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PUBLICAÇÃO
BR
2014
Recursos hídricos
Governança dos
recursos hídricos
Proposta de indicadores para
acompanhar sua implementação
SUMÁRIO
WWF-BRASIL
Secretária-Geral
Maria Cecília Wey de Brito
FICHA TÉCNICA
5. Alguns conceitos utilizados página 15
Texto
Angelo José Rodrigues Lima
Fernando Luiz Abrucio 6. Conclusões da pesquisa realizada pela
Francisco Carlos Bezerra e Silva FGV-SP e WWF-Brasil página 20
Revisão técnica
Glauco Kimura de Freitas 7. Termômetro da governança do SINGREH página 26
Edição e preparação da publicação
João Gonçalves 8. Alguns indicadores propostos página 40
Design gráfico
Bárbara Sonnewend 9. Recomendações para um sistema de monitoramento página 46
Fotografia da Capa
WWF-Brasil / Zig Koch 10. Participantes das oficinas página 48
Publicado por
WWF-Brasil 11. Referências bibliográficas página 50
Esta publicação foi possível graças ao estudo e pesquisa de governança realizado e coordenado por Fernando Luiz Abrucio¹ com a
colaboração de Vanessa Elias de Oliveira².
___
¹ Doutor em Ciência Política pela USP, professor e pesquisador da FGV-SP junto ao Programa de Mestrado e Doutorado em Admi-
nistração Pública e Governo.
² Doutora em Ciência Política pela USP, professora e pesquisadora da Universidade Federal do ABC.
HOMENAGEM ESPECIAL
Dedicamos esta publicação à Ninon Machado de Faria Leme Franco (in memorian) do Instituto Ipanema que
dedicou grande parte de sua vida a gestão e conservação das águas.
Agradecemos ao Samuel Roiphe Barreto que coordenou o programa Água para Vida do WWF-Brasil entre
2001 e 2011 e colaborou imensamente com este trabalho.
Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 2 Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 3
1. APRESENTAÇÃO
WWF-BRASIL
A criação e implementação do Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídri-
cos (SINGREH) conta com o esforço de milhares de brasileiros que acreditam que com
participação nas políticas públicas a sociedade pode desenvolver a governança necessá-
ria para o alcance dos objetivos pretendidos pelo sistema.
Entretanto, quase duas décadas após a sua criação, e não obstante o avanço na criação de
centenas de instâncias colegiadas e na implementação de diversos instrumentos de ges-
tão previstos, o SINGREH ainda carece de consolidação de sua governança para avançar
no rumo a que se propôs.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) O WWF-Brasil, na sua missão de contribuir para a conservação e boa utilização dos
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) recursos naturais, reconhece o SINGREH como o caminho mais adequado para o ge-
renciamento dos recursos hídricos, pois o mesmo reúne os princípios da participação,
Lima, Angelo José Rodrigues integração e descentralização. Todos essenciais ao gerenciamento de um bem público e
Governança dos recursos hídricos : proposta de possuidor de grande valor econômico.
indicador para acompanhar sua implementação /
Angelo José Rodrigues Lima, Fernando Luiz Diante disso, o WWF-Brasil apoia as iniciativas voltadas para o fortalecimento
Abrucio, Francisco Carlos Bezerra e Silva. -- do SINGREH, a exemplo de diversas ações já desenvolvidas ao longo das últimas
São Paulo : WWF - Brasil : FGV, 2014.
décadas, assim como na promoção de reflexões sobre práticas que contribuem para o
aperfeiçoamento de rumos na implementação do sistema.
Vários autores.
Bibliografia. A crise hídrica sem precedentes que a região Sudeste do país vem enfrentando em 2014,
ISBN: 978-85-86440-85-4 é um indicativo de que a gestão das águas tem sido negligenciada não apenas na maior
megalópole da América Latina mas como na maioria das capitais do país. É fundamental
1. Recursos hídricos - Aspectos econômicos - que a sociedade assuma um papel crítico e de cobrança de ações concretas para a melho-
Brasil 2. Recursos hídricos - Aspectos sociais - ria da gestão das águas e garantia da segurança hídrica nacional e do desenvolvimento
Brasil 3. Recursos hídricos - Desenvolvimento -
econômico e social. O Observatório das Águas poderá ter essa função de proporcionar a
Aspectos ambientais - Brasil 4. Sistema Nacional
de Gerenciamento dos Recursos Hídricos - SINGREH transparência necessária para que o Brasil rume, de forma responsável, para o caminho
I. Abrucio, Fernando Luiz. II. Silva, Francisco da sustentabilidade garantindo o acesso à água para todos os cidadãos, às atividades eco-
Carlos Bezerra e. III. Titulo. nômicas e aos ecossistemas naturais.
14-12071 CDD-333.00981 Esta publicação é mais uma contribuição do WWF-Brasil neste sentido, e sua realização
contou com o apoio do programa HSBC pela Água.
Índices para catálogo sistemático:
Maria Cecília Wey de Brito, Secretária-geral do WWF-Brasil. Mestre em Ciência Am-
1. Brasil : Recursos hídricos : Sistema
Nacional de Gerenciamento dos Recursos biental e graduada em Engenheira Agrônoma pela Escola Superior de Agricultura Luiz de
Hídricos : Economia 333.00981 Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP).
Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 5
2. APRESENTAÇÃO No campo ambiental, uma das áreas mais importantes foi colocada no Siste-
ma Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SINGREH), criado em
FGV-SP
1997. O estudo da governança deste setor é o objeto desta publicação. Toda a
gestão das águas é fundamental para qualquer sociedade, por várias razões: a
importância para a alimentação e vida das pessoas, a relevância para as ativi-
dades econômicas, seu papel na questão energética, em suma, trata-se de um
dos elementos centrais da vida social. Mas no Brasil, seja pela crença do caráter
(falsamente) infinito deste bem, seja por conta de seu uso dominado, por sécu-
As políticas públicas brasileiras vêm passando por imensas transformações desde los, pelo privilégio e mau uso de entes privados e públicos, a questão hídrica foi
o início da redemocratização do país. A Constituição de 1988 propôs cinco parâ- relegada a segundo plano.
metros institucionais que romperam com a tradição do Estado brasileiro, a saber:
Foi principalmente com a redemocratização que movimentos sociais, burocra-
1) Universalização do acesso às políticas, tornando-as direito dos cidadãos, e não tas estaduais e federais vinculados a áreas técnicas relacionadas ao uso da água,
dádivas dos governantes de plantão; acadêmicos, políticos e alguns atores do setor privado começaram a lutar pela
mudança mais geral do setor, embalados pelos mesmos tópicos que animaram a
2) Ampliação dos temas tratados pela Constituição, aumentando o leque dos Constituição de 1988, como exposto anteriormente. Interessante notar que a ges-
direitos da população, incluindo aí questões ambientais e referentes aos recursos tão mais sistêmica das águas teve suas primeiras experiências no plano subna-
hídricos; cional. A construção do conceito de Comitês de Bacia foi uma grande inovação
institucional, que combinava descentralização, participação social, financiamen-
3) Reformulação do federalismo, estabelecendo, ao mesmo tempo, a descentrali- to e articulação intergovernamental e entre Estado e sociedade.
zação das políticas, sobretudo em termos de implementação, formas de coopera-
ção, parceria e indução intergovernamental, neste último caso dando maior ên- O fato é que o SINGREH é um grande avanço institucional e trouxe melhoria na
fase ao poder da União em atuar junto a estados e, principalmente, municípios, gestão do sistema. No entanto, muitas de suas promessas não foram cumpridas,
por meio de distribuição de recursos, capacitação e definição da legislação geral; sobretudo porque a institucionalidade proposta não se efetivou por completo na
realidade. Alguns de seus elementos-chave, como a processo participativo, a des-
4) Ênfase à profissionalização da administração pública, especialmente por meio centralização e a coordenação intergovernamental, tiveram resultados subótimos.
dos instrumentos do concurso público e das carreiras, preparando o terreno para O primeiro porque ainda é preciso mobilizar o cidadão comum para este processo,
uma gestão mais técnica e menos patrimonialista; além de equalizar mais as chances dos diversos setores atuarem dentro do Sistema.
O segundo em razão da enorme heterogeneidade dos estados, da fragilidade da
5) Democratização das decisões governamentais, mediante a constituição de for- burocracia subnacional (sobretudo a local) e da falta de incentivos adequados para
mas de participação social em diversas fases das políticas públicas. a atuação dos municípios. E o terceiro porque o fortalecimento de instrumentos da
União, particularmente com a criação da Agência Nacional de Águas (ANA), ge-
Toda esta transformação institucional gerou frutos importantes nos últimos vin- rou melhorias para a política, mas ainda de maneira insuficiente, particularmente
te e cinco anos, elevando a inclusão social e a capacidade de os cidadãos interfe- no que se refere à articulação federativa e ao tratamento diferenciado que as diver-
rirem nas decisões governamentais. Mas também houve problemas no meio do sas realidades regionais precisam ter.
caminho: recursos financeiros insuficientes para a universalização, predomínio
de certos setores na agenda pública, dificuldades para descentralizar e coorde- Algumas questões também não foram colocadas adequadamente pelo modelo
nar federativamente as políticas, fragilidade da burocracia estatal em várias áreas original do SINGREH. A articulação intersetorial e a necessidade de uma polí-
(sobretudo nos governos subnacionais) e vícios no processo de democratização, tica maior de capacitação dos governos (principalmente os municipais) foram
que vão desde a captura da participação por parte de alguns grupos até a baixa temas ausentes na legislação original. Mais do que isso: a Lei N° 9.433/97 não
capacidade de atrair o eleitorado não-organizado para os fóruns participativos. deixava claro como seria a governança do Sistema, isto é, como seria feita a in-
terligação da formulação à implementação, por meio de meios, metas, acompa-
Para corrigir estes problemas, várias medidas foram tomadas, com destaque nhamento/monitoramento, indicadores, avaliação e aprendizado institucional.
para a criação daquilo que vem sendo chamado de Sistemas de Políticas Públicas Esta lacuna precisa ser resolvida, uma vez que a melhoria do SINGREH passa
(ABRUCIO & FRANZESE, 2013). Estes sistemas foram iniciados pelo Sistema pela utilização de uma gestão orientada por resultados, democraticamente cons-
Único de Saúde, o SUS, e hoje abarcam várias áreas, como a Assistência Social e truídos e fiscalizados.
a Educação (em implementação). Tal inovação institucional estabelece a lógica
sistêmica de cada setor, envolvendo a definição de seu planejamento, a relação O desafio deste estudo foi fazer o diagnóstico do Sistema Nacional de
entre os entes federativos e a articulação com a sociedade. Gerenciamento dos Recursos Hídricos, passados quinze anos de sua criação,
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e propor mudanças institucionais para sua melhoria. Resultado de parceria
entre o WWF-Brasil e a FGV-SP, o trabalho fez uma pesquisa ampla, com
análise de literatura especializada, legislação e muitas entrevistas com atores
3. INTRODUÇÃO
estratégicos, e depois o resultado foi discutido em oficinas com o objetivo de
aperfeiçoar um instrumento de governança, baseado em cinco dimensões que Este estudo é uma contribuição ao fortalecimento do Sistema Nacional de Gerencia-
compõem uma matriz de gestão sistêmica, a qual pode ser acompanhada por mento dos Recursos Hídricos (SINGREH), através da proposição de ferramentas vol-
meio de um termômetro e indicadores. Ao final, recomendou-se a criação de tadas para o monitoramento de sua governança.
um Observatório de Governança das Águas, seguindo tendência internacional
de acompanhamento de políticas públicas. Representa uma contribuição para o desenvolvimento de um sistema de monitora-
mento das capacidades estatais de gerir com qualidade os recursos hídricos do país e
Espera-se que as ideias aqui expostas possam gerar um debate para aperfeiçoar o também de articular e mobilizar outros atores estatais e sociais nessa gestão.
Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos. O SINGREH preci-
sa de reformulações e de um novo impulso, para que possa realizar plenamente Resultante de um processo que envolveu uma pesquisa nacional e um estudo
seus objetivos originais: ter uma gestão da água que seja inclusiva, democrática, sobre governança que, por sua vez, orientaram a realização de duas oficinas, a
sustentável, coordenada federativamente e seja capaz de produzir melhores re- proposta aqui apresentada não se encontra esgotada, mas constitui-se em um
sultados, constantemente avaliados e com permanente aprimoramento. ponto de partida em busca de maior aprofundamento.
Fernando Abrucio, Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo Na sua parte introdutória organiza informações que justificam a sua proposição,
(USP), professor da Fundação Getulio Vargas (SP). explicita alguns conceitos utilizados e também apresenta os principais resultados
da pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas e WWF-Brasil.
Inclui, por fim, a conclusão dos participantes sobre como poderá se dar o moni-
toramento da governança do SINGREH.
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© WWf-brasil/adriano gambarini
4. CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
O WWF-Brasil, visando contribuir para o fortalecimento do Sistema Nacional de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SINGREH), oferece mais um subsídio à re-
flexão daqueles empenhados em consolidar a Política Nacional de Recursos Hídricos.
Trata-se de um estudo composto por três partes. Na primeira delas foi realizado
uma análise da governança nos sistemas de saúde , educação segurança e assis-
tência social. Na segunda, são apresentadas as bases teórico-conceituais sobre
o tema da governança. Na terceira, foram realizadas entrevistas junto a 37 ato-
res relevantes, tanto vinculados diretamente ao SINGREH como outros que têm
poder de influência sobre ele, constituindo a base conceitual deste documento.
Além disso, propôs-se um modelo de termômetro de indicadores.
Foi instituído como um sistema, o que pressupõe uma forte articulação entre as
suas partes componentes para um bom funcionamento e, portanto, também de-
veria prever na sua instituição um acompanhamento de sua implementação e do
alcance dos seus resultados, definindo um monitoramento voltado para orientar
a atuação esperada.
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Urbanos (SRHU) do Ministério do Meio Ambiente (MMA). cursos Hídricos e sobre o funcionamento do SINGREH. Por diversas razões, o
GTAI ainda não concluiu esse trabalho.
A Agência Nacional de Águas (ANA), por atribuição estabelecida em Resolução
No 58/2006, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), iniciou a ela- O WWF-Brasil buscou, ainda em 2005, oferecer uma contribuição à essa aborda-
boração dos Relatórios de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, um do- gem ao elaborar um conjunto de proposições organizadas no documento “Refle-
cumento com periodicidade anual desde 2009, voltado para o acompanhamento xões & Dicas” (http://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/?4001), onde foi
do panorama dos recursos hídricos, em escala nacional, do ponto de vista da feito um esforço para compreender o que implicaria em catalisar a implementa-
quantidade e da qualidade, e de avaliação da evolução da gestão desses recursos. ção do SINGREH. O documento, no entanto, não previa uma proposição para
a sistemática nesse monitoramento, mas elencava possíveis indicadores a serem
O SIAPREH, por sua vez, foi uma tentativa de constituir-se em um conjunto de utilizados para monitorar a sua implementação.
dados e informações a serem levantados periodicamente junto às entidades inte-
grantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Seu obje- Nessa ocasião foi percebida a importância de incluir um acompanhamento das
tivo seria o de sistematizar informações sobre o funcionamento dos integrantes condições necessárias para que o SINGREH desenvolvesse uma governança ro-
do SINGREH e não o de apresentar informações físicas das bacias hidrográficas, busta que lhe permitisse alcançar os resultados desejados. Entretanto, foi gerado
já que essas últimas estão a cargo do Sistema Nacional de Informações sobre dentro de uma conjuntura onde o estágio de implementação do SINGREH ainda
Recursos Hídricos (SNIRH), instituído pela Lei Federal No 9433/97, sob respon- apresentava poucas experiências decorrentes do exercício da gestão.
sabilidade da Agência Nacional de Águas.
Hoje, passados 15 anos de instituição do SINGREH, verifica-se que continuam a
Embora tenha sido iniciada a proposição de um sistema de acompanhamento e inexistir indicadores de governança do sistema. Em alguns casos são formulados
conseguido elaborar três relatórios entre 2001 a 2006, não há informações atua- indicadores do estado da água e do estado de implementação dos instrumentos
lizadas sobre a continuidade desse acompanhamento. de gestão, a exemplo dos relatórios de conjuntura da ANA e de situação em alguns
estados. Também não existe um monitoramento sistematizado do SINGREH,
As tentativas de gerar indicadores para isso também se deram em uma inicia- principalmente no que diz respeito a sua governança.
tiva desenvolvida por um grupo de trabalho constituído no âmbito da Câmara
Técnica de Assuntos Legais e Institucionais (CTIL) do Conselho Nacional dos Diante disso o WWF-Brasil volta a incentivar o diálogo para o aprimoramento
Recursos Hídricos. O GT SIAPREH chegou a propor uma resolução criando um dos mecanismos de governança do SINGREH, agregando neste documento al-
Grupo de Trabalho de Acompanhamento da Implementação da Política Nacio- guns componentes essenciais para o seu desenvolvimento: os conceitos, as aná-
nal de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos lises e as proposições.
