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De origem grega, o termo estigma referia-se aos sinais corporais que evidenciavam status moral.
Noções preliminares
Os ambientes sociais estabelecem a categoria de pessoas que têm probabilidade de serem neles
encontradas.
Quando um estranho nos é apresentado, os primeiros aspectos nos permitem prever a sua
cateogria e os seus atributos, a sua "identidade social"
Um estigma constitui uma discrepância específica entre a identidade social virtual e a identidade
social real.
Um indivíduo estigmatizado tende a ter as mesmas crenças sobre identidade que o indivíduo
"normal"
Aceitação: o estigmatizado descobre que alguns de seus atributos acabam por garantir o
respeito e consideração perdidos em decorrência do estigma.
Predisposição à vitimização: torna o estigmatizado alvo fácil das promessas de correção de seu
defeito físico
Encarar o estigma como uma "bênção", devido à crença de que o sofrimento engrandece a
alma.
Acreditar que o estigma possa reafirmar as limitações dos "normais" (que deixam de
desenvolver sensibilidades que os deficientes desenvolvem)
Insegurança em relação à forma como será recebido pelos "normais" (tanto por não saber em
qual categoria ele será "classificado", como pelo receio de ser classificado em função de seu
estigma).
Seus menores atos podem ser considerados feitos notáveis, ao passo que os menores enganos
podem ser interpretados como expressão de seu estigma.
Dilema dos "normais": a demonstração de sensibilidade pode ser interpretada por piedade; o
oposto pode ser interpretado por indiferença.
Os iguais:
2) aqueles que atuam em nome dos estigmatizados, seja em ONGs ou associações, seja
junto ao governo ou à imprensa. Uma tarefa característica é convencer o público a
usar um rótulo social mais flexível à categoria em questão.
Os informados:
3) homens marginais diante dos quais o estigmatizado não tem motivo para se
envergonhar. Exemplo: uma prostituta ou um gay em meio ao mundo
artístico, considerado "aberto".
Os informados não devem apenas se oferecer; eles precisam antes ser aceitos.
Normalização1 x Normificação2
1
Esforço do "normal" em tratar o estigmatizado como se fosse um igual
2
Esforço do estigmatizado em comportar-se como se fosse "normal"
A Carreira Moral
Modelos de socialização:
4. O EU E SEU OUTRO
Desvios e Normas
Para cada pequeno defeito há sempre uma ocasião social em que ele aparecerá com toda a
força, criando uma brecha vergonhosa entre a identidade social virtual e a identidade social
real.
Não é para o diferente que se deve olhar em busca da compreensão da diferença, e sim para o
comum.
É condição necessária para a vida social que todos os participantes compartilhem um único
conjunto de expectativas normativas. O fracasso ou sucesso em manter tais normas têm efeito
direto sobre a integridade psicológica do indivíduo.
A simples boa vontade em permanecer fiel à norma não é o bastante; em muitos casos o
indivíduo não tem controle de sua situação.
Há normas que tomam a forma de ideais e constituem modelos perante os quais todos
fracassamos em algum momento da vida.
"Por exemplo, num sentido importante há só um tipo de homem que não tem nada do que se
envergonhar: um homem jovem, casado, pai de família, branco, urbano, do Norte,
heterossexual, protestante, de educação universitária, bem empregado, de bom aspecto, bom
peso, boa altura e com um sucesso recente nos esportes. Todo homem americano tende a
encarar o mundo sob essa perspectiva, constituindo-se isso, num certo sentido, em que se pode
falar de um sistema de valores comuns na América. Qualquer homem que não consegue
preencher um desses requisitos ver-se-á, provavelmente - pelo menos em alguns momentos -
como indigno, incompleto e inferior"
O Desviante Normal
Pessoas que se livram de um estigma podem sentir que alteraram sua personalidade (em
direção ao aceitável), assim como as que adquirem um estigma, podem senti-lo no sentido
oposto.