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Justiça Federal da 1ª Região

Justiça Federal da 1ª Região (1º grau)

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 1011189-79.2017.4.01.3400


em 30/08/2017 22:01:30 e assinado por:
- LEONARDO LOIOLA CAVALCANTI

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ID do documento: 2652496

17083020400387100000002645916
AO JUÍZO FEDERAL DA ___ VARA CÍVEL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
BRASÍLIA - DF

1. ROZANGELA ALVES JUSTINO, brasileira, solteira, psicóloga, portadora


do R.G de nº 3.686785 SSP-DF, inscrita no CPF/MF sob o nº 515.513.657-15, com título
eleitoral número 069014870361, Seção 009, Zona 179, residente e domiciliada na Colônia
Agrícola Bernardo Sayão, Chácara 11, Casa 24, Guará II, Brasília – DF, endereço eletrônico:
rozangelajustino@gmail.com;

2. AURISTELA LOPES BRASILEIRO DE MOARES, brasileira, casada,


psicóloga, portadora do R.G de nº 2529744 PC-PA, inscrita no CPF/MF sob o nº
424.818.052-91, com título eleitoral número 029692731333, Seção 143, Zona 098, residente e
domiciliada na Rua Bernal do Couto, 1237, Umarizal, Belém – PA, endereço eletrônico:
auristelalb@gmail.com;

3. ROSANGELA ALVES GRAÇA, brasileira, casada, psicóloga, portadora do


R.G de nº 18.378.811-4 – SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob o nº 107.565.848-92, com título
eleitoral número 118310830167, Seção 008, Zona 252, residente e domicilia na Rua Anselmo
Rodrigues, n. 25, apartamento 52C, Conjunto Residencial José Bonifácio, São Paulo – SP,
endereço eletrônico: rosangela7psy@gmail.com;

_______________________________________________________________________________________
Condomínio Quintas do Sol, Qd. 9, Conj. F, Casa 21 – Jardim Botânico - Brasília – DF – CEP 71680-370
Contatos: (61) 98197-1210 – e-mail: leonardocavalcanti.adv@gmail.co
4. VÊNIA DIAS TEIXEIRA, brasileira, casada, psicóloga, portadora do R.G de
nº 887.362– SSP/GO, inscrita no CPF/MF sob o nº 440.755.451-72, com título eleitoral
número 0014.9454.1066, Seção: 340, Zona: 126, residente e domicilia na Rua 257 nº.136,
AP-2004, Ed. Arte Home - Setor Leste Universitário – CEP: 74.610-210, Goiânia – GO,
endereço eletrônico: veniateixeira@hotmail.com;

5. ROSANGELA NASCIMENTO DE MENDONÇA, brasileira, casada,


psicóloga, portadora do R.G de nº 951265– SSP/DF, inscrita no CPF/MF sob o nº
371.915.511-00, com título eleitoral número 009294192089, Seção: 081, Zona: 17, residente
e domicilia na Qd. 4 – Casa 100 – Setor Oeste do Gama – Brasília – DF, CEP.- 72425-040,
endereço eletrônico: rosangelaaleca@yahoo.com.br;

6. EDNA MARIA FERNANDES TEIXEIRA, brasileira, casada, psicóloga,


portadora do R.G de nº 162623– SSP/DF, inscrita no CPF/MF sob o nº 768.074.601-04, com
título eleitoral número 0001.6184.2054, Seção: 0352, Zona: 018, residente e domicilia na Qd
301 – cj – 03 - casa 20 - Residencial Oeste - São Sebastião - CEP 71692- 710 - Brasília-DF,
endereço eletrônico: ednamft58@gmail.com;

7. ROSANGELA APARECIDA ROSSI ANDREOSSI RODRIGUES,


brasileira, casada, psicóloga, portadora do R.G de nº 28.444.348-7– SSP/SP, inscrita no
CPF/MF sob o nº 227.191.898-71, com título eleitoral número 308980840116, Seção: 0105,
Zona: 308, residente e domicilia na RR JORGE BERETTA, n. 282, apartamento 115, Torre 3,
Parque Erasmo Assunção – Santo André – SP – CEP 09271-400, endereço eletrônico:
psicologarosangela@gmail.com;

8. SOLANGE CRISTINA DOS SANTOS, brasileira, solteira, psicóloga,


portadora do R.G de nº MG-16.337.297– SSP/MG, inscrita no CPF/MF sob o nº 061.337.936-
51, com título eleitoral número 146173350205, Seção: 0182, Zona: 097, residente e domicilia
na Rua Nigéria, 378, Bairro Ana Rita, Cidade Timóteo - MG, endereço eletrônico:
psisolangecristina@gmail.com;

