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"O engajamento era maior entre os jovens. E, nesse caso, grande parte era formada por estudantes", explica a historiadora Maria Aparecida de Aquino,
professora a USP (Universidade de São Paulo).
A atividade política nas universidades já acontecia antes mesmo do golpe de 1964. Um ano antes, José Serra foi interrogado na CPI sobre a UNE
(União Nacional dos Estudantes). A entidade que ele presidia era acusada de subversão e de receber financiamento da então União Soviética.
"Foram dois dias de interrogatórios. Aos 21, enfrentei parlamentares experientes que só queriam garantir manchetes escandalosas na imprensa", diz o
atual governador tucano de São Paulo.
Mas foi com o aumento das restrições aos direitos civis, em 1968, que os estudantes deixaram os centros acadêmicos e foram participar de protestos ou
mesmo pegar em armas.
Folha Imagem
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As coisas não melhorariam com o discurso do deputado federal pelo MDB, Márcio Moreira Alves, no dia 3 de setembro. Na tribuna da Câmara, ele
criticou a ditadura e, irônico, aconselhou as mulheres a não dançarem com militares.
Outra tensão toma conta do movimento estudantil um mês depois. Foi a "Batalha da Maria Antônia", o nome da rua em que o aluno secundarista José
Carlos Guimarães, 20, foi assassinado com um tiro na cabeça no confronto que colocou de lados opostos os estudantes da Universidade Mackenzie e os
alunos do curso de Filosofia da USP.
"Foi uma luta simbólica", diz a historiadora. 'Os estudantes do Mackenzie representavam a direita, enquanto os da USP seriam a esquerda."
Quando o habeas corpus de Dirceu foi finalmente expedido, Costa e Silva baixou o AI-5 (Ato Institucional nº 5) no dia 13 de dezembro, e ele
permaneceu preso por mais 11 meses.
Ele e outros 15 presos políticos só foram soltos em setembro de 1969, depois que o grupo guerrilheiro MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de
Outubro) seqüestrou o embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, e exigiu a liberação desses presos como moeda de troca.
A condição dos militares era que eles fossem banidos para o México. "Fiquei uma semana por lá e fui para Cuba passar por treinamento militar", afirma
Dirceu.
Foi com o AI-5 e o fechamento do Congresso que muitos estudantes decidiram aderir à luta armada nos anos seguintes. Além do MR-8, havia
organizações como ALN (Ação de Libertação Nacional) e a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária).
Mas já no início dos anos 1970, a ditadura acaba com as guerrilhas, o que obriga os estudantes a mudar de métodos. "Alguns preferiram atuar em
movimentos de bairro, ou sairam em defesa do voto nulo, enquanto outros se uniram ao MDB", afirma a professora.
Mesmo essa atuação era bastante perigosa. "A infiltração de informantes do governo nas faculdades era muito freqüente principalmente entre 1971 e
1974", diz.
"Quando voltei do exílio, em 1978, a política no Brasil havia empobrecido", afirma Serra. "Entre os jovens de minha geração, grande parte se
desinteressou da política, enquanto outros foram exilados, presos ou mortos."
Mundo
A luta por liberdade não foi exclusividade dos jovens brasileiros. No resto do mundo, os direitos humanos estavam na ordem do dia.
A guerra do Vietnã provocou uma onda de protestos nos Estados Unidos. Em Praga, reformistas do Partido Comunista tentaram, sem sucesso, romper
com a União Soviética, enquanto na França uma greve geral mobilizou o país.
"Aquela era a juventude do pós-guerra", diz a professora. "Eles eram engajados, românticos, queriam mudar o mundo."
Para Dirceu, "também havia um choque de cultura e idéias". "No Brasil, as estruturas de poder eram rurais, mas o país já era urbano."
Quarenta anos depois, o movimento estudantil enfrenta desafios muito diferentes. "Hoje os estudantes não têm os cacoetes do passado, como a guerra e
a vinculação política", diz a historiadora.
Para Dirceu, o momento permite outras formas de protesto. "Além de política, os estudantes podem optar por uma agenda cultural ou ambiental porque
já vivemos em um país democrático."
Sobre a ocupação da reitoria da USP por parte dos estudantes no ano passado, ele diz que houve excessos. "A ocupação deve servir como meio de
negociar, portanto é fundamental preservar as instalações públicas, o que não aconteceu", diz. "Quando um protesto se transforma no fim e não no
meio, ele acaba esvaziado."
A revista moralista
Traz uma lista dos pecados da vedete
E tem jornal popular que
Nunca se espreme
Porque pode derramar
É um banco de sangue encadernado
Já vem pronto e tabelado
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É somente folhear e usar
É somente folhear e usar
O que é made, made, made
Made in Brazil
O que é made, made, made
Made in Brazil
O que é made, made, made
Made in Brazil
Made in Brazil
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Nome: ____________________________________________ no:______ série: 8ª ______ data: ___/06/2009
Pense em tudo o que você estudou sobre o ano de 1968, as características de uma reportagem. Leia o texto
“Luta contra a ditadura militar marca movimento estudantil no Brasil em 1968” e a música “Parque
Industrial”, de Tom Zé, para responder às questões a seguir.
1. A reportagem de Wanderley Freite Sobrinho fala sobre a ditadura militar e o
movimento estudantil no Brasil na década de 1960. Este é um gênero jornalístico
com características muito específicas. Identifique algumas delas no texto e
escreva-as a seguir.
a) Título e introdução:
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b) Nome do autor do texto:
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c) Nome dos especialistas escutados:
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d) Nome de testemunhas escutadas:
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c) “A revista moralista É somente folhear e usar.”
Traz uma lista dos pecados da ______________________________
vedete _____________________________
E tem jornal popular que _____________________________
Nunca se espreme _____________________________
Porque pode derramar _____________________________
É um banco de sangue _____________________________
encadernado _____________________________
Já vem pronto e tabelado _____________________________
6. A letra da música é:
a) Um elogio às mudanças tão esperadas pela juventude da época, em mais um
protesto contra tudo o que era antigo;
b) Uma crítica ao orgulho exagerado do desenvolvimento e aos fantoches por
ele gerado, em um discurso de deboche e ironia típicos da juventude da
época;
c) A busca em entender melhor a industrialização, valorizando-a em nosso país
e mostrando a todos como até mesmo os jornais e as garotas propagandas
aceitaram-na.
d) Uma propaganda da ditadura militar, pois procurava mostrar como tudo no
Brasil é bom.
9. José Serra diz: "Quando voltei do exílio, em 1978, a política no Brasil havia
empobrecido", afirma Serra. "Entre os jovens de minha geração, grande parte se
desinteressou da política, enquanto outros foram exilados, presos ou mortos."
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Você acha que essa afirmação é verdadeira? Existe alguma ligação entre essa
afirmação e a visão que se tem dos jovens atuais? Explique sua resposta.
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10.Os jovens que cantam “Parque Industrial” tem alguma relação com os jovens a
que se refere o texto? Escreva algumas linhas relacionando os jovens dos dois
textos, justificando-se.
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Boa prova!!
Beijos,
Professora Sofia6