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CADERNO UNIVERSITÁRIO

DISCIPLINA MÓDULO DE FISIOTERAPIA PNEUMOFUNCIONAL I


Código 405581
PROFESSORA AGNES IVANA KOETZ ALOISIO
SUMÁRIO

Introdução 02
Plano de Ensino 03
Anatomia e Fisiologia 06
Mecânica Ventilatória 08
Relação Ventilação/ Perfusão 11
Avaliação Fisioterapêutica Respiratória 14
Testes de Função Respiratória 24
Peak flow 24
Manovacuometria 24
Espirometria 28
Ventilometria 36
Exames Complementares 37
Gasometria 37
Radiologia Torácica 39
Objetivos do Tratamento Fisioterapêutico 43
Desobstrução 43
Reexpansão 43
Recursos Terapêuticos Manuais 44
Padrões Ventilatórios 46
Terapias por Pressão Positiva 52
Oscilação Oral de Alta Freqüência (OOAF) 57
Aspiração de Vias Aéreas 60
Inaloterapia 60
Cuidados no Manuseio com o Paciente 61
Referências Bibliográficas 61
Leitura Complementar 62
INTRODUÇÃO

A disciplina Módulo em Fisioterapia Pneumofuncional I tem por objetivo iniciar o acadêmico no


entendimento da fisioterapia respiratória, reconhecendo os padrões de normalidade da função
ventilo-respiratória, identificando alterações patológicas e, principalmente, elegendo formas de
tratamentos fisioterapêuticos nas diferentes situações.

Esta etapa é de suma importância para o desenvolvimento de outras disciplinas afins e mais
aprofundadas, onde a identificação e entendimento das necessidades terapêuticas de cada paciente,
bem como a aplicação correta e eficaz das técnicas fisioterapêuticas, trarão melhores resultados na
função respiratória e por conseqüência na qualidade de vida dos pacientes, e porque não, satisfação
ao acadêmico e futuro profissional por ter desempenhado seu papel na comunidade científica e na
sociedade.

Este material tem a finalidade de servir como roteiro para o acompanhamento e


desenvolvimento das aulas regulares na disciplina. Salienta-se que cada autor citado como
referência tem repercussão no meio científico e profissional, buscando sempre a manutenção de
conceitos atualizados.
PLANO DE ENSINO

1. EMENTA
Estudo da fisiologia e mecânica do sistema respiratório. Abordagem teórico-prática da avaliação
pneumofuncional, dos procedimentos e técnicas de Fisioterapia Respiratória, utilizados em crianças
e adultos.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA:

2.1 GERAL: Conhecer a fisiologia e a mecânica do sistema respiratório, analisar as possíveis


alterações funcionais e planejar a conduta fisioterapêutica.

2.2 ESPECÍFICO(S): Identificar os principais aspectos da avaliação fisioterapêutica


pneumofuncional;
Conhecer os objetivos e a forma de utilização de manovacuometria, medidas de pico de fluxo
expiratório e espirometria;
Planejar o tratamento fisioterapêutico de acordo com as alterações funcionais que envolvem o tórax
e o sistema respiratório;
Conhecer as indicações a as contra-indicações dos recursos fisioterapêuticos;
Utilizar adequadamente os recursos fisioterapêuticos disponíveis.

3. ABORDAGENS TEMÁTICAS
- Avaliação Fisioterapêutica Pneumofuncional;
- Fisiologia e fisiopatologia respiratória;
- Mecânica Ventilatória;
- Efeitos do posicionamento;
- Testes Complementares: Manovacuometria, Peak Flow;
- Exames complementares: Espirometria, Gasometria arterial e Rx tórax;
- Recursos Fisioterapêuticos Manuais;
- Desenvolvimento Torácico;
- Padrões ventilatórios;
- Recursos com PEP;
- Técnicas de OOAF.
4. Desenvolvimento: Desenvolvimento refere-se ao desdobramento das aulas, conforme o
calendário do semestre. Expressa o desdobramento das abordagens temáticas, aula por aula.
AULA
Aulas teóricas
1 Apresentação da Disciplina e Avaliação Fisioterapêutica Pneumofuncional
2 Avaliação Fisioterapêutica Pneumofuncional
3 Avaliação Fisioterapêutica Pneumofuncional
4 Exames Complementares: Rx Tórax, Manovacuometria, Peak Flow
5 Espirometria e Gasometria Arterial
6 Fisiologia e fisiopatologia respiratória
7 Atividade Semi-presencial teórica (pesquisa)
8 Fisiologia e fisiopatologia respiratória
9 Avaliação teórica de G1
10 Mecânica Ventilatória
11 Efeitos do Posicionamento (relação V/Q)
12 Recursos Fisioterapêuticos Manuais
13 Recursos Fisioterapêuticos Manuais
14 Padrões Ventilatórios
15 Recursos com Pressão Positiva (PEP e PEEP)
16 Atividade Semi-presencial teórica (resenha)
17 Recursos com a OOAF
18 EPAP e CPAP
19 Avaliação teórica de G2
20 Substituição de Grau teórica e prática
AULA
Aulas práticas
1 Apresentação da Disciplina e Revisão Estrutura da Avaliação
2 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
3 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
4 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
5 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
6 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
7 Atividade Semi-presencial prática (montar caso de paciente)
8 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
9 Avaliação prática de G1
10 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
11 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
12 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
13 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
14 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
15 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
16 Atividade Semi-presencial prática ( estudo de caso)
17 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
18 Aula Prática (demonstração do conteúdo desenvolvido em aula)
19 Avaliação prática de G2
20 Substituição de Grau teórica e prática

5.ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA
A disciplina se desenvolve da seguinte forma:

- Aulas teóricas: dialogadas (com recursos áudio-visuais diversos, como por exemplo,
retroprojetor, slides, apresentações em PowerPoint). Desenvolvidas em sala de aula.

- Aulas práticas: atividades com demonstração de avaliação fisioterapêutica pneumofuncional,


bem como dos recursos fisioterapêuticos feitas pelo professor, junto ao paciente e pelo
próprio aluno, sob supervisão e acompanhamento docente. Desenvolvidas em sala de aula e
na Clínica- Escola de Fisioterapia.

- Atividade semi-presencial: pesquisa científica e resenha de artigo científico no cronograma


teórico e acompanhamento de caso clínico no cronograma prático.

É constituída de 50% de aulas teóricas e 50 % de aulas práticas.


ANATOMIA e FISIOLOGIA

A base de qualquer terapêutica está no conhecimento das estruturas e funções normais. Sem isto,
não será possível identificarmos as alterações. Iniciamos com o reconhecimento da anatomia normal
dos pulmões, vias aéreas, caixa torácica e tronco.
Começaremos relembrando alguns conceitos.

SISTEMA RESPIRATÓRIO= CAIXA TORÁCICA + PULMÕES

VIAS AÉREAS

Zona de Condução:

Traquéia, brônquios principais, brônquios lobares, bronquíolos terminais (BT).

• Conduzem o ar até as áreas de troca gasosa;


• “espaço morto” anatômico (150ml);
• Não contém alvéolos.

Zona Respiratória:

BT→ Bronquíolos respiratórios→ Ductos alveolares


ÁCINO = LÓBULO

• Trocas gasosas ( difusão )

IMPORTANTE LEMBRAR

 as vias aéreas inferiores estão submersas no parênquima pulmonar, iniciando pela traquéia e
terminando nos alvéolos;
 as unidades respiratórias (alvéolo-capilar) só estão presentes a partir dos bronquíolos
terminais, na sua porção final, e em maior número e função nos bronquíolos respiratórios, daí
o nome;
 os brônquios mais próximos da traquéia (zona central) são mais calibrosos, enquanto os que
estão mais próximos dos alvéolos (zona periférica) têm diâmetro menor.

