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Arrigo

Barnabé



Já se vão quase 37 anos desde que Arrigo Barnabé lançou o “indegustável” Clara Crocodilo. Tido como
ponta pé inicial do movimento que ficou conhecido como Vanguarda Paulista, que além do próprio
Arrigo, tiveram como destaques Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Ná Ozzetti e as bandas
Premeditando o Breque, Língua de Trapo e Rumo, o disco tem uma sonoridade que é difícil de classificar.

Se fosse para usar referências nacionais conhecidas, poderíamos dizer que é uma mistura de Tom Zé
com Hermeto Pascoal, Música Clássica, dodecafonismo, atonalismo livre e uma boa dose de cotidiano
da vida urbana de São Paulo. Muitas das músicas possuem um ar de história em quadrinhos e de fato,
seu segundo disco, Tubarões Voadores, vinha com uma HQ de mesmo nome, sendo o primeiro
quadrinho com trilha sonora que se tem notícia, uma amostra da infinita criatividade dos vanguardistas.

Podemos encontrar uma grande influência da música da Vanguarda Paulista na música de bandas como
os Titãs, principalmente, nos primeiros discos, em músicas como “Cabeça Dinossauro” e “AAUU”, onde
as letras seguem um esquema pouco comum, característica tradicional das músicas de Arrigo Barnabé.

Embora tenha sido muito bem recebido pela crítica especializada, sendo considerada a maior novidade
da música brasileira depois da Tropicália, a música dos vanguardistas nunca foi um sucesso comercial,
nem uma prioridade das grandes gravadoras, motivando-os a abrir seus próprios selos, sendo eles os
pioneiros no seguimento de artistas independentes.

Verdade seja dita, não estávamos preparados para receber a música de Arrigo Barnabé. Até hoje, ainda
não o compreendemos bem. Muito à frente do seu tempo, tanto no passado quanto no presente, Arrigo
Barnabé fez o pop e o experimentalismo dar as mãos de uma maneira nunca vista antes, tendo em Clara
Crocodilo sua obra maior e um dos pilares da nossa tão rica e diversa música popular brasileira.


http://moozyca.com/artigo/o-principal-elemento-no-meu-trabalho-e-o-ritmo-afirma-arrigo-barnabe

Num dia desses, andando por uma rua do bairro de Pinheiros, em São Paulo, encontro com uma das
figuras mais expressivas da música contemporânea brasileira. O rosto que me chamou a atenção era do
compositor, arranjador, músico e intérprete, Arrigo Barnabé. Na correria, chamei o seu nome e ele me
passou brevemente o seu contato. Por sorte, conseguimos, depois de algum tempo, realizar uma
entrevista para o Moozyca, que pode ser conferida a seguir.

Conhecido pela sua rítmica bem elabora [e um visual que vai de Beethoven à imagem ácida de um artista
de punk jazz], Arrigo Barnabé ficou conhecido como um dos principais atores da Vanguarda Paulista, que
movimentou a capital entre o fim da década de 1970 e o meio de 1980, junto a Itamar Assumpção, Paulo
Barnabé, Luiz Tatit e o Grupo Rumo, além do pessoal da banda Premeditando o Breque. Arrigo se
destacou inicialmente pelo álbum Clara Crocodilo, lançado em 1980, que influenciou fortemente a
música brasileira.

É certo que o rótulo [Vanguarda Paulista] foi criado por críticos e jornalistas e não revela com
naturalidade a manifestação artística despropositada dos artistas da época, que nem sempre criavam
de forma coesa e consensual. “Eu tinha contato com todos, mas os pensamentos eram diferentes, isso
é bem visível”, afirma Barnabé.
Acho que estamos em um momento de transição. Acho que existe uma cena experimental sim.

Você é um compositor pouco convencional no Brasil, que parece unir um conceito mais abrangente
de polifonia, dodecafonia, música serial e também música popular. Como você dosa esses elementos
numa composição?

Praticamente tudo que componho é escrito, pensado como partitura. Conheci o dodecafonismo através
de um livro "Que és el dodecafonismo", de Herbert Eimert, em 1977. A descoberta de um sistema de
composição, de uma ferramenta que facilita a coerência e unidade, me ajudou muito. Mas o principal
elemento no meu trabalho é o ritmo, acho que ele é o motor, vide as composições anteriores a 1977:
"Sabor de Veneno", "Outros sons" e "Clara Crocodilo". Acho que o ritmo é que garante a espontaneidade
do trabalho.

