UniCEUB – Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais

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Direito Internacional Público
reconhecidos pelo DI. Ato jurídico como fator direto e
determinante do dano. A relação entre a ação ou omissão e
SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS o dano deve ser imputável ao Estado.
INTERNACIONAIS Causas de exclusão da ilicitude

Responsabilidade Internacional1 - consentimento da vítima;

- contramedidas legítimas;
Princípio de direito internacional: qualquer violação de um - estado de necessidade;
compromisso comporta a obrigação de reparação. - força maior e caso fortuito;
Portanto, os Estados podem ser responsabilizados - prescrição liberatória;
internacionalmente em caso de violação ao direito - agressões mútuas.
internacional ou de danos provocados a outros Estados ou a
particulares. (Varella, 2012) Principais formas de reparação:

Conflito ou litígio internacional: todo desacordo sobre certo
ponto de direito ou de fato, toda contradição ou oposição
de teses jurídicas ou de interesses entre dois Estados. CPJI
Conflito jurídico x conflito político
A base da responsabilidade civil é a mesma dos diversos
direitos nacionais, mas os caminhos seguidos pela teoria
jurídica nacional e internacional são distintos. Em direito
interno, a responsabilidade civil, penal e administrativa foi
erigida com base na existência de uma ordem jurídica acima
dos sujeitos de direito e na possibilidade de coerção
legítima. No direito internacional, trata-se de um conceito
que evolui conforme o grau de integração entre os Estados.
(Varella, 2012)
O dever de indenizar decorre da existência de uma ação ou
omissão de um Estado, de um dano e de uma relação causal
entre a ação ou omissão e o dano.
- Não existem tratados multilaterais genéricos sobre o tema.
Regulado por costumes internacionais.
Requisitos para responsabilidade civil internacional:
- ato passível de responsabilização: ação ou omissão. Ato
ilícito ou não proibido.
- dano: diferentes naturezas: material e moral.
Deve ser grave, ainda que impossível de ser reduzido a
valores monetários – serious injury.
O Estado é a vítima, que pode representar o interesse
próprio ou de um particular (endosso). Exceção: direitos
humanos.
O dano deve ser concreto: Não há ação em defesa de
direitos coletivos: a violação ao direito, ainda que jus cogens,
ou uma obrigação erga omnes, assim como um ato ilícito
que não gere dano individualizável, não é suficiente para
acarretar a responsabilidade internacional do Estado.
- nexo de causalidade entre o ato e o dano e
imputabilidade da ação ao Estado ou OI. É preciso que a
relação causal esteja bem definida. Danos indiretos não são
- desculpas formais do Estado, com a assunção de sua culpa
pelo dano;
- punição dos indivíduos responsáveis pelo dano;
- implementação de medidas preventivas para evitar a
ocorrência do dano ou mesmo pagamento de uma
compensação financeira, compatível com o dano sofrido.
Soluções Pacíficas de Controvérsias
Uma controvérsia é um desacordo sobre uma questão de
direito ou de fato, uma contradição, uma oposição de teses
jurídicas ou interesses entre duas pessoas. (CPJI)
- Carta da ONU (1945): Capítulo VI – art. 1º e 33 §1º: meios
diplomáticos, políticos e jurisdicionais. Não há entre eles um
escalonamento hierárquico.
Capítulo VI
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
Artigo 33.º
1. As partes numa controvérsia, que possa vir a
constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais,
procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por
negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem,
via judicial, recurso a organizações ou acordos regionais, ou
qualquer outro meio pacífico à sua escolha.
2. O Conselho de Segurança convidará, se o julgar
necessário, as referidas partes a resolver por tais meios as
suas controvérsias.
- art. 4º, VII, CF/1988 – princípio das relações internacionais.
Instrumentos:
- Negociação Direta
- Bons ofícios
- Sistema de consultas
- Mediação
- Conciliação
- Arbitragem
- Solução Judicial

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VARELLA, 2012
Profª: Renata Tavares Henrique Referências: disponíveis no Plano de Ensino da disciplina.

