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MISSÕES E O ENVOLVIMENTO DA IGREJA

Aluno: Paulo Sergio WEGNER


Trabalho apresentado como requisito
parcial de nota à disciplina de Redação
Acadêmica do 3º período no curso de
Teologia da Faculdade Teológica do
Paraná, sob orientação da Professora Flávia
Roldão.

CURITIBA
2010

INTRODUÇÃO

A intenção deste texto, não é simplesmente ponderar sobre o assunto de divulgação


missionária, mas sim, o de despertar a comunidade local e conscientizar os leitores da
dificuldade em envolver mais pessoas na incumbência do envolvimento da igreja local em
missões.
Diante do grande crescimento da igreja evangélica no Brasil, o envolvimento real com
missões também tem tido este crescimento?
Em seus anos de vida pastoral, Karl Barth, um dos grandes teólogos do século 20,
aprendeu a lição de que o “Evangelho não só deve servir para pregar e regular nossas relações
com Deus, mas também para nos ensinar como nos comportar com os outros homens; e isso
não de maneira genérica e abstrata, mas sim de modo concreto, de acordo com a variação das
circunstâncias e das situações históricas” e também das diferenças raciais e localizações
geográficas.
A bíblia destaca em muitas passagens, homens que entenderam o chamado de Deus e
dispuseram sua vida para que fosse feita a Sua vontade. Muitos largaram sua parentela,
viajaram por muitos quilômetros, aprenderam outra línguas e enfrentaram perseguições, e
tudo isto em nome da fé, para dar auxilio a outros povos e tornar o nome de Deus conhecido
entre eles.
Dentro do conceito de ir e trabalhar em missões, não se pode confundir o assunto com
ajuda humanitária, assistência social ou evangelismo puro e simples, estas coisas devem fazer
parte da vida cristã, pois assim como nos diz a bíblia em Tiago 2.4: “a fé sem obras é morta”,
dessa mesma forma, dentro de nossas obras deve haver um desprendimento para a oferta
missionária.
C. S. Lewis costumava dizer que, “se as nossas doações não nos causarem
aperto ou embaraço, é porque elas são demasiadamente pequenas”. Para o ex-
professor da Universidade de Oxford, o grande obstáculo da caridade “não está nos
luxos da vida ou no desejo por mais dinheiro, mas no medo - medo da
insegurança”. (ULTIMATO, 2010)

Para que haja um maior envolvimento e investimentos em missões, deve-se ressaltar


fatos realmente relevantes para que a divulgação missionária tenha um papel importante no
desenvolvimento no trabalho de campo como:

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- o bom andamento do projeto que está sendo desenvolvido,
- as pessoas que têm ouvido e conhecido o nome de Jesus,
- as igrejas que prosperam no campo missionário,
- as vidas que tem sido restauradas,
- os milagres que Deus tem operado através da pregação do evangelho.
Estes fatos geralmente não aparecem ou são pouco divulgados, por isto, o enfoque
principal deste texto é mostrar a necessidade do “marketing” ministerial, para que o assunto se
torne mais comum e haja um maior envolvimento dentro da igreja local.

O PREPARO DA IGREJA PARA SEU CRESCIMENTO

O Cristianismo tornou-se a maior religião mundial unicamente através dos


esforços incansáveis de seus missionários, um fator que mudou a história do
mundo. “O cristianismo mundial”, escreve Lesslie Newbigin, “é o resultado da
grande expansão missionária dos dois últimos séculos. Essa expansão, qualquer que
seja a nossa atitude para com o cristianismo, é um dos fatos mais notáveis da
história humana. Uma das esquisitices da atualidade ... é a maneira como o evento é
tão constantemente ignorado ou subestimado”.
Da mesma forma que a impressionante expansão do cristianismo tem sido
ignorada e depreciada, os homens e mulheres responsáveis por ela também foram
negligenciados. Eles foram indivíduos que estavam perfeitamente à altura da tarefa
realizada, impelidos por um sentimento de urgência raramente visto até mesmo em
associação às causas mais patrióticas e militantes. (TUCKER,1996, p. 15)

