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Fundado em 24 de fevereiro de 2007

Editorial __________________________________________________________________________________________

“Seja um dos que concorrem para o melhoramento da humanidade!”


Zoroastro

À srealizações.
portas de 2008, encerramos mais um ano de muito trabalho, de grande aprendizado e
O ano de 2007, em 24 de fevereiro, foi um marco para o Arte Real. Fundamos
nossa Revista Virtual; pouco a pouco conquistou nossos leitores pela seriedade como tratamos a
cultura maçônica.
Fomos brindados com matérias de altíssimo nível de autores consagrados no mundo
maçônico e de valorosos Irmãos, que entenderam nosso legado de incentivar o estudo e a
pesquisa e nos proporcionaram verdadeiras pérolas literárias, incansavelmente, lidas em Lojas e
grupos de estudos, estimulando a pesquisa e servindo de referência para criação de novas Peças
de Arquitetura.
Essa edição, fechando o ano de 2007, promete por sua diversidade de temas e de
matérias de Irmãos de várias partes do Brasil, o que faz do Arte Real um informativo eclético,
permitindo-nos beber cristalinas águas de várias fontes da sabedoria.
Dezembro é o mês do Natal, da confraternização, dos encontros. Época de reavaliação e ajuste de rota para iniciarmos
um novo ano mais estruturados em todos os aspectos. A coluna Destaques, através da matéria “Natal – Nascimento do Cristo,
em Nós!”, traz a origem e a verdadeira essência do Natal; já a coluna Reflexões mostra uma Crônica, escrita por mim há alguns
Natais, com uma mensagem sincera para todos os Natais vindouros.
Nossos leitores poderão, através da matéria “A Águia Bicéfala de Lagash”, de autoria do Irmão Luiz Gonzaga Venelli,
entender melhor a origem e o significado desse antiqüíssimo símbolo, utilizado pelo R∴E∴A∴A∴ em seus Altos Graus.
Ninguém melhor do que o ilustre Irmão José Castellani para nos falar da Maçonaria Simbólica através de sua matéria
“A Importância dos Graus Simbólicos”.
Inaugura-se uma coluna especialíssima - “Os Grandes Iniciados” - visando trazer à compreensão dos leitores Vida e
Obra desses excelsos Avataras, que, ciclicamente, iluminam a face da Terra com Seus elevados ensinamentos em prol da
evolução humana. E o fazemos com Zoroastro - o codificador da Fraternidade dos Magos e reformador da religião vigente em
sua época.
Nossa capa, mais uma vez, tenta conscientizar nossos leitores da mudança de postura com relação aos cuidados com
nosso planeta. Não podemos esperar por soluções governamentais imediatistas; cada um de nós deve fazer sua parte.
O exemplo não é a melhor maneira de conscientização, e, sim a única! Seja um dos multiplicadores dessa idéia!
Temos um encontro marcado na próxima edição! 

 
Arte Real ________________________________________________________________________________________

O Arte Real é um informativo maçônico virtual de publicação mensal que se apresenta como o mais novo canal de
informação, integração e incentivo à cultura maçônica em todo o Brasil, especialmente às Lojas do Sul de Minas de
Gerais.
Editor Responsável: Francisco Feitosa da Fonseca.
Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosa da Fonseca.
Revisão: João Geraldo de Freitas Camanho
Colaboradores nesta edição: Aroldo Gonçalves – Edivaldo José de Souza Ribeiro –
José Castellani – Leo Cenizi - Luiz Gonzaga Venelli.
Texto da Capa: Pensamentos do Professor Henrique José de Souza – fundador da
Sociedade Brasileira de Eubiose.
Contatos: artereal@entreirmaos.net ou feitosa@entreirmaos.net
Empresas Patrocinadoras: Arte Fios – Aquecedores Solar Argus e Belosol – Arte Real
Software – Condomínio Recanto dos Carvalhos - CH Dedetizadora – CONCIV Construções
Civis - CFC Objetiva Auto Escola - Churrasqueiras ARKE – Lider Rio - Maqtem - Santana
Pneus – SBS Mármores e Granitos - Sul Minas Laboratório Fotográfico – Walmir Battu.
Distribuição gratuita via Internet.
Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários. 

 
Nesta Edição ________________________________________________________________________________

Texto da Capa – Pensamentos de JHS............................Capa Trabalhos - A Importância dos Graus Simbólicos.................9


Editorial...................................................................................2 Trabalhos - A Luz.................................................................10
Destaque - Natal – Nascimento do Cristo, em Nós! .............3 Trabalhos - O Templo de Salomão.......................................11
Matéria da Capa – Preservação Ambiental .........................5 Ritos Maçônicos – História do Rito Mêmphis-Misraïm....12
Os Grandes Iluminados – Zoroastro.................................. 6 Reflexões – Então é Natal!...................................................14
Trabalhos – A Águia Bicéfala de Lagash................................7 Boas Dicas – E-book /Edições Anteriores.................14

Destaques _______________________________________________________________________________

Natal – Nascimento do Cristo, em Nós!


