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Curso Completo

Professor: Marcelo Tavares


História
Mesopotâmia

A - Contexto de Análise

Por volta de 10.000 A.C grupamentos humanos nômades começaram a experimentar


o que se convencionou chamar de Revolução Neolítica: a superação do nomadismo pelo
sedentarismo, possível após o desenvolvimento de técnicas rudimentares de agricultura e
criação de animais.

É a partir desse cenário que o nosso raciocínio vai se desenvolver. Imagine que essas
comunidades começam a se estabelecer em regiões que permitem fácil acesso à água
(fundamental para a irrigação - lembrar do termo sociedades hidráulicas) e terras férteis.
Não à toa, os historiadores convencionaram chamar essa região de crescente fértil, entre os
rios Tigre, Eufrates e Nilo. Ou seja, o berço da humanidade seria a região dos atuais Iraque,
Irã, Kuwait.

Essas comunidades são orientadas por laços tribais, ou clãs se vocês preferirem.
Podemos assim imaginar que numa mesma região, vários clãs - ou tribos - se estabelecem.
Por um fator ou outro, algumas dessas tribos começam a se desenvolver de maneira
acelerada, aprimorando técnicas agrícolas e pecuaristas de maior intensidade. Algumas
tribos se tornam mais abastadas. Essas tribos mais ricas estimulam o casamento entre seus
filhos, ao ponto da geração de herdeiros cada vez mais poderosos. As demais tribos, que
não tiveram a mesma sorte, acabam se submetendo progressivamente à autoridade dos
poderosos interessadas em garantir benefícios como comida em tempos de escassez. Leis
são criadas organizando o comércio. Com o passar do tempo, os lideres tribais poderosos
se transformam no que poderíamos chamar de reis e vão garantindo respeito religioso.

Esses líderes assumem o título de patesi: era o surgimento da autoridade política. No


momento em que essa autoridade se torna consensual e abrange vários indivíduos no
mesmo espaço, alcançamos a configuração de um verdadeiro núcleo urbano. Era o
nascimento das cidades da mesopotâmia.
De forma analítica precisamos ter em mente a seguinte sequência: tribos sob o
comando de chefes; tribos mais fortes organizam laços de associação; herdeiros poderosos
começam a explorar sua vantagem determinando leis e tributos; tribos subordinadas se
submetem, gerando uma configuração de cidade estado.

B- As tentativas de unificação

A mesopotâmia antiga foi caracterizada pelas tentativas sucessivas de unificação


empreendidas por patesis poderosos que almejavam dominar não só a própria cidade, mas
as demais, gerando a possibilidade de um Império. Uma estratégia de estudo é determinar
a sucessão dessas tentativas:

Sumérios: a região da Suméria era marcada por cidades estado independentes. Os


sumérios são considerados os responsáveis pela invenção da escrita cuneiforme e pela
construção de templos religiosos, os zigurates. Os vestígios datam de 4000 A.C.

Acádios: a primeira tentativa de unificação se deu através de uma cidade chamada Acádia
e de seu patesi, Sargão I por volta de 2350 A.C. A cultura suméria passou a ser difundida e
serviu ao projeto de unificação.

Babilônia: o período da dominação acadiana não evitou o fortalecimento de uma cidade ,


Babilônia. O patesi de Babilônia, Hamurabi, garantiu o domínio da região, definindo seus
modelos políticos, culturais e econômicos entre 1700 e 1500 A.C. No período inicial da
dominação Babilônica destacou -se a ação direta de Hamurabi, preocupado em fortalecer
as fronteiras do Império.Sua principal realização se deu no campo do Direito: o código de
Hamurabi era um registro de leis a serem observadas em todo o Império. O código ficava
exposto em local público e era consultado por toda a população. Registrava que o poder era
exercido pelo rei, mas que este tinha responsabilidade com seus súditos. O código versava
sobre aspectos da vida cotidiana e era orientado pela Lei de Talião.Ainda assim, o código
determinava leis equivalentes à condição do cidadão.O enfraquecimento do Império, gerou
nova onde de fragmentação ate que por volta de 730 A.C, uma nova região se impõe perante
as demais.
Assíria: os assírios eram entendidos como excelentes guerreiros, mas péssimos
administradores.Sua centralização militar não impediu o fortalecimento de um novo povo
que, com a ajuda dos babilônicos, assumiu nova intenção de unificação.

