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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA


UNATEC-CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO
AMBIENTAL

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA BACIA


HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO CARDOSO, BELO
HORIZONTE, MG, BRASIL

Integrantes: André Luiz da Silva Peçanha


Carina Bárbara Espírito Santo
João Bosco Gomes Junior
João Henrique Silva Santana
João Paulo Lopes Chaves Miranda
Marluci de Carvalho Milagres
Thiago César Silva Neves

Orientador(a): Cristina de Souza Silva

Belo Horizonte
1º/2010
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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA


UNATEC-CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO
AMBIENTAL

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA BACIA


HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO CARDOSO, BELO
HORIZONTE, MG, BRASIL

Trabalho apresentado à disciplina Projeto Aplicado


Ciências do Ambiente do Curso Superior de Tecnologia
em Gestão Ambiental da UNATEC.

Campus: Barreiro

Orientador: Profª. Cristina de Souza Silva

Belo Horizonte
1º/2010
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CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO


CARDOSO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL

Alunos: PEÇANHA, André e-mail: andreluizpecanha@gmail.com


SANTO, Carina Bárbara carina.caj@hotmail.com
GOMES-JÚNIOR, João joao.bgj@hotmail.com
SANTANA, João Henrique joaohl@yahoo.com.br
MIRANDA, João Paulo jplmiranda@gmail.com
MILAGRES, Marluci marluci_carvalho@yahoo.com.br
NEVES, Thiago tcsneves@hotmail.com

Orientador: SILVA, Cristina de Souza crists.biologia@gmail.com

Este estudo constitui a caracterização, entre elementos bióticos e abióticos, do ambiente da


bacia hidrográfica do córrego Cardoso. A bacia, que é parte integrante da APA Sul – RMBH
está situada na região centro sul da cidade de Belo Horizonte é formada principalmente pelo
bairro Santa Efigênia e pelo conjunto de vilas conhecido como Aglomerado da Serra. A bacia
é marcada pela intensa modificação do espaço causada pela ocupação desordenada do solo.
Em 2006 teve início na bacia o programa Vila Viva que objetiva realizar melhorias nas
condições ambientais e de infraestrutura que impactem positivamente na qualidade de vida
dos habitantes da região. No entanto, conclui-se que, apesar da eficácia do Vila Viva, ainda há
inúmeras possibilidades de melhoria nestes aspectos.

Palavras Chave: CÓRREGO CARDOSO; CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL; BACIA


HIDROGRÁFICA
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................5
2. PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................6
3. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................7
4. OBJETIVOS..............................................................................................................8
4.1. Objetivo Geral........................................................................................................8
4.2. Objetivos Específicos.............................................................................................8
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................9
5.1. Área de Proteção Ambiental(APA).......................................................................9
5.2. APA Sul RMBH......................................................................................................9
5.2.1 Criação...................................................................................................................9
5.2.2. Características naturais.....................................................................................11
5.2.2.1 Cerrado.............................................................................................................13
5.2.2.2 Matas de Galeria..............................................................................................17
5.2.2.3 Mata Atlântica..................................................................................................17
5.3. Bacia Hidrográfica do córrego Cardoso.............................................................21
5.3.1. Ocupação do Solo...............................................................................................24
5.3.2. Vila Viva..............................................................................................................25
5.3.3. Caracterização do Ambiente.............................................................................28
6. METODOLOGIA.....................................................................................................31
7. RESULTADOS.........................................................................................................32
7.1 Fisiografia................................................................................................................32
7.2 Climatologia.............................................................................................................33
7.3 Geologia....................................................................................................................35
7.4 Fauna e Flora...........................................................................................................38
7.5 Recursos Hídricos...................................................................................................40
8. CONCLUSÃO...........................................................................................................42
9. REFERÊNCIAS........................................................................................................43
10. ANEXOS..................................................................................................................47
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1. INTRODUÇÃO

O Córrego Cardoso situa-se na Área de Proteção Ambiental – APA Sul da região


metropolitana de Belo Horizonte. O estabelecimento da APA Sul RMBH, pelo Decreto
Estadual 35.624, de 8 de junho de 1994, resultou da negociação entre os vários setores
atuantes na região, através de debates e seminários, sempre realizados com o aval do COPAM
(Conselho Estadual de Política Ambiental, 1994).

Na APA Sul RMBH estão presentes duas grandes bacias hidrográficas, a do Rio São
Francisco e a do Rio Doce, que respondem pelo abastecimento de aproximadamente 70% da
população de Belo Horizonte e de 50% da população de sua região metropolitana.

A área possui uma das maiores extensões de cobertura vegetal nativa contínua do estado,
abrangendo regiões conhecidas como Caraça e Gandarela. (IEF, 2010)

O aglomerado da Serra, situado na região sul de Belo Horizonte, é parte integrante da Bacia
Hidrográfica do Córrego Cardoso, que estende-se entre as regiões centro-sul e leste de Belo
Horizonte. Segundo o Plano Global Específico(PGE) de Belo Horizonte, elaborado entre 1998
e 2001, o aglomerado possui população estimada de mais de 45.000 habitantes distribuídos
entre 7 vilas. A rápida e desordenada ocupação da região contribuiu de forma eficaz para a
alteração do ambiente natural da bacia.

Em 2006, com base no PGE, teve início no Aglomerado da Serra o programa Vila Viva que
visa melhorias nas condições de moradia, saneamento, integração social, qualidade ambiental,
entre outros.

Este trabalho é um projeto interdisciplinar que tem como objetivo identificar, através de
diagnóstico ambiental, as características naturais da bacia hidrográfica do Córrego Cardoso a
fim de contribuir para maior conhecimento deste espaço.
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2. PROBLEMATIZAÇÃO

Problema, para Kerlinger (1980), é uma questão que mostra uma situação necessitada de
discussão, investigação, decisão ou solução. Simplificando, problema é uma questão que
pretende responder. Todo o processo de pesquisa irá girar em torno de sua solução (VILELA-
JUNIOR, 2000).

Entre elementos bióticos e abióticos, como é a composição do ambiente da bacia hidrográfica


do Córrego Cardoso?
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3. JUSTIFICATIVA

A bacia hidrográfica do Córrego Cardoso tem importante localização em Belo Horizonte


tendo sido largamente ocupada sem que houvesse qualquer preocupação com planejamento
urbano, comprometendo assim as características naturais da região. Além dos problemas
ambientais, e sociais, a ocupação desordenada da região acarretou riscos à saúde e à vida
humana encontrando-se a maioria das residências em áreas de risco geológico pela
composição do solo, bem como, a declividade do terreno e a proximidade da margem do
córrego Cardoso e seus afluentes.

O pequeno número de estudos científicos sobre a região não reflete a importante função da
bacia hidrográfica do córrego Cardoso no meio ambiente a que se insere.