CAIXA TORÁCICA

Formada por estrutura óssea, tecido conjuntivo, fáscia, músculos da parede torácica e elementos vasculares e neurais.
As costelas desempenham papéis importantes como proteger os órgãos da caixa torácica e fornece um sistema
dinâmico de alavanca óssea para a ventilação. A parte cartilaginosa das costelas que se unem ao esterno garante uma
articulação, contribuindo para o movimento anterior e lateral (alça de balde) das costelas e caixa torácica.
A região do tronco também é importante, pois nela estão as origens e inserções dos músculos abdominais anteriormente
e dos músculos responsáveis pela postura na face posterior. Estas estruturas participam ativamente na mecânica
ventilatória, que será vista mais adiante.

CONCEITOS

• Pressão Alveolar: pressão existente dentro dos alvéolos. Em repouso é igual a zero. No início da inspiração torna-se
negativa. No início da expiração é positiva.
• Pressão Intra pleural: pressão existente entre as pleuras parietal e visceral. Resultado da soma das forças elásticas.
Tem valor negativo.
• Surfactante: substância tenso-ativa que reveste o alvéolo. Responsável pela diminuição da tensão superficial,
adequando a pressão intra-alveolar.

MECÂNICA VENTILATÓRIA

Músculos da Ventilação

DIAFRAGMA

- mais importante músculo da respiração


- camada muscular em forma de cúpula
- composto pelos hemidiafragmas D e E
- inervação = nervo frênico (C3-C5)
- inserção costal ( no apêndice xifóide e na borda superior
das últimas 6 costelas) e crural (L1,L2, L3)

- Vascularização = artérias mamárias internas


artérias intercostais
artérias frênicas inferiores e superiores
Contração do Diafragma na INSPIRAÇÃO

conteúdo abdominal forçado para baixo e para frente



↑ diâmetro vertical da cavidade torácica

costelas são levantadas e dirigidas para fora
↑ diâmetro transverso do tórax
contração é limitada pelo ↑ da pressão intra-abdominal

 respiração em repouso = diafragma move cerca de 1,5cm

 inspiração e expiração forçada = excursão de até 10cm

 paralisia = movimento para cima (movimento paradoxal)

Eficácia da contração depende:

- comprimento do músculo;
- tipos de fibras musculares;
- velocidade de encurtamento;
- freqüência de estimulação;
- suprimento de sangue e estoques energéticos.

 Maior comprimento inicial maior força gerada


 Músculos respiratórios inspiratórios = mais eficaz próximo ao VR / expiratórios = CPT

ZONA DE APOSIÇÃO
Indivíduos normais ⇒ zona de aposição diminui com a contração

TIPOS DE FIBRAS
- 55% Tipo I ⇒ diâmetro menor, mais enzimas oxidativas, mais mitocôndrias, mioglobinas, maior
tempo de contração, mais resistentes a fadiga, metabolismo oxidativo, trabalho muscular continuado.
- 20% Tipo IIA ⇒ intermediárias
- 25% Tipo IIB ⇒ fadigam rapidamente
VELOCIDADE DE ENCURTAMENTO FREQUÊNCIA DE ESTIMULAÇÃO

CONCEITOS

• Complacência: C = ∆V
∆P

Varia cerca de –2 a –10 l/cmH2O;


Varia em proporção direta com o tamanho pulmonar;
Capacidade de distensão dos pulmões em função da força dos músculos da caixa torácica.

C sistema respiratório = C caixa torácica + C pulmonar

• Elastância: “é a resistência elástica“ imposta pelo duplo fole* à sua distensão.

E = ∆P
∆V

*duplo fole é formado pela caixa torácica e pelos pulmões.

Variação de força muscular da caixa torácica para variar volume pulmonar.

RELAÇÃO DAS FORÇAS AGONISTAS E ANTAGONISTAS DA VENTILAÇÃO

Fase da Forças agonistas Forças antagonistas


ventilação
Forças Musculares F. Elásticas
Inspiração Diafragma Elasticidade dos tec.pulm.
Intercostais externos e Tensão superficial
p.intercartilag. dos internos
Escalenos e ECM

Forças Elásticas F. Não- elásticas

Elasticidade da caixa torácica Resistência ao fluxo


Resist. Viscosa ou
Friccional do tecido
Inércia

F. Elásticas F. Não- elásticas

Elasticidade dos tecidos pulm. Resistência ao fluxo Tensão


superficial Resist. Viscosa ou
Friccional do tecido
Expiração Inércia

Forças Musculares F. Elásticas


Músculos Abdominais Elasticidade da caixa
Intercostais internos torácica
( expiração forçada/ máxima)

RELAÇÃO VENTILAÇÃO / PERFUSÃO

PERFUSÃO

• Dependente da Gravidade
• Baixo regime pressórico
• Mais uniforme nos decúbitos prono e supino

HIPÓXIA ( diminuição da oxigenação)

• Gera aumento da resistência vascular pulmonar;

• Provoca vasodilatação sistêmica

Regiões Superiores

Menor do que as inferiores

diferenças da pressão hidrostática
dentro dos vasos sangüíneos
VENTILAÇÃO

• Dependente da ação da gravidade;


• Dependente do gradiente de pressão pleural (ápice = -10cmH2O e base = -2,5 cmH2O);
• Alvéolos mais distendidos no ápice (menos complacente) e menos na base (mais complacente);
• Ápice é mais ventilado (acúmulo de ar) do que base;
• Região dependente: está a favor da gravidade e ventila melhor.
Regiões Inferiores ⇓
Ventilam mais do que as superiores

Pressão intrapleural menos negativa
Peso do pulmão
menor volume de repouso
maior alteração de volume

Regiões Superiores ⇓
Ventilam menos do que as inferiores

grande volume de repouso
alvéolos maiores
menor alteração de volume

RESUMO

BASE ÁPICE
Volume de repouso maior Volume de repouso pequeno
Alvéolos maiores Alvéolos menores
Alterações volumétricas menores Alterações volumétricas maiores

RELAÇÃO VENTILAÇÃO – PERFUSÃO

• A base é mais ventilada e mais perfundida do que o ápice;


• O ápice tem maior relação V/Q. A taxa de O2 alveolar é superior a da base.
Lei de EULER

V (4l) = 0,8 l/min *VASOCONSTRIÇÃO REFLEXA


Q (5l)

 unidade normal ⇒ alvéolo ventilado/ perfusão adequada


Rel V/Q adequada e eficiente

 unidade shunt ⇒ não ventila / há perfusão


Rel V/Q decrescente

 unidade espaço morto ⇒ há ventilação / não perfunde


Rel V/Q infinito

Quadro sobre as relações de pressão alveolar (Palv), pressão da artéria pulmonar (Pap) e pressão
da veia pulmonar (Pv):

ÁPICE → Palv > Pap e Pv ( zona I )

INTERMÉDIO → Pap > Palv > Pv ( zona II )

BASE → Pap > Palv < Pv ( zona III )

ZONAS DE WEST
HEMATOSE

1. DIFERENÇAS DE PRESSÃO
2. DIFUSÃO MOLECULAR

• Barreira anatômica: endotélio capilar **Alterações= dificuldades


epitélio alveolar nas trocas
espaço intersticial gasosas

• CO2 → 20 vezes mais difusível


• O2 → difunde antes do sangue percorrer a metade do capilar

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA PNEUMOFUNCIONAL

Objetivos: definir as alterações funcionais pulmonares através de exame físico, testes


específicos e exames complementares, adequando os planos de tratamento para cada situação
encontrada.

COLETA DE DADOS
 História da Doença Atual (HDA) → resumo dos problemas ATUAIS
→ informações clínicas

 História da Doença Pregressa (HDP) → doenças e cirurgias prévias e que não se relacionem
ao quadro atual

 História Familiar (HF) → doenças graves e/ou crônicas sofridas por familiares

 História Social (HS) → ocupação atual e passada do paciente.


→ hábitos de vida (tabagismo, alcoolismo,...)
→ condições de moradia e saúde

 História Fisiológica (HFis.) → dizem respeito às doenças crônicas,incuráveis (hipertensão,


diabetes, hepatite,..)

