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JAKELINE GODINHO FONSECA

MARCELLA JARDIM DA FRANCA

DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE:


COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS E SEU TRATAMENTO

GOIÂNIA
2004
JAKELINE GODINHO FONSECA
MARCELLA JARDIM DA FRANCA

DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE:


COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS E SEU TRATAMENTO

Trabalho apresentado para fins de avaliação parcial na


disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II do Curso
de Fisioterapia da Universidade Católica de Goiás.

Orientadora: Profª Drª Fábia Maria Oliveira Pinho

GOIÂNIA
2004
DEDICATÓRIA

Aos nossos pais e familiares que nos apoiaram ao longo de nossas vidas, nos
ajudando e estimulando em nosso crescimento pessoal e profissional.
AGRADECIMENTOS

Às nossas mestras Fábia Maria Oliveira Pinho, Cristiane Leal M. S. Ferraz e


Cejane Oliveira Martins Prudente que muito contribuíram para
a realização e conclusão deste trabalho.

Às nossas colegas Daniella Lopes Cavalcante e Karina Alves de Castro, à Juliana


Godinho Fonseca e ao Rodrigo Benhame de Assis e Silva.
SUMÁRIO

Resumo
INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------01
HISTÓRICO------------------------------------------------------------------------------------02
DEFINIÇÃO -----------------------------------------------------------------------------------04
GENÉTICA ------------------------------------------------------------------------------------05
INCIDÊNCIA ----------------------------------------------------------------------------------06
FISIOPATOLOGIA----------------------------------------------------------------------------07
QUADRO CLÍNICO ---------------------------------------------------------------------------08
DIAGNÓSTICO--------------------------------------------------------------------------------11
PROGNÓSTICO -------------------------------------------------------------------------------13
COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS --------------------------------------------------------14
TRATAMENTO -------------------------------------------------------------------------------19
CONSIDERAÇÕES FINAIS ------------------------------------------------------------------26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------27
RESUMO

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é um distúrbio genético ligado ao cromossomo X,


que afeta principalmente crianças do sexo masculino. Caracteriza-se pela degeneração
progressiva e irreversível da musculatura esquelética, levando a uma fraqueza muscular
generalizada, devido à ausência da proteína distrofina na membrana muscular. Os sintomas
surgem no início da infância e se agravam quando o paciente deixa de deambular, podendo a
partir deste momento, desenvolver complicações respiratórias. A insuficiência respiratória e
as infecções pulmonares são as principais causas de óbito nestes pacientes. Freqüentemente, o
óbito ocorre na 2ª ou 3ª década de vida. O tratamento e a prevenção das freqüentes
complicações respiratórias retarda a progressão da doença, oferecendo uma melhor qualidade
de vida ao paciente. Esta ampla revisão sobre DMD enfatiza as complicações respiratórias e
seu tratamento.

Palavras-chave : Distrofia Muscular de Duchenne, complicações respiratórias, tratamento.


INTRODUÇÃO

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é um distúrbio genético ligado ao


cromossomo X, que afeta principalmente crianças do sexo masculino. Caracteriza-se pela
degeneração progressiva e ir reversível da musculatura esquelética, levando a uma fraqueza
muscular generalizada, devido à ausência da proteína distrofina na membrana muscular. As
complicações respiratórias são as maiores causas de morbidade e mortalidade neste tipo de
enfermidade. Es ta ampla revisão enfatiza as complicações respiratórias decorrentes da DMD e
seu tratamento.
HISTÓRICO

A Distrofia Muscular foi descrita pela primeira vez na primeira metade do século
XIX pelo médico inglês Charles Bell, que relatou o “Case of Partial Paralysis of the Lower
Extremities”. 1-7 Em 1836, Conte e Gioja descreveram dois irmãos que desenvolveram
fraqueza muscular progressiva nos membros inferiores e hipertrofia progressiva das
musculaturas gastrocnêmio e deltóide, por volta dos 8 e 10 anos de idade.8,9 Já em 1847,
Partridge relatou o 1º exame patológico de um paciente com distrofia muscular de
Duchenne.10,11
A primeira descrição completa da doença foi realizada em 1852 pelo Dr. Edward
Meryon. 10,11 Ele se interessou pela natureza familiar da doença, isto é, relativa a ascendentes e
descendentes e a predileção pelo sexo masculino. Concluiu ser uma doença que afeta o tecido
muscular, não sendo um distúrbio do sistema nervoso. Embora a contribuição de Meryon
tenha sido altamente significante, seu trabalho foi ofuscado pelo do neurologista francês Dr.
Guillaine Benjamin Amand Duchenne, que nove anos depois descreveu casos da doença. Em
1868, numa revisão mais detalhada, acrescentou mais 12 casos, onde incluía duas meninas e
referia 15 casos da literatura germânica.1, 2
Dr. Duchenne definiu a doença como sendo a perda progressiva dos movimentos,
afetando inicialmente os membros inferiores e posteriormente os superiores, com hipertrofia
progressiva dos músculos afetados, aumento intersticial do tecido conjuntivo nos mesmos e
03
aumento significativo de tecido adiposo nos músculos em estágio mais avançado. Mais
prevalente em meninos do que em meninas podendo afetar várias crianças da mesma família.1
Pela primeira vez, graças ao Dr. Duchenne, obteve-se biópsias em pacientes vivos,
podendo assim estudar materiais do mesmo paciente em diferentes estágios da doença. Suas
investigações levaram- no a concluir que a lesão anatômica fundamental era a hiperplasia do
tecido conectivo intersticial, levando-o a utilizar o termo Paralisia Mioesclerótica como uma
alternativa ao termo Paralisia Muscular Pseudo-hipertrófica. O uso da técnica desenvolvida
por Dr. Duchenne para conseguir material de biópsia in vivo também permitiu que o
diagnóstico pudesse ser feito em vida.1
O quadro clínico, patologia, prognóstico e possibilidade de tratamento só foram
descritos em 1879 por Willian R. Gowers. Ele estava claramente convencido da natureza
hereditária da doença e concluiu que a limitação ao sexo masculino era herdada somente
através da mãe.1, 12 Este pesquisador descreveu também a “manobra ou sinal de Gower”,
presente nesta doença, que é a passagem da posição deitada para a bipedestação e “consiste
em levantar-se apoiando sucessivamente as mãos nos diferentes segmentos dos membros
inferiores, de baixo para cima, como se a criança estivesse ascendendo sobre si mesma”. 13
Wilhelm Heinrich Erb foi o primeiro a admitir a idéia de tratar-se não somente de
uma doença, mas de um grupo de doenças, as chamadas distrofias musculares progressivas,
caracterizadas por uma degeneração do tecido muscular. 1, 12
DEFINIÇÃO

