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omplicações Anatômicas

A maioria delas pode ser identificada à ultrassonografia.

Os diagnósticos possíveis são: hematomas, seromas, urinomas, abscessos, linfoceles,


hidronefrose obstrutiva, massas focais, estenose ou trombose arterial e venosa, fístula artério-
venosa intra-renal e pseudo-aneurisma.

Coleção líquida peri-renal é uma seqüela comum do transplante e isto não é significativo,
principalmente se houver redução de seu volume com o tempo. A maioria das coleções líquidas
são hematomas ou seromas que resultam de exsudação no leito do transplante. Urinomas são
incomuns, resultantes de deiscência da anastomose ureteral com a bexiga.

Nestas circunstâncias, o Doppler tem valor limitado.

Ocasionalmente, um hematoma pós-biópsia ou ruptura de outro órgão, exercendo pressão


sobre o rim, pode alterar a hemodinâmica e o Doppler pode sim, revelar um traçado espectral
de alta resistência próximo ao hematoma.

Uma coleção expansiva arredondada, com ecos finos em seu interior, associada a sinais de
infecção, corresponde a um abscesso. Se houver dúvida, uma tomografia computadorizada
poderá esclarecer o diagnóstico, traçar suas dimensões e orientar sua punção e drenagem.

Linfoceles são achados comuns, devido à ruptura cirúrgica de canais linfáticos devido à sutura
das anastomoses vasculares. Surgem ao redor de 6 a 8 semanas após o transplante, como
imagens anecóicas arredondadas ou lobuladas próximas às anastomoses vasculares.Uma
linfocele em expansão pode comprimir o ureter e causar hidronefrose. Se uma linfocele crescer
demasiadamente, pode comprimir ou acotovelar a artéria renal. Nestes casos o Doppler pode
mostrar achados similares aos da estenose arterial ou venosa.

A dilatação transitória do sistema coletor como resultado de edema na anastomose ureteral,


ocorre imediatamente após o transplante renal ou remoção do cateter ureteral.

A presença de um sistema coletor transplantado dilatado pode representar uma obstrução ou


sistema coletor normalmente dilatado, já que no transplante ele é denervado e se torna flácido
e dilatado, principalmente quando a bexiga está cheia.

Complicações Vasculares

Podem ocorrer em menos de 10% dos casos, porém quando presentes, associam-se à alta
morbidade e mortalidade.

Elas podem ser: estenose da artéria ou da veia renal, compressão, acotovelamento, trombose,
fístula artério-venosa intra-renal e pseudo-aneurismas.
Quando o diagnóstico é precoce, elas podem ser solucionadas com sucesso, antes da falência
do transplante.

O Doppler é um método de rastreamento não invasivo muito eficiente para se identificar


complicações vasculares significativas.

Estenose da artéria renal transplantada:


• Mais freqüentemente observada de 1 a 2 cm da anastomose, geralmente devido à isquemia
da parede vascular devido a ruptura cirúrgica da vasa vasorum. 
• Há suspeita de estenose se um padrão de onda tardus parvus (fluxo de baixa resistência) é
observado os ramos intra-renais.
• E, além disso, uma velocidade de fluxo maior que 2 m/s com turbulência distal associada,
próxima à anastomose da artéria renal.
• O ultrassonografista deve realizar em seguida uma minuciosa avaliação do hilo renal até a
artéria ilíaca, procurando uma estenose focal.
• É importante nos casos de estenose, detectar um fluxo pulsátil mínimo, para o diagnóstico
diferencial com a trombose da artéria renal. Nestes casos o fluxo constante pela veia renal,
favorece o diagnóstico de estenose e não de trombose.
• Cerca de 20% dos rins transplantados tem mais de uma artéria renal. Se por acaso uma delas
sofrer estenose, a área irrigada por ela vai evidenciar falhas de perfusão ao Doppler. Aqui
também aparece o padrão tardus parvus. Se ao contrário, for uma trombose, a área irrigada
pela artéria não evidenciará qualquer fluxo ao Doppler ou Power Doppler.
Trombose da artéria renal transplantada:
• É um evento bastante raro, geralmente devido a problemas técnicos com a anastomose
cirúrgica.
• Raramente, a rejeição aguda pode causar trombose microvascular e não se detecta perfusão
ao Doppler colorido.
• Eventualmente detecta-se o fluxo nos ramos segmentares e interlobares, porém ao Doppler
espectral, nota-se resistência muito elevada, pois o fluxo não tem por onde sair.
• A diferenciação entre o rim com rejeição aguda e trombose com um rim somente com
trombose da artéria renal pode ser difícil. Porém, o rim não rejeitado somente com trombose
não estará edemaciado e aumentado de volume, como o rim com rejeição aguda e trombose.