9. CLÁUDIA OLÍVIA RIBEIRO HARFOUCHE, brasileira, casada, psicóloga,


portadora do R.G de 250.082 SSP/MS, inscrita no CPF/MF sob o nº 368.422.141-49, com
título eleitoral n. 007925371996, Seção: 171, Zona: 035, residente e domicilia na Av.
Noroeste, 1157, Campo Grande/MS, CEP 79009-760, endereço eletrônico: desconhecido;

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10. DAISY MARA RODRIGUES MARTINS, brasileira, solteira, depiladora,
portadora do R.G de nº 0615400-3, Detran-RJ, inscrita no CPF/MF sob o nº 776.226.427-20,
com título eleitoral número 004597800302, Seção: 089, Zona: 216, residente e domicilia na
Rua Cachambi, 780 – Bloco 2, apt. 1107, Cachambi, Rio de Janeiro - RJ – CEP 20771-632,
endereço eletrônico: daisy_martins31@yahoo.com.br;

11. DIANA DE SOUSA ARAÚJO BARROS, brasileira, casada, psicóloga,


portadora do R.G de nº 980106– SSP/DF, inscrita no CPF/MF sob o nº 010.149.831-42, com
título eleitoral número 001831252097, Seção: 101, Zona: 015, residente e domicilia na QSA
03, Casa 10, Taguatinga Sul, endereço eletrônico: diana.barros68@gmail.com;

12. RACHEL GONÇALVES CARDOSO SARAVY, brasileira, casada,


psicóloga, portadora do R.G de nº 1607259-6– SSP/AM, inscrita no CPF/MF sob o nº
684.464.032-34, com título eleitoral número 020387302208, Seção: 656, Zona: 037, residente
e domicilia na Rua Camilo Castelo Branco, 1312, Conj. 31 de Março, Bairro Japiim 2,
Manaus - AM, endereço eletrônico: rachelgcsaravy@gmail.com;

13. JEOVÂNIA SOUSA DA CRUZ, brasileira, solteira, psicóloga, portadora do


R.G de nº 2734874– SEGUP/PA, inscrita no CPF/MF sob o nº 482.309.952-49, com título
eleitoral número 028990621384, Seção: 092, Zona: 020, residente e domicilia na Rua
Icoaracy Nunes, 3175 – Bairro do Caranazal – CEP 68040-100, endereço eletrônico:
jeovania@gmail.com;

14. VALDEMAR FREITAS NOGUEIRA RIBEIRO, brasileiro, divorciado,


psicólogo, portador do R.G de nº 16.525322-8 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº
004.160.948-48, com título eleitoral número 130180620191, Seção: 075, Zona: 001, residente
e domiciliado na Quadra C12, Lt. 01/02, Edifício Central II, Apt. 305, Centro, CEP 72010-
120 – endereço eletrônico: valdemar51.psi@gmail.com;

15. ADRIANO JOSÉ LIMA E SILVA, brasileiro, solteiro, psicólogo, portador


do R.G de nº 59.580.571-1 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 057.593.434-40, com título
eleitoral número 061873910884, Seção: 706, Zona: 374, residente e domiciliado na Rua
Professor Teotônio Monteiro de Barros Filho, 113 – Vila Butantã – SP, endereço eletrônico:
adrianopsipalestras@gmail.com

16. RAFAEL MONTEIRO TEIXEIRA ARNDT, brasileiro, casado, psicólogo,


portador do R.G de nº 0203186556 - DICRJ, inscrito no CPF/MF sob o nº 103.318.587-62,

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com título eleitoral número 118347970370, Seção: 066, Zona: 040, residente e domiciliado na
Av. Domingos Perim, 119, Caixa Postal: 143, endereço eletrônico:
rafaelmteixeira@hotmail.com;

17. DEUZA MARIA DE AVELLAR, brasileira, casada, psicóloga, portadora do


R.G de nº 8.475.420-0 - IIPr, inscrita no CPF/MF sob o nº 660.891.907-72, com título
eleitoral número 005637650612, Seção: 0232, Zona: 0171, residente e domicilia na Rua Prof.
Pedro Viriato Parigot de Souza, 3901, Conj. 187, endereço eletrônico:
deuzaavellar@gmail.com;

18. ALZIRA CAROLINE FERREIRA OLIVEIRA PAREJA, brasileira,


casada, psicóloga, portadora do R.G de nº 1116464838– SSP/BA, inscrita no CPF/MF sob o
nº 019.504.505-03, com título eleitoral número 100367400523, Seção: 0094, Zona: 205, com
endereço e residência na Rua Rondônia, 95, Qd. 13, lote 09, sl. 20, Centro, Luiz Eduardo
Magalhães – BA, CEP: 47850-000, endereço eletrônico: carol.pareja.psi@gmail.com;

