Professional Documents
Culture Documents
Gislaene Moreno
Tereza Cristina Souza Higa
Autores
Ariovaldo Umbelino de Oliveira
Cornélio Silvano Vilarinho Neto
Cristina Maria Costa Leite
Gilda Tomasini Maitelli
Gislaene Moreno
Jurandyr Ross
Lunalva Moura Schwenk
Mário Diniz de Araújo Neto
Prudêncio Rodrigues de Castro Júnior
Tereza Cristina Souza Higa
Tereza Neide Nunes Vasconcelos
A apropriação do território, 140 • Uso da terra e O relevo no processo de produção do espaço, 218
produção agropecuária, 143 • Principais produtos • Compartimentação geomorfológica de Mato Grosso
agropecuários, 144 • Soja, 145 • Milho, 149 • Algo- (unidades geomorfológicas), 223 • Planaltos em bacias sedimenta-
dão, 150 • Arroz, 152 • Cana-de-açúcar, 154 • A pequena produção, res, 224 • Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plata-
156 • Pecuária, 158 • Estrutura fundiária e relações de trabalho, 164 forma, 226 • Planaltos em cinturões orogênicos, 227 • Depressões
• Textos complementares: A biotecnologia na agricultura, 168; Uma periféricas e marginais, 228 • Planícies, 230 • Recursos Minerais de
alternativa ecológica, 170 • Sugestão de Atividades, 171 Mato Grosso, 232 • Texto complementar: A importância dos solos na
evolução e expansão ocupacional de Mato Grosso, 235 • Sugestão
de Atividades, 237
Capítulo 10 – Políticas públicas de infra-estrutura
e de desenvolvimento regional .......................................172
Capítulo 13 – Interações atmosfera-superfície ..................238
Gislaene Moreno
Gilda Tomasini Maitelli
O setor industrial, 172 • Retrospectiva histórica, 172
• O processo recente, 174 • A indústria mato-gros- O clima, 238 • Clima e mudanças climáticas, 238 •
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610/98.
sense hoje, 176 • Programas estaduais de apoio ao Atividades humanas e clima, 240 • Clima e vegetação,
setor industrial, 178 • Energia e transportes, 180 • Energia elétrica, 241 • Clima e altitude, 242 • Massas de ar e frentes,
180 • Transporte, 184 • Eixos de Integração Nacional e Desenvolvi- 243 • As chuvas, 244 • A temperatura, 244 • Tipos de climas, 246
mento, 187 • Corredor de Exportação Noroeste – Eixo Pacífico (Mato • A classificação de Köppen, 246 • A classificação de Strahler, 247 •
Grosso-Bolívia-Peru-Chile), 187 • Corredor Centro-Sudeste – Eixo Texto complementar: Classificação climática detalhada, 248 • Suges-
Sul I (Ferrovias Norte Brasil – Ferronorte), 188 • Eixo Sul II (Hidro- tão de Atividades, 249
viaFigura
Paraguai-Paraná),
11.1 188 • Corredor Centro-Norte – Eixo Leste-
MATO GROSSO-Norte
NA REGIÃO (Hidrovia Rio das Mortes-Araguaia-Tocantins), 189 • Corredor
CENTRO-OESTE
Noroeste2000 – Eixo Oeste-Norte (Hidrovia Madeira-Amazonas), 190 Capítulo 14 – Domínios Biogeográficos.............................250
BRASIL
195 • Potencialidades e atrativos turísticos, 196 • Turismo de even- Interações entre Fitogeografia e Zoogeografia, 250
tos, 197 • Pantanal, 198 • Amazônia mato-grossense, MA 199 • Chapada • A importância dos domínios biogeográficos, 250 •
AM PA
dos Guimarães, 200 • Cuiabá, Serra de São Vicente e Nobres, 200 Classificação e distribuição dos domínios biogeográfi-
• Esportes aquáticos, 202 • Vales do Guaporé e do Araguaia, 203 cos, 252 • Cerrado, 252 • Florestas, 257 • Pantanal, 263 • Texto com-
• Texto complementar: A década do desenvolvimento sustentável, plementar: A importância estratégica da biodiversidade da Amazônia
TO
204 • Sugestão de Atividades, 205
Alta Floresta Brasileira, 270 • Sugestão de Atividades, 271
10º
Palmas
São Félix
RO Capítulo 11
Sinop
– Desenvolvimento socioeconômico BA
no contexto MT
da região Centro-Oeste .............................206 Gilda Tomasini Maitelli
Porangatu
PR
Rodovias Cidades
UNIDADE
1
Cuiabá, capital do Estado, entra no século XXI como metrópole regional.
tualização
Os países da América Latina querem a sua inserção nos mercados globais, sem as restrições impostas pelos países ricos.
Foto: Franco Venâncio | Banco de Imagens C&C | © Maps World - Mapa Mundi Ilustrado (Editora Esfera)
Horizonte
Campo Grande Vitória
20º Trópico de Capricórnio
CHILE PARAGUAI São Paulo Fonte: Adaptado de GOMES, 2003; HAESBAERT, 2002.
Rio de Janeiro
Curitiba
Assunção
Florianópolis
OCEANO Porto
Alegre
ções – conferiam-lhes a condição de precursores da mo-
ARGENTINA
dernidade no Brasil. Na Europa e nos Estados Unidos,
PACÍFICO
30º URUGUAI
este processo estava em adiantado curso.