Estenose da veia renal transplantada:


• Complicação incomum, porem é causa significativa de disfunção do enxerto.
• Aparece como um estreitamento focal, com dilatação da porção proximal.
• Confirmação diagnóstica de uma estenose significativa: aumento da velocidade de pelo
menos 4 vezes em toda a lesão.
Trombose da veia renal transplantada:
• Relativamente rara, ocorre geralmente na primeira semana pós-cirurgia.
• Geralmente devido a dificuldades da técnica na anastomose cirúrgica.
• Pode ocorrer por lesão durante a preservação do enxerto.
• Pode evoluir durante um episódio de rejeição aguda grave.
• Índice de resistência geralmente superior a 100%, ao Doppler espectral das artérias renais.
• Na maioria dos casos ocorre somente oclusão parcial da veia renal e algum retorno venoso
renal pode ser detectado ao Doppler espectral.
• Para evitar um diagnóstico falso-negativo: o examinador deve avaliar cuidadosamente a veia
renal com a ultrassonografia e Doppler colorido na presença de resistência arterial muito
elevada.
Fístulas artériovenosas:
• Geralmente resultantes de biópsias pós-transplantes.
• Depende da técnica da biópsia.
• Ao Doppler, sua detecção é imediata, devido ao lampejo colorido no parênquima, causado
pela vibração dos tecidos adjacentes devido ao rápido fluxo sanguíneo pela fístula.
• Geralmente é possível distinguir a artéria nutridora e a veia de drenagem aumentada,
ajustando-se os parâmetros do Doppler para uma velocidade mais elevada.
• O Doppler espectral da artéria nutridora mostrará fluxo de alta velocidade e baixa resistência.
• O Doppler espectral da veia segmentar de drenagem mostrará fluxo turbulento, pulsátil
(arterializado).
• Se a fístula artériovenosa for grande, poderá ser possível observar fluxo pulsátil na veia renal
principal.
• A maioria das fístulas resolve-se de maneira espontânea, mas pode ser necessária a
embolização em alguns casos.
Pseudo-aneurismas intra-renais:
• Extremamente raros.
• Geralmente resultado de biópsias que atingiram paredes arteriais.
• Surgem como estruturas císticas simples, diagnosticados pelo Doppler, como estruturas
vasculares.
• As imagens com Doppler revelam fluxo sanguíneo do tipo “vai-e-vem” no pseudo-aneurisma e
padrão de onda turbulento e pulsátil no seu interior.
• A maioria deles resolve-se de maneira espontânea, porém quando aumentam de dimensões
ao longo do tempo, pode ser necessária a embolização.
Complicações Funcionais
• Rejeição hiper-aguda
• Rejeição aguda
• Rejeição crônica
• Isquemia peri-operatória

As técnicas de diagnóstico por imagem são limitadas em sua capacidade de identificar e


distinguir estas complicações, inclusive o método Doppler.

Rejeição hiper-aguda:
(rejeição humoral mediada)
A falência do enxerto ocorre imediatamente (dentro de minutos após o transplante), logo após o
desclampeamento do pedículo vascular, devido à presença de anticorpos circulantes pré-
formados.
Geralmente observada em pacientes que já fizeram transplante anteriormente ou que já
tiveram uma hemotransfusão.
Ao Doppler é esperada uma resistência extremamente elevada ao influxo renal. Porém, nestes
casos, nem sempre o estudo com Doppler é solicitado.

Rejeição aguda:
Processo celular-mediado por meio do qual o sistema imunológico ataca o enxerto renal.
Pode ser controlada com a utilização de esteróides, ciclosporina, tacrolimus, sirolimus e outros
agentes imunossupressores.
O rim aumenta de volume (edema), a pressão intra-capsular aumenta e eventualmente a
resistência à perfusão vascular aumenta.
A especificidade do Doppler neste diagnóstico é baixa devido a outras causas possíveis como
hidronefrose, necrose tubular aguda, infecção ou compressão por massa ou coleção liquida
adjacente. 
O diagnóstico definitivo de rejeição aguda é realizado pela biópsia renal (comprovada a
persistência de índices de resistência elevados).

Rejeição crônica:
Processo multifatorial que inclui rejeição anticorpo-mediada.
Os índices ao Doppler raramente mostram qualquer alteração significativa nos padrões de
fluxo.

Isquemia peri-operatória:
Pode resultar em comprometimento transitório da função renal (os túbulos distais são mais
sensíveis à hipóxia).
Condição autolimitada e deve se resolver dentro de uma a duas semanas após o transplante.
O rim encontra-se edemaciado, especialmente as pirâmides medulares.
Ao Doppler há elevação no índice de resistência.

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