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capitulo 3 Recuperacao Apos 0 Exercicio ‘Terminologia Onigénio da Recuperagio Componentes do Consumo de Onigénio de Recuperaio ‘Ripida (Alitico) e de Recuperacio Lenta (Latico) Reabastecimento das Reservas Energéticas durante a Recuperacio Restauragio de ATP + PC ea Fase de Recuperagio Rapida Energética da Restauragao dos Fosfagenios Ressintese do Glicogénio Muscular Tatores Fisioligicos Relacionados com Diferencns na Ressintese do Glicogenio Muscular rection da Ressintese do Glicogenio Muscular Supercompensacao do Glicogénto Muscular Reposicio do Glicogénio Hepatico Remagio do Acido Latico do Sangue e dos Muscles lade de Remocao do Acido Lético Hleitos do Exercicio durante a Recuperagio sobre & ‘Veloeidade dy Remogao do Acido Latico Destino do Acide Litico — Fisiologia da Remociio da Acido Latico Remocio do Acido Latico e a Fase de Recupera Restauragao das Reservas de Oxigenio Reservas de OrMioglobina ‘Dimensdo € Importdncia das Reservas de OMioglobina Mecanismo de Reposicao das Reservas de OyMiogtobina Algumas Orientagies Pritieas sobre a Recuperaeao Resumo 0 Lemta Eis os principais conceitos # serem aprendidos neste cap tulo: «A finalidade da recuperagio apés um exercicio con- mn restaurar 0s misculos € 0 restante do corpo tem sua condigio pré-exercicio. «A restauragao do corpo durante a recuperagio inchii fb reabastecimento (reposigdo) das reservas (deposi tos) energéticas que forem depletadas ¢ 3 remosio do decide litico que se acumulou durante 0 exereicio; fambos os processos necessitam de energia ATP. 1¢ O oxigénio consumido durante 0 periodo de recup ragio fomece em parte a energia ATP imediata neces: sdria durante 0 periodo de recuperagao. ‘s A restauragao das reservas musculares de fosfagénio (ATP + PC) leva apenas uns poucos minutos, cnquan- to a restauragao plena das reservas musculares ¢ hep& ticas de glicogénio leva um dia ou mais ‘eA velocidade de remogio do cide litico do sangue eos misculos pode ser grandemente aumentada Fea Tizando-se um exercicio ligeiro, em vez de repousir, durante o periodo de recuperagao. 4 Pequenas quantidades de oxigénio, armazenadas tos dscutos em combinagao quimica com a mioglobina Ho importantes durante a realizagio de um exereicio intermitente, pois so usadas durante os intervalos de trabalho e so restauradas rapidamente durante os intervalos de recuperacio. eo ‘Além de compreender os diferentes papéis desempe nihados pelos sistemas de enengia metabdlica durante 0 Tepouso'e 0 exercicio, temos que compreender como os siemay energeticos respondem durante o processo de re- cuperagao. Qualquer forma de exercicio representa um Gifairbio agudo na homeostase do atlcta em fepouso. AS- Giatcendo. n recuperagdo apds um exereieio representa soma total dos processos que recolocam no estado de epouso 0 individuo que estava se exercitando. Para abor- ceeeas complexos processos de recuperagio, serio discue dios os sezuintes tapicos: oxigénio da recuperago (débito de oxigénio), reabastecimento das reservas de energia, re- mogio do Zcido litico do sangue © dos mascules, ¢ restau: tagio das reservas de oxigénio. Além disso, serio incluidas gumas orientagoes priticas para a recuperagdo Terminologia {i ficow claro que o elevado consumo de oxigénio durante 1 recuperagio Teflete muito mais que a simples reposicao Quadro 3.1 Expressoesmovas e trad do consumo de oxigénio durante a onais para os componentes apés um exercicio Teaiconae Suge 1, Détito de oxigen Oxigénio de recuperagio Fase de O; de ecuperagio PRR pid Fase de O, de reouperagia FR oxigdaio len do oxigénio que foi “pedido emprestado” durante o exerct cio, ou para converter 0 acido litico em acido pirtvico. Asim sendo, foi sugerido que a expressio “oxigénio de recuperagéo” viesse a substituir a expresso clissica bito de oxigénio”. Ainda mais, o consumo de oxigénio 1 recupetagdo comporta dois grandes componentes: uma fase do oxigénio de recuperacao rapida ¢ uma fase do io de recuperacio lenta, Tradicionalmente, recebe- fan a designagao de componente alitico ¢ componente lic, respectivamente. O Quadro 3.1 € um resumo da terminologia cléssica e da nova terminologia sugerida Oxigénio da recuperagao Sabemos todos que, durante a recuperagdo apés um exerci tio, nossa demanda (necessidade) energética € considera- Yelmente menor, pois nao estamos mais nos exercitando, Contudo, nosso consumo de oxigénio continua em um nivel relatvamente alto por um certo periodo de tempo, cuja duragao depende da intensidade do exercicio precedente A quantidade de oxigénio consumido durante a recupe ragio —acima daqucla que teria sido consumida normal- mente em repouso no mesmo periodo — recebeu a desig~ nasio de oxigénio da recuperagio, mostrado esquemati- camente na Fig. 3.1, O termo débito de oxigénio foi usado pela primeira vez em 1922, pelo eminente fisiologista brita nico A. V. Hill.™* Nesse mesmo ano, ele e O. Meyerhot reccberam 0 Prémio Nobel de Fisiologia ¢ Medi O conceito de oxigénio de recuperacdo, denominado anteriotmente débito (divida) de oxigénio, conforme emi tide originalmente por Hill, significa que o oxigénio consu nido-acima do nivel de repouso, durante a recuperagio, «ra utlizado principalmente para proporcionar a energia dssinada a recolocar o corpo cm suia-condigdo pré-exe! cio, ineluindo 0 reabastecimento (reposigdo) das reservas de energia que foram depletadas e a remogio de todo ocidolitico que se acumulou durante 0 exercicio. Muitos interpretam crroncamente a antiga terminologia débito de xigenio como significance que ooxigénio extra consumido durante a recuperacao esta sendo usado para repor 0 oxig: tio que foi “pedido emprestado” de algum outro lug centro do corpo durante © exerccio. Bm verdade, ducante um exercicio maximo, a deplecao do oxig jenado 1o préprio misculo (em combinacéo com a mioglobina) eno sangue venoso chega a perfazer apenas 0,6 lito. Por outrolaco, jd foram observados niveis de oxigénio de recu- peracio quase 30 vezes maiores que esse valor em atletas ap6s um exereicio maximo. RECUPERAGAO APOS O EXERCICIO 29 607 [= owen Tata co Recureratc gf! = Faso Rapin de Reeuporagso a sa — = Fase Lena de Recupeagto ‘Consume de 0, em Repouso a Leple — recip Trapano Tompo int) Fig, 3.1 Oxigénio de recuperacio. A quantidade de oxigénio consumida durante a recuperagio, acima daqucla que teria sido consumida em repouso no mesmo periodo de tempo, é denomi- nada oigénio de recuperacio, O consumo do oxigénio de reeupe- ragdo compde-se de uma fa la ¢ de uma fase lenta. (Com base em dados de Fox eal.) Componentes do consumo de oxigénio de recuperacao rapida (alético) e de recuperacao lenta (Iético) ¢ na Fig. 3.1 que 0 consumo de oxigénio apds io exaustivo diminui exponencialmente com 0 passar do tempo. Isso equivale a dizer que a velocidade com que 0 oxigénio € consumido nao € constante durante todo 0 transcorrer do periodo de recuperagao. Durante 05 primeiros 2 ou 3 minutos de reeuperagio o consumo de oxigénio diminui muito rapidamente e, a seguir, mais lentamente, até alcangar um ritmo constante. A porcdo inicial.répida do débito de oxigénio recebeu a design de componente alatico do débito de oxigénio, porém agora € denominada fase de O; de recuperagio ripida (FRR), enquanto a fase mais lenta foi denominada componente litico do débito de oxigénio, agora designada fase de O, de recuperacdo lenta (FRL).” ° O componente litico foi assim denominado porque, naquela época, admitia-se que 0 oxigénio consumiclo durante essa fase do débito estava relacionado quantitativamente com a remogio do dcido lético acumulado no sangue e nos miisculos durante o exer- eicio. O termo “alético” (0 prefixo “a” significa nao) foi usado porque o oxigénio consumido durante a parte répida do débito era considerado independente da remogio do fcido lético durante a recuperagio. Antigamente, admi tia-se que todo o debito de oxigénio era de n isto 6, que resultava da remocao do dcido Latico acumulado durante o exercicio.