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Redação oficial
Conceitos de Redação Oficial
REDAÇÃO OFICIAL
Conceitos de Redação Oficial
Prof.a Tereza Cavalcanti

SUMÁRIO
Redação Oficial...........................................................................................5
1. Conceito de Redação Oficial.......................................................................5
2. Princípios da Redação Oficial.....................................................................6
2.1. Impessoalidade....................................................................................9
2.2. Clareza.............................................................................................. 12
2.3. Concisão............................................................................................ 15
2.4. Formalidade....................................................................................... 17
2.5. Uniformidade...................................................................................... 18
3. Emprego dos Fechos.............................................................................. 19
4. Emprego dos Pronomes de Tratamento..................................................... 20
Questões de Concurso................................................................................ 25
Gabarito................................................................................................... 30

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REDAÇÃO OFICIAL
Conceitos de Redação Oficial
Prof.a Tereza Cavalcanti

TEREZA CAVALCANTI
Professora de Língua Portuguesa desde 1984. Formada pela Univer-
sidade de Brasília em 1986 (Letras – Português), com especialização
em Literatura Brasileira pela mesma instituição e em Docência para
Ensino Superior pelo IESB. Trabalhou em educação regular (ensino
médio e superior) e em cursos preparatórios para vestibular duran-
te vinte e cinco anos. Há vinte anos, dedica-se à preparação para
concurso público, ministrando aulas de Gramática, Interpretação de
Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva. Aprovada em diversos
concursos (Secretaria de Educação, Tribunal de Justiça do Distrito
Federal, Colégio Militar, Correios, IF-DF, Supremo Tribunal Federal,
Superior Tribunal Militar), encontrou nas aulas para concurso sua
verdadeira vocação e tem se dedicado exclusivamente a essa área
há dez anos.

Olá!

Como você está? Espero que com muita vontade de aprender Redação Oficial!

Sou Tereza Cavalcanti, professora de Língua Portuguesa há muitos (muitos mes-

mo!) anos. Formei-me na Universidade de Brasília em 1986 e desde antes disso já

estava em sala de aula, ensinando essa espetacular matéria. Trabalhei em escolas

regulares, pré-vestibulares, faculdades. Desde 1992, auxilio gente disposta a se

tornar servidor público, ministrando aula em cursos preparatórios. Sou grata por

poder contribuir uma pouco para a realização de sonhos!

Neste curso, vamos estudar Redação Oficial. Conhece a matéria? É fácil – em-

bora muito cheia de detalhes – e pode lhe garantir preciosos pontos na prova de

Língua Portuguesa, disciplina na qual Redação Oficial é cobrada pelas bancas.

Então, chegou a hora de você se preparar de modo definitivo para essa maté-

ria. Estudaremos o Manual de Redação Oficial da Presidência da República, a obra

de referência do examinador na elaboração das questões, e tudo o que nele nos

interessa, ou seja, os assuntos mais cobrados pelas bancas. A minha função aqui é
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tornar mais palatável esse Manual, organizando mais claramente seu conteúdo e o

fixando por meio de muitas questões. Enfim, minha função é ajudar você a enten-

der a matéria com mais facilidade, clareza e segurança. Vamos lá?

No nosso material, trabalharemos alternando a parte conceitual com questões

comentadas sobre cada conceito estudado. Dessa forma, você fica logo sabendo

como a matéria é cobrada – às vezes, isso é mais importante do que saber a ma-

téria em si.

Para o seu concurso, do MPU, direcionaremos nosso foco para o CESPE. Sorte

sua! É a banca que mais e melhor avalia este conteúdo. Então, temos muitas ques-

tões disponíveis, cobrindo todo o conteúdo do Manual de Redação Oficial da Presi-

dência da República. Algumas questões são totalmente teóricas – sobre conceitos

e procedimentos – e outras são práticas, a partir de textos hipotéticos que a banca

apresenta para subsidiar os itens. Você vai ver, no final, que tranquilidade é fazer

a prova!

Aqui veremos os conceitos e aspectos mais relevantes de cada tópico. Ao longo

do processo, trabalharemos com os recursos:

Direto do concurso

O pulo do gato

Atenção

Pegadinha da banca

Nesta primeira aula, trabalharemos três importantes assuntos: os fundamen-

tos da redação oficial, o emprego dos fechos nas correspondências oficiais e o

emprego dos pronomes de tratamento. De agora em diante, para agilizar nosso

tempo, o Manual de Redação da Presidência da República aparecerá como MRPR.

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REDAÇÃO OFICIAL

1. Conceito de Redação Oficial

Conforme o MRPR, redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige

seus atos normativos (no caso, no âmbito do Poder Executivo) e suas comunicações.

Você aprende sobre atos normativos em Direito Administrativo. Os atos

normativos estudados pelo MRPR são: lei ordinária, lei complementar, lei delegada,

medida provisória, decreto legislativo, decreto, portaria e apostila. Para eles,

existem dispositivos superiores ao Manual: a Lei Complementar 95 (1998) e o

Decreto n. 4.176/2002.

LC n. 95/1998: Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a conso-

lidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição

Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que men-

ciona;

Decreto n. 4.176/2002: Estabelece normas e diretrizes para a elaboração, a

redação, a alteração, a consolidação e o encaminhamento ao Presidente da Repú-

blica de projetos de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo

Federal, e dá outras providências.