 História Medicamentosa (HM) → lista de medicamentos atuais administrados conforme


prescrição médica
EXAME FÍSICO: 1. Inspeção Estática

2. Inspeção Dinâmica

3. Palpação

4. Ausculta Pulmonar

1.1 INSPEÇÃO ESTÁTICA

 Observação do paciente no leito

 Nível de suporte ventilatório (cateter nasal, óculos nasal,Máscara de


Venturi, Ayre, ventilação mecânica)

 Nível de consciência ⇒ orientação tempo e no espaço

alerta = nível de consciência normal


atende aos comandos verbais
confuso = rebaixamento do nível de consciência (sem sedação)

Resposta Motora - obedece a ordens 6


- localiza dor 5
- reage à dor (retirada) 4
- reage à dor (flexão) 3
- reage à dor (extensão) 2
- sem resposta 1

1.2 AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS (FC, FR,T, PAS, PAD)

T°°C = 36-37,5°°C
↑ hipertermia ( aumento consumo de O2, FC e FR)
↓ hipotermia (tremores e vasoconstrição)
FC = 60-100bpm
- taquicardia= ↑ 100bpm (repouso)
- bradicardia= ↓ 60bpm
FR = eupnéia/normal= 12-16rpm
- taquipnéia= ↑ 24rpm (30)
- bradipnéia= ↓ 10rpm
TA ou PA = PAS = força máxima exigida artérias durante contração do VE 90-140mmHg
PAD = força máxima artérias que permanece após o relaxamento dos ventrículos
60-90mmHg
Avaliação da coloração da pele, edema periférico,...
 1.3 Observação do tórax

- Tórax Cifótico -
Tórax Cifoescoliótico
- Tórax em Tónel
- Pectus Excavatum (tórax de sapateiro)
- Pectus Carinatum / Peito de Pombo

Tórax em Tónel

Eixo ântero-posterior = ou > que eixo transversal


Gradio costal perde sua movimentação normal

tórax com movimento em bloco
ação constante dos músculos acessórios
Tórax Excavatum

Tórax de sapateiro
Depressão do osso esterno e cartilagens costais (região do processo xifóide)

desvios anatômicos na árvore brônquica

Tórax Peito de Pombo


Tórax em quilha
Protusão acentuada do esterno e cartilagens costais
3. INSPEÇÃO DINÂMICA

 3.1 Ritmos Respiratórios/Padrão Respiratório

- normal = regular ( 12-20mpm) / relação I:E= 1:1,5 - 1:2

- Apnéia = ausência respiração maior que 15segundos


- Cheyne-Stokes = irregular (intercala incursões respiratórias profundas com superficiais) ex: ICC,
distúrbios neurológicos graves ou drogas

- Kussmaul = rápida, profunda ex: acidose metabólica (diabética)


- Biot = ritmo totalmente irregular

- Apnêustica (várias apnéias)


- Respiração Paradoxal = parte ou toda a parede torácica move-se para dentro na inspiração e para
fora na expiração

 3.2 Tipo Respiratório ⇒ determinado pelo segmento do tronco que predomina durante
os movimentos respiratórios

- respiração costal superior ou apical ou torácica = predomínio da elevação do tórax sobre


o abdome; comum sexo feminino.

- respiração costal inferior ou diafragmática = predomínio da elevação do abdomem em


relação ao tórax, durante a inspiração

- respiração mista: compartimento torácico e abdominal se movem com a mesma


amplitude.

- respiração paradoxal ou invertida = presença de assincronismo entre o compartimento


torácico e abdominal

IRpA/ fadiga muscular

 3.3 Tiragem ⇒ excesso de retração dos espaços intercostais



obstrução brônquica

colapso do parênquima
pressão negativa maior
Pode ser difusa ou localizada: supraclavicular
infraclavicular
intercostal
subcostal

 3.4 Tosse ⇒ ação reflexa de defesa do organismo

Produtiva ou úmida = secreção fluida


Improdutiva ou seca = sem secreção ou esta está aderida nas paredes internas dos brônquios
Eficaz = remoção do muco das vias aéreas
Ineficaz = sem remoção do muco

⇒ produção diária = 100 cm3 (Pequena, Média,


 Quantidade/Aspecto da secreção⇒
Moderada ou Grande)

 Aspecto ⇒ Mucóide = esbranquiçada (muco denso. Ex: pós-broncoespasmo)


Purulenta= amarelada (muco e fragmentos de células. Ex: inflamação crônica)
esverdeada (muco denso, exsudato e transudato. Ex: quadro
infeccioso - PNM)
Rósea (muco e hemácias destruídas. Ex: edema pulmonar)
Marrom (muco,transudato, exsudato e fragmentos de parênquima pulmonar.
Ex: doenças crônicas pulmonares)

Mucopurulenta
Hemorrágica / sanguinolenta
Hialina
Vômica (presença de conteúdo gástrico)
Palpação Tórax
 Traquéia
 Mobilidade Torácica
 Expansibilidade Torácica (normal= 3-5cm simetricamente)
 Cirtometria ou Toracometria Dinâmica
 Expansibilidade Pulmonar ⇒ expansão simétrica da parede torácica, durante a inspiração
(normal= 3-5cm)

atelectasias
derrame pleural
Pneumotórax
Intubação seletiva
Testes de expansibilidade anterior e posterior:

 Cirtometria Torácica ⇒ medição das circunferências torácicas realizadas nas fases


expiratória e inspiratória máximas
Medidas realizadas:
- nível axilar
- nível apêndice xifóide
- nível intermediário (localização mais precisa do diafragma)
- cicatriz umbilical
Variações consideradas normais da cirtometria:

Inspiração Expiração
∇ ariação
AXILAR 90 95 5 cm

XIFÓIDE 90 94 4 cm

INTERMEDIÁRIO 92 96 4 cm

UMBILICAL 92 97 5 cm

Ausculta Pulmonar
Murmúrio Vesicular
Ruídos Adventícios
- roncos
- sibilos inspiratórios e expiratórios
- estertores

Atrito Pleural

Murmúrio Vesicular = som produzido pela passagem do ar inspirado dos BT aos alvéolos e
vice-versa, na expiração.
- mais audível na fase inspiratória
- mais audível em regiões apicais
- difícil de captar em indivíduos com parede torácica espessa
- abafado em regiões ósseas (esternal,escapular e vertebral)
- pode estar audível, diminuído ou abolido = em razão de adequada ventilação ou não no local
↓ = redução de volume corrente
do calibre das pequenas va
- intensidade = preservado
levemente / moderadamente / severamente diminuído
abolido = peumotórax, obesidade ou hiperinsuflação intensa

Roncos = ruído de tonalidade grave, sua origem se deve a presença de secreção espessa que
se adere as paredes dos brônquios de maior calibre
- predominante inspiratório

Sibilos = ruído de tonalidade aguda


- predomínio expiratório (“chiado”)
- expiratório = broncoespasmo
- inspiratório = redução da luz brônquica por secreção espessa

Estertores = sons úmidos, gerado pela pasagem do ar entre as secreções soltas nas vias
aéreas inferiores.
- indicam a presença de secreção fluida
- líquido na periferia alveolar
- predomínio na fase inspiratória final
- estertores crepitantes = ruídos finos e baixos (“esfregar os cabelos com os dedos”)
líquido intersticial nos alvéolos (ex: pneumonia, SARA ou Edema
Agudo de Pulmão) ou reexpansão de áreas atelectasiadas

- estertores bolhosos = origem na luz da árvore traqueobrônquica alterados pela tosse ou


inspiração profunda

Atrito Pleural = superfícies pleurais estão irritadas por inflamação, infecção ou neoplasia
- estalido ou “som de couro”
TESTES ESPECÍFICOS

PEAK FLOW: avalia o Pico de Fluxo Expiratório, servindo para verificação de possível grau de
obstrução das vias aéreas inferiores.
 Aparelho composto de corpo e bucal
 Realiza-se com o paciente em pé ou sentado ou ainda deitado em decúbito dorsal com a
cabeceira elevada entre 45 e 60°
 Com o bucal colocado na boca e com o auxílio de um clip nasal, pede-se para o paciente
fazer o máximo da sua inspiração (volume de reserva inspiratório - VRI) e logo após, pede-se
a EXPIRAÇÃO com o máximo de força até chegar ao seu volume de reserva expiratório
(VRE)
 Verifica-se o valor obtido no marcador do corpo do aparelho
 Executam-se 3 repetições do procedimento e elege-se como resultado do teste o valor
MAIOR obtido pelo paciente.