A bacia é parte integrante da Área Proteção Ambiental – APA Sul RMBH, deste modo,
diagnosticar o seu ambiente natural relaciona-se à identificação de importantes fatores
ambientais presentes na região sendo o Córrego Cardoso grande tributário do Ribeirão
Arrudas.

A caracterização ambiental da bacia hidrográfica do córrego Cardoso poderá contribuir para


futuros estudos sobre a região.
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4. OBJETIVOS

Segundo Fernandes (2008), objetivo é sinônimo de propósito, de meta; responde à pergunta: o


que se pretende investigar.

Deste modo definem-se os seguintes objetivos para este trabalho:

4.1. Objetivo Geral

Diagnosticar o ambiente da bacia hidrográfica do Córrego Cardoso.

4.2. Objetivos Específicos

Visando encontrar as respostas mais adequadas e explicativas para a problematização cabe


detalhar o objetivo geral da seguinte maneira:

Localizar o Córrego Cardoso em carta topográfica e realizar cálculos que permitam encontrar
dados de natureza morfométrica como densidade de drenagem e coeficiente de manutenção
dos córregos pertencentes à bacia. Os dados morfométricos serão mais bem assimilados após
caracterizar a climatologia da bacia.

Caracterizar visual e bibliograficamente a fauna e a cobertura vegetal predominante na região


assim como o solo e formações rochosas.

Por ser um dos recursos naturais em maior evidência atualmente, faz-se necessário
caracterizar a qualidade dos recursos hídricos dos cursos d‟água da bacia.
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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1. Área de Proteção Ambiental(APA)

A lei No 9.985, de 18 de julho de 2000 institui o Sistema Nacional de Unidades de


Conservação da Natureza – SNUC e estabelece critérios e normas para a criação, implantação
e gestão das unidades de conservação (IEF, 2010).

Ainda sobre a lei No 9.985:

Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como
objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e
assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (MADAUAR, 2009).

A Lei 6.938/81, no inciso VI, do art. 9º, inclui os espaços territoriais especialmente protegidos
pelo Poder público Federal, Estadual e Municipal como instrumentos da Política Nacional do
Meio Ambiente, exemplificando, como tais, as áreas de proteção ambiental, as áreas de
relevante interesse ecológico e as reservas extrativistas (IEF, 2010).

É importante salientar que as áreas de proteção ambiental se dividem em dois grupos


distintos, unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável.

O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido
apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em lei. Já o
objetivo das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o
uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais (IBAMA, 2010).

5.2. APA Sul RMBH

5.2.1 Criação

A Região Metropolitana de Belo Horizonte, dotada de atributos bióticos, econômicos,


culturais e estéticos significativos, destaca-se por sua vocação minerária, responsável pelo
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surgimento dos núcleos de população desde o Século XVIII (IEF, 2010).

A exploração econômica da mineração de ouro e, posteriormente substituída, em maior


escala, pela mineração de ferro, é considerada como um dos vetores de expansão urbana,
iniciada historicamente pelos municípios de Nova Lima e Brumadinho (IEF, 2010).

A demanda pela criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA), na região sul de Belo
Horizonte, partiu inicialmente de uma associação de proprietários de “residências de fins de
semana” da localidade de São Sebastião das Águas Claras (IEF, 2010).

Os estudos técnicos para definição de limites apontaram a adequação de uma região mais
abrangente que a demanda inicial, com aproximadamente 170 mil hectares. Quando esta
proposição técnica foi levada para a avaliação do Conselho Estadual de Política Ambiental -
COPAM, através da então Câmara de Defesa de Ecossistemas, ampliou-se o debate em torno
da viabilidade da unidade (IEF, 2010).

A APA Sul foi estabelecida em 8 de junho de 1994 pelo Decreto Estadual 35.624 que declara
entre outros:

Art. 1º - Sob a denominação de APA Sul RMBH, fica declarada Área de Proteção Ambiental
a região situada nos Municípios de Belo Horizonte, Brumadinho, Caeté, Ibirité, Itabirito,
Nova Lima, Raposos, Rio Acima e Santa Bárbara (Figura 01), com a delimitação geográfica
constante do Anexo deste Decreto (MEDAUAR, 2009).
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Figura 01 – APA Sul RMBH


Fonte: Redeapasul, 2010

Art. 2º - A declaração de que trata o artigo anterior tem por objetivo proteger e conservar os
sistemas naturais essenciais à biodiversidade, especialmente os recursos hídricos necessários
ao abastecimento da população da região metropolitana de Belo Horizonte e áreas adjacentes,
com vista à melhoria de qualidade de vida da população local, à proteção dos ecossistemas e
ao desenvolvimento sustentado(MEDAUAR, 2009).

5.2.2. Características naturais

Na APA Sul RMBH estão presentes duas grandes bacias hidrográficas, a do Rio São
Francisco e a do Rio Doce, que respondem pelo abastecimento de aproximadamente 70% da
população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana (IEF, 2010).

A área possui uma das maiores extensões de cobertura vegetal nativa contínua do Estado,
abrangendo regiões conhecidas como Caraça e Gandarela. Ocorrem aí as matas úmidas de
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fundos de vales e as matas de altitude e grandes formações rochosas. Estas características


determinam inestimável valor em termos de biodiversidade(IEF, 2010).

O Estado de Minas Gerais ainda apresenta remanescentes do que foi uma extensa faixa de
florestas pertencentes ao domínio da Mata Atlântica, atualmente reduzida à cerca de 4% de
sua cobertura original (COSTA et al. 1998).

A região da APA Sul é compreendida por parte das bacias dos rios Paraopeba, das Velhas e
Doce e está localizada em área coberta por Floresta Estacional Semidecidual e encraves de
Cerrado e Campo (SPÓSITO & STEHMANN, 2005).

Pouco se conhece sobre a diversidade biológica da APA Sul, que foi incluída nas Prioridades
para Conservação da Biodiversidade do Estado de Minas Gerais, devido ao alto grau de
endemismo de plantas e animais, e às constantes pressões de desmatamento, expansão urbana,
mineração e turismo na região (COSTA et al. 1998).

A área da APA Sul-RMBH é bastante extensa, ocupando aproximadamente 163.000 há. Está
situada na vertente oriental do sul da Cadeia do Espinhaço, dentro do domínio florestal
atlântico. Esta região, inserida no Quadrilátero Ferrífero, é dominada, nas regiões mais altas,
pelos campos com florestas ocorrendo nas áreas de drenagem que descem e preenchem os
vales e encostas erodidas, além de incluir encraves de cerrado (MUZZI & STEHMANN
2005).

