concentrações destas substâncias químicas
nos locais de trabalho em que se supõe que um número razoável de trabalhadores possa
estar exposto sem sofrer efeitos adversos à saúde: são os “Limites de Tolerância”
A expressão “Limites de Tolerância” surgiu na Convenção nº 148 da OIT e foi
adotada em 1977. Estes limites são expressos em partes por milhão (ppm) ou miligramas
por metro cúbico (mg/m3) para gases e vapores. Para particulados os limites são expressos
em miligramas por metro cúbico (mg/m3) e, às vezes, pelo número de partículas por
unidade de volume, como, por exemplo, mpp/m3 (milhões de partículas por metro cúbico).
Para alguns agentes químicos existem valores máximos (valor-teto) que não podem
ser ultrapassados em momento algum na jornada de trabalho. São os TLV. Este valor
máximo pode ser calculado pela tabela a seguir:

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TABELA 2 – Limites de Tolerância/Fator de Desvio


LIMITE DE TOLERÂNCIA FATOR DE DESVIO
(ppm ou mg/m3)
0a1 3
1 a 10 2
10 a 100 1.5
100 a 1.000 1.25
1.000 ou mais 1.1

O valor máximo é, então, calculado para o agente químico, multiplicando-se o


Limite de Tolerância pelo Fator de desvio. Exemplo:
Agente químico: amônia Limite de Tolerância: 20 ppm/ 48 horas semanal
 Foram realizadas 10 medições com intervalo de 20 minutos apresentando as seguintes
concentrações: 18, 19, 20, 21, 23, 22, 24, 19, 18 e 17. Média aritmética = 20,1 ppm.
 Caracterizado grau de insalubridade médio (20%).
 Conforme tabela 2 o limite de tolerância obtido é de 30 ppm. Caso uma das
concentrações obtidas na amostragem ultrapasse o valor máximo (30 ppm) estaria
caracterizada a situação de risco grave e iminente.
A legislação brasileira prevê 11 substâncias com Valor-teto enquanto as normas
internacionais prevêem 36.
Existem, também, substâncias absorvidas pela pele, mostrando que a proteção da
via respiratória apenas pode não ser suficiente para protegermos o trabalhador exposto: a
legislação brasileira indica 43 substâncias, enquanto normas internacionais indicam 105.
Nas listagens de agentes químicos são indicados as substâncias asfixiantes, o que
determina um severo controle nos ambientes de trabalho, pois a concentração de oxigênio,
nestes casos, não pode ser inferior a 18% em volume.
Os limites de Exposição referem-se aos agentes químicos dispersos na atmosfera e,
portanto, não consideram as formas sólidas ou líquidas dos agentes químicos.
Os limites citados supõem uma proteção aos trabalhadores. Não indicam garantia.

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Monitorização Biológica da Exposição Humana a Agentes Químicos


Para uma dada substância existe uma concentração tal que não irá provocar efeitos
danosos, ainda que a exposição seja prolongada. Entretanto, esta afirmação não é válida
para as substâncias carcinogênicas, em que as condições de exposição devem ser o mais
próximas possível do zero. Também para as radioativas. A monitorização Biológica é a
medida e avaliação de agentes químicos e/ou de seus produtos de biotransformação em
tecidos, secreções, excreções, ar exalados ou alguma combinação destes, para estimar a
exposição ou o risco à saúde, quando comparados a uma referência apropriada. As
“referências apropriadas” são os Limites de Tolerância Biológicos – LTB.
A substância, elemento químico ou atividade enzimática cuja concentração (ou
atividade) possui relação com a exposição ambiental recebe o nome de “INDICADOR
BIOLÓGICO”. O objetivo principal da monitorização biológica é o mesmo da ambiental,
ou seja, previne a exposição excessiva aos agentes químicos que podem ser nocivos aos
trabalhadores expostos. Visa estimar a quantidade biodisponível do agente químico (dose
interna) para assegurar que a exposição não atinja níveis críticos. Exemplos:
 Determinação de chumbo no sangue;
 Determinação de Pentaclorofenol na urina;
 Determinação do Benzeno no ar exalado.
A determinação de algumas alterações orgânicas provocadas pela exposição aos agentes
químicos também pode ser usada na prevenção de doenças ocupacionais, desde que
revelem o efeito precoce.