Francisco Feitosa

O Arte Real, através desse trabalho de


pesquisa sobre as origens do Natal,
não tem a menor intenção de ofuscar, e
marcar a trajetória do Sol ao longo do
ano. A construção existe até hoje.
Para os mesopotâmios, o Ano
nem mesmo conseguiria, a beleza das Novo representava uma grande crise.
festas natalinas. Momentos de Devido à chegada do inverno, eles
confraternização, onde a solidariedade, a acreditavam que os monstros do caos
fraternidade entre os povos estão mais em enfureciam-se, e Marduk, o seu principal
evidência. Os festejos natalinos têm um deus, precisava derrotá-los para preservar
clima de harmonia e paz, remetendo-nos a continuidade da vida na Terra. O festival
à interiorização e reavaliação de valores. de Ano Novo, que durava 12 dias, era
Cabe-nos o compromisso de fazer luz realizado para ajudar Marduk em sua
sobre o que muitos ainda ignoram. Por batalha. A tradição dizia que o rei devia
isso, preparamos este singelo trabalho de morrer no fim do ano para, ao lado de
cunho elucidativo. Marduk, ajudá-lo em sua luta. Para
A palavra “Natal” tem a ver com poupar o rei, um criminoso era vestido
nascimento, ou aniversário natalício, em com as suas roupas e tratado com todos
especial com o dia em que geralmente se os privilégios do monarca; sendo morto,
comemora o nascimento de Jesus Cristo. levava todos os pecados do povo consigo.
Esse vocábulo não aparece na Bíblia e, Assim, a ordem era restabelecida.
também, não foi utilizado pelos primeiros Um ritual semelhante era
apóstolos. A “Festa de Natal” não se inclui realizado pelos persas e babilônios,
entre as festas bíblicas. chamado de Sacae; a versão também
A Nova Enciclopédia Católica reconhece: "A data do contava com escravos que tomavam o lugar dos seus mestres.
nascimento de Cristo não é conhecida; os evangelhos não indicam A Mesopotâmia, chamada de mãe da civilização, inspirou a
nem o dia nem o mês". A revista católica americana U.S. Catholic cultura de muitos povos, como os gregos, que englobaram as raízes
diz: "É impossível separar o Natal de suas origens pagãs". do festival, celebrando a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais
Na verdade, a festividade no mês de Natal já existia mesmo tarde, através da Grécia, o costume alcançou os romanos, sendo
antes de o menino Jesus nascer. Durante muitos anos absorvido pelo festival chamado Saturnália (em homenagem a
comemorava-se nesse período, final do mês de dezembro do atual Saturno). A festa começava no dia 17 de dezembro e ia até o 1º de
calendário gregoriano, o solstício de inverno no hemisfério Norte, janeiro; comemorava-se o solstício do inverno. De acordo com seus
que seria o tempo em que o sol se afastava do equador e cálculos, o dia 25 era a data em que o Sol se encontrava mais fraco,
estacionava durante alguns dias, pois assim eram as noites mais porém pronto para recomeçar a crescer e trazer vida às coisas da
frias do ano. Terra.
A celebração do Natal antecede ao Cristianismo em cerca
de 2000 anos. Tudo começou com um antigo festival
mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro,
o Zagmuk. Muitos povos comemoravam quando o inverno passava.
Eles esperavam por dias mais longos, com mais luz do sol; essas
festas eram comemoradas por doze dias.
Muito antes de Cristo, já havia, na Europa, mitos e rituais
relacionados ao solstício de inverno. Na Escandinávia, em 21 de
dezembro, era comemorado o Yule, ocasião em que os chefes de
família queimavam grandes toras em adoração ao sol. Na
Alemanha, honrava-se o temido deus Oden, que em seus vôos
noturnos escolhia quem iria se dar bem e quem seria
desafortunado no ano seguinte.
No Egito, celebrava-se a passagem do deus Osíris para o
mundo dos mortos. Povos antigos da Grã-Bretanha também
comemoravam o evento. As festividades aconteciam ao redor do
monumento de Stonehenge, construído cerca de 3100 a.C. para
Durante a data, que acabou conhecida como o Dia do Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias
Nascimento do Sol Invicto, as escolas eram fechadas e ninguém pessoas relatarem milagres atribuídos a ele. A associação da
trabalhava. Eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e
eram oferecidos aos amigos e árvores verdes - ornamentadas com espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos,
galhos de loureiros e iluminadas por muitas velas - enfeitavam as ganhou o nome de Santa Claus; no Brasil, de Papai Noel; em
salas para espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos Portugal, de Pai Natal.
objetos eram usados para presentear Até o final do século XIX, o
uns aos outros. Papai Noel era representado com uma
Na origem, as comemorações roupa de inverno na cor marrom.
festivas do ciclo natalino vêm do final Porém, em 1881, uma campanha
da Idade Antiga, quando a Igreja publicitária da Coca-Cola mostrou o
Católica introduziu o Natal em bom velhinho com uma roupa, também
substituição a uma festa mais antiga do de inverno, nas cores vermelha e branca
Império Romano, a festa do deus Mitra, (as cores do refrigerante) e com um
que anunciava a volta do Sol em pleno gorro vermelho com pompom branco. A
inverno do hemisfério Norte. A campanha publicitária fez um grande
adoração a Mitra, divindade persa que sucesso, e a nova imagem do Papai Noel
se aliou ao sol para obter calor e luz em espalhou-se rapidamente pelo mundo.
benefício das plantas, foi introduzida Por interesses comerciais,
em Roma no último século antes de foram introduzindo-se novos hábitos
Cristo, tornando-se uma das religiões de consumo para essa comemoração.
mais populares do Império. Comer peru no Natal surgiu em
Até os primeiros três séculos da Era Cristã, a Plymouth, Massachusetts, nos EUA, em 1621. Nesse ano, no Dia
humanidade não celebrava o Natal como conhecemos hoje. Foi de Ação de Graças, serviu-se peru selvagem, criado pelos índios
preciso que o Império Romano adotasse o Cristianismo como mexicanos, como prato principal. Os espanhóis o levaram para a
religião oficial, no século IV. A partir desse momento, a Igreja Europa por volta do século 16. Nessa época eram servidos gansos,
passou a conferir significados católicos para as tradições e os cisnes e pavões, aves nobres. O peru, além de ser mais barato,
simbolismos pagãos. Foi a apropriação destes cultos, sobretudo o ganha peso mais facilmente.
de Mitra, que acabou gerando o nosso Natal, com a data de O surgimento do panetone é atribuído ao mestre-cuca
nascimento de Cristo sendo celebrada no dia 25 de dezembro. Gian Galeazzo Visconti, que o teria preparado para uma festa, em
A data conhecida pelos primeiros cristãos foi fixada pelo 1395. O costume de comer panetones em ceias de Natal nasceu
Papa Júlio I para o nascimento de Jesus Cristo, como uma forma em Milão. Depois, tomou conta da Itália e, daí, ganhou todo o
de atrair o interesse da população. Pouco a pouco, o sentido mundo.
cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção. A Igreja católica sempre deu muita importância para o
Conta a Bíblia que um anjo anunciou para Maria que ela daria à valor da música. As primeiras canções natalinas datam do século
luz a Jesus, o filho de Deus. Na véspera do nascimento, o casal IV e são cantadas até hoje na véspera de Natal. Já o costume de
viajou de Nazaré para Belém, chegando na noite de Natal. montar presépios, embora de origem hebraica, surgiu com São
A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro Francisco de Assis, que pediu a um homem chamado Giovanni
Natal, como conhecemos hoje, foi celebrado no ano 336 d.C.. A Villita que criasse o primeiro. São Francisco, então, celebrou uma
troca de presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três missa em frente daquele presépio, inspirando devoção a todos
Reis magos ao menino Jesus, assim como outros rituais também que a ela assistiam. Foi em Nápoles, na Itália, no século XVIII,
foram adaptados. que esse hábito cresceu. Os presépios eram montados na sala das
Mas nem sempre e nem em todos os lugares, o Natal foi casas, com figuras de barro e madeira.
uma festa familiar e de paz. Na Inglaterra, no século 17, a data era No mundo, milhões de famílias celebram o Natal ao redor
sinônimo de bagunça: costumava-se eleger um indivíduo de uma árvore. A árvore, símbolo da vida, é uma tradição mais
desocupado como "Lord da Baderna", e, sob suas ordens, os antiga do que o próprio Cristianismo, e não é exclusiva de uma só
pobres iam às casas dos ricos para exigirem a melhor comida e religião. Muito antes de existir o Natal, os egípcios traziam galhos
bebida. Quem não fornecesse, era ameaçado e tinha sua casa verdes de palmeiras para dentro de suas casas, no dia mais curto
atacada violentamente. Era tal o pavor das famílias com a do ano, em dezembro, como um símbolo de triunfo da vida sobre
proximidade do Natal, que a comemoração chegou a ser proibida a morte.
durante vários anos pelos britânicos. Já o costume de ornamentar a árvore pode ter surgido do
Na América, o Natal só começou a ser comemorado no hábito que os druidas tinham de decorar velhos carvalhos com
século 19, época de desemprego e luta de classes, prevalecendo o maçãs douradas, para as festividades desse mesmo dia do ano.
violento modelo de comemoração inglês. As brigas de gangues em
Nova Iorque atingiram seu auge na época natalina, levando o
Conselho Municipal a criar, em 1828, a primeira força policial da
cidade, que surgiu com a missão específica de combater os
conflitos de Natal.
Mais recentemente, atendidos os interesses católicos, o
nascimento de Jesus passou a servir ao novo poder mundial: o
capitalismo. Data máxima do marketing e do comércio a partir do
século 20, o Natal desde então arrasta multidões aos shoppings e
supermercados, em obediência à ordem suprema da publicidade
para o consumo desenfreado e irracional. A mensagem é
tentadora: compre e será feliz!
Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi
inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia
em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar
as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximos às
chaminés das casas.
A primeira referência a uma " Árvore de Natal" é do Muito embora o Natal tenha sua origem bem anterior ao
século XVI. Na Alemanha, famílias ricas e pobres decoravam nascimento de Jeoshua Ben Pandira – o Jesus bíblico - e o
árvores com papel colorido, frutas e doces. Essa tradição se Cristianismo, não conseguindo refrear as comemorações das
espalhou pela Europa e chegou aos Estados Unidos festas tradicionais pagãs, tenha, inteligente e
pelos colonizadores alemães. Logo, a árvore de gradualmente, adotado a data como o nascimento
Natal passou a ser popular em todo o mundo. do Mestre Jesus, isso em nada fere a essência da
A prática de enviar cartões de Natal surgiu comemoração.
na Inglaterra, no ano de 1843. Em 1849, os Natal é para comemorarmos o nascimento
primeiros cartões populares de Natal começaram a do Cristo sim, mas dentro de nós - na manjedoura
ser vendidos por um artista inglês chamado de nosso coração! O que devemos é pautar nossos
William Egly. passos baseados em seus excelsos ensinamentos:
A guirlanda, às vezes conhecida por “coroa “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém
de Natal” é memorial de consagração. Em grego é vai ao Pai senão por Mim!”
“stephano”, em latim “corona”, podendo ser Ninguém ascenderá em evolução em
entendida como enfeite, oferenda, oferta para direção à Casa do Pai, se não encontrar seu Cristo
funerais, celebração memorial aos deuses, à interno, se não iniciar uma ação, ou melhor, uma
vitalidade do mundo vegetal, às vítimas que eram Iniciação, semeando Amor em seu coração e,
sacrificadas aos deuses pagãos, aos esportes etc. conscientemente, alimentando o Fogo Interno –
Significa um “Adorno de Chamamento” e, kundaline - a ponto de transformá-lo em Luz.
conseqüentemente, é porta de entrada de deuses. A mensagem do Natal nada mais é que
Razão pela qual, em geral, coloca-se a guirlanda uma proposta de renascimento de cada um; mas
nas portas, como sinal de boas vindas! A Bíblia não faz qualquer não em carne, mas em espírito.
menção de uso de “guirlanda” no nascimento de Jesus. Só existe Nesse Natal, comemore, sim, o nascimento do Cristo,
uma na Bíblia, feita por Roma para colocar na cabeça de Jesus no porém dentro de você!
dia de sua morte, mas com espinhos , símbolo de escárnio! Feliz Natal!!!