Segundo JOHNSTONE (2003, pg. 2), hoje existem no mundo aproximadamente quase
seis bilhões de habitantes, e fazendo referência a outras religiões, pode-se estimar que:
- A população sem religião está estimada em 938 milhões em todo o mundo.
- A população Hinduísta está estimada em quase 820 milhões de pessoas.
- Nas religiões chinesas a estimativa é de 383 milhões de adeptos em todo o mundo.
- Os Budistas no Mundo são estimados em torno de 400 milhões de pessoas.
- O Islamismo, é a religião que mais cresce atualmente no mundo. Segundo o último
censo Mundial realizado pela ONU, mais de um quarto da população Mundial, é Muçulmana.
(ISLAM, 1992)
Quase um bilhão e quinhentos milhões dos habitantes da terra são muçulmanos, então
podemos dizer que 25% da população mundial é Muçulmana.
Porque o islamismo é a religião que mais cresce?

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Cinco vezes ao dia, os olhos ultrapassam o concreto de ruas irregulares,
carentes de esgoto e de cidadania, e buscam Meca, no outro lado do mundo. Para
homens como Honerê, Malik e Sharif, é o mais perto que conseguiram chegar de si
mesmos. Eles já foram Carlos, Paulo e Ridson. Converteram-se ao islã e
forjaram uma nova identidade. Quando buscam o coração islâmico do mundo com
a mente, acreditam que o Alcorão é a resposta para o que definem como um projeto
de extermínio da juventude afro-brasileira: nas mãos da polícia, na guerra do
tráfico, na falta de acesso à educação e à saúde. Homens como eles têm divulgado
o islã nas periferias do país, especialmente em São Paulo, como instrumento de
transformação política. E preparam-se para levar a mensagem do profeta
Maomé aos presos nas cadeias. Ao cravar a bandeira do islã no alto da laje,
vislumbram um estado muçulmano no horizonte do Brasil. E, ao explicar sua
escolha, repetem uma frase com o queixo contraído e o orgulho no olhar: “Um
muçulmano só baixa a cabeça para Alá – e para mais ninguém”. (ISLAMISMO,
2009)

Para entendermos mais sobre o Islamismo, podemos verificar que ele está baseado em
cinco pilares, que são (CRESCIMENTO, 2009):
1 - O Testemunho: O testemunho é a proclamação de fé, é a chave que faz com que o
ser humano ingresse no Islã.
2- A Oração: A oração é a primeira das adorações instituídas por Deus no Islã.
3- O Jejum no Mês de Ramadan: O Jejum no mês de Ramadan se tornou
obrigatório, em 624, segundo ano da Hégira (Episódio que marca o início do Islamismo).
4 - O Pagamento do Zakat: Que é um imposto anual de 2,5% do lucro pessoal, como
forma de purificação e ajuda aos pobres.
5 - A Peregrinação a Meca - (a cidade do profeta): "... A peregrinação a Casa é um
dever para com Deus, por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de
empreendê-la; entretanto, quem se negar a isso saiba que Deus pode prescindir de toda a
humanidade." (ALCORÃO 3.97)

Percebe-se que quando a pessoa se converte ao Islamismo, ela tem plena fé no seu
chamado e passa a viver aquilo que prega, tendo muito zelo naquilo que a sua fé professa.
Este pode ser um dos principais pontos para o crescimento desta religião.
Segundo dados do IBGE, até 2010 o Brasil terá 55 milhões de evangélicos, podendo
chegar a 50% da população em 2022. Qual é o preparo que a igreja evangélica brasileira tem