19. LETICIA COLOMBO MEDEIROS FERRAZ, brasileira, casada, psicóloga,


portadora do R.G de nº 4.245.575-0– SSP/PR, inscrita no CPF/MF sob o nº 869.361.669-20,
com título eleitoral número 055893830604, Seção: 0123, Zona: 101, residente e domicilia na
Rua Prof. Egídio Ferreira, 271 ap H 301 - Capoeiras - Florianópolis – PR, CEP 88090-699
ferrazleticia14@gmail.com;

20. DOMINGOS CANDIDO SANTANA, brasileiro, casado, psicólogo, portador


do R.G de nº 2.351.559-77, SSP-BA inscrito no CPF/MF sob o nº 274.043.825-72, com título
eleitoral número 044797820566, Seção: 419, Zona:5, residente e domiciliado na Rua
Jambeiro da Barragem 28, Boca da Mata, Salvador – BA, endereço eletrônico: pr-
candido@hotmail.com ;

21. CARMELINA GOMES DE SOUZA, brasileira, casada, psicóloga, portadora


do R.G de nº 2395611, SSP-DF inscrita no CPF/MF sob o nº 125.217.101-30, com título
eleitoral número 002166912070, Seção:444, Zona:15, residente e domiciliada no SHA Conj.
06, Chácara 28, casa , Cond. Residencial Serra Grande – Águas Claras, Brasília – DF, CEP
71006-235, endereço eletrônico carmelinagmes@hotmail.com;

22. MARIGLAUCI MACHADO WEGERMANN, brasileira, casada, psicóloga,


portadora do R.G de nº 8.024.591.197, SSP-RS, inscrita no CPF/MF sob o nº 418.694.780-53,
com título eleitoral número 028000950418, Seção: 300, Zona: 18, residente e domiciliada no

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SHIS Q.I 27, Conj. 2, casa 13, Brasília – DF, CEP 71675-020, endereço eletrônico
thukamariglauci@yahoo.com.br;

23. MÁRCIA CRISTINA PASSARELLES CORRÊA, brasileira, casada,


psicóloga, portadora do R.G de nº 05841771-8, com órgão emissor Detran, inscrita no
CPF/MF sob o nº 735.728.107-87, com título eleitoral número 029660250345, Seção:34,
Zona:242, residente e domiciliada na Rua Esdras Nascimento, 60, Ihhoaíba – RJ, endereço
mpassarelles@hotmail.com

cidadãos em pleno gozo dos direitos políticos (doc. anexo conforme artigo 1º, § 3º, da Lei nº
4.717/65), por intermédio de seus advogados infra-assinados, vêm à presença de Vossa
Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988, e na Lei nº 4.717/65, propor a presente

AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em desfavor do CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, pessoa jurídica de direito

público, CNPJ: 00.393.272/0001-07,


SAF SUL (Setor de Administração Federal Sul), Quadra 2, Bloco B, Edifício Via Office, Térreo, Sala

104 - Brasília - DF - CEP: 70070-600, representado por seu Presidente, dr. Rogério Giannini,
pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

“Para não cair na ignorância, deve o homem estar convencido que não se deve retirar as
opiniões que criam obstáculos, pois a refutação é a mais eficaz da purificação e não a
eliminação daquela. Assim, não se deve podar o conhecimento, mas alimentá-lo para transpor
as barreiras que o impedem de caminhar. “ Leonardo Loiola Cavalcanti

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1. DA LEGITIMIDADE ATIVA

De acordo com o artigo 1º da Lei 4.717/65, qualquer cidadão é parte legítima para propor
Ação Popular, sendo que a prova da cidadania, para ingresso em juízo, nos termos do § 3º do
referido artigo, “será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda”.

Para tal, o dispositivo legal assim disciplina (Lei n. 4.717/65):

Art. 1º QUALQUER CIDADÃO será parte legítima para pleitear a


ANULAÇÃO ou a declaração de nulidade DE ATOS LESIVOS AO
PATRIMÔNIO DA UNIÃO, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista
(Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a
União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços
sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio
o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao
patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de
quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres
públicos.
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste
artigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico
ou turístico.
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja criação ou
custeio o tesouro público concorra com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas, as consequências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos
terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos.
§ 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo anterior, deverão
ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos
respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução de
ação popular.
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justificado,
impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação.
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser proposta
desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao juiz,
após apreciar os motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de razão
de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o
processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em
julgado de sentença condenatória.

Ainda, a pretensão dos autores é amparada, também, no artigo 5º, inciso


LXXIII da Carta Magna. O texto constitucional assim dispõe:

CRFB: Art.5º: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade

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de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

A utilização da ação popular pelo cidadão consagra a efetiva participação do


mesmo na vida política ativa do Estado, pois, assim como através do voto, deste modo o
popular encontra-se fiscalizando e gerindo a coisa pública, ainda que de forma externa.