Efeito Precoce
Um efeito é precoce ou alteração é não nociva quando:
 Ao serem produzidos e numa exposição prolongada não resultem em transtorno(s) da
capacidade funcional, nem da capacidade do organismo para compensar a sobrecarga;
 São efeitos ou alteração reversíveis e não diminuem a capacidade do organismo em
manter a homeostasia;
 Não aumentam a suscetibilidade do organismo aos efeitos indesejáveis de outros fatores
de riscos ambientais;

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 Sabendo-se que a relação que existe entre a exposição e a dose interna, podem ser
propostos valores máximos permissíveis para o indicador biológico;
 Estes limites não devem ser considerados números que separam concentrações seguras
de perigosas, mas níveis de advertência, propostas com base nos conhecimentos atuais
da relação exposição/resposta.

Tipos de Indicadores Biológicos


 Tipo I – tem importância individualmente e, quando um trabalhador ultrapassa o limite
da tolerância biológica, indica que providências devem ser tomadas e o trabalhador
afastado. A ultrapassagem dos limites de tolerância biológica tem valor no diagnóstico
de intoxicação. Exemplos:
Indicador: Carboxihemoglobina – Agente químico: Monóxido de Carbono
 Tipo II – são os que tem pouco ou nenhum valor isoladamente. Indicam apenas que está
ocorrendo uma exposição descontrolada. Exemplos:
Mercúrio urinário = Mercúrio Metálico e Inorgânico
Ácido Hipúrico Urinário = Tolueno

Utilização dos indicadores


a) Grupo homogêneo quanto ao risco – realizar avaliação do conjunto de trabalhadores
expostos, que, necessariamente, deve ser homogêneo quanto à exposição ao agente
químico: deve haver um grau semelhante de exposição.
b) Amostras – as amostras devem ser realizadas em condições idênticas.
c) Análise dos resultados:
 Calcular a média aritmética dos resultados obtidos. Se estiver abaixo do LTB
para o agente e todos os resultados estiverem abaixo deste limite, o ambiente é
considerado sob controle (ou adequado): BAIXO RISCO.
 Se a média estiver abaixo do LTB e até 5% dos resultados estiverem acima do
LTB deve ser instituída vigilância ambiental rígida e com alta periodicidade na
determinação do indicador biológico: MÉDIO RISCO.
 Se a média estiver acima do LTB, medidas ambientais urgentes são
necessárias, pois o ambiente está fora de controle: ALTO RISCO.

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Vigilância da saúde
O comitê misto CCE/NIOSH/OSHA em 1984 definiu a Vigilância da Saúde como
sendo “a realização de exames médico-fisiológicos periódicos, de trabalhadores expostos
com o objetivo de prevenir o aparecimento de doenças. A detecção da doença instalada está
fora do escopo desta definição”.
Utiliza exames biológicos, fisiológicos e também indicadores biológicos
relacionados com a exposição a determinado agente tóxico e alterações ligadas ao órgão-
alvo.
Determinação de proteínas de baixo peso molecular na urina, para detectar o dano renal na
exposição ao Cádmio;
 Determinação da velocidade de condução nervosa (nervos periféricos) na
exposição ao Chumbo;
 Verificação das mucosas das vias aéreas na exposição a gases ou vapores
irritantes.

Recomendações
a) Os trabalhadores devem ser informados sobre os riscos a que estão expostos;
b) Os trabalhadores devem receber treinamento de prevenção, controle, emergências,
transporte, armazenamento, resíduos e primeiros socorros no uso dos agentes químicos
presentes no local de trabalho;
c) Os trabalhadores devem receber os resultados dos exames realizados, tanto das
avaliações ambientais, da vigilância da saúde e as monitorizações biológicas;
d) Os trabalhadores devem participar na investigação e na solução dos problemas
existentes no manuseio dos agentes químicos presentes nos locais de trabalho;
e) Em condições de grave e iminente risco, o trabalho deve ser detido;
f) As trabalhadoras devem Ter trabalho alternativo que não envolva o uso ou exposição
aos agentes químicos se estiverem gestantes ou durante amamentação e devem ter
direito a retornar ao trabalho prévio no tempo apropriado;
g) No armazenamento de produtos químicos, deve ser observada a quantidade segura,
definida em normas internacionais;