As comunicações oficiais, que também são chamadas de expedientes, são as

correspondências enviadas de um órgão público para outro órgão público ou para

particulares (cidadãos em geral). O Manual apresenta as seguintes comunicações:

o padrão ofício (memorando, ofício e aviso), a exposição de motivos, a mensagem,

o correio eletrônico, o telegrama e o fax. Veremos tudo isso nas aulas seguintes.

Neste curso, nós nos concentramos nas comunicações (correspondências, expe-

dientes) oficiais, visto que as bancas examinadoras também se concentram nelas

para a elaboração das questões. É muito provável, inclusive, que você encontre, lá

no edital, o tópico correspondência oficial (e, não redação oficial).


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Como são correspondências oficiais, então dizem respeito única e exclusiva-


mente ao poder público, não se aplicando, portanto, às instituições particulares.
Veja alguns itens sobre esse conceito:

1. (CESPE/MPE-PI/2012) A redação oficial tem por finalidade pautar a maneira pela


qual os órgãos públicos e as empresas privadas redigem atos normativos e comuni-
cações, sendo caracterizada por uma linguagem impessoal, calcada no uso formal
da língua.1

2. (CESPE/MPU/2013) Comunicações oficiais, utilizadas para a comunicação entre


órgãos do serviço público ou entre órgãos do serviço público e o público em geral,
podem ser emitidas tanto pela administração pública quanto pelos cidadãos.2

2. Princípios da Redação Oficial

O Manual de Redação da Presidência da República foi editado em 1991 e atu-


alizado em 2001. De lá para cá, não sofreu nenhum tipo de modificação ou nova
edição.
O Brasil vivia, à época da primeira edição do Manual, ainda um período de eu-
foria pela promulgação da Constituição Federal de 1988, a Constituição Cidadã.
O país estava comemorando o surgimento de um novo tempo na Administração
Pública, com alguns princípios constitucionalmente previstos. O LIMPE (Legali-
dade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência – este acrescentado
pela Emenda Constitucional 19) passa a ser o fio condutor da administração que
se pretendia no País. Nesse contexto, o MRPR foi editado. É natural que, em razão

1
Errado. A redação oficial não interfere nas empresas privadas, só diz respeito ao Poder Público. Se nós
retirássemos o trecho “e as empresas privadas”, estaria tudo certo.
2
Errado. As comunicações oficiais só podem ser remetidas pelo Poder Público (aqui entendido como
Administração), não por cidadãos. Estes podem receber comunicações oficiais, mas não emiti-las.
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disso, esses princípios estejam não só mencionados, mas também exaltados nesse
Manual. A referência a esses princípios parte de uma premissa bastante lógica: se
eles devem nortear toda a Administração Pública e se os textos oficiais são oriun-

dos dessa administração, logo, eles devem nortear a redação oficial.

Nas provas, são comuns as questões que associam a redação oficial a esses

princípios, sobretudo os da impessoalidade e da publicidade.

Veja um exemplo:

3. (FEPESE/PREF. DE LAGES/2016) Redação oficial é a maneira pela qual o Poder

Público redige atos normativos e comunicações, sendo dissociada dos princípios

que regem a Administração Pública.3

O fato é que a redação oficial incorporou os princípios da Administração Pública

ao seu escopo teórico. Além disso, criou os seus próprios princípios – que também

podem ser chamados de fundamentos ou de características fundamentais. São eles:

IMPESSOALIDADE, CLAREZA, CONCISÃO, FORMALIDADE e UNIFORMIDADE.

Vou colocar um quadro para ajudar a fixação do conteúdo:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA REDAÇÃO OFICIAL


Legalidade Clareza
Impessoalidade Impessoalidade
Moralidade Concisão
Publicidade Formalidade
Eficiência Uniformidade

3
Errado. Há uma associação (e não dissociação, como afirma o item) entre redação oficial e princípios da
Administração Pública.
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O quadro acima ajuda a visualizar os princípios, mas não há uma simetria

entre eles! Excetuando-se, claro, o par perfeito IMPESSOALIDADE e IMPESSO-

ALIDADE, não há relação entre as demais linhas. Entenda que o diálogo entre a

Administração Pública e a redação oficial é mais amplo e conceitual. Se fizermos

um esforço, podemos criar pares mais lógicos (como PUBLICIDADE e CLAREZA – os

dois centrados na ideia de tornar algo acessível ao público – ou EFICIÊNCIA e CON-

CISÃO – obtenção de bons resultados com menos recursos), mas a ideia é associar

Administração Pública à redação oficial (e, não, o princípio X ao princípio Y).

Não associe, em redação oficial, a publicidade com a publicização dos atos. Não é

isso! A ideia é a de que todas as comunicações possam ser acessíveis (no sentido

de compreensíveis) ao público em geral.

4. (CESPE/TJ-SE/2014) Os atributos da comunicação oficial, a exemplo da clareza,

concisão, formalidade e uniformidade, estão associados aos princípios que, segun-

do a Constituição Federal, norteiam a Administração Pública, como os da publicida-

de e da impessoalidade.4

5. (CESPE/ANATEL/2013) Os princípios da publicidade e da impessoalidade, que

regem toda a Administração Pública, devem nortear a elaboração das comunica-

ções oficiais.5

4
Certo. Na verdade, para facilitar sua vida, considere sempre certa essa associação entre os atributos da
redação oficial e os princípios da Administração Pública.
5
Certo.
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Agora, vamos trabalhar cada um desses princípios, de forma detalhada.

