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[Universidade de Aveiro]
Janeiro 2004
I
João Vasco Neves
Mestrado em Design, Materiais e Gestão do Produto
2
) Índice
n Classificação Estilística
Nota Introdutória …………… 08
Levantamento …………… 10
Sintetização …………… 21
Ordenação cronológica …………… 22
Simplificação …………… 23
Classificação Proposta …………… 24
n Outras Classificações
Classificação dos caracteres quanto à forma …………… 30
3
n Do ponto didot, ao pixel.
Breve História Tipográfica
4
estudos se torna imparável, constituindo um dos factores decisivos da
insustentabilidade da cópia não ser mecanizada e multiplicada ao infinito, tal como
hoje, na informatização do texto que assume aspectos preocupantes de globalização:
mais uma vez, a necessidade provoca a inovação com consequências imparáveis.
A revolução da tipografia, ou seja da invenção da letra de forma, a par com a
revolução originária da escrita, foram marcos decisivos para a resultante civilizacional
e cultural do mundo moderno: no meio, sempre presente, incansavelmente, o copista-
calígrafo, o compositor tipográfico, o digitalizador de textos ou introdutor de dados
informáticos, permanecem constantes na sua essência que é a de transcrever as letras
e as palavras do texto, sem a sua cabal inteligência ou compreensão, sustentados por
um aparelho erudito ou criador, que vai do revisor ao tradutor, e ao comentador e
autor.
O inventor da tipografia de caracteres móveis, Johann Gensfleish zum Gutenberg
(nascido à volta de 1400 e falecido em 1468), conseguiu executar uma síntese
científica e técnica em várias actividades que pouco a pouco se aproximavam do livro
impresso como processo acabado: o aperfeiçoamento da prensa de rosca, para vinho
ou azeite, transformada para receber o papel, a substituição dos blocos de madeira
com letras por todo o processo de gravação e metalografia da letra de forma ou
caracter tipográfico. Ou seja, processos derivados da tipografia xilográfica
(calendários, ex-votos ou indulgências, etc.), as artes da ourivesaria no trabalho de
gravação e utilização de punções de letras, vinhetas decorativas ou marcas de ourives,
a fundição de bronzes e outros metais (moeda) para sinos, canhões e tantos outros
artefactos.
Este processo de escrita artificial, de caracteres móveis que eram compostos
manualmente, durou até ao presente século na indústria tipográfica. A letra de forma
foi inicialmente desenhada e fundida de modo a imitar perfeitamente a letra de mão,
para que, uma vez impressa, emprestasse a ilusão de que um manuscrito se tratava.
Desde logo se faz menção da inovação da letra de forma obtida através de
punções e do seu uso tipográfico, com a combinação, proporção e harmonia dos tipos
de letra.
Já se considerou que a dimensão da página e da empaginação desde logo
obedeceu a uma proporção que distribuía geometricamente a justificação da linha de
texto e respectiva mancha tipográfica em relação aos brancos de página ou margens.
Porém, esse exame exige o desenho da própria letra, num caminho de como quem vai
da molécula à partícula do átomo: sem dúvida, existe um proporção divina em todas
as coisas que a ciência nos revela. Isso foi tentado desde os alvores do Quatrocento
por frei Luca Pacciolli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, ao escrever a sua
famosa obra De Divina Proportione, impressa em Veneza, 1509. Aí deduz o
desenvolvimento geométrico das letras do alfabeto segundo uma grelha. Contudo,
estas discussões que se estenderam a Albrecht Dürer e Geoffroy Tory, nos inícios do
século XVI, não foram prementes no espírito de Gutenberg, ao reproduzir o desenho
5
caligráfico do alfabeto «textura» utilizado pelos copistas alemães, apesar de
mencionar expressamente a proporção e a harmonia dos caracteres de letra móveis
entre si.
O estilo denominado gótico, abrangia, respectivamente, das obras de teologia
como a Suma Teológica, às obras de texto litúrgico, de corpo maior, definindo um
canon próprio, às obras de temática essencialmente literária ou mesmo de direito,
baseado na prática das chancelarias, de carácter cursivo. O estilo da letra humanística,
baseada na letra romana, portanto recuperada, como o grego, dos textos dos clássicos
latinos e gregos, para além de adoptar o desenho da minúscula carolina, é que foi
objecto de elucidação geométrica.