Muitas das áreas de floresta apresentam grande quantidade de gramíneas no solo, o que pode
ser conseqüência de um dossel mais aberto, com maior penetração de luz. As aberturas do
dossel podem ter se originado de corte seletivo no passado, ou de quedas de árvores em locais
inclinados, que acabam abrindo clareiras na mata (SPÓSITO & STEHMANN, 2005).

O clima da região da APA Sul é do tipo Cwb de Köppen, classificado como temperado
chuvoso (mesotérmico) ou subtropical de altitude, com inverno seco e verão chuvoso, com
temperatura média do mês mais frio inferior a 18 °C e a do mês mais quente inferior a 22 °C
(ANTUNES, 1986). O relevo é montanhoso, sendo a maior parte com grandes declividades.
As altitudes variam de 800 a 1.250 m (SPÓSITO & STEHMANN, 2005).
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A APA Sul apresenta uma rede hidrográfica extensa com matas ciliares relativamente
preservadas. A presença de campos naturais no alto dos morros e montanhas da região pode
ser uma barreira natural para muitas espécies arbóreas, evidenciando a importância das matas
ciliares nos vales que funcionam como corredores naturais. A existência de diferentes
Unidades de Conservação na região, nas categorias RPPN e APE, juntamente com as matas
ciliares, proporciona uma estrutura de rede capaz de sustentar a biodiversidade local. Esses
corredores naturais são, contudo, interrompidos pelas áreas urbanas, como a cidade de Nova
Lima e Rio Acima, bem como por atividades de lavra e barragens (SPÓSITO &
STEHMANN, 2005).

5.2.2.1 Cerrado

Segundo Ratter e Dargie (1992), o Cerrado ocupa 23% do território brasileiro(Figura 02),
estendendo-se da margem da Floresta Amazônica até os estados de São Paulo e Paraná (Ratter
& Dargie 1992), representando o segundo maior bioma do Brasil superado apenas pela
Floresta Amazônica (RIBEIRO & WALTER 1998).

Figura 02 – Área central do Cerrado no Brasil. IBGE (1993).


Fonte: MACHADO et al., 2004
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Os Cerrados são assim reconhecidos, devido às suas diversas formações ecossistêmicas. Sob o
ponto de vista fisionômico temos: o cerradão, o cerrado típico, o campo cerrado, o campo sujo
de cerrado, e o campo limpo que apresentam altura e biomassa vegetal em ordem decrescente
(IBAMA, 2010).

A flora do Cerrado é muito antiga (Cretáceo) e os autores divergem quanto ao número de


espécies que a compõe(FIDELIS & GODOY, 2002). Para Ratter & Dargie (1992) seria algo
em torno de 700 espécies de árvores e arbustos de grande porte. A última estimativa
(CASTRO et al. 1999) mostra o máximo de 2.000 espécies arbóreas e 5.250 espécies
herbáceas e subarbustivas, portanto flora muito mais rica do que se pensava inicialmente.

De acordo com o IBAMA (2010) o Cerrado típico é constituído por árvores relativamente
baixas (até vinte metros), esparsas, disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e uma
vegetação baixa constituída, em geral, por gramíneas.

A típica vegetação que ocorre no Cerrado (Figura 03) possui seus troncos tortuosos, de baixo
porte, ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. Os estudos efetuados consideram
que a vegetação nativa do Cerrado não apresenta essa característica pela falta de água – pois,
ali se encontra uma grande e densa rede hídrica – mas sim, devido a outros fatores edáficos
(de solo), como o desequilíbrio no teor de micronutrientes, a exemplo do alumínio (IBAMA,
2010).

Figura 03 – Cerrado
Fonte: Tv Ecologica, 2008
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Dados reunidos de vários autores sugerem que, dependendo do grupo taxonômico


considerado, a porcentagem de espécies brasileiras que ocorrem no Cerrado pode representar
algo entre 20 e 50% (Tabela 1). Além dessa expressiva representação, a biodiversidade do
Cerrado possui um significativo número de endemismos para vários grupos de animais e
plantas.

Tabela 01 – Estimativas da riqueza de espécies do Cerrado e comparação com o total de


espécies conhecidas para o Brasil e para o Mundo.

Fonte: SHEPERD, 2000.

Segundo Machado et al. (2004) a grande diversidade de espécies de animais e plantas do


Cerrado está associada com a não menos desprezível diversidade de ambientes.

As espécies de animais e plantas apresentam uma grande associação com os ecossistemas


locais, podendo-se encontrar vários exemplos de espécies muito ligadas aos ambientes
naturais. Assim, aves como o soldadinho (Antilophia galeata) ou o pula-pula-de-sobrancelha
(Figura 04) (Basileuterus leucophrys) somente podem ser encontradas em matas de galeria
(Machado 2000). Mamíferos como o ratinho Kunsia fronto só existem em formações de
cerrado mais denso (MARINHO-FILHO et al. 2002). Lagartos como o Cnemidophorus
ocellifer só ocorrem em cerrados de terrenos arenosos. Palmeiras como o buriti (Figura 05)
(Mauritia flexuosa) estão muito associadas com as formações de veredas e orquídeas como a
Constancia cipoense só ocorre em campos rupestres (MACHADO ET al., 2004).
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Figura 04 - Pula-pula-de-sobrancelha
Fonte: Wikiaves, 2010

Figura 05 – Buriti do Cerrado


Fonte: Vale das Jalapas, 2010
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Nos últimos 25 anos, o Cerrado vem recebendo ação direta do desenvolvimento da agricultura
(RATTER et al. 1996; 1997). Pivello & Coutinho (1996) afirmam que atualmente, quase todo
o ambiente de cerrado está sob intensa pressão humana e não é mais natural.

5.2.2.2 Matas de Galeria

As matas de galeria são formações florestais associadas aos cursos d‟água que cortam a região
do Cerrado. A despeito da reduzida área que ocupam na região, constituem-se nas
comunidades de maior riqueza e diversidade no Cerrado(FELFILI, 2000).

As matas de galeria acompanham os pequenos rios e córregos no Cerrado e são as


comunidades mais ricas e diversas do bioma, como resposta às marcantes variações no seu
ambiente físico (SANTIAGO, et al., 2005).

Oliveira-Filho et al. (1994) destacaram ainda que essas comunidades também contribuem para
a regulação do assoreamento, da turbidez da água, do regime de cheias, da manutenção da
perenidade das águas e da erosão das margens de rios e córregos.

As matas de galeria na região do cerrado têm papel fundamental na manutenção do equilíbrio


ambiental e social. Apesar de legalmente protegidas vêm sendo sistematicamente substituídas
pela agricultura e pelo uso de madeiras e outros produtos regionais (SILVA-JUNIOR, 2003).

Estimativas efetuadas em 1998 indicam a perda de cerca de 60% da cobertura vegetal original
(1953) ocupada por matas de galeria no Distrito Federal (DF) (UNESCO, 2000).