2.1. Impessoalidade

Para entender o significado de impessoalidade na redação oficial, temos de re-

cuperar alguns elementos da comunicação: o emissor/remetente (quem comu-

nica), o destinatário (a quem se dirige a comunicação) e o assunto (algo a ser

comunicado). Pois bem, a impessoalidade diz respeito ao modo como esses três

elementos devem ser apresentados nas correspondências oficiais. Vejamos:

EMISSOR: não deve apresentar impressões pessoais (considerações subjeti-

vas) sobre o que comunica. É importante destacar que toda comunicação oficial

tem um único agente comunicador: o serviço público. Claro que haverá um

redator, um signatário (aquele que assina), mas tudo será comunicado sempre em

nome no serviço público.

Você pode ter curiosidade acerca de textos como pareceres, supondo que eles

apresentem impressões pessoais do redator. Mas não apresentam: são considera-

ções técnicas, emitidas por especialista credenciado para tratar do assunto, não

suposições subjetivas.

DESTINATÁRIO: deve receber tratamento homogêneo e impessoal, quer a co-

municação se dirija a um órgão público ou a um cidadão (sempre concebido como

público). Isso não significa de modo algum que todos devem receber o mesmo

pronome de tratamento (trataremos disso mais adiante). Isso quer dizer que não

se pode tratar o destinatário de modo que se revele, por ele, apreço ou desapreço.

Imagine como seria inconcebível dirigir-se, em um expediente oficial, a alguém de

quem não se goste, por meio do vocativo Desprezado Diretor! Pois bem, pelo

mesmo motivo, não se deve dizer Prezado Diretor. Os dois modos são faces in-

versas da mesma moeda, no caso o tratamento pessoal, que não se usa em textos

oficiais, porque não se admite tratamento diferenciado.


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ASSUNTO: deve ser de interesse público, o que nos remete ao princípio da fina-

lidade do ato administrativo. Dessa forma, não há espaço, em expedientes oficiais,

para abordagem de assuntos de cunho particular.

A impessoalidade do emissor NÃO passa pelo uso da primeira pessoa, como muitos

acham. A primeira pessoa (singular ou plural) está permitida em redação oficial,

uma vez que, por si só, não fere a impessoalidade. Não é o uso de formas como

SOLICITO ou SOLICITAMOS que torna o texto pessoal, e sim o descumprimento

das orientações acima mencionadas.

6. (CESPE/TELEBRAS/2015) Nas comunicações oficiais, há sempre um único comuni-

cador, o serviço público, sendo os receptores dessas comunicações o próprio serviço

público ou o conjunto de cidadãos ou instituições, estes tratados de forma homogênea.6

7. (CESPE/ANATEL/2012) Embora as comunicações oficiais sejam feitas em nome

do serviço público, tais documentos geralmente contêm impressões individuais de

quem redige a comunicação, o que não fere o princípio da impessoalidade, visto

que elas são assinadas por quem as expede.7

8. (CESPE/PC-AL/2012) O caráter impessoal do assunto tratado nas comunicações

oficiais deve restringir o uso dos documentos oficiais a situações relacionadas ao inte-

resse público, não cabendo tom particular ou pessoal na redação desses documentos.8

6
Certo. Aqui temos um exemplo de que itens com afirmações categóricas (“sempre”, “único”) podem estar
certos! Lembre-se: redação oficial – agente comunicador único = serviço público.
7
Errado. O erro começa no trecho “geralmente contêm impressões individuais” e continua em “o que não
fere o princípio da impessoalidade”.
8
Certo. O item refere-se com clareza à restrição de assunto dos expedientes oficiais.
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9. (CESPE/ANS/2013) Na redação oficial, a impessoalidade refere-se ao emprego

adequado de estruturas formais, como a utilização de pronomes de tratamento

para determinada autoridade, à polidez e à civilidade no enfoque dado ao assunto

que se pretende comunicar.9

10. (FEPESE/MP-SC/2014) A redação oficial é a maneira pela qual o Poder Pú-

blico redige atos normativos e comunicações. Uma de suas características é a

informalidade, ou seja, a ausência de impressões pessoais de quem comunica.10

11. (QUADRIX/CRM-ES/2016) De acordo com o Manual de redação da Presidên-

cia da República, “para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que

comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunica-

ção”. Assinale a alternativa que contenha o agente “que comunica”, no caso da

redação oficial.11

a) Apenas os Ministérios.

b) O próprio autor da comunicação oficial.

c) O Presidente da República.

d) O serviço público. 

e) Apenas as Secretarias.