Gutenberg obtém a harmonia e a proporção dos seus caracteres na medida em
que é fiel ao estilo caligráfico da letra, ao mesmo tempo que respeita as relações
proporcionais dos caracteres entre si, ainda que só muito tarde, no século XVIII fosse
definida a sua principal medida, o ponto tipográfico ( = 0,343 mm.), mercê dos
trabalhos de Fournier Le Jeune, em 1737 e Francisco Ambrósio Didot em 1775, com
uma relação proporcional de 1:12 (quanto a Portugal, o ponto Didot só foi adoptado
em 1851 na Imprensa Nacional, mais de meio século depois). Os corpos de letra não
eram definidos por qualquer medida de referência, mas denominados segundo uma
terminologia utilitária que definia as suas características: parangona, texto, tanásia,
leitura, intérduo, breviário ou solfa, para citar a nomenclatura dos corpos de letra mais
usados em Portugal no século XVIII, e mesmo assim, dentro de cada categoria, com
variações na altura e na largura do corpo de letra; por exemplo, o cícero, que
apresenta uma medida de 12 pontos didot, como canon de leitura, tem origem nos
caracteres usados numa obra, De Oratore, de Cícero, impressa por Schoffer, um dos
sócios de Gutenberg.
Uma aproximação a este tema pode ser encontrado no que foi desenvolvido mais
tarde por Dürer no seu tratado Instituitiones Geometricae, em quatro livros, sendo
que no terceiro trata precisamente da proporção e da geometria da letra.
No que diz respeito aos caracteres redondos, dito de romanos, ou littera antiqua, a
que logo se seguiria o itálico, grifo ou aldino, este aparece logo a seguir aos primeiros
caracteres móveis góticos, por exigência dos estudiosos humanistas das universidades
ou de vários centros culturais da Europa que a pouco e pouco aderiram ao livro
impresso com edições das obras clássicas gregas e latinas, essencialmente. Um
exemplo disso é o exemplo, uma vez mais, da Sorbonne, cujos protoimpressores
alemães Ulrich Gering, Michael Friburger e Martin Crantz, só imprimiram inicialmente,
desde 1470, em caracteres romanos, sendo obrigados a utilizar alfabetos góticos em
1472, em oficina própria, fora da Universidade parisiense, na rua de Saint-Jacques,
sob a insígnia de «Soleil díOr», para atingirem um público leitor mais vasto, pouco
familiarizado com a letra romana. Essa condição do gótico e subordinação do romano
manteve-se ainda por meados do século seguinte, altura em que o gótico é
gradualmente substituído.
6
Desde então, principalmente a partir dos punções de Claude Garamond e do seu
canon romano, desde 1530, o romano imperou até ao século XX, é certo, em vários
estilos, mas que na sua essência assumiram uma forma quase perfeita e sublime.
A origem do «romano» é imprecisa, surge provavelmente entre Estrarburgo com o
impressor Adolf Rush, anterior a 1467 (Enciclopédia, de Raban Maur), e Subiaco /
Roma, em 1465, com Sweyneym e Pannartz (De Oratore, de Cícero)
Seguem-se-lhes, também em Veneza, em 1469, Johann e Wendelin de Spira, em
Veneza, mas, sobretudo, com Nicolau Jenson, em 1470, em Veneza, a quem se deve
o principal desenho e gravação de punções do romano.
O ciclo das principais inovações fecha-se temporariamente com a figura do
impressor-humanista Aldo Manutio, o grande vulgarizador dos caracteres romanos, o
redondo, gravado em 1495, para a impressão da obra De Aetna, do cardeal Bembo,
e, sobretudo, o itálico ó o qual comprendia mais de sessenta punções com ligaturas,
de entre 150 de toda a família de tipo ó, justamente denominado na época por
aldino, também da autoria de Francesco Griffo de Bolonha, em data próxima a 1499,
utilizados em 1501 na impressão de uma obra de Virgílio
No século XX, o transístor, a informatização, os media provocaram profundas
alterações na escrita, na caligrafia associada a ela, na tipografia. Restam as famílias de
caracteres, mesmo aqueles de estilo «civilité» ou caligráfico, que foram adoptados
pela informática aplicada à tipografia e a qualquer actividade que utilize formas mais
ou menos complexas de registo; a tipografia a «quente», que resultava da contínua
fundição de caracteres, passou drasticamente à tipografia a «frio», quase se diria
virtual, pois até à sua impressão no papel, não tem a mínima expressão de forma ou
conteúdo excepto na área do monitor.
