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PODER JUDICIARIO TRIBUNAL DE JUSTICA DO PIAUt 2* CAMARA ESPECIALIZADA CiVEL Apelagio Civel n°, 05.001195-2 Teresina Apelante: Empresa Maranhense de Turismo Advogados: Manoel de Barros e Silva (OAB/PI n°. 1575) e outro Apelado: Noronha Caminhées e Tratores Ltda. Advogados: Luciana Mendes Benigno Eullio (OAB/PI n°, 3000) e outro Relator; Des, Brando de Carvalho : : Ementa APELAGAO CiVEL - ACAO MONITORIA — CHEQUE BRESCRITO - CABIMENTO - NEGATIVA DE VALIDADE DO. TITULO - ALEGADO VICIO NO OBJETO ADQUIRIDO -- E cabivel a aco monitéria para a cobranga de cheques prescritos, os quais se constituem, segundo a legislaglo processual pertinente € 0 direito sumular, em prova escrita sem eficdcia executiva. Verificado vicio’ oculto no objeto adquirido, cabe a0 adquirente, . ‘tempestivamente, recusé-lo ou exigir abatimento do prego. Mantendo-se inerte, néo Ihe & dado, apés o decurso do prazo ” decadencial para reclamar, opor-se A ago promovida pelo svendedor ‘pard obter 0 pagamento usando tal argumento, Deciséo undnime. Des. wkd DE CARVALHO ‘Apelago lve 0.001195 2 Teresina Plgina de Acérdiio Vistos, relatados e discutidos os presentes dutds, acordam os componentes da Egrégia 2° Camara Especializada Civel, do, Tribunal de Justiga do Estado, a unarimidade, em conhecer do recurso, nias para negar-lhe provimento, mantendo a sentenga monocrética em todos os seus termos, de acordo com o parecer Ministerial Superior. Relatério ‘Adoto como relatério parte expositiva do parecer Ministerial Superior nos seguintes termos: - “Trata-se de APELACAO CIVEL proposta por EMPRESA MARANHENSE DE, TURISMO com fulcro no art. 513 e ss. do CPC, em face’ da f.sentenga do MM. Juiz de « Direito da 1* Vara Civel de Teresina/Pi, proferida nos autos da ACAO MONITORIA proposta por NORONHA CAMINHOES E TRATORES LTDA. Insurge-se o apelante contra a r.sentenga que rejeitou os Embargos propostos pelo apelante e julgou procedente a Ago Monitéria ajuizada pelo apelado, constituindo de pleno direito o titulo executivo judicial no importe de R$ 9.000,00 (nove mil reais), corrigidos desde a propositura da ago, a ser pago pelo apelante ao pagamento das custas € honorétios advocaticios. Alega o apelante que a Ago Monitéria néo preenche os requisitos legais exigidos, pois os titulos, representados pelos cheques acostados aos autos, néo'tem a liquidez, certeza ¢ exigibilidade prevista na lei, pois se encontram prescritos. , ~ Alega ainda, que os cheques emitidos nfo foram honrados, pois foram dados em pagamento de uma pega adquirida na Apelada, sendo que esta se encontrava com defeito € que procurada a apelada’ para resolver o problema niio obteve éxito, assim, sustou 0 pagamento dos referidos cheques. Entretanto, o MM. Juiz “a quo” ndo considerando a prova dos autos, deixou de determinar a pericia requerida nos embargos. ‘Assim, recebido 0 recurso, pretende o apelante que seja cassada a r.sentenca € julgada improcedente a Ago Monitéria proposta. Alega 0 apelado que nfo procedem as razbes do presente ‘Apelago Civel w,05.01195 Pagina? de 5 ‘Teresina Arr. decisio atacada esté fulcrada nas normas legais aplicdveis 4 espécie, atentando __ a0 fim a que se destina, além de alicergada na melhor jurisprudéncia e doutrina devendo ser ‘mantida por seus préprios fundamentos. : : ‘Alega que a’ demanda trata de Agdo Monitéria onde os titulos apresentados realmente nfo tém eficdcia de titulos executivos, e por isso mesmo nfo é exigida a liquidez, certeza ¢ exigibilidade dos titulos executivos, proprio das Agdes Executivas. Assim, totalmente improcedentes as alegagdes do apelante. Alega que o apelante nfio comprovou ter adquirido a apelada qualquer pega com deféito, nem qualquer reclamago sobre qualquer defeito em pega adquirida na apelada, assim, além da impertinéncia dos fatos alegados, impossivel a realizagio de qualquer pericia pretendida. Assim, pretende 0 apelado que seja negado provimento ao recurso ¢ seja mantida a r.sentenga atacada. O Ministério Publico Superior em parecer de fls. 66/68, opina pelo conhecimento e improvimento do recurso, sendo pela confirmagéo da r.sentenga recursada. Voto Recurso cabivel.e processado na forma da lei. ‘Ago Monitéria é 0 procedimento cabivel para a cobranga de titulo setn eficacia executiva, a teor das disposigdes contidas no art. 1.102-A. . Conforme entendimento assentado na jurisprudéncia patria, tratando-se de agdo monitéria instruida com cheque cuja ago de execugio