Como você compõe? Poderia descrever o seu processo criativo, de forma geral?

Não existe um processo único. Às vezes trabalho com linhas melódicas, mas na maior parte das vezes
começo com ideias rítmicas.


Você enxerga uma diferença grande entre popular e erudito?

Existe uma diferença sim. A música erudita é mais elaborada. A musica popular é mais espontânea e é
basicamente a canção, então é litero-musical. A parte literária dessas canções é muito elaborada. Tanto
Augusto de Campos, quanto João Cabral - mesmo Carlos Drummond - colocam essas "letras" no mesmo
nível da poesia que produzem.









O que você acha da cena musical brasileira no momento?

Acho que estamos em um momento de transição. Acho que existe uma cena experimental sim.

Quais eram as suas influências em 1980? E quais as influências hoje?

Sempre gostei muito do Béla Bartók. Além disso, a cena da música popular brasileira na época dos
festivais, as experiências de fusão entre a música popular e a música erudita contemporânea brasileira
- Julio Medalha, Rogério Duprat, Damiano Cozzella, entre outros -, o rock e o jazz no final dos anos 60 e
começo dos 70, a música indiana em seu aspecto rítmico.
Esses dias tenho ouvido uma peça do Miki Minoru, compositor japonês contemporâneo: "Paraphrasis
after japanese ancient music". Conheci essa peça em 1970, há muito tempo não ouvia.
Tenho feito bastante letras de música, talvez fruto do trabalho interpretando Lupicínio.



Arrigo Barnabé: 'As pessoas têm de começar ouvindo Bach'

O músico Arrigo Barnabé, até hoje lembrado pela obra dodecafônica 'Clara Crocodilo', sucesso nos anos
1980, fala sobre a carreira de músico, o programa de rádio 'Supertônica' e a importância de se formar
auditivamente ouvindo Bach.

14 de outubro de 2010
por Camila Passetti

Arrigo Barnabé

Integrante da chamada Vanguarda Paulista, e conhecido nacionalmente nos anos 1980 por causa do
sucesso de ''Clara Crocodilo'' - obra dodecafônica que se tornaria referência de todo o seu trabalho -
Arrigo Barnabé tem atualmente um programa de rádio na Cultura FM de São Paulo, o ''Supertônica''.
São 31 anos de carreira, vários discos gravados e muitas trilhas sonoras para o cinema. Um trabalho
elogiadíssimo pela crítica, mas que nunca teve espaço na mídia, como ele lembra nessa entrevista feita
com exclusividade para o site Bradesco Universitários. A dificuldade de atingir o grande público levou-o
a pensar em deixar a profissão e sair do país, admite. Mas não só não seguiu com essa ideia, como nunca
parou de compor. Está preparando repertório novo na área de música popular, depois de 10 anos
envolvido com música erudita, e cantando Lupicínio Rodrigues.

Leia a entrevista, a seguir:

A música faz parte de sua vida desde muito cedo, certo? Ainda estudante, anos antes de lançar seu
primeiro CD, participou do Festival Universitário da TV Cultura (1979). Até que ponto a fase
universitária pode ser fundamental na vida de uma pessoa? O que essa fase representou na sua vida?

Arrigo Barnabé - A universidade foi importante pelos contatos. Todo o pessoal do ''Premeditando o
Breque'' e do ''Rumo'', por exemplo, estavam lá, e eu convivia com eles no departamento de música.
Mas, na verdade, eu abandonei o curso de música, em composição, na USP (Universidade de São Paulo),
porque me senti perseguido pelos professores. Na época, tinha 29 anos. Anteriormente, já havia feito
arquitetura na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), mas larguei para fazer música. Em maio de
1979, ganhei o prêmio de melhor composição no Festival da TV Cultura. Aí, passei a ser um cara mais
conhecido. Mas foi no final desse mesmo ano que, na verdade, fui reconhecido, por ter ganhado o
prêmio de melhor arranjo no Festival da TV Tupi com a música ''Sabor de Veneno''. O canal era em rede
nacional, ao contrário da TV Cultura, que era só em São Paulo. Mas, graças ao Festival da TV Cultura,
pude participar do da TV Tupi. Depois, também participei da mostra paralela de Jazz de São Paulo, que
foi marcante. São 31 anos de carreira.