Nesta fase, ainda em aberto, porque não totalmente definida, passou-se dos
processos ópticos da fotocomposição para os da informática: o ponto didot, a pica, o
cícero, foram substituídos pelo pixel, pelo byte e pelo bit, em linguagem algébrica
binária (0 ou 1). As letras foram definidas matematicamente através da descrição das
coordenadas de vários pontos apoiados nas denominadas curvas de «Bézier»,
formando contornos não à base da régua e do compasso, mas através de complexas
elipses. Esse contorno, ou «outline», afinal o batente da letra, é preenchido por pixels,
formando o que se denominava por olho da letra, ou seja a superfície do caracter que
era impressa e que na leitura proporcionava todo o seu valor fonético e semântico.
À caligrafia, como arte, no seu sentido lato, mãe de todas as letras, devemos esta
aventura sem fim que é a do conhecimento, imparável, belo, mas sem dúvida
preocupante. [1]
7
n Classificação Estilística
Nota Introdutória
[ Classificação]
Acção ou resultado de classificar. Acção de distribuir por classes, por categorias…, segundo critérios
precisos.
[ Classificar]
Reunir em classes ou em grupos, com características semelhantes, segundo um sistema ou método e atribuir
uma designação a cada grupo constituído.
In Dicionário Enciclopédico da Língua Portuguesa
8
[ Tipo ]
Conjunto de características que distinguem uma classe. Cada um dos caracteres tipográficos. Exemplar que
serviu de padrão na descrição original de uma espécie, subespécie, etc.
[ Tipografia ]
É a arte de compor e imprimir com caracteres móveis. Até há bem poucos anos era o grande sistema de
composição e impressão utilizado pela imprensa. Atribui-se a sua invenção a Gutenberg.
[Fonte] Família
Conjunto ou colecção de tipos cujo traçado, em qualquer corpo (tamanho) ou variante (claro/negrito,
redondo/itálico, largo/estreito etc.), apresenta as mesmas características estruturais e cujo desenho básico é
conhecido por um nome, que pode ser o do seu criador, alusivo à sua origem ou arbitrário.
9
n Classificação Estilística
Levantamento
A classificação de tipos do modo que aqui é referida, assim como a grande maioria
dos autores, diz respeito aos caracteres latinos e por regra àqueles produzido depois
da invenção da tipografia por Gutemberg. Durante o período da história em que a
geração de caracteres se restringia aos tipos manuscritos - isso quer dizer, a maior
parte da história da humanidade - não havia catálogos de fontes, como se
compreende. O escriba ou artesão valia-se dos cânones, do seu conhecimento prático
e de sua inventividade para produzir textos.
A classificação tipológica apresentada, está ordenada em grupos e subgrupos
estilísticos relativamente à forma ou perfil dos caracteres.
1 Romana antiga
2 Romana moderna
3 Egípcia ou Serifa Grossa
4 Lapidária ou Sem Serifa
5 Cursiva
1 Humane Humanista
2 Garalde Geraldo
3 Réale Real
4 Didone Didone
5 Mécane Mecânica
6 Linéale Linear
7 Incise Incisiva
8 Scripte Cursiva
9 Manuaire Caligráfica
10
ATypeI 1961 [4]
1 Humane Humanista
2 Garalde Geraldo
3 Réale Real
4 Didone Didone
5 Incise Incisiva
6 Linéale Linear
7 Mécane Mecânica
8 Scripte Cursiva
9 Manuaire Caligráfica
10 Fractura Gótica
11
BS 2961 1967 [6]
1 Humanist Humanista
2 Garald Geraldo
3 Transitional De transição
4 Didone Didone
5 Mechanistic Tipografia mecânica
6 Lineal Linear
a Lineal Grotesque Linear grotesca
b Lineal Neo-Grotesque Linear neo-grotesca
c Lineal Geometric Linear geométrica
d Lineal Humanist Linear humanista
7 Incised Incisiva
8 Script Cursiva
9 Manual Manual
10 Black Letter Contrastada
11 Non-Latin Não latinas
12
Monotype 1970 [7]
1 Antique Antiga