Sobre o tema, interessante é a lição de Paulo Hamilton Siqueira Júnior:

O exercício da cidadania configura-se como um dos desdobramentos do


Estado Democrático e Social de Direito, constituindo princípio fundamental
da República Federativa do Brasil. A cidadania credencia o cidadão a
participar da vida efetiva do Estado como partícipe da sociedade política. O
cidadão passa a ser pessoa integrada na vida estatal. A cidadania é esse
efetivo exercício político. O exercício da cidadania é mais amplo que o
simples exercício dos direitos políticos, entretanto, aquele pressupõe a
existência deste. Assim, só o titular dos direitos políticos pode exercer a
cidadania plena.1

Nos termos da legislação de regência, a Ação Popular destina-se a proteger


o patrimônio público, propiciando a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio
dos entes públicos ou de instituições ou entidades criadas, custeadas ou subvencionadas pelos
cofres públicos, bem como ao meio ambiente, à moralidade administrativa e ao patrimônio
histórico e cultural.
O Conselho Federal de Psicologia, apesar de ter autonomia administrativa,
tem previsão de participação de servidor de ente público, para participar no quadro pessoal de
funcionários do referido Conselho, o colocando ainda como uma autarquia custeada e/ou
subvencionada pelo poder público, o que agrava mais ainda a lesão ao patrimônio público.
Isso se retira do artigo 35, parágrafo único das Disposições Gerais e
Transitórias do Capítulo VIII, da Lei 5.766/1971, que preconiza:

“Art. 35. O regime jurídico do pessoal dos Conselhos será o da


legislação trabalhista.

Parágrafo único. Os respectivos presidentes, mediante


representação ao Ministério do Trabalho e Previdência Social,
poderão solicitar a requisição de servidores da
administração direta ou autárquica, na forma e condições da
legislação pertinente.” Destaquei

1
SIQUEIRA JR., Paulo Hamilton. Direito processual constitucional. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012, pp. 545.

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Vencendo essa etapa, seguimos a análise da questão do Patrimônio Público
que está sendo lesado, a saber : o patrimônio cultural, sendo este integrado, nos termos do
artigo 216, da Constituição da República, o seguinte:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens


de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou
em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico.

Dessa forma, sendo a ação popular mecanismo de defesa disponibilizado


aos cidadãos que podem utilizar deste instrumento para o resguardo da integridade moral,
ética, da administração pública e, sendo os Autores(as) pessoas físicas2, cidadãos brasileiros
natos, no gozo dos seus direitos políticos, e eleitores devidamente regulares com a justiça
eleitoral, têm direito ao ajuizamento da presente ação, pois se substancia num instituto legal
de Democracia.

Concentra-se, assim, na defesa de direito difuso na qual os autores não


visam à proteção de direito próprio, mas o interesse da coletividade, da coisa pública,
coisa do povo, bem como o alcance, também, de toda a comunidade de psicólogos, no
caso, o livre exercício da profissão, da liberdade de expressão, a fim de preservar e
garantir o desenvolvimento científico, protegido pela Lei Maior.

Todo ato lesivo ao patrimônio agride a moralidade administrativa.

Por fim, os Autores(as) propõem a presente ação com o intuito de sustar,


anular o ato administrativo lesivo ao Estado, praticados pelo Conselho Federal de Psicologia,
como ficará demonstrado.

2
Respeitando assim a súmula do STF n º 365: “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular”.

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2. DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Sabe-se que a legitimidade passiva para a causa se refere à qualidade


daquela pessoa que deve suportar o ônus da propositura da demanda, logo, é a pessoa contra
quem se propõe a ação, aquela que resiste à pretensão dos autores.
Assim, segundo o art. 6º da Lei 4.717/1965, os legitimados passivos, in
verbis:
“Art. 6º - A ação popular será proposta contra as pessoas públicas ou
privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades,
funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado,
ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissão, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.” Grifei

Em tal grau, os legitimados passivos são as pessoas que dão causa ao dano,
a ilegalidade ou ilicitude dos atos praticados, os funcionários ou administradores que
autorizaram, aprovaram, ratificaram, ou praticaram os atos acima aludidos.
É absolutamente incontroverso, pelos fatos que adiante serão narrados, e
pelas provas que serão apresentadas, que os atos cometidos pelo Réu, Conselho Federal de
Psicologia, ao aprovar a Resolução nº 001/1999, que impede o livre exercício do
desenvolvimento científico realizados pelos psicólogos do Brasil, não deixa de ser ele a
pessoa a configurar o polo passivo desta demanda.

