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Unidade I

FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
Ç DE EMPRESA

Prof. Orlando Guarizi


Introdução

 Até meados de 2004 o empresariado brasileiro sofria


com a agressividade das legislações da época
q ando se tornava
quando torna a insolvente.
insol ente
 Foi quando o legislador elaborou a Lei 11.101/2005,
que veio trazer compatibilidade da norma com a
realidade empresarial globalizada.
 Também conhecida como LRE ((Lei de Recuperação
p ç
de Empresas), veio revogar a antiga Concordata.
Objetivos da lei:

 preservar a empresa;
 oportunidade de sanar problemas financeiros;
 geração de trabalho;
 desenvolvimento da economia;
 captação de impostos;
 conservação
ç local;
 função social da empresa.
Alcance da legislação

Art. 1º. “Esta lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação


extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade
empresária dora
empresária, doravante
ante referidos simplesmente como de devedor”.
edor”
Não incidência

Pessoas que não são atingidas pela legislação:


I. empresa pública e sociedade de economia mista;
II. instituição financeira pública ou privada, cooperativa
de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar,
sociedade
i d d operadora
d de
d plano
l de
d assistência
i tê i à saúde,
úd
sociedade seguradora, sociedade de capitalização
e outras entidades legalmente
g equiparadas
q p às anteriores.
Competência territorial para julgamento

 Art. 3º. “É competente para homologar o plano de recuperação


extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a
falência o juízo
j í o do local do principal estabelecimento do
devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil”.
Pressupostos da falência e recuperação:

 qualidade de empresário;
 Insolvência.
Interatividade

Será decretada a falência do devedor que:


a) sem relevante razão de direito, não paga no vencimento
obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 30 (trinta)
salários-mínimos na data do pedido de falência.
falência
b) executado por qualquer quantia líquida, não paga,
não deposita
p e não nomeia à penhora
p bens suficientes
dentro do prazo legal.
c) não liquida precipitadamente seus ativos ou lança mão
de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos.
d) cumpre suas obrigações principais
e acessórias nos prazos previstos
previstos.
e) contrata seus funcionários dentro da legislação vigente.
Das obrigações do requerido

Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial


ou na falência:
I. as obrigações a título gratuito;
II. as despesas que os credores fizerem para tomar parte
na recuperação
ã jjudicial
di i l ou na falência,
f lê i salvo
l as custas
t
judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
Prescrição ações e execuções
Prescrição,

 A decretação da falência ou o deferimento do processamento


da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de
todas as ações e e
execuções
ec ções em face do de
devedor,
edor incl
inclusive
si e
aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
Da verificação e da habilitação de créditos

 A verificação dos créditos será realizada pelo administrador


judicial, com base nos livros contábeis e documentos
comerciais e fiscais do de
devedor
edor e nos doc
documentos
mentos qquee
lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar
com o auxílio de p
profissionais ou empresas
p especializadas.
p
Habilitação dos credores

Para habilitar-se nos créditos, o credor deve juntar:


I. o nome, o endereço do credor e o endereço
em que receberá comunicação de qualquer ato do processo;
II. o valor do crédito, atualizado até a data da decretação
d falência
da f lê i ou dod pedido
did ded recuperaçãoã judicial,
j di i l
sua origem e classificação;
III os documentos comprobatórios do crédito
III.
e a indicação das demais provas a serem produzidas;
IV. a indicação
ç da g garantia p
prestada pelo
p devedor,,
se houver, e o respectivo instrumento;
V. a especificação do objeto da garantia
que estiver na posse do credor.
Administrador judicial

 O administrador judicial será profissional idôneo,


preferencialmente advogado, economista, administrador
de empresas oou contador,
contador o ou pessoa jjurídica
rídica especiali
especializada.
ada
 O administrador judicial será responsável pela consolidação
do quadro-geral de credores,
credores a ser homologado pelo juiz,
juiz
com base na relação dos credores.
 O jjuiz fixará o valor e a forma de pagamento
p g da
remuneração do administrador judicial, observados a
capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade
do trabalho e os valores praticados no mercado
para o desempenho de atividades semelhantes.
Assembleia geral dos credores

Recuperação judicial:
 aprovação, rejeição ou modificação do
plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;
 a constituição do Comitê de Credores,
a escolha
lh de
d seus membros
b e sua substituição;
b tit i ã
 o pedido de desistência do devedor,
nos termos do § 4
4º do art.
art 52 desta lei;
 o nome do gestor judicial,
quando do afastamento do devedor;;
q
 qualquer outra matéria que
possa afetar os interesses dos credores;
Assembleia geral dos credores

Falência:
 a constituição do Comitê de Credores,
a escolha de seus membros e sua substituição;
 a adoção de outras modalidades de realização do ativo;
 qualquer outra matéria que possa
afetar os interesses dos credores.
Interatividade

Não compete ao administrador:


a) fornecer, com presteza, todas as informações
pedidas pelos credores interessados.
b) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão
fé de
d ofício,
fí i a fim
fi de
d servirem
i de
d fundamento
f d t nas
habilitações e impugnações de créditos
c) exigir dos credores,
credores do devedor
ou seus administradores quaisquer informações.
d)) elaborar a relação
ç de credores
de que trata o § 2º do art. 7º desta lei.
e) sanear o processo de falência.
Falência

