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O livro Alzheimer, a doença da alma de Laura Botelho publicado pela Russell Editores

em 2008 - é um guia prático e esclarecedor sobre a Doença de Alzheimer (DA) para


leigos, cuidadores, familiares e profissionais que lidam direta e indiretamente com
idosos.

De linguagem simples e objetiva, evita o uso de jargões médicos e expressões de cunho


científico para o fácil entendimento de todo aquele que procura desesperadamente
informações sobre o assunto.

A falta de tato, a maneira inadequada em lidar diariamente com esses seres


especiais, resume a preocupação da autora ao longo do texto. A importância do bom
“procedimento na abordagem”, no trato diário, desses vitimados pela doença de
Alzheimer, resultará sensivelmente na melhoria da qualidade de vida deles e
conseqüentemente da família e comunidade ao redor.

Incluso também as mais recentes notícias sobre os avanços no diagnóstico e tratamento


da doença. Boas expectativas dos cientistas para uma cura próxima. Identifica alguns
aspectos relevantes da Lei do idoso para proteção destes. Aponta problemas éticos e
jurídicos com relação a doença nos estágios iniciais. Indicações de ajuda governamental.

“Alzheimer, a doença da alma”, de Laura Botelho.

Comentário de Evaldo Mocarzel. (Cineasta – “Do luto à luta”)

No pantanoso terreno do preconceito e da discriminação, a grande vilã é quase


sempre a falta de informação. Não estou me referindo a um tipo de informação fria e
excessivamente segmentada, na mais gélida acepção científica do termo, mas a uma
modalidade de informação sobretudo humanizada. Nossa sociedade ainda é fortemente
marcada por tantas segregações equivocadas porque somos todos carentes de
informações humanizadas sobre os mais diferentes assuntos, entre eles, a doença de
Alzheimer. E o preconceito, sublinhe-se, começa dentro de nossas casas.

Quando recebemos a notícia de que uma pessoa muito querida começa a


apresentar os sintomas da doença de Alzheimer, a primeira sensação é uma espécie de
luto. “Por que logo com a nossa família?”, é um questionamento constante. É como ser
escolhido por uma loteria às avessas e, a partir daí, tem início uma autêntica via-crúcis de
enganos e tropeços, de desesperos e tristezas, tudo tornado assim tão difícil por falta de
informação humanizada, ou seja, um conhecimento científico mesclado a uma visão
humanizada do assunto, respaldado por uma energia fundamental que rege a condição
humana: a solidariedade. Aí tudo fica bem menos complicado, mais suportável. Monstros
que não existem começam a ser dessacralizados e surge um alento, um alívio, uma
esperança necessária no fim do túnel.

Informação humanizada, envolta em comovente solidariedade, meta e missão do


livro “Alzheimer, a doença da Alma”, de Laura Botelho. Após o luto da notícia de que uma
tia querida, já falecida, e a própria mãe sofriam da doença de Alzheimer, Laura, no meio
de todo esse árduo processo, ainda perdeu o pai, mas foi à luta! Ela reuniu informações
de fontes diversas e escreveu esse livro que foi uma tentativa extremamente bem-
sucedida de universalizar o conhecimento que foi coletando no decurso desse período tão
difícil.

Mais: Laura não quis guardar todas essas informações preciosas somente para ela e para
a própria família. Ela queria passar adiante, torná-las acessíveis para um número grande
de pessoas para que não enfrentassem a mesma falta de conhecimento que teve de
superar. Esse livro é fruto de um gesto muito digno, louvável, sobretudo generoso e
solidário.

No Brasil, segundo Laura nos informa, existem 16 milhões de pessoas com mais de
60 anos, sendo que 6% apresentam a doença de Alzheimer, quase 1 milhão de pessoas,
segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). E a carência de
informação é imensa. Famílias, médicos, advogados, enfim, a falta de conhecimento da
maioria quase absoluta da nossa sociedade é mesmo muito grande.

“Alzheimer, a doença da alma”, o livro de Laura Botelho, é uma espécie de


bálsamo, um antídoto contra essa ignorância generalizada. Laura dá dicas muito valiosas
de como lidar com os primeiros sintomas, a irritação e a falta de memória do idoso com a
doença de Alzheimer, o desespero de toda a família, narrando com uma sinceridade
comovente o calvário que foi para ela e os irmãos lidar com o problema quando ele
desabou sobre o dia-a-dia de sua família.