Hídricos (GTAI), em caráter permanente, no âmbito da CTIL.
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© WWf-brasil/zig koch
5. ALGUNS CONCEITOS
UTILIZADOS
Embora haja uma diversidade de conceitos para os termos envolvidos no proces-
so de acompanhamento e avaliação, de acordo com a ótica da disciplina que os
define, para esta reflexão sugere-se a adoção dos seguintes conceitos.
¹ WEBER, Max; Ensaios de sociologia. 5.ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1982.
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IMPACTO – é o resultado do programa que pode ser atribuído exclusivamente
às suas ações, após a eliminação dos efeitos externos. É o resultado líquido do A governança pública teria como principais pontos de sua agen-
programa. da as seguintes questões (Cf. ABRUCIO, MORELLI & GUIMA-
RÃES, 2011):
INDICADOR – instrumento que permite identificar e medir aspectos relacio-
nados a um determinado conceito, fenômeno, problema ou resultado de uma 1. Maior ênfase na democratização do Estado, com a abertura,
intervenção na realidade. pelo governo, de novos canais de participação e expansão da
internet e outros;
META – é a dimensão quantitativa, temporal e espacial do objetivo.
2. Busca de maior coordenação das atividades internas e exter-
MONITORIA – é o acompanhamento sistematizado, contínuo e permanente nas ao governo. No primeiro caso, por meio de estruturas matri-
que gera informações sobre o desempenho, o grau de realização, os impactos ciais e de co-responsabilização e, no segundo, por intermédio de
positivos e negativos e os benefícios e malefícios resultantes de um programa, modelos de articulação em rede e parcerias. Particular atenção
projeto ou grupo de ações. é dada aos processos de montagem de atuação conjunta com a
sociedade e com o mercado (parcerias público-privadas);
OBJETIVO – é a situação que se deseja obter ao final da implementação do
programa, mediante a aplicação dos recursos e da realização das ações previstas 3. Aprimoramento dos mecanismos que possibilitem absorver os
(Cohen e Franco, 2004) resultados das avaliações das políticas públicas, gerando novas
práticas e formatos organizacionais;
POLÍTICA – Formulação de propostas com forma e estatuto. As políticas re-
cebem tratamentos mínimos ao serem definidos metas, objetivos e recursos. 4.Inclusão de dimensões de valorização e motivação dos funcio-
Transformam-se em programas quando é explicitada a estratégia de implemen- nários públicos em adição à necessária flexibilização proposta
tação e, por uma ação de autoridade, são criadas as condições iniciais para sua pela Nova Gestão Pública, de modo a garantir adequado equilí-
implementação (Silva, 2002). brio entre cobrança e responsabilização, levando à disponibiliza-
ção de programas de capacitação e instrumentos motivacionais;
PRODUTO – é o resultado concreto das atividades desenvolvidas pelo progra-
ma, podendo ser tanto bens quanto serviços. 5. Adoção de novos parâmetros à administração pública tradi-
cional, como maior empoderamento (empowerment), equilíbrio
de funções (coordenação), ética e equidade, que se somariam aos
chamados “Es” da administração pública: eficácia, que é o ponto
central do modelo weberiano; eficiência e empreendedorismo,
O QUE É GOVERNANÇA ressaltados pela visão gerencialista; e efetividade (impacto das
ações governamentais), realçada de forma seminal pela Nova
De acordo com Abrucio e Oliveira, “o conceito de Governança Gestão Pública.
tem sua história atrelada tanto ao debate sobre as organizações,
em particular as empresas analisadas pela ótica da governança
corporativa, como também se vincula ao debate sobre reforma A Figura na página seguinte apresenta os cinco dimensões da governança pública,
do Estado e a mudança de seu papel na relação com a sociedade ressaltando que há fortes inter-relações entre eles. Este modelo foi a base para en-
e o mercado. Resumidamente, é possível dizer que a governança tender a dinâmica do Sistema Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos.
envolve tanto a gestão administrativa do Estado como a capaci-
dade de articular e mobilizar os atores estatais e sociais para re-
solver os dilemas de ação coletiva. (...) Em resumo, a governança
pública é hoje uma corrente da teoria da administração pública
que procura compatibilizar os critérios de democratização com
os de busca de melhor desempenho das políticas, acreditando
que o Estado tem um papel de liderar o processo de resolução
dos problemas coletivos, mas deve fazê-lo a partir da interação
com a sociedade”.
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© WWf-brasil/edWard parker
MODELO DE GOVERNANÇA PÚBLICA
Ȱ QUALIDADE DA LEGISLAÇÃO
AMBIENTE INSTITUCIONAL Ȱ EFETIVIDADE DA LEI
Ȱ QUALIDADE DA REGULAÇÃO
Ȱ RECURSOS FINANCEIROS
Ȱ QUALIDADE DA BUROCRACIA
CAPACIDADES ESTATAIS Ȱ ATUAÇÃO COORDENADA DOS
ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS
Ȱ PLANEJAMENTO
Ȱ METAS
INSTRUMENTO DE GESTÃO Ȱ MONITORAMENTO
DO SISTEMA Ȱ INDICADORES
Ȱ AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Ȱ LÓGICA SISTÊMICA
Ȱ FÓRUNS FEDERATIVOS
RELAÇÕES Ȱ AUTONOMIA DOS ENTES
INTERGOVERNAMENTAIS Ȱ MECANISMOS INDUTORES DE
COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO
Ȱ FLEXIBILIDADE E INOVAÇÃO
t0QSPDFTTPEFJOTUJUVDJPOBMJ[BÎÍPEPTDPNJUÐTBJOEBÏMFOUPFCVSPDSÈUJDP
t""/"WFNBTTVNJOEPVNQBQFMUÐOVFFNGVOÎÍPEBGBMUBEFQSJPSJ[B-
Entre 2011 e 2012, foram entrevistados 37 atores estratégicos, os quais ocupa- ção do governo para a política de recursos hídricos, embora possua um
vam postos em diversos níveis dentro do sistema, buscando ainda, no desenho alto potencial em termos de recursos humanos.