2 Blackletter Gótica
3 Brush Script Cuneiforme
4 Clarendon Normando
5 Copperplate Script Manuscrita gravada
6 Didones Didone
7 Egyptian Egípcia
8 Fat Face Negro
9 Garaldes Geraldo
10 Geometric Sans Serif Geométrica sem serifas
11 Glyphic Lapidares
12 Gothic Gótica
13 Grotesque Grotesca
14 Humanist Humanista
15 Informal Script Caligráfica irregular
16 Inline Face
17 Ionic Iónico
18 Italic Itálico
19 Latin Latinas
20 Lineale Lineares
21 Monoline
22 Modern Face
23 Oldface
24 Oldstyle
25 Outline Contornos
26 Sans Serif Sem serifas
27 Script Caligráficas
28 Shadow Com sombra
29 Stencil Letter Estampada
30 Titling Titulares
31 Transitional De transição
32 Venetian Veneziana
13
Imprensa Nacional Casa da Moeda 1978 [8]
1 Lineares
2 Rectiformes
3 Anguliformes
4 Curviformes
5 Decrescentes
6 Contrastados
7 Caligráficos
8 Góticos
9 Ornamentados
10 Híbridos
1 Oldstyle Antigas
2 Transitional De transição
3 Modern Modernas
4 Clarendon Normando
5 Slabserif Serifas contrastadas
6 Latin Latinas
7 Freeform Manuscritas
8 Sanserif Sem serifas
9 Engravers Gravadas
10 Stencil Estampagem
11 Strike-On
12 Computer De computador
13 Decorated Ornamantadas
14 Script Caligráficas
15 Exotic Exóticas
16 Pi Símbolos
14
Lynotype 1988 [10]
1 Venetian Veneziana
2 Garalde Geraldo
3 Transitional De transição
4 Didone Didone
5 Slab Serif Serifas contrastadas
6 Sans Serif Sem serifas
7 Glyphic Lapidares
8 Script Caligráfica
9 Display Monitor
10 Blackletter Gótica
11 Symbol Símbolos
12 Non-Latin Não latinas
15
URW++ 1996 [13]
16
Pansoe Latin 1997 [14]
1 Text Texto
2 Decorative Decorativo
3 Handwritten Caligráfico
4 Symbols Símbolos
1 Tipos de Texto
2 Tipos Extra-texto
3 Tipos Manuscritos
4 Tipos Góticos
5 Tipos Fantasia ou Decorativos
6 Símbolos
17
Adobe Systems 2003 [11]
18
Couter Space 2003 [17]
[6] BS 2961
Abreviatura de British Standards Classification of Typefaces, que é, como o próprio nome indica, a
classificação tipográfica normalizada em Inglaterra. Este sistema de classificação de fontes foi desenvolvido
em 1967.
[7] Monotype
Monotype Corporation Ltd. foi uma companhia que se dedicou desde 1845 ao processo de composição
mecânica, portanto, com preocupações tipográficas desde então. Na sua história recente, destaca-se a
junção com a Agfa (Agfa Monotype), que disponibilizam centenas de fontes para profissionais (criativos) e
empresas um pouco por todo o mundo.
[9] Bitstream
Fundada em 1981 Bitstream Inc. é uma empresa líder de mercado no desenvolvimento de tecnologia
tipográfica, fonts digitais e design tipográfico para uma grande variedade de mercados. Foi a primeira
“Fundição Tipografia” a dedicar-se exclusivamente ao digital.
[10] Lynotype
Uma marca com mais de 110 anos de história, que tem como marco histórico a invenção de Ottmar
Mergenthaler: A máquina de composição mecânica. A Lynotype desde 1997 pertence ao grupo Heidelberg
e é designada como Linotype Library.
[12] Microsoft
A maior empresa de software do mundo, que desenvolve o sistema operativo Windows, entre outros
produtos, desenvolve inúmeras fontes tipográficas para as suas aplicações e softwares.
19
[13] URW++
Esta empresa (URW++) estabeleceu-se e cresceu no ramo do design gráfico através de um contínuo
desenvolvimento no marketing e na inovação, apostando em produtos como as fontes tipográficas e
softwares.
20
n Classificação Estilística
Sintetização
21
n Classificação Estilística
Ordenação cronológica
Depois de efectuada uma primeira sintetização, pois importava retirar alguns grupos
que detinham o mesmo significado, importa agora ordenar cronologicamente os
grupos de famílias tipográficas encontradas e iniciar um processo de simplificação.
