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Ambientes de Sedimentação

e
Estruturas Sedimentares
Estruturas Sedimentares

• Entre os fatores físicos mais importantes dos ambientes de


sedimentação, que condicionam a formação das estruturas
sedimentares, estão: o meio de deposição, a energia das correntes e
ondas, a profundidade da água, etc.
• O estudo do ambiente físico significa primordialmente a determinação
das condições hidrodinâmicas sob as quais determinados
sedimentos foram depositados.
• As informações sobre as condições hidrodinâmicas podem ser
obtidas do estudo cuidadoso e detalhado das estruturas
sedimentares primarias, tanto orgânicas como inorgânicas.
• A maioria das estruturas secundárias resulta de processos químicos,
tais como os que levam à formação diagenética das concreções.
• As estruturas sedimentares podem ser estudadas em afloramentos:
escarpas, pedreiras, barrancos de rios, cortes de estradas e outros
cortes artificiais. Podem ser grandes estudados em afloramentos,
pequenos e as microestruturas, que são visíveis só com o auxílio de
instrumentos ópticos (lupas de bolso binocular).
GRUPOS EXEMPLOS ORIGEM
- Canais;
- Escavações e preenchimento;
Antes – Pré-deposicional - Turboglifos (principalmente a água em
(Interstratal ou entre os ambientes lagunares e fluviais); Principalmente erosiva
extratos) - Marcas de Sulcos;
- Marcas de Objetos;
- Marcas Onduladas.
- Maciça;
- Estratificação Plana;
Durante – Sindeposicional - Estratificação Cruzada; Principalmente deposicional eólica ou
(Intraestratal ou dentro da
- Estratificação Gradacional; fluvial
camada)
- Laminação Plana;
- Laminação Cruzada.
- Escorregamento e deslizamento;
- Estrutura de deformação plástica;
Pós-deposicional - Laminação convoluta;
Principalmente deformacional
(deformadas) - Acamamento convoluto;
- Camadas frontais recumbentes;
- Estruturas de sobrecarga;
- Marcas de pingo de chuva;
- Gretas de contração;
Miscelânea - Diques clásticos;
- Boudinage (produzido por esforços de
tensão)
• 1. Estruturas Pré-deposicionais: são aquelas
que ocorrem nas superfícies entre as camadas
e são formadas antes das camadas
imediatamente.
• 1.1. Canais: podem ter km de largura e
centenas de metros de profundidade, ocorrendo
em vários tipos de ambientes. Os paleocanais
podem ser representados por reservatórios de
hidrocarbonetos, águas, jazidas aluvionar de
minerais metálicos (cassiterita, ouro, etc.);
• 1.2. Turboglifos: escavações assimétricas a
alongadas em fundo lamoso (1-5 cm de largura
e 5-20 cm de comprimento). Escavações feitas
por correntes em zonas de forte turbulência.
• 2. Estruturas Sindeposicionais ou superpostas: compreendem as estruturas
formadas contemporaneamente à deposição das camadas.
• 2.1. Maciça: ausência de laminação, constituindo estrutura maciça. Sugere deposição
muito rápida a partir da suspenção ou de dispersão sedimentar altamente concentrada.
É encontrada em rochas sedimentares como o argilito;
• 2.2. Estratificação
• 2.3. Estrato é uma camada de rocha que é visualizada ou fisicamente distinguida de
outros estratos, acima e abaixo, por superfícies definidas.
• Fatores que determinam a ocorrência de estratificações:
• a) mudança na granulação do material depositado;
• b) mudança na composição mineralógica;
• c) mudança na forma dos grãos;
• d) orientação das partículas depositadas.
• 2.3.1. Estratificação Plana: apresenta atitude horizontal. Ocorre em vários ambientes
de sedimentação, canais fluviais a praias e frentes deltáicas. Comumente encontra-se
em leitos arenosos;
• 2.3.2. Estratificação Cruzada: é definido como o arranjo de camadas depositadas em
um ou mais ângulos em relação ao mergulho original da formação. São encontradas
em todos os maiores ambientes de sedimentação: fluvial, litorânea, marinha e eólica.
Também ocorrem em depósitos clásticos, exemplo de silte fino: conglomerado grosso,
com espesura variando de mm até aproximadamente 30 m. São importantes elementos
de reconstituição paleogeográficas.
• 2.3.3. Estratificação Gradacional: é uma unidade de sedimentação, nas quais, existe
gradação de granulação, de grosso a fina, em geral da base para o topo da unidade.
• A gradação é definida ao gradual decréscimo na competência do agente de transporte.
• 3. Estruturas Pós-deposicionais: abrangem as
estruturas formadas por deformação ou rompimento da
estrutura dos dois grupos precedentes.
• 3.1. Estrutura de Deformação Plástica: estas
estruturas envolvem movimentos verticais de matériais
ainda plásticos. Ex: camadas arenosas fluidificadas, que
são chamadas de camadas convolutas, que seriam
produzidas por liquefação diferencial de unidades de
sedimentação – sobrecarga (choque sísmico).
• 3.2. Estrutura de sobre carga: as interfácies entre as
areias e a lama. A mais típica é a formação de bolas de
areia penetrando na lama – pseudonódulos ou
estruturas de sobre carga.
• Causa: sobre carga de materiais de densidade diferente
(areia + densa = menos plástica ; lama – densa = mais
plástica)
AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO
• O termos ambiente pode ser utilizado no sentido mais amplo, não
somente no estudo das rochas sedimentares, mas também no de
rochas metamórficas e ígneas.
• Os parâmetros físicos de um ambiente de sedimentação
compreendem a velocidade, a direção e a variação do vento, da
onda ou da água corrente. Incluem também o clima dentro do
ambiente, definido em função de variáveis como a temperatura, a
pluviosidade e a umidade, etc.
• Os parâmetros químicos de um ambiente abrangem a composição
da água nos ambientes subaquáticos e a geoquímica das rochas
nas áreas de influência de um ambiente continental.
• Os parâmetros biológicos de um ambiente abrangem as
associações faunísticas e florísticas.
• Em síntese os ambientes de sedimentação podem ser definidos
como áreas da superfície terrestre com propriedades físicas,
químicas e biológicas bem definidas e diferentes de áreas
adjacentes.
Classificação dos ambientes de sedimentação: Selley (1976) apresentou um esquema
geral de classificação muito útil no estudo de sedimentação moderna.