Matéria da Capa _______________________________________________________________

Preservação Ambiental – O Planeta Implora por Cuidados!*


E studos sobre a preservação ambiental e cuidados
com nosso planeta, sempre, apontam resultados
catastróficos, se continuarmos a manter a mesma
mudança de clima do nosso planeta, que traz o
aquecimento global, será, ainda neste século, uma das
maiores causas de desastres ambientais. As conclusões
relação com os problemas ambientais, com os quais de cientistas do mundo todo são alarmantes. Em todo
convivemos. É fato que o custo do modelo econômico, o mundo, inundações e secas serão as situações mais
buscando um crescimento rápido e ilimitado, gera na graves, além de um possível colapso na agricultura, da
natureza, uma insustentabilidade e imprevisibilidade escassez maciça de água, da redução da cobertura
com relação aos impactos florestal e da disseminação de novas
tecnológicos e de poluição sobre o doenças.
meio ambiente. Embora cientes de que, nos
Para cada um desses últimos anos, felizmente, possamos
impactos, teremos de conviver com registrar um aumento no
a resposta natural do planeta. Para sentimento de co-responsabilidade,
cada ação do SER HUMANO, uma cidadania e consciência ecológica, o
VERDADE NATURAL poderá ser que incrementa o sentido de se
vislumbrada. Assim, se, de um lado, pertencer à HUMANIDADE com
o homem é RESPONSÁVEL pela objetivos em comum, ultrapassando
devastação, planos de o paradigma da sobrevivência e
desenvolvimento não-conciliados acenando pelo desejo de se poder
com o impacto ambiental, extração viver de forma plena, em um novo
de recursos de forma predatória, modelo, estamos ainda muito longe
queimadas irresponsáveis, de um mundo IDEAL.
desperdício e mau uso de recursos naturais, falta de Salvaguardar nosso planeta e assegurar
respeito pelo SER HUMANO e outros, a natureza irá condições de desenvolvimento, ligadas à evolução do
responder com o desequilíbrio da biodiversidade e do ser humano, são pontos que poderão mudar o cenário
nosso ecossistema, o aumento de populações para as futuras gerações. É preciso, no entanto,
dizimadas pela fome ou por catástrofes naturais, a começar a agir. Toda a difusão nas áreas de
violência dos centros urbanos, a escassez de recursos comunicação e informações, permeando os mais
naturais, os resíduos do lixo que se transformam em variados temas sobre o SER PLANETÁRIO, deve ser
entulhos, poluindo rios e trazendo doenças etc. incentivada. Precisamos colocar em prática ações que
Soma-se, a esse quadro, a relação da camada de neutralizem o efeito do desequilíbrio em cadeia, sob
ozônio e a elevação da temperatura da Terra. A pena de destruirmos nosso mundo.
COMO PRESERVAR OS RECURSOS NATURAIS DO NOSSO PLANETA
Todo e qualquer programa, que possa ser desenvolvido seguir, é o passo a passo para o plantio e conservação de
com um objetivo legítimo de desenvolvimento sustentável, árvores. Esse ato tão simples pode contribuir sobremaneira
consciente, voltado para a preservação ambiental, deve ser para o aumento de áreas verdes e melhor qualidade de vida em
colocado em prática. Para tanto, todas as ações são bem- nossas cidades.
-vindas, principalmente, se levarmos em conta que nossa Visando dar nossa contribuição para esse momento,
dependência do meio é enorme. entendemos que implementar um programa de PLANTIO DE
O que cada um pode fazer em sua casa, sua ÁRVORES é um começo. Outros projetos já estão sendo
comunidade, pode ser muito simples, no entanto, torna-se programados para aumentar a sensibilização e conscientização
essencial reforçarmos o movimento natural que começa a de nossa população. Até lá, para ampliar as ações do programa
aparecer. Assim, participe de programas de preservação e ganhar eco em diversos pontos das nossas cidades e seus
ambiental, não derrube árvores e, somente, compre móveis de arredores, esperamos contar com a população como um dos
madeiras certificadas, prefira os alimentos naturais, não principais agentes de transformação do meio que a cerca.
compre animais da fauna silvestre brasileira e comece, em sua Todo cidadão pode contribuir com uma ação direta e/ou com
casa, a coleta seletiva, procurando, sempre, reciclar papéis e o apoio a ações que valorizem os espaços verdes, o respeito às
utilizar produtos e outros bens de consumo elaborados a partir características locais, bem como a adequação / integração à
de material reciclado. região.
Estude o meio ambiente, ajude a preservar entendendo *compilação do site www.projetoplantar.org.br
melhor sobre o plantio e conservação de árvores. Sabemos que
esses são alguns dos fatores, mas são essas ações que irão
ajudar a conscientização individual e nos poderão fazer sentir
e respeitar a natureza. É importante ter em mente que
podemos, em conjunto, transformar nossa TERRA em um
lugar mais apropriado para a VIDA de nossos filhos, no futuro.
Precisamos estar cientes de que o meio ambiente
nunca esteve tão ameaçado como agora. A intensidade de
destruição dos recursos naturais pede ações imediatas.
Desmatamento, queimadas, exploração irracional e ilegal de
minérios, caça e pesca predatórias estão alterando nosso
planeta. O que irá restar para nossos filhos e netos?
É buscando uma resposta para esse momento que
decidimos escolher como um dos temas de nossas Campanhas
Educativas o Plantio de Árvores. O que vamos abordar a