Serifadas
Sem serifas
Antigo
Gótico
Romano
Humanista
Veneziana
Geraldo
De transição
Grotesco
Didone
Egípcio
Caligráfico
Cursiva
Fantasia ou Decorativo
Símbolos
Técnicos
Comercial
Dactilografado
De computador
Estampagem
Monoespaçado
Óptimas características ópticas
Para fonética (Leitura óptima)
Não latinos
Árabe
Cirílico
Ggrego
Asiático
______________
[•] Grupo
[•] Subgrupo
22
n Classificação Estilística
Simplificação
[A]
Serifadas
Sem serifas
[B]
Gótico
Humanista
Geraldo
De transição
Didone
Egípcio
Caligráfico
Fantasia ou Decorativo
Símbolos
Técnicos
Não latinos
______________
[•] Grupo
[•] Subgrupo
23
n Classificação Estilística
Classificação Proposta
1 Clássico [2]
2 Moderno [3]
3 Caligráfico [4]
4 Fantasia ou Decorativo [5]
5 Símbolos [6]
6 Técnicos [7]
7 Não latinos [8]
24
[1] Serifa
Também designada por apoio ou patilha. Pequenos segmentos de recta, ângulos, ou terminações curvas
externas que rematam ou ornamentam as hastes de alguns tipos de letra por intermédio de um enlace.
Podem ser classificadas da seguinte forma:
___________________________________
Rectiformes: Em forma de cunha
___________________________________
Mistiformes: Combinado de linhas curvas e rectas
___________________________________
Filiformes: Extremamente finas como um fio
___________________________________
Quadrangulares: Grossas e direitas (Egípcias)
___________________________________
Sem Serifas: Tipos com terminações lineares
[2] Clássico
Se nos debruçarmos sobre o significado da palavra clássico, esta traduz uma ideia de algo que pertence ou
diz respeito à antiguidade grega ou romana. Em Portugal, as primeiras manifestações do classicismo surgem
no séc. XVI e vão até ao séc. XVIII.
[…] o Classicismo […] define-se por um ideal de clareza, de sobriedade, de nobreza, de calmo equilíbrio, de harmonioso
acabamento […] In Dic. Lit. J. Prado Coelho.
Aponta-se genericamente a data de 1453 para o início da impressão tipográfica por Gutenberg, com a
Bíblia de 42 linhas, tendo sido considerada como o primeiro livro impresso em caracteres móveis na Europa,
usando caracteres tipográficos que imitavam a escrita manual, denominados de Góticos.
Portanto, considera-se que todas as famílias tipográficas chamadas antigas podem estar contidas neste
grupo – Fontes Clássicas – incluindo os tipos Góticos.
25
_________________________
Classificação Estilística
Grupo Clássico | Subgrupo Gótico
Subgrupo Gótico, ao qual pertencem os primeiros caracteres tipográficos usados em obras impressas e que
imitavam a escrita manual. Define-se pelos seus traços angulosos, predominantemente verticais e
carregados, que lhe valeram também a denominação de letras negras (Blackletter) na França e Inglaterra.
___________________________________
Classificação Estilística
Grupo Clássico | Subgrupo Humanista
Subgrupo Humanista (abrange as primeiras famílias do estilo romano antigo), de contraste pouco
acentuado entre os elementos e serifas inclinadas.
Como exemplos de fontes: Jenson, Manúcio, Bembo, Elzevir, Caslon, Garamond, etc.
________________________________
Classificação Estilística
Grupo Clássico | Subgrupo Geraldo
Geraldo ou garaldino (esta denominação provavelmente deriva de Garamond e Aldino), são catacteres que
apresentam pouco contraste entre os traços finos e grossos, além de serifas angulosas e finas.
_____________________________________
Classificação Estilística
Grupo Clássico | Subgrupo De Transição
Subgrupo de transição - corresponde às famílias do estilo romano de transição – são fontes tipográficas com
contraste médio entre traços finos e grossos e serifas angulosas em forma de cunha.
São exemplo as famílias criadas por Baskerville, Grandjean e Fournier.
26
________________________________
Classificação Estilística
Grupo Clássico | Subgrupo Didone
Subgrupo Didone (abrange as famílias do estilo romano moderno, como Bodoni e Didot), com um contraste
notável entre traços finos e grossos e serifas retas, horizontais e verticais, nunca inclinadas.
________________________________
Classificação Estilística
Grupo Clássico | Subgrupo Egípcio
Egípcio engloba as famílias de desenho semelhante ao do tronco anterior, porém arrematadas com serifas
quadradas, da mesma espessura dos demais traços. Memphis, Karnak, Stymie e Clarendon são exemplos
dessas famílias;
[3] Moderno
_____________________
Classificação Estilística
Grupo Moderno
Esta classificação engloba tipos de texto, isto é, para serem aplicados em texto pois permitem legibilidade
de leitura. Portanto no grupo Moderno, surgem as famílias tipográficas posteriores ao grupo Clássico e até
aos nossos dias, na sua grande maioria sem serifas.