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h) As áreas expostas a acidentes industriais- maiores devem ser identificadas pelas


autoridades em saúde pública, meio ambiente e pela população que possa ser atingida
pelo acidente;
i) Os empregadores devem identificar as instalações expostas a acidentes industriais
maiores;
j) Para cada instalação exposta a acidentes industriais maiores o empregador deve
estabelecer e conservar um sistema de prevenção de riscos de acidentes com especial
atenção para:
 Identificação e estudo dos perigos e avaliação dos riscos;
 As disposições técnicas e de organização necessárias para o funcionamento da
instalação em condições de segurança, que devem incluir: o desenho, a
construção, o funcionamento e a conservação apropriada da instalação; a
designação do pessoal competente, fornecimento de instruções e formação
adequada de pessoal além da inspeção da instalação.
 Planos e procedimentos de urgência com inclusão de: preparação de planos e
procedimentos e urgência eficazes em casos de acidentes industrias maiores;
fornecimento de informações sobre os acidentes possíveis e os planos de
intervenção de urgência para as autoridades competentes, para a população que
possa ser atingida e para entidades ambientalistas.

A. Grupos – limtes de tolerância cinstantes no quadro 1, Anexo 11, NR – 15,


Portarias nº 3.214
1. Grupo I – Substância de ação generalizada sobre o organismo. Os efeitos da
substância no organismo dependem da quantidade absorvida. Neste caso, os limites
de tolerância podem ser exercidos, desde que não seja ultrapassado o valor máximo
e a concentração média seja inferior ao limite de tolerância fixado. Neste grupo,
situa-se a maioria das substâncias. Ex: amônia, monóxido de carbono, chumbo, etc.

Limite de Tolerância – Média ponderada – Representam a concentração média


existente na jornada de trabalho, isto é, podem – se ter valores acima do limite
fixado, desde que sejam compensados por valores abaixo deste mesmo limite, de

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modo que a média ponderada seja igual ou inferior ao limite de tolerância. No


entanto, estas oscilações devem respeitar um valor máximo obtido através da
aplicação de um fator de desvio, conforme fórmula a seguir:

Valor máximo (VM) = LT x FD


LT= Limite de tolerância
FD= Fator de desvio
O fator de desvio depende da grandeza do limite de tolerância segundo o
quadro:
LIMITE DE TOLERÂNCIA FATOR DE DESVIO
(ppm ou mg/m³)
0A1 3
1 A 10 2
10 A 100 1,5
100 a 1000 1,25
Acima 1000 1,1

EXEMPLO:
a) Amônia:
LT = 20 ppm
FD = 1,5 (conforme quadro acima)
VM = 20 x 1,5 = 30 ppm

VM = 30

LT = 20

1 2 3 5 6 7 8 9 Tempo

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O limite de tolerância não foi ultrapassado, já que a média ponderada é inferior ao


limite de tolerância e o valor máximo não foi alcançado. É visível que o excedido entre a
segunda e terceira hora e sétima e oitava hora é compensado por valores abaixo do LT
(limite de tolerância) existentes no restante do tempo.

Concentração

VM = 30

LT = 20

Tempo

O limite de tolerância foi ultrapassado, pois o valor máximo foi superado.

Concentração

VM = 30

LT = 20

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O LT ultrapassado, pois a média ponderada superou o LT fixado.

Concentração

VM = 30

LT = 20

Tempo
O LT foi ultrapassado, pois a média ponderada superou o LT fixado o VM também
não foi respeitado.

Exemplo numérico:
Um trabalhador se expõe as seguintes concentrações de amônia:
AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO (ppm)
1 10
2 20
3 25
4 20
5 15
6 10
7 20
8 10
9 20
10 25

Para verificar se o limite de tolerância foi ultrapassado ou não, deve – se calcular:


a) Concentração média

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CM = 10 + 20 + 25 + 20 + 15 + 10 20 + 10 + 20 + 25 = 17,5 ppm
_____________________________________
10

b) VM = LT x FD

Segundo o anexo 11, NR – 15, o limite de tolerância para a amônia é de 20 ppm e o FD =


1,5. Deste modo:
VM = 20 x 1,5 = 30 ppm.

Pode – se verificar que nenhuma das amostragens ultrapassou o valor máximo


permitido e a concentração média foi inferior ao limite de tolerância estabelecido no anexo
11, NR – 15 , não caracterizando, portanto, insalubridade para esta atividade.
No caso de uma amostragem ultrapassar o valor máximo permitido e/ou a
concentração média superar o limite fixado, a atividade será considerada como insalubre de
grau médio, se o trabalhador não estiver adequadamente protegido.

