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História da Farmácia no Brasil

Os primeiros portugueses que chegaram ao Brasil, trazidos por Martim Afonso,


utilizavam o conhecimento dos índios de manipular as ervas, para curar seus
ferimentos e doenças, uma vez que os medicamentos oriundos da Europa
demoravam a chegar.
Quando Thomé de Souza foi designado como Governador Geral, ele veio para
o Brasil trazendo em sua embarcação vários religiosos e profissionais de diversas
áreas, inclusive Diogo de Castro, único boticário oficial trazido para a colônia
brasileira.
Foram os jesuítas que instalaram as primeiras boticas dentro dos Colégios da
Companhia de Jesus. Nesse local ficavam armazenados os medicamentos enviados
por Portugal e também havia a manipulação de ervas medicinais de origem
indígena. Com o tempo, a procura por remédios foi aumentando significativamente,
como conseqüência desse aumento as pequenas boticas dos jesuítas foram
crescendo tomando a proporção comercial.
Em 1640, as boticas passam legalmente a serem reconhecidas como casas
comerciais. Qualquer pessoa independentemente de ser analfabeto ou conhecedor
das formulas medicinais poderia ser aprovado como boticário. Essa aprovação era
concedida pelo físico-mor (médico da época) de Coimbra, ou pelo seu delegado na
capital Salvador. Nesse período boticário era aquele que manipulava, produzia e
vendia medicamento. As leis coloniais delegaram aos boticários a exclusividade no
comercio de drogas e medicamentos.
As primeiras boticas eram bem enfeitadas com utensílios utilizados na
manipulação das ervas e fármacos, havia também muitos quadro e objetos
dourados, decorando essas casas comercias.

Evolução do Ensino de Farmácia


Após a vinda da Família Real Portuguesa, em 1808, é que o Brasil começa a
sofrer transformações político-sociais e educacionais principalmente com a criação e
implantação de Escolas de Ensino Superior.
Em 1818, José Caetano de Barros começou a ensinar gratuitamente práticas
farmacêuticas a médicos, boticários e estudantes no laboratório da sua farmácia.
Porém somente com a Lei n˚ 520 de 1832, assinada pelo Imperador D. Pedro II, é
que se instituiu o Curso Superior de Farmácia, vinculado à Faculdade de Medicina
da Bahia e do Rio de Janeiro, com a finalidade de unificar o ensino das ciências
farmacêuticas. Vale mencionar que em 1835, com a criação da Academia Imperial,
os farmacêuticos conseguem o direito de pertencer à classe cientifica das ciências
da saúde.
Somente em 1839 é criada a primeira instituição autônoma do ensino de
Farmácia, a Escola de Farmácia de Ouro Preto, em Minas Gerais. Com a criação
das Faculdades o termo boticário foi lentamente sendo substituído pelo
farmacêutico.