* Quando foi demonstrado pela pri- meira vez, em 1933, que se podia contrair uma divida de oxigénio na auséncia de actimulo de scido Latico, pas- sou-se a usar 0 termo “débito alitico” de oxigénio.” Sabe-~ se agora que o consumo elevado de oxigénio durante a 30 BASES F fase de recuperacao lenta esta associado com iniimeros eventos fisiol6gicos, incluindo a temperatura corporal ele- vada, 0 custo em oxigénio da ventilacao (ver Cap. 8), a ressintese de glicogénio, o efeto calorigénico das eateco- laminas e 0 custo em oxigénio da atividade cardfaca. Hag- berg er al. afirmam que a maior parte do consumo de oxigénio da fase de recuperagao lenta pode ser atribuida 20 efeito da temperatura sobre © metabolismo.”* Reabastecimento das reservas energéticas durante a recuperacao Aqui, cabe-nos responder duas questées importantes: (1) quais teservas de energia so depletadas durante 0 exereé Gio, ¢ (2) como sio reabastecidas durante a recuperagio? E facil responder & primeira pergunta. Convém recordar que existem duas fontes de energia que sfo depletadas em graus varisveis durante o exercicio: (1) os fostagénios ATP c PC armazenados nas células musculares, e (2) 0 tlicogénio armazenado em grandes quantidades nos mis- culos, assim como no figado, que funciona como uma im- portante fonte de combustivel durante a maioria das ativi dades representadas por exercicios. A néo-inclusao das gorduras em nossa mesmas no serem refeitas diretamente durante a recuperagao, sendo reconstituidas apenas indiretamente através do reabaste- cimento de carboidratos (glicose € glicogénio). Nao nos preocuparemos em excesso com este tiltimo ponto; porém, ao responder a segunda questo, nos concentraremos no reabastecimento das outras duas fontes de energia: ATP- PCe glicogénio. Restauragdo de ATP + PC ea fase de recuperacdo répida ‘A medigio direta das reservas de fosfagénio no misculo ‘esquelético humano € bastante dificil. Contudo, varios es- tudos nos quais isso foi feito mostraram que a maior parte de ATP + PC depletada no muisculo durante o exercicio E restaurada muito rapidamente, isto é, dentro de poucos minutos apés 0 término do exercicio.” 8 Os resultados de um dos primeiros estudos desse tipo siio mos ‘rados na Fig. 3.2. Nessa experiéncia, os individuos pedala- vam uma bicicleta ergométrica (bicicleta estaciondria) por 10 minutos. Amostras de tecido muscular eram retiradas do vasto lateral (um dos muisculos que formam 0 quadri= ceps) por bidpsia com agulha antes do exercicio e em virios momentos durante a recuperacéo. A seguir eram anali- sadas as concentragses de ATP ¢ PC nessas amostras. Con- vém observar na figura que a restauragao do fosfagénio € muito ripida no inicio (area sombreada); a seguir, algo mais lenta, sendo de 70% do total dentro de 30 segundos ¢ 100% completa dentro de 3 a 5 minutos, Em um estudo mais recente,” foi examinada somente a restaurago da fosfoereatinina (PC) muscular, novamente no vasto lateral, durante a recuperacdo apés um exercicio extenuante de bicicleta, Nessas experiénecias, a restauragéo de PC foi examinada sob duas condigées diferentes: de DA EDUCAGAO FisICA E DOS DESPORTOS 25 53_ 2 Bie TE od EE 19 gE 8 | 7 J2 5 Ww . 4 Tempo ie pt Per Recuperacao: Fig, 3.2 As reservas musculares de ATP + PC que foram deph las durante o exercicio sio sestauradas dentro de poucos mint tos apds 0 término desse exereicio. Observar que a restauraga dos fosfagdnios ¢ de 70% em 30 segundos e essencialmente con pleta dentro de aproximadamente 3 a 5 minutos. (Com bas fem dads de Hultman er af.) recuperagio: (1) quando os misculos em estudo tinhat um fluxo sanguineo normal (circulagao intacta) ¢ (2) quat do 0 fluxo sanguineo para os misculos era oclusdo (ciret lagao ocluida). Os resultados s40 mostrados na Fig. 3. da PC era muito répida no inicio (drea sombreada) €, Braustva (Crevagso intact . a2 12 ae 8 2g p= Creuisgse ont of o24 8 20 ep2150 | Tempo de Reciseraco Minus) —>| 3.3 Restauragso de PC durante a recuperagéo apés um ex cicio exaustivo, Foram utilizadas dus recuperagoes: (1) quand (9s rnisculos tinkam um Muxo sanguineo normal (circulagd int 1c0 para osmiisculosestava och cireulaglo ocluida). Com uma citovlagio intacta, a maior pat (00%) de PC era restaurada para os musculos dentro de 4 minus de recuperagio. Nfo se observa nenhuma restauragdo de FC quando 0 fluro sanguineo era ocluido, indicando que é necessit ‘oxigénio para esse processo. (Com base em dados de Hart eral”) seguit, muito mais lenta. Por exemplo, apés 2 minutos, recuperagio, 84% da PC depletada durante 6 exercicio haviam sido restaurados, com restauragio de 89% apss 4 minutos. Por volta de 8 minutos haviam sido restaurados, 97% de PC muscular. Apesar de a restauragao completa de PC ter sido ligeiramente mais demorada na vitima expe- riéncia, os achados confirmam essencialmente os estudos, anteriores, pois a maior parte das reservas musculares de ATP e PC depletadas durante 0 exercicio era restaurada, dentro de uns poucos minutos de recuperacéo. Além disso, 0s resultados dos estudos nos quais os fosfagénios muscu- lares foram medidos diretamente concardam com os outros, estudos que abordaram indireta ou teoricamente a restau- ragio dos fostagénios, ': #7 Energética da restauracdo dos fosfagénios Acnergia ATP necessiria para a restauragio dos fostagé= nos éproporcionada principalmente pelo sistema aerdbico através do oxigénio consumido durante a FRR (débito alitico) do perfodo de recuperacdo do oxigénio (débito de oxigénio).": °: 8 © fato de ser necessério oxigénio Para esse processo ¢ mostrado claramente na Fig. 3.3. Observe-se que, quando o fluxo sanguineo (circulagéo) €,portanto, 0 fornecimento de oxigénio para os musculos ff odluido durante a recuperagao, nao ocorria nen ressintese de PC. Nao obstante, foi sugerido recentem guema pequena parte da energia neces ragio dos fosfagenios pode ser co onigénio através da glicdlise anaerdbica."* Seja como for, ¢ conforme mostrado na Fig. 3.4, a ‘energia aerdbica de que se passa adispor gracas & reposigio os fosfagénios provem da desint (transformacéo) decarboidratose gorduras (e talvez de uma pequena quan- tidade de dcido létieo) em CO, ¢ HO através do ciclo de Krebs e do sistema de transporte de elétrons. Parte do ATP assim ressintetizado é armazenada diretamente nos misculos, enquanto outra parte é desintegrada imedia- tamente, com a energia liberada sendo utilizada para a ressintese de PC, que também é armazenada no musculo, RECUPERACAO APOSO EXERCICIO. 