da investigação, uma diversidade de opinião entre eles. Por meio dessa pesquisa
qualitativa, produziu-se um diagnóstico dos pontos críticos do sistema, resumi- t""/"QPEFSJBBTTVNJSPQBQFMEFQSPNPWFSBDBQBDJUBÎÍPFEBSNBJPS
do conforme quadro abaixo: suporte técnico aos estados e, sobretudo, municípios para a gestão dos
recursos hídricos.
t"JNQMFNFOUBÎÍPEPTJOTUSVNFOUPTEFHFTUÍPBJOEBDBNJOIBDPNMFO-
tidão, em particular a cobrança e o enquadramento. Governos Estaduais:
t1PVDPTFTUBEPTFWPMVÓSBNOBDSJBÎÍPEFJOTUSVNFOUPTFTQFDÓGJDPTQBSB
FINANCIAMENTO t%JGJDVMEBEFTEFJNQMFNFOUBSBDPCSBOÎBDPNPJOTUSVNFOUPQBSBPGJ- suas peculiaridades regionais.
DA POLÍTICA nanciamento dos comitês.
t0TFTUBEPTDPOUSJCVFNQPVDPQBSBBHSFHBSPTNVOJDÓQJPTBPTJTUFNB
t0TSFDVSTPTHFSBEPTQFMBDPCSBOÎBTÍPJOTVGJDJFOUFTQBSBBHFTUÍPEPT faltando principalmente a criação de incentivos materiais e de recursos
recursos hídricos. humanos para capacitar e induzir a atuação dos governos locais.
t"DPCSBOÎBQSFDJTBTFSBEFRVBEBËEJWFSTJEBEFSFHJPOBMEPQBÓT
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PAPEL DOS ENTES ANA t3FDPOIFDFTFBHSBOEFJNQPSUÉODJBEBBHÐODJBQBSBPTJTUFNB
FEDERATIVOS t0TDPNJUÐTOÍPQPTTVFNDBQJMBSJEBEFFNNVOJDÓQJPTNBJTEJTUBOUFT
como nas grandes bacias hidrográficas. t)ÈDSÓUJDBTËQPTUVSBDFOUSBMJ[BEPSBEBBHÐODJB
t)ÈSFDPOIFDJNFOUPEFRVFBQBSUJDJQBÎÍPTPDJBMÏJNQPSUBOUFQBSBP
sistema, embora venha sendo fragilizada por diversos motivos, como o
nível técnico de algumas discussões e a maior capacidade de alguns seto-
res de se organizar frente aos demais, entre outros.
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© WWf-brasil/adriano gambarini
7. TERMÔMETRO DA Este termômetro registrou três estágios: básico, intermediário e avançado.
A situação de cada estágio foi acompanhada por argumentos que explicam as
GOVERNANÇA DO SINGREH
razões desta classificação.
A. Ambiente Institucional
(efetividade da lei e importância do tema para a agenda pública);
B. Capacidades Estatais
(recursos financeiros e qualidade da burocracia);
D. Relações Intergovernamentais
(articulação intersetorial e intrasetorial, participação do município no
sistema e fóruns federativos); Nos dias 17 e 18 de setembro de 2013, no auditório da Secretaria de Recursos Hí-
dricos – SRHU/MMA, em Brasília, outra oficina foi realizada com o objetivo de
E. Interação Estado-Sociedade aprofundar a discussão. A partir do termômetro inicialmente proposto, o grupo de
(qualificação e canais de participação). convidados deveria tentar propor um conjunto de indicadores e instrumentos de
acompanhamento da política.
Os dados foram apresentados para 31 pessoas, entre acadêmicos, decisores po- O conjunto resultante disso está apresentado seguindo três itens:
líticos, membros de organizações não-governamentais e militantes da área de
recursos hídricos, entre 24 e 25 de abril de 2013, na Fundação Getúlio Vargas,
em São Paulo. A partir do debate, produziu-se um termômetro que identifica em
que ponto está a política de recursos hídricos nas cinco dimensões estruturais do I. Aspecto da Governança
seu sistema de governança. Descrição sumária do que é o aspecto a monitorar.
II. Termômetro
Avaliação do estágio no qual se encontra o aspecto e a sua justificativa.
Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 26 Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 27
A – Dimensão da Governança: AMBIENTE INSTITUCIONAL II. Termômetro: estágio intermediário
t*OUFHSBÎÍP"QPVDBJOUFHSBÎÍPDPNBHFTUÍPVTPEPTPMPFÈHVB
QPSNFJPEPEF-
senvolvimento de estratégias para o fortalecimento da participação dos municípios.
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Política de Recursos Hídricos com as políticas setoriais diretamente relacionadas com
a gestão de recursos hídricos.
t$POFYÍP"QPVDBDPOFYÍPFJOUFHSBÎÍPDPNPTQMBOPTEFEFTFOWPMWJNFOUP
em âmbito nacional e regional entre a União, estados e regiões metropolitanas.
