Professional Documents
Culture Documents
Paul Chappel
DICTIONARY OF PENTECOSTAL AND CHARISMATIC MOVEMENTS
[DICIONÁRIO DOS MOVIMENTOS PENTECOSTAL E CARISMÁTICO]
John Graham Lake
Se algum dia existiu alguém que se pode dizer que andou sob o poder da
revelação de “Deus no homem”, essa pessoa foi John G. Lake. Ele era um homem
com propósito, visão, força e caráter; seu único objetivo na vida era mostrar o
Senhor, em sua plenitude, a cada pessoa. Ele sempre dizia que o segredo do poder de
Deus não estava no fazer, mas sim, no ser. Para ele, os cristãos cheios do Espírito
Santo deveriam manifestar o mesmo tipo de ministério de Jesus quando viveu aqui na
terra, e que isso só seria possível se eles vissem a si mesmos como Deus os vê.
John G. Lake nasceu no dia 18 de Março de 1870, em Ontário, Canadá; A
primeira vez que Lake ouviu a mensagem do Evangelho foi em uma reunião do
Exército da Salvação, quando ele tinha dezesseis anos de idade; logo depois entregou
sua vida ao Senhor. Embora sempre tenha tido uma vida correta, seu coração vivia
inquieto até que pediu a Deus que o salvasse; foi ordenado ministro metodista aos 21
anos de idade, mas preferiu seguir a carreira no mundo dos negócios. Lake foi muito
ebm sucedido em seus empreendimentos, fundando um jornal, depois migrando para
o ramo imobiliário e finalmente trabalhando com seguros. Embora lhe tivessem
oferecido um salário de 50 mil dólares por ano para administrar uma companhia de
seguros, Lake sentiu que Deus estava exigindo a dedicação de todas as suas energias
à pregação do evangelho.
A drástica mudança na vida de Lake foi influenciada por vários milagres de
cura, culminando na cura instantânea de sua esposa, que sofria de tuberculose,
durante uma ministração de John Alexander Dowie, 1898. Depois de presenciar estas
curas, Lake associou-se ao ministério de Dowie e serviu como presbítero na Igreja
Apostólica Católica Zion. Mais tarde, depois de deixar Dowie, começou a exercer seu
ministério à noite, enquanto prosseguia durante o dia com suas atividades no mundo
dos negócios. Lake pediu a Deus o batismo no Espírito Santo e, depois de nove meses
de busca, sentiu sobre si o poder de Deus, em resposta às orações.
Logo depois que recebeu o batismo no Espírito Santo, em 1907, Lake sentiu
que Deus o chamava para a África. Abandonou os negócios, distribuiu seus bens e
partiu para o continente africano, confiando que Deus supriria todas as necessidades
de sua família. Lake, sua esposa, seus sete filhos e mais quatro adultos chegaram a
África do Sul na primavera de 1908. Seu grupo de missionários acreditava que Deus
iria adiante deles, preparando o caminho. No navio, eles conheceram uma senhora
que lhes providenciou uma casa, porque o senhor lhe havia ordenado que arranjasse
acomodação para seus servos. Infelizmente, as provisões miraculosas não
continuaram. O povo da terra pensava que os missionários eram americanos ricos, e,
quando Lake e seu grupo esgotaram todos os seus recursos na obra, acabaram sem ter
nem mesmo o que comer.
A senhora Lake morreu em dezembro de 1908, enquanto Lake estava ausente,
pregando em vários lugares. Acredita-se que ela morreu por excesso de trabalho e
desnutrição. A more da esposa foi um golpe severo para Lake. Embora tenha
continuado com seu ministério na África por alguns anos, ele sentia os efeitos da
solidão, que acabou provocando seu regresso para os Estados Unidos. De volta ao seu
país natal, ele se casou em 1913 com Florence Switzer e se estabeleceu em Spokane
um ano depois.
