ACIDENTE DE TRABALHO

Môsiris Roberto Giovanini Pereira

Médico do Trabalho
Mestre em Epidemiologia UFRGS
UFRGS
Faculdade de Medicina
Departamento de Medicina Social

Acidente de Trabalho

Prof. Môsiris Roberto Giovanini Pereira

Anuário estatístico da PS

Acidente
de trabalho

Acidente Doença
Típico
de Trajeto do Trabalho
 Acidente de trabalho
 É o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa ou pelo exercício do
trabalho dos segurados referidos no inciso
VII do art. 11 da Lei 8.213 de 24.7.1991,
provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
Considera-se acidente de
trabalho as entidades mórbidas:
 I- doença profissional: a produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo MPAS

 II- doença do trabalho: a adquirida ou

desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação
mencionada.
 Não são consideradas doenças
do trabalho:
 1. Doença degenerativa
 2. Doença inerente a grupo etário
 3. A que não produza incap. laborativa
 4. A doença endêmica adquirida por
segurado habitante da região em que ela
se desenvolva, salvo comprovação de que
é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
Considera-se dia do acidente
 No caso de doença profissional ou do
trabalho:
 1. A data do início da incapacidade
laborativa para o exercício da atividade
habitual
 2. O dia da segregação compulsória
 3. O dia em que for realizado o diagnóstico
 valendo o que ocorrer primeiro.
Comunicação do acidente de
trabalho
 A empresa deverá comunicar o acidente do
trabalho à Previdência Social até o primeiro
dia útil seguinte ao da ocorrência e, em
caso de morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena de multa variável
entre o limite mínimo e o limite máximo do
salário-de-contribuição, sucessivamente
aumentado nas reincidências, aplicada e
cobrada pela Previdência Social
CAT - COMUNICAÇÃO
 a empresa deverá comunicar o acidente
do trabalho, ocorrido com seu
empregado, havendo ou não
afastamento do trabalho
 até o primeiro dia útil seguinte ao
da ocorrência e, em caso de morte,
de imediato à autoridade competente.
Na falta de comunicação por parte da
empresa, podem formalizá-la
 1. O próprio acidentado
 2. Seus dependentes
 3. A entidade sindical competente
 4. O médico que o assistiu
 5. Qualquer autoridade pública
Não prevalecendo nesses casos o prazo
previsto até o 1º dia útil seguinte ao da
ocorrência
CAT e autoridades públicas
 Magistrados em geral
 Membros do Ministério Público
 Membros dos Serviços Jurídicos da União
e dos Estados
 Comandantes de Unidades Militares do
Exército, Marinha, Aeronáutica e Forças
Auxiliares ( Corpo de bombeiros e Polícia
Militar)
CAT e entrega das vias
 A entrega das vias da CAT compete ao
EMITENTE da mesma, cabendo a este
comunicar ao segurado ou seus
dependentes em qual Posto do Seguro
Social foi registrada a CAT
TIPOS DE CAT
 1. CAT INICIAL: refere-se à primeira comunicação de
AT ou DP/DT
 2. CAT REABERTURA: quando houver reinício de
tratamento ou afastamento por agravamento da lesão
( AT ou DP/DT comunicado anteriormente ao INSS)
 3. CAT COMUNICAÇÃO DE ÓBITO: em decorrência
de AT ocorrido após a emissão da CAT inicial
 AT com morte imediata devem ser comunicados por
CAT INICIAL
CAT preenchida ( VIAS )
 1ª ao INSS
 2ª à empresa
 3ª ao segurado ou dependente
 4ª ao sindicato de classe do trabalhador
 5ª ao Sistema Único de Saúde
 6º à DRT
CAT e Doença Profissional/DT
 Casos com diagnóstico firmado de DP ou DT
devem ser objeto de emissão de CAT pelo
empregador
 acompanhada do relatório médico preenchido
pelo médico do trabalho da empresa ou médico
assistente ( serviço de saúde público ou
privado) ou médico responsável pelo PCMSO
 com descrição da atividade e posto de trabalho
para fundamentar o nexo causal e o técnico
CAT e Doença Profissional/DT
 Quando a DP ou DT se manifestar após a
desvinculação do acidentado da empresa
onde foi adquirida, deverá ser emitida a CAT
por aquela empresa, e na falta desta poderá
ser feita pelo serviço médico de atendimento,
beneficiário ou sindicato da classe ou
autoridade pública
 A CAT deverá ser emitida após a conclusão
do diagnóstico
CAT e Posto do Seguro Social
 CAT poderá ser apresentada no Posto
de Seguro Social - PSS mais
conveniente ao segurado:
 o que jurisdiciona a sede da empresa
 do local do acidente
 do atendimento médico ou
 da residência do acidentado
Equipara-se ao acidente do trabalho -
Art. 21 inciso I da Lei 8.213/91
 O acidente ligado ao trabalho que,
embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a
morte do segurado, para redução ou
perda de sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação
Equipara-se ao acidente do
trabalho ...Art. 21 inciso II
 O acidente sofrido pelo segurado no local e
no horário do trabalho em conseqüência de:
 Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo
praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho
 Ofensa física intencional, inclusive de
terceiro, por motivo de disputa relacionada
ao trabalho
Equipara-se ao acidente do
trabalho ...Art. 21 inciso II
 Ato de imprudência, de negligência ou
de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho
 Ato de pessoa privada do uso da razão
 Desabamento, inundação, incêndio e
outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior
Equipara-se ao acidente do
trabalho ...Art. 21 inciso III
 A doença proveniente de contaminação
acidental do empregado no exercício de
sua atividade
Equipara-se ao acidente do
trabalho ...Art. 21 inciso IV
O acidente sofrido pelo segurado ainda
que fora do local e horário de trabalho:
 a) na execução de ordem ou na