2. Grupo II – Substância de ação generalizada sobre o organismo, podendo ser


absorvidos, também por via cutânea.
Os limites de tolerância foram fixados pela absorção apenas por via respiratória. As
substâncias pertinentes a esse grupo podem ser absorvidas também pela pele intacta,
menbranas, mucosas ou olhos. Deverão, portanto, ser tomas medidas adequadas de
proteção, para evitar absorção por via cutânea, afim que o LT não seja ultrapassado. Tais
substâncias possuem sinalização na coluna “ Absorção também pela pele” na tabela de LT e
limite de tolerância – média ponderada.

Exemplo: anilina, tolueno, fenol.


Exemplo numérico:
Um trabalhador se expõe as seguintes concentrações de tolueno:
AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO (ppm)
1 50,0
2 50,0
3 60,0
4 80,0
5 90,0

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6 100,0
7 100,0
8 100,0
9 50,0
10 90,0

Para verificar se o limite de tolerância foi ultrapassado ou não, deve –se calcular:

a) Concentração média:

CM = 50+50+60+80+90+100+100+100+50+90 = 77,0 ppm


________________________________
10

b) Valor máximo permitido:

LT = 78,0 ppm
FD = 1,5
VM = 78 x 1,5 = 117,0 ppm

Observa –se que nenhuma amostragem superou o valor máximo permitido e a


concentração média foi inferior ao limite estabelecido no anexo II, NR – 15. No entanto, o
tolueno é uma substância que também penetra pela via cutânea e, para efeito de
caracterização de insalubridade, deverá ser observada a utilização de proteção adicional
além da respiratória. Embora o limite de tolerância não tenha sido ultrapassado, a
insalubridade será caracterizada se o trabalhador não estiver adequadamente protegido
(luvas, óculos de visão panorâmica, etc.), uma vez que, como comentado anteriormente, os
limites forma estabelecidos levando – se em consideração apenas a via respiratória,
devendo, portanto, ser protegida a via cutânea.

3. Grupo III – Substâncias de efeito extremamente rápido. Devido a sua ação


imediata, estas substâncias não podem ter seu LT excedido em momento algum da jornada
de trabalho, devendo este ser considerado como valor máximo.
Exemplo: ácido clorídrico, cloreto de vinila, etc.

Limite de tolerância – Valor Teto – Quando na tabela de limite de tolerância


estiver a coluna de “valor – tetor” significa que o valor estabelecido como limite de

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tolerância é concentração máxima, que não poderá ser ultrapassado em momento algum da
jornada de trabalho.

Exemplo:

Concentração

Tempo
O LT foi ultrapassado já que em momento algum a concentração excede o LT
fixado.

Concentração

LT

Tempo

O limite de tolerância foi ultrapassado já que o limite de tolerância fixado foi


ultrapassado.
Exemplo numérico:
Um trabalhador se expõe as seguintes concentrações de ácido clorídrico:
AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO (ppm)
1 2,0
2 3,0
3 4,0
4 6,0
5 3,0
6 5,0

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O anexo 11, NR – 15, fixa limite de tolerância de 4,0 ppm para o ácido clorídrico,
estando assinalada a coluna “valor – teto”. Como as amostragens 4 e 6 superaram 4,0 ppm,
a atividade caracteriza-se como insalubre de grau máximo, no caso de o trabalhador não
estar adequadamente protegido.

4. Grupo IV – Substâncias de efeito extremamente rápido que podem ser


absorvidas por via cutânea.
Exemplo: acetileno, argônio, etano, etc.

Exemplo:
Um trabalhador desenvolve atividades em um ambiente contaminado com acetileno
obtendo – se concentrações de 15 % de oxigênio no seu local de trabalho. Verificar se as
atividades neste local são permitidas.
Sabendo – se que o acetileno é considerado um asfixiante simples, isto é, a
possibilidade de trabalho no local é determinada pela presença de oxigênio, que não deve
ser nunca inferior a 18%. Como esse local apresentou percentual de oxigênio abaixo de
18%, conclui – se que não é permitido trabalho neste setor, devido a deficiÊncia de
oxigênio. Como essa situação gera risco grave e iminente, não cabe a percepção do
adicional de insalubridade, podendo o Ministério do trabalho interditar o local ou setor.
Observa-se que os exemplos citados se referem a amostragens instantâneas, isto é ,
aquelas com períodos de duração entre 5 a 30 minutos.Embora a legislação brasileira, no
anexo 11, NR – 15, portaria nº 3.214, estabeleça apenas este tipo de amostragem, é
largamente utilizada, em higiene industrial, a amostragem contínua, cujos exemplos
mostraremos abaixo:
Exemplo 1: Em atividade de pintura a pistola, utilizou – se, para coleta de vapores
orgânicos provenientes do solvente, dosímetro passivo de carvão ativado, coletado durante
6 horas. Os resultados abaixo foram fornecidos pelo laboratório:
Benzeno = < 1,0 µg/m³
Tolueno = 326 µg/m³
Xileno = 15 µg/m³

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Verificar se o limite de tolerância foi ultrapassado.


