Quando se aborda o campo da educação ambien~ podemos nos dar
conta de que, apesar de sua preocupação comum com o oeio ambien e e do reconhecimento do papel central da educação para a melhoria da relação com este último, os diferentes autores (pesquisadores, professores, pedagogos, animadores, associações, organismos, etc.) adotam difere:i es discursos sobre a EA e propõem diversas maneiras de conceber e de pra ·ca:- a ação educativa neste campo. Cada um predica sua própria visão e viu-se, bcmsive, forma- rem-se "igrejinhas" pedagógicas que propõem a maneira ·correra" de educar, "o melhor" programa, o método "adequado". Agora, como encontrar-se em tal diversidade de proposições? Como caracte- rizar cada uma delas, para identificar aquelas que mais convêm ao nosso contexto de intervenção, e escolher as que saberão inspirar nossa própria prática? Uma das estratégias de apreensão das diversas possi ilidades teóricas e práticas no campo da educação ambiental consiste em elaborar um mapa des- te "território" pedagógico. Trata-se de reagrupar propo ições emelhantes em categorias, de caracterizar cada uma destas última e de distingui-las entre si, ao mesmo tempo relacionando-as: divergências pomos comuns, oposição e complementaridade. É assim que identificaremos e tentaremo cer ar diferentes 'correntes" em educação ambiental. A noção de corrente refere- e aqui a uma maneira geral de conceber e de praticar a educa . . o mbiental. Podem se incorporar, a uma mesma corrente, uma pluralidade uma di ersidade de proposições. Por outro lado, uma mesma propo ição p de rre ponder a duas ou três corren- tes diferentes, segundo o ângulo ob o qual é anali ada. Finalmente, embora cada uma das correntes apr ente um conjunto de características e pecífi que a distingue das outra a orr nte não são, no entanto, mutuamente excludentes em todo o pl no : ertas correntes compartilham caracteri cas comuns. Esta istematiza ão da correntes toma-se uma ferramen e 18 Sato, Carvalho e cols.
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nüo um grilhão que obriga a la , ifi ar tud A I rncliçií <J d,1 < <Jrr<·ntc~ m.Jturr.1lí')'â é certamen,:; rr.ui o an iga, se cons'd r d deformar a realidade. E ploraremos breYemente 15 rr nt du n ·~ ambi ntal. Algum ns mos ,ts ((liçõc<, dr~ ('ohc.1'/' <;u r;1 í::1pn::ndízagem po i ersão e :mitação nos gru têm uma tradição mai ' antiga" foram d minnnt nn prim irn d ' ada dn socié1is cuja cultura <·',tá cstrcití":lmtntr; forjada na re . .ação com o meio na :ural. No curso do último século, a corrente na ura'is a pode ser associada mais espe- EA(osanosde1970e19 O): utrn.. nd mapr ur- cificamente ao movimento de "educação ;nJra o rr:eio natura~., rnature education) giram recentemente. Entre as corrente que tem uma lon tradição em educação ambiental, e a certas proposições de "educação ao ar . nre' routdoor educationJ. As proposições da corrente natura!ista co::-:1 freq:i énc1a reconhecem ova- analisaremos as seguinte : lor intrínseco da natureza, acima e alérr: dos reci..:rsos q::e e:a p:-oporciona e do saber que dela se possa obter. • naturalista O modelo de intervenção desenvobido ;:,e . .o ::0rte-a..':'lerica: o S.. eve Van • conservacioni ta/recur i ta Matre (1990) é por certo o modelo típico de ? ro.;:)Osição re1acionado com a • resolutiva corrente naturalista. ''A Educação para a Terra" é a;:,:-eser.:ada como respos a • sistêmica ao diagnóstico de ineficácia, feito pelo au or, sob:-e ..:...":1.a ed cação amb'en a1 • científica centrada na resolução de problemas. Van . a e cio.. :1::1 ~"lStL ..o de Educa- • humanista • moral/ ética ção para a Terra, cujo programa educati ·o co s::.s:e e:::1 co;:i ida: as criar cas rou outros participantes) a viverem experiê cias cog:ii · ·as e a:e ·-·as em ~ Entre as correntes mais recentes: meio natural, explorando o enfoque experiencia., a ;,ecagogia do ·ogo e o atrativo de se pôr em situações misteriosas ou mágicas, a 5.r:J. de adquir...r uma • holística compreensão dos fenômenos ecológicos e de dese .... -·o. ·e:- u::1 ·-i::lculo com a • biorregionalista natureza. Na pedagogia para os adultos (andragog:ia,1; _...:óae.. Cohe (1990) • práxica afirma igualmente que de nada serve querer reso_ ·e:- os ?:'O::>_P.....,as amb ·emais • crítica se não se compreendeu pelo menos como fundo a- a ::iaz- -eza; ceve-se apren- • feminista der a entrar em contato com ela, por intermédio de ossos seu ·aos e de ou- • etnográfica tros meios sensíveis: o enfoque é sensualisrn, ma a:::i' é:::J. esp'rimalista, pois • da ecoeducação se trata de explorar a dimensão simbólica de no a eiacão com a natureza e • da sustentabilidade de compreender que somos parte dela. Também fre.a e ·aos ad os, Darlene Clover e colaboradores (2000) insistem sobre a · porrancia de considerar a Cada uma das correntes será apresentada em função dos seguintes natureza como educadora e como um meio de a re.adizaoem: a educacão ao parâmetros: ar livre (outdoor education) é um dos meio mai efi azes para aprender· sobre o mundo natural e para fazer compreender o direi o ineren es da natureza a - a concepção dominante do meio ambiente; existir por e para ela mesma; o lugar ou papel o "nicho' do ser humano se - a intenção central da educação ambiental; define apenas nesta perspectiva ética. - os enfoques privilegiados; - o(s) exemplo(s) de estratégia(s) ou de modelo(s) que ilustra(m) a corrente. CORRENTE CONSERVACIONISTA/RECURSISTA Finalmente, esta sistematização deve ser vista como umà proposta teóri- ca e será vantajoso que constitua objeto de discussões críticas. Esta corrente agrupa as propo i õe entradas na ·'conservação' dos re- cursos, tanto no que _concerne ua qualidade quanto à sua quantidade: a água_, ? s?lo, a energia, as planta (principalmente as plantas comestíveis e med_1c1~a~s) e os. animais (pelo re ur o que podem ser obtidos deles) 0 ta corrente é centrada na relação com a natureza. O enfoque educativo pat1;moruo genético, o patrimônio on truído, etc. Quando se fala de ··conser- cognitivo (aprender com coisas sobre a natureza), experiencial (vi- vaçao da natureza", como da biodi er idade, trata-se sobretudo de um