Dentre as miopatias primárias, as distrofias musculares progressivas são


consideradas as mais freqüentes. São conhecidos mais de vinte tipos destas distrofias
musculares, caracterizadas por serem doenças de caráter genético e degenerativo, com
comprometimento grave, progressivo e irreversível da musculatura esquelética.14-18
A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) ou forma pseudo- hipertrófica de
Duchenne é a mais comum e também a mais grave das distrofias musculares, onde os sinais e
sintomas são mais severos com evolução mais rápida, podendo o óbito ocorrer por volta da 2ª
ou 3ª década de vida.14, 18-20
GENÉTICA

A DMD constitui um distúrbio genético de caráter recessivo, ligado ao cromossomo


X, produzido por uma mutação do gene que codifica a enzima distrofina, estando localizado
no braço curto do cromossomo X, na região Xp21. Ocorre, principalmente, em pessoas do
sexo masculino, sendo que as mulheres são portadoras, e nestas, a doença pode desenvolver-
se excepcionalmente em duas circunstâncias, em casos de Síndrome de Turner (45X) e nos
casos onde os dois genes herdados forem afetados.2, 14, 18, 21, 22
Até 1987, em todo mundo, ha viam sido descritos dez casos femininos.14 Em 2002,
foi descrito, por Sanjeev Joshi, um caso de uma criança de sete anos com DMD,
diagnosticada pelos sinais clínicos (pseudo- hipertrofia de gastrocnêmio e sinal de Gower
positivo) e pelo exame da enzima creatinoquinase (CK). Vale ressaltar que esta criança
nasceu de parentes com história de casamentos consangüíneos.23
INCIDÊNCIA

A incidência da DMD no sexo masculino varia de 1:3.000 a 1:3.500 nascidos vivos


com incidência média de 13 a 33:100.000 nascidos vivos ou 1,9 a 3,4/100.000 habitantes. 14,
16, 20, 24-26
Sabe-se que um terço dos novos casos de DMD são decorrentes de mutações novas e
dois terços herdados de mãe portadora, que é assintomática.27
FISIOPATOLOGIA

A DMD caracteriza-se pela deficiência ou ausência de distrofina na superfície da


membrana da célula muscular, também chamada de sarcolema.19 A distrofina é uma proteína
essencial para o adequado funcionamento do sarcolema.28, 29
Através da microscopia
eletrônica, também foram encontradas lesão focal e ruptura do sarcolema (gaps), sendo esta
considerada a lesão inicial nas fibras musculares distróficas na DMD. 30
Devido às anormalidades estruturais e funcionais da membrana celular muscular,
ocorre uma elevação das enzimas musculares séricas, tais como a CK (creatinoquinase)
piruvato-quinase (PK), aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT),
desidrogenase-lática (LDH), enolase, anidrase carbônica, dentre outras.12, 17
A análise imunohistoquímica do músculo afetado revela um padrão difuso
caracterizado pela degeneração, perda de fibras com a substituição por tecido adiposo e
conjuntivo e variação no tamanho das fibras musculares, porém sem evidências de lesões nas
células e fibras nervosas ou vasos intramusculares.17
No músculo, encontramos fibras do tipo I (vermelhas), abundantes em enzimas
oxidativas e fibras do tipo II (pálidas), ricas em fosforilase. Nos casos de Distrofia Muscular
de Duchenne, observam-se anormalidades no tamanho das fibras musculares. As do tipo II
são acometidas por hipertrofia, e as do tipo I, principalmente por atrofia .31
QUADRO CLÍNICO