O que te fez ser um músico tão peculiar capaz de chamar tanto a atenção?

Minha sorte foi que consegui colocar minhas músicas nos festivais, e elas eram uma ruptura muito
grande com o que estava sendo apresentado na época, tinham uma carga de novidade enorme, e uma
parte da audiência adorou isso. Tudo aconteceu por causa do Festival da Cultura, que não era tão
conservador quanto o da Tupi - o Tom Zé era um dos jurados. Se o da Tupi tivesse vindo antes, eu não
teria participado e tido a mesma oportunidade. Era algo muito urbano, ligado ao cotidiano da grande
cidade. Era dissonante e não era água com açúcar. Era quase agressivo. Tinha um ponto de contato
rítmico com o rock, apesar de não ser rock.

O que considera fundamental para um músico seguir carreira nos dias de hoje?

A música tem várias áreas, como compositores, instrumentistas, cantores etc. Se for para entrar em
composição como eu, aconselho analisar muito bem se é isso mesmo que se quer. Se não houver outra
saída, aí tudo bem. Se não for inevitável, faça outra coisa, porque é uma área extremamente difícil, é
horrível, a necessidade deve ser brutal, porque a pessoa tem que ter uma vontade, uma paciência e uma
dedicação muito grandes. Já para um instrumentista, percebo que o espaço tem sido cada vez maior, as
possibilidades são diversas, principalmente na área erudita. Mas para ser um bom instrumentista é
preciso estudar, assistir a muitos concertos. É como um atleta, que tem que abrir mão de muitas coisas
para ser o melhor naquilo que faz. E compensa, inclusive porque os salários são bem razoáveis para bons
instrumentistas no mercado. Vale a pena investir nisso. Quem tem necessidade de estar numa área
artística, seja ela qual for, tem que correr atrás disso, porque do contrário vai viver eternamente
carregando uma frustração. Mas se for para fazer só porque é bonito, não faça. Porque não vai dar certo
e será apenas perda de tempo.

Quais são suas referências e influências musicais?

Quando comecei a compor, em 1972, ouvia muito (Johann Sebastian) Bach e (Igor Fiodorvitch)
Stravinsky. Foram as inspirações para mim e para o Mário Lúcio Cortes compormos a parte musical de
''Clara Crocodilo''. O primeiro módulo seguia o ritmo, a linha de Bach. Fomos criando uma série de
módulos, e era preciso que nós dois tocássemos no piano, porque somente duas mãos não eram
suficientes. Até aí, a letra não existia. Apesar de ser algo muito técnico de se explicar, comecei a pensar
numa letra, e acabou nascendo uma narração, que foi uma coisa nova, e pedia uma nova atenção do
ouvinte. A música ''Clara Crocodilo'' foi sendo feita aos poucos. Fizemos em janeiro e julho de 1972,
quando eu e o Mário passamos as férias em Londrina.

''Clara Crocodilo'' (1980), além de ser um de seus grandes sucessos, é o título de seu primeiro disco. Por
que acha que depois de tanto tempo, tantos prêmios, tantas composições e sucessos ela ainda continua
sendo uma referência fortíssima de seu trabalho como músico?

O locutor, esse personagem que narra a aproximação do monstro, que é o Clara Crocodilo, mais a banda,
que carrega a história junto, são muito intensos, prendem muito e tornam aquilo muito pessoal, porque
parece que o monstro está na porta de seu quarto realmente - a música fala diretamente com quem a
ouve. Isso não é comum. E musicalmente ela é muito marcante, apesar de não ser uma composição tão
complicada (são apenas dois refrões). E além de tudo, ela tem um lado bem rock. Ah! E ainda tem o
nome, Clara Crocodilo, que é cheio de aliteração.

Além de ''Clara Crocodilo'', quais são os seus trabalhos mais marcantes?

''Diversões eletrônicas'', do Festival da Cultura, que teve um impacto grande; ''Sabor do veneno'';
''Tubarões voadores'', que é na verdade uma história em quadrinhos que eu musiquei; ''Kid supérfluo'';
''Neide manicure pedicure''; ''Acapulco drive-in'' (as duas últimas são letras do meu irmão); e tem as
mais melódicas, que as pessoas também curtem, como ''Cidade oculta''.