Desértico
Terrestre Glacial
Espélico (caverna)
Continental
Fluvial
Aquoso Paludal (pântano)
Lacustre
Deltaico
Estuarino
Transicional
Lagunar
Litorâneo
Recifal
Nerítico
Marinho
Batial
Abissal
Alguns tipos de Estruturas Sedimentares
Gretas de Contração: a ressecação dos sedimentos argilosos faz surgir
rachaduras que mais tarde são preenchidos por sedimentos arenosos.
Característicos de um tipo de ambiente onde chove e após ocorre resseca-
mento com conseqüente rachadura.
Marcas de Gotas: marcas de gotas das chuvas podem ficar impressas na
superfície de sedimentos macios. Diferenciam-se dos orifícios causados pela
extrusão de bolhas pelo fato da borda da pequena cratera apresentar-se soerguida
pelo impacto
Estrutura biogênica ou de bioturbação: estruturas sedimentares
biogenéticas são feições produzidas pela atividade de organismos atuais e
fósseis.
Bioturbação: são buracos, canais, tubos, de diferentes formas e tamanhos,
resultantes da escavação de organismos em sedimentos inconsolidados. O
tipo do organismo irá indicar as condições físico-químicas do ambiente.
Rastro: é uma impressão deixada pela locomoção de um organismo rastejante
sobre a superfície de um sedimento inconsolidado e geralmente fino. Pode ser
utilizado para determinar o topo da camada.
Pegada: é uma impressão deixada pelos pés de um animal sobre o mesmo
tipo de sedimento descrito acima. Tambem pode ser utilizado para
determinar o topo da camada.
Estratificação cruzada: encontrado em todos os maiores ambientes de
sedimentação fluvial, marinho, eólico, etc, sendo mais abundante em areias
fluviais e eólicas. Ocorrem em depósitos clásticos de todas as idades geológicas,
variando de silte fino até conglomerados grosso.
Estratificação paralela: apresenta atitude horizontal. Ocorrem em vários
ambientes de sedimentação, canais fluviais a praias e frentes deltáicas.
Comumente encontra-se em leitos arenosos.
Estrutura Gradacional: a) é uma gradação na granulometria da rocha, com
a fração mais grosseira ocupando a base e a mais fina ocupando o topo. É
chamado de normal ou completo, quando a gradação vai de areia a argila,
passando por silte (Ksiazkiewicz, 1954, e outros). b) a segunda maneira,
resulta de uma corrente de sedimentos qualquer, onde haja finos e grossos,
e que devido a sua massa os grossos sempre se depositam primeiro, mas
sempre havendo também um pouco de finos.
Tipos de Fluxo

