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bee && O mesmo mergulho aparente pode ser deliberado (0 ator mergulha, deliciado, na 4gua azul) como no deliberado (0 ator escorrega infelizmente no rebordo da piscina ou da falésia). Na maior parte dos casos, podemos observar uma diferenca fenoménica: 0 mergulho e a queda so duas posturas tipicas muito diferentes uma da outra. Um corpo tenso e afusado é a marca tradicional do mergulho no momento de entrar na agua. Um corpo agitado e desequilibrado é aquilo que se espera no momento da queda. 99 S. Ferret, Aprender com as Coisas, Asa, 2007, pp. 86-87. 1.1. Indique um exemplo de aco retirado do texto. 1.2. A partir do texto, distinga movimento voluntario de movimento involuntario. 13. 14. LS. Quando Aristételes aperta as sandalias antes de sair, os seus motivos sao... (A) ... os processos neurofisialégicos que dao origem a este movimento. (B) ... as razes que explicam o movimento: desejar arranjar-se para sair. (C) ... as finalidades ou propésitos que visa atingir com o seu ato. (D) ... os meios que utiliza para realizar corretamente este ato. Os deterministas radicais sustentam que o determinismo é... (A) ... incompativel com o livre-arbitrio e rejeitam a causalidade universal. (B) ... verdadeiro e incompativel com o livre-arbitrio. (C) ... verdadeiro, mas negam que ele seja incompativel com 0 livre-arbitrio. (D) ... compativel com a censura e 0 elogio moral. Os libertistas sustentam que... (A) ... nao somos moralmente respansaveis pelo que quer que facamos. (B) ... todo o evento tem uma causa anterior, incluindo as aces. (C) ... as nossas aces sao causalmente determinadas. (D) ... 0 livre-arbitrio é real e as nossas escolhas nao sao determinadas. 1, Leia atentamente o texto seguinte, { texro p && Provavelmente vemos o edificio em que vivemos como um sistema determinista. Se as luzes se apagam, pensamos que isso tem de ter uma causa. Supomos que, logo que a causa ocorreu, 0 efeito tinha de se seguir. Se o eletri- cista nos dissesse que «isso pura e simplesmente aconteceu», sem qualquer raz4o, essa afirmacdo violaria a nossa concecao do funcionamento das coisas. Com a ascensao da ciéncia moderna, tornou-se comum conceber o universo inteiro como um grande sistema determinista. (...) O universo inclui-nos. Fazemos parte da natureza e tudo aquilo que acontece dentro da nossa pele esta sujeito as mesmas leis fisicas que tudo o resto. 99 J. Rachels, Problemas da Filosofia, Gradiva, 2009, p. 160. 1.1. Exponha justificadamente o problema que o texto introduz. 1.2. Desenvolva, a partir do texto, o que se entende por rela¢ao causal (ou de causalidade). 2. Lelaatentamente o texto seguinte, [ texto € © 0 problema em torno da liberdade da vontade nao se pée a propdsito da existéncia ou nao existéncia de razdes psicolégicas internas que nos levam a fazer coisas, ou também de existéncia de causas fisicas externas e de compul- soes internas. Pée-se antes a propdsito de se ou nao as causas da nossa con- duta, sejam elas quais forem, sao suficientes para determinar a conduta de maneira que as coisas tem de acontecer da maneira como acontecem. J. Searle, Mente, Cérebro e Ciéncia, Edicbes 70, 1984. 2.1. Problematize a resposta do determinismo radical ao problema do livre-arbitrio. Na sua resposta deve integrar, pela ordem que entender, os seguintes conceitos: —determinismo —livre-arbitrio —causalidade Estabelega a correspondéncia entre a coluna A (no¢ées) e a coluna B (descri¢ao). Coluna A Hl Fim ou finalidade @ Algo que nos acontece a Algo que fazemos inconscientemente Bato que fazemos consciente mas involuntariamente Blacao Biintencao Bi motivo a Deliberagao Bidecisao HB agente ColunaB Bk razao de agir que justifica a acao. Por exemplo, a conviccao de que é meu dever lutar pelos melhores resultados possiveis na escola e o meu desejo de ser bem-sucedido. 1B | Projeto que identifica e causa a agao. Por exemplo, o propésito de concluir 0 10.° ano com o melhor aproveitamento possivel. l Acontecimento intencional. Por exemplo, comer um bolo cheio de creme porque assim o desejamos, mesmo sabendo que existem alimentos mais saudaveis. Bl autor e responsavel pela a¢ao. Sao seus os motivos € as intengdes, bem como a responsabilidade pelas consequéncias da a¢ao. Gy objetivo altimo da acao. Glos tiques nervosos sao um bom exemplo deste tipo de realizacées. Opcao por uma das alternativas possiveis. Determinao curso da agao. Bl evento que nos afeta, sem que a sua ocorréncia dependa de uma realizacao nossa. Por exemplo, um dia frio de chuva. a Enquanto dormimos, sonhamos, rebolamos na cama, falamos ou até andamos. Momento de avaliac¢do e de ponderagao que antecede e prepara a decisao racional. Todas as ocorréncias do universo sao ACONTECIMENTOS Ha coisas que fazemos Ha coisas que nos acontecem [partem de nds) {nao partem de nés) i . Consciente mas Conscientee | a