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para este crescimento? Qual a consciência missionária para a pregação do evangelho a todos
os povos para abreviarmos a volta de Jesus, como Ele mesmo nos predisse em Mateus 24:14:
“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as
nações, e então virá o fim”.
Todos estes dados citados acima são pouco ou nunca divulgados dentro do contexto
eclesiástico, por isto, muitas vezes, as pessoas acreditam ser desnecessário o seu
envolvimento e o investimento em missões.
Pode-se fazer referência a uma falta de envolvimento da igreja e o descrédito em
missões, a demora em se conhecer os frutos do trabalho, pois a evangelização em uma região
geralmente necessita de grande desprendimento de tempo, ás vezes para o conhecimento da
língua para o início do trabalho e também a dificuldade em pregar o evangelho pela distância,
falta de recursos e também pela perseguição às pessoas que se dispõe a esta tarefa.
Estes problemas não são encontrados somente no ambiente transcultural como também
são reconhecidos em missões locais aqui no Brasil, muitas vezes pela religiosidade da região.
O que faz a diferença, é que dentro do trabalho missionário, quando realmente existe
uma conversão genuína, amigos, vizinhos e parentes notam a transformação na vida desta
pessoa e também começam a seguir esta “nova fé”, por isto é necessário sempre ter uma
retaguarda forte e segura daqueles que os enviam.

O MOTIVO PARA IR E A NECESSIDADE DE DIVULGAÇÃO.

Segundo a Bíblia Sagrada, no evangelho de Marcos no capítulo 16 e verso 15 Jesus


diz: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.
No evangelho de Lucas Capitulo nove, verso três Jesus diz: “Nada leveis convosco
para o caminho, nem bordões, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais duas
túnicas”.
Outra citação bíblica que reforça o motivo para ir e menciona a missão que Jesus nos
deixou, é o texto que mais tarde passou a ser chamado de “A Grande Comissão”:

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e


do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos
tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos”. Mateus 28:19-20

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Mas não somente estes versículos, na Bíblia existem diversas passagens que podem
ser entendidas dentro desta perspectiva missionária, trazendo para hoje este entendimento de
que é uma lei de Deus e que os cristãos devem obedecer. São destacados abaixo, homens que
obedeceram ao chamado de Deus, se dispondo a ir e romper barreiras geográficas, sociais,
culturais e religiosas:

Abraão:
ORA, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela
e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Gn 12.1

Moisés:
Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo
(os filhos de Israel) do Egito. Ex 3:10

Jonas:
Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque
a sua malícia subiu até à minha presença. Jonas 1.2

Jeremias:
Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da
madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. Jr 1.5

Paulo:
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso
escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos
filhos de Israel. Atos 9.15

O próprio Jesus, deixou sua glória para vir nos anunciar que é chegado o reino de
Deus e nos deixa o confirmação de nosso chamado à missões no evento de sua ascensão: “...
e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos
confins da terra”. At 1.8

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Um complemento ao nosso chamado vem da exortação de Paulo, em sua carta aos
romanos, no capitulo 10 versos 13 ao 15:
Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram?
E como crerão naquele de quem não ouviram?
E como ouvirão, se não há quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados?

Estatísticas do Livro Intercessão Mundial, em 2001, no Brasil, existiam mais de


60.000 congregações de denominações evangélicas, para um total de 12.000 grupos étnicos
(no mundo) que nunca ouviram o evangelho de Cristo. Como proclamar o evangelho, frente
às dificuldades encontradas para estes povos, se não houver disposição para ir?
Para que se entenda este mandamento para “ir a todo o mundo” faz-se necessário obter
uma visualização muito maior que a própria circunvizinhança, e sim, olhar por sobre os muros
e enxergar todas as nações e todos os povos.
A preocupação com a comunidade local deve sempre existir, mas existem ainda
milhões de pessoas que ainda não conhecem a Deus, que não tem esta oportunidade de ouvir o
evangelho e estão desesperadas por uma palavra que mude suas vidas.
Segundo o a Missão Porta Abertas (www.portasabertas.org.br), mais de 80.000
morrem a cada dia nos países asiáticos sem conhecer o amor de Jesus Cristo e 500.000
vilarejos, apenas na Índia, nunca ouviram falar do Evangelho.
Aqui no Brasil, existem mais de trezentas cidades com menos de três por cento de
habitantes evangélicos e dezenove cidades sem nenhum trabalho ou igreja evangélica
(SEPAL, 2006).
Segundo QUEIROZ (1998) somente no Brasil, se cada congregação tivesse um
envolvimento realmente efetivo e preocupado com os grupos que ainda não ouviram do
evangelho, seriam cinco congregações envolvidas para cada grupo étnico.
O aprendizado para se fazer missões é algo que vem com o tempo, passo a passo,
deixando que Deus vá aos poucos dando a instrução e a direção correta, bastando somente a
disposição pessoal como Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a mim...” (Isaías 6:8), que respondeu
ao chamado de Deus: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”.
Normalmente não se fala nos púlpitos das igrejas, como se deve fazer missões,
somente que todo cristão é um missionário ou que, quando se está fora da igreja, ali é o
campo missionário.