As manifestações clínicas normalmente começam na infância, geralmente nos três


primeiros anos de vida.32 Cerca de metade das crianças adquirem marcha independente até os
18 meses de idade.17 Embora existam variações na evolução do quadro clínico, normalmente
os portadores de DMD não são capazes de continuar deambulando após os 16 anos de idade,19
pois freqüentemente a habilidade de andar é perdida entre 12 e 17 anos de idade.26, 33
Devido à natureza insidiosa, a DMD é normalmente suspeitada na época em que a
criança começa a andar. As crianças podem apresentar déficit de equilíbrio, demora para
deambular, dificuldades em subir escadas, fraqueza progressiva em membros inferiores,
quedas freqüentes, bem como atraso do desenvolvimento psicomotor. 18, 26, 34.
Um dos achados do estágio inicial da DMD é o aumento da musculatura da
panturrilha. Esta freqüentemente acompanha o envolvimento da pelve. O aumento do volume
muscular é causado pela proliferação anormal do tecido intersticial nas fibras do músculo
gastrocnêmio. Observa-se firmeza e resistência à palpação da massa muscular, denominada
pseudo- hipertrofia muscular, que também pode acometer outros grupos musculares.1
Inicialmente há um comprometimento simétrico da musculatura esquelética,
acompanhado de déficit motor da cintura pélvica. Posteriormente, outros músculos, como os
da cintura escapular, são afetados de maneira progressiva. A fraqueza dos músculos resulta na
inclinação da pelve quando a criança se mantém em bipedestação. A fraqueza do músculo
glúteo máximo também induz a inclinação anterior da pelve, que é compensada com o
aumento da lordose lombar. Com o encurtamento dos músculos responsáveis pela flexão
09
dorsal dos pés e para suportar melhor esta posição da pelve, a criança realiza uma
compensação alargando sua base de sustentação, que por sua vez induz a uma marcha do tipo
anserina.1, 32
A maneira como essas crianças levantam-se do chão é peculiar. A força da
musculatura tanto extensora do joelho, quanto do quadril, não são suficientes para permitir a
extensão voluntária do tronco. Desta forma, eles realizam uma compensação, denominada
manobra de Gower, que se caracteriza pela utilização das mãos apoiadas nos joelhos, usando
os membros inferiores como alavancas e gradualmente estendem o tronco, dando a impressão
de uma escalada ao longo dos membros inferiores.1
A hiperlordose lombar é a deformidade mais precoce resultante da fraqueza dos
músculos glúteo máximo e abdominais. A pelve fica em anteversão. A fim de compensar esse
desequilíbrio e se manter ereto, o indivíduo projeta o tronco para trás, aumentando ainda mais
a curvatura lombar. Esta postura é mais pronunciada quando o envolvimento muscular se
torna mais severo. Com a progressão da doença, ocorre aumento da lordose lombar com
exagero da marcha anserina.1
As deformidades ortopédicas são devidas às posições viciosas em nível de várias
articulações. Tais posições viciosas le vam freqüentemente à retrações músculo-tendinosas,
envolvendo vários grupos musculares, agindo numa mesma articulação. As deformidades são
progressivas e as alterações ósseas não são decorrentes da falha genética, mas decorrentes
exclusivamente do desuso, incluindo a rarefação óssea encontrada nas extremidades dos ossos
longos e chatos. Em estágios tardios, ocorre descalcificação e distorções grosseiras com
desorganização do sistema esquelético. Essas alterações tornam os ossos desses pacientes
bastante susceptíveis a fraturas por pequenos traumas.1, 35-37
A deformidade em tronco que gera conseqüências clínicas relevantes é o desvio
lateral da coluna (escoliose) que, geralmente, aparece associado a uma rotação de tronco.
Acreditava-se que a escoliose surgisse após a perda da marcha, relacionada com a postura
inadequada em cadeiras de rodas. Contudo, alguns estudos descreveram o aparecimento de
escoliose em crianças que ainda não haviam perdido a capacidade de deambular.38
O comprometimento cardíaco ocorre em aproximadamente 50% a 85% dos casos de
DMD. Os achados patológicos em músculo cardíaco incluem envolvimento da contractilidade
ventricular, fibrose miocárdica focal localizada principalmente na parede ventricular esquerda
e, eventualmente, taquicardia associada, embora os estudos de ecocardiografia demonstrem
função miocárdica relativamente preservada.39-43
10
Alguns autores afirmam que há também um comprometimento da musculatura lisa,
paralelamente à degeneração da musculatura esquelética. Os principais sintomas relacionados
são vômitos, diarréia, dilatação gástrica e distensão de cólon, sugerindo hipomobilidade
gastro- intestinal, quadro que pode levar ao óbito.44, 45
Quanto ao comprometimento do Sistema Nervoso Central (SNC), os portadores de
DMD apresentam discreta atrofia cerebral em 65% dos casos.46 Há freqüentemente um déficit
intelectual destas crianças, com aproximadamente 75% apresentando coeficiente de
inteligência (QI) abaixo de 75.18, 47
As crianças com DMD também apresentam retardo no desenvolvimento do sistema
locomotor e cognitivo, déficit de linguagem e de memória, bem como dificuldades de
atenção.48-52 A prevalência de retardo mental moderado ou grave tem sido descrita em 30 a
50% dos casos.1, 24
DIAGNÓSTICO

A DMD é geralmente diagnosticada entre 3 e 7 anos de idade, época em que os pais


notam um atraso no desenvolvimento da criança.26 Porém, existe a possibilidade de
diagnóstico imediatamente após o nascimento, através da análise sanguínea colhida do cordão
umbilical do recém nascido, onde o nível de CK sérico se encontra consideravelmente
elevado, 17 devido ao comprometimento da musculatura esquelética.33
O diagnóstico pode ser estabelecido, na maioria dos casos, através da história
familiar, de achados clínicos, laboratoriais e genéticos, podendo ser utilizados eventualmente
exames eletrofisiológicos ou histológicos.53, 54
Atualmente, os níveis de enzimas musculares esqueléticas, principalmente de CK,
biópsia muscular e análise de DNA são amplamente empregados no diagnóstico e na
caracterização da DMD. 53, 54
No início do processo, a CK pode atingir valores até 2.000 vezes mais elevados que o
normal, geralmente antes do desenvolvimento do quadro clínico, porém seus valores caem
rapidamente após o desenvolvimento completo do processo, chegando a níveis normais na
fase avançada da doença.12, 17
Na avaliação muscular através de biópsia, a coleta de material é realizada
comumente nos músculos quadríceps, gastrocnêmio ou deltóide. Observam-se fibras
musculares necrosadas com presença de fagocitose e, eventualmente, substituídas por tecido
adiposo e conjuntivo, bem como alterações no comprimento das fibras musculares.55
12
O diagnóstico de DMD pode ser confirmado pela análise de material genético do
DNA através da identificação de uma deleção ou mutação localizada no braço curto do
cromossomo X, na região Xp21, de crianças portadoras de miopatias.33
A eletromiografia (EMG), um exame também freqüentemente utilizado como
complementar no diagnóstico da DMD, estuda a atividade elétrica da contração de fibras
musculares e fornece informações sobre a estrutura e funcionamento da unidade motora. A
EMG nos portadores de DMD apresenta potenciais de ação menores quanto à duração e
amplitude e o potencial polifásico mais freqüente que o normal. A alteração observada é uma
perda generalizada da atividade da fibra muscular com redução da extensão da unidade
motora, tendo como resultado um potencial de ação menor.56
Outras investigações, como a histoquímica muscular, estudos de inervação muscular,
microscopia eletrônica, eletrocardiografia e tomografia computadorizada podem fornecer
informações adicionais para uma melhor compreensão sobre a evolução da DMD, bem como
no auxílio do diagnóstico diferencial.57
PROGNÓSTICO

