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Avivamento dos Morávios: Impacto nas Missões

Carmelo Peixoto

Um grande testemunho para nós do que Deus pode fazer por nosso intermédio.

Introdução

O texto que segue foi transcrito de um livro e visa chamar nossa atenção para termos a
convicção de que Deus pode fazer maravilhas mesmo depois da época apostólica. Vou
colocá-lo em negrito para não confundir com minhas observações e notas, cujo objetivo é
despertar-nos para determinados aspectos da vida religiosa evangélica atual.

Ele foi extraído de História dos Avivamentos religiosos de William E. Allen, publicado
no Brasil, no Rio de Janeiro, pela Casa Publicadora Batista, em 1958, com tradução de
Helcias Câmara. Este livro até onde sei não foi mais publicado e é um livro raro. Nele se
sente uma atmosfera de preocupação com o avivamento e uma convicção do autor da
importância e urgência de um avivamento. O próprio autor nos diz na introdução sobre o seu
chamado para a evangelização do mundo e, como parte disso, um direcionamento do Espírito
de Deus, para que ele estudasse os grandes avivamentos do passado especialmente “a vida e
obras de Charles G. Finney”. Livros como este são muito necessários e por isso julguei útil
digitar sempre que puder trechos dele que são uma inspiração para todo aquele que já
começou a se convencer que só uma poderosa operação do Espírito pode transformar a
realidade de morte espiritual neste mundo cada vez mais decadente. Como professor de
Língua Portuguesa, julguei proveitoso fazer algumas modificações na acentuação gráfica e
na ortografia em geral para atualizá-lo permanecendo fiel ao texto original, afinal já estamos
com duas pequenas reformas ortográficas: a de 1971 e a de 2009. Aí vai o trecho.

“Este avivamento começou em 1727. Antes disso, os morávios colonos de Herrnhut


não podiam viver juntos em paz. Por fim, o Conde Zinzendorf deu todo o seu tempo a
trabalhar por um ajuste de suas divergências.

No dia 12 de maio de 1727, todos eles, com grande alegria, consagraram-se


novamente ao Senhor, e prometeram sepultar os seus conflitos para sempre.

O seguinte relatório do avivamento é tirado da “História dos Morávios”, por A.


Bost. “Desde aquele tempo, houve admirável efusão do Espírito Santo sobre esta
venturosa Igreja, até o dia 13 de agosto , quando a medida da graça divina parecia
transbordar completamente”.

“Todo dia trazia alguma nova benção. O Conde se pôs a visitar os irmãos. Este foi o
começo daqueles pequenos agrupamentos que foram depois chamados “grupos de
oração”. Esses grupos consistiam de duas ou três que se reuniam em secreto, para
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conversar sobre sua condição espiritual, para exortar-se e reprovar-se mutuamente e


orar uns pelos outros.”

No dia 22 de junho, alguns irmãos “combinaram retirar-se, em tempos


determinados a um morro perto de Herrnhut, para derramarem suas almas a Deus em
oração e cânticos. No mesmo dia o Conde partiu para a silésia. Antes de sua partida,
vários tomaram o compromisso de de trabalhar pela continuação do avivamento”
Nessa ocasião receberam uma grande benção através da leitura da Primeira Epístola
de S. João.

“No dia do Senhor, 10 de agosto, o pastor Rothe foi tomado de um impulso fora do
comum, no meio da reunião. Caiu de Joelhos perante Deus, e toda a congregação
prostrou-se com ele, debaixo das mesmas emoções. Uma corrente ininterrupta de
cânticos e orações, choro e súplicas, perdurou até meia-noite. Todos os corações
ligaram-se pelos laços do amor.”.

Os irmãos realizaram um culto de comunhão fraternal na quarta-feira 13. O culto


foi cheio de poder espiritual e emoção. “A congregação inteira uniu-se em oração a
Deus e então cantou, entre lágrimas e soluços – “Minha alma perante Ti prostrada
está’- de tal modo que quase não se podia distinguir se cantavam ou choravam. A cena
era tão comovente que o pastor quase não podia contar o que viu e ouviu”.

“Poucos dias depois deste 13 de agosto, um notável avivamento ocorreu também


entre as crianças em Herrnhut e Bertholdsdorf. No dia 18 de agosto, todas as crianças
do internato foram tomadas de um extraordinário impulso do Espírito e passaram toda
a noite em oração. Desde então uma constante obra de Deus operava nas mentes das
crianças das duas cidades. Não há palavras que possam expressar a poderosa operação
do Espírito Santo sobre essas crianças”.

No dia 25 de agosto, os irmãos começaram o ministério da oração contínua, que


perdurou por mais de cem anos. “Eles consideravam que, como no antigo Templo o
fogo do altar nunca cessava de arder, assim na Igreja, que é agora o Templo de Deus,
as orações dos santos deviam subir incessantemente ao Senhor”.

Em janeiro de 1728, os irmãos realizaram a sua primeira reunião missionária.


“Essa reunião foi celebrada com meditações sobre diferentes porções da Santa
Escritura e fervorosas orações, no meio das quais a Igreja experimentou um indizível
gozo da presença do Espírito”.

As missões morávias começaram em 1731. A obra teve início nas Índias Ocidentais
e na Groenlândia. Nos anos que se seguiram foram enviados missionários para o
Labrador, América do Norte, América do sul, África, Ásia , Austrália e muitas ilhas
marítimas. As missões morávias foram uma poderosa força na evangelização dos
pagãos, mas devemos lembrar que tudo começou no avivamento de 1727.
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Como vocês puderam observar nos relatos do livro sobre o avivamento morávio, o
avivamento produziu um efeito missionário extraordinário, além das maravilhas do Espírito
do Senhor nos cultos e na vida dos crentes em geral. Wesley, grande pregador e evangelista
foi influenciado pelos morávios numa viagem para a América e depois na Inglaterra. Este
fogo do avivamento como nos informa Sammy Tippit em O Fator Oração “acendeu em
Wesley um fogo que se espalhou por toda a Inglaterra e se estende hoje por todo o
mundo”.

Observe a situação em que se encontra a Igreja Cristã hoje. Veja a diferença nos cultos
das igrejas, a separação e desamor entre muitos cristãos, a falta de dedicação à obra
missionária, a falha em testemunhar, a timidez, a ausência de oração na vida de muitos
cristãos professos. Graças a Deus que há esperança, Deus está disposto a dar um avivamento,
mas precisamos “pagar o preço”; Precisamos colocar nossos olhos na eternidade, na
Escritura Sagrada, lermos mais, estudarmos mais, orarmos mais e orarmos pedindo no
modelo bíblico: venha o teu Reino.

O avivamento, esta poderosa operação do Espírito é tudo o que precisamos para uma
vida de amor, testemunho e poder para transformar o mundo caído e tirar as almas
acorrentadas ao pecado.

Há esperança, eu e você podemos ser muito usados por Deus, estou convicto disto. Martin
Lloyd-Jones, uma grande autoridade no assunto do avivamento nos diz:

A história das campanhas de despertamento nos mostra claramente que Deus


frequentemente age de forma excepcional, produzindo e promovendo reavivamento, e
faz com que ele permaneça, não necessariamente através de ministros, mas, talvez,
através de pessoas que possam ter se considerado muito humildes e sem importância
como membros da igreja de Cristo. (Martin Lloyd-Jones, Revival, Crossway, 1987.
Citado por Sammy Tippit em O Fator Oração, p. 132)

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