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Ao relatar o seu sonho ao Dr. Antoine Demeure, seu amigo pessoal, recebeu a orientação de que,
de fato, ele presenciara uma reunião de Espíritos encarnados, parcialmente desligados do corpo por
ocasião do sono, que, na ocasião, discutiam o desenvolvimento de uma nova tecnologia que revolucionaria
o transporte terrestre.
De fato, o tempo atestaria essa realidade, pois a invenção em análise, cuja idéia básica era uma
“...borracha rolada sob a roda...”, seria patenteada em 1888, sob o nome de pneumático (pneu),
curiosamente, pelo cirurgião veterinário escocês John Boyd Dunlop (1840-1921), residente na Irlanda
que, ao observar seu filho guiando um triciclo, resolveu adaptar às rodas do pequeno veículo uma bisnaga
de borracha inflada, lacrada e coberta por um tela de tecido. Mais tarde (1891) os irmãos franceses André
e Edouard Michelin, tratariam de aperfeiçoar sensivelmente a invenção.
Fato relevante se passou com o grande químico alemão Friedrich August Kekulé von Stradonitz
(1829-1896), que assim descreveu o seu sonho: “Certa feita, em Ghent (1864), encontrava-me
escrevendo meu livro didático, mas o trabalho não progredia; meus pensamentos estavam em outro
lugar. Virei minha cadeira para o fogo e cochilei...
Novamente os átomos estavam saltando diante dos meus olhos (...). Meu olho mental, que se tornara
mais aguçado pelas visões repetidas do mesmo tipo, podia agora distinguir estruturas maiores de
conformações múltiplas:
...fileiras longas, às vezes mais apertadas, todas juntas, emparelhadas e entrelaçadas em movimento
como o de uma cobra. Mas veja! O que era aquilo?
Uma das cobras havia agarrado a própria cauda, e essa forma girava zombeteiramente diante dos meus
olhos. Acordei como se por um raio de luz; e então, também passei o resto da noite desenvolvendo as
conseqüências da hipótese.”
Para nós, a visão de uma cobra mordendo a própria cauda não teria grandes significados,
entretanto, o notável cientista inspirou-se naquela imagem, possivelmente transmitida pela espiritualidade
de maneira simbólica, ou assim por ele captada, para elaborar a estrutura hexagonal do benzeno.
Passagem igualmente interessante encontramos na magistral obra Memórias de Um Suicida, em
que o Espírito Camilo Castelo Branco, através da mediunidade de Yvonne Amaral Pereira, nos oferece as
mais variadas citações pertinentes à avançada tecnologia a serviço da espiritualidade.
No capítulo III, página 57, Camilo nos fala sobre uma peculiar aparelhagem existente na Seção de
Reconhecimento e Matrícula, tendo assim se expressado:
“As respostas dos pacientes seriam antes gravadas em discos singulares, espécie de álbuns
animados de cenas e movimentos, graças ao concurso de aparelhamentos magnéticos especiais. Tais
álbuns reproduziriam até mesmo o som de nossa voz, como nossa imagem e o prolongamento do
noticiário sobre nós mesmos, desde que posto em contato com admirável maquinismo apropriado ao
feito.”
Muito provavelmente, Camilo se referia a algo semelhante ao já bastante popularizado DVD
(Digital Versatile Disc ou Digital Video Disc), dispositivo que oferece grande capacidade de
armazenagem de vídeos e recursos de multimídia. Seguramente, mais uma tecnologia extraída do além.
Ressalte-se que tais informações começaram a ser ditadas pelo Espírito Camilo a partir de 1926,
falando-nos de uma tecnologia existente ainda antes daquela data, já que o grande escritor havia
desencarnado em 21/05/1890, ou seja mais de cem anos atrás, quando sequer se imaginava a existência de
um aparelho de DVD.
Por todo o exposto, podemos aquilatar, palidamente, a importância das nossas horas de sono para o
progresso do planeta em que vivemos. Entretanto, infelizmente, nem sempre nos aproveitamos desses
momentos como deveríamos.
Na obra Libertação, cap VI, pg. 80, sob psicografia de Francisco Cândido Xavier, André Luiz,
reproduzindo informações dos seus superiores espirituais, nos afirma que: “A determinadas horas da
noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas
zonas de contato conosco e a maior percentagem desses semi-libertos do corpo, pela influência natural
do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração.”
Importante, por conseguinte, que nos preparemos adequadamente durante o dia para que esses
momentos de desprendimento sejam para nós efetivamente realizadores.
Oportuna, então, a orientação simples, porém contundente, inserida na lição 30, da obra Conduta
Espírita, de autoria espiritual de André Luiz, sob psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, assim
estabelecida: “Preparar um sono tranqüilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz
da oração, antes de entregar-se ao repouso normal.
(PUBLICADO NA REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO)
José Marcelo Gonçalves Coelho
(e-mail: josemarcelo.coelho@ig.com.br)
Expositor e articulista espírita há 15 anos, formado em Tecnologia Mecânica, freqüenta, atualmente,
a Sociedade de Estudos Espíritas Irmão Tomé, Vitória, ES.
Bibliografia adotada: