Tendo em vista as particularidades da educação à distância, também em
relação à avaliação, o Brasil conta com orientação da legislação nacional. O decreto nº 5622, de dezembro de 2005, postula que,
Art. 4º A avaliação do desempenho do estudante para fins de
promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante: I - cumprimento das atividades programadas; e II - realização de exames presenciais. § 1º Os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou programa. § 2º Os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. De acordo com Hadji (2001), o processo avaliativo deve ser compreendido como uma questão multidimensional, podendo ter funções distintas: a) prognóstica ou diagnóstica - objetivando o ajuste recíproco aprendiz/programa de estudos; b) cumulativa ou certificativa - buscando verificar o aprendizado com vistas à certificação; c) formativa, tendo como objetivo regular as atividades de ensino e promover a constante construção de conhecimentos. A avaliação formativa ocorre durante todo o processo ensino aprendizagem. Servindo como retorno sobre o desempenho dos alunos. A proposta do decreto nº 5622 é regulamentar a dimensão certificativa da avaliação. Normatiza que, em cursos oferecidos nessa modalidade, a avaliação da aprendizagem envolve duas situações complementares – exames presenciais obrigatórios e avaliação das atividades realizadas ao longo do processo. Embora a legislação não defina o período ou a quantidade desses momentos pontuais para avaliação presencial, para fins de certificação, os resultados obtidos por intermédio desses exames devem prevalecer. Delega, contudo, para as instituições de ensino credenciadas a responsabilidade de definir os procedimentos e critérios a serem utilizados, de acordo com a natureza e os objetivos de cada situação. As dimensões prognósticas e formativas do processo avaliativo são abordadas pelo Ministério de Educação e Cultura nos Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância. De acordo com o documento,
na educação a distância, o modelo de avaliação da
aprendizagem do aluno deve considerar seu ritmo e ajudá-lo a desenvolver graus ascendentes de competências cognitivas, habilidades e atitudes, possibilitando-lhe alcançar os objetivos propostos. Para tanto, esta avaliação deve comportar um processo contínuo, para verificar constantemente o progresso dos estudantes e estimulá-los a serem ativos na construção do conhecimento. Desse modo, devem ser articulados mecanismos que promovam o permanente acompanhamento dos estudantes, no intuito de identificar eventuais dificuldades na aprendizagem e saná-las ainda durante o processo de ensino-aprendizagem. (SEED/MEC, 2007, p. 16).
Com base nas afirmações acima os referenciais de qualidade
preconizam o modelo de avaliação processual que tem por objetivo regular a aprendizagem considerando as características e ritmos próprios dos alunos. Assim, a cada situação de aprendizagem, identificar suas fontes de sucesso e problemas, a fim de prover subsídios para a melhoria durante a execução de qualquer atividade.
BRASIL. DECRETO Nº 5.622 - Regulamenta o art. 80 da Lei nº9. 394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Trad. Patrícia C. Ramos. Porto
Alegre : Artmed Editora, 2001.
SEED/MEC. Referenciais de qualidade para educação superior a distância.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância, 2007. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf. Acesso em 31/08/2008.