eens involuntariamente voluntariamente z ' ACAO (acontecimento intencional) AGENTE (autor da acao) MOTIVOS INTENCAO. (razées para agir) (projeto ou proposito da aco} CRENCAS DESeJOS (c agente tem a conviccao x) (agente desejay) Explicam e orienta a acao FINS {objetivos altimos da acao) GG Quando alguém se esforcar por te negar que nds, seres humanos, somos livres, aconselho-te a que lhe apliques a prova do filésofo romano. Na Antiguidade, um filésofo romano estava a discutir com um amigo que negava a liberdade humana e garantia que, para todos os homens, nao ha maneira de evitar fazer o que fazem. O filésofo pegou no seu bastao e comegou a dar-lhe pauladas com toda a forca que tinha. «J4 chega, nao batas mais!», dizia-lhe o outro. E 0 filésofo, sem deixar de surré-lo, continuou a argumentar: «Nao dizes que nao sou livre e que quando faco uma coisa nao posso evitar fazé-la? Pois entao, nao gastes saliva a pedir-me que pare: sou automatico». Até que o amigo reconheceu que o filésofo podia livremente deixar de bater-Ihe, e s6 entao o filésofo deu descanso ao seu pau. A prova é boa, mas s6 deves administra-la em casos extremos e sempre com amigos que nao saibam artes marciais... 99 F. Savater, Etica Para Um Jovem, D. Quixote, 2005, pp. 31-32. 1. Que crenga teremos de abandonar se o determinismo radical for verdadeiro? 2. O determinismo radical implica aus€ncia de responsabilidade. Porqué? um lado, um con- que a vontade livre nao existe no Universo. Por outro, uma série de argumentos poderosos baseados em factos da nossa propria experiéncia inclina-nos para a conclusao de que deve haver alguma liberdade da vontade, porque af todos a experimentamos em todo 0 tempo. Ha uma solu¢ao corrente para este enigma filos6fico. Segundo essa solugao, a vontade livre e o determinismo sao perfeitamente compativeis entre si. Naturalmente, tudo no Mundo é determinado mas, apesar de tudo, algumas acées humanas sao livres. Dizer que sdo livres nao é negar que sejam determinadas; é afirmar que nado sao constrangidas. Nao somos forcados a fazé-las: assim, por exemplo, se um homem é forcado a fazer alguma coisa porque lhe apontam uma arma, ou se sofre de alguma. compulsao psicoldgica, entao, a sua conduta é genuinamente nao livre. Mas se, por outro lado, ele age livremente, se age, como dizemos, por sua livre vontade, entao, o seu comportamento é livre. Claro estd, é também completamente determinado, uma vez que cada aspeto do seu comportamento é determinado pelas forgas fisicas que operam sobre as particulas que compdem o seu corpo, tal como operam sobre todos os corpos no Universo. Assim, a conduta livre existe, mas é apenas um cantinho do Mundo determinado — é este canto do comportamento humano determinado onde certos tipos de forga e de compulsao estao ausentes. Ora bem, porque esta concecao afirma a compatibilidade da vontade livre e do determinismo recebe habitualmente o nome de «compatibilismo». 99 J. Searle, Mente, Cérebro e Ciéncia, Edigoes 70, 1984, p. 108. 1, Por que razao o determinismo moderado é uma teoria compatibilista? 2. Explique a solucao apresentada pelo autor. 3. Exponhaas principais diferencas entre compatibilistas e libertistas. O determinismo é verdadeiro? O ser humano é livre? O determinismo é compativel com o livre-arbitrio? DETERMINISMO. RADICAL LIBERTISMO. DETERMINISMO MODERADO As pessoas s30 especiais. Os seres humanos possuem alma e esta transcende as leis da natureza. Nao estamos sujeitos as leis da natureza que regem outros sistemas fisicos. Onosso comportamento nao é constrangido. Todo o universo obedece aleis mas, apesar disso, algumas ages sao livres. Afirmar a liberdade da vontade nao significa negar 0 determinismo e a causalidade. Alguns comportamentos so livres , uma vez que sao causados mas nao constrangidos. Fazemos parte de uma rede causal que, sendo dadas as mesmas condigées, deixa em aberto um Gnico futuro possivel. Todo 0 nosso comportamento 6 constrangido e predizivel Odeterminismo é verdadeiro, O determinismo é falso. 0 determinismo é verdadeiro. O livre-arbitrio é uma O livre-arbitrio existe. nea ae ee! 0 determinismo é 0 determinismo & compativel Odeterminismo é incompativel com 0 como livre-arbitrio, incompativel com 0 livre-arbitrio, livre-arbitrio. INCOMPATIBILISMO COMPATIBILISMO scolha, na necessidade de is possibilidades, talvez de qu grande importancia e de graves consequencias. nos, ponderamos os prds e os contras, procuramos descobrir a conduta mais sensata e, no meio de tudo isto, temos a consciéncia de que sé a mim mesmo compete a decisio.> E. Coreth, O que 60 Homem, Editorial Verbo, Lisboa, p. 119. 4, Segundo o autor, «escolher é uma necessidade de que nao podemos fugir». Justifique a afirmagao. 2. O que € a liberdade humana? Podemos optar sem quaisquer limitagdes? Temos ou nado liberdade de opgiio?

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