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ORGÂNICOS
SISTEMAS ANAERÓBIOS
1.2.2.1 - Efeito do pH
A formação de metano pode ocorrer na faixa de pH de 6 a 8, sendo a faixa ótima
entre 6,7 a 7,4.
O efeito do pH em diversas concentrações de ácidos orgânicos voláteis também foi
estudado, havendo a recomendação de manter o pH do processo entre 6,8 a 7,2.
A faixa de pH ótima é diferente para as diversas populações que participam do
processo anaeróbio. Para a conversão de proteínas a aminoácidos, a faixa ótima é
entre 7,0 e 7,5, ao passo que para a conversão de aminoácidos a ácidos o valor
ótimo é em torno de 6,3.
concentrações tão elevadas quanto 6 a 8 g/L não exercem ação tóxica desde que o
pH do sistema seja mantido entre 7.0 a 7,5.
Sulfeto: em baixas concentrações é um nutriente fundamental para a atividade
metanogênica, por participar de um grande número de enzimas vitais. No entanto, a
partir de concentrações em torno de 150 - 200 mg/L passa a exercer efeito tóxico. A
adição de íons de ferro pode ser eficiente para contornar o problema (SOUZA,
1984)
Oxigênio: em cultura pura de anaeróbios, o oxigênio deve ser completamente
excluído. No entanto, em reatores operando com cultura mista, como é o caso de
biodigestores, a remoção de oxigênio não é necessária nem recomendada, pois é
prontamente utilizado pelos microrganismos facultativos, sempre presentes num
meio complexo . Até mesmo já se observou, em ecossistema complexo de lodos
granulados, a formação de metano em meios onde se manteve uma aeração, de
modo a ter concentrações de oxigênio dissolvido de 2 mg/L ou mais, fato explicado
como decorrente da existência, dentro dos grânulos, de micronichos anaeróbios
protegidos por bactérias facultativas.
Amônia: a toxicidade da amônia é dependente da concentração do nitrogênio
amoniacal e do pH, uma vez que o agente tóxico é mais o NH3 e não tanto o NH4+.
No entanto, quando a concentração de nitrogênio amoniacal excede cerca de 2,4
g/L, expresso em NH4+, já começa a exercer efeito tóxico sobre lodos não
aclimatados, independentemente do pH.
Metais leves: alguns metais leves (alcalinos, alcalinos terrosos), como o sódio,
potássio, cálcio, etc podem aparecer em altas concentrações em certos despejos
industriais. Estes íons não só podem ser estimulantes ou tóxicos, conforme a
concentração, como também seus efeitos podem ser aumentados ou diminuídos
pelos efeitos de sinergismo ou antagonismo por outros íons (HIRATA, 1991). O
sódio entre 0,l a 0,2 g/L é estimulante ao processo, na faixa de 3,5 a 5,5 g/L‚ é
moderadamente inibidor, e em concentrações superiores torna-se fortemente
inibidor (SOUZA, 1984; ANDERSON, 1982).
Na prática, no entanto, observa-se que muitas das lagoas empregadas para tratar
esgoto doméstico têm profundidades entre 1,5 a 3 metros. (CETESB, 1989).
Ao longo da operação desse tipo de lagoas, os sólidos sedimentáveis vão se
depositando no fundo, onde parte deles é biodigerida. A velocidade de acúmulo de
lodo nas lagoas anaeróbias, empregadas no tratamento de esgoto sanitário, varia
aproximadamente, de 0,03 a 0,04 m3/habitante.ano. Assim, é usual a limpeza a
cada período de 2 a 5 anos. (SILVA, 1979).
Os parâmetros usualmente empregados para o dimensionamento das lagoas
anaeróbias para esgoto sanitário, são apresentados na TABELA 3 a seguir:
2 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APHA, AWWA & WPCF. Standard methods for the examination of water and
wastewater. 18 ed. Washington, D.C. American Public Health Association,
1975, 550-554.
BRAILE, Pedro M.; CAVALCANTI, José E.W.A . Manual de tratamento de águas residuárias
industriais. São Paulo, CETESB, 1993.
LETTINGA, G. et alii. Use of the upflow sludge blanket reactor concept for biological
wastewater tratment, speciallu for anaerobic treatment. Biotechnology and
Bioengineering, 22,(4): 699-734, 1980..
12
VIEIRA, Sônia M.M.; SOUZA, Marcos, E.; CARVALHO, Jussara L., et al.
Tratamento de esgotos por digestão anaeróbia. Revista Ambiente, v. l, n.3, p.
132-l37, l987.