MANOVACUOMETRIA: avaliação da força muscular ventilatória

• Capacidade da musculatura respiratória em gerar efetiva contração. (Efetivo trabalho muscular


(ou tensão) que o diafragma pode gerar em uma inspiração forçada máxima)

Avaliação Força Muscular Respiratória


Indireta


Pressões exercidas contra a via aérea ocluída.

• Leo Black e Robert Hyatt (1969)

Utilizaram manômetro com escalas em fases positiva e negativa



Pressões Respiratórias Estáticas Máximas

Manovacuômetro
Digital e Analógico

 ANALÓGICO:

 medição das pressões inspiratória e expiratória máximas

 utilizado em pacientes em ventilação espontânea e em ventilação mecânica

 Pode ser utilizado para calibrar pressão de aparelhos para VNI(ventilação mecânica não-
invasiva), bem como monitorar qualquer terapia pressórica

 DIGITAL:

 mesmas funções do analógico


 possui um software que acompanha o equipamento
 possibilita armazenar dados do paciente bem como todas as suas avaliações
 permite acompanhar a evolução do tratamento através de relatórios gráficos e estatísticos
 diferentes tabelas para adultos e crianças.
Pimax = Pressão Inspiratória Máxima

- Reproduz o índice de força inspiratória (diafragmática).


- Pode ser medida no nariz, na boca e em vias aéreas artificiais

Pemax = Pressão Expiratória Máxima


- Mensura o índice de força expiratória dos músculos da parede torácica e abdominal.

Indicações: Doenças neuromusculares, Esclerose Lateral Amiotrófica, poliomelite, etc.


Deformidades da parede torácica
Avaliação de anormalidades funcionais (diminuição da CVF e do PFE)
Avaliação da resposta da reabilitação pulmonar e cardíaca
Avaliação do processo de desmame da ventilação mecânica
Avaliação da extubação traqueal

Contra-indicações:
• Absolutas
– Angina Instável
– Infarto do Miocárdio recente
– HAS severa e sem controle
– Pneumotórax recente
• Relativas
– Cirurgia Ocular
– Dor torácica ou qualquer outro sintoma que interfira na realização do
exame
Complicações: Angina, tontura ou mal-estar, confusão mental, cefaléia, náuseas e vômitos.

Fatores que influenciam na força muscular:


• Idade: a partir 20 anos ocorre diminuição anual da Pimax ± 0,5 cmH20
• Sexo: os valores para o sexo feminino tendem a ser 70% dos valores do sexo
masculino.

Técnica:
• Via aérea ocluída
• Máximo esforço voluntário e involuntário
• Paciente em repouso e sentado
• Conexão ao manovacuômetro por bucal, TOT ou traqueostomia plástica

Pimax
inspiração intensa e profunda, a partir do VR (volume residual)
• Sustentada por 1 segundo
• Circuito ocluído

Pemax
expiração forçada, rápida e intensa a partir da CPT (capacidade pulmonar total)
• Sustentada por 1 segundo
• Circuito ocluído

Executa-se 3 vezes no mínimo (valores que não diferem mais do que 5%)
Repouso de 30-60 segundos entre testes.

Valores Previstos (Tabela de Black)

Masculino Feminino
Pimax = 143 - 0,55 X idade Pimax = 104 - 0,51 X idade
Pemax = 268 - 1,03 X idade Pemax = 170 - 1,03 X idade
ESPIROMETRIA

• Spirare = respirar + metrum = medida

• Prova de função pulmonar onde se avaliam os volumes e fluxos aéreos

• Auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos


distúrbios ventilatórios

J. Pneumol 28 (3) Outubro de 2002


Diretrizes para Testes de Função Pulmonar

Espirômetros à fluxo

Parâmetro expiratório esforço-dependente



Reflete o calibre vias aéreas proximais
Volumes Pulmonares

Litros
Volume de
reserva
inspiratório

CPT
(6 litros) Volume
corrente
Volume de
reserva
expiratório

Volume residual

Tempo (segundos)

Capacidades Pulmonares

Litros Capacidade Capacidade vital


inspiratória

CPT

Capacidade residual
funcional

Tempo (segundos)
• Capacidade vital (CV) - é a quantidade de ar que pode ser expirada pelos pulmões,
após uma inspiração máxima seguida de expiração máxima. maior volume de ar
mobilizado, podendo ser medido tanto na inspiração quanto na expiração (4,5L; 75% da
CPT).

• Capacidade pulmonar total (CPT) – volume máximo que os pulmões podem alcançar
com o maior esforço possível (7 L).

CPT = CI + CFR CV = VRI + VC + VRE CPT = CV + VR

CPT = VRI + VC + VRE + VR

Indicações:
• Fumantes com idade superior a 40 anos
• Exposição ambiental
• Perícia Médica
• Investigação Pneumológica: dispnéia, sibilância, tosse, cianose, pneumopatias
intersticiais difusas
• Avaliação da resposta ao broncodilatador
• Monitoramento de tratamento: Asma, DPOC, Transplante e Reabilitação
Pulmonar
• Anormalidades extrapulmonares: Cifoescoliose, Doenças neuromusculares,
Obesidade, Pectus excavatum
• Avaliação pré-operatória (risco cirúrgico)
• Avaliação do desempenho físico dos atletas

Contra-indicações:
• Hemoptise
• Dor torácica ou abdominal
• Dispnéia importante
• Mau estado clínico
• Traqueostomizados
• Pneumotórax
• Angina
• Aneurisma
• Cirurgia ocular recente
• Náuseas ou vômitos severos
Critérios de aceitação das curvas:

• Ausência de tosse no primeiro segundo, vazamento, obstrução de peça bucal

• Expiração abrupta sem hesitação

• Inspiração Máxima antes da manobra expiratória

• Duração do período expiratório superior a 6 segundos

Variáveis da curva fluxo-volume

Capacidade Vital Forçada (CVF)



Volume máximo de ar mobilizado com esforço máximo, a partir do ponto de máxima
inspiração (CPT)

Fluxo Expiratório Forçado Médio (FEF25-75%)


Média do fluxo expiratório situado entre 25 e 75% da CVF
Relacionado com as vias aéreas de pequeno calibre

Razão VEF/CVF ou VEF% (Tiffeneau)



Permite corrigir os valores de VEF1 em função das variações de CVF

Pico de Fluxo Expiratório (PFE)



Fluxo correspondente ao extremo da curva expiratória, devendo ser obtido por um
esforço máximo e explosivo inicial
Comentários:
Faixas de registros : 60 - 400l/min = pediátricos
100 - 850l/min = adultos
Fatores que interferem nos valores do teste: Sexo, estatura, idade, valores máximos 20
anos/sexo feminino e 25 anos/sexo masculino e aos 35 anos estáveis, raça, peso.