 A falência, ao promover o afastamento do devedor de


suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização
prod ti a dos bens,
produtiva bens ativos
ati os e recursos
rec rsos produtivos,
prod ti os
inclusive os intangíveis da empresa.
 A decretação da falência determina o vencimento
antecipado das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e
solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional
dos juros, e converte todos os créditos em moeda estrangeira
para a moeda do país, pelo câmbio do dia da decisão judicial.
Competência para julgamento na falência

 O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer


todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido,
ressal adas as ca
ressalvadas causas
sas trabalhistas
trabalhistas, fiscais e aq
aquelas
elas não
reguladas nesta lei em que o falido figurar como autor
ou litisconsorte ativo.
Espécies de créditos na falência

A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:


I. os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a
150 salários-mínimos
lá i í i por credor,
d e os decorrentes
d t de d
acidentes de trabalho;
II. créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III. créditos tributários, independentemente da sua natureza
e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias;
IV. créditos com privilégio especial;
V. créditos com privilégio geral;
VI. créditos quirografários;
VII. as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das
leis penais ou administrativas,
administrativas inclusive as multas tributárias;
VIII. créditos subordinados.
Pedido de restituição

 O proprietário de bem arrecadado no processo de


falência ou que se encontre em poder do devedor na
data da decretação da falência poderá pedir s
sua
a restit
restituição.
ição
 Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida
a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias
anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda
não alienada.
Pedido de restituição

 A sentença que reconhecer o direito do requerente


determinará a entrega da coisa no prazo de
48 (q
(quarenta
arenta e oito) horas
horas.
 A sentença que negar a restituição, quando for o caso,
incluirá o requerente no quadro-geral de credores,
credores
na classificação que lhe couber, na forma da lei.
Procedimento para a decretação da falência

Será decretada a falência do devedor que:


I. sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento,
obrigação líquida materializada em título ou títulos
executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos
na data do pedido de falência;
II. executado ppor qualquer
q q quantia
q líquida,
q , não paga,
p g ,
não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes
dentro do prazo legal.
Interatividade

São atos de falência:


a) proceder à liquidação no devido vencimento de seus ativos.
b) realizar ou, por atos inequívocos, tentar realizar,
com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,
negócio
ó i simulado
i l d ou alienação
li ã de
d partet ou da
d totalidade
t t lid d
de seu ativo a terceiro, credor ou não.
c) transferir estabelecimento a terceiro
terceiro, credor ou não
não,
com o consentimento de todos os credores.
d)) p
pagamento
g de funcionários sem atraso.
e) cumprimento das obrigações tributárias.
Não será decretada a falência:

 falsidade de título;
 prescrição;
 nulidade de obrigação ou de título;
 pagamento da dívida;
 vício em protesto ou em seu instrumento;
 apresentação
p ç de pedido
p de recuperação
p ç judicial
j no prazo
p da
contestação, observados os requisitos do art. 51 desta lei;
 cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos
antes
t d do pedido
did de
d falência,
f lê i comprovada d por documento
d t hábil
do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá
contra prova de exercício posterior ao ato registrado.
Pessoas que podem requerer a falência do devedor:

 o próprio devedor;
 o cônjuge sobrevivente,
qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
 o cotista ou o acionista do devedor na
f
forma da
d lei
l i ou do
d ato
t constitutivo
tit ti da
d sociedade;
i d d
 qualquer credor.
Da inabilitação empresarial

 O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade


empresarial a partir da decretação da falência e até a
sentença que
q e extingue
e ting e suas
s as obrigações.
obrigações
 Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer
ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação
em seu registro.
Direitos do falido

 Desde a decretação da falência ou do sequestro, o devedor


perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.
Deveres do falido:

 assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo


de comparecimento, com a indicação do nome, nacionalidade,
estado civil
ci il e endereço completo do domicílio;
domicílio
 depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de
comparecimento os seus livros obrigatórios,
comparecimento, obrigatórios a fim de serem
entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por
termos assinados pelo juiz;
 não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem
motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar
procurador bastante
bastante, sob as penas cominadas na lei;
Deveres do falido

 comparecer a todos os atos da falência, podendo ser


representado por procurador, quando não for indispensável
s a presença
sua presença;
 entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis
e documentos ao administrador judicial,
judicial indicando-lhe,
indicando-lhe
para serem arrecadados, os bens que porventura tenha
em poder de terceiros;
 prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador
judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias
e fatos que interessem à falência;
 manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz.
Interatividade

Não podem requerer a falência do devedor:


a) o próprio devedor, na forma do
disposto nos arts. 105 a 107 desta lei.
b) o cônjuge sobrevivente,
qualquer
l herdeiro
h d i do d devedor
d d ou o inventariante.
i t i t
c) o cotista ou o acionista do devedor
na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade
sociedade.
d) qualquer credor.
e) o colateral até o quarto grau
que não tenha relação com o devedor.
ATÉ A PRÓXIMA!

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