Benzeno = < 0,001 mg/m³
Tolueno = 0,326 mg/m³
Xileno = 0,015 mg/m³

Comparando – se as concentrações obtidas com os respectivos limites de tolerância


estabelecidos no anexo 11, NR – 15, portaria nº 3214, cujos valores são de 24 mg/m³,
verifica-se que a concentração média das substâncias analisadas não superou o limite de
tolerância.
É importante salientar que o resultado fornecido pelo laboratório é de concentração
média durante a jornada de trabalho. Deste modo, as oscilações acima e abaixo do limite
fixado não pode ser detectadas por este método.
As substâncias deste grupo, além de não poderem ter seu LT excedido em momento
algum, devido ao seu efeito imediato sobre o organismo, também requerem que medidas de
proteção sejam tomadas, a fim de desvio, sendo VM = LT.
Exemplo: sulfato de metila, álcool u – butílico.
Exemplo numérico:

Um trabalhador se expõe às seguintes concentrações de n- butalamina:


AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO (ppm)
1 2,0
2 3,0
3 1,0
4 1,0
5 3,0
6 2,0
7 1,5
8 3,5
9 0,0
10 2,0

O anexo 11, NR – 15, fixa limite de tolerância de 4,0 ppm para n – butalamina,
estando assinalada as colunas “valor – teto” e “absorção também pela pele”. Nenhuma
amostragem ultrapassou o valor máximo e caso o trabalhador esteja adequadamente
protegido com relação à via cutânea a atividade não será considerada insalubre. Deve – se

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frisar a proteção da via cutânea, neste caso, é especial para que a insalubridade não seja
caracterizada.

1. Grupo V - Alguns gases e vapores, em altas concentrações no ar, atuam como


asfixiantes simples, isto é , deslocam o oxigênio do ar, sem provocar outros efeitos
fisiológicos significativos. Não possuem LT, pois o fator limitante é o oxigênio
disponível. Deve ser avaliada a quantidade de oxigênio no ar, sendo 18% o valor
mínimo permissível.

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ANEXO – A

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ANEXO – B

DA PROFISSÃO DE TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

PORTARIA N.º 3.275, DE 21 DE SETEMBRO DE 1989

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições, considerando o


disposto no art. 6º do Decreto 92.530, de 09.04.86, que delega competência ao Ministério
do Trabalho para definir as atividades do Técnico de Segurança do Trabalho, RESOLVE:

Art. 1º - As atividades do Técnico de Segurança do Trabalho são os seguintes:

I – Informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos existentes no


ambiente de trabalho, bem como orientá-lo sobre as medidas de eliminação e neutralização;

II – Informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de


eliminação e neutralização;

III – Analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de


acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho e a presença de agentes
ambientais agressivos ao trabalhador, propondo sua eliminação ou seu controle;

IV – Executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultados


alcançados, adequando-os as estratégias utilizadas de maneira a integrar o processo
prevencionista em sua planificação, beneficiando o trabalhador;

V – Executar os programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e


do trabalho nos ambientes de trabalho com a participação dos trabalhadores, acompanhando
e avaliando seus resultados, bem como sugerindo constante atualização dos mesmos e
estabelecendo procedimentos a serem seguidos;

VI – Promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamento


e utilizar outros recursos de ordem didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as

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normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, administrativos e


prevencionistas, visando evitar acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho;

VII – Executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, ampliação,


reforma, arranjos físicos e de fluxo, com vistas à observância das medidas de segurança e
higiene do trabalho, inclusive por terceiros;

VIII – Encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação,


dados estatísticos, resultados de análises e avaliações, materiais de apoio técnico,
educacional e outros de divulgação para conhecimento e auto-desenvolvimento do
trabalhador;

Art. 1º As atividades do Técnico de Segurança...