Caldeus: era criado o segundo Império Babilônico em 610 A.C. O Novo Imperio Babilônico
assumiu as heranças da centralização assíria, combinada com uma administração mais
competente. O governo de Nabucodonosor incentivou as artes, a astronomia e ficou famoso
pela construção dos jardins suspensos.

A partir de 539 A.C os Persas ocupam a região da mesopotâmia.

C- Egito

Também considerada uma sociedade hidráulica, o Egito Antigo se desenvolveu


através de pressupostos próximos àqueles que analisamos. Grupamentos nômades se
aproveitaram das cheias do Rio Nilo (o que permitia o acúmulo de húmus nas margens
quando as águas voltavam ao seu nível normal) para desenvolver seu processo de
sedentarização. A presença desses grupos se deu em período semelhante aos da
Mesopotâmia, cerca de 10.000 anos antes de Cristo.

Lembra que falamos de comunidades ou clãs? No Egito aconteceu processo


semelhante. Cada clã - ou nomos - era comandado por um nomarca.Os nomarcas tinham
poderes sobre sua própria cidade e promoviam ações conjuntas com outros nomarcas o que
permitiu maior integração. O fortalecimento de alguns nomarcas permitiu um primeiro
processo de centrealização, formando-se 2 Impérios, o Baixo e o Alto Egito.Por volta de
3000 A.C os dois reinos são unificados. O nomarca único passa a ser chamado de faraó.

Lembre-se da dinâmica analítica que desenvolvemos. A Unificação era difícil diante


da possibilidade de novas cidades se desenvolverem assumindo maior autoridade sobre
aquela que, em tempos anteriores, assumira essa mesma autoridade. No Egito isso também
aconteceu. Ao longo da história, o Império foi fragmentando diversas vezes. O conteúdo
religioso aqui explica algo a mais.

Assim, teríamos o Alto Império (3100-2300 A.C), o Médio Império (2300-1580) e o


Novo Império (1580-520).
Cada faraó se colocava como representante de um determinado Deus, dentro do
politeísmo egípcio. Assim, a melhor forma de usurpar a autoridade de um determinado faraó,
era um outro nomarca assumir a supremacia de um outro Deus.

A sociedade era altamente hierarquizada. As terras eram consideradas propriedades


do estado.

Abaixo vinham os sacerdotes, depois a nobreza (demais nomarcas) e os escribas.Os


camponeses eram a mão de obra por excelência, tanto da produção agrícola quanto das
pirâmides.

A Grécia Antiga

1- Política e Economia

Para aqueles que desejam aprimorar seu conhecimento sobre a história das
civilizações é determinante a preocupação com a noção de contemporaneidade dos
eventos analisados. Vejamos o que é isso: ainda que sejamos impulsionados a estabelecer
uma inflexível ordem de eventos quando estudamos – como se um processo só pudesse
começar quando um outro anterior terminasse - devemos ter em mente que muitos dos
nossos temas acontecem num mesmo período histórico.

Assim, levando em consideração essa perspectiva da contemporaneidade, enquanto


egípcios, babilônicos e persas cuidavam de seus assuntos – pontos discutidos em outros
capítulos desta apostila - grupos migratórios da Ásia e da Europa vão se fixando na
península balcânica, a partir do século XX antes de Cristo. São eles os aqueus, eólios e
jônios. Por volta de 1200 a. C (século XII a.C, portanto), esses grupos já compõem um
conjunto de características políticas e culturais específicas: é o que chamamos a Grécia
antiga.

Ainda que os gregos antigos nunca tenham constituído uma unidade política (ou um
Estado Nacional, da forma como é a Grécia hoje) se sentiam parte de um mesmo conjunto
linguístico e cultural: a Hélade. Politicamente estavam organizados – notadamente a partir
do ano 700 a.C - no que chamamos pólis, ou cidades-estados. Aliás a palavra política, usada
há séculos para definir as relações sociais na esfera pública, vem justamente do termo pólis.
Veja no mapa abaixo a distribuição das pólis gregas. Em seguida observe o mapa que
representa a região atualmente.

Disponível em: http://www.suapesquisa.com. Acessado em: 02/12/2012.

A pólis era, pois, uma comunidade política independente. As leis e sistemas


de governo variavam, mas convergiam para um objetivo único: a administração do espaço
público, o estabelecimento de regras de convívio entre os cidadãos. Aliás, no próprio espaço
público das diversas poleis (o plural de pólis) identificamos traços comuns como a ágora
(praça central onde os cidadãos se reuniam para discussões públicas) e a acrópole
(construção em terrenos elevados onde ficavam templos e as construções mais nobres).

