PESCA COM AMOSTRAS
E
Neste artigo irei procurar dar-vos algumas
das minhas opiniões e opções em termos
de questões práticas relacionadas com a
pesca ao robalo com buldo, deixando desde
já claro que irei aqui englobar a pesca com
bóia de água ou bulrag, para pescas mais à
superfície e a pesca com chumbadinha, para
quando enfrento piores condições de mar
ou corrente.
Autor: Fernando Corvelo
Buldo
Imagens: Fernando Corvelo e Redacção
www.robalos.blogspot.com
DICAS práticAS PARA amostras e montagens
Pesca
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m cada zona da
costa portuguesa
existirão variantes
ao que aqui vos
vou transmitir, não
apenas em termos de materiais
que irei referir, quer no que
diz respeito à forma como os
utilizo ou até quanto à opção
por uma ou outra amostra
montada de forma diversa.
Serve isto para mais uma vez
vos dizer que, na pesca não
existem verdades absolutas,
nem conceitos determinativos
que nos permitam dizer com
100% de verdade que devemos
fazer assim ou assado no que
diz respeito à pesca do nosso
predador. De facto, aquilo que
pode ser bom para pescar na
costa de Sintra, pode não ter
resultados na costa alentejana e
nem sequer se adaptar à costa
Norte de Portugal. Se é verdade
que existem variáveis que se
podem manter, muito da pesca
ao robalo passa pela capacidade
de entender o pesqueiro local e
a ele adaptar a melhor técnica.
Amostras
Nesta modalidade de pesca, as
amostras mais utilizadas serão
talvez os famosos “pingalins”.
Existem em vários tamanhos e
cores, sendo que a sua esco-
lha vai sempre depender das
condições atmosféricas (tempo
aberto ou nublado), da cor da
água e da zona onde iremos
pescar.
As cores que mais utilizo são,
sem dúvida o verde, o vermelho
e laranja. É certo que existem
outras cores com grandes pro-
vas dadas, mas na minha zona
de pesca estas são as dominan-
tes e aquelas que rendem
mais peixe. Na zona de
Peniche, por exemplo,
uma cor excelente é o
cinzento, mas que nas
minhas águas não é muito
atraente, não entrando por
isso na minha selecção.
Quanto ao tamanho opto por
dois tamanhos. O de 10, 5 cm e
um maior de 12,5 cm, deixan-
do de lado os mais pequenos,
que são utilizados com êxito
em algumas zonas do Algarve.
Utilizo-os com anzóis VMC
Sea Kirby Bent Aside, no n.º
3/0 para os primeiros e no n.º
4/0 para os segundos. Estes
anzóis têm uma curvatura que
fazem os pingalins trabalhar
tipo uma hélice dentro de água.
Como não gosto muito disso,
opto por os endireitar, que
faz o pingalim ter um efeito
mais ondulante, desgastando
muito menos o fio do estralho.
Existem outros pescadores
que usam anzóis de haste mais
curta com este tipo de amostra,
mas eu prefiro estes mais
compridos pois assim evito que
“subam” pela amostra, fazendo
com que esta mais uma vez
tenha um trabalhar quase de
O risco de torções no estralho pode
ser evitado com pequenas alterações
nos materiais originais e que podem
passar por endireitar dos anzóis
ventoinha, torcendo
todo o fio. Também
opto por não utilizar
destorcedor no pingalim,
como é comum encontrar
em muitos locais e como esco-
lha de muitos pescadores. Opto
quase sempre pela simplicida-
de.
Para além dos pingalins, uso
as também famosas Raglou, da
Ragot, amostras lendárias, que
tantos e bons resultados vão
produzindo. As minhas cores
preferidas são o verde e branco,
o azul e branco, o vermelho
tijolo e o verde opaco. Os tama-
nhos 8,5 cm e 10,5 cm são os
que mais utilizo, embora
os de 12 cm sejam bastan-
te eficazes em determinados
mares mais agitados ou mesmo
águas mais turvas. Outra das
minhas preferidas é a Redgill,
especialmente em preto para
pescar de noite.