realização de serviço sob a autoridade

da empresa
 b) na prestação espontânea de qualquer

serviço à empresa para lhe evitar

prejuízo ou proporcionar proveito
Equipara-se ao acidente do
trabalho ...Art. 21 inciso IV
 c) em viagem a serviço da empresa, inlcusive para
estudo quando financiada por esta dentro de seus
planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção
utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado
 d) no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja
o meio de locomoção, inclusive veiculo de
propriedade do segurado
Equipara-se ao acidente do
trabalho ...Art. 21 inciso IV §1º
 Nos períodos destinados a refeição ou
descanso ou
 por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas,
 no local do trabalho ou durante este,
 o empregado é considerado no
exercício do trabalho
Art. 20 inciso II § 2º Lei 8.213
 Em caso excepcional
 constatando-se que a doença não incluída
na relação prevista nos incisos I e II
deste artigo ( DP ou DT ) resultou das
condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona
diretamente, a Previdência Social deve
considerá-la acidente do trabalho
CAT e estabilidade
 Lei 8.213 de 24.7.2001 Artigo 118
 O segurado que sofreu acidente do
trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de 12 meses, a manutenção do
seu contrato de trabalho na empresa,
após a cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente
Auxílio-acidente por perda de
audição
 A perda da audição, em qualquer grau,
somente proporcionará a concessão do
auxílio-acidente, quando, além do
reconhecimento de causalidade entre o
trabalho e a doença, resultar,
comprovadamente, na redução ou perda da
capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia
 ( Art. 86 parágrafo 4º da Lei 8.213/91)
Habilitação e reabilitação
profissionais Art. 93
 Empresa com 100 ou mais empregados
está obrigada a preencher de 2% a 5% dos
seus cargos com beneficiários reabilitados ou
pessoas portadoras de deficiência, habilitadas,
na seguinte proporção:
 até 200 ....................... 2%
 de 201 a 500 ................ 3%
 de 501 a 1.000 ............. 4%
 de 1001 em diante ........ 5%
Decreto 3.048 de 6.5.1999
Aprova o Regulamento da PS
 Anexo II - relação de 27 agentes patogênicos
causadores de DP ou DT e trabalhos que contêm o
risco
 Lista A - 27 agentes ou fatores de risco de natureza
ocupacional relacionados com a etiologia de DP e
de outras doenças relacionadas com o trabalho
 Lista B - doenças relacionadas com o trabalho e
agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza
ocupacional alterada pelo Decreto 6.042 de
12.2.2007
Decreto 3.048 de 6.5.99
Art. 336
 Para fins estatísticos e epidemiológicos, a
empresa deverá comunicar à previdência social o
acidente de que tratam os art. 19,20,21 e 23 da
Lei 8.213 de 1991, ocorrido com o segurado
empregado, exceto o doméstico, o trabalhador
avulso, o segurado especial e o médico-residente,
até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência,
e em caso de morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena de multa aplicada e
cobrada na forma do art. 286.
Decreto 3.048 de 6.5.99
Art. 337
O acidente de que trata o artigo anterior
será caracterizado tecnicamente pela
perícia médica do INSS, que fará o
reconhecimento técnico do nexo causal
entre:
 I - o acidente e a lesão
 II - a doença e o trabalho e
 III - a causa mortis e o acidente
Decreto 6.042 de 12.2.2007 DOU 15.2.07
alterou o Art. 337 do Decreto 3.048,
acrescentou o parágrafo 3º
 Considera-se estabelecido o nexo entre o