A idade do óbito não está relacionada com a idade de início da manifestação da


doença, e sim correlacionada com a idade em que a criança fica confinada à cadeira de rodas,
ou seja, quanto mais cedo a criança parar de andar, pior o prognóstico.19
A causa de óbito é freqüentemente relacionada às complicações cardiomiopáticas ou
complicações respiratórias.24 Os problemas respiratórios decorrentes da DMD são
relacionados a defeito restritivo causado por fraqueza dos músculos diafragmático,
intercostais e acessórios, que irá levar a uma falência respiratória.40, 43 Estima-se que 55 a 90%
dos pacientes com DMD morrem por falência respiratória entre 16 e 19 anos e raramente após
os 25 anos de idade.58-63 A infecção pulmonar e/ou insuficiência respiratória são as causas
mais freqüentes de óbito, ocorrendo em 75% dos casos.19, 64-66 O óbito acontece entre a 2ª e 3ª
décadas de vida, freqüentemente antes dos 21 anos de idade.18, 24, 64, 65, 67
COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS

Na DMD detectam-se precocemente alterações da função pulmonar, que se tornam


mais evidentes com a evolução da doença.18, 68
Do ponto de vista respiratório, a DMD freqüentemente segue um curso previsível. O
declínio progressivo da função pulmonar quase sempre inicia após o confinamento à cadeira
de rodas e está associado com o aumento da insuficiência respiratória (IR) e da ineficiência da
tosse, tornando os pacientes vulneráveis à atelectasias, pneumonias e retenção de secreções
endobronquiais.24, 33, 66, 69
Em crianças com doenças neuromusculares, a fraqueza da musculatura respiratória,
incluindo o diafragma e músculos da parede torácica, resulta em tosse ineficiente e respiração
superficial (hipoventilação).70 Com a hipoventilação, as bases pulmonares são pobremente
ventiladas e os pulmões e as paredes do tórax tornam-se inflexíveis, pouco expansivos (não-
complacentes).71 Durante o sono, o déficit muscular se agrava, principalmente em decúbito
dorsal ou ventral, onde a musculatura respiratória se encontra em desvantagem biomecânica.66
A hipoventilação, de provável origem periférica, ocorre primeiro durante o sono e, com a
fraqueza progressiva, resulta em pobre qualidade do sono, ocorrendo redução da oxigenação
do sangue (hipoxemia) e elevação das concentrações sanguíneas de gás carbônico
(hipercapnia).72, 73 Eventualmente, com a progressão da doença, a hipoxemia e a hipercapnia
podem ocorrer também durante o período de vigília.74 Além do mais, crianças com fraqueza
da musculatura respiratória têm reduzida habilidade para tossir, tendo como conseqüência
ineficiência para remover secreções das vias aéreas.29, 66, 69
15
Pacientes com doença neuromuscular também apresentam anormalidade no padrão
respiratório. Normalmente, o tórax e o abdômen se expandem simultaneamente durante a
inspiração. Já nos pacientes com fraqueza muscular respiratória, ocorre uma projeção interna
do tórax e uma projeção externa do abdômen durante a inspiração. Este padrão respiratório
chamado de ‘paradoxal’ causa uma respiração ineficiente. Deste modo, os pacientes com
DMD têm um aumento no trabalho respiratório e uma expansibilidade pulmonar diminuída,
resultando numa fadiga muscular respiratória, hipoventilação progressiva e potencial falência
respiratória.75
Os pacientes com DMD também apresentam menor capacidade de suspirar,
provocando redução na elasticidade pulmonar, aumento do trabalho respiratório, formação de
microatelectasias e diminuição de reserva respiratória.18, 66, 69, 77-84
Anormalidades torácicas, como escoliose e “pectus excavatum”, são deformidades
muito comuns em pacientes com doenças neuromusculares, contribuindo também para
expansão pulmonar reduzida devido à restrição da parede do tórax. 75 Alguns estudos
concluem que quanto mais severa é a escoliose, mais importante é a redução da capacidade
pulmonar vital, demonstrando que o aumento de 10 graus na curvatura da coluna implica em
redução de 4% na capacidade vital. 48, 50, 69, 85 Vale ressaltar que quando a curvatura da coluna
excede 35 graus nesses pacientes, a capacidade vital pulmonar encontra-se geralmente menor
que 40% em relação aos valores normais.86
A fraqueza do músculo glossofaríngeo e a disfunção bulbar favorecem o fechamento
ineficiente da glote com inadequada proteção das vias aéreas superiores, resultando em
disfagias e freqüentes aspirações.29, 87
Todas estas modificações pulmonares e respiratórias que podem ocorrer na DMD,
incluindo hipoventilação, redução da expansibilidade pulmonar, tosse ineficiente, padrão
respiratório anormal e aspirações, tornam os pacientes com DMD extremamente vulneráveis à
atelectasias, infecções pulmonares e obstrução de vias aéreas por ‘rolha de muco’.74

