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Como se vê, para além dos direitos de primeira e segunda dimensão, o direito
ambiental transcende o conceito de tutela presente, certa e definida, protegendo o que sói
chamar-se de tutela coletiva (difusa, coletiva e individual homogênea), definida legalmente
pelo Código de Defesa do Consumidor em seu art. 81 em seu parágrafo único, vejamos:
Assim, por exemplo, tendo como fato jurídico a poluição emitida por uma fábrica, poderá este
mesmo fato causar danos a direitos enquadráveis em cada uma das espécies de interesse
coletivo:
■ más condições de trabalho na fábrica: direito coletivo dos que ali trabalham;
Contudo, a legislação que vem a definir de forma mais específica meio ambiente é
a Lei 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente), da seguinte forma:
Meio ambiente natural – solo, água, ar, fauna, flora, genoma, estando
mais ligado à tutela imediata dada pelo art. 225 da CF;
Meio ambiente artificial – dado inicialmente na Declaração de Estocolmo
(a ser estudada) quando diz:
“O homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o qual lhe dá
sustento material e lhe oferece oportunidade para desenvolver-se intelectual, moral, social e
espiritualmente. Em larga e tortuosa evolução da raça humana neste planeta chegou-se a uma
etapa em que, graças à rápida aceleração da ciência e da tecnologia, o homem adquiriu o poder
de transformar, de inúmeras maneiras e em uma escala sem precedentes, tudo que o cerca. Os
dois aspectos do meio ambiente humano, o natural e o artificial, são essenciais para o bem-estar
do homem e para o gozo dos direitos humanos fundamentais, inclusive o direito à vida mesma.”
(Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – 1972)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
Vargas em seu governo, após o golpe ditatorial que implantou o Estado Novo,
constituiu, no âmbito do meio ambiente, o arcabouço básico estatal, com foco na
nacionalização e proteção dos recursos nacionais, buscando não a preservação dos recursos
naturais em sim a utilização destes exclusivamente para o fortalecimento da indústria
nacional, tendo criado os códigos das águas, das minas e das florestas por meio de decreto
presidencial em 1934.
Em resumo, o fato de marcar uma nova fase do direito ambiental deve-se, basicamente,
aos seguintes aspectos: (RODRIGUES, 2016, p. 62)