Suas composições, segundo a Enciclopédia da Música Brasileira (Art Editora e PubliFolha) passam pelo
dodecafonismo e pela atonalidade, sempre na fronteira entre o erudito contemporâneo e o popular.
Você concorda com essa avaliação? Como você classifica sua música?

Isso tem a ver comigo, sim. Mas minha música tem vários momentos, e a parte rítmica das minhas
composições é muito forte, muito marcante. Eu sempre penso para compor, eu escolho as coisas. Não
tenho como classificar exatamente minha música, mas posso dizer que tenho originalidade rítmica e
melódica. A originalidade é uma preocupação minha, por isso penso para compor. Procuro até encontrar
algo que eu sinta que é fresco, novo. É uma fonte de angústias (risos). Porque essa obsessão com a
originalidade não me permite fazer nada que seja igual ao que eu já tenha feito.

Você passou por inúmeras fases do cenário musical brasileiro e sempre se manteve. A que atribui essa
''habilidade''? Em algum momento pensou em desistir? Por quê?

Acho que nunca entrei propriamente no mercado. Nunca vivi de direitos autorais, vendas de CDs e
shows. Tenho projetos paralelos, dou aula, tenho um programa de rádio. Claro que estive sempre dentro
do universo musical, mas sempre tenho que correr atrás de alguma coisa. Nunca tive espaço na mídia,
nesse mercado. O rádio e a TV aberta sempre fizeram uma pressão muito grande para que certos estilos
não fizessem parte desse universo. Não sei dizer por que exatamente, mas sei que não está dentro do
que eles querem. Alguns de nós não tivemos essa oportunidade, de atingir um grande público. Pensei
em mudar de profissão, sair do país - já pensei em tudo. Mas, nos últimos 11 anos, posso dizer que vivo
muito bem, melhor do que na época em que meu nome saía sempre nos jornais e que todo mundo sabia
dos meus trabalhos. O desenvolvimento na área dos Sescs e outros espaços privados começaram a
oferecer oportunidades para a divulgação de trabalhos que não fizessem parte dessa coisa televisiva.
Tive inúmeros projetos aprovados por esses espaços. Fiz shows, óperas, gravei CD, compus novos
trabalhos. E foram trabalhos relativamente bem pagos. Naquela época, eu dependia da bilheteria para
ganhar alguma coisa, que dependia da divulgação, e que, muitas vezes, não acontecia.

Fale-nos um pouco sobre o ''Supertônica'', seu programa de rádio na Cultura FM, aos domingos,
21h30. Como é a participação do público?

Eu adoro esse programa! Ele é muito legal! Está há quatro anos no ar. A ideia é minha, mas o produtor,
o Júlio de Paula, é um cara especial, que sabe dar a forma certa. O programa não existiria se não fosse a
participação das pessoas. Eu vou às ruas entrevistá-las e saber o que elas acham de determinada música
que eu coloco para escutarem - sempre músicas estranhas, na maioria eruditas (tem até do século 11).
São grupos de pessoas, como motoqueiros, camelôs, estudantes, engraxates, jogadores de xadrez... que
também falam sobre seus gostos musicais. Além disso, sempre tem um entrevistado de alguma área
específica, que pode ser cinema, ciência, história, música... Conversamos sobre sua área de atuação,
mas também sobre seus gostos musicais. Às vezes, recebo sugestões por e-mail sobre os grupos que as
pessoas gostariam que eu fosse visitar, apesar de serem poucos. É um programa muitas vezes
emocionante e comovente, e, sem dúvida, poderia ser também um programa de televisão. Na internet,
dá para ouvir pelo Radar Cultura (www.radarcultura.com.br).

Os 30 anos do movimento do (teatro) Lira Paulistana foram lembrados no final do ano passado com
uma série de apresentações que contaram com a sua participação. O que esse resgate cultural
representa para a população?