9
Errado. A impessoalidade envolve três aspectos: emissor, destinatário e assunto. O item não os menciona.
E mais: um texto civilizado é, consequentemente, impessoal? Claro que não, já que podemos ser polidos e
civilizados em correspondências pessoais, o que não as tornaria impessoais. Veja: tudo o que diz o item de
fato deve existir em textos oficiais (correta utilização de pronomes de tratamento, polidez), mas isso não
caracteriza a impessoalidade, e sim a formalidade, outro aspecto do qual falaremos adiante. O item é um
pouco difícil, porque explora a falta de compatibilidade entre o objeto conceituado (no caso, a impessoali-
dade) e o conceito em si.
10
Errado. A informalidade não é característica da redação oficial; além disso, ainda que o item tivesse usado
o termo formalidade, estaria errado, pois a ausência de impressões pessoais de quem comunica diz respeito
à impessoalidade.
11
Letra d. Veja como as bancas gostam de cobrar essa questão do AGENTE COMUNICADOR do texto oficial.
Não erre!
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2.2. Clareza

O princípio da clareza estabelece que os textos oficiais devem permitir entendi-

mento claro e imediato. Para isso, são apresentadas algumas restrições e alguns

recursos. Todos dizem respeito a dois aspectos do texto que terminam comprome-

tendo a clareza: a seleção vocabular e a ordenação das palavras. Basta pensar no

Hino Nacional. Não é um texto com entendimento imediato, certo? Muitos passam

a vida sem saber o que significa “um lábaro estrelado”! O que torna o Hino contra-

exemplo de clareza? A seleção das palavras, em regra muito rebuscadas, e ordem

dos termos, com muitas inversões ou hipérbatos. O que fazer, então, para conse-

guir clareza? O oposto do que faz o Hino: simplicidade vocabular e predomínio da

ordem direta.

Vejamos as orientações do MRPR:

LINGUAGEM REBUSCADA;

Não empregar (entenda tudo isto CONOTAÇÃO (SENTIDO FIGURADO);


como uma proibição) JARGÃO; e

REGIONALISMO.

A linguagem rebuscada não é bem-vinda em textos oficiais. Mas isso não significa

que a linguagem deve ser informal. Nunca! A redação oficial deve usar SEMPRE

linguagem culta, formal, conforme o padrão culto. É um lema: culta sim, rebus-

cada não! A linguagem culta (ou padrão culto de linguagem) se caracteriza pela

observância das regras gramaticais e pelo emprego de um vocabulário comum ao

conjunto dos usuários do idioma.

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• A linguagem culta que a redação oficial utiliza é a mesma que nós usamos em

situação formal de comunicação (aquela que as bancas cobram nas questões

de gramática).

Fique atento quando a questão afirmar que há um padrão oficial de linguagem.

Não há! Isso significa que NÃO existe um padrão oficial de linguagem em redação

oficial, ou seja, não há uma linguagem que seja de uso exclusivo da redação oficial.

Padrão culto: SIM. Padrão oficial de linguagem: NÃO.

• Jargão não é o mesmo que linguagem técnica. Os jargões são um tipo de

linguagem de uso restrito a determinado grupo e, portanto, sempre de difícil

entendimento por quem não pertence ao grupo. Os jargões, inclusive o da

linguagem burocrática que antes do MRPR empregava-se em textos oficiais,

devem ser evitados (entenda o “devem ser evitados” como “não devem ser

usados”).

LINGUAGEM TÉCNICA;
Não empregar de modo indiscriminado (quer dizer
NEOLOGISMOS;
que se pode empregar, mas não de forma abusiva):
ESTRANGEIRISMOS.

Mais detalhes sobre cada um deles: a linguagem técnica (diferente do jar-

gão) pode ser usada em situações em que seja exigida; os neologismos ou novas

palavras devem sempre ser usados com critério, evitando-se aqueles que podem

ser substituídos por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido; os

estrangeirismos devem ser usados de modo consciente, dando-se preferência a

palavras da língua portuguesa.


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Note que a linguagem técnica pode ser usada (não indiscriminada ou abusivamen-

te), ao passo que o jargão NÃO (está na lista das proibições). Não confunda os dois!

12. (CESPE/DPU/2010) O uso do padrão culto da língua deve ser evitado nas redações

oficiais, pois dificulta o entendimento dos textos por parte da população em geral.12

13. (CESPE/MME/2013) O uso de linguagem rebuscada e formal nas redações oficiais

decorre da exigência do emprego da norma-padrão nesse tipo de correspondência.13

14. (CESPE/MME/2013) Em comunicações oficiais, deve predominar o uso da lin-

guagem técnica, dada a especificidade dos assuntos tratados nesses textos.14

15. (CESPE/PC-AL/2012) Em comunicações oficiais, a linguagem técnica deve ser

empregada apenas em situações que a exijam, devendo ser evitado seu uso indis-

criminado, a fim de se garantir a máxima clareza e concisão.15

16. (CESPE/ANTAQ/2014) Na elaboração das comunicações oficiais, deve-se em-

pregar, sempre, o padrão culto da linguagem, admitindo-se o emprego dos jargões

técnicos, mas não de regionalismos e gírias.16

12
Errado. O padrão culto é exigência da redação oficial. Não se usa linguagem rebuscada.
13
Errado. Novamente, não se usa linguagem rebuscada em redação oficial, e o item partiu do pressuposto de
que ela é usada.
14
Errado. A linguagem técnica, embora não esteja proibida, não é de uso predominante, e sim restrito.
15
Certo. É exatamente isso o que se declara no MRPR: linguagem técnica não está proibida, está restrita a
situações em que seja exigida.
16
Errado. Não se admitem jargões de qualquer natureza. Não confunda linguagem técnica com jargão.
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17. (CESPE/TRE-PI/2016) Nos textos de redação oficial, é proibido o emprego de


linguagem técnica, de neologismos e de estrangeirismos.17

18. (CESPE/TCE-RO/2013) Na redação de expedientes oficiais, deve-se obedecer à


norma culta da língua, prescindindo-se de uma linguagem específica administrati-
va, embora se possa usar linguagem técnica, quando necessário.18

19. (CESPE/TRE-MT/2015) Dada a necessidade de que as comunicações oficiais


sejam entendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro, adota-se, nessas comuni-
cações, uma variedade de linguagem que lhes é própria, denominada padrão oficial
de linguagem.19

O princípio da clareza está ligado à ideia de inteligibilidade (texto inteligível é


texto claro).