3. DO OBJETO DA PRESENTE AÇÃO POPULAR

Esta ação popular, como proposta, tem índole repressiva e corretiva, ao


mesmo tempo. Com ela se pretende a sustação e anulação dos comandos que afrontam o
patrimônio público, em especial, o patrimônio cultural, nele inserido o estudo e
desenvolvimento científico que é imprescindível ao desenvolvimento de uma sociedade,
de um povo, para a sua evolução que perpassa de geração em geração.
Trata-se de ação popular cujo fundamento visa sustar, anular, os efeitos da
Resolução nº 0001, de 22 de março de 1999, editada e aprovada pelo Conselho Federal

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de Psicologia – CFP, que vedou aos psicólogos o direito de estudos sobre a suposta
patologia de comportamentos ou práticas homoeróticas, bem como impondo àqueles a
proibição de qualquer pronunciamento e nem participação de pronunciamentos
públicos, nos meios de comunicação de massa, estudos científicos, análises sobre a
relação homossexuais, pelo argumento de que haveria um reforço aos preconceitos
sociais existentes em tal relação.

A Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 001/99 de 22 de março


de 1999, estabeleceu normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da
Orientação Sexual, sobre o seguinte argumento:

“CONSIDERANDO que o psicólogo é um profissional da saúde;


CONSIDERANDO que na prática profissional,
independentemente da área em que esteja atuando, o
psicólogo é freqüentemente interpelado por questões ligadas
à sexualidade.
CONSIDERANDO que a forma como cada um vive sua
sexualidade faz parte da identidade do sujeito, a qual deve
ser compreendida na sua totalidade;
CONSIDERANDO que a homossexualidade não constitui
doença, nem distúrbio e nem perversão; CONSIDERANDO que
há, na sociedade, uma inquietação em torno de práticas
sexuais desviantes da norma estabelecida sócio-
culturalmente;
CONSIDERANDO que a Psicologia pode e deve contribuir com
seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões
da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e
discriminações;
RESOLVE: Art. 1° - Os psicólogos atuarão segundo os princípios
éticos da profissão notadamente aqueles que disciplinam a
não discriminação e a promoção e bem-estar das pessoas e da
humanidade.
Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir, com seu
conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o
desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra
aqueles que apresentam comportamentos ou práticas
homoeróticas.
Art. 3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que
favoreça a patologização de comportamentos ou práticas
homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a
orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos
e serviços que proponham tratamento e cura das
homossexualidades.
Art. 4° - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão
de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de

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massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes
em relação aos homossexuais como portadores de qualquer
desordem psíquica.” Destaquei

4. DO DIREITO DO ESTUDO CIENTÍFICO

A psicologia enfrentou em sua história diversas correntes teóricas e


abordagens terapêuticas divergentes entre si, sendo que muito do que se sabe hoje e aceito nas
metodologias de estudo e ensino, só foi possível diante da abertura de diálogo com outras
ciências.
Diferente não foi com as ciências exatas que, mesmo diante do controle da
igreja, por sua própria natureza, foi capaz de sobreviver para novas descobertas, o que não
podemos garantir se mundo não sofreu nenhum prejuízo diante das limitações impostas aos
seus estudiosos, cientistas, ou se, simplesmente, essas limitações foram necessárias para um
novo giro na pesquisa e estudo, os quais não se sabem se aceleraram ou retardaram o
conhecimento e desenvolvimento científico.
Com a psicologia e com outras ciências também não são diferentes,
necessitando sempre da garantia e preservação da sua liberdade de pesquisa, de estudo, sem
que o Estado ou terceiros venha limitar a metodologia de estudo e pesquisa, o que poderia
atrasar a descoberta que, certamente, traria um bem para a humanidade.
A psicologia está ligada à profissão da saúde, ao passo que o campo da
saúde está em constante processo de conhecimento, o que, necessariamente, está conectada ao
estudo científico.
Para alcançar os estudos que psicologia alcançou, o Estado teve que se
adaptar e proteger as pesquisas e estudos científicos, bem como a proteção da liberdade de
expressão como também o direito do exercício da profissão, pois, sem essa proteção,
impossível a atuação de tal trabalho e estudo.
Em nosso ordenamento jurídico, o termo "ciência", enquanto atividade
individual, foi considerado como patrimônio público, ao passo de fazer parte do catálogo dos
direitos fundamentais da pessoa humana (inciso IX do art. 5º da CF), indisponíveis nas
relações jurídicas.
Desse exposto, os autores não poderiam ficar na inércia de provocar este
juízo, de que o Conselho Federal de Psicologia vem violando o patrimônio público com a

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referida resolução, da qual interfere nos estudos e pesquisas científicas relacionadas à
compreensão e sobre questões ligadas à sexualidade, causando dano ao interesse coletivo.
Na referida Resolução, mesmo considerando que o psicólogo “é
freqüentemente interpelado por questões ligadas à sexualidade”, o impede de desenvolver
estudos, atendimentos, pesquisas científicas, sobre comportamentos ou práticas homoeróticas,
sem ainda, poder dar diagnóstico para tratamentos não solicitados.