Os Grandes Iniciados _____________________________________________________

Zoroastro
Francisco Feitosa

I nauguramos, a partir desta edição, a coluna “Os Grandes


Iniciados” que visa trazer a luz a vida e a Obra de excelsos Seres,
manifestação terrena da Divindade, enfatizando o trabalho oculto da
Zaratustra.
Estaremos disponibilizando aos nossos leitores apenas
fragmentos da vida e Obra dos Grandes Iniciados, com o
Grande Fraternidade Branca em prol da evolução humana. objetivo de estimular o estudo mais profundo e completo,
Esses Seres, os Avataras, utilizando-nos da máxima: “a dúvida é a
periodicamente, por força da LEI, em sacrifício à semente da pesquisa!”
humanidade, ou melhor, em Sacro-Ofício, Os persas atribuem o Avesta - Conjunto
manifestam-se no plano terreno a fim de de textos sagrados primitivos dos povos
transmitir as novas diretrizes evolucionais. Não iranianos, de que se originou o Masdeísmo – ao
importando a época ou o local de sua aparição, arquiprofeta Zoroastro ou Zaratustra, seu nome
os Avataras são os portadores da Sabedoria persa, o codificador da Fraternidade dos Magos
Iniciática das Idades e, de ciclo em ciclo, e reformador da religião vigente em sua época.
semeiam novos ensinamentos e arrebanham Parece que o nome, com que o
aqueles que atingiram o percentual de conhecem, era, nas civilizações assírio-
consciência necessário para tornar-se a semente babilônicas, o título que usava o Sumo
de uma nova civilização. Sacerdote, o Supremo Hierofante dos mistérios
Esse processo acontece ao longo da história iniciáticos, sempre consagrado à divindade que
da humanidade sob o jargão de “muitos serão os presidia. Assim, Zoro Ishtar, “consagrado a
chamados, porém poucos serão os escolhidos”. Ishtar”, entre os caldeus, originado de Guru-
A fim de incrementarmos o estudo e a Astara (adorador do sol), posteriormente
pesquisa sobre esses excelsos Seres, muitos corrompido para Goro_Astara, lembrando os
deles citados em nossas instruções maçônicas, tanto no Goros ou Lamas Perfeitos, que cercam o Rei do Mundo em
simbolismo como, principalmente, nos graus filosóficos, Asgardi, como ensinam as tradições mongólicas, e daí Zoro-
iniciaremos a coluna abordando sobre a vida e a Obra de Astara ou Zoroastro. Por isso, Porfírio se refere a Zaradas,
Zoroastro ou, se preferirem assim chamar, como os persas, mestre de Pitágoras, que é o Zar-ad ou Na-zar-ad, o Nazar
primitivo, ou o Nazaruam persa, o ancião dos Dias.
Todos os pontífices (construtores de seguidor de sua fé. Isso foi o início da verdadeira difusão dos
pontes entre o mundo das ilusões e o seus ensinamentos e de uma grande reforma religiosa. Logo,
espiritual) tomam esse nome, e em seguida, a corte real seguiu os passos do Rei, e, mais tarde,
somente isso mostra a razão de os o Zoroastrismo tornou-se a religião oficial da nação persa.
vários clássicos falarem em Sua obra é conhecida através dos Gathas, textos
Zoroastro como tendo vivido em arcaicos mencionados em textos contemporâneos conhecidos
épocas diversas. como Yashts, que contêm vários elementos de religiões
Eudóxio de Cnido diz ter populares do antigo Irã. Todos fazem parte do Avesta tardio
Ele vivido 6000 anos antes de com grande influência dos magos, que introduziram
Platão; Teopompo de Quios, no-lo elementos do Zervanismo, divisão sectária do Zoroastrismo,
descreve 5000 anos antes da guerra surgida na dinastia Sassânida e defensora da idéia do princípio
de Tróia; Beroso fá-lo nascer 2200 superior ao mundo, causa de tudo o que existe, e Mitraísmo,
anos antes de Cristo e fundar uma culto ao deus Mithra, divindade solar do povo ária, associado
dinastia médica em Babilônia; Xantus ao Zoroastrismo, porém não mencionado nos Gathas.
de Lídia acha que ele Ele veio ao mundo Conta a tradição que, aos 77 anos de idade, foi
600 anos antes de Xerxes; para Aristóteles, martirizado por fanáticos sacerdotes da velha religião,
floresceu 600 anos antes de Cristo, enquanto que Hermipio de integrantes das hordas tirânicas de Arjasp, enquanto se
Alexandria dá-lhe por mestre Azonach (Azonach, o deus Azon) encontrava orando em frente ao fogo sagrado de um templo,
e tendo existido 5000 anos antes da tomada de Tróia. em Bakhdi, também dita Bactrae, e por ocasião de uma guerra
É óbvio que esses autores descrevem alguns dos mais religiosa, provocada pelo rei dos infiéis, Argataspa. No reinado
conspícuos Zoro-astros, que guiaram os povos do Iran. de Dario I (550-486 a. C.), redigiu-se o Avesta ou Zend-Avesta,
Profeta e filósofo árabe, nascido na região de Ragha, o livro sagrado do Zoroastrismo, após a adoção como religião
também, dita Ragae ou Rai, perto de Teerã, na Pérsia, hoje no oficial pelos aquemênidas.
Irã, fundador do Zoroastrismo, antigo sistema religioso- Em minhas pesquisas sobre Zoroastro, jamais
filosófico monoteísta, que parte do postulado básico de uma encontrei qualquer referência ao que diz a terceira instrução
contradição entre o bem e o mal, inerente a todos os do primeiro Grau: “os AAp∴MM∴ trabalham do meio-dia à
elementos do universo, praticamente substituído pelo meia-noite, uma homenagem a um dos primeiros instituidores
Islamismo, deixando influência em religiões como o dos Mistérios, Zoroastro, que reunia, secretamente seus
Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, como a fé em uma discípulos ao meio-dia e terminava seus trabalhos à meia-
divindade suprema, criadora e guia absoluta do universo, e sua noite, por um ágape fraternal”. Peço a nossos leitores que, se
permanente luta contra o reino do mal e suas entidades tiverem fontes de pesquisas, tratando desse assunto, que
demoníacas. forneçam- nas a mim .
De família nobre, sua origem étnica e cultural estava Na próxima edição, falaremos sobre Yesus Krishna – a
ligada ao povo ária, que se estabeleceu ao norte da península mais bela manifestação da Divindade – 3.500 a.C.
Indostânica e Planalto Persa, caracterizado por ter sido um
povo nômade, que, por volta de um milênio e meio antes de
Cristo, sofreu um processo de sedentarização, formando
pequenos reinos nas regiões mencionadas.
O Zoroastrismo nasceu da sua revelação em Sogdiana,
no reino de Bactriana ou Karezmia, uma região que
corresponde ao leste do Irã, Afeganistão e Turquemenistão.
Tinha, então, cerca de 30 anos, sendo que, desde os 14, vivia
como místico, a partir de sete visões por ele contadas, que
reformaram a proto-religião conhecida como Mazdeísmo,
religião dos adoradores de Mazda.
Perseguido inicialmente pelos príncipes e sacerdotes,
manteve-se firme em seus ensinamentos e, dois anos depois,
com ajuda de um primo recém-convertido, conseguiu
influenciar o Rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso

Trabalhos ______________________________________________________________________________

A Águia Bicéfala de Lagash


Luiz Gonzaga Venelli

A Arte Real (Maçonaria) é uma Ordem antiga


que promulga seu sistema de moral através
em um outro patamar, onde somente os mais
atentos percebem quando ela é símbolo
maçônico. Muito se tem escrito sobre ela, porém,
de alegorias, sinais e símbolos. Alguns símbolos
adquiriram tal vigor, que até o não-iniciado sabe quando são feitas específicas perguntas, as
que os mesmos se referem à Maçonaria. O respostas são curtas e não-precisas. Atualmente,
esquadro e o compasso são exemplos. Pessoas, estamos em melhor situação porque temos uma
com um pouco de cultura, reconhecem-nos como mudança na pesquisa maçônica, gerada pelo
símbolos da Maçonaria. Não sabem, e só o crescimento das comunicações com acesso a
iniciado sabe, que, pela disposição deles, existe fontes e facilidade na troca de informações.
um significado intrínseco. A águia bicéfala está
No Freemasons' Guide and Compendium de Bernard desde 1801.
E. Jones edição revisada de 1956 e reimpressão de 1970, às Os sucessores do Conselho de Imperadores do
páginas 324/325, há o seguinte texto, similar ao de inúmeras Ocidente e do Oriente são os vários Supremos Conselhos do
enciclopédias, que diz: "W.J.Chetwode Crawley lembra-nos Grau 33º, espalhados pelo mundo, que herdaram a insígnia do
que, nas fundações de um templo, construído cerca de 3000 emblema pessoal de Frederico, o Grande, considerado como o
a.C., isto é, cerca de 2000 anos antes da construção do Templo primeiro Soberano Grande Comendador do Rito Escocês
de Salomão, foram encontradas duas placas de terracota com Antigo e Aceito, conferindo ao Rito o direito de usá-la em
inscrições, detalhando como a construção havia sido ordenada 1786. (Sic.) simultaneamente, adotou (acrescentou) mais sete
e iniciada. Essas placas foram ali depositadas, graus (Aceitos) aos vinte e cinco conhecidos
quando do lançamento da pedra fundamental (Antigos), chegando-se, então, a trinta e dois
do templo, por Gudea, governador de Lagash graus Antigos e Aceitos. A esses graus foi
na Babilônia. As inscrições dos cilindros acrescentado o Grau governativo do Rito de
impressas nas mesmas incluíam um esboço de número trinta e três.
um "pássaro da tormenta", representado por Observa-se que os Supremos Conselhos,
uma águia com duas cabeças, hoje, usada como que tinham laços com a grande Loja da
símbolo do Rito Escocês Antigo e Aceito. Perto Inglaterra, têm, em seus selos, a águia com as
do sítio, onde estava o templo em referência, asas para cima, conquanto os supremos
foi também encontrada uma fina estátua de conselhos, que tinham laços com a Grande Loja
Gudea , ...". As enciclopédias maçônicas de Coil da França, têm, em seus selos, a águia com as
e Mackey apresentam um texto semelhante, asas voltadas para baixo. Existe esse padrão,
provavelmente, usado como fonte por Bernard seja ele intencional ou não.
Jones. A cidade de Lagash está situada ao O fato de a águia estar representada com
sudoeste da Babilônia, entre os rios Tigre e as asas abertas para cima ou para baixo é uma
Eufrates, perto da moderna cidade de Shatra no Iraque, um questão diretamente relacionada ao desenho do selo por um
antigo centro de artes, de literatura e militar, com imensa Supremo Conselho em particular, como resultante do gosto
força política. Dos sumerianos, esse símbolo passou para o artístico de cada povo, preferindo uns o estilo clássico,
povo de Akkad. Posteriormente, foi usado por muitas tribos e copiando a natureza, enquanto outros dão preferência à
grupos de nações. Sabe-se que Marius, Cônsul Romano, em representação marcial. A Águia Bicéfala de Lagash é o mais
102 a.C., por decreto, indicou a águia bicéfala como símbolo antigo emblema do mundo e nenhuma outra figura pode
da Roma Imperial. O Dr. Albert Merz, 33º, afirma, em artigo gabar-se desta antigüidade.
publicado no NEW AGE (Scottish Rite Journal) de março de Como símbolo do Rito escocês Antigo e Aceito, a Águia
1959, que O Sagrado Império Romano, em 414 a.C., tinha a Bicéfala de Lagash tem suas asas abertas e coroada (encimada)
águia bicéfala em seus selos, simbolizando a unidade e pela coroa da Prússia. Suas garras estão pousadas em uma
universalidade do Império. espada desembainhada, que tem uma fita como ornamento,
Nos compêndios de heráldica, encontramos a águia serpenteando-a desde seu punho até a extremidade da lâmina
bicéfala e acreditamos que, como resultado da presença dos contendo a divisa:
cruzados no Oriente, foi trazida como símbolo para os
Imperadores do Oriente e do Ocidente, cujos sucessores " DEUS MEUMQUE JUS " - (DEUS E O MEU DIREITO)
foram, nos últimos tempos, os habsburgos e os romanovs, em
cujas moedas ela aparece sistematicamente, sendo copiada
pela maioria das "Cidades Livres da Europa", principalmente
as da Alemanha, e como emblema no Império Oriental da
união de Bizâncio com Constantino. Podemos encontrá-la em
alto relevo na porta principal da Igreja Ortodoxa Oriental na
cidade de São Paulo.
É provável que a águia bicéfala tenha sido usada como
símbolo maçônico desde o 12º século. Já as evidências
disponíveis indicam ter sido usada pela Maçonaria em 1758,
após a criação do Conselho de Imperadores do Oriente e do
Ocidente em Paris. Era parte do Rito de Perfeição, do antigo
Rito dos vinte e cinco graus, evoluindo em grande parte para o
sistema Escocês. Não existe dúvida relativa ao uso da águia
bicéfala pelo Supremo Conselho, 33º, Jurisdição Sul dos USA,