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O Interessado em missões, comumente tem que andar sozinho, buscando o
conhecimento, só para depois, muito depois, ter algum apoio para seguir em frente, mas esta
responsabilidade é de todos, e o que deve ser esclarecido, é que, missão é pura e
simplesmente a nossa missão de levar as boas novas de salvação. Não existe a necessidade de
fazer uma diferenciação entre a missão que é nosso dever e o trabalhar em missões como
ministério integral. O diferencial que pode existir, é o de trabalhar em unidade, um ajudando o
outro, independente de placa denominacional.
Quem já trabalha na área de missões, tem que ter a consciência que também é um
dever ajudar na divulgação de outros ministérios, pois se alguém deseja apoiar outro trabalho
em outro local, cria-se uma ponte para isto. Quando é feita esta divulgação de missionária,
esta ponte pode fazer a diferença na vida de quem está à frente na batalha:

No Canadá e nos Estados Unidos descobriram pessoas desconhecidas de


diversas denominações que oravam por seu trabalho. “Temos orado por vocês
diariamente”, ouviam com freqüência.
“Ficamos muito contentes, mas por que não escreveram contando isso?
Houve ocasiões em que tínhamos plena certeza de que alguém estava intercedendo
por nós junto ao trono, mas não sabíamos quem era. Se tivessem escrito ou
mandado um cartão de natal dizendo: Estou orando por vocês, nos teriam animado
bastante”.

- Nem podemos dizer-lhes como ficamos animados ao ouvir que vocês


usaram nossas cartas de pedidos de oração para orar tão especificamente por nossas
necessidades. Descobrir que ainda se lembram de detalhes do trabalho é o maior
estímulo que recebemos durante nossa licença – disse-lhes Helen. (DEKKER,
1985, P.123).

Como diz o dito popular “A propaganda é a alma do negócio”, não querendo tratar o
assunto como um negócio, mas usando este chavão para mostrar que “aquilo que não é visto,
não é lembrado”.

CONCEITUANDO MISSÃO E ESTABELECENDO ALVOS

Segundo PETERS(2000):
"Missões é o envio de pessoas autorizadas além das fronteiras da igreja...
para proclamar o evangelho de Jesus Cristo em áreas desprovidas dele, visando

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ganhar convertidos... estabelecer igrejas locais que se multiplicarão noutras igrejas
locais”.

O mesmo autor escreve: “O mundo está muito mais preparado para receber o
Evangelho do que os cristãos para propagá-lo”.

BAVINCK (1976) define assim:


“Missões é aquela atividade da igreja, essencialmente nada mais que a
atividade de Cristo, realizada por meio da igreja, pela qual a igreja, neste período
intermediário chama os povos da terra ao arrependimento e a fé em Cristo, de modo
que se tornem seus discípulos e, pelo batismo, sejam incorporados à comunhão
daqueles que esperam a vinda do reino”.