Meios diplomáticos
- Negociação direta: os Estados decidem, por sua própria
iniciativa, promover uma solução;
- Sistema de consultas: negociação direta pré-estabelecida.
Determinam encontros com regularidade, para solucionar
confrontos que eventualmente possam surgir;
- Bons ofícios: terceiro Estado, sem nenhuma relação com a
controvérsia, tenta aproximar as partes a fim de que estas
encontrem uma solução para o conflito. O terceiro não
intervém na negociação, apenas apresenta as condições
para que as partes a façam;
- Mediação: atuação de um terceiro que, não só aproxima os
contendentes, mas também participa e intervém na
negociação, propondo uma solução para a controvérsia. As
partes não estão obrigadas a seguir a sugestão trazida pelo
mediador;
- Conciliação: os próprios Estados designam pelo menos três
atores que, reunidos, propõem uma solução para a
controvérsia. Os contendentes também não estão obrigados
a aceitar a decisão.
- Inquérito: Não é necessariamente um mecanismo de
solução de controvérsias. Trata-se de etapa preparatória que
antecede procedimentos mais aperfeiçoados de solução de
controvérsias. É um instrumento composto por uma série de
documentos e informações relevantes para solucionar a
questão.
Meios políticos
- Presença de uma OI:
Atuação da OI pode ser através de uma série de condutas,
como as negociações coletivas ou os bons ofícios oferecidos
pela organização.
Os Estados se movem, para obter êxito, em configurações
variáveis, sem alinhamentos fixos, conforme a diversidade
dos interesses em causa. (AMARAL JR, 2011)
Meios jurisdicionais
- Arbitragem Internacional Pública: as próprias partes
envolvidas irão escolher o árbitro. Sempre um número ímpar
de árbitros. Decidem acerca do conflito, trazendo uma
solução para ele, e, diferentemente dos mecanismos
diplomáticos, as partes terão que acatar e obedecer a
solução proferida pelos árbitros. Uma vez empregada a
arbitragem, não haverá de se falar em solução judicial.
Sentença obrigatória, irrecorrível, definitiva. Carece de
executoriedade (boa-fé das partes, pacta sunt servanda).
Corte Permanente de Arbitragem Internacional – CPAI –
Sede: Haia (Palácio da Paz)
Criação: 1899, I Conferência de Paz da Haia.
Profª: Renata Tavares Henrique
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Direito Internacional Público
1907 – Convenção para a Solução Pacífica dos Conflitos
Internacionais.
Função: disponível permanentemente para auxiliar tribunais
arbitrais, comissões de inquérito e conciliação.
* Regime multilateral de comércio: costumam adotar
arbitragem como mecanismo de solução de controvérsias.
- Organização Mundial de Comércio (OMC): Órgão de
Solução de Controvérsias (OSC);
- MERCOSUL: Tribunal Permanente de Revisão (TPR).
- Solução judicial: Corte – tribunal internacional composto
previamente por juízes togados. Os Estados em conflito
deverão obedecer à decisão dos juízes internacionais.
Emite sentença – OBRIGATÓRIA
Corte Internacional de Justiça: CIJ – Estados
Sede: Haia
Criação: 1945, Estatuto da Corte, anexo à Carta da ONU.
Sucessora da Corte Permanente de Justiça Internacional
(Sociedade das Nações).
Funções: 1) consultiva (ONU); 2) contenciosa: entre Estados
Competência: todas as questões, bem como todos os
assuntos especialmente previstos na Carta ou em tratados
em vigor (art. 36 do Estatuto).
Cláusula facultativa de jurisdição obrigatória: Estados
podem declarar a qualquer momento que reconhecem
como obrigatória a jurisdição da Corte em todas as
controvérsias de ordem jurídica que tenham por objeto:
- interpretação de um tratado;
- qualquer ponto de direito internacional;
- fato que viole um compromisso internacional;
- natureza ou extensão da reparação devida pela
ruptura de um compromisso internacional.
Compromete-se a aceitar a Corte nos conflitos com Estados
que tiverem feito o mesmo.
Executoriedade: art. 94 – Estado recalcitrante pode ser
denunciado pela outra parte ao CSNU, que pode determinar
medidas para executar o acórdão.
Composição: quinze juízes eleitos pela AGNU e CSNU,
mandatos de 9 anos, não pode haver mais de um do mesmo
país.
Juízes brasileiros: Rui Barbosa (CPJI), José Francisco Rezek
(1996-2006), Antônio Augusto Cançado Trindade (2009-
atual), dentre outros.
Referências: disponíveis no Plano de Ensino da disciplina.