Santiago Buenos Aires
Montevidéu
OCEANO
Em Mato Grosso, os primeiros reflexos dessa moderni-
ATLÂNTICO
zação surgiram ainda na segunda metade do século XIX,
40º representados por alguns empreendimentos e esparsas
construções. Alguns aspectos da modernização relacio-
navam-se a medidas burocráticas e administrativas que
Ilhas Falkland (Malvinas)
(RUN)
0 350 700 km
Essas primeiras realizações de inspiração moderna trução do aeroporto Marechal Cândido Rondon, em Vár-
não chegaram a marcar significativamente o meio urba- zea Grande, possibilitou, a partir de 1951, antes mesmo
no e, menos ainda, o espaço rural de Mato Grosso. A ri- da conclusão da obra, a ligação regular de Cuiabá com o
gor, a maioria dos aspectos socioculturais e econômicos Rio de Janeiro. Após sua inauguração, em 1956, novos
do cotidiano mato-grossense no final do século XIX tinha vôos regulares entraram em operação, consolidando um
feições tipicamente coloniais. A cidade de Cuiabá, princi- novo marco da modernização no Estado.
pal centro urbano do Estado, se expandia, mas mantinha
A partir da década de 1950, na ânsia de alcançar a mo-
os traços básicos do colonialismo no traçado das ruas,
dernidade, a paisagem urbana de Cuiabá passou por um
de suas construções e estilo de vida da população (Figu-
processo de destruição do seu patrimônio histórico, com
ra 1.2). Dentre os sinais que atestavam a chegada da mo-
a demolição não só de sua arquitetura colonial como tam-
dernidade em Mato Grosso, podem ser citadas algumas
bém das primeiras construções de outros estilos arqui-
construções urbanas, o serviço de navegação a vapor (Fi-
tetônicos. Assim, antigas construções em adobe, impo-
gura 1.3) e a Usina de Itaici, em Santo Antônio de Lever-
nentes casarões e mesmo casas mais simples, baixas e
ger. Embora conservasse o sistema colonial de trabalho,
compridas, adornadas por pequenas janelas de madeira,
o seu maquinário de funcionamento a vapor era exemplo
foram demolidas para dar lugar a edifícios de padrão ar-
da tecnologia importada da Europa.
quitetônico moderno. Processo semelhante ocorreu com
muitas das pequenas praças, antigas ruas tortuosas e as
Figura 1.2 – Intendência Municipal, na rua Pedro Celestino, centro Figura 1.3 – Embarque e desembarque de mercadorias no Porto de
de Cuiabá. Década de 1920. Cuiabá. Início do século XX.
10
Essas transformações foram importantes para dar a mias que se traduzem, sobretudo, na falta de condições
Mato Grosso as condições de participar da dinâmica da de investimentos internos, na dependência tecnológica e
política econômica mundial atual, estruturada sob a ide- financeira, altas taxas de desemprego e muitas outras
ologia neoliberal e a nova ordem capitalista, cuja princi- mazelas de caráter socioeconômico.
pal característica é a mundialização econômica, apoiada
Contudo, é importante diferenciar o avanço da moder-
pelas inovações científicas e tecnológicas e eficientes re-
nidade do uso de sua estrutura para a promoção e sus-
des de comunicação, que têm possibilitado relações co-
tentação dos injustos quadros de desigualdade social.
merciais e dinamizado os fluxos de capitais.
Em outras palavras, o moderno não se contrapõe à justi-
Participar da economia mundializada não significa, ne- ça e trouxe inúmeros benefícios para a humanidade. As-
cessariamente, garantir lucros. É preciso considerar que sim, as assimetrias econômicas observadas entre os po-
o modelo econômico vigente pressupõe a liberalização vos não são oriundas do conhecimento científico e nem
comercial, que exige uma produção competitiva, em con- do avanço no uso das técnicas, mas sim do processo
dições de assegurar mercados. Ocorre que países po- de expansão do capitalismo, que encontrou nas inova-
bres ou em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, em ra- ções advindas da revolução científico-tecnológica condi-
zão da política de protecionismo dos países desenvolvi- ções excelentes para a sua reprodução, ignorando, na
dos, falta de recursos financeiros e deficiência tecnológi- lógica da sua trajetória, o rastro de destruição e exclu-
ca em determinados setores, não estão competindo em são social.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610/98.
Países subdesenvolvidos – Caraterizam-se pelo estado Países em desenvolvimento – Apresentam muitas das ca-
de acentuada pobreza de expressiva parte de sua população, racterísticas dos países subdesenvolvidos, porém com me-
cujos principais indicadores são: baixa renda per capita, con- nor intensidade. Apresentam melhorias no campo econômico,
dições deficientes de saneamento, altas taxas de natalidade, particularmente no desenvolvimento do setor industrial.
mortalidade e analfabetismo, baixo nível de instrução, servi-
Países desenvolvidos – Apresentam elevado nível de ren-
ços de saúde deficitários, baixo consumo e altos índices de
da per capita e alto padrão de vida, compartilhado por amplas
desemprego e subemprego. No plano produtivo e econômi-
camadas da sociedade. Quanto à estrutura econômica, são
co, os países subdesenvolvidos apresentam baixos níveis de
países industrializados, com menor dependência tecnológica.
poupança, industrialização e exportações restritas a poucos
produtos primários.
11