31 E importante enfatizar que PC s6 pode ser ressintetizada em reagées acopladas a partir da energia iberada quando © ATP € desintegrado, Em outras palavras, o ATP, porém nio a PC, é ressintetizado dirctamente a partir da energia liberada pela desintegragao dos alimentos. Je que a maior parte da energia para a restauragio dos fosfagénios provém da fase de recuperagio répida, essa também ¢ refeita muito rapidamente e leva no maximo ‘apenas cerca de 3 minutos para se processar completamente (Fig. 3.1). Sua velocidade de reposicao (“repagemento") pode ser calculada pela andlise da curva do consumo de Oxigénio durante os primeiros poueos minutos de recupe- ragao. Quando calculado dessa forma, o tempo de meia- Feagdo dessa reposigdo (“'repagamento”) € de aproxima~ damente 30 segundos." Isso significa que, em 30 segundos. € paga metade da divida aldtica total; em um minuto, em 1 if minuto, ‘sy © em 3 minutos, “ls. Entretanto, ¢ como acabamos de assinalar, a velocidade real com que sao reabastecidas as reservas de ATP e PC ¢ ligeiramente que a quantidade de oxigénio consumido durante a recupe- Tacao inclui ndo apenas aquele necessario para refazer as servas de ATP ¢ PC, mas também (1) uma certa quanti- dade de oxigénio extra necessiria para repor as reservas depletadas de oxigénio (cerca de 0,6 litro dé oxigénio no exereitio maximo); (2) cerca de 50 ml de oxigénio extra de que precisam os muisculos respiratdrios e 0 coragio ainda ativados;"* ® (3) uma certa quantidade de oxigénio extra exigida pelo corpo em geral por causa do aumento de temperatura tecidual;*"” © (4) os efeitos das catecola- minas (noradrenalina).* Com essas corregées, 0 tempo de meia-reagdo ¢ de aproximadamente 20 segundos, 0 que concorda plenamente com o ritmo real de restauracio dos fosfagénios determinado pela andlise de amostras muscula- res. 8 Quanto maior tiver sido a deplegio de fosfageénio du- rante 0 exereicio, maior sera a quantidade de oxigénio necessdria para a restauragao durante a recuperagio. As- sim sendo, essas duas quantidades, a restauragio dos fosfa- AEROBICO | On | aor +p \ cartoirato Fig. 3.4 O oxigénio consumido durante a fase de reeuperacio ripida do oxigénio de reeuperagio fornece a maior parte da energia necessdria para reabastecer asreservas de ATP e PC nos misculos ‘que foram depletados durante o exereiio, Parte do ATP ressintetizado 6 armazenada dirctamente no misculo, enquanto parte ¢ desintegrada ime- diatamente para ressintetizar PC (fosfocreatina), que, a seguir, é armazenada no misculo. Obser var que a glicolise anaerébica também fornece alguma energia (ATP) para a restauragio dos fos- fagénios. (De Fox, E. 1.) 32 BASES FISIOLOGICAS DA EDUCACAO F ‘génios ¢ os niveis de FRR, devem estar relacionadas. Em- bora essa relagao nao tenha sido determinada experimen- talmente, na teoria deveria assemelhar-se Aquela mostrada na Fig. 3.5. A relagdo baseia-se no fato de serem neces- sérios 3,45 litros de oxigénio para a produgéo de um mol de ATP (Cap. 2). Essa idéia foi utilizada indirctamente para avaliar a capacidade maxima do fosfogénio em ho- mens,” assim como em mulheres™ (ver Fig. 14.5). Os valo- tes tipicos tanto para as rescrvas de fostagénio (fornecidos no Cap. 2) quanto para FRR sio indicados nas areas som- breadas da figura. valor maximo da fase de recuperacio répida varia entre 2,0 3,0 litros de oxigénio em homens destreinados;”* valores mais altos estdo associados com atletas bem treina- dos, Por exemplo, niveis de FRR acima de 6 litrosjé foram registrados em remadores competitivos do sexo mascu- lino.” A relagio da Fig. 3.5 mostra que essa enorme FRR pode ser interpretada como significando que uma grande quantidade de fosfagénio foi restaurada durante a recupe- ragdo e, portanto, que uma grande quantidade havia sido deplctada, ow utilizada, durante 0 exercicio. Isso comporta importantes implicagées na drea da educagao fisica c dos desportos, pois o velocista capaz de contrair um grande nivel de FRR ter maior sucesso, em termos genéricos, do que aquele capaz de contrair um nivel menor. Como vimos no ultimo capitulo, a quantidade de ATP + PC dispontveis (capacidade) ¢ seu ritmo de utilizacao (potén- cia) estdo diretamente relacionados com a capacidade do alleta em gerar e manter movimentos ou atividades de alta poténcia, como a corrida de velocidade. Através de um programa de treinamento corretamente elaborado, consegue-se aprimorar o sistema dos fosfagénios e, conse- 5 } i & Otigério co Recuperazéo Rap (Lites) Fig. 3.5 Quanto maior for a deplegao de fosfagénio durante 0 exercicio, maior seré a quantidade de oxigénio necessiria para sua restauragio durante a recuperacéo. Essa relagdo entre a fase de recuperagio ripida ea restauragio dos fosfagénios no misculo baseia-se no fato de serem necessérios 3,45 litros de oxigénio para a produgio de 1 mol de ATP. Os valores tipicos das reservas Ge fostagénios dos niveis do oxigénio de reeuperagdo répida sdo ilustrados pelas éreas sombreadas, ICA E DOS DESPORTOS qiientemente, o desempenho (performance) nessas ativida- des. No Apéndice G, encontra-se uma maneira pritica que permite medir indiretamente as capacidades de potén- cia do sistema dos fosfagénios em atletas. Ressintese do glicogénio muscular Por cerca de 50 anos admitiu-se que as reservas musculares de glicogénio depletadas durante 0 exercicio eram ressinte- tizadas a partir do acido Iético durante 0 periodo de recupe- ragdo imediata (1 a 2 horas) apds o exercicio. Sabe-se agora que isso ndo € verdade,”: 51 A replecio, plena das reservas musculares de glicogénio apds um exer- cicio leva varios dias e depende de dois Fatores principais: () 0 tipo de exercicio realizado que causou a deplesio do glicogénio c (2) a quantidade de carboidratos dictéticos, consumida durante o perfodo de recuperagdo. Existem dois, tipos diferentes de exercicios que foram utilizados para cestudar a deplecio ¢ replecéo do glicogénio muscular: (1) atividades continuas tipo resisténcia (endurance), isto &, exercicios de baixa intensidade e longa duracio; e (2) aii dades exaustivas intermitentes, isto é, exercicios de alta intensidade e curta duracdo. Nossa discussao sera centra- lizada nesses dois tipos de exerefcios e incluiré, em cada tum deles, uma andlise da influéncia da ingestéo dictética de carboidratos. 1, Deplecdo ¢ Replecdo do Glicogénio Muscular — Exercicio Continuo de Resistencia. O padrio de deplecio- replecdo do glicogénio muscular durante ¢ apds um exer- cicio de resiténcia é mostrado na Fig. 3.6. Nesses estudos, ‘exercicio consistia de 1 hora com atividades de resistén (por exemplo, nadar, correr ou pedalar) seguidas por 1 hora de um éxercicio mais drduo, exaustivo. Na figura pode-se observar que: Soe me ” ene bata nex en amend ‘Sem Almento > Geraira® Proveina ° 3 18 25 a5 45 + fe Tempo de Recuperagso Sdee pate ‘horas! Fig. 3.6 Apenas uma quantidade insignificante de glicogénio muscular € ressintetizada no period de recuperagao imediata ‘aps um exereicio continuo e prolongado. A ressiatese completa do glicogenio muscular apds esse tipo de exercicio requet uma alta ingestio dietética de carboidratos por um periodo de pelo ‘menos? dias (46 horas), Sem ingestao de carboidratos ¢ ressinte tizada apenas uma pequena quantidade de glicogenio até mesmo durante um periodo de 5 dias. (Com base em dados de Hultman Bergstrom’ e Piehl.