Art. 3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que


favoreça a patologização de comportamentos ou práticas
homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a
orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
A CIÊNCIA, O ESTUDO, A PESQUISA, ESTÃO LIMITADAS AO
DESEJO DO PACIENTE, DO OBJETO DO SEU ESTUDO, OU DO SEU
PESQUISADOR, DAQUELE QUE INVESTIGA?

5. DA LIVRE EXPRESSÃO DA ATIVIDADE INTELECTUAL E


CIENTÍFICA

A Constituição Federal preconiza no artigo 5º, IX, da CF, o seguinte:

“é livre a expressão da atividade intelectual, artística,


científica e de comunicação, independentemente de censura
ou licença; Destacamos

Segundo o Supremo Tribunal Federal, em consonância com a Constituição


Federal, a liberdade do exercício da profissão é a regra. Até porque o exercício do direito
fundamental de livre manifestação do pensamento deve ser garantido a todas as pessoas, o que
inclui, obviamente, o psicólogo.

“A liberdade de expressão constitui -se em direito


fundamental do cidadão, envolvendo o pensamento, a
exposição de fatos atuais ou históricos e a crítica.”
(HC 83.125, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 16-9-
2003, Primeira Turma, DJ de 7-11-2003.) Grifamos

Não pode o Estado estabelecer, a priori, o que pode e o que não pode ser
dito pelos indivíduos, muito menos um Conselho de entidade profissional regulamentar regras
que atingem o interesse da sociedade.

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O CFP não respeitou o posicionamento do STF, que entende como núcleo
duro (cláusula pétrea) o conteúdo de manifestação do pensamento, o que impôs ao poder
legislativo o seu afastamento a qualquer legislação que venha dispor sobre vedação de
manifestação do pensamento.
“Por entender que o exercício dos direitos fundamentais de
reunião e de livre manifestação do pensamento devem ser
garantidos a todas as pessoas...,”
(ADPF 187, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em
15-6-2011, Plenário, Informativo 631.)

“Não cabe ao Estado, por qualquer dos seus órgãos, definir


previamente o que pode ou o que não pode ser dito por
indivíduos e jornalistas. Dever de omissão que inclui a própria
atividade legislativa, pois é vedado à lei dispor sobre o núcleo
duro das atividades jornalísticas, assim entendidas as
coordenadas de tempo e de conteúdo da manifestação do
pensamento, da informação e da criação lato sensu. [...]
(ADI 4.451-MC-REF, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em
2-9-2010, Plenário, DJE de 1º-7-2011.) Vide: ADPF 130, Rel.
Min. Ayres Britto, julgamento em 30-4-2009, Plenário, DJE de
6-11-2009.) Grifamos

Com mais força ainda, o texto constitucional dá a devida garantia ao campo


da ciência: “O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e
a capacitação tecnológicas”.
Como se nota, há um entroncamento entre a liberdade de expressão com a
do desenvolvimento e pesquisa científica, não podendo ser abalada tal estrutura, pois se trata
da proteção do direito de personalidade, uma vez que também visa à melhoria das condições
da vida para todos os indivíduos.
Como se depreende do julgado:
“O termo ‘ciência’, enquanto atividade individual, faz parte
do catálogo dos direitos fundamentais da pessoa humana
(inciso IX do art. 5º da CF). Liberdade de expressão que se
afigura como clássico direito constitucional civil ou genuíno
direito de personalidade. Por isso que exigente do máximo de
proteção jurídica, até como signo de vida coletiva civilizada.
Tão qualificadora do indivíduo e da sociedade é essa vocação
para os misteres da Ciência que o Magno Texto Federal abre
todo um autonomizado capítulo para prestigiá-la por modo
superlativo (Capítulo IV do Título VIII). A regra de que ‘O
Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a
pesquisa e a capacitação tecnológicas’ (art. 218, caput) é de
logo complementada com o preceito (§ 1º do mesmo art. 218)
que autoriza a edição de normas como a constante do art. 5º da
Lei de Biossegurança. A compatibilização da liberdade de

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expressão científica com os deveres estatais de propulsão
das ciências que sirvam à melhoria das condições de vida
para todos os indivíduos. Assegurada, sempre, a dignidade da
pessoa humana, a CF dota o bloco normativo posto no art. 5º da
Lei 11.105/2005 do necessário fundamento para dele afastar
qualquer invalidade jurídica (Min. Cármen Lúcia).” (ADI
3.510, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29-5-2008,
Plenário, DJE de 28-5-2010.)” Grifamos