Neste trabalho, define-se missão como o ato da pregação do evangelho para a salvação
de vidas e a conversão das pessoas dos seus caminhos errados, segundo os padrões bíblicos,
em uma cidade ou região que não é a sua, onde existam igrejas ou não, ou onde sejam
necessárias a ajuda financeira, material ou pessoal.
Dentro da compreensão do Evangelho como portador e transformador de vida,
libertação e salvação, o conceito de missão neste texto, é o dever de todos como cristãos, levar
as boas novas de que é chegado o reino de Deus.
Durante a história do cristianismo muitos dedicaram sua vida à pregação do
evangelho, como na igreja primitiva, onde todos vendiam o que tinham para dividir com os
irmãos. Hoje, esta forma de preocupação mútua poderia existir, tendo esta mesma fé no breve
retorno de Jesus.
Os irmãos Morávios tiveram o entendimento de qual é a verdadeira missão da igreja,
eles enviaram mais missionários em 20 anos do que em 200 anos de protestantismo. O texto
abaixo, mostra de que forma pode existir um grande envolvimento dentro da igreja:

Sabe-se que entre 1730 e 1750, os moravios enviaram mais missionários que
todos os protestantes e anglicanos haviam feito conjuntamente nos dois séculos
anteriores.
Eram pessoas humildes e com pouca instrução, mas disponíveis nas mãos de
Deus e dispostos a ouvir o clamor do mundo.
Nos primeiros 150 anos de seus esforços a comunidade morávia enviou nada
menos que 2158 dos seus membros para o estrangeiro.

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Em Herrnhut dormia-se das 23 às 4 horas. Ás 5 horas havia uma bênção
matinal, em que se cantava, orava e lia pequenos textos da bíblia.
Em 27 de agosto de 1727, vinte e quatro irmãos e vinte e quatro irmãs
iniciaram um círculo de oração contínua, no qual revezavam-se, de hora em hora,
durante as vinte e quatro horas do dia. Esta corrente de oração não foi interrompida
nenhuma vez, por mais de cem anos. A partir daí, podemos vislumbrar o porque do
engajamento missionário morávio. (FLUCK, 2009).

Além disso, muitos e muitos missionários conhecidos ou desconhecidos que fizeram


história em diversas regiões do mundo.
Para que se possa entender missão, deve-se entender que a unidade dos cristãos é uma
das bases principais para se ter uma ação missionária realmente funcional. Não visando
somente a própria denominação, e sim a igreja como um todo, a igreja de Jesus, tendo como
alvo a ser alcançado, o mundo.
Através do conceito de missões pode-se buscar a resposta a alguns problemas e
estabelecer alguns alvos para ampliar o envolvimento da igreja em missões:

a) Por que não existe ou é pouco divulgado assunto de missões em minha igreja?
Esta é a primeira pesquisa que devemos fazer. Se já existe algum trabalho sendo
executado, e de que forma eu poderei ajudar para que haja este trabalho de divulgação. Muitas
vezes o trabalho já existe, mas como não é divulgado, poucas pessoas se envolvem.

b) Os membros de minha igreja investem ou oram por missões?


Esta é uma maneira de ter um envolvimento maior a comunidade, pois só através de
nossa comunhão, é que poderemos obter estas respostas. Simplesmente abordando nossos
irmãos, nos apresentando e mostrando interesse ao assunto.

c) Quanto minha igreja investe em missões?


Aqui está uma questão fácil de ser respondida. O tesoureiro ou o próprio pastor tem
esta resposta. É uma excelente oportunidade para poder verificar o porquê é investido pouco,
ou se já é feito algum investimento, porque não é divulgado.
Muitos investimentos são feitos diretamente a agências missionárias e não diretamente
aos missionários, podemos também verificar qual a visão do nosso pastor em relação a
missões.

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d) Qual será o alcance de nossa igreja nos próximos anos?
Em conversa com o pastor ou com a direção de missões, podem-se visualizar os
próximos 10 ou 20 anos para poder definir uma boa estratégia, tanto de investimento
financeiro como o alcance que se quer ter.