™) (@) Apenas uma quantidade insignificante de glico- g2nio muscular ¢ ressintetizada dentro do periodo e recuperagio imediata (1 a 2 horas) apds um cexercicio de resisténcia (6) Atessintese completa do glicogénio muscular apés um exerefcio de resisténcia requer uma alta ings tio dietética de carboidratos durante um periodo de recuperagao de 2 dias (= 46 horas). (9 Sem uma alta ingestio de carboidratos, apenas uma pequena quantidade de glicogénio ¢ ressinte- tizada, até mesmo em um periodo de 5 dias (@) A reposicao do glicogénio muscular apds uma die- ta rica em carboidratos & mais répida durante as primeiras horas de recuperacio, apds um exereicio de resisténcia, aleangando um total de 60% em horas. Parece nio haver qualquer diferenga na ressintese de glicogénio quando sio consumidos agticares simples (sacarose, glicose) durante as primeiras 24 horas apds um trabalho exaustivo, Entretanto, 8824 horas subseqiientes testemunham um maior amazenamento de glicogenio com carboidratos complexos como a fonte de alimento."” G Emtermos prticos, a informacdo precedente é impor- fante para téenicos ¢ atletas de resisténcia. A razio disso fsldrelacionada com a importincia do glicogénio muscular ono cumbustivel metabdlico durante as atividades com fxenicios 4rduos ¢ prolongados. Como mencionado no Cip.2, o glcogénio representa 0 tnico combustivel meta- bilo para a glestise anacrobica e constitui um dos princi- Buiscombustiveis para o sistema aerSbico durante varios €Slgis das atividades de resistencia. Existe também algu- ma evidéncia de que, quando as reservas de glicozénio Giro de um misculo sdo baixas ou foram depletadas, (misculo se cansa, até mesmo quando ainda se dispoe { gordura como combustivel.”: Assim sendo, deve-se Ranier tempo todo niveis adequados de glicogénio mus- Slit. Isso nem sempre ¢ facil, na vigéncia de certos esque- IMis ridos de treinamento com resisténcia ¢ por causa ths? das necessérios para refazer plenamente as reservas te geogénio. Um exemplo disso é mostrado na Fig. 3.7. Teseras de glicogénio muscular foram depletadas pro svamente em um periodo de 3 dias, durante © qual m corti diariamente 16 quilometros (10 milhas).!” oeorreu apesar de os corredores estarem consumindo tidades normais de carboidratos durante esse perfodo.. 2. Deplesio ¢ Replecao do Glicogénio Muscular — cio Intermitente de Curta Duragao. Foram realizados estudos recentes' Muscular foi examinada apds um exercicio intermi- fede curta durago. Os resultados desses estudos so lrados na Fig. 3.84 e B. Em A, o exercicio consistia edalac uma bicicleta ergomeétrica com cargas muito por intervalos de I minuto, com 3 minutos de entre as séries. Esse padrao era continuado até (sndivduos stivessem exaustos e incapazes de supor- Sié mesmo 30 segundos de trabalho durante uma das iis de exerecios. Durante o periodo de recuperagio, 3 Pie Pos [14m fe >| 16 km fea} 16m Dat daz das Dt Fig. 3.7 As reservas de glicogénio muscular so depletadas pro- gressivamente em um periodo de 3 dias quando sio corridos 16 quilémettos (10 milhas) por dia. (Com base em dados de Costill eral") consumia-se quer uma dieta mista normal, quer uma dieta rica em earboidratos. Em 2, os individuos realizavam trés séries de cxercicios exaustivos de 1 minuto, novamente em uma bicicleta ergométrica, com 4 minutos de repouso entre as séries, A recuperagdo cra acompanhada apenias por 30 minutos, tempo durante 0 qual n era consumido pelos individuos. As seguintes conclu acerea da ressintese do glicogénio muscular apés um exer: 9 intermitente basearam-se nos resultados desses estu- dos (Fig. 3.8) (@) Uma quantidade significativa de glicogénio mus- cular pode ser ressintetizada denteo de 30 minutos 82 horas de tecuperacfo e na auséncia de ingestio alimentar (carboideatos) (0) A ressintese completa do glicogénio muscular ndo requer uma ingestdo de carboidratos acima da nor mal. Com uma dicta tanto normal quanto rica em car. boidratos, a ressintese completa do glicogenio muscular requer um periodo de recuperagio de 24 horas, (@) A cessintese do glicogénio muscular é mais répida durante as primeiras horas de recuperagao, alcan- gando um total de 39% em 2 horas e de 53% em 5 horas. © © fato de que quantidades muscular podem ser ressintetizadas dentro de 2 horas de Fecuperagio apés um exercicio intermitente de curta dura- do sem qualqui para o conhecimento do técnico e comporta aplica atleta de eventos que nao implicam resisténcia, que preci- sard competir com freqiiéncia varias veze (por exemplo, eliminatérias nas provas de pista e natagéo © torneios de windistica, lutas ¢ basquete). igestio alimentar também ¢ importante para em um s6 dia Falores fisiologicos relacionados com diferengas na ressintese do glicogénio muscular Por que a sintese de glicogénio muscular é diferente apés um exercicio continuo versus intermitente? Nao conhe: 34 BASES FISIOLOG “ 3 207 (1. pectatagem intermiente i e( 2 ie Nome ae oe ee a in ira i ea oe F BL 1 mwaangem maratense BE Yaa B ee ef | 8 i oS i018 2 8S a0 pase Fecuperaca (Minutes) Fig. 3.8 Ressintese de glicogénio muscular apés um exercicio infermitente levado até a exaustdo. Observar que podem ser ressintetizadas quantidades signficativas de glicogénio dentro de, 2B, 3minutos a, A, 2horas de recuperagdo até mesmo na auséncia de ingestdo alimentar. Observar também, A, que ressintese completa do glicogénio apés esse tipo de exercicio leva 24 horas. (Dados em A'de MacDougall eal; dados em B de Hermansen © Vaage.") cemos inteiramente a resposta para essa pergunta. Contu- do, existem varios fatores que podem estar implicados. Um desses pode estar relacionado com 2 quantidade global de glicogénio depletado durante o exercicio. Por exemplo, com 0 exercicio continuo, foi depletada uma quantidade de glicogénio quase duas vezes maior que com 0 exercicio intermitente (comparar as Figs. 3.7 ¢ 3.8). Assim sendo, com menos glicogenio global a ser ressintetizado, sera ne= cessirio menos tempo. Essa idéia é apoiada pelo fato de que, nas primeiras 24 horas da reeuperagio, era ressinte~ tizada aproximadamente a mesma quantidade total de gli cogénio, independentemente de o exercicio precedente ter sido continuo ou intermitente. Outro fator que pode ser importante neste contexto diz respeito a disponibilidade de precursores do glicogénio. Para sintetizar glicogénio (assim como qualquer outro com- posto), deve-se dispor também de quantidades suficientes de seus componentes (precursores). Os precursotes co- muns do glicogénio sd0 0 acido Latico, 0 acido pindivico € a glicose (para citarmos apenas alguns). O figado ¢ 0 iiisculo, onde comega a maior parte da ressintese, terio CAS DA EDUCACAO FISICA E DOS DESPORTOS que dispor dessas substéncias. Apés um exercicio continuo prolongado, a maioria desses precursores ¢ encontrada em quantidades limitadas, enquanto apds um exercicio inter- Imitente costumam existir em quantidades normais ou até mesmo acima das normais. Portanto, apds um exercicio intermitente, a sintese de glicogénio comega mais cedo, Além disso, essa ideia ajuda a explicar por que a ingestaa dietética de carboidratos € necessiria apos um exercicio continuo, porém nao apds um exercicio intermitente, assim como por que uma ingestéo acima da normal de carboi- dratos nao acclera a ressintese do glicogénio apés um exer ctcio intermitente, Um fator final que pode ajudar a explicar as diferengas na sintese do glicogénio aps varios tipos de exereicio pode- tia estar relacionado com os diferentes tipos de fibras en contradas no miisculo esquelético. A maioria dos miisculos hhumanos contém dois tipos basicos de fibras: uma fibra pida (GR), que € recrutada preferencialmente durante a realizacdo de um trabalho de curta duragio e alta intensidade (como os excrcicios intermitentes que es- tao sendo discutidos aqui) e uma fibra oxidativa lenta (OL), que € usada preferencialmente durante 0 exercicio conti- uo prolongado. Existe alguma evidéncia de que a ress tese do glicogénio nas fibras GR & mais raipida que nas fibras OL." Conseqientemente, pode-se esperar que a ressintese do glicogénio seja mais rapida apds um exereicio intermitente, pois as fibras GR so usadas em maior grav nesse tipo de atividade do que no exereicio de resisténcia, Para mais informagdes acerca dos tipos de fibras e de suas caracteristicas, consultar 0 Cap. 5 Energética da ressintese do glicogénio muscular A tessintese do glicogénio envolve uma série de reagses guimicas complicadas, cada qual exigindo enzimas espect ficas.