IX – indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos


audiovisuais e didáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a
legislação vigente, dentro das qualidades e especificações técnicas recomendadas,
avaliando seu desempenho;

X – cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e


destinação dos resíduos industriais, incentivando e conscientizando o trabalhador da sua
importância para a vida;

XI – orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos


procedimentos de segurança e higiene do trabalho previstos na legislação ou constantes em
contratos de prestação de serviço;

XII – executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e


técnicas científicas, observando dispositivos legais e institucionais que objetivem a
eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a
melhoria das condições do ambiente, para preservar a integridade física e mental dos
trabalhadores;

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XIII – levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças


profissionais e do trabalho, calcular a freqüência e a gravidade destes para ajustes das ações
prevencionistas, normas, regulamentos e outros dispositivos de ordem técnica, que
permitam a proteção coletiva e individual;

XIV – articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos,


fornecendo-lhes resultados de levantamentos técnicos de riscos das áreas e atividades para
subsidiar a adoção de medidas de prevenção a nível de pessoal;

XV – informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubres, perigosas e


penosas existentes na empresa, seus riscos específicos, bem como as medidas e alternativas
de eliminação ou neutralização dos mesmos;

XVI – avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o
planejamento e a organização do trabalho de forma segura para o trabalhador;

XVII – articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de acidentes


do trabalho, doenças profissionais e do trabalho.

XVIII – participar de seminários, treinamentos, congressos e cursos visando o intercâmbio


e o aperfeiçoamento profissional.

Art. 2º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de


Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

DOROTHEA WERNECK

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ANEXO – C

SEGURANÇA DO TRABALHO

Você está trabalhando em um ambiente de trabalho saudável?

Se puder responder “sim” às perguntas a seguir, vocÊ pode estar trabalhando em um


ambiente saudável. Caso contrário, você deveria estar procurando melhorar as condições
dele o mais depressa possível.
Sim às vezes Não
O ambiente é amplo?
Cada um tem seu próprio espaço pessoal?
Há um lugar onde se possam guardar os objetos pessoais?
As cadeiras e bancos são confortáveis?
O equipamento e o maquinário são de fácil manuseio?
Todos podem se locomover à vontade?
A temperatura é amena em todos os lugares?
É fornecida alguma roupa de trabalho adequada, se
necessário?
Todas as áreas são bem arejadas?
Há alguma diretriz de “Proibido fumar”?
O ar condicionado e o aquecimento funcionam
adequadamente?
São vistoriados e consertados com regularidade?
As instalações são bem iluminadas?
Há iluminação de emergência no local?
Há um gerador de emergência disponível caso seja preciso?
As áreas extremas ficam acesas durante a noite?
As luzes e janelas são limpas?
O equipamento e o maquinário são silenciosos?
Os equipamentos, maquinários e processos ruidosos são
identificados como sinais de aviso?
Há local agradável e bem equipado para beber?
Existem locais com cabines e armários para se guardarem
roupas e sacolas?
Há um local para se secarem as roupas, quando necessário?
Os sanitários estão limpos, arejados, acessíveis e em
funcionamento?

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Existem pias com água quente e fria, sabão, toalhas e outros


itens de limpeza?
Material Auxiliar I
Fonte:: Como motivar pessoas
Iain Maitland, 2000.

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ANEXO - D

COLÉGIO MARTIN LUTHER


Centro de Educação Profissional Martin Luther -
Estrela/RS
Avaliação da disciplina de SEGURANÇA DO TRABALHO I
Professor Eduardo Becker Delwing
Turma: TST Data: / / 200
Nome: ________________________________________________

1. Marcar verdadeiro (V) ou falso (F)

( ) Em 1842, na Escócia, foi instituído a obrigatoriedade do médico de fábrica, para


realizar exames em mulheres;

( ) Em 1556, publicado por Georgius Agrícola, em latim a obra De Ré Metálica, que fez
referências sobre o trabalho ser o causador de doenças como na extração de
minerais e fundição de prata e ouro. Exemplo: Silicose.

( ) Em 460 a 375 a.C., no Império Romano, Plinius, em visita a locais de trabalho –


galerias de minas – escreve que trabalhadores utilizavam máscara de panos ou
membranas de bexiga de carneiro – registro do 1º EPC – empregados para
proteger-se contra poeiras minerais, principalmente de chumbo e mercúrio;

( ) O médico italiano Bernardino Ramazzini publicou a obra intitulada De Morbis


Artificum Diabrita sobre as doenças com trabalhadores em mais de 50 ocupações
diferentes. Por esta obra Ramazzini recebeu o título de Pai da Engenharia do
Trabalho;

( ) 1802, na França, foi promulgada a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, que previa
jornada máxima de 12 horas para crianças, proibia o trabalho noturno para crianças,
e obrigava as empresas a fazer a lavagem das paredes duas vezes por ano.