Avaliação dos fatores de risco para complicações respiratórias

A avaliação respiratória básica dos pacientes com DMD consiste na história da


doença atual, exame físico do sistema respiratório, avaliação da função pulmonar, mensuração
das trocas gasosas (gasometria) e avaliação da desordem respiratória durante o sono.88
16
A história médica pode ser o fator mais importante para se avaliar um paciente com
risco de desenvolver complicações respiratórias severas. Entretanto, devido ao fato de que o
paciente e seus familiares já estão habituados com as deficiências de uma doença crônica, eles
raramente relatam sobre os sintomas respiratórios de uma maneira espontânea. Geralmente, o
profissional de saúde deve checar uma lista de principais sinais e sintomas apresentados por
pacientes portadores de doença respiratória crônica. 89
Os principais sintomas de hipoventilação são: sono inquieto, fadiga, dificuldade em
despertar do sono, dispnéia, cefaléia matutina, dificuldade de concentração nas tarefas
89
mentais, declínio no desempenho escolar e depressão. Em casos severos, hipersonolência e
alterações do estado mental podem ocorrer.29
Os pacientes com significante prejuízo da tosse têm uma história de congestão
pulmonar e/ou infecções respiratórias superiores, e eles podem ter sido hospitalizados ou
terem recebido repetidas terapias antibióticas para bronquites, atelectasias ou pneumonia.
Com as infecções respiratórias superiores, eles desenvolvem uma sensação de muco aderido
em sua garganta e/ou traquéia, o que freqüentemente estimula, mesmo que ineficiente, o
esforço da tosse, resultando em dispnéia e sofrimento respiratórios.29
O exame físico do paciente com significante fraqueza muscular respiratória pode ser
enganosamente normal. Mesmo pacientes com insuficiência respiratória crônica compensada
podem se apresentar bem e sem queixas. Isto acontece, na maioria das vezes, devido à
pequena demanda do sistema respiratório necessária para se manter uma boa função pulmonar
em um paciente confinado a cadeira de rodas. É importante avaliar a parede torácica do
paciente procurando a presença de escoliose, “pectus excavatum” ou outras potenciais
deformidades restritivas. A freqüência respiratória pode estar aumentada para compensar o
padrão respiratório superficial.74
Presença de tiragens intercostais durante a inspiração e outros padrões anormais de
respiração são sinais de fraqueza muscular respiratória. Pacientes com fraqueza severa
apresentam sons pulmonares escassos. A ausculta pulmonar revela movimentos aéreos
diminuídos ou abolidos em bases pulmonares, o que pode identificar a presença de
atelectasias pulmonares ou pneumonias.74
Durante o exame, se faz necessário um período de conversação para se avaliar
qualquer mudança na velocidade da fala do paciente devido à presença de dispnéia. O
paciente dispnéico também pode se apresentar inquieto na cadeira de rodas, movimentando-a
17
para frente e para trás. Esta é uma técnica auto-adaptativa utilizada por muitos pacientes para
mover o diafragma e realizar um grau modesto de ventilação mecânica nos pulmões.29
Quando a patologia pulmonar é suspeitada, radiografia de tórax e medidas de trocas
gasosas, como oximetria de pulso, são essenciais.74 O teste de função pulmonar é um
excelente instrumento para avaliar o grau de prejuízo respiratório nos pacientes com doenças
neuromusculares.90 Os parâmetros de função pulmonar que devem ser observados são:
medida da capacidade vital forçada, pressões inspiratórias e expiratórias máximas e pressão
de fluxo de tosse.88 Esses parâmetros podem ser mensurados com espirômetro e por outros
equipamentos de função pulmonar básicos. Não existe consenso quanto ao nível de função
pulmonar abaixo do qual os pacientes estarão sob o risco de desenvolver severas
complicações respiratórias. Entretanto, alguns níveis de função pulmonar aparentemente
sugerem alto risco para pacientes com DMD: capacidade vital abaixo de 1,5 L (valores
normais para adultos masculinos: 4.8 L)29, 91 e/ou pressão de fluxo de tosse abaixo de 160
L/min (valores normais para adultos masculinos: > 360 L/min).29, 92 Um estudo recentemente
publicado revela que quando a capacidade vital apresenta-se abaixo de 1L, há uma
sobrevivência média de 3 a 5 anos em apenas 8% de pacientes com DMD. 93
Altas concentrações sanguíneas de gás carbônico e baixas concentrações de oxigênio
sanguíneo devido a respiração superficial são as principais causas de morbidade em pacientes
com doenças neuromusculares. A hipercapnia e a hipoxemia, respectivamente, ocorrem
primeiramente durante o sono, especialmente no sono REM.73 Durante o sono não REM a
redução da atividade do abdutor faringeal e grupos dilatadores, juntamente com a geração de
pressão intratorácica negativa, gera colapso parcial da parede orofaringeal durante a
inspiração. Isto pode acarretar hipopnéias e apnéias com fragmentação do sono e conseqüente
sonolência diurna, às vezes acompanhadas de cefaléias pela manhã (por retenção de dióxido
de carbono), fadiga, baixa concentração e alterações psicológicas, incluindo confusão e
depressão.66
A troca noturna de gases pode ser avaliada por vários métodos, incluindo oximetria
de pulso portátil durante a noite ou por polissonografia. Ambos os métodos são eficientes,
porém a oximetria de pulso portátil é o método mais acessível. Entretanto, a polissonografia é
o melhor método para avaliar a qualidade do sono e problemas respiratórios. A oximetria de
pulso mensura a saturação de oxihemoglobina, ou seja, a quantidade de hemoglobina do
sangue saturada de oxigênio. Alguns autores referem que saturação de oxihemoglobina abaixo
18
de 90% é anormal e indicam ventilação noturna mecanicamente assistida para pacientes
portadores de distrofia muscular.91
A troca de gases durante a vigília pode ser medida também por oximetria de pulso
portátil ou por amostra de sangue arterial (gasometria arterial). A oximetria de pulso tem
como vantagens: disponibilidade e por não ser um método invasivo.94
Baixa saturação de oxihemoglobina, por exemplo abaixo de 94%, em paciente que
não está agudamente doente com atelectasia ou pneumonia, é um sinal de avanço da doença
neuromuscular.94
Os resultados dos testes de função pulmonar e medidas de trocas gasosas durante o
sono e vigília podem ser correlacionados com a história clínica e exame físico do paciente
com DMD no intuito de fornecer uma impressão global do risco deste paciente ter alguma
complicação respiratória.29
TRATAMENTO