Reformas curriculares
Várias reformas mudaram o ensino de Farmácia, entre elas destacam-se: a
Reforma de Epitácio Pessoa, em 1901, que reduziu a duração do curso para dois
anos; a Reforma de Rivadavia Correa, em 1911, definindo que o curso voltaria a
durar três anos; e a Reforma de Rocha Vaz, em 1925, instituindo que o curso seria
por quatro anos.
As disciplinas e os currículos também sofreram alterações significativas entre
1832 e 2002. No primeiro currículo, de 1832, após concluir o curso o graduando
recebia o titulo de farmacêutico, apto para manipular fórmulas e produzir
medicamentos. Em 1925, o currículo passa a contemplar conteúdos voltados para a
produção industrial de medicamento, análises microbiológicas e legislação.
No currículo de 1969, chamado de Currículo Mínimo, havia a possibilidade de
escolher no final do curso, a graduação em bioquímica ou farmácia industrial. E a
ultima reforma curricular ocorrida em 2002, pela Resolução CNE/CES 2,
estabelecendo que a formação deixe de ser específica (somente bioquímica ou
industrial) e passa a ser de Farmacêutico Generalista, que além dos conteúdos de
ciências exatas, biológicas e farmacêuticas, apresenta as disciplinas humanistas e
conteúdos voltadas para a saúde pública. Ou seja, o farmacêutico generalista é
aquele que após a formação acadêmica está apto para atuar nos diversos campos
da Farmácia.
É nesse contexto que surge também a Assistência Farmacêutica, que é um
conjunto de práticas voltadas tanto para a saúde individual quanto coletiva, sendo o
medicamento o produto essencial dessa prática. Nessa perspectiva, cabe ao
farmacêutico orientar o paciente a usar o medicamento de forma racional.
Leis e Decretos também foram sendo criados com o intuito de regular a
profissão, dentre eles:
v Decreto n˚ 19.606/31, sancionado pelo presidente Getulio Vargas em
1931, que dispõe sobre a profissão farmacêutica e seu exercício no
Brasil reconhecendo, entre outros, que o farmacêutico poderá exercer a
análise clínica, bromatologia e atuar como legista; e a obrigatoriedade
da direção por farmacêuticos nos laboratórios privativos de hospitais e
casa de saúde.
v Lei n˚ 3.820 de 1960, que cria os Conselhos Federais e Regionais de
Farmácia.
v Lei n˚ 5.991/73, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de
medicamentos e insumos farmacêuticos, estabelecendo, entre outras,
que a farmácia é caracterizada por comércio e pode ser aberta por
leigos e também essa lei permite a venda de anódinos em hotéis.

Criação do Conselho Federal de Farmácia


Foi inspirado na Ordem dos advogados do Brasil que surgiu a idéia de criar
uma entidade que regulamentasse e fiscalizasse a profissão farmacêutica.
Em 1957 é encaminhado ao governo o projeto de criação do Conselho Federal
de Farmácia, que durante três anos ficou tramitando no Congresso Nacional por
causa da problemática relação entre farmacêuticos formados e os donos de
farmácia, esses buscavam o direito de se tornarem responsáveis técnicos por suas
casas comerciais. Enfim, em 1960 é aprovada e sancionada a Lei n˚ 3.820, que cria
o Conselho Federal de Farmácia, que teve sua primeira sede instalada na cidade de
São Paulo. Na Resolução n˚ 02 o CFF cria os Conselhos Regionais. A partir de
então todo farmacêutico deverá está inscrito no Conselho Regional do seu estado.
Os conselhos possuem autonomia administrativa e financeira e são
responsáveis por zelar pela ética e disciplina da classe, assim como valorizar o
profissional farmacêutico e criar resoluções necessárias que regulamente as
competências, atribuições, direitos e deveres do farmacêutico, e principalmente
fiscalizar a aplicação das mesmas.
O Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia (CRF-Ba) é uma
autarquia Federal que foi criada em cinco de julho de 1961, mesmo sendo
dependente do CFF, possui autonomia administrativa e financeira.
Referência Bibliográfica

MONTE, Aline. História da Farmácia. Disponível em:


http://www.petfarmacia.ufc.br/index.php

Farmacêutico. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Farmac%C3%AAutico

Criação do ensino de Farmácia na Bahia. Disponível em:


http://www.crf-ba.org.br/revista/revista_02_2007.pdf

Criação do Conselho Federal. Disponível em: http:www.crfsp.org.br

http://www.crf-ba.org.br/apresentacao.php
CAROLLINE OLIVEIRA
MARIANA FERREIRA
RAFAELA GONÇALVES DE MORAES
RODRIGO DOURADO
TAIANA SANCHES

HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO BRASIL

Pesquisa apresentada à disciplina Assistência


Farmacêutica do curso de Farmácia da União
Metropolitana de Educação e Cultura - UNIME, como
requisito parcial de avaliação da disciplina, sob
orientação do Profa. Yasmin Lourenzo Figueredo.

Salvador

2010

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