5.2.2.3 Mata Atlântica

A Mata Atlântica é considerada um dos mais importantes repositórios de biodiversidade do


planeta e um dos biomas mais ameaçados do mundo, sendo por isso considerado um hotspot
para a conservação (TABARELLI et al., 2005).

De acordo com as delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil(Figura06),


do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (1993), a totalidade das florestas
Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias, Ombrófila
Aberta, Estacional, Semidecidual e Estacional Decidual, está localizada nos Estados do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito
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Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí.
As Florestas Estacionais Semideciduais e Deciduais localizam-se nos estados de Mato Grosso
do Sul e Goiás.

Figura 06 – Domínio da Mata Atlântica


Fonte: IBGE, 1993

Estima-se que este bioma abriga 20.000 espécies de plantas vasculares(Tabela 02), das quais
cerca de 8.000 são endêmicas (MYERS et al., 2000).
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Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2004

O tronco das árvores, normalmente é liso, só se ramifica bem no alto para formar a copa. As
copas das árvores mais altas, que necessitam receber grande quantidade de luz, tocam umas
nas outras formando uma massa de folhas e galhos(Figura 07). Esta parte vem a ser então a
camada superior da floresta. O Bugio e o tucano são exemplos de animais que ocupam essa
camada. A maioria das espécies de bromélias e orquídeas, que necessitam mais de luz,
também a ocupam. Em uma parte mais baixa chamada de sub-bosque, nascem e crescem
arbustos, pequenas árvores, bambus, samambaias gigantes, liquens e outras espécies que
toleram menor quantidade de luz. A maioria das espécies de aves habita essa camada da
floresta(WOEHL-JR. et.al, 2006).
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Figura 07 – Vegetação da Mata Atlântica


Fonte: Universitário.com.br, 2010

As folhas que caem das árvores, os galhos secos que se desprendem e os troncos das árvores
que morrem vão se acumulando no chão da floresta e criam um ambiente muito especial, que
constitui o habitat de muitos insetos, outros animais e, principalmente, fungos e
bactérias(WOEHL-JR. et.al, 2006)

Woehl-Júnior (2006), destaca ainda que a mata era caracterizada pela imensa diversidade
biológica, pela presença de árvores altas de caules grossos e principalmente, pelo equilíbrio
entre as espécies. A intervenção humana tem transformado estes ecossistemas, antes
intocados.

A Mata Atlântica brasileira, hoje reduzida a menos de 8% de sua extensão original(Figura


08), perfazia cerca de 1.350.000 km2 do território nacional e estende-se desde o Ceará até o
Rio Grande do Sul (Fundação SOS Mata Atlântica et al., 1998; Fundação SOS Mata Atlântica
& INPE, 2002).
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Figura 08 – Domínio da Mata Atlântica, Remanescentes Florestais em 1990


Fonte: SOS Mata Atlântica, 1990

5.3. Bacia Hidrográfica do córrego Cardoso

Segundo Cruz (2003), a bacia hidrográfica (Figura 09) é uma área geográfica natural formada
por uma área da superfície terrestre, que contribui na formação e no armazenamento de um
determinado curso d‟água. São delimitadas pelos pontos mais altos do relevo (espigões,
divisores de água), dentro da qual a água proveniente das chuvas é drenada superficialmente
por um curso d‟água principal até sua saída da bacia, no local mais baixo do relevo, que
corresponde à foz desse curso d´água.
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Figura 09 - Bacia Hidrográfica


Fonte: ANA, 2010

A bacia hidrográfica do Córrego Cardoso, situada em na cidade de Belo Horizonte(Figura 10),


é composta pelo bairro Santa Efigênia e em sua maior parte pelo Aglomerado da Serra.
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Figura 10 – Mapa de localização da bacia hidrográfica do córrego Cardoso dentro de Belo


Horizonte

O aglomerado está situado na região sudeste de Belo Horizonte e faz divisa com os bairros
Baleia, Novo São Lucas, Mangabeiras, Parque das Mangabeiras, Santa Efigênia e Serra.
Muitos habitantes do aglomerado trabalham, utilizam serviços e lazer desses bairros. A área
do aglomerado é igual a 150,93ha segundo o levantamento feito pela prefeitura para
realização do Plano Global Específico. Possui uma população estimada de 46.000 habitantes
que estão distribuídas em 7 vilas, umas com ocupação mais antiga e outras com ocupação
mais recente. Segundo uma Pesquisa realizada pela PUC e pela Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Social, o Aglomerado da Serra é uma das áreas de maior exclusão social de
Belo Horizonte (Plano Global Específico(PGE), 2000).
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5.3.1. Ocupação do Solo

A ocupação do aglomerado da Serra aconteceu sem que houvesse qualquer forma de


planejamento urbano, deste modo grande parte das moradias foi instalada em áreas
irregulares, de risco e sem devido saneamento para atender às necessidades da comunidade.
Das seis vilas do Aglomerado da Serra, a Santana do Cafezal é a que teve a ocupação mais
recente. Seu surgimento se deu a partir de 1975 com a expansão da vila Nossa Senhora da
Conceição para morro adjacente. Os terrenos inicialmente povoados foram o topo do morro e
as margens do caminho que ligava o local ao bairro Santa Efigênia. Em seguida os barracos
alastraram-se na encosta leste (PGE, 2000).

A expansão periférica das cidades e a forma precária como são implantados os assentamentos
informais ou espontâneos resultam em quadros de degradação físicoambiental. Os impactos
ambientais associados ao processo de urbanização ampliaram-se perigosamente nos últimos
tempos, o que acarreta, também, um desafio ao poder público e à sociedade em geral: prevenir
novos impactos e recuperar as áreas afetadas (NETTO, 2005).

Um dos impactos ambientais mais preocupantes decorrentes da ocupação aleatória do solo é a


interferência nas características naturais dos recursos hídricos.

Segundo Tundisi (1999), alterações na quantidade, distribuição e qualidade dos recursos


hídricos ameaçam a sobrevivência humana e as demais espécies do planeta, estando o
desenvolvimento econômico e social dos países fundamentados na disponibilidade de água de
boa qualidade e na capacidade de sua conservação e proteção.

A simples retirada de vegetação e posterior ocupação de margens de córregos já compromete


a qualidade ambiental do corpo hídrico e seu entorno(FREIRE, 2000). Freire (2000) destaca
ainda que, quando esta ocupação se dá de maneira precária, sem o devido planejamento, o
comprometimento é muito maior, inclusive do balanço hídrico, acarretando não somente
comprometimento da qualidade da água como também da quantidade deste recurso.(FREIRE,
2007).