Ainda não há cura para a DMD. Existem alguns tratamentos que podem amenizar os
sintomas, melhorando a qualidade de vida e diminuindo a alta morbimortalidade desses
pacientes.26, 33
Uma avaliação freqüente da função respiratória durante a vigília e o sono, nesses
pacientes, deve ser associada a um programa terapêutico com objetivo de promover limpeza
(clearance) mucociliar, melhorar a força e resistência da musculatura respiratória e corrigir as
anormalidades nas trocas gasosas.33
Existem controvérsias sobre os efeitos dos exercícios físicos em portadores de
DMD.53, 95
Alguns pesquisadores chegam a alertar sobre um possível efeito deletério
associado à concepção de que atividades que requerem muita força contra a ação da gravidade
de forma repetitiva, podem ser prejudiciais à evolução da doença nos portadores de DMD. 19
Por outro lado, a ausência de atividade física normal acarreta uma perda funcional de
vários órgãos e sistemas, como por exemplo, o sistema cardiorrespiratório. Sabe-se que a
programação de atividades físicas para portadores de DMD, quando realizada com base em
uma avaliação funcional minuciosa, é fundamental para a manutenção da qualidade de vida
destas crianças, assim como devem ser utilizados outros recursos associados.19
Uma das atividades prescritas com freqüência quando a criança se encontra na fase
de deambulação é a caminhada simples, diária, associada a alguns exercícios específicos de
alongamentos e exercícios respiratórios. Esta atividade, embora simples, pode ser dificultada
pela presença de obesidade associada ao quadro de DMD. A manutenção da deambulação,
20
pelo máximo tempo possível, e o tratamento da obesidade, desaceleram a progressão do
distúrbio respiratório.19, 83
A redução da morbidade respiratória, a melhora da dispnéia e o aumento da
tolerância ao exercício e a atividade física total podem ocorrer com o treinamento da
musculatura respiratória.96
Uma pesquisa recente demonstrou, analisando dezesseis crianças portadoras de
DMD, que o treinamento respiratório específico melhora a resistência da musculatura
respiratória, e sua efetividade parece depender da quantidade de treino.97
Outros estudos evidenciam que a força e a resistência da musculatura respiratória
podem ser melhoradas através de treinamento a longo prazo dos músculos inspiratórios de
pacientes com desordens neuromusculares, incluindo DMD.98 O treinamento da musculatura
foi associado também com melhorias significantes das pressões inspiratória e expiratória
máximas.96
Com a evolução da doença, o tratamento das manifestações respiratórias requer
melhora da ventilação.72, 99 Avaliação gasomé trica seriada é um método simples e seguro para
o seguimento clínico dos pacientes com DMD, tanto na avaliação da função muscular, quanto
das condições do sistema respiratório.100, 101 Pesquisas recentes demonstram que o paciente
necessita de cuidados intensivos mais freqüentes quando a capacidade vital forçada (CVF) cai
abaixo de 1L. 100 Além disso, quando o portador de DMD atinge valores de CVF inferiores a
1L, ele aumenta o risco de morte nos próximos três anos.102
Terapias para as complicações respiratórias de doenças neuromusculares pediátricas
incluem métodos manuais e mecânicos de assistência à tosse assistida, respiração profunda e
ventilação mecânica assistida.74
Pacientes com fraqueza neuromuscular desenvolvem atelectasias nas bases
pulmonares devido à inabilidade de realizar respirações profundas. Terapia de respiração
profunda (insuflação pulmonar) pode ser realizada manualmente no domicílio do paciente,
expandindo os pulmões com ambu, ou mecanicamente usando respiração com pressão
positiva intermitente (IPPB), ou qualquer recurso similar. Com a IPPB, a pressão positiva é
transmitida aos pulmões do paciente através de máscara facial ou bocal. A pressão limite é
programada para atingir uma boa expansão das bases pulmonares e da caixa torácica. Não há
consenso em quando se deve iniciar a terapia de respiração profunda. Recomenda-se a IPPB
por quinze minutos, uma ou duas vezes/dia quando os pacientes desenvolvem disfunção
pulmonar severa.94
21
Tosse ineficaz pode ser tratada usando técnicas manuais e/ou mecânicas.103 A técnica
manual é utilizada no tratamento de pacientes com secreções retidas no trato respiratório
devido à fraqueza neuromuscular. O tratamento de forma manual da tosse ineficaz é realizado
da seguinte maneira: posicionando o cuidador na frente do paciente com as mãos localizadas
na parte superior do abdômen, com uma mão abaixo da margem inferior de cada costela
(alternativo, uma mão pode estar localizada sobre a região epigástrica, enquanto o cuidador
sentado ao lado do paciente, estabiliza a parede torácica com a mão livre). Enquanto o
paciente tenta tossir, o cuidador comprime o abdômen empurrando para cima e para dentro
como na manobra de Heimlich, gerando um fluxo de ar traqueal e mobilizando as secreções
para fora das vias aéreas.103 Depois se realiza uma tosse com respiração profunda com ajuda
do ambu para aumentar o fluxo gerado. As compressões abdominais não devem ser feitas no
período pós-prandial, devido ao risco de vômito e aspiração.29
O clearance do muco e a insuflação pulmonar podem ser realizadas mecanicamente
usando o método In-Exsufflator/Cough Assist™.103 Esta técnica de respiração transmite uma
pressão positiva seguida rapidamente de uma pressão negativa (sucção) aplicada através de
bocal ou máscara facial. A pressão positiva infla os pulmões e a pressão negativa suga
(aspira) secreções para fora do trato respiratório, simulando uma tosse normal. Este método
terapêutico tem por finalidade melhorar o fluxo de tosse e o clearance das vias aéreas,
prevenindo conseqüentemente as complicações pulmonares.29, 104 A fase de pressão negativa
pode ser sincronizada com uma tosse manualmente assistida com a finalidade de maximizar o
fluxo da tosse.29
Outros métodos de clearance de muco (mobilização de secreções) potencialmente
úteis para pacientes com doenças neuromusculares são: ventilação intrapulmonar percussiva
(IPV) e o sistema de clearance de vias aéreas (VEST).105
O IPV transmite correntes de gases umidificadores com alta frequência (100 a 300
freqüências por minuto) para as vias aéreas através de bucal ou máscara facial, percutindo
internamente as vias aéreas para mobilizar as secreções endobronquiais. O IPV é um método
de clearance de vias aéreas extremamente seguro que se mostra efetivo na assistência de
retirada de muco em pacientes com DMD. 29, 106
O sistema VEST é um percursor torácico externo que comprime a parede torácica
com alta freqüência. Terapias com um desses métodos podem ser seguidas de aplicação com o
In-Exsufflator/Cough Assist® para extrair as secreções mobilizadas das grandes vias