Laminar: As linhas do Fluxo laminar passando Turbulento


fluxo são paralelas por um cilindro ou esfera

As figuras mostram o movimento da água no interior de cada tipo de fluxo.


Os grãos, que são partículas sólidas - com forma, densidade, etc. irão, por
sua vez, gerar outros tipos de movimento dentro destes fluxos, que são:
Rolamento
Saltação
Suspensão
Marcas de Ondas: formas onduladas devido ao ataque sistemático das
ondas. Geralmente é composta por matriz síltico-argilosa.
Segundo o plano do acamadamento, os tipos de linhas de crista são:
reta
sinuosa
lingóide
lunada

Figura 6 - Tipos de cristas de uma marca de corrente.


(ripple)

Segundo uma seção perpendicular ao movimento, a migração das camadas produz


os seguintes padrões de acamadamento com as laminações associadas:
- cristas retas, laminação plano-paralela;
- cristas sinuosas, lingóides ou lunadas, estratificações cruzadas e festonadas.
Flaser  - são pequenas marcas de corrente (ripples) formadas por lentes
de areia e lentes menores de lama, nas quais a lama é depositada, ao
final de um ciclo de maré. O ciclo seguinte, em sentido oposto, deposita
nova série de ripples arenosas com lama, e assim sucessivamente.
Wavy - formadas pelo mesmo processo da estrutura, porém com
razão areia/lama menor, formando camadas onduladas e contínuas de
areia e lama intercaladas
Lenticular - são pequenas lentes de areia intercaladas dentro de uma camada
lamosa, a razão areia/lama é menor do que nas estruturas flaser e wavy
Laminação plano paralela em areias: arenitos finamente laminados,
compostos de lâminas horizontais e paralelas. As vezes as laminações são
ligeiramente inclinadas devido à inclinação da superfície original de deposição.
Este tipo de feição é mais comumente encontrada nas zonas de face de praia ou
em outros depósitos de areia sujeitos à ação de ondas
Finos e Grossos Intercalados: Trata-se de uma intercalação de camadas de sedimentos finos com
camadas de sedimentos grossos. Os finos são compostos de argila ou silte e os grossos de silte ou
areia. As camadas podem ter apenas alguns milímetros ou vários centímetros de espessura. As
camadas de grossos podem predominar sobre as de finos ou vice-versa. São encontrados em vários
tipos de ambientes de deposição. A origem deste tipo de acamadamento ainda não é muito bem
definida, mas estima-se que esteja mais relacionado aos depósitos originados em planícies de
Estruturas de Deformação: estas estruturas se formam em sedimentos
macios, plásticos, saturados com água, próximas à interfaces
água/sedimento, e as suas deformações não são de caráter tectônico.

Dobras Convolutas: são pequenas dobras, com padrão estrutural não muito bem
definido, formadas em sedimentos finos, na granulometria de silte ou areia fina, não
coesos, muito plásticos e saturados com água. São formadas pela ação de forças
internas ao sedimento que facilmente o deformam pela sua alta plasticidade
Ball-and-Pillow: trata-se de estruturas em forma de bolas, constituídas de sedimento
arenoso envolto em sedimento lamoso. É causada pelo rompimento de camadas arenosas
que descem para dentro das camadas lamosas situadas abaixo, devido ao pêso do
soterramento ou a qualquer onda de choque. Às vezes estas bolas ficam isoladas, mas
geralmente mantêm a conexão com a camada arenosa que lhe deu origem.
Ambiente eólico
Ambiente Fluvial

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