Além dos impactos ambientais, essas ocupações irregulares geram vários outros problemas,
como a exclusão social decorrente do “não reconhecimento do direito de posse e a
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permanência da precariedade da moradia conseguida geralmente com muito trabalho” (GUIA,


21; 2003).

5.3.2. Vila Viva

O Aglomerado da Serra é uma área caracterizada por altas declividades e pelo fato de ter as
nascentes de dois importantes contribuintes do Ribeirão Arrudas, o Córrego da Serra e o
Córrego Cardoso. Uma área de recarga de lençol freático, que possui várias nascentes e que,
caracterizando-se como áreas de preservação e proteção ambiental pela legislação, não
poderia ser ocupada(NETTO, 2005).

Diante dos problemas de favelização, e dentro de um processo de redemocratização do País,


que via do lado das políticas urbanas a ampliação dos direitos sociais, a Prefeitura de Belo
Horizonte começou a programar políticas públicas que buscam o redimensionamento dos
direitos sobre a propriedade particular (NETTO, 2005).

Ainda segundo Netto (2005), no primeiro semestre de 1999, teve início o Plano Global
Específico do Aglomerado da Serra, envolvendo seis favelas.

No ano de 2006, iniciou-se em Belo Horizonte um conjunto de ações do poder público


municipal com o sentido de prover de infra-estrutura básica parte do Aglomerado da Serra.
Este programa foi denominado “Programa Vila Viva”(GOMES, 2009).

A origem do Programa Vila Viva, cujas primeiras obras tiveram início em 2005 no
Aglomerado da Serra, está diretamente relacionada com o Plano Global Específico (PGE) de
cada vila atendida. O plano é um estudo aprofundado da realidade das vilas e favelas de Belo
Horizonte, com participação direta da comunidade. Este projeto é realizado em três etapas:
levantamento de dados, elaboração de um diagnóstico integrado dos principais problemas da
área em estudo e, por último, definição das prioridades locais e das ações necessárias para
atendê-las (URBEL, 2010)

O Vila Viva engloba obras de saneamento, remoção de famílias, construção de unidades


habitacionais, erradicação de áreas de risco, reestruturação do sistema viário, urbanização de
becos, implantação de parques e equipamentos para a prática de esportes e lazer. Após o
26

término da urbanização, a área será legalizada com a emissão das escrituras dos lotes aos
ocupantes (PBH, 2010).

De acordo com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte – PBH (2010), o programa de


“urbanização” Vila Viva, em implementação, é o “maior programa de urbanização de favelas
do Brasil”.

Para a implantação do programa, a Prefeitura de Belo Horizonte conta com recursos


assegurados de R$171,2 milhões. Deste montante, R$113 milhões financiados pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com contrapartida de 25% pela
Prefeitura, e R$58,2 milhões pelo governo federal através do Programa Saneamento para
Todos da Caixa Econômica Federal, com contrapartida de 10% do município (PBH, 2010).

Segundo a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (URBEL, 2010), a previsão é de que


11.829 famílias sejam removidas nas 11 comunidades beneficiadas. Até o fim das obras, serão
construídos 5.878 apartamentos para o reassentamento dessas famílias nas próprias
comunidades(Figura 11). Existe ainda a opção de receber o valor da indenização pela
benfeitoria da residência ou participar do reassentamento monitorado pelo Proas.

Figura 11 – Inauguração de apartamentos do Vila Viva


Fonte: Portal PBH, 2010
27

O Programa Vila Viva também engloba ações de promoção social e desenvolvimento


comunitário, educação sanitária e ambiental e criação de alternativas de geração de trabalho e
renda (URBEL, 2010).

URBEL – Vila Viva

Transformação no Aglomerado da Serra

A primeira etapa do Vila Viva, que começou no final de


2005, foi entregue em abril de 2007. Foram construídos 48
apartamentos e parte da avenida Cardoso. No início da
avenida Mem de Sá foram construídas duas barragens de
contenção para controlar a vazão das águas de chuva e
evitar as enchentes na região. Para essa obra, foram
removidas e reassentadas 220 famílias, que moravam em
situação subumana e de risco, às margens do Córrego
Cardoso. Vários becos também foram urbanizados nesta
fase.

Na segunda etapa, foi entregue à população, em dezembro


de 2007, o Complexo Esportivo do Aglomerado da Serra
Mário Guimarães, 104 apartamentos e a sede da
Cooperativa de Costureiras. O complexo foi construído em
um terreno de 20 mil m² cedido pela Fundação Benjamin
Guimarães, e é composto por um campo de futebol
gramado com dimensão oficial, alambrados, vestiários,
arquibancadas, iluminação para jogos noturnos, quadra
poliesportiva e estacionamento.

Em dezembro de 2008, foi inaugurada a avenida do


Cardoso, que tem 16 metros de largura e 1.660 metros de
extensão. Ela corta o Aglomerado, ligando a Avenida Mem
de Sá, em Santa Efigênia, à Rua Caraça, no Bairro Serra.
Por causa do terreno acidentado, dois trechos da avenida do
Cardoso são de viaduto, sendo o primeiro trecho de 128m e
o segundo de 64m. A construção de um viaduto em vilas e
favelas é pioneira no Brasil. Também foram entregues à
população apartamentos destinados ao reassentamento de
famílias removidas do aglomerado.

Em julho de 2009, foram concluídos mais 168


apartamentos. Até o momento foram finalizadas 528
unidades habitacionais no Aglomerado da Serra. A
urbanização da rua da Amizade, que inclui contenções de
escosta, pavimentação, implantação de redes de drenagem e
esgoto, também está finalizada. Além da Praça da
Bandoneon, que possui uma área de lazer com quadra de
esportes, três duchas, equipamento lúdico, espaço para
eventos e Academia da Cidade. (Portal PBH, 2010).
28

5.3.3. Caracterização do Ambiente

Bacias hidrográficas são constituídas por vários elementos bióticos e abióticos que se inter
relacionam e com suas peculiaridades formam um complexo conjunto de características que
as difere. Estes elementos sejam topográficos, climáticos, hidrológicos, químicos, biológicos
ou geológicos formam um sistema, que em estado natural encontra-se em equilíbrio, sendo
aplicável seu estudo de forma interdisciplinar e sistêmica.