INTERPRETAÇÃO

Padrões de espirometria
1. Normal
2. Distúrbio ventilatório restritivo
3. Distúrbio ventilatório obstrutivo
4. Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzida
5. Distúrbio ventilatório misto ou combinado
6. Distúrbio ventilatório inespecífico

Valores preditos normais

• CVF > 80%


• VEF1 > 80%
• FEFE 25-75% > 50%
• %VEF1
> 80% em cças e adultos jovens
> 75% em indivíduos acima de 45 anos
> 70% em indivíduos acima de 65 anos
Padrões de espirometria
1. Normal
2. Distúrbio ventilatório restritivo
3. Distúrbio ventilatório obstrutivo
4. Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzida
5. Distúrbio ventilatório misto ou combinado
6. Distúrbio ventilatório inespecífico

Distúrbio Ventilatório Restritivo (DVR)

• CVF diminuída
• VEF1 normal ou diminuída
• %VEF1 normal
• FEF25-75% normal
Caracteriza redução de volumes pulmonares

Padrões de espirometria
1. Normal
2. Distúrbio ventilatório restritivo
3. Distúrbio ventilatório obstrutivo
4. Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzida
5. Distúrbio ventilatório misto ou combinado
6. Distúrbio ventilatório inespecífico

Distúrbio Ventilatório Obstrutivo (DVO)

• VEF1 diminuído
• CVF normal ou baixa
• %VEF1 diminuído
• FEF25-75% diminuído
Caracteriza redução de fluxos aéreos expiratórios
Padrões de espirometria
1. Normal
2. Distúrbio ventilatório restritivo
3. Distúrbio ventilatório obstrutivo
4. Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzida
5. Distúrbio ventilatório misto ou combinado
6. Distúrbio ventilatório inespecífico

Distúrbio Ventilatório Obstrutivo com CVF Reduzida

• CVF reduzida (diferença entre os valores percentuais previstos para CVF e


VEF1 > ou = 25%)
ex: CVF 62% VEF1 30%
• CVF reduzida por provável hiperinsuflação
• aprisionamento aéreo eleva muito VR

Padrões de espirometria
1. Normal
2. Distúrbio ventilatório restritivo
3. Distúrbio ventilatório obstrutivo
4. Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzida
5. Distúrbio ventilatório misto ou combinado
6. Distúrbio ventilatório inespecífico

Distúrbio Ventilatório Misto ou Combinado

• VEF1 reduzido
• CVF reduzida ( > ou = 12%)
ex: asma + obesidade
Padrões de espirometria
1. Normal
2. Distúrbio ventilatório restritivo
3. Distúrbio ventilatório obstrutivo
4. Distúrbio ventilatório obstrutivo com CVF reduzida
5. Distúrbio ventilatório misto ou combinado
6. Distúrbio ventilatório inespecífico

Distúrbio Ventilatório Inespecífico

• padrão pseudo- restritivo


• CVF nl pós-bd
ex: bronquiectasias = fechamento completo de vias aéreas periféricas periféricas

Classificação da gravidade:

Distúrbio VEF1(%) CVF(%) VEF1/CVF

Leve 60-LI 60-LI 60-LI


Moderado 41-59 51-59 41-59
Grave < 40 < 50 < 40

Resposta ao Broncodilatador:

 Indivíduos normais (sem obstrução) :VEF1 maior 10% ou 300ml

 Indivíduos com obstrução :VEF1 maior 0,2l (200ml)


CVF maior que 0,35l (350ml)
Elevação em 12% da CVF e VEF1
RESUMO DOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS EM ESPIROMETRIA

Normal Obstrutivo Restritivo

VEF1/CVF Normal Baixa Normal

Normal ou
CVF Normal Baixa
baixa

VEF1 Normal reduzido Reduzido

CURVAS ESPIROMÉTRICAS

OBS: existe ainda o teste de VENTILOMETRIA para verificação do volume minuto e com isto
determinar o Índice de Respiração Superficial (IRS). Este teste será visto no próximo Módulo onde
serão vistos também os Modos de Ventilação Mecânica.
EXAMES COMPLEMENTARES

GASOMETRIA = Avaliação dos níveis dos gases arteriais


Trocas gasosas normais?
Hipoxemia?
Hipercapnia?
↓ SapO2 durante atividades/exercício?
Distúrbios não-respiratórios?

Indicações:

 Confirmação diagnóstico de IRpA (insuficiência respiratória aguda)

 Monitorização do tratamento da IRpA (Ventilação mecânica, oxigenioterapia,...)

 Alteração observada durante exercício

 Avaliação de distúrbios de troca gasosa

 Diagnóstico de alterações metabólicas

Parâmetros de Avaliação:

 pH
 PaCO2
 PaO2
 SapO2
 HCO3
 Excesso de base

pH: constante relacionada à dissociação do ácido carbônico

pH = Pk + HCO3
PCO2

 Valor normal = 7,35-7,45

PaO2: pressão parcial oxigênio e reflete o transporte do O2 (aa) para o sangue

• Valores de normalidade
adultos jovens = 85-100mmHg
idosos nls = 70-75mmHg

• Valores abaixo = HIPOXEMIA

PaO2= 104,2 – (0,27 X idade em anos)


HIPOXEMIA

importante

< 60mmHg compromete oxigenação tecidual

Ventilação Mecânica ou Catéter (máscara) O2



relação PaO2/FiO2 (Índice de Oxigenação)

 difusão da PaO2 pela FiO2 em valores absolutos
 permite avaliar a oxigenação em diferentes condições de oferta de O2

Fluxo (l/min) FiO2 = [ O2 ]

1 24 %
2 28 %
3 32 %
4 36 %
5 40 %
6 44 %

 PaO2/FiO2 > 400mmHg = normal

 PaO2/FiO2 > 300-400mmHg = déficit de oxigenação

 PaO2/FiO2 < 300mmHg = IRpA

 PaO2/FiO2 < 200mmHg = IRpA grave ou SARA (Síndrome da Angústia Respiratória do


Adulto)

PaCO2:pressão parcial do gás carbônico

• reflete diretamente a ventilação alveolar

• Valores de normalidade : 35-45mmHg

• Valores abaixo = Hipocapnia


• Valores acima = Hipercapnia
INTERPRETAÇÂO

Acidose Respiratória Aguda ↑ PaCO2 (acima 45)


↓ ph ( abaixo 7,35)

Crônica pH normal
PaCO2 alto

Alcalose Respiratória Aguda ↓ PaCO2 (menor 35)


↑ pH (acima7,45)

Crônica pH normal
PaCO2 baixo

Radiologia Torácica

Neste tópico é importante saber identificar as estruturas normais da caixa torácica, para daí então conseguir definir
quando houver alguma alteração.

Começaremos pelo mais básico: definir o que é tecido mole, tecido ósseo e espaço preenchido pelo ar. Quanto mais
densa for a estrutura, mais esbranquiçada ela aparecerá. Então as costelas, o esterno, as clavículas, as escápulas e as
vértebras aparecerão totalmente brancas ao RX. Os tecidos moles serão projetados como se fossem nuvens levemente
esbranquiçadas, enquanto o interior dos pulmões terá imagens mais claras que corresponderão aos vasos e brônquios e
outros espaços totalmente escuros representando a presença de ar dentro destes.

Imagens brancas onde deveriam ser escuras, podem representar a presença de acúmulo de secreção (consolidações)
ou ainda, de atelectasias (colabamento das vias aéreas ou alvéolos). As pleuras não são visíveis a menos que tenham
alterações patológicas como derrames pleurais, pneumotórax (ar entre as pleuras), hemotórax (sangue), empiema (pús)
ou talvez a presença de tumores nas paredes pleurais.

As cúpulas diafragmáticas podem ser observadas, bem como analisadas seu posicionamento dentro do tórax
determinando se os pulmões estarão hipoexpandidos (pouco ar) ou hiperinsuflados (muito ar aprisionado).

A radiologia torácica nos auxilia como fisioterapeutas, para que possamos localizar com mais precisão as alterações nos
pulmões e nos permite fazer o acompanhamento da evolução terapêutica de nossas condutas de tratamento.

É importante salientar que a prática nos auxilia a determinarmos melhor e com mais precisão as alterações, pois cada
indivíduo é diferente e específico e na respiratória, as características das funções pulmonares mudam com grande
dinamismo e em curto espaço de tempo.