Também gosto de pescar com
as Sandra, da Delalande, um
shad muito efectivo quando
utilizado em conjunto com
uma bóia de água ou um
bulrag. Tem um trabalhar
espectacular dentro de água e
os robalos parecem apreciar
estas pequenas maravilhas de
amostra.
Quanto ao tamanho dos
estralhos opto geralmente
por estralhos compridos (3
a 4 metros) em nylon, nos
diâmetros entre o 0,30 e o 0,40,
consoante tenha areia ou pedra
no pesqueiro. Aqui também
já sabemos que quanto mais
fino pescarmos mais natural
fica a amostra dentro de água
mas também aumentamos
o risco do estralho enrolar
ou ficar mais frágil devido à
torção que sofre. O tamanho
do estralho tem também a ver
com o tamanho da cana e
com o pesqueiro. Canas
de 4,50 metros permi-
tem estralhos grandes e
aconselham-se para zonas
de pedra ou para pescar
dentro de água. Canas de
3,90 ou 4.20 metros levam
estralhos mais curtos e serão p
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 Comparação entre
anzol de patilha curta
e outos de patilha
longa e torcida.
melhores para zonas com mais
areia e para pescar fora de água.
Montagens
A montagem que mais utilizo
actualmente é uma montagem
extremamente simples e que
executo com o próprio fio que
tenho no carreto, geralmente
duas vezes o tamanho da cana
em 0,45 ou 0,40, conforme
vá utilizar estralhos mais
ou menos finos. Esta ponta
serve para compensar a falta de
elasticidade do multifilamento
com que pesco (0,16 ou 0,19)
e para aumentar a resistência
à erosão que o fio vai sofrendo
dentro de água, nomeadamente
ao roçar nas pedras. Pegando
na parte terminal da baixada,
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faço uma dobra de cerca de 50
cm, geralmente meço da mão
até ao cotovelo, e depois faço
uma laçada com nó de oito
para colocar o destorcedor da
chumbada e faço outra cerca
de 15 cm acima para servir de
batente ao estralho que vai an-
dar livremente entre estes dois
nós. Esta montagem permite,
sem a utilização de destorce-
dores ou outros acessórios, que
Existe uma palete de cores bem
sucedidas de pingalins de
acordo com a zona do País onde
pescamos com o buldo
Anzol torcido na sua versão
original e direito após
correcção com alicate; o
intuito é evitar a rotação
dos pingalins e consequente
torção no estralho.
o estralho funcione de uma
forma muito eficaz. Quando
pesco com chumbada aproxi-
mo mais os dois nós de batente;
para pescar com bóia de água
afasto-os, permitindo que o fio
tenha uma maior amplitude
de deslocação. Outras possibi-
lidades de montagens passam
pela utilização de um destor-
cedor com clip de onde parte o
estralho e que permite também
um destorcedor de correr desliza
entre dois travamentos feitos por
O robalo continua a ser o peixe
mais procurado e não são só os
pequenos exemplares desta espécie
que atacam os pingalins
colocar a chumbada. Existem
no mercado já destorcedores
especialmente indicados para
o buldo e que são extrema-
mente fáceis de utilizar. Estas
foram apenas algumas ideias
que vos deixei sobre buldo e
aquilo com que pesco. Agora
que o mar fica mais forte e as
condições atmosféricas não
são as mais favoráveis à pesca
com amostras leves como as p
que costumamos utilizar no
spinning, o buldo surge como
uma excelente oportunidade
para continuarmos a pescar
e a apanhar uns belos robalos
sempre com moderação e bom
senso. Não se esqueça: liberte
hoje para continuar a pescar
amanhã!j
Esquema terrivelmente simples
e eficaz para chumbada, onde
laçada dupla.
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