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( ) Em 1937, nos EUA, Benjamim Macredi publicou Leis sobre a Proteção do


empregador.

( ) Em 1833, uma CPI, elaborou um cuidadoso relatório sobre trabalhadores doentes, que
sensibilizou a opinião pública, fazendo que fosse baixado o Factory Act, que
considerada como a 10ª Lei de Proteção ao Trabalhador.

( ) Em 1971, de 16 de fevereiro, Decreto nº 68.255, cria a Campanha Nacional de


Acidentes de Trabalho – CANPAT;

( ) Em 1972, em 27/07 é editada à Portaria 3237 que regulamenta artigo 164 da CLT,
obrigando a existência de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança do
Trabalho (SESMT) em empresas com mais de 200 funcionários;

( ) Em 1978, 08 junho, editada a Portaria 3.214 que aprova as Normas


Regulamentadoras –NR do Capítulo V do Título II, da CLT, relativas à Segurança
do Trabalho;

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ANEXO – G

Conforme NR – 26, complete o nome da respectiva cor relacionada a segurança


do trabalho:

Corpo de máquinas = ___________________________________________


Corredores de circulação = _______________________________________
Óleo diesel, gasolina = __________________________________________
Canalização contendo ácidos = ____________________________________
Óleo lubrificante, asfalto = _______________________________________
Mangueiras para acetileno = ______________________________________
Canalizações de água= __________________________________________
Faixas no piso de entrada de elevadores = ___________________________
Localização de bebedouros = _____________________________________
Canalizações de ar comprimido = __________________________________
Canalizações à vácuo = __________________________________________
Canalizações com álcalis cáusticos = ________________________________

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ANEXO – H

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Grupo 1 (ação generalizada depende da concentração)


Exemplo: Um trabalhador exposto a nitretano, na seguinte situação de amostragem
direta:
AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO ppm
1 84
2 92
3 55
4 43
5 65
6 71
7 82
8 64
9 53
10 93

A atividade é insalubre? Em que grau?

2.

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3. Grupo 2 (ação generalizada, podendo também ser absorvidas por via


cutânea).
Exemplo: Um trabalhador exposto a éter decloroetílico, na seguinte situação de
amostragem direta:
AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO ppm
1 4
2 2
3 1,5
4 3
5 5
6 1,5
7 2
8 4,5
9 3,5
10 3,8

A atividade é insalubre? Em que grau?

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4. Grupo 3 ( efeito extremamente rápido, valor teto não pode ser


ultrapassado)
Valor máximo = Limite de Tolerância
Exemplo: Um trabalhador exposto a cloreto de vinila, na na seguinte situação de
amostragem direta:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO ppm


1 120
2 100
3 40
4 130
5 160
6 135
7 155
8 170
9 124
10 140

A atividade é insalubre? Em que grau?

5. Grupo 4 ( efeito extremamente rápido, valor teto não pode ser


ultrapassado e pode também ser absorvida por via cutânea.
Valor Teto = Limite de Tolerância

Exemplo: Um trabalhador exposto a sulfato de dimetila usando máscara para gases


tóxicos P2 como EPI (equipamento de proteção individual), na seguinte situação de
amostragem:
AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO ppm
1 0,02
2 0,04
3 0,01
4 0,05
5 0,03
6 0,07
7 0,08
8 0,07
9 0,05
10 0,04

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A atividade é insalubre? Em que grau?

6. Grupo 5( asfixiantes simples, deslocam o oxigênio do ar. Não possuem


Limite Tolerância, pois o fator limitante é o oxigênio disponível, valor
permissível de 18%).
Exemplo: Num ambiente confinado (caixa d’ água) com presença de Argônio, obtem –
se 16 % de oxigênio no local de trabalho. A atividade é insalubre? Qual o grau?

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ANEXO – I
EXERCÍCIOS SOBRE AVALIAÇÃO AMBIENTAL – CALOR

1. Reclamante argüi insalubridade devido à exposição ao calor. Era forneiro em uma


padaria e laborava das 4:00 às 10:00. A perícia mo local de trabalho evidenciou os
seguintes dados: executava trabalho contínuo, de pé, de natureza leve, em bancada,
com alguma movimentação. Tbn acusou 24º C e Tg 52º C. Existe insalubridade?