“A bacia hidrográfica é um sistema ambiental complexo, resultante das inter-


relações entre os subsistemas físico-natural (natureza) e socioeconômico
(sociedade). A compatibilidade entre as dinâmicas destes subsistemas – de
modo a conciliar qualidade de vida e respeito aos limites e potencialidades do
meio físico – é a meta de um processo sustentável de desenvolvimento
urbano.” (MATTOS, 2005, p.xi)
“Na cidade essa relação entre os subsistemas é distinta daquela que ocorre em
ambientes rurais ou naturais, haja vista que a organização da cidade ocorre
em função principalmente daquilo que é imposto pelo subsistema
socioeconômico. No entanto, essa imposição não pode (ou, pelo menos, não
deveria) ignorar os limites e potencialidades dados pelo subsistema físico-
natural.” (MATTOS, 2005, p.8)

Segundo Porto et.al (1999), em qualquer bacia, as características do escoamento superficial


são largamente influenciadas pelo tipo predominante de solo, devido à capacidade de
infiltração dos diferentes solos, que por sua vez é resultado do tamanho dos grãos do solo, sua
agregação, forma e arranjo das partículas. Solos que contém material coloidal contraem-se e
incham-se com as mudanças de umidade, afetando a capacidade de infiltração. A porosidade
afeta tanto a infiltração quanto a capacidade de armazenamento e varia bastante para solos
diferentes. Algumas rochas têm 1% de porosidade, enquanto solos orgânicos chegam a ter 80
a 90%.

A qualidade da água de uma microbacia pode ser influenciada por diversos fatores e, dentre
eles, estão o clima, a cobertura vegetal, a topografia, a geologia, bem como o tipo, o uso e o
manejo do solo da bacia hidrográfica (VAZHEMIN, 1972; PEREIRA, 1997). Segundo
Arcova et al. (1998), os vários processos que controlam a qualidade da água de determinado
manancial fazem parte de um frágil equilíbrio, motivo pelo qual alterações de ordem física,
química ou climática, na bacia hidrográfica, podem modificar a sua qualidade.

Na Bacia Hidrográfica desenvolvem-se atividades humanas que utilizam a água para


múltiplas finalidades, inclusive de recepção, diluição e assimilação de esgotos urbanos, de
efluentes industriais e de rejeitos agrícolas. Os usos da água são consuntivos – abastecimento
29

urbano, industrial e irrigação – que registram perdas por evaporação, infiltração no solo,
evapotranspiração, absorção pelas plantas e incorporação a produtos industriais, e não
consuntivos – geração hidrelétrica e navegação fluvial – que não afetam a quantidade da água
disponível (BARTH & BARBOSA, 1999).

Segundo BARTH & BARBOSA (1999), o balanço entre a disponibilidade e a demanda de


água para diversos fins, indica a situação hídrica de escassez ou de abundância da bacia
hidrográfica.

Outro fator influenciado e influenciável pelo solo e pelas características hidrológicas é a


vegetação, que a exemplo dos dois primeiros está intimamente relacionada à fauna e ao clima.
Segundo Porto (1999), as florestas têm ação regularizadora nas vazões dos cursos d‟água, mas
não aumentam o valor médio das vazões. Em climas secos, a vegetação pode até mesmo
diminuí-lo em virtude do aumento da evaporação.

O desenvolvimento das plantas está diretamente associado a fatores externos, como duração,
intensidade e distribuição espectral da radiação, temperatura, gravidade, forças impostas pelo
vento, correntes de água e uma variedade de influências químicas (LARCHER, 2000).

A fauna também tem seus nichos ecológicos determinados por fatores ambientais. Os fatores
de ambiente importantes da definição do nicho são luz, calor, água, nutrientes e fatores
mecânicos, que são determinados em grande medida pelo clima e solo(PILLAR, 1994).

Bom exemplo da influência da vegetação sobre a fauna são as florestas de galeria. Para a
fauna de mamíferos, as florestas de galeria são de fundamental importância, sobretudo em
áreas de cerrado. Essas florestas, provavelmente, possibilitam o incremento da diversidade de
espécies da fauna sob dois aspectos: primeiro por constituírem os corredores, que permitem
que as espécies de hábitat florestal alcancem grandes extensões e segundo por oferecerem
refúgio, alimento e água para as espécies não florestais (REDFORD & FONSECA, 1986).

As florestas de galeria constituem o tipo de habitat que abriga a maior parte dos endemismos
de mamíferos do Brasil Central e cerca de 85% das espécies de mamíferos não-voadores;
praticamente, todas as espécies de morcegos mantêm alguma associação com essas florestas
(MARINHO-FILHO & REIS 1989).
30

Segundo Mendonça (2009) as características do relevo são importantes no estudo de bacias


hidrográficas, pois a velocidade de escoamento superficial depende da declividade do terreno,
o que determina o seu relevo.

A declividade da bacia ou dos terrenos da bacia tem uma relação importante e também
complexa com a infiltração, o escoamento superficial, a umidade do solo e a contribuição de
água subterrânea ao escoamento do curso d‟água. É um dos fatores mais importantes que
controla o tempo do escoamento superficial e da concentração da chuva (PORTO et al. 1999).

Como descreve Porto (1999), a variação da elevação e também a elevação média de uma
bacia são fatores importantes com relação à temperatura e à precipitação.

De acordo com Larcher (2000) o relevo, em especial, exerce grande influência sobre alguns
fatores climáticos direcionais, como a radiação e o vento.

Os elementos climáticos são definidos pelos atributos físicos que representam as propriedades
da atmosfera geográfica de um dado local. Os mais comumente utilizados para caracterizar a
atmosfera geográfica são a temperatura, a umidade e a pressão, que, influenciados pela
diversidade geográfica, manifestam-se por meio de precipitação, vento, nebulosidade, ondas
de calor e frio, entre outros. (MENDONÇA, 2007, p. 41)

O clima, considerado em diferentes escalas, é o fator mais importante de variação da


vegetação. O clima é influenciado em grande medida pelo balanço da radiação solar. Os
efeitos da radiação solar sobre condições de luminosidade, temperatura e disponibilidade de
água para os vegetais são mediados por estratégias de adaptação (PILLAR, 1995).
31

6. METODOLOGIA

Segundo Hegenberg (1976), método é o “caminho pelo qual se chega a determinado


resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e
deliberado”. Esta “pesquisa exploratória, ou estudo exploratório, tem por objetivo conhecer a
variável de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela se insere”
(PIOVESAN e TEMPORINI, 1995).

Optou-se pelos seguintes métodos para auxiliar a pesquisa:

Revisão Bibliográfica, a partir de consulta e pesquisa em sites, trabalhos científicos e livros.


Análises documentais como leituras de mapas topográficos, geológicos e hidrológicos para
obter conhecimento sobre a localização, altitude e área da bacia bem como características do
solo e dos recursos hídricos.

O mapa geológico utilizado foi o Mapa Geológico de Belo Horizonte de 2005 com escala de
1:50.000.

Para elaboração de maquete da bacia hidrográfica do córrego Cardoso, além de carta


topográfica da região em escala 1:7060 e imagem de satélite, foram utilizadas placas de isopor
de 1,5cm de espessura representando as curvas de nível, argamassa, serragem, areia colorida e
tinta. Para uma comparação mais aprofundada entre dados bibliográficos e a situação real
atual, realizaram-se duas visitas in loco com o intuito de recolher material e realizar
observações. A primeira visita foi realizada em 05 de abril de 2010 e a segunda em 10 de
maio de 2010. A partir do material recolhido nas visitas foi elaborado também um vídeo sobre
a bacia.

