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sistema-penitenciario-brasileiro

Aspectos críticos ao sistema


penitenciário brasileiro

Breve comentário sobre os aspectos críticos e relevantes do sistema


penitenciário brasileiro.
10/out/2006

Ramon Tome Bronzeado


bronzebom@hotmail.com
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Aprendemos no decorrer do Curso de Direito, nas aulas de


Sociologia Jurídica que o individuo, a partir do seu nascimento,
sofre um intrínseco processo de socialização, adaptando-se ao meio
que vive, aos costumes e as normas de conduta pré-estabelecidas
pela sociedade brasileira. O sucesso de sua integração social será
obtido através da obediência à moral e aos bons costumes.

O infrator das normas sociais sofre a coação do Estado e, segundo


o pensamento sociológico, tal punição não tem como fim castigá-lo,
mas, inibi-lo a não cometer, novamente, uma infração. Ou seja, o
infrator pensará duas vezes antes de transgredir a Lei.

Comparando tais ensinamentos sociológicos com a nossa


realidade, questionamos; Será que o sistema penitenciário
brasileiro é capaz de filtrar a má conduta do indivíduo,
reabilitando-o ao convívio social? Como ressocializar o indivíduo,
colocando-o para viver ociosamente, colocando-o em cubículos
superlotados, à mercê de condições animalescas e verdadeiramente
inumanas de higiene, além de por vezes serem submetidos a
tratamentos brutais desnecessariamente? Certamente, os inocentes
presos, transfomar-se-ão em presos de alta periculosidade ou
morrerão vitimas das mazelas físicas e morais do cárcere
brasileiro. É de bom alvitre citar o jurista, LUIZ FLÁVIO
BORGES D’URSO (Mestre e Doutor em Direito Penal – USP) que
faz o seguinte comentário;

“O sistema penitenciário brasileiro não acompanha o


crescente ritmo do numero de detentos. As estatísticas
obtidas mostram que, ao longo dos anos, o numero de
presos cresce assustadoramente, enquanto o numero de
vagas oferecidas permanece no mesmo quantitativo há
décadas”.

Indubitavelmente, nesta realidade, é economicamente impossível


solucionar os problemas existentes, no sistema penitenciário
brasileiro. É também, esta realidade penitenciaria que desacredita
a sociedade e semeia a sua discriminação ao ex-detento.

Faz-se mister, uma urgente reforma no sistema penitenciário


brasileiro. Temos que mudar, com razoabilidade e bom senso, a
legislação que rege esse cárcere medíocre e falido, onde a prisão é
tida como uma violência à sombra da Lei. Talvez seja a hora de
confiar mais na pessoa humana, seja preciso um maior envolvimento
da sociedade com os problemas que o Brasil enfrenta em todos os
aspectos; políticos, financeiros e administrativos. Talvez seja hora de
refletirmos mais sobre nosso preconceito, egoísmo, arrogância,
ambição, enfim, sentimos que diariamente exaltamos ao meio social
e que atingem principalmente o nosso próximo mais
carente.Segundo o brilhante jurista supra citado, “ Em nossa alma
há um espelho que, tudo que produzimos, reflete e volta”.

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