Nota do Editor:
Em complemento à excelente matéria de nosso Irmão Luiz Venelli, acrescentamos nossa interpretação no sentido iniciático desse
símbolo: com relação à representação do mesmo notamos que a águia é um pássaro altaneiro de visão privilegiada e expressa a Mente
Universal pela onisciência, de tudo e de todos. Esse símbolo de duas cabeças, ligado à Iniciação, expressa o objetivo a que se propõem
todas as verdadeiras escolas de iniciação do presente ciclo: servir de ponte, ligando as duas cabeças ( mente concreta e mente abstrata)
para conquista e o domínio de nosso 5º princípio, o Eu superior.
O Soberano Grande Comendador é o próprio pontífice - aquele que constrói pontes - expressão da Cruz que se apõe a sua
assinatura. A ponte é gradualmente construída pelos excelsos ensinamentos do Rito e proporciona aos estudiosos transpor do mundo
material (mente concreta) para o mundo espiritual (mente abstrata), representado pelas duas cabeças da águia.
A espada - arma de dois fios - presa em suas potentes garras representa, ao mesmo tempo, a Força, para se combater os inimigos
da verdade, e a Sabedoria, para se poder, acima de tudo, fazer valer a justiça, o que faz valer a tradução da inscrição na fita, em latim:
“Deus e o Meu Direito”. A cor púrpura é muito utilizada por várias religiões e escolas de iniciação do oriente, expressando a junção das
energias cósmica (Fohat - verde) e telúrica (Kundaline – vermelho), formando o púrpura, cor do equilíbrio perfeito e da realização.
Trabalhos ______________________________________________________________________________

A Importância dos Graus Simbólicos


José Castellani

O s três graus simbólicos, Aprendiz, Companheiro e Mestre,


comuns a todos os ritos maçônicos, representam a essência
total de toda a doutrina moral da Maçonaria.
restando-lhe, então, o trabalho constante, na busca da perfeição
nunca atingida, mas sempre perseguida, pois ela é o estímulo
perene na vida do ser humano.
Na primitiva Franco-Maçonaria, formada pelas Terá, então, o Mestre a humildade de se prostrar perante
organizações de ofício, só existiam os Aprendizes; e os mestres-de- os grandes mistérios da vida e os insondáveis escaninhos da
obras eram escolhidos entre os mais experientes Aprendizes. O Natureza, despojando-se de todas as vaidades, incluindo-se, entre
grau de Companheiro seria criado já nos primórdios da Maçonaria elas, a busca desvairada dos galardões, símbolos da fatuidade, e a
dos Aceitos - também chamada, busca da ascensão a qualquer custo,
impropriamente, de Especulativa - no numa escala que quase nunca reflete um
século XVII; e essa era a situação, conhecimento apreciável e um desejável
quando da fundação, a 24 de junho de mérito pessoal. Deverá, então, o Mestre
1717, da Premier Grand Lodge, de lembrar-se, sempre, de que a verdadeira
Londres, a primeira do sistema beleza é a interior, mesmo que o exterior
ocidencial. O grau de Mestre seria criado não seja coruscante e não brilhe em
em 1725, mas só introduzido em 1738, faíscas de ouro e prata, pois o maçom, o
pela Grande Loja Londrina. A partir daí, verdadeiro maçom, integral, é um Mestre
iria concretizar-se a totalidade da por suas qualidades mentais e espirituais,
doutrina moral e da mística da e não por sua posição na escala, ou por
instituição maçônica. seus vistosos paramentos. O “hábito não
Os três graus simbólicos, síntese faz o monge”, diz a velha sabedoria
do universo maçônico, mostram a evolução racional da espécie popular, e se pode até acrescentar que um muar ajaezado de ouro
humana, ou seja: intuição (Aprendiz), análise (Companheiro) e nunca poderá ser confundido com um corcel de alta linhagem.
síntese (Mestre). O Aprendiz, ainda inexperiente, embora guiado Na Loja Simbólica, verdadeira e única essência da
pelos Mestres, realiza o seu trabalho de forma praticamente Maçonaria universal, o iniciado percorre um longo caminho, desde
empírica, através da intuição, apenas, representando o alvorecer as trevas do Ocidente até à luz do Oriente, tendo o seu lugar de
das civilizações, dominadas pelo empirismo; o Companheiro, já acordo com as suas aptidões e a sua ascensão de acordo com os
tendo um método de trabalho analítico e ordenado, simboliza uma seus méritos. Sua ascensão não deverá, nunca, ser devida a favores
mais avançada fase da evolução da mente humana, enquanto o pessoais, a apadrinhamentos, a rapapés e bajulações, ou ao poder
Mestre, juntando, através da síntese, tudo o que está disperso, para corruptor dos metais, expedientes, esses, tão comuns na sociedade,
a conclusão final da obra, representa o caminho derradeiro da em geral, mas excluídos dos templos da verdadeira Maçonaria,
mente, na busca da perfeição. desde os seus primórdios, nos velhos tempos em que só existiam
Simbolicamente, nesses três graus, os maçons dedicam-se Aprendizes e Companheiros, que usavam um simples avental de
à construção do templo de Jerusalém, símbolo das obras perfeitas couro, símbolo humilde do trabalho, sem as riquezas flamejantes
dedicadas a Deus, de acordo com a concepção da Ordem dos de uma nababesca farrambamba.
Templários, criada em 1118 e regida pelos estatutos idealizados por Acham muitos maçons desavisados que os graus
São Bernardo. A construção do templo, no caso, representa a simbólicos são secundários e representam um mero apêndice da
construção moral e ética do iniciado. Para a concretização desse maçonaria, uma etapa primária e elementar, um trampolim para
simbolismo, a Maçonaria criou a lenda do terceiro grau, de forte grandes escaladas, quando, na realidade, é basilar e relevante sua
cunho moral, segundo a qual havia um arquiteto, Hiram Abif importância, a ponto de eles constituírem, segundo consenso, a
("Hiram, meu pai"), que fora enviado ao rei Salomão por Hiram, "pura Maçonaria" pois, como alicerces de toda a estrutura
rei da cidade fenícia de Tiro, para ser o mestre das obras do templo maçônica universal, nada mais existiria de maçônico sem eles,
; isso, evidentemente, é pura lenda, pois, Hiram Abif era, restando apenas as honorificências, de que o mundo não-maçônico
simplesmente, um entalhador de metais. Diz, também, a lenda que é tão prenhe.
Hiram dividia os seus obreiros, de acordo com suas aptidões, em Do livro "Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre
graus --- Aprendiz, Companheiro e Mestre --- dando-lhes a Maçom"
oportunidade de progredir, pelo seu trabalho. Embora isso, Editora A Gazeta Maçônica - 1987
também, seja lenda, pois não havia Maçonaria na época da
construção do Templo de Jerusalém e nem graus de Companheiro
e Mestre (embora alguns ingênuos acreditem nisso), mostra duas
lições morais: a cada um, segundo as suas aptidões, e a cada um,
segundo os seus méritos. Hiram, a personificação da Sabedoria,
acabaria sendo morto pela personificação de vícios degradantes, a
inveja, a cobiça e a ignorância, representadas em três
Companheiros, que, sem os méritos, procuravam ser Mestres, a
qualquer custo (o que também é apenas lenda, e não realidade).
Esses traços gerais da lenda - cujo desenvolvimento e cujas
minúcias são reservadas aos iniciados no terceiro grau - mostram
que o maçom, ao atingir o grau de Mestre, já deve possuir a
plenitude do conhecimento iniciático, moral, social e metafísico,
necessário e pertinente aos objetivos da Ordem maçônica,
Trabalhos ______________________________________________________________________________