A economia era basicamente agrícola realizada pela mão de obra escrava. A


produção era comercializada entre as cidades gregas e áreas na costa do mar Mediterrâneo
e na Crimeia (atual Ucrânia) onde os gregos fundaram colônias, subjugando a população
local. É importante salientar que para os gregos o termo colônia tinha uma conotação
diferente da qual estamos acostumados. Colo em latim significa ocupar, povoar. Logo, as
colônias gregas são áreas que passam a ser povoadas, mas que não devem qualquer tipo
de submissão às outras cidades gregas.
2 - Religião

Os antigos gregos eram politeístas: acreditavam em uma pluralidade de deuses que


se assemelhavam a seres humanos em sua forma física, mas foram separados deles por
sua imortalidade e poder. Ironicamente, não tinham uma palavra para a religião, não havia
livros sagrados ou textos religiosos canônicos, não havia clero ordenado e ninguém que
exercesse autoridade religiosa absoluta. Mesmo assim, o culto aos deuses era parte
inseparável da forma dos gregos enxergarem o mundo.

Essa interferência da mitologia religiosa na forma de compreensão do mundo é


notória nas obras do poeta Homero cuja real existência é até hoje motivo de controvérsia
entre os historiadores. Através dos poemas épicos da Ilíada e a Odisseia ele relata de
maneira mística a experiência política e social dos gregos entre os séculos XII a VIII a.C,
portanto no período anterior à formação das poleis, quando registros documentais se
tornariam mais fartos. A relevância das obras de Homero como fontes historiográficas
justifica o fato de tal período ser denominado Homérico.

3 – Atenas

3.1- Política e Economia

Os atenienses pensavam em si mesmos como a estrela brilhante entre as cidades-


estados gregas. De fato, Atenas deixou um legado imensurável na literatura, filosofia, poesia,
teatro, educação, arquitetura e governo. Cumpre lembrar que os gregos acreditavam que
cada cidade-estado possuía um deus ou uma deusa como patrono especial. Para Atenas, o
patrono era Athena, deusa da sabedoria. Para os historiadores isso explica o lugar de
destaque dado à educação naquela pólis.
Até finais do período homérico (XII – VIII a.C) Atenas era uma pequena vila, que
abrigava um povo de origem indo-europeia: os jônios. A partir daí, Atenas cresceria por seu
comércio e organização militar. A elite proprietária – os eupátridas – promoveu esforços ao
longo da história ateniense para amenizar as relações com grupos menos favorecidos
(pequenos proprietários, artesãos e comerciantes) que cresceram na mesma proporção do
desenvolvimento da cidade. A contemporização entre as demandas e reivindicações dos
grupos da sociedade ateniense foi o motor de uma série de reformas que culminaram na
democracia, como veremos a seguir.
Por volta do ano 508 a.C, um legislador ateniense chamado Clístenes empreendeu
grande reforma política. Atenas foi dividida numa série de regiões administrativas
conhecidas como demos (daí a demos cracia, ou poder dos demos) que escolhiam
representantes para uma espécie de parlamento conhecido como boulé. Composta por 500
membros, a boulé assumia as diversas funções legislativas, executivas e judiciais de Atenas.
Suas decisões eram apresentadas e passavam pelo crivo da eclésia, a assembleia formada
por todos os cidadãos da pólis. Perceba como as noções que até hoje temos de democracia
direta e indireta são originárias da organização ateniense.

Vamos destacar as particularidades (e limitações) da democracia ateniense: os


direitos políticos e civis não eram para todos. Os metecos (considerados estrangeiros pois
não eram filhos de pai e mãe atenienses) geralmente ligados ao comércio, não tinham direito
de voto. Da mesma forma estavam excluídas as mulheres e os escravos. As provas
geralmente se preocupam com as diferenciações entre a democracia ateniense e a noção
que hoje temos desse regime político, marcado no Brasil pela inclusão de toda a população
acima dos 16 anos. Mas é bom lembrar que não foi sempre assim: nossa democracia
excluiria as mulheres até 1934 e os analfabetos até 1988. A sociedade teve que lutar muito
em favor da ampliação dos direitos políticos.

Voltando a Atenas: quanto à exclusão feminina, uma das ilustrações mais utilizadas
por bancas de vestibulares é a música Mulheres de Atenas, do cantor e compositor Chico
Buarque. Repare as possibilidades de contextualização propostas pelo autor no que se
refere à subordinação da mulher ateniense:

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas

(...)