O livro de Laura é um horizonte esclarecedor que reúne desde medidas de


prevenção contra as possíveis quedas dos idosos até maneiras clarividentes e
generosas de se lidar com os problemas que afetam as pessoas com Alzheimer, a
sensação de perda, insônia, medo da noite, agitação, agressividade, também apatia,
sonolência, suor excessivo, às vezes convulsões, angústia, dor, abandono, além
dos riscos da desintegração familiar que são sempre iminentes nesses momentos de
crise aguda.

Em seu livro, Laura vai nos conscientizando de que é preciso ter paciência, esfriar
a cabeça, ausentar-se de quando em quando, e que o que está provocando aquilo tudo
não é o idoso, mas a doença de Alzheimer. Laura nos ensina como poupar os
chamados “cuidadores”, que são as pessoas que cuidam dos idosos, os “anjos da
guarda”.

Ela dá dicas abrangentes que vão da escolha de roupas de fácil manuseio para os
idosos, com velcro e elástico, até esclarecimentos sobre questões jurídicas, interdição
de pessoas com Alzheimer, aposentadoria por invalidez e a Lei do Idoso, passando por
uma lista de centros de referência em nosso País.

Mas seu livro é muito mais do que todas essas qualidades reunidas: é um libelo
contra a intolerância, respaldada pela falta de informação; uma fonte de solidariedade
para que as famílias possam se unir, se fortalecer e atenuar, às vezes com música, o
implacável avanço dos sintomas e suas complicações. Laura não perdeu as esperanças e
ainda vislumbra, num futuro não muito distante, uma vacina contra essa doença da alma,
como ela mesma diz.

Seu exemplo é uma prova de que nós, seres humanos, encontramos uma grandeza
infinita na dor, e justamente por isso nos tornamos pessoas melhores, mais depuradas,
mais solidárias. E isso nos caracteriza como seres humanos e nos diferencia dos outros
animais. Não estou pregando o culto da dor, mas ela nos melhora, com toda certeza, e
essa sensação de aprimoramento talvez possa ser um grande alívio para a nossa própria
dor de existir, principalmente em seus momentos de paroxismo mais difíceis e pungentes.
Há sempre esperança, momentos de alívio e de transcendência musical, e também é isso
que nos ensina esse necessário livro de Laura Botelho, um estudo sincero e tocante
sobre a condição humana.

Capítulos do livro
Prefácio...................
Notas da Autora.......

Índice..............

I. Capítulo ........A doença de Alzheimer ..........

II. Capítulo ........Exames complementares ...................

III. Capítulo.........Outros tipos de demencias.......

IV. Capítulo ........Alzheimer no Brasil ....................

V. Capítulo ........História de família.................

VI. Capítulo ........Um dia de cada vez ....................

VII. Capitulo ........Mamãe está muito estranha............

VIII. Capitulo .......Tudo de novo...............

IX. Capítulo ......Ajuda jurídica.................

X. Capitulo .... Uma justiça lenta, fanha e surda ..........

XI. Capítulo ........Adaptação.........

XII. Capítulo ........Casas de Repouso .........

XIII. Capítulo ..... Avaliando casas de repouso .....

XIV. Capítulo ....... Lidando com o portador de D.A.......

XV. Capítulo ........O poder da música ....................

XVI. Capítulo ........O envelhecimento ....................

XVII. Capítulo ....... Problemas diversos........

a) Respostas certas

b) Rotinas

c) Estrurure o ambiente

d) Banho e higiene

e) Incontinências

f) Quanto aos devaneios


g) Casos de agitação

h) Problemas de comportamento sexual

i) Perda de peso e outras manifestações

j) Alteraçôes do apetite

l) Sonolência e apatia

m) Palidez e Sudorese

n) Cianose

o) Pneumonia

p) Úlceras de pressão “escaras”

q) Convulsões

XVIII. Capítulo ........Cuidando do Cuidador.......

XIX. Capítulo ........Solidão e angústia.......

XX. Capítulo ....... Dúvidas frequentes........

XXI. Capítulo .... Assistência Jurídica.........

XXII. Capítulo ........Famosos com Alzheimer................

XXIII. Capítulo ....... Esperança...........

Bilhete................

Bibliografia........

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