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o desenho do cruzamento de todas as nossas possíveis linhas de tempo, como a chama de centenas de
molotovs antes de serem arremessados, dança em direções aleatórias. nossas relações com elas
determinam nossas futurações. o acaso nos é fundamental. processos divinatórios perdem sua necessidade.
outros devem ser instarados: artes profanatórias. pois, o que fazemos com a incerteza? a resposta é tão
oracular quanto uma regressão à média, onde em virtude puramente do acaso, escolhemos um
acontecimento corriqueiro dentre uma série extraordinária de situações aleatórias. não me interessa média
nenhuma. preciso ouvir com atenção. preciso escutar o extraordinário. pois não me interessa resposta
alguma. me interessa ficar com a pergunta. não como um culto à dúvida, mas sim como um cultivo da
desconfiança à toda certeza. por isso crio, profanamente, aqui meu próprio escutáculo para melhor ouvir as
HQ|oráculos de edgar franco, o ciberpajé.
as HQ|oráculos são uma técnica de apresentação por lentidão. é impossível deter-se nelas em um rápido vôo
panorâmico. cada traço, palavra, significado e narrativa verbo-visual é um convite ao mergulho na reflexão, na
memória e na imaginação – as vemos como presença lenta já que não vão desaparecendo mesmo que nos
movimentemos. não li seus textos e imagens, mas sim fui evocado por ambos: e assim, torno-me aqui,
portanto, [E]scUtÁcUlO d[E]sd[E] UmA [A]rt[E] prOf[A]n[A]tÓrI[A].