Estima-se que milhares de casos de cura divina ocorreram durante os cinco ou
seis anos seguintes de ministério de Lake. Ele se mudou para Portland em maio de
1920 e ali deu início a um trabalho semelhante ao que realizava em Spokane. A saúde
de Lake não lhe permitiu a realização de um sonho: uma rede de instituições de cura
divina que se estendria por todo o país. Ele morreu de derrame em 1935 aos 65 anos.
A compreensão de Lake acerca do ministério e ao poder do Espírito Santo no
que tange à cura divina foi revolucionário. Ele apresentava a unção do Espírito como
algo tangível, e a comparava com a eletricidade. Sobre uma avassaladora peste que
dizimou a população africana e que afugentou médicos e enfermeiros por seu alto
poder de contágio, Lake, que, com sua equipe cuidava dos infectados, foi indagado
por um médico: “O que você tem feito para se proteger? Você deve ter algum
segredo.” Ao que Lake respondeu: “Irmãos, isso é a lei do Espírito de vida em Jesus
Cristo. Creio que enquanto eu mantiver a minha alma ligada ao Deus vivo, de
maneira que seu Espírito continue fluindo dentro de meu corpo e da minha alma,
nenhum germe vai conseguir sequer chegar perto de mim, pois o Espírito de Deus vai
destruí-lo antes.” O médico, à pedido de Lake, colocou uma enorme quantidade de
germes vivos, espalhando aquela espuma mortal nas mãos de John Lake, que
anunciou que os germes iriam morrer. E tão logo o doutor fez isso, descobriu que os
germes morriam instantaneamente, assim que entravam em contato com as mãos de
Lake. Esse mesmo poder constantemente fluía das mãos de Lake para o corpo dos
oprimidos, trazendo cura às multidões. Os “raios de Deus”, como Lake chamava,
exterminavam todos os males e enfermidades. John Lake foi o pioneiro das chamadas
“salas de cura”, que consistiam em reuniões em casas e pequenos estabelecimentos,
onde se faziam estudos bíblicos e orava-se por cura divina; multidões também foram
curadas nesse empreendimento.
Jim Zeigler
DICTIONARY OF PENTECOSTAL AND CHARISMATIC MOVEMENTS
[DICIONÁRIO DOS MOVIMENTOS PENTECOSTAL E CARISMÁTICO
Smith Wigglesworth (Menston, 8 de junho de 1859 - Wakefield, 12 de março de
1947) foi uma importante figura religiosa britânica, do fim do Século XIX,
importante para a história do início do pentecostalismo.
Smith Wigglesworth um inglês, nasceu em uma família pobre. Sua esposa, Polly, o
ensinou a ler depois de casados em 1882, e ele nunca leu outro livro senão a Bíblia.
Assim como no caso de outras pessoas que experimentaram milagres de cura, uma
cura pessoal (peritonites) voltou a sua atenção à cura divina. Até que recebeu o
batismo com o Espírito Santo, em 1907, ele tinha um negócio secular e ajudava sua
esposa em uma missão. Ela era uma pregadora, e estava constantemente dando
testemunho a outras pessoas, ganhando almas para o reino.
Anos depois, se tornou um homem de tal magnitude, que o evangelista de cura Oral
Roberts, disse uma vez diante de outros companheiros evangelistas, “devemos a este
homem uma dívida impossível de calcular.”
Durante seus cultos, Polly Wigglesworth pedia seu esposo para pregar, mas ele se
desconcertava e desconcertava também aos que assistiam por seu medo de falar. Uma
vez, os homens da congregação sentiram de impor as mãos sobre ele e orar. Apesar
de seus melhores esforços e dos esforços que outros faziam, continuou sendo um
fracassado orador. Finalmente, declarou que nunca falaria em público outra vez.
Entretanto, quando recebeu o batismo no Espírito Santo, sua vida foi transformada.
Naquela época, sua esposa não cria no falar em línguas, e ela o desafiou a pregar no
domingo seguinte, conhecendo a sua falta de habilidade lingüística. A unção caiu e
ele falou com grande clareza e coragem. Polly estava tão surpreendida, que repetia
gritando: “Esse não é o meu Smith… O que aconteceu com esse homem?”