Segue o Modelo de Avaliação Fisioterapêutica Respiratória


UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CENTRO DE SAÚDE E BEM-ESTAR
CURSO DE FISIOTERAPIA

Avaliação Fisioterapêutica Respiratória – Paciente Adulto

# Dados de Identificação:

# Diagnóstico Clínico:

# Anamnese:

- Queixa Principal:

- HDA:

- HDP:

- H.Fisiológica / Doenças Associadas:

- H.Familiar / H.Familial:

- H.Social:
(Tabagismo, Etilismo, Drogas)
(Quantidade, Tempo Uso, Tempo Suspensão)

- H.Medicamentosa:
(Antibióticos, anti-hipertensivos, sedativos, vasopressores, analgésicos)
(Especificar nome / sem dosagem)

# Exame Físico:

a) Inspeção:

- Aspecto Geral:

- Sinais Vitais:

FC/ FR/ PA/ SapO2: ____________________________________________________

- Tipo Via Aérea:


( ) Fisiológicas
( ) Tubo Traqueal ( ) TOT ( ) TNT
( ) Traqueostomia ( ) PVC ( ) Metálica

- Ventilação:
( ) Ar ambiente
( ) Oxigenioterapia Tipo / Quant.: ____________________________
( ) Ventilação Mecânica Não Invasiva (Modo, PS / IPAP / PEEP / EPAP)
__________________________________________________________________
( ) Ventilação Mecânica Invasiva (Modo, VM, VAC, FR, PIP, PEEP, FiO2)
__________________________________________________________________
- Tipo Tórax:
( ) Normal
( ) Em Tonel
( ) Pectus Carinatum
( ) Pectus Escavatum
( ) Cifoescoliose
( ) Outros (Especificar) ______________

- Tipo Abdome: - Palpação Abdome:


( ) Normal ( ) Depressível
( ) Escavado ( ) Tenso
( ) Globoso ( ) Doloroso

- Padrão Muscular Ventilatório:


* Normais * Anormais
( ) Costal Superior ( ) Cheyne-stokes
( ) Diafragmático ( ) Biot
( ) Misto ( ) Kussmaul
( ) Paradoxal
( ) Outros _______________

- Profundidade Ventilatória:
( ) Normal (eupnéia: 16- 24 ipm)
( ) Superficial (taquipnéia: ↑ FR)
( ) Profunda (bradipnéia: ↓ FR)

- Dispnéia
( ) Pequenos esforços ( ) Repouso
( ) Médios esforços ( ) Paroxística noturna
( ) Grandes esforços ( ) Ortopnéia

- Uso Musc. Acessória:


( ) 0 - Sem uso musc. acessória
( ) 1 - Atividade somente à palpação
( ) 2 - Uso pouco visível
( ) 3 - Uso moderado
( ) 4 - Uso severo

- Tiragem:
( ) Supraclavicular
( ) Fúrcula Esternal
( ) Intercostal
( ) Sub-costal

- Tosse:
( ) Cinética ( ) Produtiva ( ) Eficaz (secreção deglutida ou expectorada)
( ) Técnica ( ) Improdutiva ( ) Ineficaz
( ) Mecânica

- Secreção:
( ) Hialina (clara de ovo)
( ) Mucóide (branca)
( ) Mucopurulenta
( ) Purulenta
( ) Outras __________________
b) Palpação:

- Mobilidade Torácica:
Antero-posterior: ( ) Móvel ( ) Rígido
Látero-lateral: ( ) Móvel ( ) Rígido

- Expansibilidade Pulmonar:
( ) Paciente com restrição ao leito: (Exame Anterior)
Apical: ( ) Simétrica ( ) Assimétrica - ( ) ↓Dir. ( ) ↓Esq.
Medial:( ) Simétrica ( ) Assimétrica - ( ) ↓Dir. ( ) ↓Esq.

( ) Paciente sem restrição ao leito: (Exame Anterior e Posterior)


* Exame Anterior
Apical: ( ) Simétrica ( ) Assimétrica - ( ) ↓Dir. ( ) ↓Esq.
Medial:( ) Simétrica ( ) Assimétrica - ( ) ↓Dir. ( ) ↓Esq.

* Exame Posterior
Apical: ( ) Simétrica ( ) Assimétrica - ( ) ↓Dir. ( ) ↓Esq.
Medial:( ) Simétrica ( ) Assimétrica - ( ) ↓Dir. ( ) ↓Esq.
Basal: ( ) Simétrica ( ) Assimétrica - ( ) ↓Dir. ( ) ↓Esq.

- Ausculta Pulmonar:
* Murmúrio Vesicular * Estertores Pulmonares
( ) Preservado (Normal) ( ) Roncos
( ) Diminuído ( ) Sibilos Inspiratórios
( ) Abolido ( ) Sibilos Expiratórios
( ) Aumentado (Rude) ( ) Crepitantes

Localizar:____________________ Localizar:______________________

- Grau de Independência Funcional:


# Restrito ao Leito ( ) Sim ( ) Não
# Troca decúbitos ( ) Sim ( ) Não ( ) Com dificuldade ( ) Com auxílio
# Troca Posturas ( ) Sim ( ) Não ( ) Com dificuldade ( ) Com auxílio
# Deambula ( ) Sim ( ) Não ( ) Com dificuldade ( ) Com auxílio
# Realiza AVD(s) ( ) Sim ( ) Não ( ) Com dificuldade ( ) Com auxílio

- Testes Específicos:

# Peak Flow: _________ L/min.

# Manovacuometria:

PiMáx.: ____________cmH2O

PeMáx.: ____________cmH2O

- Exames Complementares:

Material elaborado e revisado por: Cristiane Genehr, Cristiane Brenner Eilert Trevisan e Agnes Ivana Koetz Aloísio
OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

Sempre que pensamos em tratamento na área respiratória deve-se seguir uma regra básica:

1º - desobstruir;
2º - reexpandir / desinsuflar

Ainda poderemos incluir nos objetivos o Treinamento Muscular Ventilatório quando houver
necessidade (ex.: pacientes muito tempo em ventilação mecânica invasiva), por perda de massa
muscular ou lesão nervosa, entre outras causas.
Desobstrução:
Eliminação normal de secreções exige

• Transporte mucociliar adequado
- alts na função ciliar
- depuração
• Tosse eficaz

Sinais Clínicos de Acúmulo de Secreções


- alterações na temperatura corporal
- alts na FR, FC,TA
- alts na ausculta pulmonar

Conseqüências: inflamação, obstrução de vias aéreas, atelectasias.


 Descolamento de muco brônquico

 Deslocamento de muco brônquico

 Eliminação de muco brônquico


RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS

Formas convencionais de descolamento do muco:

1. Percussão Torácica

Propagação de ondas de energia mecânica que são aplicadas na PT e transmitidas aos pulmões
Aumenta a pressão intra-torácica
Freqüência = 20-25Hz
Variações: - Tapotagem (Clapping) = “mãos em concha”
- Punho-percussão (Flapping)
- Dígito-percussão (Tenting)
Contra-indicações: American Association Respiratory Care (1991)
Condições ortopédicas:
- fraturas de costelas
- osteoporose
- osteomielite

Condições pulmonares:
- broncoespasmo
- hemoptise
- dispnéia intensa
- Pneumotórax
- Tuberculose
- contusão pulmonar

Condições oncológicas:
- metátases ósseas
- ressecção tumoral de tórax ou pescoço
- coagulopatias

Condições variadas:
- enxertos cutâneos
- queimaduras
- enfisema subcutâneo
- ferimentos torácicos abertos

Tempo: considerar a ausculta pulmonar e a individualidade de cada paciente

Intensidade: variação conforme a idade e condições musculares

2. Vibração Torácica
movimentos oscilatórios rápidos, realizados contraindo isometricamente os mm da mão e antebraço
e na direção em que as costelas e os tecidos moles se movem, executados principalmente na fase
expiratória.
Vibrocompressão = aumenta o estímulo tátil e consiste em aplicar sobre o tórax uma força
relativamente constante em compressão com objetivo = promover aumento do fluxo expiratório,
proporcionando auxílio para o deslocamento das secreções.
No recém-nascido se faz com 2 dedos (um por cima do outro) e por um tempo de 3 – 5
minutos.
As contra-indicações são as mesmas da percussão torácica.