A Luz
E disse Deus: ”faça-se a Luz, e a Luz foi feita...”
Aroldo Gonçalves

A luz é, para a Maçonaria, o mais importante de todos os


símbolos. É o símbolo da verdade e da sabedoria. E, nisto, a
Arte Real segue os passos do mais antigo sentimento religioso, pois
num santuário esplendidamente iluminado, onde lhe diziam que
tinha alcançado a luz pura e perfeita e onde recebiam as instruções
necessárias para investi-lo do conhecimento da Verdade Divina,
a luz sempre foi considerada como objeto da realização e cuja consecução fora o objeto de todos os seus trabalhos, e cujo
concretização das metas principais dos antigos mistérios. fornecimento constituía o desígnio da ordem em que fora iniciado.
Castellani afirma que a luz "figuradamente designa Quando o candidato diz querer ver a luz, imerso em
ilustração, esclarecimento, o que esclarece o espírito, claridade profunda escuridão, não está implorando a luz física, mas a
intelectual. A luz, não a material, mas a do intelecto e da razão, é a superior, a saber, para que possa, iluminando os caminhos da sua
meta máxima do iniciado maçom, inteligência e do seu espírito, buscar
que vindo das trevas do Ocidente, outra vida, através da qual possa
caminha em direção ao Oriente, onde transformar-se em outro homem,
reina o sol, havendo, aí, sem dúvida, passando de profano a maçom.
uma influência dos mitos solares da O que busca, realmente, é
antigüidade, principalmente o de aquela luminosidade que lhe
Mitra (persa) e o de Apolo (grego). dissipará a escuridão da ignorância
Graças a essa busca da verdade, do moral e mental, colocando-lhe,
conhecimento, da razão, é que os diante dos olhos da inteligência, as
maçons autodenominam-se "Filhos verdades maravilhosas da filosofia e
da Luz"; e talvez não tenha sido por da ciência, cujos ensinamentos se
acaso que a Maçonaria, em sua forma consubstanciam na grande meta da
atual, a dos aceitos, nasceu no Século Maçonaria.
das Luzes, o século XVIII".
O sol, a lua, a estrela
É do oriente, que, todas as flamejante, as luzes, que iluminam os
manhãs, a luz jorra magnífica. O sol, altares, ali, com uma significação
luz e vida da Terra, brilha igualmente muito além daquela que lhes
sobre todos, sem distinção de raças, emprestamos no mundo material.
de cores ou de credos. Os maçons
Se a luz material nos
sabem que o Oriente, fonte da luz material, é um dos símbolos da
informa, através de nossa visão, tudo o que existe ao nosso redor,
Arte Real, pois eles percebem que a Ordem contém, em seu bojo, a
há outras formas de luz que nos proporcionam uma visão de muito
pura luz da verdade.
maior valor para a nossa vida, o caminho da existência espiritual,
E, se, no mundo físico, a luz do sol é a grande dádiva da que haveremos de percorrer, como, por exemplo, a luz da
natureza, vivificadora distribuição de energia e fonte de vida, inteligência, que, na Maçonaria, é representada simbolicamente
também, isto acontece no mundo espiritual e no mundo moral. pela estrela flamejante, representação do homem, de suas
Quando a noite intelectual, nos tempos primitivos, pairava por faculdades e sentidos. Essa é a luz que nos faz enxergar os
sobre o mundo, do antigo sacerdócio, que vivia no Oriente, a grande problemas interiores e os meios para enfrentá-los e, às vezes,
lição sobre Deus, a natureza e a humanidade foi primeiramente corrigi-los ou vencê-los. A luz da inteligência é aquela que ilumina o
emanada, e, dirigindo-se para o Ocidente, revelou ao homem seu mundo interior da consciência e da razão. Podemos chamá-la de luz
destino futuro e sua dependência de um poder superior. espiritual.
Era a luz vivificadora do Espírito que, do Oriente, esparzia Necessário é que não desfitemos os olhos de uma terceira
luminosidade através dos sábios persas, gregos, árabes e judeus, luz, talvez mais importante que as duas primeiras: A Luz Divina.
modificando inteiramente a visão dos que buscavam e ainda
É preciso que o maçom lance mão de todos os seus
buscam o saber, na ânsia incontida de encontrar a verdade. Daí
esforços, de todos os meios, que a Maçonaria lhe oferece para
porque luz - sinônimo do conhecimento e da verdade - se contrapõe
conseguir iluminar o seu interior. Com o trabalho e o estudo
às trevas - sinônimo da ignorância, da mentira e da falsidade.
diuturnos, ele alcançará aquela claridade indicadora do seu
Em todos os antigos mistérios religiosos, a luz era o que progresso intelectual e, sobretudo, moral, e estará cumprindo
todos buscavam, tal qual, hoje, na Maçonaria. fielmente as metas que a Arte Real lhe traçou: através do esforço de
Entre os egípcios, Osíris, a principal divindade, era o nome cada maçom em busca do seu aperfeiçoamento interior, conseguir-
do sol. Entre os hindus, as três manifestações de sua divindade se-á o progresso moral e espiritual da humanidade.
suprema - Brahma, Shiva, Vishnu - eram os símbolos do sol:
Brahma, o sol no nascente; Shiva, o sol no zênite; Vishnu, o sol no
poente.
Além disso, "a roda solar”, como arma de Vishnu, como
símbolo Chakravartin e como a lei que o Buda pôs em movimento,
procede, por sua vez, de um simbolismo solar antiqüíssimo e muito
difundido. Luiz XIV da França imitou a fórmula, chamando a si
mesmo de Rei Sol. “O sol, luz e vida do mundo, brilha igualmente
sobre todos nós” (Henrich Zimmer, Filosofia das Índias).
A significação emblemática da luz, na Maçonaria, está
presente em todos os Graus e em todos os Ritos. Em todos os
sistemas antigos, essa reverência pela luz, como símbolo da
verdade, era predominante. Nos mistérios de todas as Nações, o
candidato passava, durante suas iniciações, por cenas de mais
profunda escuridão e, por fim, terminava suas provas pela entrada
Trabalhos ______________________________________________________________________________

