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Evandro André
Frederick Kirsten
Lindacir Ruchinski
Rosa Mafra
RESUMO
1 CONCEITO
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência. (grifo nosso)
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
Desta forma, a cobrança pelo uso e/ou pela poluição dos recursos
naturais constitui instrumento de gestão a ser implantado para induzir o seu
usuário e/ou poluidor a uma racionalização no uso desse recurso, mantendo
um equilíbrio entre as disponibilidades e demandas bem como a proteção
ao meio ambiente.
O princípio do poluidor-pagador obriga quem poluiu a pagar pela
poluição causada ou que pode vir a ser causada e está assim descrito no §
3º do artigo 225 da Constituição Federal: “as condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, à sanções penais e administrativas, independentemente
da obrigação de reparar os danos causados”. O objetivo desse princípio é
forçar a iniciativa privada a internalizar os custos ambientais gerados pela
produção e pelo consumo na forma de degradação e de diminuição dos
recursos ambientais e estabelece, ainda, que quem utilizar o recurso
ambiental deve suportar seus custos, sem que essa cobrança resulte na
imposição de taxas abusivas de maneira que nem o Poder Público nem
terceiros sofram com tais custos.
A exploração dos recursos naturais, sempre foi feita de maneira
irracional e desordenada, não havia a preocupação que um dia a ‘fonte
poderia secar’. Os países desenvolvidos, no decorrer dos tempos,
cometeram verdadeiros crimes contra a natureza, na busca de riquezas.
A globalização tem aberto as fronteiras para o mundo. A sociedade
cresce, avança e se desenvolve necessitando explorar cada vez mais todos
os espaços fomentando a economia e a demanda de emprego mas a ordem
natural dos fatos, nos mostra que para cada ação corresponde uma
reação/conseqüência, ou seja, impondo à sociedade um alto preço a pagar
em decorrência desse fenômeno. Uma das graves conseqüências que estão
se evidenciando é o aumento da taxa de desemprego, situação, até bem
pouco tempo, quase "exclusiva" dos países subdesenvolvidos e que hoje faz
parte do cenário mundial.
Porém, se de um lado aumenta o número de desempregados, por
outro lado a produção cresce na mesma velocidade. Entretanto, no decorrer
do processo produtivo, são deixados para trás lixos, poluição, resíduos etc
que refletem direta e negativamente no meio ambiente. Corroborando com
o tema da poluição Machado (2002) afirma: “ao causar uma degradação
ambiental o indivíduo invade a propriedade de todos os que respeitam o
meio ambiente e afronta o direito alheio”.
Toda atividade produtiva ou de exploração dos recursos, gera
impactos ambientais. Tais prejuízos geram custos sociais ou danos não
compensáveis e denominam-se externalidades. O valor social dos
benefícios decorrente da atividade proporcionada é inferior aos custos. É
este uso não pago do ambiente que gera desequilíbrio resultando a
necessidade de se atribuir valores monetários.
Reforçando a responsabilidade do poluidor, António Carvalho
Martins (1990) ensina que:
Desse modo, enfatiza-se mais uma vez que a reparação não pode
minimizar a prevenção do dano. É importante ressaltar que a conduta mais
acertada seria prevenir o dano, mas se não for possível, pelo menos que
seja garantida a reparação, não esquecendo, porém que em determinadas
situações o dano chega a atingir proporções tais, que até mesmo aferir o
quantum torna-se difícil.
Esse princípio do pagador-poluidor foi inicialmente concebido pela
Comunidade Européia, in verbis:
As pessoas naturais ou jurídicas, sejam regidas pelo direito público
ou privado, devem pagar os custos das medidas que sejam
necessárias para eliminar a contaminação ou para reduzi-las ao limite
fixado pelos padrões ou medidas equivalentes que assegurem a
qualidade de vida, inclusive os fixados pelo Poder competente.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 29. ed.
São Paulo: Malheiros Editores, 2007.