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III. O QUE É IMPORTANTE ACOMPANHAR III. O QUE É IMPORTANTE ACOMPANHAR
Para acompanhar o fortalecimento da governança diante dos seus aspectos t "TTJOBUVSB EP 1BDUP 1SØ(FTUÍP EBT «HVBT FOUSF PT FOUFT EP 4JTUFNB
institucionais, recomenda-se observar: como mecanismo de indutor de cooperação;
t$PNPB-FJWFNTFOEPBEFRVBEBOBTEJGFSFOUFTSFBMJEBEFTEB'FEFSBÎÍP t3FBMJ[BÎÍPEFSFVOJÜFTSFHVMBSFTEP$/3)FEPTDPOTFMIPTFTUBEVBJTQSF-
sididas por seus respectivos presidentes, refletindo o compromisso político
t $PNP WFN TF EBOEP B QBSUJDJQBÎÍP EPT NVOJDÓQJPT OPT DPMFHJBEPT EP dos dirigentes quanto à importância das agendas;
SINGREH?
t.BOUFSPNBQFBNFOUPEBTSFVOJÜFTFSFTQFDUJWBTQBVUBTEPT$POTFMIPT
t$PNPBTEJSFUSJ[FTFNFUBTEPT1MBOPTEF#BDJBTWÐNTFOEPJODPSQPSBEBT de Recursos Hídricos;
nos Planos Diretores municipais e vice versa?
t"EPÎÍPEPTQMBOPTEFSFDVSTPTIÓESJDPTOBTBHFOEBTTFUPSJBJT
1MBOPT1MV-
t$PNPBTEJSFUSJ[FTFNFUBTEPT1MBOPT/BDJPOBMF&TUBEVBJTEF3FDVSTPT rianuais e respectivos orçamentos;
Hídricos vêm sendo absorvidas e incorporadas nos Planos de Desenvolvi-
mento Sócio Econômico e Setoriais? t /ÞNFSP EF QSPHSBNBT NVOJDJQBJT WPMUBEPT QBSB B HFTUÍP EBT ÈHVBT OPT
temas: proteção, conservação, revitalização e despoluição de mananciais.
Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 30 Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 31
A Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos para Geração
de Energia Elétrica (CFURH) foi instituída por meio da Lei No 7.990/1989. Por
III. O QUE É IMPORTANTE ACOMPANHAR
sua vez a Lei No 9.984/2000, estabeleceu que as seguintes parcelas da compen- t"GPSNBÎÍPFPQFSBDJPOBMJ[BÎÍPEFVN'VOEPEF"QPJPË1PMÓUJDBEF3F-
sação financeira deverão ter destinação específica para a gestão de recursos hí- cursos Hídricos.
dricos:
t"WJODVMBÎÍPEB$'63)ËJNQMFNFOUBÎÍPEFBÎÜFTRVFMFWFNËNFMIPSJB
- 3% cabem ao MMA, correspondendo a 0,18% do valor da geração de energia hi- qualitativa e quantitativa da gestão dos recursos hídricos.
drelétrica (inclui os royalties de Itaipu), devendo ser aplicados na implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos e do SINGREH e no gerenciamento da t " JOUFHSBÎÍP F NFMIPSJB EB HFTUÍP GJOBODFJSB EPT SFDVSTPT EJTQPOÓWFJT
Rede Hidrometeorológica Nacional. para a gestão de recursos hídricos.
- 0,75% do valor da energia produzida constitui pagamento pelo uso de recursos t1PMÓUJDBTQÞCMJDBT
JOTUSVNFOUPTEFHFTUÍPDPNBTTVBTSFTQFDUJWBTGPOUFT
hídricos, devendo ser destinados ao MMA para aplicação na implementação da de recursos financeiros destinadas à implementação dos Sistemas Nacional
Política Nacional de Recursos Hídricos e do SINGREH, nos termos do artigo 22, e Estaduais de Recursos Hídricos.
da Lei nº 9.433/1997.
t1SPQPTJÎÜFTOP$POHSFTTP/BDJPOBMRVFDPOUSJCVBNQBSBBNQMJBSPTSFDVS-
Os recursos estaduais ou municipais são disponibilizados ao setor de recursos hí- sos destinados à implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos
dricos de acordo com legislações e normas pertinentes a cada UF e localidade. ou minimizar lobbies que tentem reduzir as conquistas já alcançadas.
t7FSJGJDBTFRVFGBMUBNSFHSBTQBSBBTTFHVSBSVNBBQMJDBÎÍPEPTSFDVSTPTFYJT-
tentes de forma vinculada ao SINGREH. III. O QUE É IMPORTANTE ACOMPANHAR
t4FBFRVJQFUÏDOJDBEPØSHÍPHFTUPSFODPOUSBTFBEFRVBEBRVBOUJUBUJWBNFOUF
e qualitativamente ao estágio de avanço da implementação dos instrumentos
de gestão.
Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 32 Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 33
C - Dimensão da Governança: INSTRUMENTOS DE GESTÃO D. Dimensão da Governança: RELAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS
I. Aspecto da Governança D.1 - ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL E INTRASETORIAL
A criação de uma gestão baseada em metas e indicadores é essencial em um sis- I. Aspecto da Governança
tema de governança pública. Mas para que isso ocorra é preciso mudar a lógica
dos atores do sistema, reorientando seu comportamento em prol da busca de O desenvolvimento de articulação intrasetorial é peça-chave para o sucesso das polí-
resultados. Os indicadores, neste sentido, têm de ter um papel de mobilização ticas e, em muitos casos, o mesmo vale para a articulação intersetorial. As discussões
dos atores intrínsecos e extrínsecos à política. sobre água devem permear as políticas setoriais de forma concreta e articulada.