“° Para nossas finalidades, nao precisamos discu detalhadamente esas reagoes, porém convém esclarecer que esse processo requer energia. Em sua maior parte, essa energia chega na forma clo ATP gerado pelo sistema aerdbico. Parte dessa demanda energética poderia ser atcn dida através do oxigénio consumido durante a FRL. Entre tanto, isso seria verdadeiro somente para o glicogénio ree sintetizado durante 0 periodo imediato de recuperagao pos exercicio (1 a 2 horas), pois em geral a fase de recuperagio lenta & completada nese intervalo. Além disso, convém mencionar que ainda nao foi determinada experimental: mente uma relagio quantitativa entre a ressintese do glico- génio durante a recuperagio e a energia ATP proporci: nada pela FRL. ‘Supercompensagao do glicogénio muscular A quantidade © a velocidade de ressintese do glicogénio no miisculo esquelético durante a recuperacéo apés un exercicio podem ser aumentadas até valores muito mais altos que os normais (supercompensados) adotando-se una técnica especial exercicio-dieta. Essa informacao se revelou til para o técnico no que diz respeito ao quadro de treina- ‘mento, pois foi demonstrado que essa técnica aprimora ‘muito o desempenho nas provas de resisténcia. Informagio mais detalhada acerca da supercompens: icogénio muscular & fornecida no Cap. 19. Reposi¢éo do glicogénio hepaitico Como dissemos no ultimo capitulo, o glicogénio hepatico Feprcsenta uma reserva energética de dimensio conside- ravel, Lamentavelmente, nos seres humanos, realizados muitos estudos nos quais as reservas he} de gliogénio houvessem sido examinadas. No 03 resultados de um desses estudos" sio mostrados na Fig.39, Nesse estudo, a concentragio do glicogénio hepa tco fi determinada em repouso (removendo-se um peque- no fragmento de tecido com uma agulha especial de bidp- Sia), pds Lhora de exercicio drduo na bicieleta (Fig. 3.9) edurente viros dias com privacio de carboidratos seguidos or uma dieta rica em carboidratos (Fig. 3.92). Como Sepode ver na figura, 0 glicogénio hepiitico esta considera- ‘wlnente reduzido apds 0 exereicio, com uma redugio adi- onal durante varios dias com privagio de carboidratos, A Rapes‘ Gxorece 8 Prvagéo ce __oxroitaas Comaarine Tig. 39 4, O glicogénio hepitico softe uma redugiio conside- el apis o exerciio, B, com uma redusio adicional durante Biro das com privacdo de carboidratos, Observar excesso, Cusupercompensacao, | dia apés a realimentagio com earboi Einos (Com base em dados de Hultman ¢ Nilsson.") RECUPERAGAO APOS O EXERCICIO 35 Convém observar também que um excesso, ou supercom: pensacdo, ocorre dentro de 1 dia apés a realimentagao ‘com carboidratos. Em ratos,’ foi mostrado que nao ocorre qualquer ressintese de glicogénio hepatica durante 24 horas de recuperacio apés um exercicio em cuja execusio foi consumido qualquer alimento. Apesar de nao terem sido realizados estudos compariiveis em seres humanos, & razod- vel admitir que poderiam ser encontrados resultados seme Ihantes. A semelhanga da ressintese de glicogénio muscu lar, a demanda cnergética para a ressintese do glicogénio hepatico deriva do sistema aerdbico, Remogao do acido latico do sangue e dos musculos Foi mencionado no ultimo capitulo que, quando o écido litico, que € 0 produto da glicolise anaerdbica, se acumula hho sangue e nos miisculos, surge a fadiga, Portanto, apds ‘95 exercicios nos qua ‘umularam quantidades méxi- mas de dcido litico, a recuperagdo plena implica remogao desse decido tanto do sangue quanto dos misculos esquelé- ticos que estiveram ativos durante 0 perfodo precedente de exercicios. Eis varias questdes importantes relacionadas a esse rocesso e que devem ser respondidas: (1) quanto tempo necessério para remover o dcido litico acumulado, (2) {que fatores influenciam a velocidade de remogio do cdo lético, (3) © que acontece com o divido litico, e (4) qual €a reagao entre a remogao do dcido hitico durante a recupe- ragio e a fase de recuperacio lenta? Velocidade de remogao do acido latico A evolugao temporal da remogio do dcido latico do sangue c dos musculos & mostrada na Fig. 3.10. Nesse caso, 0 exereicio consistira de cinco séries de 1 minuto com pedal ‘gem em uma bicicleta ergométrica.* Concediam-se perio- dos de repouso de 5 minutos entre as séries de trabalho. eto Lea Sanguneo 10; 5: repose See Eat ee a =e mao Fig. 3.10 O décido litico ¢ removido do sangue e dos miscvlos durante a recuperagio apés um exercicio exaustivo. Em geral ssio necessarios 25 minutos de repouso-recuperagao para remover 1 metade do écido litico acumulado. (Com base em dados de Karlsson e Saltin.*) 36 BASES FISIOLOGICAS DA EDUCAGAO FISICA E DOS DESPORTOS Durante © periodo de recuperagdo, os individuos (todos, homens) descansavam sentados na bicicleta (repouso-recu- peracio). Convém observar que era necessario transcorrer pelo menos | hora para a remogao da maior parte do dcido litico acumutado. O mesmo intervalo de tempo & necessirio também apds se correr até a exausto sobre uma esteira rolante.” Em geral, pode-se dizer que sio necessirios 25 minutos de repouso-recuperagao apos um exercicio maximo para se processar a remogio de metade do dcido litico acumulado.”” Isso significa que cerca de 95% do acide litico serdo removidos em I hora ¢ 15 minu- tos de repouso-reeuperacao, apés um exereicio méximo. ‘AS concentragdes de dcido laitico mostradas na figura representam valores mdximos médios tanto para os miiscu- los quanto para o sangue. Durante um exercicio submd- ximo porém drduo, no qual © aciimulo de deido litico no € to grande, seré necessirio menos tempo para sua remogdo durante a recuperacao. Efeitos do exercicio durante a recupera¢ao sobre a velocidade de remogao do acido latico Voct deve ter notado a utilizago do termo “repouso- recuperacao” na discussao precedente, Como ja foi assina- lado, isso significa que os individuos descansavam durante todo o transcorrer do periodo de recuperacéo. Foi demons- trado que 0 dicido ldtico pode ser removido do sangue ¢ dos musculos mais rapidamente apds um exercicio de intenso a maximo recorrendo A realizagio de exercicios leves, em vez de repousar por todo o periodo de recupe- A “Essa recuperacio € denominada exeref- ‘recuperagio ¢ assemelha-se aos procedimentos de “es- friamento” (volta a calma), que a maioria dos atletas vinha praticando por muitos anos. Um exemplo dos efeitos do exercicio-recuperacdo sobre a remogéo do dcido latico & mostrado na Fig, 3.11. Nessas experiéncias, os individuos corriam uma milha em 3 dias separados. Foram utilizados ttés petiodos de recuperagao diferentes: (1) repouso, (2) e i SK tron necnsacia ! er 8 N Intermiente "| Exercicios- a “a Commas” Recupoapdes 10 18 20 25 Tempo de Resoperartc Termino oe in Comgace noel Fig. 3.11 0 cido litico pode ser removide do sangue e dos imisculos mais rapidamente aps um exereicio de intenso a maxi ‘mo quando se realiza um exercicio leve durante a recuperagio (exercicio-reeuperagio) em vez de apenas repousar durante todo © periodo de recuperagio. (Com base em dados de Bonen © Beleastro.