O Templo de Salomão
Edivaldo José de Souza

O Templo de Salomão foi o primeiro construído na


cidade de Jerusalém, capital de Judá (sul de
Israel), pelo rei Salomão, no ano 957 a.C., no local
hebreus retornassem a Jerusalém.
Logo, um segundo Templo foi construído no ano 515
a.C., no mesmo local que o primeiro, sob a direção de
chamado de Monte Moriah. Esse local foi determinado Zorobabel, mas também, foi demolido em definitivo, quando
por seu pai, o rei Davi. O Templo foi protegido por uma da construção de um terceiro, construído na mesma
grande muralha. Para a sua construção, o rei Salomão plataforma que os anteriores, e conhecido como Templo de
pediu ajuda ao rei Hiram, de Tiro, capital da Fenícia Herodes. O término dessa edificação, provavelmente, ocorreu
(Líbano), que, por sua vez, incumbiu o arquiteto Hiram na última década que antecedeu o nascimento de Jesus.
Abif de ser o empreendedor de tamanha obra. O Todavia, no ano 70, já na era cristã, novamente, foi destruído,
magnífico Templo era considerado como a Morada de dessa vez, pelos romanos, sob o comando do Imperador Tito.
uma Divina Presença, o “Shekhinah”. Os romanos pouparam apenas parte do muro ocidental, hoje,
Constituído de uma sala principal chamada “O conhecido como O Muro das Lamentações e considerado pelos
Santuário”, encontravam-se ali três conjuntos importantes de judeus como um local sagrado de oração.
objetos para os rituais: os Existe, inclusive, uma prece em
candelabros, a mesa dos pães, e o que os judeus imploram pela
altar de ouro para os perfumes. Numa reconstrução do mesmo. Uma parte da
área atrás do altar principal, ficava a comunidade judaica acredita que um
sala "Sagrado dos Sagrados", e na próximo venha tomar forma
porta de entrada, duas enormes novamente, não mais pelas mãos do
figuras de Querubins. Dentro dessa homem, mas sim pela Vontade Divina.
sala, estavam alguns elementos do Segundo os rabinos, “os textos
Tabernáculo de Moisés, dentre eles a sagrados dizem que a Morada de
Arca da Aliança ou Arca Sagrada, que Deus só poderá ressurgir das Mãos do
continha as tábuas com os Dez Messias”. De acordo com a previsão
Mandamentos. A Arca era um deles, “ninguém sabe exatamente
conjunto de três caixas, sendo duas de quando Ele estará entre nós”.
ouro e uma de madeira, colocadas uma dentro da outra. A história iniciática aponta que a construção do
Abaixo da edificação, existiam inúmeros túneis e Templo de Salomão, seu canteiro de obras, suas lendas e seu
câmaras, as quais, entre várias funções, poderiam ser usadas simbolismo se tornariam, mais tarde, o arquétipo utilizado
para esconder a Arca da Aliança, caso houvesse uma eventual pela Maçonaria Especulativa, como base da tradição maçônica
invasão. No entanto, o paradeiro dessa Relíquia até hoje e de seus ensinamentos. O espaço arquitetônico dos templos
permanece desconhecido. maçônicos são inspirados nesse Templo.
Quando construiu esse Templo, o próprio rei Salomão ”...poderá ressurgir das Mãos do Messias”. De
profetizara que um dia ele seria destruído. Confirmando sua acordo com a previsão deles, “ninguém sabe exatamente
previsão, a cidade e o templo foram arrasados no ano 586 a.C., quando Ele estará entre nós”. Diríamos nós: ele já veio e
pelo exército de Nabucodonosor, rei da Babilônia (região do fundou uma nova Jerusalém, erguendo nela majestoso
Iraque), que deportou milhares de hebreus (judeus) vivendo Templo dedicado ao Supremo Arquiteto do Universo, em
no local, para a Babilônia. Cinco décadas depois, o rei Ciro, da sua manifestação cíclica avatárica. Porém, sem muralha
Pérsia (Irã), conquistou a Babilônia e permitiu então que os alguma e sob a égide de uma Nova Era.
Ritos Maçônicos _________________________________________________________________

História do Rito de Mêmphis-Misraïm*


Francisco Feitosa

H istoricamente, essa Obediência Maçônica, que comemorou


seu bicentenário em 1988, originou-se quando dois ritos -
o de Mêmphis e o de Misraïm - foram fundidos em 1881, por
ferrenho. Depois de
estar
clandestinidade por
na

Giuseppi Garibaldi, que se tornou o seu primeiro Grão-Mestre. O 18 anos, foi


Rito de Misraïm tinha sido fundado em Veneza, em 1788. Sua restaurado em 1838
filiação veio através de Cagliostro, que lhe confiou o grau mais e novamente
baixo (primeiro) da Grande Loja da Inglaterra e os mais altos, da dissolvido em 1841.
Maçonaria Templária alemã. O Rito de Memphis foi constituído Novamente,
em Montauban, em 1815, por maçons que tinham tomado parte emergindo dos
na campanha do Egito, com Napoleão Bonaparte, em 1799. A subterrâneos em
esses dois ritos, foram acrescentados graus iniciáticos que vieram 1848, o Rito de
de obediências esotéricas do Séc. XVIII: o Rito Primitivo, o Rito Misraïm evoluiu até
dos Philadelphos, etc. fundir-se com o Rito de Mêmphis, em 1881, o que foi uma
Durante o Século XIX, os Carbonários recrutaram realização de Garibaldi.
membros nas Lojas Misraïm e Mêmphis. Eles tinham numerosas
lojas na França e alguns de seus dignitários foram pessoas O Rito de Mêmphis
influentes, como o Duque Decazeo e o Conde Muraire, ambos A maioria dos membros que acompanharam Napoleão
Grandes Comendadores do Rito Escocês. Bonaparte na Campanha do Egito eram maçons pertencentes aos
Na França, a obediência é o local de encontro dos maçons antigos ritos iniciáticos: Philaletes, Irmãos Africanos, o Rito
que compartilham uma atração por esoterismo, hermeticismo, Primitivo. E todos pertenciam ao Grande Oriente de França.
simbolismo, etc. Há cerca de 90 lojas, na França, sem contar as Tendo descoberto, no Cairo, um remanescente hermético-
oficinas dos graus elevados. Nessas oficinas, há algumas centenas gnóstico e, no Líbano, a Maçonaria Drusa, que Gérard de Nerval
de membros, entre os quais se encontram maçons de todas as também havia encontrado, e remontando à maçonaria operativa,
obediências que são mais qualificados no campo do esoterismo. que acompanhou seus protetores, os Templários, Irmãos da
Alguns são, mesmo, membros da administração de outras Campanha do Egito, decidiram renunciar a sua filiação à Grande
organizações ainda mais secretas. Loja da Inglaterra e recomeçar com um novo rito, que nada
O Rito de Mêmphis-Misraïm perpetua a tradição de ficaria a dever à Inglaterra, à época, o inimigo número 1. Assim
adesão aos princípios de tolerância e liberdade de pensamento, nasceu o Rito de Mêmphis, em 1815, em Montauban, sob a
que o tornaram o refúgio e local de recrutamento dos direção de Samuel Harris e Marconis de Négre.
Carbonários, durante o Reino do Terror Branco, no Século XIX. Quando o Rito de Misraïm reagrupou os Jacobitas, que
estavam nostálgicos da República, e os Carbonários, o Rito de
O Rito de Misraïm Mêmphis reagrupou, rapidamente, os semi-retirados do ex-
A primeira menção ao Rito ocorreu em Veneza, em 1788, grande exército e os bonapartistas fiéis à Águia. Além disso, os
quando um grupo de socinianos (uma seita Protestante dois ritos tinham o mesmo Grão-Mestre, em 1816, um prelúdio à
antitrinitarista) solicitou a patente de uma constituição a futura fusão. Mas o Grande Oriente era monarquista na sua
Cagliostro, que estava, então, em Trieste (ele veio a Veneza e ficou maioria, o seu selo ostentava a Flor-de-Lis e teve sucesso na
por seis semanas). Eles não queriam participar dos seus rituais dissolução do Rito de Mêmphis. Entretanto, isso não durou
mágico-cabalísticos; por isso, escolheram o Rito Templário para muito; em 1826, este rito retomou seu trabalho novamente,
trabalhar. dentro do mesmo Grande Oriente. Dissolvido em 1841, tal como
Portanto, Cagliostro conferiu-lhes sua única Luz o de Misraïm, o Rito de Mêmphis se tornou clandestino e voltou
Maçônica. Ele tinha os primeiros três graus da Maçonaria Inglesa dos subterrâneos apenas em 1848, com o advento da república.
e os graus superiores da Maçonaria Alemã, que era fortemente Dissolvido novamente em 1850, foi reativado em 1853, unindo-se
influenciada pela tradição templária. O nome Misraïm é o plural ao Grande Oriente em 1862, obrigado a isso por uma decisão do
de egípcio, a única reminiscência desse rito egípcio, que deu sua Príncipe-Presidente. Com numerosas lojas no exterior, ele tinha
personalidade como obediência. Ele se espalhou rapidamente pessoas ilustres em seus quadros, tais como Louis Blanc e
para Milão, Gênova, Nápoles e apareceu na França, com Michel Garibaldi, que logo se tornaria o unificador dos ritos de Mêmphis
Bedarride, que recebera o Grão-Mestrado (poderes máximos), e Misraïm.
em 1810, em Nápoles, de B. DeLasalle. De 1810 a 1813, os três
irmãos Bedarride desenvolveram, com sucesso, o rito na França,
quase sob a proteção do Rito Escocês. Realmente, ele contou com
ilustres maçons na sua administração: o Conde de Muraire,
Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito;
o Duque de Decazeo; o Duque de Saxe-Weimar; o Duque de
Leicester; o Tenente-General de Teste, etc.
Durante o Reino do Terror Branco, o Rito de Misraïm se
tornou a obediência, que transmitia o terceiro grau, exigido aos
Carbonários; esse grupo tinha, então, 22 lojas em Paris, 6 em
Lion, 6 em Metz, 5 em Toulouse, 3 em Bordeaux, 3 em Genebra,
3 em Lausane e 1 em Couriray. A polícia da restauração
conseguiu a sua dissolução porque era anticlerical e anti-realeza
O Rito de Mêmphis-Misraïm Além disso, os graus 66, 90 e 95 podem ser conferidos
Os ritos de Mêmphis e Misraïm, até 1881, seguiram a Maçons como recompensa pelo seu valor, seus
caminhos paralelos e até concordantes, no mesmo clima conhecimentos e sua fidelidade; o Grau 95 lhes confere o
particular. De fato, ambos os ritos começaram a reagrupar direito de ter assento no Conselho de Sábios, na sua qualidade
maçons do Grande Oriente de França e do Rito Escocês Antigo de Grande Conservador do Rito.
e Aceito, que estavam interessados em estudos do simbolismo Outros graus, tais como o Real Arco, não são
esotérico maçônico: Gnose, Cabala e, até mesmo, hermetismo obrigatórios e são deixados à escolha dos Irmãos. A sagração
e ocultismo. Agora, esses dois ritos eram os depositários das como cavaleiro é transmitida a alguns Irmãos com o Grau 20
antigas obediências iniciáticas do Século XVIII: o rito de (Cavaleiro Templário ou Cavaleiro do Templo), derivados
Philatenes, o Rito de Philadelphia, o Rito Primitivo etc., e tudo diretamente da Antiga e Estrita Observância Templária e dos
isso representado, no Rito de Misraïm, por 90 graus e, no de Cavaleiros Beneficentes da Cidade Sagrada de Jean-Baptiste
Memphis, por 95 graus. Como administrar e utilizar esse Willermoz.
conjunto tão heterogêneo? Quando Garibaldi foi indicado As lojas do Rito de Mêmphis-Misraïm trabalham no
como Grão-Mestre Internacional ad vitam (os irmãos no Rito Egípcio; sobre os seus altares, são acrescentados, ao
exterior não haviam sofrido perseguições políticas como compasso e esquadro, a régua, símbolo do Grande
as que ocorreram na França), foi feita uma espécie Arquiteto do Universo e da Divina Lei. Esse rito
de classificação não-hierárquica, a princípio, mas deu origem ao chamado rito Francês ou
que, rapidamente, assim se tornou. De fato, os Moderno, também utilizado em algumas lojas
95 graus do Rito de Mêmphis-Misraïm do rito Mêmphis-Misraïm.
deveriam ser considerados um ambulatório
dos restos dos velhos ritos maçônicos, que Desde março de 1960, o Presidente do
não eram mais praticados, ou o eram muito Conselho Nacional eleito assegura a
pouco, e não como uma escala de valores. administração de todas as lojas azuis do rito,
Além disso, os acordos de 1863, com o na França e nos países associados. Em 10 de
Grande Oriente de França, e de 1886, com a maio de 1991, a obediência francesa foi
Grande Loja do Rito Escocês, que se tornaria a admitida no C∴L∴I∴P∴S∴A∴S∴ (Centre of
Grande Loja da França, falam, apenas, dos Liaison and Information of the Masonic Powers –
clássicos 33 graus (Ritos de Perfeição, seguidos pelo Centro de Ligação e Informação das Potências
Rito Escocês Antigo e Aceito). Maçônicas, signatária da reunião de Estrasburgo),
registrando, dessa forma, a sua ação ao lado da maçonaria
As Oficinas dos graus mais elevados do Rito de
liberal européia.
Mêmphis-Misraïm devem trabalhar: o 4º Grau (Mestre
Secreto); o 9º Grau (Mestre Eleito dos Nove); o 13º Grau (Real O Rito de Mêmphis-Misraïm perpetua sua tradição de
Arco); o 14º Grau (Grande Eleito da Sagrada Abóbada); 0 18º fidelidade aos princípios democráticos e às ciências iniciáticas.
Grau (Cavaleiro Rosa-Cruz); o 28º Grau (Cavaleiro do Sol); o O Rito de Mêmphis-Misraïm foi trazido ao Brasil em
30º Grau (Cavaleiro de Kadosh); o 32º Grau (Príncipe do Real 1989 e se foi estruturando até completar a sua pirâmide em
Segredo) e o 33º Grau (Soberano Grande Inspetor Geral). O 1996. Ele trabalha como potência independente, em nível
66º Grau (Patriarca Grande Consagrador) somente é nacional, e está ligado aos outros países por uma Coordenação
conferido a alguns Irmãos que poderiam ser convocados como Internacional. A Grande Loja Simbólica do Brasil reune lojas
Consagradores, e certa preparação é exigida. Alguns o masculinas, femininas e mistas. Ela se filia ao Soberano
compararam a uma Consagração Episcopal. Os Graus 87, 88, Santuário do Brasil, que é a potência para todos os graus
89 e 90 englobam o que os livros mencionam como Arcana filosóficos, herméticos e esotéricos. O nome completo do rito é
Arcanorum (os Arcanos dos Arcanos). Os que são admitidos Rito Antigo e Primitivo Mêmphis-Misraïm. Seus graus são:
até o Grau 95 se convertem em protetores e conservadores do simbólicos, do 1º ao 3º (aprendiz, companheiro e mestre);
Rito, como o seu nome indica: Patriarca Grande Conservador. filosóficos, do 4º ao 33º; e herméticos ou esotéricos, do 34º ao
É entre eles que o Grão-Mestre Internacional escolhe os 95º.
membros, que servirão no Soberano Santuário Internacional,
corpo governante supremo do Rito. *Compilada de publicações da Grande Loja do Brasil para
o Rito Antigo e Primitivo de Mêmphis-Misraïm, Porto Alegre, RS.