Não bastasse o CFP violar o direito fundamental da proteção ao


desenvolvimento da ciência, que beneficia toda a sociedade, também violou o seu direito
de regular a profissão, colocando uma classe de profissionais de joelhos ao desiderato de
um Conselho que rompe com postulados do Estado, com nítido prejuízo para a
sociedade.
Ora, o direito censurado pelo Conselho Federal de Psicologia atinge de
frente o patrimônio público cultural, nele contido o direito de fazer ciência, que toda a
sociedade tem direito de ser beneficiada em seu proveito.
Isto porque, o cidadão não poderia requerer ao psicólogo orientação ou
tratamento sobre o comportamento de sua sexualidade, uma vez que aquele profissional
estaria impedido de prestar serviços a tal cidadão, à sociedade, diante da vedação aplicada
pela Resolução do CFP.
Dano também direto ao Código de Defesa do Consumidor, que impede que
o cidadão possa buscar orientação ou tratamento para suas questões psicológicas.
Conforme a Resolução, OS PSICÓLOGOS ESTÃO IMPEDIDOS DE
TRABALHAREM PARA UM DETERMINADO GRUPO DA SOCIEDADE, ao passo de
não poderem expressar suas opiniões e, tampouco, apresentarem seus estudos e pesquisas
científicas em palestras ou algo do gênero, em que, caso alcancem em seus trabalhos alguma
patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, seriam mitigados de
apresentarem os seus dados.
Essa Resolução é uma afronta aos direitos da sociedade, do cidadão, do
profissional da saúde, psicólogo, e contra a humanidade, uma vez que impede estudos
científicos que possam trazer soluções ou formas que venham facilitar a compreensão sobre
os comportamentos homoeróticos.
Não deixa de ser, também, um atraso para a ciência, ao permitir, puxando o
freio, motivado por preconceito e discriminação, com a intenção de impedir o avanço de
estudos sobre a égide daqueles que não querem avançar, porque se sentem satisfeitos com o

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que têm. Com efeito, mata a ciência, a pesquisa e o estudo, e retira da sociedade o direito de
progredir, de evoluir.

6. DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

A Lei de Ação Popular assim dispõe em seu artigo 5º: “§ 4º Na defesa do


patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado”.
Dispõe o parágrafo 3º do artigo 84 do CDC que, “sendo relevante o
fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu”.
Os dispositivos supramencionados cuidam da concessão de tutela liminar
para garantir a total satisfação do direito do usuário de serviço público (consumidor) nos
casos em que a espera pelo provimento final da demanda interfere de forma negativa.
O poder do Juiz de antecipar, provisoriamente, a própria solução definitiva
esperada no processo principal, surge da circunstância de que a realização do direito não pode
aguardar a sentença final. É providência de natureza emergencial, adotada em caráter
provisório.
Isto porque, a Resolução se encontra em vigor há mais de 17 (dezessete)
anos, causando danos ao patrimônio público, o que se torna imprescindível a antecipação de
tutela, uma vez que a limitação da atividade do trabalho do psicólogo vai contra a sociedade, a
que tem maior interesse pelo desenvolvimento científico.
Os requisitos para a concessão da liminar facilmente se vislumbram do
já exposto. O fumus boni juris, sem um prejulgamento de mérito, consubstancia-se em
um juízo de probabilidade, razoavelmente demonstrado, de irregularidade e
abusividade da conduta adotada pelo Conselho Federal de Psicologia. Não há como se
negar, por mais perfunctória que seja a análise dos dispositivos invocados quando da
abordagem do mérito, de que o A Resolução nº 001/199, do Conselho Federal de Psicologia,
ora guerreada, desrespeita e viola o patrimônio público no que se refere ao estudo científico
entre outros princípios a ele vinculados. O fumus boni juris emana, portanto, de todo o
exposto, à luz dos preceitos constitucionais que conferem ao consumidor o direito a receber
proteção especial do Estado e da Lei Federal no. 8.078/90, que erige a direito básico do