2. Considerando – se que um trabalhador exerce atividade pesada ao executar remoção


com pá, diante de um forno, e sabendo – se que as medições acusaram: Tg = 44 º C
e tbn = 22 º C. Verificou que o trabalho era executado em pé, moderado, com
alguma movimentação. Existe insalubridade?

3. Numa empresa, um operador de forno gasta três minutos carregando o forno.


Aguarda quatro minutos para que a carga atinja a temperatura esperada e em
seguida gasta outros três minutos para descarregar o forno. Durante o tempo em
que aguarda a elevação da temperatura, o operador de forno fica fazendo anotações
sentado em uma mesa que está afastada do forno. Este ciclo de trabalho é
continuamente repetido durante toda a jornada de trabalho. Considerando que o
local de trabalho é o local onde permanece o trabalhador enquanto carrega e
descarrega o forno e que o local de descanso é o local onde o operador permanece
sentado, fazendo anotações, e sabendo – se que no local de trabalho M= 300 Kcal/h,
Tg = 54 ºC e Tbn = 24 º C e no local de descanso M = 125 Kcal/hm Tg = 30 ºC e
Tbn = 20 º C, pergunta – se se existe insalubridade por calor?

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ANEXO - J

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COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO


Empregador
I EMITENTE

Secretaria/Autarquia Local de Trabalho Tipo da CAT ( )


1. Início 2. Reabertura 3. Comunicação de
Óbito em ...../....../.....
Endereço (Rua, Av., N°, Compl.) Bairro

CEP Município Telefone


Acidentado

Nome do Funcionário Nome da Mãe

Data de Nascimento Sexo ( ) 1. Masc. 2. Estado Civil ( ) 1. Solteiro 2. Casado 3. Viúvo 4. Sep. Judic. 5. Outro
Fem.
Carteira de Identidade Data Órgão Exp. UF Remuneração Mensal

Endereço (Rua, Av., N°, Compl.) Bairro

CEP Município Telefone

Função Código Funcional Aposentado? ( ) 1. Masc. 2. Fem.


Acidente ou Doença

Data do Acidente Hora do Acidente Após quantas horas de Houve Afastamento? ( ) 1. Sim
trabalho? 2. Não
Local do Acidente Município do Local do Acidente UF Especif. do Local do Acidente

Parte(s) do corpo atingida(s) Agente Causador

Descrição da situação geradora do acidente ou doença

Houve Registro Policial? ( ) 1. Sim 2. Não Houve morte? ( ) 1. .Sim 2. Não


Testemunhas

Nome

Endereço (Rua, Av., N°, Compl.) Bairro Telefone

Nome

Endereço (Rua, Av., N°, Compl.) Bairro Telefone

______________________________ _______________________________________________
Local e Data Nome/Cargo/Cód.Func. do Emissor Responsável

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II ATESTADO MÉDICO
Unidade de Atendimento Médico Data Hora

Houve Duração Provável do Deverá o acidentado afastar-se do trabalho Por qual Período?
Internação? ( ) Tratamento dias: durante o tratamento?
1. Sim 2. Não ( ) Sim ( ) Não
Descrição e natureza da lesão(ões)

Diagnóstico Provável CID - 10

______________________________ _______________________________________________
Local e Data Assinatura e Carimbo do Médico com CRM
III - DMST

Número do Acidente Tipo ( ) 1. Típico 2. Doença 3. Trajeto


Recebida em......./....../........
Houve Internação? ( ) 1. Sim 2. Não Duração Provável do Deverá o acidentado Por qual Período?
Tratamento dias: afastar-se do trabalho
durante o tratamento?
( ) Sim ( ) Não

__________________________ _______________________________________________
Local e Data Assinatura e Carimbo do Médico da D. M. S. T.

A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE É OBRIGATÓRIA, MESMO NO CASO EM QUE NÃO HAJA AFASTAMENTO DO


TRABALHO
NOTA IMPORTANTE

A comunicação de Acidente de Trabalho deverá ser feita no prazo máximo de 24 hs., e entregue na
1.
Divisão de Medicina e Segurança.

A comunicação de Acidente de Trabalho deverá ser preenchida preferencialmente pela chefia imediata
2.
ou pela CIPA.

3. O acidentado deve exigir o preenchimento da guia de acidente do trabalho para sua própria segurança.

4. Caso haja afastamento médico o atestado deverá ser entregue juntamente com a CAT.

5. Caso haja acidente de trânsito anexar à CAT o Boletim de Ocorrência.

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