Em primeiro lugar, para se estabelecer alguns alvos, deve-se buscar a Deus em oração
para que se tenha as estratégias e as metas certas para a igreja local. Em segundo lugar, pensar
na organização de uma secretaria de missões com pessoas que estejam dispostas a trabalhar
em conjunto com todo o ministério, pois se faz necessário uma integração total com a igreja.
Outro fato indispensável é orar a Deus pedindo outros alvos como:
- Nações para intercessão.
- Alvos financeiros.
- Onde as finanças arrecadadas serão investidas.
- Fazer periodicamente relatórios aos membros, demonstrando o trabalho que está
sendo feito, onde está sendo investido o dinheiro arrecadado.

CONCLUSÃO

John Dekker, um missionário Holandês que pregou o evangelho para um povo


primitivo nas florestas de nova guiné, deixa como princípio missiológico que: “O avanço
missionário tornou-se parte importante da igreja desde o começo de seu desenvolvimento”,
tendo como resultado, a evangelização de um povo que nunca havia ouvido a cerca de Jesus
Cristo.
Este texto não tem a intenção de indicar a melhor forma para o crescimento da igreja
em numero de membros, isto fica a cargo de cada pastor e de cada comunidade, percebendo
as suas necessidades, mas segundo a experiência vivida por QUEIRÓZ (1998), em sua igreja
a preocupação e o envolvimento real na obra missionária, foi o fator que resultou num
crescimento muito rápido e com muita qualidade na questão de liderança e envolvimento dos
membros, dentro do contexto de servir ao evangelho.
Não se pode verificar o sucesso de um ministério pelo número de pessoas que ele
reúne nos cultos, mas sim, pelo número de discípulos que ele instrui e envia.
Quando se está dentro de uma liderança ministerial, faz-se necessário o cuidado para
não haver a falta de critérios para a seleção de pessoas, e a verificação do seu chamado

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missionário, bem como esta pessoa vive o cristianismo, não tendo a pregação do evangelho
como uma oportunidade de melhorar de vida ou de obter sustento financeiro.
Caso o missionário seja enviado, quem envia deve ter esta preocupação com o sustento
tendo sempre o cuidado para não usar a boa fé das pessoas para que não haja mais descréditos
e ocasione a falta de investimento das pessoas, que muitas vezes não conseguem mais
encontrar seriedade em missões. Isto, em conseqüência gera uma propaganda negativa,
contraria a idéia apresentada neste texto.
A divulgação missionária evidencia o trabalho que já é realizado e oferece maior
credibilidade, e esta deve ser hoje uma preocupação de lideranças e pessoas que trabalham na
área de missões, para que as necessidades e o conhecimento e adquiridos em campo sejam
compartilhados com toda a igreja, e assim, possamos aumentar o número de guerreiros nesta
grande batalha.

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BIBLIOGRAFIA

BAVINCK, J.. H, An Introdutcion to Science of Missions - Citada por P. B. Kuiper em:


Evangelização Teocêntrica, São Paulo, Ed. PES, 1976

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em 15/10/2009

DEKKER, John, Tochas de Júbilo, Editora Vida, 1985

FLUCK, Marlon Ronald, Protestantismo se reformando nos séculos VXII-XIX:


Confessionalização, Pietismo e Reavivamentos, Curitiba:Companhia de Escritores, 2009.

JOHNSTONE, Patrick, MANDRYK, Jason, Intercessão Mundial, Missão Horizontes, 2003

MONDIN , Battista, Os grnades teólogos do século vinte, Edições Paulinas, 1980

QUEIROZ, Edison, A Igreja Local e Missões, Vida Nova, 1998

TUCKER, Ruth A., “... Até os confins da terra” – Uma história biográfica das missões cristãs,
Editora Vida Nova, 1996

PETERS, George, Teologia Bíblica de Missões, CPAD, 2000

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SEPAL, Censo IBGE 2000 - Projeção ABS Vida para 2007, 2006, Disponível em
<http://www.sepal.org.br>, Acesso em 15/10/2009

ULTIMATO, Minas Gerais: Janeiro e Fevereiro, edição 322, 2010, Disponível em:
<http://www.ultimato.com.br/?
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%20causarem%20aperto%20ou%20embara%E7o>. Acesso em: 25 de maio 2010.

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