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RESUMO
O projeto escolar foi desenvolvido com estudantes do C. E. Herbert de Souza com o objetivo de
resgatar saberes populares sobre o uso de plantas medicinais. Para levantamento dos
conhecimentos prévios foi aplicado o questionário a seguir. (i) Você já fez ou faz uso de alguma
planta como medicamento? Quais plantas você usou? (ii) Em sua família é comum o uso de
plantas medicinais? Quais são as mais utilizadas? (iii) Você tem algum pé de planta medicinal
em casa? Qual(is)? (iv) Dê os nomes das plantas medicinais que você conhece e informe os
problemas de saúde para quais elas são indicadas. O questionário foi respondido por 89
estudantes. 48% deles afirmaram que fazem uso de plantas como medicamento e nomearam 20
espécies, sendo boldo (35%), camomila (11%) e erva cidreira (10%) as mais citadas. 42%
afirmou ser comum o uso de plantas medicinais em sua família tendo sido citadas 23 espécies,
dentre elas: boldo (37%), camomila (7%) e erva cidreira (7%). Somente 27% dos estudantes
afirmaram ter em casa algum pé de planta medicinal, se destacaram boldo (56%), erva cidreira e
saião (9%, cada). Em relação ao item iv, em um universo de 137 respostas plausíveis, foram
citadas 25 espécies. Ao confrontar as concepções dos estudantes, oriundas do uso tradicional
das plantas medicinais, com recomendações farmacêuticas, constatou-se uma similitude
surpreendente. Em seguida, os estudantes foram solicitados a pesquisar sobre os nomes
científicos de algumas plantas medicinais, correlacionando-os com seus nomes populares.
Professores, estudantes e licenciandos se organizaram na produção de uma horta de ervas
medicinais na escola. Os estudantes fizeram experimentos de extração de óleos essenciais de
cravo e canela e prepararam tinturas de citronela e eucalipto. O projeto escolar possibilitou a
concretização de um trabalho interdisciplinar em aulas de Química e permitiu correlacionar
saberes populares com conhecimentos científicos.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
(i) Você já fez ou faz uso de alguma planta como medicamento? Quais plantas
medicinais você usou?
(ii) Em sua família é comum o uso de plantas medicinais? Quais são as mais
utilizadas?
(iii) Você tem algum pé de planta medicinal em casa? Qual ou quais?
(iv) Dê os nomes das plantas medicinais que você conhece e informe os problemas
de saúde para quais elas são indicadas.
1. O que uma planta medicinal tem que as outras plantas não têm?
2. Muitas plantas medicinais têm um nome popular e um nome científico. Dê o
nome popular de duas plantas medicinais, a sua escolha, e pesquise quais são os
seus nomes científicos.
3. Quais os benefícios que o uso das plantas medicinais traz para a saúde?
4. Muitas pessoas se medicam com plantas medicinais por conta própria. Quais os
riscos desta ação?
5. Podemos substituir os remédios por plantas medicinais?
V ENALIC/IV Seminário Nacional do Pibid 8-12 de dezembro de 2014, Natal, RN
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Boldo
23% Camomila
35% Erva Cidreira
Hortelã
5%
Erva-doce
5%
Goiaba (broto)
5% 6% 11% Romã
10%
Outras 13 espécies
Figura1: perfil de respostas dos estudantes em relação ao item i que questionava sobre
o uso, por eles próprios, de plantas como medicamento.
V ENALIC/IV Seminário Nacional do Pibid 8-12 de dezembro de 2014, Natal, RN
Boldo
Camomila
33% 37%
Erva cidreira
Erva doce
Romã
Saião
4% 6% 7%
6% 7% Outras 17 espécies
Figura 2: perfil de respostas dos estudantes em relação ao item ii que questionava sobre
o uso de plantas medicinais pelos seus familiares.
Somente 27% dos estudantes afirmaram ter em sua casa algum pé de planta
medicinal. Foram citadas as dez espécies seguintes: boldo (56%), erva cidreira e saião
(9%), assa-peixe e babosa (6%), hortelã, erva doce, capim-limão, goiabeira (brotos) e
aroeira (3%, cada).
Em relação ao item iv, que solicitava ao estudante citar os nomes de plantas
medicinais que ele conhece, em um universo de cento e trinta e sete respostas
plausíveis, foram registradas vinte e cinco citações de espécies diferentes, após ter sido
descartada a duplicidade de nomes para capim-limão/capim-santo, erva de santa
maria/mastruz e hortelã/menta. As cinco plantas medicinais mais citadas foram: boldo
(33%), erva cidreira (11%), camomila (7%), arnica (6%) e babosa (6%).
O nome popular ou vulgar de uma espécie pode variar conforme a região ou
mesmo dentro de uma mesma região, o que decorre da transmissão oral, como é o caso
do capim-limão também conhecido por capim-santo, capim-cidreira, cidreira de folha
estreita, etc. Daí a importância do nome científico, que identifica o gênero e a espécie
do vegetal. Assim, o nome científico do capim-limão é Cymbopogon citratus Stapf.
Outro fato que leva à multiplicidade de nomes populares para uma mesma planta é que
quando estas são de um mesmo gênero pode haver grande semelhança entre elas, é o
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caso, por exemplo, das mentas: hortelã-pimenta (Mentha piperita), poejo (Mentha
pulegium) e a hortelã comum (Mentha crispa) (FURLAN, 1999).
Objetivando conhecer sobre as concepções alternativas dos estudantes sobre o
uso terapêutico das plantas, a questão iv solicitava também que o estudante informasse
o(s) problema(s) de saúde para os quais as plantas medicinais citadas por ele eram
indicadas. Os dados comparativos entre as concepções dos estudantes e as alegações
terapêuticas (CRF-SP, 2012) para dez das espécies citadas são apresentadas na tabela 1.
Tabela 1. Plantas medicinais, frequência com que foram citadas, concepções dos
estudantes sobre seus usos terapêuticos e alegações terapêuticas
H
HO
CH2
Eugenol cinamaldeído
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
A Capes pela ajuda financeira e a concessão de bolsas Pibid/Capes.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, de Fernando (Org.). As Ciências no Brasil. Vol. 2, 2. ed. Rio de Janeiro: Editora
UFRJ,1994.
FURLAN, Marcos R. Cultivo de Plantas medicinais. 2.ed. São Paulo: Sebrae, 1999.
VEIGA Jr., Veiga F.; PINTO, Angelo Cunha. Química Nova, vol. 20, n. 3, p. 519-528, 2005.
SILVA, Thais Cavalcante; OLIVEIRA, Jordana Rodrigues; SOUZA, Sônia J. Oliveira de.
Extração de eugenol a partir do cravo da índia e produção de sabonetes aromatizados. Revista
Crase.edu, A revista do e-Tec Brasil, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Goiás-IFG, Campus Inhumas, vol. 01, n.1, 2011. Disponível em
http://simpoets.inhumas.ifg.edu.br/revistas/index.php/crase/article/view/13/41. Acesso em
10/09/2014.