aéreas.107 Deve-se ter cautela na aplicação dos métodos de clearance de muco com os
22
pacientes agudamente doentes e/ou muito fracos, já que eles podem apresentar obstrução
traqueal por secreções mobilizadas que não conseguiram expectorar.105 Nesses casos, deve-se
aplicar essas terapias em unidade de terapia intensiva (UTI).107
Não se sabe, até o momento, quando iniciar a ventilação mecânica assistida em
pacientes com doença neuromuscular. Alguns pesquisadores recomendam a ventilação
mecânica noturna em qualquer paciente com sintomas de hipoventilação crônica, índices de
oximetria anormais durante a noite, hipoxemia ou hipercapnia na gasometria analisada
durante a vigília.91
As opções de ventilação mecânica assistida incluem modalidades invasivas e não-
invasivas, usando pressão positiva ou negativa para aumentar a profundidade das respirações
do paciente. Historicamente, a ventilação de pressão negativa foi o primeiro modo de
ventilação em pacientes com fraqueza muscular. Atua lmente, apesar de disponíveis métodos
de ventilação por pressão negativa mais seguros, a ocorrência de obstrução e colapso nas vias
aéreas superiores em pacientes com fraqueza muscular ainda é elevada. Além disso, esses
métodos limitam a mobilidade dos pacientes, pois não são portáteis. Como resultado, a
ventilação mecânica em pacientes com doenças neuromusculares é realizada através de
ventilação com pressão positiva.29, 108
Ventilação com pressão positiva pode ser aplicada utilizando-se métodos invasivos
ou não-invasivos. Ventilação invasiva com pressão positiva é realizada através de um tubo de
traqueostomia. As potenciais desvantagens de ter uma traqueostomia são substanciais,
incluindo susceptibilidade a infecções nas vias aéreas, dificuldade na deglutição e fala,
dificuldade de transportar o equipamento, bem como efeitos psicológicos e de natureza
estética.109 O método alternativo é o uso de ventilação não- invasiva através de máscara nasal.
A ventilação de pressão positiva não-invasiva (NPPV) pode ser realizada através de uma
variedade de diferentes ventiladores. Uma escolha para tratamento em domicílio é o uso do
BIPAP®.110 Quando um paciente começa a inspiração, um fluxo negativo de ar é gerado. A
unidade BIPAP® capta esse fluxo e transmite a pressão positiva de respiração para uma
pressão limite pré-selecionada. A respiração mecânica é sincronizada com o padrão de
respiração do paciente. Normalmente, a respiração é transmitida através de máscara nasal,
embora em algumas circunstâncias uma máscara facia l pode ser preferida.107 A NPPV pode
ser usada para restaurar a oxigenação do sangue normal, remover excesso de dióxido de
carbono do sangue, expandir as bases pulmonares do paciente e normalizar o trabalho e o
padrão respiratórios.111 Os sintomas de hipoventilação, como fadiga, dispnéia e sono agitado
23
melhoram significativamente com a NPPV, otimizando a qualidade de vida destes pacientes.
Para pacientes com fraqueza severa, incluindo aqueles com doença progressiva, como DMD,
NPPV pode ser usado durante o dia e à noite. Um método de ventilação mecânica, como o
BIPAP®, pode ser acoplado na cadeira de rodas do paciente utilizando uma bateria portátil
como fonte de energia, permitindo uma ventilação mecânica quase contínua sem tubo ou
traqueostomia.112 O uso de NPPV tem proporcionado o prolongamento da vida de pacientes
com doença neuromuscular severa.113, 114
Alguns autores declaram que a assistência ventilatória não-invasiva reverte a
hipoventilação de maneira efetiva, porém a deterioração da função pulmonar continua
necessitando progressivamente de períodos mais longos sob ventilação, e posteriormente de
traqueostomia em poucos anos.115
Na Dinamarca, o uso intermitente da pressão positiva contínua nas vias aéreas
(CPAP) ocorre antes da iniciação da vent ilação com pressão positiva (NPPV) para pacientes
com doenças neuromusculares, proporcionando alívio dos sinais e sintomas associados com
fraqueza dos músculos respiratórios.116 O tratamento com CPAP parece estimular a limpeza
bronquiolar, sendo clinicamente mais relevante quando as crianças apresentam um declínio de
40-50% da capacidade vital, onde normalmente a técnica é introduzida.117
A predileção dos pacientes com doenças neuromusculares é pelos métodos não-
invasivos ao invés da traqueostomia, por otimizar sua qualidade de vida.112 Apesar das
vantagens potenciais dos métodos de ventilação não-invasiva no tratamento de complicações
respiratórias das doenças neuromusculares. Em pesquisa recente verificou-se que a tosse
assistida manualmente e o In-Exsufflator foram utilizados em apenas 18% e 5% dos
pacientes, respectivamente, de uma clínica especializada no tratamento desses pacientes.118
Uma pesquisa recente avaliou a qualidade de vida de 19 portadores de doença
neuromuscular, incluindo DMD, submetidos à assistência ventilatória domiciliar com
traqueostomia. Oitenta e quatro por cento dos entrevistados se mostraram satisfeitos com o
método e disseram ter feito uma escolha acertada.119
Como o tratamento de um paciente com uma doença neuromuscular grave é
agressivo e apresenta pequena perspectiva de melhora clínica significativa, é um dilema ético
indicar um programa terapêutico a estes sofridos pacientes. A indicação de um suporte
respiratório e a escolha do método de ventilação numa complicação respiratória, por exemplo,
pode necessitar de uma equipe multidisciplinar, incluindo a família e o próprio paciente.
Como todo o tratamento de um paciente portador de distrofia muscular visa melhorar sua
24
qualidade de vida, ultimamente, é o próprio paciente e seus familiares que determinam o que
constitui uma aceitável qualidade de vida para eles, e assim, podem optar ou não pelo
tratamento proposto.9
Nem todos os pacientes com doenças neuromusculares são bons candidatos ao uso de
métodos de ventilação não-invasiva. Contra- indicações potenciais incluem inabilidade de
expectorar secreções orofaringeanas, mudança do estado mental ou prejuízo cognitivo e
instabilidade cardiovascular.110 Alguns pacientes mais graves podem requerer episódios
repetidos de intubação e ventilação mecânica na UTI para prolongar sua sobrevivência.120, 121
Entre os usuários de NPPV, efeitos colaterais incluem alterações na pele facial,
devido à pressão da máscara nasal, boca seca, irritação dos olhos, coriza, sinusite,
sangramento nasal e ocasionalmente aerofagia.122, 123
Barotrauma pulmonar é uma ocorrência muito rara e pneumotórax pode ser descrito
como uma complicação virtualmente não-existente no tratamento ventilatório de centenas de
pacientes com doenças neuromusculares.124 Existem apenas quatro casos descritos na
literatura médica de ocorrência de pneumotórax como complicação de terapia com NPPV em
pacientes com doença neuromuscular.125-127