Rapidamente um simples trabalhador sem instrução foi transformado em um
pregador de fé impressionante.
Wigglesworth entendia que a enfermidade e as doenças eram do diabo, de modo que
foi conhecido pela maneira com que tratava as pessoas enfermas, em demonstrações
físicas surpreendentes e emocionantes.
O evangelista Lester Sumrall lembra a primeira vez que foi testemunha de Smith
Wigglesworth em ação. “Certa vez (Wigglesworth) conduzia um culto de cura na
Califórnia, quando lhe trouxeram um homem com câncer, em estado terminal. Ele
estava tão perto da morte que o médico que o ajudava foi com ele para monitorar seus
sinais vitais. Wigglesworth, com sua natureza rude, disse ao médico: “Que está
acontecendo?”O doutor lhe respondeu: “Ele está morrendo de câncer.” Sem dar
tempo de nada, Smith bateu no estômago do homem com tal força que ele desmaiou.
O médico rapidamente o atendeu e gritou: “Ele está morto! Você o matou! A família
exigirá explicações!”
Smith Wigglesworth não se moveu. Ele simplesmente respondeu: “Ele está curado.”
E sem preocupar-se, seguiu orando por outras pessoas no culto.
Dez minutos mais tarde, o homem – com sua roupa de hospital – chegou pelo
corredor, procurando a Wigglesworth, totalmente curado. Isto não impressionou nem
um pouco a Smith Wigglesworth, pois era o que ele esperava. E continuou orando
pelos outros que necessitavam.”
Em outra ocasião, no Colégio Sião, uma mulher paralítica, frágil, chegou para que
orassem por ela. Smith Wigglesworth orou quase com impaciência. Como era
habitual, imediatamente, ordenou que caminhasse. Ela, duvidando, começou a olhar
ao redor. Sem nenhum tipo de aviso, Wigglesworth foi por detrás dela e a empurrou.
Quando ela, tropeçando, começou a correr, ele a seguia pelo corredor gritando:
“Corra, senhora, corra!” Ela correu bastante para sair do alcance dele. Eventualmente,
conseguiu alcançar a saída e correu pelas ruas, aparentemente tão assustada quanto
curada. Quando o evangelista começou a orar pela próxima pessoa, o homem mudou
rapidamente o seu pedido – de uma úlcera no estômago para uma suave dor de
cabeça.
Albert Hibbert, o amigo mais próximo de Smith Wigglesworth, cita o evangelista
dizendo: “Eu não maltrato as pessoas, eu maltrato o diabo. E se as pessoas se põem
no caminho, não posso fazer nada… Não se pode tratar gentilmente com o diabo,
nem dar a ele conforto; porque ele gosta muito da comodidade.”
Smith Wigglesworth também passou por tempos de sofrimento: perdeu sua amada
esposa seis anos depois de sua transformação em um grande homem de fé, com uma
unção especial. Em 1913, sua esposa Polly morreu sem nenhuma razão aparente,
quando estava a caminho de uma reunião em que ela iria pregar.
Quando voltou a sua casa, Wigglesworth foi ao quarto onde se encontrava, na cama,
o corpo de sua esposa morta. Ele repreendeu o espírito de morte, e ordenou à vida,
que regressasse.
Polly abriu os seus olhos e disse: “Por que você fez isso, Smith?” Ela não desejava
voltar à terra. E depois de uma conversa carinhosa, ele a deixou ir para o céu.
Catorze pessoas foram documentadas como ressuscitadas, voltando à vida de entre os
mortos, através do ministério de Wigglesworth. Ainda que, de forma não oficial, esse
registro poderia chegar a vinte e três pessoas. Não existia nada tão grande para a sua
fé. Desde dores de cabeça a cânceres, era tudo o mesmo para ele. Há algo
demasiadamente difícil para Deus?
Kathryn Kuhlman