II. Termômetro: estágio intermediário No desenho do sistema cabe aos conselhos de recursos hídricos o papel articu-
lador do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos setoriais e, de
t#BJYPOÓWFMEFEFTFOWPMWJNFOUPEPQSPDFTTPEFQMBOFKBNFOUP acordo com a sua esfera de atuação (nacional ou estadual), com os planejamen-
tos nacionais ou estaduais.
t&YJTUFNEJGFSFOUFTQMBOPTOBTWÈSJBTSFHJÜFT
II. Termômetro: estágio básico
t"BSUJDVMBÎÍPDPNPVUSBTQPMÓUJDBTFMFNFOUPTEFJOUFSBÎÍP JOUFSPV
Verifica-se que falta tanto a articulação entre os ministérios como entre
intrassetorial), mesmo que ainda não esteja plenamente desenvolvida,
as secretarias no plano subnacional. A lógica intergovernamental do
vem sendo trabalhada.
Sistema Federativo (nas suas três esferas de atuação: Federal, Estadual
e Municipal) e os entes integrantes do SINGREH (nas suas esferas de
t/ÍPIÈNPOJUPSBNFOUPEBFGFUJWJEBEFEPTQMBOPT
atuação: nacional, estadual e das bacias hidrográficas) apresentam
obstruções nos canais de atuação dos entes dos dois sistemas, tanto no
III. O QUE É IMPORTANTE ACOMPANHAR sentido vertical como horizontal e transversal.
t"JOUFSBÎÍPEPTQMBOPTEPTEJWFSTPTOÓWFJTEFHPWFSOP
BJODMVTÍPEPTQMBOPTOPTPPA
e a definição de responsabilidades no desenvolvimento e execução (atores). III. O QUE É IMPORTANTE ACOMPANHAR
t&YJTUÐODJBEPTEPDVNFOUPT 1MBOPTF3FMBUØSJPTEF"DPNQBOIBNFOUP
t"SUJDVMBÎÍPEBTQPMÓUJDBTTFUPSJBJTDPNEFGJOJÎÍPEFNFUBTDPNVOT
t&YJTUFQMBOPTFUPSJBMOPTEJWFSTPTOÓWFJTEFBUVBÎÍPEBQPMÓUJDB 13)
t3FQSFTFOUBÎÍPEFPVUSPTTFUPSFTQÞCMJDPTGVOEBNFOUBJTQBSBBHFTUÍPEPTSF-
cursos hídricos nos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos.
t0TQMBOFKBNFOUPTOPTEJWFSTPTOÓWFJTDPNQFUFOUFT FTGFSBT
FTFUPSFTTFBSUJDVMBN
t2VBMJEBEFEBTNFUBT TÍPGBDUÓWFJT
t1BSUJDJQBÎÍPEPTØSHÍPTEFHFTUÍPEPTSFDVSTPTIÓESJDPTFNPVUSPTDPMFHJBEPT
de políticas públicas com efetivo potencial de sinergia.
t)ÈDMBSF[BOBEFGJOJÎÍPEBSFTQPOTBCJMJEBEFQBSBFYFDVUBSBNFUB
t3FQSFTFOUBÎÍPFGFUJWBEFUPEPTPTTJTUFNBTFTUBEVBJTEFOUSPEP$/3)
t0SFDVSTPÏCFNEJNFOTJPOBEPFTVBBPSJHFNÏCFNEFGJOJEB
t"DPNQBOIBNFOUPFDPPSEFOBÎÍPEPTJTUFNBBUSBWÏTEFVNPSHBOJTNPFYF-
t&YJTUFTJTUFNBEFNPOJUPSBNFOUP cutivo vinculado ao CNRH constituído de forma colegiada com representação
dos estados.
t&YJTUFEFGJOJÎÍPEPFOUFSFTQPOTÈWFMQFMPNPOJUPSBNFOUPFBWBMJBÎÍP
t)ÈEFGJOJÎÍPEFQFSJPEJDJEBEFEFNPOJUPSBNFOUP
t&YJTUFTJTUFNBUJ[BÎÍPEPTEBEPTFSFTQPOTÈWFJT
D.2 - PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO NO SISTEMA
t%JTQPOJCJMJEBEFEFSFDVSTPTGJOBODFJSPT. A lógica das inter-relações governamentais do Sistema Federativo (nas suas três es-
feras de atuação: federal, estadual e municipal) e os entes integrantes do Sistema Na-
t*OUFHSBÎÍPDPNPVUSBTQPMÓUJDBTQÞCMJDBTFJOTUSVNFOUPTEFHFTUÍPBNCJFOUBMe cional de Gestão de Recursos Hídricos (nas suas esferas de atuação: nacional, esta-
territorial, de energia, agricultura, entre outras. dual e das bacias hidrográficas) apresenta obstrução nos canais de atuação dos entes
dos dois sistemas, tanto no sentido vertical como horizontal e transversal.
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II. Termômetro: estágio básico III. O que é importante acompanhar
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III. O QUE É IMPORTANTE ACOMPANHAR
E.2 - CANAIS DE PARTICIPAÇÃO t " OFDFTTJEBEF EF DBQBDJUBÎÍP EB CVSPDSBDJB FTUBUBM QBSB QSPNPÎÍP EF
políticas públicas de gestão de recursos hídricos de forma descentralizada
I. Aspecto da Governança e participativa.
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8. ALGUNS INDICADORES
PROPOSTOS Dimensão da
Governança
Aspectos da
Governança
O que pretende
verificar
Indicadores
sugeridos
Fontes
Grau de absorção
Em uma fase final deste trabalho, o conjunto de atores que participaram desta A articulação
das diretrizes e metas Análise comparativa
construção, chegaram a proposta de alguns indicadores do processo de gover- entre a política de
CAPACIDADES ESTATAIS
Sócio Econômico e
Efetividade da Legislação
Qualidade da Burocracia
Importância do tema
Conselhos Nacional e
recomendações do água(diretrizes, metas Estaduais de Recursos do órgão gestor
SINGREH estão sendo e recomendações Hídricos. Composição da
encontra-se adequada
incorporados nos do SINGREH) nos equipe de recursos
quantitativamente e Pesquisa junto aos
debates das políticas debates das políticas Análise de pautas e hídricos do órgão
relatórios dos principais qualitativamente ao órgãos gestores.
de desenvolvimento de desenvolvimento. gestor (quantidade e
Conselhos de políticas estágio de avanço da
formuladas ou em qualificação).
de desenvolvimento e implementação da
formulação. infraestrutura. gestão.
Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 40 Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 41
Dimensão da Aspectos da O que pretende Indicadores Dimensão da Aspectos da O que pretende Indicadores
Governança Fontes Governança Fontes
Governança verificar sugeridos Governança verificar sugeridos
Indicadores
operado um fundo gestão por um fundo Relatórios de execução de indicadores Disponibilização
voltado para a gestão nacional de recursos financeira. que auxiliem no dos indicadores no
dos recursos hídricos. hídricos. monitoramento planejamento.
das ações.
Se o recursos da
CFURH distribuídos
aos estados e Análise da aplicação
Ações implementadas
Monitoramento
municípios estão nos estados e % de ações de
com recursos da
sendo aplicados em municípios dos A existência e a monitoramento
CFURH.
INSTRUMENTOS DE GESTÃO
CAPACIDADES ESTATAIS
periodicidade de executado em
a gestão de recursos monitoramento. um período pré-
hídricos. determinado. Análise de
Identificação nas ru- documentos: Planos
bricas dos Planos Plu- e Relatórios de
rianuais dos recursos Execução de Recursos A efetividade do Acompanhamento dos
Monitoramento
que serão destinados destinados nos Análise dos Planos monitoramento – % de Recomendações Planos existentes.
e avaliação
a Recursos Hídricos e PPA para recursos Plurianuais da União e se as necessidades de resultantes
áreas afins, conside- hídricos / execução dos Estados. correção constatadas de avaliação
rando as prioridades orçamentária. estão sendo incorporados no
dos respectivos planos incorporadas ao planejamento.
de recursos hídricos. planejamento.
Recursos repassados
Planejamento
A execução do entre órgãos e setores Relatórios de Execução
planejamento. (aplicados) / recursos financeira. A execução do Metas implementadas
planejados. planejamento. / metas previstas.
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Dimensão da Aspectos da O que pretende Indicadores
Governança Fontes
Governança verificar sugeridos
% de representantes
Se a participação
dos órgãos gestores de
dos representantes
RELAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS
recursos hídricos em
do setor de recursos Atas dos Conselhos
A existência de cam- colegiados de outras
hídricos está sendo Setoriais.
INTERAÇÃO ESTADO - SOCIEDADE
Federativos
2VBOUJEBEFEF
Pesquisas junto aos estão cumprindo o
Fóruns
ações pactuadas Relatórios dos
órgãos gestores e papel de articular
em implementação Conselhos.
agencias de bacias. pactos entre os seus
A implementação anualmente.
2VBOUJEBEFEF membros.
de projetos, ações,
projetos, ações 2VBOUJEBEFEFBÎÜFT
deliberações sendo Como cresce a
e deliberações, relacionadas à gestão Planos e Leis
monitorados e avalia- apropriação da agenda
implementados e de recursos hídricos Municipais.
Se a participação nos
Canais de
Grau de cumprimento
órgãos oficiais do Relatórios anuais dos Se a participação
das atribuições legais Instrumentos legais
SINGREH está sendo Colegiados. municipal vem sendo
pelos Colegiados. de gestão do sistema
efetiva. regulamentada através Conjunto de leis e
incorporando
de instrumentos regulamentações.
a participação
normativos do
municipal.
SINGREH.
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© WWf-brasil/zig koch
9. RECOMENDAÇÕES PARA UM
SISTEMA DE MONITORAMENTO
Tanto a pesquisa quanto as oficinas apontaram que a estrutura mais adequada
para o monitoramento da governança do SINGREH se dê através da instituição
de um observatório de governança das águas.
Para tanto, seria fundamental criar uma entidade independente e que tenha uma
equipe técnica permanente, tal qual um Observatório do Sistema Nacional de
Recursos Hídricos, que seria responsável para acompanhar o termômetro da go-
vernança. Trata-se de replicar experiências como a da Nova Zelândia, que tem
instituições independentes de fiscalização, acompanhamento e reflexão sobre as
políticas públicas.
B
2VBMPQBQFMFRVBJTTÍPPTQPOUPTEFNPOJUPSBNFOUPRVFRVFSFNPTPCTFSWBS
O que queremos com este observatório?
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10. PARTICIPANTES 1ª
OFICINA
2ª
OFICINA
Jussara Carvalho SMA Sorocaba X Nossos agradecimentos especiais aos entrevistados(as) e aos
participantes das oficinas por esta grande colaboração.
Luiz Carlos Fontes Universidade Federal de Sergipe X
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© WWf-brasil/adriano gambarini
11. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ABERS, Rebecca (org.) (2010). Água e Política. Editora Annablume. São Paulo.
ABRUCIO, Fernando Luiz. & FRANZESE, Cibele (2013). Efeitos Recíprocos en-
tre Federalismo e Politicas Publicas no Brasil: os casos dos sistemas de saúde,
de assistência social e de educação. In: HOCHMAN, Gilberto & FARIA, Carlos
Aurélio Pimenta. (Org.). Federalismo e Politicas Públicas no Brasil. 1ed.Rio de
Janeiro: Editora da Fio Cruz, 2013, v., p. 361-386.
Governança dos recursos hídricos - Proposta de indicadores para acompanhar sua implementação - Página 50
GOVERNANÇA DOS RECURSOS HÍDRICOS - PROPOSTA DE INDICADORES PARA ACOMPANHAR SUA IMPLEMENTAÇÃO
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