encontra-se prescrita, desnecesséria a’ demonstragdo da causa -debendi, cabendo ao devedor comprovar a inexisténcia ou ilegalidade do débito (CPC, art. 333, ine. II), a teor do decidido pelo ‘TJMG: ‘TJMG-185321) MONITORIA - COBRANCA - CHEQUE PRESCRITO - ‘TITULO HABIL - ‘CAUSA DEBENDI' - DESNECESSIDADE. Sabe-se que Ago Monitéria ¢ 0 procedimento cabivel para a cobranga de titulo sem eficécia executiva, a teor das disposigdes contidas no art. 1.102-A. Os cheques juntados pélo autor so tidos como prova escrita suficiente para demonstrar a existéncia do débito, desvinculando-se de sua ‘causa debendi’, quando da sua emissiio. Recurso ndo provido. (Apelagao Civel n® Bs DES, BRANDAO DE CARVALHO S ‘Apelagdo Civel.05.001195 -2~Teresina Phgina Se 5 1.0105.04,137416-3/001@2), 10° Camara Civel do TIMG, Rel. Alberto ‘Aluizio Pacheco de Andrade. j. 19.05.2009, un&nime, Publ. 05.06.2009). Os cheques juntados pelo autor sto tides como prova escrita suficiente para demonstrar a existéncia do débito, desvinculando-se de sua ‘causa debendi’, quando da sua emissdo. . ; Assente-se, ainda, que 0 requerido/apelante nfo logrou éxito em demonstrar a inexisténcia do débito, admitindo, aliés, a emissio em favor do autor/apelado, atacando apenas a validade do negécio origindrio, sendo, pois, cabivel a coriverstio do mandado inicial em mandado executivo, devendo o feito prosseguir na forma do art. 646 do CPC. Saliente-se que constatado o vicio oculto na coisa, cabia ao requerido, ora apelante, tempestivamente recusd-la ou exigir abatimento do prego. Mantendo-se inerte, néo Ihe dado, apés 0 decurso do prazo decadencial para reclamar, opor-se a ago promovida pelo vendedor para obter o pagamento. Oo * Por fim, néio constitui cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide quando impossivel a reclamagao do vicio redibitério, tinica matéria de defesa, como prova do fato impeditivo do direito do credor. Bem elucidativo a ementa seguinte: ‘|, TIMG-147253) MONITORIA. -CHEQUE POS DATADO NAO PRESCRITO. CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL DO DIA DA APRESENTACAO. POSSIBILIDADE DE ESCOLHA PELO RITO MONITORIO. AUSENCIA DE CARENCIA DE AGAO. . VICIO REDIBITORIO. DECADENCIA DO’ DIREITO DE RECLAMAR. Constatado 0 vicio oculto na coisa, cabe ao adquirente tempestivamente recusé-la ou exigir abatimento do prego. Mantendo-se inerte, nao the é dado, apés o decurso do prazo decadencial para'reclamar, opor-se & ago promovida pelo vendedor para obter o pagamento. Nao constitui cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide quando impossivel a reclamagdo do vicio redibitério, ‘inica matéria de defesa, como prova do fato impeditivo do direito do credor. © termo a.quo para a contagem do prazo prescricional no, tocante ao cHeque pré-datado ¢ 0 dia especificamente contratado para sua apresentagdo e nfo a data da sua ‘emissdo visto que a incidéncia do artigo 59 da Lei n° 7.357/85 pressupde que 0 cheque tenha sido apresentado no prazo legal. £ cablvel agio ia de cheque néo prescrito visto que a opco por este procedimento ‘Apelagdo Civel 5.001195 -2—Teresing Phgina 4 de 5 impeditivo, modificativo oa extintive do direito do credor, impossivel & a , desconstituigtio do débito materializado nos cheques ¢ possivel a sua ‘cobranga por via de ago monitéria, Preliminares rejeitadas e recurso no provido. (Apelagto Civel 1? 1,0702.06.323584-1/001(1), 10" Camara Civel do TIMG, Rel. Cabral da Silva, j 08.07.2008, unénime, Publ. 25.07.2008). * Isto posto, nfo merece censura a sentenga atacada. . Decisiio Como consta da ata de julgamento, acordam os componentes da Egrégia 2* Camara Especializada Civel, do Tribunal de Justiga do Estado, & unanimidade, em conhecer do recurso, mas para negar-Ihe provimento, mantendo a sentenga monocratica “em todos 0s seus termos, de acordo com o parecer Ministerial Superior. Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Deses. Luiz Gonzaga Brandao de Carvalho — Relator, José James Gomes Pereira e Raimundo Eufrisio Alves Filho (Conyocaio). ‘Auséncia justificada do Exmo. Sr. Des. José Ribamar Oliveira. Impedido: Nao houve Foi presente a Exma. Sra. Dra. Elvira Oliveira Costa Belleza do Nascimento — Procuradora de Justica. Sala das Sessdes do Eerégio Tribunal de Justia do Retado, em Teresina, 17 de novembro de 2009. S Des, Lui indiio de Carvalho sidente e Relator~ Apel Civel 05001195 -2~ Teresina DES, BRANDAO DE CARVALHO Phgina de 5

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