2.3. Concisão

A concisão, oposto de prolixidade, prega que o texto deve transmitir o máximo


de informações com o mínimo de palavras. Dessa forma, está associado ao PRIN-
CÍPIO DA ECONOMIA LINGUÍSTICA. E como fazer para cumprir esse princípio?

Cortar, cortar, cortar! Eliminar palavras desnecessárias ou termos redundantes.

17
Errado. Na verdade, há três erros, visto que os recursos citados não estão na lista de proibições e sim de
restrições (não usar de forma indiscriminada).
18
Certo. Vejamos o item por partes: deve-se obedecer à norma culta da língua (sim, sempre!); prescindin-
do-se de uma linguagem específica administrativa (lembre-se de que prescindir significa dispensar – o
que torna certa a afirmação); e embora se possa usar linguagem técnica, quando necessário (mais uma vez:
a linguagem técnica é permitida, só não deve ser indiscriminada e predominante).
19
Errado. Fique de olhos bem abertos para não cair nesta armadilha: NÃO existe um “padrão oficial de lingua-
gem” para a redação oficial.
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Mas observe: cortar termos, nunca informações! É inadmissível que um texto

oficial não tenha todas as informações necessárias à sua compreensão, sob o ar-

gumento de que era preciso ser conciso. As eliminações do texto têm relação com

palavras.

Veja este exemplo:

Vimos por meio deste ofício solicitar que....

Vimos por meio deste solicitar que…

Vimos solicitar que…

Solicitamos que…

Percebe que, entre a primeira e a última frase, não há diferença de sentido? Mas

a primeira tem sete palavras, enquanto a última tem apenas duas. Isso é concisão!

O uso da locução VIMOS SOLICITAR, na visão dos examinadores, não determina,

isoladamente, a quebra da concisão. O que não se permite é o conhecido gerundis-

mo (Vamos estar solicitando…).

Para obter a concisão, são necessários, segundo o MRPR, dois requisitos: o domí-

nio da norma culta e a revisão do texto.

Empregando a linguagem do raciocínio lógico, a banca pode afirmar que a revisão

textual é condição suficiente à concisão do texto. Não é! É condição necessária.

Lembre-se de que são dois os requisitos.

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20. (CESPE/SERPRO/2010) Um texto de redação oficial deve ser redigido com vis-

tas a evitar a prolixidade.20

21. (CESPE/ANTAQ/2014) A concisão é uma qualidade dos textos oficiais intima-

mente relacionada ao princípio da economia linguística, que visa eliminar do texto

redundâncias ou passagens que nada acrescentem ao que já tenha sido dito.21

22. (CESPE/TJDFT/2015) O emprego de expressões como “tenho a honra de soli-

citar a Sua Senhoria” é indispensável, conforme o referido manual, como forma de

cortesia nas correspondências oficiais.22

23. (CESPE/ANTT/2013) O domínio do padrão culto da língua é fator suficiente

para garantir a concisão no texto redigido — qualidade inerente aos documentos

oficiais —, evitando se, desse modo, a necessidade de revisão textual.23

2.4. Formalidade

A redação oficial deve ter a marca da formalidade, que se manifesta em três

aspectos:

LINGUAGEM: como já vimos, a linguagem deve ser formal (o padrão culto da

língua), não havendo espaço para coloquialismos ou erros gramaticais.

20
Certo. Prolixidade é o oposto de concisão: se nós queremos esta, devemos evitar aquela.
21
Certo.
22
Errado. Expressões como a do item comprometem não só a concisão, mas também a impessoalidade.
23
Errado. O domínio da norma culta é fator NECESSÁRIO, mas não SUFICIENTE para obter a concisão.
Também é necessário fazer a REVISÃO do documento.
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PRONOMES DE TRATAMENTO: devem ser usados de modo correto, segundo

estabelece o MRPR (um pouco mais adiante deste módulo falaremos sobre eles).

CIVILIDADE: não basta usar os pronomes corretos e obedecer à gramática. O

texto oficial deve apresentar polidez, civilidade, educação na abordagem do assunto.

24. (CESPE/MDIC/2014) A formalidade das comunicações oficiais não se limita ao

emprego adequado dos pronomes de tratamento, devendo-se observar, também, a

polidez, a civilidade e a obediência às regras de impessoalidade e ao padrão culto

da linguagem.24

25. (CESPE/TELEBRAS/2015) A finalidade básica da redação oficial é comunicar

com clareza e impessoalidade, razão pela qual o MRPR recomenda que, na ela-

boração de comunicações oficiais, se faça uso da linguagem formal.25

2.5. Uniformidade

Esse princípio diz respeito à necessária padronização dos protocolos de forma e

de linguagem da redação oficial. Tudo decorrente do fato de que a redação oficial

tem agente comunicador único, o serviço público. A lógica é: se todos os textos

oficiais são comunicados pelo mesmo agente, então é preciso uniformizá-los. Para

isso, o MRPR estabelece protocolos de formatação (diagramação) do texto, os quais

estudaremos nos módulos 2 e 3.