Caracterizou-se o clima da região através do Sistema de Classificação Climática(SCC) de


Köppen-Geiger. O SCC de Köppen (KÖPPEN e GEIGER, 1928), é um dos mais abrangentes
e parte do pressuposto que a vegetação natural é a melhor expressão do clima de uma região.
É um SCC ainda hoje largamente utilizado, em sua forma original ou com modificações
(ROLIM et.al., 2007).

A caracterização da qualidade dos recursos hídricos foi realizada com base nos parâmetros
sensorialmente perceptíveis.
32

7. RESULTADOS

7.1 Fisiografia

O Córrego Cardoso, possui um comprimento de 3,4 km de curso d‟água, sendo que 75% do
seu curso encontra-se impermeabilizado por intervenção antrópica. Segundo dados do IBGE
(2000), a bacia conta com uma população 43.585 habitantes, em uma área de 300 ha.

A altitude no exutório do córrego Cardoso que é o ponto mais baixo da bacia é de 820m
chegando a 1195m nos divisores de água ao sul. Com base nestes dados calcula-se que a
amplitude altimétrica da bacia corresponde a 375m.

O valor da densidade de drenagem da bacia é de 3,24 km/km². A densidade de drenagem é


calculada através da fórmula Dd= LT/A, onde LT é o comprimento total dos canais e A é a
área total da bacia. O valor 3,24 km/km² ilustra a baixa densidade de drenagem da bacia.

A densidade hidrológica da bacia, dada pela formula Dh= n/A onde, n representa o número
total de cursos d‟água e A a área total da bacia é de 4,7 rios/km². De acordo com este índice
proposto por Horton (1945), a bacia apresenta capacidade média para a geração de novos
cursos d‟água.

Calcula-se através da fórmula Rr= (Δa/L) x 100 [%], onde Δa representa a amplitude
altimétrica da bacia e L o comprimento do canal principal, a relação de relevo da bacia. Para a
bacia do córrego Cardoso o valor encontrado é 88,2 m/km, que indica que o relevo é
montanhoso.

Para encontrar o índice de rugosidade da bacia foi utilizada a fórmula Ir= H x Dd, onde H é a
amplitude altimétrica da bacia (km) Dd é a densidade de drenagem (km/ km²). O índice de
rugosidade da bacia hidrográfica do córrego Cardoso é de 1,215. Este é um valor elevado e
fundamenta os riscos de inundações da bacia, já que, de acordo com Ribeiro e Campolina
(2010), áreas potencialmente assoladas por cheias relâmpagos são previstas como possuidoras
de índices elevados de rugosidade.
33

7.2 Climatologia

Belo Horizonte, por sua localização geográfica, sofre a influência de fenômenos


meteorológicos de latitudes médias e tropicais. Duas estações bem definidas podem ser
identificadas: uma seca (inverno), na qual atuam a Frente Polar Atlântica (FPA) e o
anticiclone subtropical do Atlântico Sul; e uma outra chuvosa (verão), na qual predominam os
sistemas convectivos associados ao aquecimento continental, e a Zona de Convergência do
Atlântico Sul (ZCAS) (de QUADRO & de ABREU, 1994).

A tabela 03 resume a climatologia das variáveis atmosféricas de Belo Horizonte,


representadas pelos valores médios mensais tomados anualmente e sazonalmente.

Fonte: ABREU, 1998

Algumas das variáveis do clima de Belo Horizonte são ilustradas também no gráfico a
seguir(Figura 12) onde os dados climatológicos representam uma média do período entre
1961 e 1990.
34

Figura 12 – Climatologia de Belo Horizonte


Fonte: INMET, 2010

O clima de Belo Horizonte possui um período de estiagem entre abril e setembro e um


período chuvoso entre outubro e fevereiro que é quando ocorre o maior número de
deslizamentos de encostas que, como veremos, é ocorrência comum na bacia devido, entre
outros fatores, às características geológicas da região.

Assim como deslizamento de encostas, algumas características da região aliadas à forma de


ocupação do solo propiciam enchentes e inundações no período chuvoso.

Conforme observado no Mapa da classificação climática de Köppen-Geiger para a América


do Sul (2007) (Figura 13), ocorrem em Belo Horizonte Cwa (clima subtropical/tropical de
altitude) e Cwb (clima temperado marítimo/clima tropical de altitude), sendo na região da
APA Sul do tipo Cwb de Köppen, classificado como temperado chuvoso (mesotérmico) ou
subtropical de altitude(ANTUNES, 1986).
35

Figura 13 - Mapa da classificação climática de Köppen-Geiger para a América do Sul


Fonte: PEEL, 2007

7.3 Geologia

A bacia possui três grupos geológicos(Figuras 14), o grupo piracicaba com a formação Fecho
do Funil, o grupo Sabará e o Complexo Belo Horizonte.
36

Figura 14 – Mapa Geológico da Bacia Hidrográfica do Córrego Cardoso. Adaptado do Mapa


Geológico de Belo Horizonte.
Fonte: CODEMIG, 2005
A geologia da área é definida basicamente por filitos medianamente alterados a muito
alterados, sendo que a rocha sã é somente observada localmente. A rocha possui uma foliação
bem definida de direção variando entre N25ºE e N80ºE com mergulhos entre 40º e 75º para
SE(PGE, 2000).

O portal ambiente Brasil (2010) define Filito como rocha metamórfica de granulação fina,
intermediária entre o xisto e a ardósia, constituída de minerais micáceos, clorita e quartzo,
apresentando boa divisibilidade. Tem comumente aspecto sedoso, devido à sericita. Origina-
se, em geral, de material argiloso por diananometamorfismo e recristalização. Comum no
Proterozóico brasileiro.

Os fenômenos de instabilidade de encostas e taludes são com freqüência, causas de acidentes


cujos prejuízos são acrescidos quando ocorrem em áreas densamente ocupadas. As
modificações hidrológicas, hidrogeológicas e geomorfológicas, em especial aquelas
decorrentes da urbanização, são muitas vezes as principais causas da instabilização(PGE,
2000).

O PGE (2000) destaca que as características fisiográficas da área em estudo, não são de forma
geral, favoráveis a ocupação, principalmente pela classe menos favorecida, visto que requer
obras mais „robustas‟ de custos mais elevados. Tal fato, aliado a extrema situação de pobreza
37

da população que se instalou no local, conduziu a situações de risco(Figura 15) que podem
gerar perdas materiais e de vidas humanas.