*) orm) {ston so Sanu Vetotdade do Remogdo co Ago Op a #0 B80 10D vedo Vo,max 0512 1522 259° 95 vo, min bolt 0 10 20 39 40 50 Yo, mikgmin Imonsidae oo Exercio 69 Rocuperacso Fig. 3.12 Para individuos destreinados, 0 exereicio de recupe ago que produz o ritmo mais ripido ow 6timo de remogao do cide lético ¢ aquele go qual o consumo de oxigénio (VO.) ficw entre 30% e 45% do Vosmix., ou 1,0 a 1,5 litro por minuto, ‘ou 15 ¢ 20 mililitros por quilograma de peso corporal por minuto (Grea sombreada). (Com base em dados de Beleastro Bonen.”) cexercicio continuo, composto de trote cont um ritmo auto- selecionado, e (3) exercicio intermitente do tipo praticado normalmente pelos atletas. Ambos os exercicios-recupe- ragdo resultavam em aumentos substanciais na velocidade de remogao do dcido Idtico do sangue. Deve-se observar também que o ritmo de remogdo era mais rapido durante a recuperagao com trote continuo. Com base nessa infor- magio, parece sensato aconsclhar os atletas a se exer tarem continuamente durante todo 0 periodo de recupy ragio, em vez de fazé-lo apenas intermitentemente, como € sua prética normal, ‘Quanto exercicio deve scr realizado durante a recupe- ragio para promover uma remogio dtima de Acido litico? A tesposta a essa pergunta pode ser encontrada na Fig. 3.12. A velocidade com que 0 acido litico & removido do sangue (eixo vertical) é mostrada por demarcagio contra aintensidade do exercicio realizado durante a recuperagao, (cixo horizontal). A ultima & enunciada em trés unidades, diferentes: (1) a quantidade de oxigénio consumida durante 0 exereicio (VO;) como percentual da poténcia aerdbica maxima do individuo (por cento de Vo,mx.);* (2) como mililitros de oxigénio consumidos por quilograma de peso corporal por minuto de exercicio (ml/kg-min); e (3) como a quantidade de oxigénio consumida durante o exercicio cm litros por minuto (Vmin). A intensidade do exercicio, de recuperacio que produz o ritmo mais répido ou timo de remogio do dcido litico foi calculada como ficando entre 30% e 45% do Vo,max. Isso corresponde a consumos, de oxigénio entre 1,0¢ 1,5 l/min, ou entre 15.¢ 20 mi/kg-min “Por exemple, seo Vox de wt indviuo for de $0 iiitos de oxi por gilgrama de ese corporal por minuto mpm), de 35 bios ce sige por mini iin), enn oma curatenesksa que rear 2S mi, fo ,75 Un eprssntra SDS: da Voumex (285%, 0 1.789,3 © 100 5°). (érea sombreada na figura). Entretanto, convém assinalar que esses mimeros foram calculados para um exercicio recuperagio realizado em bicicleta ergométrica com indivi duos destreinados. Com pessoas treinadas realizando um cexercicio de recuperagao que consiste em correr ou cami: ner, foi mostrado que a remocao do Acido tatico ¢ étima para intensidades entre 50% ¢ 65% de Voyméx.* % E provivel que a principal razo para essa diferenca esteja relacionada mais com o estado de treinamento dos indivi- duos do que com a diferenga nos tipos de exercicio (correr ou caminhar versus pedalat). Em outras patavras, quanto mais alto foro nivel de apticao, mais alta sera intensidade do exercicio de recuperacio para uma remogéo stima do fcido litie. ‘Convém mencionar mais um ponto acerca da Fig, 3.12. Quando a intensidade do exercicio de recuperagio ahaixo ou acima dos limites étimos (reas sombreadas), (0 cido litico é removido mais lentamente. De fato, obse! vase que, quando a intensidade do exercicio de recupe- ra¢io é superior a 60% do Vo,max, a velocidade de remo- Gio do dcido Latico chega a ser menor do que aquela obse ‘ada durante o repouso-recuperagao. A raz disso é que durante 0 préprio exercicio de recuperagdo, ests sendo produzido mais acid litico. ‘Um investigadorsugeriu que a recuperagio ativa deve~ ria car mais proxima de 70% do Vosmnax para os primeiros rminytos ¢ a seguir deveria ser de aproximadamente 40% do Voix pelo periodo de recuperagao subsequente.” Intitvamente, 0 atleta de elite de meia distancia parece adotar com freqiiéncia esse procedimento apés uma com: petigio — um ritmo bastante répido por uns poucos minu- tos seguido por um ritmo lento de maior duragao, Destino do acido latico — fisiologia da remocao do ‘cid latico Até aqui aprendemos que © Acido lético é removido do sangue ¢ dos muisculos durante a recuperagio apds um. exereicioe que sua remogdo & mais répida durante 0 exe! o do que durante 0 repouso-recuperagio. Nossa préxima tarefa consiste em aprender o que acontece com 0 acido kitico © por que sua remogio € mais répida durante 0 exercicio-recuperacao. Existem quatro destinos possiveis para o écido li ciotecupers ico: Excregdo na Urina ¢ no Suor. Sabe-se que 0 écido litico € excretado na urina* e no suor.! Entretanto, 4 quantidade de scido litico assim removida durante 4 recuperagao apés um exercivio & negligenciavel. Conversio em Glicoxe elou Glicogénio. Hi que 04 Latico ¢ um produto da desintegragao dos carboidratos (elicose e glicagénio), pode ser transformado de novo em qualquer um desses compostos no figado (glico- i € glicose) ¢ nos miisculos (glicogénio), na pre- senca da energia ATP necesséria. Contudo, e como jd dissemos, a ressintese do glicogénio nos masculos eno figado jwando comparada coma remogdo do fcido litico, Além disso, a magni tude das alterages nos niveis sanguineos de glicose extremamente lenta, RECUPERAGAO APOS OEXERCICIO. 37 durante a recuperagio também & minima. Portanto a conversio do dcido Iitico em glicose e glicc € responsivel apenas por uma pequena fragio do ficido Kitico total removido.” 3. Conversdo em Proteina. Os carboidratos, incluindo 0 dcido litico, podem ser convertidos quimicamente ‘em proteina dentro do corpo. Entretanto, aqui tam= bém foi demonstrado que apenas uma quantidade relativamente pequena de em proteina durante o periodo ime! ragdo apés um exercicio.” 4, Oxidagdo!Conversio em CO; € HO. 0 ‘icido Kitieo pode ser usado como combustivel metabolic para io, predominantemente pelo mis- ico,"?**- 8." porém o misculo cardia capazes dessa funcdo. Na presenca de oxigénio, 0 fcido Latico € transformado, primeiro, em éeido piri vieo e, a seguir, em CO, ¢ H,O no ciclo de Krebs eno sistema de transporte de elétrons, respectivs mente. E evidente que o ATP ¢ ressintetizado em reagdes acopladas no sistema de transporte de elé- trons, 0 uso de acido Idtico como combustivel metabslico para o sistema acrdbico & responsdivel pela maior parte do dcido litico removido durante a recuperagio apés um exercicio. Apesar de isso ser verdadeiro para as recupe- ragoes tanto com repouso quanto com exercicio, a oxidagio & responsdvel por mais remocio de acido litico no whimo tipo do que no primeiro. Como acabamos de mencionar sabe-se que Varios érgios sio capazes de oxidar 0 sicido litico. Entretanto, existe concordancia bastante genera- Tizada de que o misculo esquelético € 0 principal dreio implicado nesse processo.” ** *® De tato, admite-se que a maior parte do dcido litico oxidado pelo misculo 06 dentro das fibras de contragao lenta ¢ nao naquelas de contragdo répida.** Essas si0 as principais razdes de ‘a remogao do dcido latico ser mais répida durante o exeret- cio-recuperagio do que durante 0 repouso-recuperacao. Por exemplo, no primeiro, tanto o fluxo sanguine que carreia o dcido latico para os miisculos quanto a taxa met blica dos miisculos ativos estdo grandemente aum ‘Alem disso, 0 tipo de exercicio adotado durante a maioria dos exercicios-recuperacoes recruta preferencialmente as fibras de contragao lenta para realizat 0 trabalho. Um resumo do destino do scido litico removido do sangue ¢ dos misculos durante o repouso-recuperagio € mostrado na Fig. 3.13. Os percentuais fornecidos na foram determinados a partir de experiéneias feitas em ratos apés 4 horas de recuperagio.”