trabalho e o agravo quando se verificar

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO ( NTE )
entre a atividade da empresa e a entidade
mórbida motivadora da incapacidade,
elencada na CID em conformidade com o
disposto na Lista B do anexo II desse
Regulamento ( RPS )
 Vigência: a partir de 01 de abril de 2007
NEXO TÉCNICO
EPIDEMIOLÓGICO - NTE
Histórico
 Medida Provisória nº 316 de 11.8.2006
altera as Leis 8.212 e 8.213 de 24.7.1991,
altera a Lei 9.796 de 5.5.1999 e aumenta o
valor dos benefícios da previdência social
 Medida Provisória nº 316 criou o NTE e
depois foi convertida em Lei nº 11.430 que
acrescentou o artigo 21-A à Lei 8.213/91
NEXO TÉCNICO
EPIDEMIOLÓGICO - NTE
 Lei nº 11.430 de 26.12.2006 acrescentou o
artigo 21 A à Lei 8.213:
 Presume-se caracterizada incapacidade
acidentária quando estabelecido o nexo
técnico epidemiológico entre o trabalho e o
agravo, decorrente da relação entre a
atividade da empresa e a entidade mórbida
motivadora da incapacidade, em conformidade
com o que dispuser o regulamento
NEXO TÉCNICO
EPIDEMIOLÓGICO - NTE
 É o nexo entre o trabalho e o agravo
mediante a verificação da
 relação entre o CNAE-CLASSE e o grupamento
da doença da CID-10
 relação entre a atividade da empresa e a
entidade mórbida motivadora da
incapacidade
 é relação de probabilidade de ocorrência de
doença relacionada ao trabalho em
determinada classe de CNAE (RC>1)
NTE e FATOR ACIDENTÁRIO
DE PREVENÇÃO - FAP
 Empresas serão avaliadas individualmente
pela previdência social, na comparação
com outras empresas do mesmo segmento,
levando-se em consideração a morbidade
apresentada por seus trabalhadores
 FAP varia de 0,5 a 2,00 ( 50% a 200%) e a
alíquota de contribuição previdenciária das
empresas será multiplicada pelo FAP
NTE e FATOR ACIDENTÁRIO
DE PREVENÇÃO - FAP
 Revisão do enquadramento das empresas
em relação às contribuições decorrentes dos
riscos ambientais do trabalho (1%, 2% ou
3%) as quais poderão ser reduzidas em até
50% ou aumentadas em até 100%
(flexibilização do SAT) com base em
indicador de desempenho denominado
 FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO - FAP,
considerando coeficiente de freqüência,
gravidade e custo
Esquema geral de acidentes de trabalho

Análise de acidentes de trabalho: estudo de caso

Coeficientes