Figura 15 – Mapa de Risco Geológico do Rio das Velhas


Fonte: CARVALHO, 2004

Segundo Fernandes et.al (1993), os principais problemas associados à ocupação de maciços


de solos deste tipo são:

- escorregamentos de aterros constituídos por solos siltosos e micáceos, provenientes da


alteração dos filitos e mica-xistos, por dificuldade de compactação.

- instalação de processos erosivos intensos em cortes (solo exposto) e aterros lançados de


filitos e xistos.

- desplacamento de rocha em maçicos quartzíticos e de filitos.

- baixa capacidade de suporte, dificuldade de compactação de solos de alteração de mica-


xistos e filitos, além de escorregamentos de aterros lançados em encosta.

As obras do programa Vila Viva contribuíram significativamente para a diminuição dos casos
de risco geológico na bacia hidrográfica do córrego Cardoso(Figura 16).
38

Figura 16 - Gráfico dos casos de risco geológico no Aglomerado da Serra.


Fonte: URBEL, 2008

7.4 Fauna e Flora

A fauna e a flora da bacia hidrográfica do Córrego Cardoso sofreram modificações intensas


devido à antropização. São encontrados poucos fragmentos remanescentes(Figura 17) dos
ecossistemas originais, apenas florestas de galeria na parte à montante dos cursos d‟água.
Cerrado e Mata Atlântica não são encontrados na bacia, apenas nas adjacências.

O projeto vila viva tem como objetivo recuperar a vegetação nas margens dos cursos d‟água
da bacia, além de realizar ações de paisagismo em todo o aglomerado da Serra. A falha
observada neste processo é a utilização de espécies exóticas como bananeira e mangueira, já
que, o reflorestamento é feito sem embasamento em estudos a respeito das espécies típicas do
bioma característico da região.
39

Figura 17 – Remanescente de floresta de galeria no córrego da 2ª água(afluente do


córrego Cardoso) com interferência de espécies exóticas.

As espécies da fauna observadas na bacia, além de escassas são no geral espécies


invasoras(Figura 18) ou pragas como cães e ratos. Como relatado por um dos coordenadores
do Projeto Vila Viva, ocorrem raras aparição de espécies de pequeno porte típicas do cerrado
como o quati, que migram do Parque das Mangabeiras que faz divisa com a bacia hidrográfica
do córrego Cardoso ao sul.

Figura 18 – Cães de rua observados no aglomerado da Serra.


40

7.5 Recursos Hídricos

Dada a forma de ocupação do solo da bacia hidrográfica do Córrego Cardoso, os cursos


d‟água tiveram suas características muito alteradas devido à supressão da vegetação ciliar e ao
lançamento de efluentes domésticos.

Visando a recuperação destes corpos d‟água o programa Vila Viva vem realizando ações de
revitalização e reflorestamento das margens, despoluição dos recursos hídricos bem como
planejamento e execução de obras de saneamento para o direcionamento das águas residuais
para estações de tratamento de esgotos(ETE) como a ETE Arrudas.

Deste modo a parte do córrego Cardoso mais próxima à nascente ainda encontra-se
comprometida(Figura19), já que, a despoluição deve ser feita seguindo o sentido do
reassentamento das famílias, começando próximo ao exutório e terminando próximo à
nascente. Os afluentes do córrego Cardoso já foram recuperados(Figura 20).

Figura 19 - Córrego Cardoso próximo à nascente


41

Figura 20 – Córrego da Terceira Água, afluente recuperado do córrego Cardoso

Ainda foram instaladas bacias de contenção de enchentes(Figura 21) ao longo dos cursos
d‟água com o intuito de controlar a vazão dos mesmos reduzindo os riscos de inundações.

Figura 21 – Bacia de contenção de enchentes e gaiola de retenção de resíduos sólidos.


42

8. CONCLUSÃO

Identificou-se que o ambiente da bacia hidrográfica do Córrego Cardoso encontra-se muito


alterado devido a ações antrópicas, principalmente pela ocupação sem planejamento do solo
do Aglomerado da Serra que acarretou problemas de natureza sanitária, risco geológico,
impermeabilização do solo, supressão da vegetação, entre outros.

A área verde da bacia tem dimensões bastante reduzidas e o único ecossistema remanescente
na bacia, ainda que muito modificado, são as matas de galeria presentes no início dos córregos
ao sul da área em estudo.

A maior parte da bacia tem o solo impermeabilizado. Fator que, aliado à disposição
inadequada de resíduos sólidos, aumenta as chances de inundações. Além de causar
inundações, a má destinação final de resíduos sólidos pode atrair vetores biológicos,
colocando a saúde da população em risco.

O lançamento de águas residuais proveniente das residências nos cursos d‟água é outro fator
que contribui para o risco à saúde dos moradores.

O programa Vila Viva vêm contribuindo bastante para a mitigação dos impactos gerados pela
antropização com obras de urbanização e saneamento. Para alcançar resultados satisfatórios o
programa trabalha também com capacitação dos habitantes do aglomerado e programas de
educação ambiental.

Verificou-se que ainda há grandes possibilidades de melhorias das condições ambientais da


bacia de modo que a contribuição da região para os aspectos que interferem na qualidade de
vida da sociedade seja ainda mais positiva. Assim, este trabalho poderá contribuir para tais
melhorias, além de, servir como subsídio e ponto de partida para novas pesquisas sobre a
região.
43

9. REFERÊNCIAS

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47

10. ANEXOS

Figura 22 – Edifício do programa Vila Viva

Figura 23 – Vegetação com Edifícios do programa Vila Viva ao fundo


48

Figura 24 – Vista panorâmica do Aglomerado da Serra

Figura 25 – Espaço social BH Cidadania no Parque da Terceira Água


49

Figura 26 - Ponte sobre o córrego da Terceira Água

Figura 27 - Mudas de plantas produzidas para revegetação no Aglomerado da Serra


50

Figura 28 – Placa afixada dentro do Parque da Terceira Água

Figura 29 – Parque da Terceira Água e mudas de plantas para revegetação


51

Figura 30 – Margem revegetada do córrego Cardoso com Aglomerado da Serra ao fundo

Figura 31 - Obra para desassoreamento do córrego Cardoso


52

Figura 32 – Avenida Mem da Sá, parte canalizada do córrego Cardoso no bairro Santa
Efigênia

Figura 33 - Exutório do córrego Cardoso e ribeirão Arrudas


53

Figura 34 – Delimitação da bacia hidrográfica para construção da maquete

Figura35 - Placas de isopor montadas para construção da maquete


54

Figura 36 – Construção da maquete da bacia hidrográfica do córrego Cardoso

Figura 37 – Maquete da bacia do córrego Cardoso em fase inicial de construção


55

Figura 38 – Representação da hipsometria da bacia hidrográfica

Figura 39 – Maquete em fase de acabamento

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