TEMP = terapia expiratória manual passiva: funciona muito semelhante à compressão, podendo
ter uma forma brusca ou lenta de acordo com os objetivos e sinais clínicos do paciente no momento.

PADRÕES VENTILATÓRIOS
Fatores que podem alterar o padrão ventilatório do indivíduo:
 ↑ da resistência de vias aéreas
 ↓ da Complacência
 Distúrbios Obstrutivos e Restritivos
 Esforço físico
 Gravidez
 Anemia
 Hipertermia
 Drogas
 Alterações posturais
1. Padrão Ventilatório Tranquilo (Quiet Inspiration)

 Regime de ventilação pulmonar realizado de forma suave, disciplinada, com inspirações


nasais ao nível de VCI e expirações ao nível de VCE (nasal ou oral)
 Fluxo aéreo de predomínio laminar
 Baixas velocidades

2. Padrão Ventilatório com Inspiração Profunda (Deep Inspiration I)

 Predomina a inspiração profunda (não excessiva), ao nível de VRI médio (sem alcançar a CI
máxima)
 Inspiração lenta e uniforme (via nasal)
 Expiração oral, sem variações bruscas (não excedendo ao nível de VRE)
Objetivos
 aumenta a profundidade ventilatória
 aumenta ventilação em bases pulmonares
 aumenta a complacência
 utilizado na prevenção de atelectasias

3. Padrão Ventilatório com Inspiração Profunda (Deep II)


 Inspiração profunda ao nível de CI máxima
 Inspiração nasal, lenta e uniforme (cuidar o W inspiratório)
 Apnéias pós-inspiratórias seletivas

Facilitam a hematose nas unidades alvéolo-capilares

4. Padrão Ventilatório com Inspiração Fracionada ou em Tempos (IF)

 Inspiração nasal, suave, interrompida por curtos períodos de apnéia pós-inspiratória


 Programada para 2, 3, 4, 5 ou 6 tempos repetitivos
 Expiração oral até o nível de repouso expiratório (podendo se estender até o VRE)

Objetivos
 melhorar a complacência tóraco-pulmonar
 incremento da CI
 aumenta o fluxo aéreo, predominantemente nas zonas médias e basais

Contra-indicação
 pacientes com elevada resistência das vias aéreas

5. Padrão Ventilatório com Soluços Inspiratórios (SI)


 Inspiração subdividida em inspirações curtas e sucessivas, sem apnéia pós-inspiratória, até
completar a CI máxima e a CPT
 última inspiração por via oral
 Expiração oral

Objetivos
 reexpandir zonas basais
 incremento da CRF e do VRI
 promove a dilatação brônquica
 diminui o infiltrado intersticial e a congestão vascular pulmonar

6. Padrão Ventilatório com Expiração Abreviada (EA)

 Inspiração nasal, suave e profunda, em seguida expira-se uma pequena quantidade de ar


 Volta a inspirar profundamente e expira novamente uma pequena quantidade de ar
 Inspira profundamente pela última vez e então, expira completamente. Rel I:E= 3:1

7. Padrão Ventilatório com Inspiração Máxima Sustentada (SMI)


 Consiste na utilização de inspirômetros de incentivo

ocasionam um trabalho ventilatório, caracterizado por inspiração ativa forçada, que deverá ser
sustentada por um determinado intervalo de tempo
 Inspiração é realizada de forma oral, ativa e profunda, sendo seu início de forma rápida
 Expiração até a CRF
Tipos: Fluxo e Volume

INSPIRÔMETROS A FLUXO
O volume mínimo de ar inalado através do equipamento, é o produto do fluxo x tempo

INSPIRÔMETROS A VOLUME
- Marca-se com o ponteiro o volume inspirado desejado
- Orienta-se o paciente a manter, durante a inspiração, o topo do marcador, entre os
indicadores da janela
- Nesta posição otimiza-se a distribuição de ar por todo o pulmão do paciente
Objetivos
 atua no acréscimo do VRI e da CPT
 aumenta a pressão transpulmonar
 facilita a hiperdistensão alveolar

8. Padrão Ventilatório Lapena

 Inspiração e Expiração em 2 tempos, com apnéias pós-inspiratórias


 Relação I:E equilibrada
 Inspiração nasal, atingindo a CI máxima e expiração oral atingindo o VRE máximo

8. Padrão Ventilatório com Inspiração Abreviada

 Inspiração lenta, suave e uniforme até atingir a CI máxima


 Apnéia pós-inspiratória
 Expiração oral com frenolabial até o VRE médio
 Inspiração nasal ao nível do VC
 Expiração oral até o VRE médio
 Inspiração ao nível do VC
 Expiração oral até o VRE médio
 Inspiração nasal, lenta até a CI máxima

Objetivos
 DESINSUFLAÇÂO pulmonar
 manutenção de elasticidade tóraco-pulmonar
10. Padrão Ventilatório com Freno Labial

 consiste na expiração realizada com os lábios franzidos ou os dentes semifechados


Objetivos: ↑ VC, ↓ FR, melhorar nível de oxigenação pela manutenção de pressão positiva
nas vias aéreas.

Cuidados
Respostas Anormais ao Exercício
- ↑ FC= 20-30bpm acima do nível basal
- ↓ FC= abaixo do nível basal
- ↑ PAS= 20-30mmHg acima do nível basal
- ↓ PAS= > 10mmHg abaixo do nível basal
- alterações importantes na SpO2
- ↑ do trabalho respiratório

RECURSOS COM PRESSÃO POSITIVA

PEEP: É a manutenção artificial na via aérea de uma pressão positiva supra atmosférica,
depois de uma expiração completa
 Trata-se da aplicação com finalidade terapêutica, de uma resistência na fase expiratória do
ciclo respiratório, com o propósito de manter uma pressão positiva na via aérea em toda a
fase (principalmente no final).

Efeitos fisiológicos da PEEP sobre o sistema pulmonar:

 ↑ da CRF ⇒ maior oxigenação, ↑ PaO2 porque o diâmetro alveolar cresce linearmente

 Recrutamento alveolar
 ↓ do Shunt intrapulmonar ⇒ remoção de secreções, aumenta a ventilação colateral
 Deslocamento dos PIP
 ↑ volume de gás alveolar, ↑ PaO2
 melhora da relação V/Q

Efeitos da PEEP no sistema cardiovascular:

 ↑ da PEEP ⇒ aumento da pressão intratorácica, da pressão pleural e do volume


pulmonar

pode ter repercussões sobre o débito cardíaco (DC)
produz compressão física do coração

Complicações do uso da PEEP:


PULMONAR:
- Barotrauma Espaço Morto
- Hipoxemia refratária ↑ Trabalho respiratório
CARDIOVASCULAR: ↓ DC, ↑ pressão pulmonar, ↓ diurese
Indicações da PEEP:
 Mobilização de secreções retidas
 Hipoxemia
 Prevenção ou reversão de atelectasias
 Diminuição do aprisionamento aéreo
 SARA

 Formas de aplicação: EPAP, Terapia PEP, VMNI, VMI

EPAP

 Aplicação da PEEP em ventilação espontânea através de máscara, tubo ou


traqueostomia
 Aplica-se terapeuticamente para aumentar a oxigenação arterial, aumentar a
complacência e adequar um programa de treinamento muscular respiratório
 Necessita de um “sistema fechado”e pressurizado

Componentes do sistema
- máscara facial/ tubo endotraqueal/ traqueostomia de PVC
- válvula unidirecional
- mecanismo de resistência expiratória
Válvula Unidirecional: semelhante ao tubo T, apresenta em suas extremidades membranas que se
abrem ou fecham; dependendo da fase do ciclo respiratório

Válvula Spring Loaded: Mecanismo de Resitência Expiratória


LIMIAR PRESSÓRICO
Não Dependente da Gravidade = maior comodidade na aplicação da terapia PEEP,
representado pelo sistema “Spring Loaded”
Ventilação Mecânica Não-Invasiva (VMNI)

CPAP: é o mesmo mecanismo do EPAP somado a um gerador de fluxo na fase inspiratória com fins
de auxílio à ventilação, melhorando a qualidade da respiração.