Sondagem Geotécnica -
Estaqueamento
Projetos e Obras Civis – Laudos Periciais
Ir∴HAMILTON S. SILVEIRA
ENGENHEIRO CIVIL GEOTÉCNICO
CREA 35679/D-RJ

( (35) 3332-2353 / 8802-3116


conciv_hamilton@oi.com.br
Rua Andradas 240/12 – S. Lourenço - MG
Reflexões _________________________________________________________________________________

Então é Natal!
Francisco Feitosa
Sacrossanto dia de presentes e de mesas fartas. De bicicletas e envolve no dia de Natal, e fazermos um esforço para que isso possa, pelo
rabanadas, onde os gritos de alegria se confundem com os fogos de artifício que menos um pouquinho, tornar-se realidade?
iluminam a Noite Feliz. O que eu quero te dizer e, também, desejar-te é que o espírito
Então, sim, é Natal! natalino seja o perfume a incensar todos os teus
Do abraço forte, das confraternizações, dias; que a Estrela Natalina, que orientou os 3
dos reencontros e de tantas emoções. Reis Magos, seja para ti o farol a te guiar na
Sim, é verdade, é Natal! busca do seu “Deus interior” na manjedoura do
O amigo que, oculto, se revela presente teu coração; que a essência do Natal seja um
em presentes. Dessa troca de objetos pré- eterno renascer de evolução espiritual,
escolhidos; mais que o presente, vale o carinho conduzindo-te de volta “à Casa do Pai”.
que o embrulha. Façamos um 2008 de Natais diários,
Veja! É o Natal!.... deixando que o Cristo Jesus nasça dentro de nós
As músicas agora são bem outras através dos ensinamentos por Ele deixados, há
conhecidas. Os ritmos se consolidam nas mais de 2000 anos. Comecemos por ....“Amar
batidas dos corações de todos os presentes. ao próximo...”, o mandamento maior,
Sim, é o Espírito do Natal! eternizado no Sermão da Montanha.
Abracemos nossos vizinhos e Então será a plenitude do Natal
telefonemos para toda a nossa lista de amigos e preenchendo o vazio de nossas vidas.
parentes. E-mail’s? Claro! Passemos para todos, desejando um Feliz Dia, Que a Luz Divinal nesse Natal, também, invada nossos corações
afinal é Natal!!!!! e mentes e nos guie nos excelsos caminhos do Amor, da Paz e da
Claro, façamos desse dia um dia especial! Por quê? Porque é Harmonia Universal.
Natal.
Então gostaria de te lançar um desafio: por que não fazermos do
ano inteiro um só Natal?
Por que não permitirmos que esse espírito de fraternidade, que
invade as nossas casas nessa noite, passe a ser a essência do dia-a-dia em
nossos lares? Que tal abraçarmos nossos vizinhos e amigos com o mesmo
entusiasmo, também, nos outros dias do ano?
Afinal, quem disse que é proibido fazer rabanadas fora do
Natal?
Por que não deixarmos de ser “o amigo oculto”, para sermos o
amigo presente?
Por que o carinho que embrulha nossos presentes não pode ser
o próprio presente, bastando estar manifestado em nossos atos,
pensamentos e palavras?
Esse ritmo coracional, aferido pelo diapasão do Natal, poderia
ser a trilha sonora de todos os dias!
Utopia? Bem, vale a pena sonhar!
Mas por que não aproveitarmos essa energia Divina que nos

BoasDicas ________________________________________________________________________________________
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Obrigado por prestigiar este nosso trabalho. Temos um encontro marcado na próxima edição!!!

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