24
Certo. Sempre vale a pena reforçar: só usar o pronome certo não basta! E o padrão culto é o único possível
em redação oficial por ser universal e, portanto, mais claro.
25
Certo. A linguagem formal (que obedece à correção gramatical) é universal, ou seja, é a mesma para todos
os grupos, então também é a mais clara.
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26. (CESPE/ANATEL/2014) As comunicações oficiais devem nortear-se pela unifor-


midade, pois há sempre um único comunicador: o serviço público.26

27. (CESPE/INMETRO/2010) Embora o redator de correspondências oficiais deva


obedecer a algumas regras, como as referentes ao uso adequado dos pronomes de
tratamento, ele não precisa estar atento à disposição do texto no papel.27

3. Emprego dos Fechos

Sobre os fechos, vejamos:


a) Funções: arrematar (encerrar) o texto e saudar o destinatário.
b) Tipos: Atenciosamente ou Respeitosamente.
c) Critério de uso: hierarquia entre os interlocutores.
Atenciosamente: para destinatário de mesma hierarquia ou de hierarquia infe-
rior (sempre em relação ao remetente).
Respeitosamente: para destinatário de hierarquia superior (inclusive o Presi-
dente da República).

 Obs.: esse procedimento não se aplica para autoridades estrangeiras; para elas, o
instrumento que regula a matéria é o Manual de Redação do Ministério das
Relações Exteriores (MRE).

Pronto: só isso! Matéria mais fácil de todas. Vamos ver como cai na prova?

26
Certo. Um comunicado = um padrão.
27
Errado. Em regra, a formatação do texto (disposição no papel) é rigorosa, estabelecida pelo MRPR.
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28. (CESPE/FUNASA/2013) Uma das funções do fecho nas comunicações oficiais é


saudar o destinatário.28

29. (CESPE/TRE-PI/2016) O MRPR disciplina o uso dos fechos para todas as auto-
ridades, inclusive as estrangeiras que se encontrem em território nacional.29

30. (CESPE/TJDFT/2015) O fecho “Cordialmente” é uma das formas estabelecidas


pelo Manual de Redação da Presidência da República.30

31. (CESPE/TRE-PI/2015) A palavra Respeitosamente é adequada para figurar


como fecho de uma comunicação oficial se o emissor e o receptor dessa comunica-
ção forem autoridades de mesmo nível hierárquico.31

4. Emprego dos Pronomes de Tratamento

Sobre esse assunto, muito cobrado pelas bancas, precisamos saber os seguin-
tes pontos:
a) Critério: cargo ocupado pelo destinatário;

Não confunda os critérios: para o fecho, é preciso observar a hierarquia; para os


pronomes de tratamento, não (neste caso, basta o cargo do destinatário, não im-

porta o cargo do remetente).

28
Certo. Uma delas; a outra é encerrar o texto.
29
Errado. Os fechos para as autoridades estrangeiras não é disciplinado pelo MRPR, e sim pelo MRE.
30
Errado. Não há outras formas de fecho além de Atenciosamente e Respeitosamente.
31
Errado. Na situação apresentada, o fecho seria Atenciosamente.
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b) Diferença entre Vossa e Sua.

Vossa: quando se fala diretamente com a pessoa.

Sua: quando se fala da pessoa.

c) Concordância;

* DOS VERBOS E DOS PRONOMES POSSESSIVOS: deve ser feita na terceira

pessoal (independentemente da cerimônia do tratamento).

Significa que está errada a construção: Vossa Excelência concedereis entrevis-

tas sobre vossas declarações.

De fato, há dois erros: a flexão do verbo e o uso do possessivo “vossas”. O certo

seria tudo na terceira pessoa: Vossa Excelência concederá entrevista sobre suas

declarações.

* DOS ADJETIVOS E PARTICÍPIOS VERBAIS: a flexão de gênero é determinada

pelo sexo da pessoa a quem o pronome se refere.

Dessa forma, mesmo que a locução pronominal Vossa Excelência seja feminina,

se dirigir-se a um Ministro do sexo masculino, os adjetivos e particípios deverão

estar no masculino. Assim: Ministro, Vossa Excelência foi indicado (e não indi-

cada) a um cargo de confiança.

d) Formas abolidas: Ilustríssimo e Digníssimo (esta porque, segundo o MRPR,

dignidade é pressuposto na ocupação de cargo público).

e) Doutor(a): não é pronome de tratamento, é título acadêmico concedido aos

que obtiveram a titulação de doutorado.

f) Correlação entre pronomes e cargos.

Para facilitar sua vida, elaboramos uma tabela:

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Pronome Vocativo Autoridade


Presidente da República
Presidente do Supremo Tribunal Federal
Excelentíssimo(a) Senhor(a)
Vossa Excelência Presidente do Congresso Nacional
+ cargo

obs.: Chefes dos Poderes da República


Vice-Presidente da República; Ministros
de Estado1; Governadores e Vice-Gover-
nadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores; Secretários-Executivos
de Ministérios; Secretários de Estado dos
Governos Estaduais; Prefeitos Municipais;
Vossa Excelência Senhor(a) + cargo Deputados Federais e Senadores; Minis-
tros do Tribunal de Contas da União; Depu-
tados Estaduais e Distritais; Conselheiros
dos Tribunais de Contas Estaduais; Presi-
dentes das Câmaras Legislativas Munici-
pais; Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais; Juízes; e Auditores
da Justiça Militar.