* eados, Remogdo do dcido latico e a fase de recuperacdolenta Como jé dissemos, antigamente admitia-se que 0 oxigénio consumido durante a FRL do tempo de recuperacio do Oxigénio estava relacionado quantitativamente com a re- ‘mogao do deido litico durante o periodo imediato da rec peragio apés um exercicio, A Fig. 3.14 mostra que foi ag BASES FISIOLOGICAS DA EDUCAGAO FISICA E DOS DESPORTOS ‘cio ion + Gieose [rsera ee aE ©, 40 ee oi a0 a> 8D BO ercenual do Ado Lateo Comoro Fig. 3.13 Destino do sicido litico. O deido litieo removido do ie ae e dos musculos durante a recuperagao pode ser transiow sano em glicase,proteina, glicogénio, ou CO: ¢ H.0 (oxkdado), MA uae dtimas transformagées constituem os destinos principals. (Com base em dados de Galsser e Brook ‘eis Len Remove (eames) _ 8 7 or? 37 #5 6 7 Cxigénio de Rocuperagio Lenka (Lites) Fig, 3:14 Existe uma relagéo entre 0 oxigenio consumida du Tae ea fase de recuperagio répida de écido litico do sumgucs atretanto, a quantidade exata de oxigénio necessiria para remo eaGeterminada quantidade de acido latico varia considerave mente. (Com base em dados de Fox et al.) determinada experimentalmente uma relagdo entre a fase de reeuperagio lenta ea remogao de deco Latico no sangue Contudo, a quantidade exata de oxigénio necesséria para femover determinada quantidade de cido litico varia con- Sideravelmente.>* Essa relagfo quantitativa to pre indo € de surpreender, pois, como ja vimos, existem muitos “estinos possiveis para o deido lético, cada um deles exigin- Go quantidades variveis de energia. Nao obstante, € raz04- er'suspeitar de que pelo menos parte da demanda de Drigenio c da enorgia ATP associada com a remogio do Gaido litico € fornecida pelo oxigénio consumido durante a fase de recuperagao lenta “A dimensio da fase de recuperacéo lenta nao € rmuito afetade pelas intensidades do trabalho abaixo de 65% de Voxméx, Entretanto, no exercicio acima de 65% do Vor ndy e com duragao superior a5 minutos, a fase de recupe reso lenta comporta una maior magnitude.” A dimenséig riety de FRE varia normalmente entre 5 ¢ 10 litros” mmavtuma ser maior em atlctas, particularmente naqueles {qe teinam para atividades de grande velocidade © dels participam: ‘Como 0 nome indica, a fase de recuperacio lenta (FRL) do tempo do oxigénio de recuperacio lenta em omparagéo com aquele da fase de recuperagao ripida (FRR), Por exemplo, a FRL possui um tempo de meis (iisa0 de 15 minutos, cerea de 30 vezes mais lento que Oda FRR.” Isso significa que, apés 1 hora de repouso-recu- poragdo, a FRL em geral jd foi completada. Durante 9 Pepouse-recuperagao, a FRL nio é apenas menor em cere Teas litros; mas € reduzida também mais rapidamente, "> Restauragao das reservas de oxigénio Ja mencionamos que o oxigénio ¢ armazenado dentro do Spor apesae de essas Feservas serem pequenas, as ‘eitortantes durante o exericio, paticularmente n0 eX spot mrermitente, pois sio usadas durante os periodos seresabatho, e 2 seguir, repostas durante os perfodes de repouso Reservas de O,mioglobina © oxigénio € armazenado principalmente nos musculas tem combinago quimica com a mioglobina livre, um com posto protcico complexo, semelhante & hemoglobina Pontrada no sangue. Dé fato, a mioglobina ¢ denominade Com ceria freqdéncia de hemoglobina muscular. Apes de a mioglobina funcionar como depésito para o oxigénio stdmite-se também que participe funcionalmente na trans enencia real (difusto) do oxiggnio do sangue (capilares para ag mitocOndrias dentro da eétula muscular, onde eensumido, Assim sendo, a mioglobina desempenha ut papel duplo: armazenamento do oxigenio ¢ faclitagio & Aifusdio do oxigénio do sangue para as mitocondrias. Dimenséo ¢ importancia das reservas de O,-mioglobine Como acabamos de mencionar, as reservas de Oxi tlobina sto pequenss. Por exemplo, caleulou-se que aPe® S12 mi de oxigénio s4o armazenados com @ miogtobi por quilograma de massa muscular.” Admitindo-se Prral de 30 Ke de massa muscular em uma pessoa ce tim peso corporal de 70 kg, isso corresponde a aproxin “Tamonte 336 ml de oxigénio (30 x 11,2 = 336 ml de Em atletas, que em geral possuem massas musculares ma Faas reservas totais de O,-mioglobina, apesar de m Tetumosas, ainda assim podem ser de apenas 500 m Entretanto, as reservas de O-imioglobina sio importan Faammadose que migénto amazenady ja usado a desing Jose “pain ee Sarno ena panes de rexsnteat 148 minke, ou sat Sp quantuade ea safcente para sattaer a5 demands eT orcern de 2 aimios de repos. 1 durante o exercicio intermitente, néio em virtude de sua dimenséo, mas por causa de sua restauragio répida durante osperfodos de recuperacao. Isso permite que sejam utiliza- as vezes sem conta durante os periodos de trabalho do enerecio. Um exemplo desse efeito € mostrado na Fig 3115. O trabalho intermitente_empreendido nessas expe- rigncias consiste em alterar 15 segundos de trabalho em uma biiletaergométrica com 15 segundos de repouso-e- Caleulouse que as reser inglobina contriburam com 20% da energia ATP tot neeessiria durante esse periodo de tempo."” Esse percen- tual era superior tanto aos fosfagénios arma A glcdise anaerdbica. ‘A importancia dos depésitos de oxi reenfatizada pelos seguintes céleulos: io pode ser 1. Admitindo-se que a massa muscular total que entra em agio durante 0 trabalho intermitente realizado nas experiéncias precedentes fosse de 15 kg, as reser- vas totais de O,-mioglobina implicadas seriam de 15 X 112 = 168 ml de oxigénio. 2 Alternar 15 segundos de trabalho com 15 segundos de repouso-recuperacdo durante um periodo de 1 ho- ra significa que hove slois periodos de repouso-recu- petagio em cada minuto, ov 120 no transcorrer de uma hora. Admitindo-se que apenas a metade dos depdsitos fosse refeita durante cada um dos perfodos de repouso-recuperacao, entao 168/2 = 84 ml de oxi 2nio eriam sido restaurados por perfodo de repouso, ou 84 x 120 = 10.080 ml, ow 10 litros de oxigénio no transcorrer dessa hora. Isso representa uma quan- tidade substancial de oxigenio que pode ser usado durante 0s periodos de trabalho, ou seja, uma quant icoice Anasrcica oservas co Foslagélos ] e Reserves de 0 Mepiobina Stra Aorbico a a a de Enola (ATP) Nocessia Fig. 3.15 Asreservas de O,-mioglobina so importantes durante ‘exerci imtermitente, pois sio utilizadas durante os intervalos etabalho e sio restauradas rapidamente durante os intervalos A: ecuperagio. Coma mostrade aqui, 20% da energia total exigi- i durante | hora de trabalho, representado por 15 segundos detrabalho atemnados com 15 segundos de recuperagio, provie- am das reservas de O,-mioglobina. (Com base em dados de Esene al") RECUPERAGAO APOS O EXERCICIO. 