Máscara de CPAP Gerador de Fluxo

Paciente em VMNI Prong Nasal


Terapia PEP

 Similar a técnica EPAP, exceto quanto ao tipo de resistor expiratório



Resistor de Fluxo
(sistema de orifícios)

 Sistema com diversos orifícios que estabelecem, por diferentes diâmetros o nível de
resistência expiratória

 PEEP não é constante


Fluxo ↑ = PEEP ↑

Padrão de Respiração Ideal:

INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO

- nasal, lenta, suave e uniforme - oral, prolongada e uniforme


- sem grandes volumes - ao nível da CRF (ou VR)
- expiração com frenolabial

Monitorização da Terapia por PEEP/PEP:

 PaO2 e SaO2
 Sinais vitais (FR, FC, PA)
 Consumo de oxigênio
 Ventilação e Espaço morto
 Shunt intrapulmonar
 Complacência pulmonar

TÉCNICAS DE OSCILAÇÃO ORAL DE ALTA FREQÜÊNCIA (OOAF)

Definição:

 Aplicação terapêutica periódica ou intermitente de resistor de limiar pressórico do tipo


gravitacional à fase expiratória do paciente

 Produz frenagem do fluxo expiratório pela produção de curtas e sucessivas interrupções à


passagem deste
Flutter Acapella

Shaker

Efeitos fisiológicos:

 Oscilação promove a dilatação dos brônquios


- diminuindo a aderência as secreções brônquicas


- evita colapso precoce da via aérea
- ↓ Trabalho respiratório e ↑ Capacidade vital

Indicações: Contra-indicações:

 Tosse persistente Pneumotórax


 Bronquiectasias ICC descompensada
 DPOC Instabilidade clínica
 Fibrose Cística
 Asma

Freqüência de estimulação:

 Depende
- viscosidade do muco brônquico
- elasticidade do tecido pulmonar

 Duração
- até eliminação do muco (20-40 minutos)
FLUTTER

 equipamento portátil
 composição: corpo do aparelho (peça bucal)
cone ( funil circular)
esfera de aço inoxidável
capa protetora (capuz perfurado)
 mecanismo de ação
- freqüência oscilatória de vibração (6-26Hz)
- pressões (5-35 cmH2O)
- aceleração do fluxo expiratório = pressão do ar expirado empurra a esfera que rola até o ponto mais alto do cone;
pressão aumenta progressivamente

SHAKER

ACAPELLA

 mecanismo de ação: freqüência oscilatória de vibração (0-30Hz), aceleração do fluxo expiratório, aumenta a
pressão intermitente endotraqueal.
Aspiração de Vias Aéreas

Esta técnica é usada quando há necessidade de auxílio para remoção das secreções das vias aéreas.
Normalmente faz-se após a aplicação de outras técnicas de descolamento e deslocamento da secreção e aí então se
aspira o muco através de sonda conectada ao sistema de vácuo.
É importante comentar que cada local ou serviço de saúde tem o seu próprio protocolo para o procedimento de
aspiração, que geralmente está em acordo com o Centro de Controle de Infecções.

Os materiais necessários, em geral, compõem-se de sonda (cujo calibre varia de acordo com o diâmetro e dimensão da
via a ser aspirada); luvas de procedimento ou estéreis; conector do vácuo; recipiente para coleta do material
aspirado; gaze.

Quando o muco fica muito espesso e difícil de ser aspirado pode-se instilar SORO FISIOLÓGICO na via aérea (em torno
de 2-3 ml) para facilitar o processo. ATENÇÃO: NUNCA usar Água destilada!
Ela provoca broncospasmo das vias aéreas!

A aspiração é utilizada pela fisioterapia como mais um recurso para a eliminação da secreção que obstrui as vias da
ventilação, portanto deve ser usada quando o fisioterapeuta identifica sua necessidade e não como um procedimento de
rotina.

Inaloterapia

Consiste no uso de nebulizações e vaporizadores como recursos para a eliminação dos fatores de obstrução das vias
aéreas.

Existem vários tipos e modelos de Inaladores no mercado, porém devemos ter cuidado com a real indicação deste
recurso. Os nebulizadores ultrassônicos introjetam partículas líquidas muito pequenas na via aérea, podendo em certas
situações, causar um acúmulo de líquido dentro dos alvéolos prejudicando a respiração e trocas gasosas, principalmente
em pessoas idosas ou bebês prematuros.

A associação de medicações broncodilatadoras só pode ser feita mediante a prescrição e indicação médica para tal.
FISIOTERAPEUTA NÃO PRESCREVE MEDICAÇÕES!!!
Cuidados no manuseio com o paciente:

Sempre que trabalhamos na recuperação da capacidade ventilatória e respiratória de um indivíduo precisamos estar
atentos às características do próprio indivíduo. Usaremos os recursos disponíveis de acordo com a nossa habilidade e
competência para este fim. É preferível utilizar um único recurso, bem aplicado, com bons resultados, do que lançar mão
de várias técnicas e não ter efetividade em praticamente nenhuma delas, não obtendo assim o resultado esperado e
necessário.
Precisamos estar conscientes de que lidamos com uma das funções vitais do nosso paciente: a RESPIRAÇÂO. E
quando temos em nossa frente um indivíduo com sofrimento , cansaço e desespero, à procura de “ar”, devemos tentar
entender que existe uma vida em pauta e, sendo responsáveis e competentes no que executamos, poderemos, com
certeza, auxiliar nesta “procura”, para que no final, os olhos que mostravam desespero, agora nos mostram gratidão pelo
nosso apoio e tranqüilidade para mais um dia de liberdade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÁSICAS

COSTA, D. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Atheneu, 1999.


SILVA, L. C. C. Condutas em pneumologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
WEST, J. B. Fisiologia Respiratória Moderna. São Paulo: Manole, 1996.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES

FROWNFELTER, D.; DEAN, E. Fisioterapia cardiopulmonar - princípios e prática. Rio de Janeiro: Revinter; 2004.
PRYOR, J. A.; WEBBER, B. A. Fisioterapia para problemas respiratórios e cardíacos. 2.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
DeTURK,W.; CAHALIN, L. Fisioterapia Cardiorrespiratória baseada em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2007.
IRWIN,S.; TECKLIN, J.S. Fisioterapia Cardiopulmonar. São Paulo: Manole, 2003.
PORTO, C.C. Semiologia Médica. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
SLUTZKY, L.C. Fisioterapia Respiratória nas Enfermidades Neuromusculares. Rio de Janeiro: Revinter, 1997.
SOBOTTA. Atlas de Anatomia Humana. 20ª Ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.
NETTER, F. H.Atlas de Anatomia Humana. 2ªed. Porto Alegre: Novartis, 2000.
Outras Leituras Recomendadas:

Sítios de pesquisa
www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi
www.pedro.fhs.usyd.edu.au/index.html
www.chestjournal.org
www.fisiorespiratoria.com.br
www.sbpt.org.br
www.sobrafir.com.br
www.jped.sbp.org.br

Periódicos
Chest
Physical therapy
Revista Brasileira de Fisioterapia
Jornal de Pneumologia
Thorax
American Journal Respiratory Critical Care Med
European Respiratory Journal
American Rev Respiratory Disease

Obs.: todas as fotos envolvendo pacientes foram autorizadas pelos mesmos e/ou seus responsáveis.

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