Tratamento medicamentoso

Alguns tratamentos medicamentosos têm sido testados no sentido de prolongar a


128
sobrevida do paciente com DMD, diminuindo a velocidade de sua progressão inexorável
Os corticóides são medicamentos utilizados na tentativa de melhorar parcialmente a
função pulmonar e a força muscular global. A prednisona ou a prednisolona são os corticóides
mais usados na prática clínica para tal finalidade.128, 129
Inclusive, a prednisolona tem sido
indicada para crianças portadoras de DMD para manter a deambulação e prevenir ou retardar
a escoliose, deformidade óssea freqüente nesta patologia.130 Porém, estas drogas possuem
efeitos colaterais importantes, incluindo obesidade, catarata, distúrbio do crescimento,
diabetes, hipertensão arterial e osteoporose.26 Tratamentos recentes com deflazacort tem
reduzido significativamente estes efeitos colaterais indesejados, que acometem
preferencialmente crianças.131
O albuterol oral tem sido utilizado como tratamento alternativo para DMD.
Pesquisadores observaram melhora da força muscular em crianças com DMD em uso de
25
albuterol via oral. Porém, são necessários estudos futuros com albuterol oral para se chegar a
uma conclusão significativa.26
Tratamentos promissores que garantem revolucionar o tratamento e o prognóstico da
DMD nos próximos anos incluem: oxandrolone, esteróide que acelera o crescimento muscular
e melhora a força muscular132 ; DNA plasmide133 ; fatores de crescimento insulino- like,
substância que promove a melhora da tolerância muscular à fadiga 134 ; transplante de
mioblastos135, 136
; creatina monohidratada, sua suplementação melhora a força muscular
global e aumenta a massa muscular magra137 ; e utrofina, proteína que pode substituir a
distrofina na junção neuromuscular.138

Aconselhamento genético

Após o nascimento de uma criança com DMD em uma família, é necessário um


aconselhamento genético para seus progenitores em relação às possíveis gestações futuras.
Também se oferece este tipo de aconselhamento para as outras mulheres pertencentes à
família, pois podem ser portadoras do cromossomo X defeituoso.26
Depois que o menino recebe o diagnóstico de DM de Duchenne, é importante buscar
conselho genético e testes apropriados para membros da família, que podem ser portadoras.
Os genes de uma mulher podem ser testados para saber se ela é portadora de DM de
Duchenne ou Becker.26
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista a alta prevalência de infecções pulmonares e insuficiência


respiratória nos pacientes portadores da Distrofia Muscular de Duchenne, faz-se necessário
uma avaliação rigorosa individual e acompanhamento diário destes pacientes por uma equipe
multidisciplinar. Esta equipe deve estabelecer um programa adequado de tratamento que vise
o prolongamento da sobrevida, porém com boa qualidade de vida.
Existem controvérsias no tratamento das complicações respiratórias quanto à
execução de exercícios físicos e de treinamento de força e resistência muscular. Alguns
autores relatam efeitos deletérios com os treinamentos, outros já demonstram benefícios, pois
acreditam que desaceleram a progressão do distúrbio respiratório. Na literatura científica,
existem poucas pesquisas sobre este assunto, especificamente. É de fundamental importância
a realização de estudos randomizados e controlados que visem demonstrar os reais resultados
desse tipo de tratamento.
Vale lembrar que a escolha de um determinado programa terapêutico para esta
doença potencialmente fatal depende da opinião não só da equipe multidisciplinar, mas
principalmente do próprio paciente e de sua família, pois são eles quem determina o que seria
uma melhor qualidade de vida.
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