39 dade suficiente para gerar aerobicamente 3 moles de ATP. Mecanismo de reposi¢ao das reservas de O,-mioglobina ‘Ta que 0 oxigénio estd ligado & mioglobina em combinagao ‘quimica, a restauragio das reservas de O,-mioglobina de- pende principalmente da disponibilidade de oxigénio. Por sua vez, a disponibilidade de oxigénio depende de sua pressdo parcial. O conceito de pressio parcial seré discutido no Cap. 9. Para nossas finalidades atuais, cabe-nos relem- brar apenas que, durante o exercicio, particularmente se for arduo, a disponibilidade de oxigénio (pressdo parcial) aixa. Consequientemente, 0 oxigénio que estava combi- nado com a mioglobina é liberado para o muisculo ¢ acaba sendo entregue as mitocéndrias. Ocorre exatamente 0 con- tririo durante a recuperagéo apés um exercicio. Aqui a disponibilidade de oxigénio aumenta muito, acarretando uum reabastecimento de mioglobina com oxigénio, proceso esse que se admite levar apenas alguns poucos segundos para se completar.”” Como a dissemos, 0 oxigénio c ‘mido durante a fase de recuperacao répida supre o oni jo para a restauracao das reservas de Oy-mioglo- Algumas orientagoes praticas sobre a Tecuperagao Com base na discussio prévia € possivel inferir algumas orientagdes préticas acerca dos tempos minimos ¢ méximos necessirios para uma boa recuperagao apos realizar varios exereicios exaustivos. Para conferir, veja o Quadro 3.2 Resumo A recuperagao apés um exercicio tem por finalidade restau- rar os misculos e o restante do corpo a sua condigao pré- exercicio, Durante a recuperagio aps um exercivio, o consumo de oxigénio continua elevado e acima dos niveis de tepou so. O oxigénio adicional consumido acima do repouso & denominado oxigénio de recuperagdo. Durante os 2 ou 3 primeiros minutos de recuperagao, observa-se uma alta taxa de consumo de oxigénio, seguida por um declinio gradual para as proximidades dos niveis de repouso. Os 2.23 minutos iniciais de recuperagao foram denominados fase de recuperacdo répida, enquanto a fase mais lenta recebeu a designagio de fase de recuperacao lenta ‘A maior parte das reservas musculares de ATP € PC que foram depletadas durante 0 exercicio ¢ restaurada rapi- damente durante os primeiros 3 a 5 minutos do perfodo de recuperacio, A energia ATP necesséria para esse pro- cesso € suprida principalmente pelo sistema aerobico atrar vés do oxigénio consumido durante a fase de recuperacao rapida. O “repagamento” da fase de recuperagao répida € completado em apenas uns poucos minutos. O valor maximo da fase de recuperacio répida oscila entre 2 ¢ ry JSIOLOGICAS DA EDUCAGAO FISICA E DOS DESPOR' Quadro 3.2 Tempos de reeuperacio minimos € 108 maximos sugeridos apés exercicio exaustivo Tempo de recuperagio suserido Proceso de seeuperaio ‘Minimo ‘Maximo FResturagao das eserves musculares de osfagénios (ATP * PC) 2 min Simin Redugao di fase de recuperagio rapida Sin Smin Ressintexe de glicogénio muscular Wh (apos exerciio continuo) 46h Sh (apes exeretcio intermitente) 248 Reabastecimento do glicogénio hepatica Desconhecido 124 FRemovao do cid laico do sangue ¢ dos musculos Bl) min {exerccio-ecuperagio} 1b Thr {repouso-recoperasio) zh Redlugio da fase de recuperacio lena 30 mi 1h Restauragio dis tesersas de O: Weiss min 3 litros de oxiggnio, porém jé foram registrados valores inuito mais altos em atletas treinados. 'A restauragdo das reservas musculares ¢ hepaticas de slicogénio depletadas durante o exereicio depende do tipo de exercicio reatizado (continuo versus intermitemte) ¢ po- de levar varios dias para ser completada, sendo que duran- te ese perfodo & necessiria uma boa ingestdo dietética de carboidratos. Apds um exercicio continuo © exaustivo, restauragio do glicogénio muscular de 60% em 10 horas de recuperacio e serd completada plenamente dentro de 46 horas. Apds um exercicio intermitente ¢ exaustivo, a Uo glicopénio muscular de 53% em 5 horas sets completada plenamente em 24 horas. Apenas quanti- dades muito pequenas de glicogénio muscular € hepitico sao restauradas dentro do perfodo imediato de recuperagéo, (1a 2 horas) apés um exereicio maximo de qualquer tipo. ‘A-coergia ATP para a restauragto do glicogenio muscular e hepitico provém do sistema aersbieo, porém ngo inclu de forma significativa 0 oxigénio consumido durante a fase de recuperagio lenta, ‘0 cide litico acumulado no sangue ¢ nos misculos durante o exercicio ¢ removido durante o periodo de reeu- peracio. A velocidade dessa remogio depende do fato de se ficar em repouso durante a recuperagao (repouso- recuperagdo) ou de realizar um exercicio leve (30 a 65% do Vosmix) durante a recuperagio (exercicio-recupers- ‘¢20). O dcido litico € removido mais rapidamente durante © exercicio-recuperagio. O destino do acido latico remo- vido ¢ (1) conversio em glicose elou glicogénio, (2) conver: io em proteina, e (3) oxidagao para CO, e H,O pelo sistema aerébico, © destino principal € a oxidagao, que Se processa principalmente no muisculo esquelético, mas {que ocorre também nos tecidos cardiaco, renal, hepatico © cerebral. Pelo menos parte do oxigénio ¢ da energia (ATP necessérios para a remogao do Acido litico provém provavelmente da fase de recuperagad lenta, porém ainda hao foi determinada qualquer relagdo quantitativa entre ‘os dois, © valor maximo da fase de recuperagao lenta costuma ficar entre 5 e 10 litros de oxigénio. ‘O oxigenio é armuzenado no masculo esquelético em ‘combinagdo quimica com mioglobina. Esses depdsitos sio pequenos, porém importantes, durante o exerefcio intermi- Tente, pois sd0 utilizados durante os perfodos de trabalho esio restaurados durante os perfodos de repouso. A restau: ragao dos depésitos (reservas) de O,-mioglobina durante tt recuperacao é répida, levando apenas alguns segundos, t depende da disponibilidade (pressao parcial) de oxigen (0 oxigénio faz parte da fase de recuperacdo répida. Questoes 1, Deserever a revisio da terminologia para o consumo de oxi nig apos um exercicio. . Definit oxigénio de recuperagio e sews componentes, Com que eapider sio reabastecidas as reservas de fosfagénios (ATP-+ PC) durante a recuperagio? 1. Oual a relagio entre restauragdo das ceservas de ATP ¢ PC no misculo ¢ 0 componente de recuperagao ripida Qual a dimensio da fase de recuperagio ripida © qual jenificado dessa discussio? ,. Discutir a restauragio das reservas de glicogénio muscular com relagio a: (8) 0 tipo (continuo versus intermitente) de cxercicio prévio realizado; (bp) a presenga ou auséncia de {ngestio alimentar durante a recuperagdos (c) os fatoresfisio- {Gsicos relacionados com as diferentes taxas de restauragae do glicogenio; ¢ (d) a energética da reposigio do glivogénio. 71. Quais os efeitos do exercicio, da dicta ¢ da recuperacie pds ui exereicio sobre as reservas hepaticas de plivogénic: ‘Oue se entende por repouso-recuperacio © exercicio-tect peragao © como cles influenciam a velocidade de remogéc 4 cido lético?? Discutiro destino do dcido litico removido durante a recupe ragio, Que drgios e tecidos participam nesse processo? ‘Qual a relagdo entre Femogio do deido latico © a fase recuperagio répida? Explicar a importincia cexercicio intermitente Suponha que um atleta vé competit primeciro na prova d ‘800 metros, cerea de 1 hora mais tarde, na prova de 1.50 metros. Como tecnico, 0 que deveria dizer ao atleta acer dda maneira mais répida de se recuperar entre esses eventos 9. 10. UL das reservas de oxigénio durante 2. Referéncias 1, Astrand, I: Lactate contentin sweat. Acta Physiol Scand. 58:359-367, 1963. 2, Belcastro, A.N., Bonen, A: Lactic acid removal rates during controlled and uncon: trolled recovery exercise: J App! Physiol. 39(6):982-936, 1975, 9. Bergstrom, J., Hermansen, L., Hultman, E,, and Saltin, B.: Diet, muscle glycogen and physical performance. Acta Physiol Scand. 71:140-150, 1967. Bonen, A. and Beleastro, A. Ns Compari son of self-selected recovery methods on lactic acid removal rates. Med Sei Sports 5(3):176-178, 1976, 5. Bonen, A., Campbell, C. J., Kirby, R. L., and Beleadtro, A.N.: A multipleregression model for blood lactate removal in man. Pflugers Arch. 380:209-210, 1979. 6. Bonen, A., Campbell, C. J, Kirby, R. L., and Beleastro, A. N.: Relationship between slow-twitch muscle fibers and laetie acid removal. 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