Elas não têm gosto ou vontade,


Nem defeito, nem qualidade;
Têm medo apenas.
Não tem sonhos, só tem presságios.
O seu homem, mares, naufrágios...
Lindas sirenas, morenas.

(...)

As jovens viúvas marcadas


E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas

3.2 - Cultura
Além da democracia, Atenas se notabilizou por sua produção filosófica. A tradição
filosófica grega, ainda no período homérico, se caracterizava por uma abordagem mitológica
para explicar o mundo. Gradativamente, a partir do século VI a.C, seus filósofos
enveredaram pela perspectiva racional baseada na evidência. Isso provocou uma série de
investigações sobre o limite e o papel da razão, das nossas faculdades sensoriais, de como
o conhecimento é adquirido - e em última instância sobre o que é o conhecimento. Foi o
nascimento da metafísica, da epistemologia e da ética.

Metafísica: investigação sobre a realidade para além do mundo físico, palpável,


sensorial.
Epistemologia: investigação sobre a origem e validação do conhecimento humano.

Sócrates, Platão e Aristóteles foram os mais influentes dos antigos filósofos gregos.
Suas obras concentraram atenção no homem e na sua constituição extracorpórea, o mundo
material não era mais prioritário. Aristóteles sustentou o pensamento medieval através da
interpretação de São Tomás de Aquino (1225-1274), alicerce da Escolástica; Platão era a
fonte foi a fonte do pensamento moderno a partir do Renascimento e até hoje estudantes de
filosofia espalhados pelo Brasil se rendem ao estudo desses clássicos.

4-Esparta

Ao lado de Atenas, Esparta é uma das mais conhecidas cidades-estado da Grécia


antiga – ainda que seus sistemas políticos e hierarquias sociais fossem bem diferentes. Nos
dediquemos agora à análise desses aspectos.

4.1 – Política e Sociedade

A elite dominante, os espartíatas, era descendente direta dos dórios, primeiros


conquistadores da região. As terras férteis eram consideradas propriedades da cidade-
estado e distribuídas por entre as famílias espartíatas. O poder decisório também estava
totalmente concentrado nas mãos espartíatas. No topo da estrutura política estava a
Gerúsia, ou Conselho de Anciãos, formado pelos chefes das famílias espartíatas: 28
membros vitalícios que elegiam os éforos (poder executivo) responsáveis pela
administração. Havia ainda uma diarquia, ou seja, dois reis, que assumiam as importantes
funções religiosas e militares. O conjunto dos cidadãos apenas era consultado pela Gerúsia
quando necessário, numa Assembleia denominada Apela. Logo, o corpo de cidadãos não
tinha a influência percebida no processo democrático de Atenas.

A sociedade espartana também era composta pelos periecos (agricultores de áreas


menos férteis, artesãos e comerciantes, descendentes dos povos nativos da região onde os
dórios fundariam Esparta) e pelos hilotas, indivíduos capturados nas áreas que eram
dominadas militarmente pelos espartanos e que se tornavam servos do Estado, compondo
a maior parte da população. Note a importância das guerras para a economia espartana: os
hilotas, tendo a função única de cultivar a terra e sustentar as famílias espartíatas, eram
obtidos por meio delas. Logo, a guerra é entendida como estrutura determinante da
economia da pólis.

4.2 - Cultura

Essa relação com a guerra explica o fato de que no século V a. C, Esparta tinha status
de potência militar temida pelas outras póleis. Ainda que o espartano fosse um proprietário
rural, valores culturais que priorizavam a produção de bons soldados tornavam a dedicação
à guerra sua principal marca e verdadeira razão de ser. Formados soldados desde os 20
anos, seu treinamento militar começa ainda mais cedo, quando aos 7 sai da casa dos pais
para ingressar numa escola militar. Os valores de honra, desapego aos vícios, culto ao físico
e sobrevivência eram incrustados no homem espartano que os exibia com orgulho como
uma verdadeira identidade.

5- As Guerras e o ocaso militar da Hélade

Entre os séculos V - IV a. C, a hélade viveu seu período clássico. Parte da explicação


para o apogeu da região está na vitória militar sobre os medos, ou de uma maneira mais
comum, os persas. As Guerras Médicas ocorreram entre 490 a. C e 479 a. C, quando os
persas invasores foram expulsos pelos soldados de Atenas - o que consolidaria a liderança
daquela pólis perante as demais. As origens do conflito estão ligadas às disputas entre os
persas e os atenienses pelos postos comerciais da Ásia Menor (região da atual Turquia).
Ironicamente, a batalha mais conhecida desse conflito foi travada não por atenienses, mas
por espartanos: a Batalha das Termophilas quando 300 soldados de Esparta sob a
liderança do Rei Leônidas lutaram bravamente contra a superioridade persa, apesar de
todos terem sido mortos em combate.