Vossa Senhoria Senhor(a) + cargo


Demais autoridades
Vossa Magnificência Magnífico(a) Reitor(a) Reitores
Vossa Santidade Santíssimo Padre Papa
Vossa Eminência   Eminentíssimo Senhor Car-
ou  deal OU
Cardeais
Vossa Eminência  Eminentíssimo e Reveren-
Reverendíssima díssimo Senhor Cardeal
Vossa Excelência
Senhor + Cargo Arcebispos e Bispos
Reverendíssima

Não confunda a primeira coluna com a segunda! Pronome de tratamento é o modo

como a autoridade é tratada; vocativo é uma expressão de chamamento que, em

correspondências oficiais, aparece antes do corpo do texto.

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32. (CESPE/ANATEL/2012) A hierarquia existente entre o remetente e o destinatário


determina o pronome de tratamento a ser utilizado nas correspondências oficiais.32

33. (CESPE/ANAC/2012) O seguinte trecho, devido à relação de concordância nele


empregada, poderia compor o texto de um documento oficial: “Vossa Excelência,
Senhor Senador, foi convidada para a inauguração do evento”.33

34. (CESPE/PC-BA/2013) Por estar de acordo com as regras de concordância do


padrão culto da linguagem, a frase Vossa Excelência indicareis a vossa nova
secretária seria adequada para compor a redação de documento oficial.34

35. (CESPE/ANTAQ/2014) O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-


das as autoridades do poder público, uma vez que a dignidade é tida como quali-
dade inerente aos ocupantes de cargos públicos.35

36. (CESPE/AGU/2011) Entre as autoridades tratadas por Vossa Excelência, estão


o presidente da República, os ministros de Estado e os juízes.36

37. (CESPE/MPE-PI/2012) Nas comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras,


o emprego do vocativo segue rito e tradições próprios, disciplinados em manual do
Ministério das Relações Exteriores.37

32
Errado. O que determina o pronome de tratamento correto é o cargo do destinatário. A hierarquia deter-
mina o fecho.
33
Errado. A Flexão de gênero deve ser feita com o sexo; como é um ministro, deve ser usado “convidado” (no
masculino).
34
Errado. Embora o pronome seja de segunda pessoa (Vossa), a concordância é sempre na terceira. O certo
seria: Vossa Excelência indicará sua nova secretária.
35
Errado. Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo  (DD, pois a dignidade é
pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
36
Certo. Todas as autoridades arroladas nas duas primeiras linhas da tabela (entre elas, as mencionadas no
item) são tratadas de Vossa Excelência. Não confunda com o vocativo: para o Presidente da República é
Excelentíssimo Senhor Presidente da República; para os juízes, Senhor Juiz.
37
Errado. O que o manual do MRE disciplina é o uso dos fechos, não dos pronomes de tratamento.
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SÍNTESE DA AULA
Quem emite: o PODER PÚBLICO (não as instituições particulares)
REDAÇÃO OFICIAL
Agente comunicador único: SERVIÇO PÚBLICO
Emissor: não emite avaliações subjetivas
IMPESSOALIDADE Destinatário: tratado sem marcas de apreço ou desapreço
Assunto: interesse público
Texto compreensível a todo cidadão
NÃO empregar: linguagem rebuscada, jargão, regionalismo, conotação
CLAREZA
PODE empregar (mas de forma restrita): linguagem técnica, neologismo,
estrangeirismo
Muita informação = Poucas palavras
CONCISÃO
Decorre de: revisão e domínio da norma culta
Linguagem (norma-padrão), pronomes de tratamento e polidez na abor-
FORMALIDADE
dagem do assunto
Padronização de conceitos e de procedimentos (como, por exemplo, a
UNIFORMIDADE
diagramação das correspondências)

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. Solicitamos a liberação para a exportação dos seguintes produtos biológicos

humanos para análise no exterior: substâncias para diagnósticos e substâncias in-

fecciosas.

Considerando que o trecho de texto apresentado anteriormente seja parte de um

documento hipotético (Xx/2016) enviado à ANVISA pela empresa particular, tam-

bém hipotética, Biodiagnósticos Ltda. (BDL), julgue o item a seguir à luz do disposto

no Manual de Redação da Presidência da República (MRPR) sobre a redação oficial.

Sabendo-se que redação oficial é a maneira pela qual o poder público redige atos

normativos e comunicações e que o MRPR dispõe sobre o padrão de documentos

adotado por órgãos do Poder Executivo, é correto inferir que a BDL pode adotar

padrão próprio para suas comunicações com a ANVISA.

2. Os atributos da comunicação oficial, a exemplo da clareza, concisão, formalidade

e uniformidade, estão associados aos princípios que, segundo a Constituição Fede-

ral, norteiam a administração pública, como os da publicidade e da impessoalidade.

3. Impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso da linguagem formal são

princípios que se aplicam às comunicações oficiais, pois elas sempre devem permi-

tir uma única interpretação.

4. As comunicações oficiais podem ser remetidas em nome do serviço público ou

da pessoa que ocupa determinado cargo dentro do serviço público.

5. A redação oficial deve ser isenta da interferência subjetiva daquele que elabora

a comunicação.
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6. Admite-se o registro de impressões pessoais na redação oficial, desde que o as-

sunto seja de interesse público e expresso em linguagem formal.