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consumidor a proteção contra práticas e cláusulas abusivas impostas no fornecimento de
serviços.
O periculum in mora, de outra parte, reside na necessidade de se impedir, o
quanto antes, a continuidade da prática abusiva ora descrita, em indiscutível prejuízo aos
usuários do serviço em questão, de modo que não se dever aguardar o julgamento definitivo
da lide. Existe, inegavelmente, o fundado receio de prejuízo irreversível aos
consumidores, pois, se subsistirem vigentes aquelas violações ao patrimônio público, até
o término desta demanda, estes que estão sem a devida prestação de serviços, continua
sem a proteção estatal, diante de tal vedação; prejuízo cuja reparação é impossível, já que
os psicólogos não podem exercer suas atividades profissionais sem que ocorra em sanção do
CFP, o que lhes ocorrerá a total violação de seus direitos bem como do patrimônio público.
Tendo em vista o tempo decorrido com a regular tramitação do processo, a
decisão final e definitiva da presente ação pode demorar alguns anos, acarretando sensível
prejuízo aos profissionais e pacientes do serviço de psicologia que continuarão submetidos à
referida prática lesiva do Conselho Federal de Psicologia.
Verificando os endereços das partes autoras, são estas de diversos
estados do país, que buscam que o Estado venha expurgar qualquer norma que possa ir
contra o patrimônio público e contra aqueles que querem utilizar de seus direitos, mas
não podem diante de uma dispositivo, que não seguiu as formalidades do Poder
Legislativo, e, que mesmo nesse poder, não poderia ser deliberado, conforme decisão do
STF.
Importa salientar que o que se requer neste pedido de medida liminar é a
suspensão da Resolução nº 001/199, do Conselho Federal de Psicologia, publicados,
respectivamente, no sítio do CFP3
Em última análise, a concessão de medida liminar não só atenderá aos
interesses de grande parcela da sociedade como evitará que o Judiciário decida inúmeras
outras ações individuais sobre o mesmo assunto (economia processual e evita decisões
divergentes) e inibirá a adoção de práticas similares às combatidas nesta demanda.

3
http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1999/03/resolucao1999_1.pdf
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7. DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONSIDERANDO a nulidade absoluta do ato administrativo emanados


pelo Conselho Federal de Psicologia (Resolução nº 001/199);

CONSIDERANDO que a publicidade realizada atinge todos os psicólogos;


CONSIDERANDO que a sociedade é a maior prejudicada pela vedação
dos psicólogos tratarem de comportamentos homoeróticos;
CONSIDERANDO o prejuízo para a ciência;
CONSIDERANDO que a resolução atingiu o postulado de que é livre a
expressão da atividade intelectual;
CONSIDERANDO o livre exercício da profissão;
CONSIDERANDO que o ato lesivo ao patrimônio público atinge o
consumidor.

8. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se:

a) – que o Conselho Federal de Psicologia em obrigação de fazer no sentido


de:
b) suspender os efeitos da Resolução 001/1999;
c) que o Conselho Federal de Psicologia publique em seus sítios e redes
sociais a suspensão de tal resolução;
d) que o Conselho Federal de Psicologia suspenda todos os processos
relacionados à Resolução 001/1999, bem como a anulação de sanções impostas aos
psicólogos que foram penalizados por tal resolução.

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9. DOS PEDIDOS DEFINITIVOS

Requer, ainda, os Autores:

a) – A concessão de MEDIDA LIMINAR, inaudita altera parte, obrigando


o Réu a, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar da intimação da decisão concessiva
de liminar, a proceder nos moldes do item “a”, “b”, “c” e “d” supra, sob pena de incidência de
multa diária, na forma do parágrafo 3º, do artigo 84 do C.D.C., sem prejuízo da tipificação do
crime de desobediência;
b) – que, após os trâmites processuais, seja finalmente julgada procedente a
pretensão deduzida na presente ação, declarando-se a Resolução 001/1999, do Conselho
Federal de Psicologia, abusiva ao patrimônio público, condenando-se o réu, a se abster de
qualquer penalização ao psicólogo sobre o fundamento da resolução retro;
c) – a procedência dos pedidos para decretar a invalidade do ato lesivo ao
patrimônio público e à moralidade;
d) – seja determinada a citação do Réu, a fim de que, advertido da sujeição
aos efeitos da revelia, apresentem, querendo, contestação ao pedido ora deduzido;
e) – seja determinada a anulação de todos os processos referentes à
Resolução 001/1999, bem como a anulação de sanções impostas aos psicólogos que foram
penalizados por tal resolução.
f) - a determinação para que o réu publique em seus sítios e redes sociais a
anulação de tal resolução;
g) – A intimação do i. membro do Ministério Público Federal e dos
Territórios, nos termos do art. 7º, inciso I, ‘a’, da Lei de Ação Popular;
h) - a condenação dos requeridos ao pagamento dos ônus sucumbenciais,
das custas e demais despesas judiciais e extrajudiciais;
i) - a dispensa do pagamento de custas, emolumentos e outros encargos,
desde logo, em face do previsto art. 5º, LXXIII, da CF;
j) - seja tornada definitiva a concessão da liminar;
k) – a juntada dos documentos anexos.

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Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito,
especialmente pela juntada de documentos, e por tudo o mais que se fizer necessário à cabal
demonstração dos fatos articulados na presente inicial.

Dá-se a causa, para fins fiscais, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

E. Deferimento.
Brasília (DF), 30 de agosto de 2017.

Leonardo Loiola Cavalcanti Elâine Cristina dos Santos


OAB/DF 39.037 OAB/MG 162.206

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