Terminada a guerra, Atenas se torna a líder da Liga de Delos, aliança militar formada
durante as Guerras Médicas para arregimentar fundos, soldados e alimentos. Segundo
alguns autores, os atenineses se aproveitariam da liderança sobre a Liga, subjugando as
demais póleis através da cobrança de tributos e interferindo em suas políticas internas. Se
por um lado o imperialismo de Atenas permitiu que ela alcançasse seu apogeu, por outro
provocou crescente indignação das cidades subordinadas. A reação de várias delas sob o
comando de Esparta não tardaria. Era a cisão no mundo grego.
Em 481 a. C explode a guerra do Peloponeso colocando frente a frente a Liga de
Delos e a Liga do Peloponeso (península no sul da Grécia onde estava a maior parte das
cidades contrárias ao imperialismo ateniense). O conflito só terminaria 77 anos depois com
a vitória militar de Esparta, mas com o enfraquecimento e toda a Grécia graças aos esforços
empreendidos numa guerra tão longa. A Guerra do Peloponeso marca o fim da Grécia
Antiga. Menos de um século depois, toda a região caía sob o controle de um poderoso
general oriundo da região da Macedônia, norte da Península Balcânica: Alexandre, o
Grande. A Grécia se subordinava a um dos maiores conquistadores do mundo antigo.

Aprofundando
A civilização helenística representa o auge da influência da cultura grega no mundo
antigo, difundida pelo grandioso domínio militar dos macedônicos na África e no Oriente.
Apaixonado pela filosofia grega – era discípulo de Aristóteles! – Alexandre fazia questão de
se comportar como um grego e repercutir os valores da hélade nas áreas que dominava.
Após a conquista do império persa, reinos helênicos foram estabelecidos ao longo do
sudoeste da Ásia e no nordeste da África (Egito e Cirene, na antiga Líbia antiga). Isso
resultou na exportação da cultura e da língua grega para estes novos reinos.
Assim, a civilização helenística, portanto, representa uma fusão do mundo grego
antigo com o do Oriente Próximo, Oriente Médio e Sudoeste da Ásia – um verdadeiro
intercâmbio cultural que muitos consideram a primeira grande globalização.

Desenvolvendo Competências

1. Artigo 200: Se um homem arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele,
arrancarão o seu dente.
Artigo 201: Se ele arrancou o dente de um homem vulgar pagará um terço de uma mina de
prata.
Artigo 202: Se um homem agrediu a face de um outro homem que lhe é superior, será
golpeado sessenta vezes diante da assembleia com um chicote de couro de boi.

CÓDIGO DE HAMURÁBI. In: VICENTINO; DORIGO. História para o Ensino Médio. São Paulo: Scipione,
2001. p. 47.

Estes artigos pertencem ao célebre Código de Hamurábi, primeiro registro escrito de


leis de que se tem notícia. Com base na leitura dos exemplos apresentados, conclui-se que

a) a pena pelo delito cometido pode variar de acordo com a posição social da vítima e do
agressor.
b) para a legislação de Hamurábi, a Lei de Talião era absoluta, sempre “olho por olho,
dente por dente”.
c) Hamurábi conseguiu unificar a Babilônia a partir da implantação de um só código de leis
para todo o território.
d) os antigos babilônios consideravam que agredir a face de um homem era mais grave do
que arrancar seu dente.

2. Em janeiro de 2011, os jornais noticiaram que os protestos contra o governo do Egito


poderiam ter um efeito colateral muito sério: a destruição ou dano de várias relíquias, obras
e sítios arqueológicos da antiga civilização egípcia. De acordo com as agências de notícias,
houve várias tentativas de saquear o museu do Cairo. Numa delas, indivíduos quebraram
pouco mais de uma dezena de estátuas e decapitaram duas múmias, recentemente
identificadas como avós do faraó Tutankhamon. Alguns saqueadores pareciam procurar
apenas por ouro.