Na época, foi uma renovação. Era um espaço que apareceu para divulgar teatro, cinema e música (no
bairro de Pinheiros, em São Paulo), que acabou tendo maior destaque. Isso porque o cenário da música
''underground'' estava sendo mais reconhecido. Eu mesmo havia acabado de lançar ''Clara Crocodilo'',
que era bem comentado. O Lira comprava muito nosso trabalho e revendia para o Brasil todo. Todo
mundo começou a ficar conhecido por causa do Lira, que tinha suas sessões lotadas com artistas como
Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Língua de Trapo, Vânia Bastos... Esse momento causou um impacto
na cultura brasileira, virou referência. É natural que 30 anos depois as pessoas lembrem disso e queiram
reiterar essa importância.

Lugares frequentados por jovens em São Paulo, como a Praça Benedito Calixto, foram palco das
apresentações da geração do Lira Paulistana. Como foi a receptividade desses jovens?

São os filhos da geração que presenciou o Lira. Mas as pessoas ainda se mostraram desbundadas com
aquilo. É um movimento que tem uma imensa capacidade de comunicação, mas que não está na mídia
por uma espécie de boicote, porque talvez não estivéssemos dentro dos padrões que eles julgam
vendáveis. E não tínhamos dinheiro para poder pagar e pôr no ar. Mas a música tem um poder de
comunicação incrível. Os movimentos culturais, como a Virada Cultural, estão cheios de jovens, só a
garotada. Claro que não foi o mesmo Lira Paulistana de 30 anos atrás, mesmo porque não houve
divulgação e organização suficientes. Acho que poderia ter sido um pouco mais planejado.

Como você enxerga a cena musical atualmente no Brasil e no mundo? A internet e a tecnologia vieram
para colaborar? Como é possível saber o que ouvir com o bombardeio de opções e informações?

As pessoas têm de começar ouvindo Bach, que isso as forma auditivamente. Quando se conhece bem
Bach, é possível ouvir o que há de bom tanto na música erudita, quanto popular ou folclórica. Isso eu
aconselho para qualquer pessoa, é algo muito simples, básico, uma ferramenta que a ajuda a treinar e
a selecionar o que há de bom. Uma pessoa que é bombardeada por informações, mas que conhece Bach,
usa isso como referência. Mas acho que a internet é muito positiva, uma maravilha. Que pena que não
tenha aparecido antes. Ela democratizou um monte de coisas. Quem quiser ouvir Bach depois de ler a
entrevista, pode fazer isso exatamente agora, por exemplo.

Você utiliza as ferramentas oferecidas pela internet como as redes sociais Twitter, Facebook, MySpace
etc.? Elas são importantes para a carreira de um músico hoje?

Eu tenho o MySpace, e acesso bastante. Entro em contato com muita gente e ouço muitas coisas novas.
É impressionante, porque agora, por exemplo, eu tenho mais acesso nos Estados Unidos do que aqui no
Brasil. Isso não seria possível sem internet. Além disso, consigo saber quais as minhas músicas que mais
interessam - ele também serve como radar. Ainda quero fazer um Facebook...

E seus projetos futuros, quais são?

Nunca paro de compor. Estou preparando um repertório novo, voltando a trabalhar na área popular
(porque de 2000 para cá fiquei na área erudita). Também estou trabalhando como cantor, coisa que
nunca fiz antes. Mas sempre gostei de interpretar. Estou cantando Lupicínio Rodrigues - são seis músicas
de um trabalho chamado ''Caixa de ódio'', que vou lançar em DVD, porque é um trabalho muito visual.
Estou fazendo shows todos os domingos na Casa de Francisca, às 21h30, em São Paulo, que vai rolar por
um bom tempo, porque a casa é pequena e sempre tem fila. E, no momento, está sendo lançado um
outro DVD e Blue-Ray, com uma ''big band'', a Orquestra à base de Sopro de Curitiba, que apresenta
uma peça de composições minhas, chamada ''Metamorfose''. Ela se baseia numa crítica social às
lambisgoias, mulheres que nunca estão satisfeitas com a própria aparência e que, por isso, fazem um
pacto com o diabo sem ao mesmo saber. Nesse mesmo DVD, a ''big band'' ainda apresenta o ''Clara
Crocodilo''.

Matéria produzida para o site Bradesco Universitarios em 04/03/2010

http://www.hipermeios.com.br/website/noticias/show.asp?nwsCode=7639637A-551C-5C04-E401-
954387E5CED1

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