27
[4] Caligráfico
_____________________
Classificação Estilística
Grupo Caligráfico
Egípcio engloba as famílias de desenho semelhante ao do tronco anterior, porém arrematadas com serifas
o tronco caligráfico manuscrito reúne famílias de traçado inspirado na escrita manual. São amostras
significativas as famílias Coronet, Piranesi, Original script, entre muitas outras.
Do grupo fantasia ou decorativo, fazem parte as famílias tipográficas não contidas nos grupos anteriores. As
fontes deste grupo possuem um estilo alegórico, expressivo, extravagante e normalmente são bastante
redutores na sua aplicação prática. Usados muitas vezes para títulos de paginações específicas e logótipos.
[6] Símbolos
_____________________
Classificação Estilística
Grupo Símbolos
Podemos classificar os símbolos como famílias de fontes em que não é possível escrever qualquer texto, ou
seja, neste tipo de fontes cada letra é substituída por um pictograma ou símbolo.
28
[7] Técnicos
_____________________
Classificação Estilística
Grupo Técnicos
Na classificação estilística Grupo Técnicos, são incluídas as famílias tipográficas destinadas a aplicações
técnicas e industriais, como por exemplo caracteres para leitura óptica, fontes monoespaçadas para leitura
em monitor com óptimas características ópticas, caracteres estudados para fonética que possuem uma
leitura óptima, entre outros exemplos.
No Grupo Não latinos, estão incluídas as famílias de caracteres de linguagens como o Árabe, Círilico, Grego,
linguagens Asiáticas, entre outros.
[ Árabe ]
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
01234567890:;,.*+-=%[]()!?”#& $£
[ Cirílica ]
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
01234567890:;,.*+-=%[]()!?”#& $£
[ Asiática ]
電話 領事関係等管轄州 連邦区、領事班 広報
ファックス ゴヤス州、トカンチンス州
ホーム・ページブラジル国内において
海外危険情報が発出されている地域はありません。
母子保健・家庭保健教育普
29
n Outras Classificações
Classificação dos caracteres quanto à forma
[1] Inclinação
[2] Largura
A largura de uma letra diz respeito à sua “distorção” na horizontal. Assim, uma letra é:
- Condensada se a sua largura for dinuida;
- Expandida se a sua largura for aumentada.
Qualquer destas alterações em relação ao formato original, faz com que se perca ligibilidade.
[3] Modulação
A modulação está directamente relacionada com o contraste [4], é a tensão vertical ou oblíqua de alguns
tipos de letra, determinada por um eixo perpendicular às linhas mais estreitas dos traços da letra.
30
[4] Tonalidade ou Contraste
A tonalidade ou contraste refere-se à espessura das astes e a sua relação com os brancos internos das letras.
As letras podem ser: Muito finas, Finas, Normais, Meio Negras, Negras, e em alguns casos Muito negras.
(em Portugal, as letras Negras são também denominadas de Negrito)
Designação Anglo-saxónica: Extra-light. Light, Regular, Medium, Bold ou Black e Extra Bold.
Este tipo de classificação refere-se ao tamanho, ou corpo das letras dentro de um mesmo tipo ou estilo. A
medição é normalmente feita na medida tipográfica – o ponto – e segue a ordem:
6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 24, 28, 36, 48, 60 e 72 pontos.
Todos estes tamanhos constituiriam uma série de um determinado tipo de letra, de uma determinada
tonalidade, inclinação e largura.
31
n Considerações finais
Dada a terminologia técnica associada à Tipografia ser extremamente vasta, importa
clarificar um ponto considerado importante para este estudo.
Na linguagem diária, mesmo em contextos técnicos como seja a industria gráfica ou
os ateliers de design, confundem-se os conceitos Tipo de letra e Fonte. Na óptica
deste estudo, considera-se:
Termo usado para descrever um conjunto de fontes da mesma família. Um Tipo de letra é o conjunto
unificado de caracteres, cujos desenhos e traçados partilham as mesmas características, exibindo
propriedades visuais semelhantes e consistentes.
(Exemplo: Tipo de letra Times)
[2] Fonte
Termo usado para designar uma variante de um Tipo de letra, ou um ficheiro informático contendo essa
variante.
Conjunto de caracteres com um determinado estilo, espessura, largura e inclinação.
(Exemplo: Fonte Times Normal)
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