Sobre o material arqueológico proveniente do antigo Egito, é correto afirmar que


a) sua destruição afetaria a economia do Egito, mas não traria consequências sérias para a
ciência e para a história, que já estudaram esse material.
b) grande parte dele foi destruído pelos próprios egípcios ainda na Antiguidade, como
estratégia para proteger os segredos de sua cultura dos invasores.
c) foi uma das causas dos protestos contra o governo, que pagou grandes somas para reaver
objetos em poder de países europeus.
d) permitiu compreender a importância dos rituais fúnebres, como atestam os sarcófagos do
Vale dos Reis.
e) tem grande valor artístico e confirmou o que já se sabia dos antigos egípcios por meio de
documentos escritos.

3. As cidades do Mediterrâneo antigo se formaram, opondo-se ao internacionalismo


praticado pelas antigas aristocracias. Elas se fecharam e criaram uma identidade própria,
que lhes dava força e significado.
Norberto Luiz Guarinello, A cidade na Antiguidade Clássica. São Paulo: Atual, p.20, 2006. Adaptado.

As cidades-estados gregas da Antiguidade Clássica podem ser caracterizadas pela


a) autossuficiência econômica e igualdade de direitos políticos entre seus habitantes.
b) disciplina militar imposta a todas as crianças durante sua formação escolar.
c) ocupação de territórios herdados de ancestrais e definição de leis e moeda próprias.
d) concentração populacional em núcleos urbanos e isolamento em relação aos grupos que
habitavam o meio rural.
e) submissão da sociedade às decisões dos governantes e adoção de modelos
democráticos de organização política.

4 (UFSM-RS). A região da Mesopotâmia ocupa lugar central na história da humanidade. Na Antiguidade, foi berço da
civilização sumeriana devido ao fato de:

a) ser ponto de confluência de rotas comerciais de povos de diversas culturas.

b) ter um subsolo rico em minérios, possibilitando o salto tecnológico da idade da pedra para a idade dos metais.

c) apresentar um relevo peculiar e favorável ao isolamento necessário para o crescimento socioeconômico.

d) possuir uma área agricultável extensa, favorecida pelos rios Tigre e Eufrates.

e) abrigar um sistema hidrográfico ideal para a locomoção de pessoas e apropriado para desenvolvimento comercial.

5. (UPE) As sociedades da Antiguidade Oriental tiveram práticas sociais com influências marcantes das religiões e
inventaram outras formas de conhecer o mundo. Na Mesopotâmia, ocorreu/ocorreram:

a) o predomínio de castas sacerdotais poderosas, mas que criticavam o poder existente e combatiam as superstições;

b) expressões artísticas pouco originais, direcionadas só para admiração dos deuses e das forças da natureza;

c) o uso da escrita cuneiforme, a descoberta do uso da raiz quadrada e a crença na ação de espíritos malígnos causadores
de doenças;

d) a crença em deuses antropomórficos, oniscientes e eternos que não eram adorados em templos;

e) uma arte direcionada para consagração dos feitos militares e não preocupada com a construção de uma arquitetura
grandiosa.

6 (FUVEST). A escrita cuneiforme dos mesopotâmios, utilizada principalmente em seus documentos religiosos e civis,
era:

a) semelhante em seu desenho à escrita dos egípcios;

b) composta exclusivamente de sinais lineares e traços verticais;

c) uma representação figurada evocando a coisa ou o ser;


d) baseada em agrupamentos de letras formando sílabas;

e) uma tentativa de representar os fonemas por meio de sinais.

Bate-papo

Resposta da questão 1:
[A]
O Código de Hamurabi, sintetizado na frase “olho por olho, dente por dente”, tratava
agressor e agredido de formas diferentes, considerando a classe social a que pertenciam.

Resposta da questão 2:
[D]
A arqueologia é uma ciência que conheceu grande desenvolvimento no século XX e
possibilitou o conhecimento sobre a história de diversas civilizações antigas. Na maior parte
dos casos, a arqueologia é decisiva para entendimento de sociedades que deixaram poucos
– ou nenhum – documentos escritos. No caso do Egito, as descobertas da região do Vale
dos Reis foram fundamentais para o conhecimento da importância da cultura religiosa dos
antigos egípcios.

Resposta da questão 3:
[C]

Ao contrário de povos mesopotâmicos ou de persas, os gregos tenderam a se


organizar de maneira particular, em cidades-estado, caracterizadas pela soberania, ou seja,
por uma estruturação política independente, apesar de manterem relações econômicas e
possuírem laços culturais comuns, como a “mitologia” ou a realização dos jogos olímpicos.
A origem das cidades é normalmente associada à desagregação dos antigos “Genos”,
comunidades de origem familiar.

Resposta da questão 4:
D
Resposta da questão 5:
C

Resposta da questão 6:
C

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