7. A escolha entre o emprego de linguagem coloquial ou de linguagem formal e

culta cabe ao redator do expediente oficial, que deve basear sua escolha no critério

da inteligibilidade.

8. Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, os expedientes ofi-

ciais têm como finalidade informar com clareza e objetividade. Para atender a essa

finalidade, foi estabelecido um padrão oficial de linguagem, chamado de linguagem

burocrática.

9. É imprescindível que a linguagem adotada nos documentos oficiais seja facil-

mente compreensível por todos.

10. A inversão sintática é uma das qualidades do texto oficial por garantir-lhe elo-

quência e formalidade, características exigidas nas relações institucionais.

11. A linguagem clara e inteligível deve pautar a comunicação oficial. Desse modo,

o uso de jargão técnico colabora para a clareza na comunicação.

12. A concisão é um princípio da redação oficial que tem por finalidade dar objeti-

vidade ao trabalho da administração pública.

13. O domínio do padrão culto da língua é fator suficiente para garantir a concisão

no texto redigido — qualidade inerente aos documentos oficiais —, evitando se,

desse modo, a necessidade de revisão textual.


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14. A formalidade de tratamento está vinculada à uniformidade, à polidez e à civi-

lidade.

15. As comunicações enviadas para pessoas que ocupem cargos de mesma hierar-

quia do remetente fogem à regra da uniformidade e da impessoalidade, exigidas

na redação de expedientes oficiais, uma vez que, pelo fato de envolver pessoas de

mesmo nível hierárquico, dispensam algumas formalidades.

16. O fecho constitui expressão com a qual o destinatário se saúda.

17. O Manual de Redação da Presidência da República estabelece o emprego de

dois fechos para comunicações oficiais: Respeitosamente, para autoridades su-

periores; e Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de hie-

rarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável a autoridades estrangeiras.

18. O emprego de Abraços como fecho de um documento contraria as determi-

nações do MRPR quanto às características da redação oficial, especialmente no

que se refere à formalidade e à impessoalidade.

19. Na redação de um documento oficial subscrito por funcionário público de um

ministério e endereçado ao ministro desse órgão, deve-se empregar o fecho “Cor-

dialmente,”, por se tratar de destinatário detentor de cargo hierarquicamente su-

perior ao do remetente.

20. Dado o emprego de “Atenciosamente” como fecho do documento, é correto

inferir que as autoridades às quais o expediente se destina pertencem, necessaria-

mente, à mesma hierarquia do remetente.


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21. A formalidade de tratamento empregada para se dirigir ao destinatário de uma

comunicação oficial varia de acordo com a relação existente entre quem a expede

e quem a recebe. Isso equivale a dizer que a hierarquia presente entre os inter-

locutores é determinante para a escolha adequada dos pronomes de tratamento

adotados no texto.

22. Com relação à concordância gramatical dos pronomes de tratamento, o MRPR

recomenda que seja feita com o sexo da pessoa a que se refere. Nesse sentido,

está adequada a concordância na sentença: Sua Excelência, o ministro da Justiça,

foi convidado para participar de um evento sobre segurança pública.

23. Os pronomes de tratamento empregados em textos oficiais devem seguir as

normas gerais de concordância. Assim, se for empregado o pronome de tratamento

Vossa Excelência, o pronome possessivo que a ele se refira deve estar na 2.ª pes-

soa do plural, como em “Vossa Excelência gostaria de revisar o vosso discurso?”.

24. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos chefes dos poderes

da República é Ilustríssimo Senhor.

25. A forma de tratamento Magnífico destina-se a autoridades do Poder Legis-

lativo, principalmente ao presidente da Câmara dos Deputados e ao do Senado

Federal.

26. No seguinte trecho de ofício encaminhado a deputado federal, o emprego do

pronome de tratamento está adequado à autoridade a que se destina a comunica-

ção, e a redação, de acordo com o padrão culto da língua: “Em sua comunicação,

Vossa Excelência ressalta a necessidade de que sejam levadas em consideração, na

aprovação do projeto, as características sociais e econômicas da região”.


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27. Em uma comunicação que tenha como destinatário o governador de um estado

da Federação, o tratamento a ser-lhe dispensado deverá ser Vossa Excelência e o

vocativo a ser empregado será Senhor Governador.

28. O vocativo Prezado colega é adequado para compor um memorando, moda-

lidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, mas

não um ofício, que se destina à comunicação externa.

29. Dada a necessidade de se conferir formalidade à redação oficial, o uso do tra-

tamento digníssimo (DD) é indicado nas comunicações dirigidas a autoridades su-

periores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

30. O vocativo do expediente — Senhor Ministro — estaria em desacordo com a

norma preconizada pelo MRPR caso fosse substituído pelo seguinte: Excelentíssimo

Senhor Ministro.

31. Na redação de documentos oficiais, deve-se empregar uma linguagem que

se aproxime da língua falada, visando-se ao máximo a clareza do texto e a com-

preensão da comunicação pelos cidadãos.

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GABARITO

1. C 26. C

2. C 27. C

3. C 28. E

4. E 29. E

5. C 30. C

6. E 31. E

7. E

8. E

9. C

10. E

11. E

12. C

13. E

14. C

15. E

16. E

17. C

18. C

19. E

20. E

21. E

22. C

23. E

24. E

25. E

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