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COM
Henri Matisse
OLHOS
DE
CRIANA
O desenho a possesso. A cada linha deve corresponder uma outra linha que
faa um contrapeso, da mesma forma que se abraa, que se possui com dois
iZu~tra~o
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de Mnuro Claro
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realmente criadora; ser-lhe- necessrio, para alcanar isto, tender para
o despojamento mais do que para a acumulao de detalhes; escolher, por
exemplo no desenho, entre todas as combinaes possveis, a linha que se
revelar plenamente expressiva, e como que portadora de vida; pesquisar
estas equivalncias pelas quais os dados da natureza se acham transportados
para o dominio prprio da arte. Na "Nature morte au magnolia", representei
em vermelho uma mesa de mrmore verde; em outro lugar, precisei de uma
mancha preta par a evocar o reflexo do sol no mar; todas estas
transposies no eram nem um pouco o efeito do acaso, ou sabe l de que
fantasia, mas sim o resultado de uma srie de pesquisas, em seguida das
quais essas tintas me pareciam necessrias,. visto sua relao com o resto
a composio, para da~ a impresso desejada. As cores, as linhas so
foras, e no jogo dessas foras, no seu equilbrio, reside o segredo da
criao.
Na capela de Vence, que o resultado de minhas investigaes
anteriores, eu tentei realiz'ar esse equilbrio de foras; os azuis, os
verdes, os amarelos dos vitrais compem no interior uma luz que no ,
propriamente falando, nenhuma dps cores empregadas, mas o produto vivo de
sua harmonia, de suas relaes reciprocas; essa cor-luz era destinada a
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