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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Avaliação e Conduta da

Epilepsia
na Atenção Básica
e na Urgência
e Emergência
Brasília – DF
2018
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Especializada e Temática

Avaliação e Conduta da
Epilepsia
na Atenção Básica
e na Urgência
e Emergência
Brasília – DF
2018
2018 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É
permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>. O conteúdo desta e de outras
obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na página: <http://editora.saude.gov.br>.

Tiragem: 1ª edição – 2018 – versão eletrônica

Traduzido da obra do MH-GAP da OMS.


Revisão técnica: Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia, Liga Brasileira de
Elaboração, distribuição e informações: Epilepsia, Academia Brasileira de Neurologia, Associação Brasileira de Epilepsia,
MINISTÉRIO DA SAÚDE Federação Brasileira de Epilepsia, E-Jaguar e Sociedade Brasileira de Medicina de
Secretaria de Atenção à Saúde Família e Comunidade
Departamento de Atenção Especializada e Temática
Coordenação-Geral de Atenção Especializada Editora responsável:
Esplanada dos Ministérios, bloco G MINISTÉRIO DA SAÚDE
CEP: 70070-600 – Brasília/DF Secretaria-Executiva
Tel.: (61) 3315-2425 Subsecretaria de Assuntos Administrativos
Site: www.saude.gov.br/sas Coordenação-Geral de Documentação e Informação
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Cintia Marino Morasco, Neli Muraki Ishikawa e Vânia Kelly Alves da Silva Tels.: (61) 3315-7790 / 3315-7794
Fax: (61) 3233-9558
Tradução: Li Li Min Site: http://editora.saude.gov.br
E-mail: editora.ms@saude.gov.br
Colaboração: Ana Carolina Coan, Carlos Guerreiro, Carlos Silvado, Danusa Brandão,
Felipe Cavalcante, Fernando Cendes, José Eduardo Fogolin, Leonardo Monteiro Equipe editorial:
Savassi, Kátia Lin, Li Li Min, Luis Otavio Caboclo, Marleide Mota Gomes, Maria Carolina Normalização: Luciana Cerqueira Brito
Doretto, Maria Luiza de Manreza, Marilisa Guerreiro, Patrícia Sampaio Chueiri, Paula Revisão: Khamila Silva e Tamires Alcântara
Teixeira Fernandes, Raquel Vaz Cardoso, Sheila Martins, Patrícia Tambourgi Capa, projeto gráfico e diagramação: Marcelo de Souza Rodrigues

Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática.
Avaliação e conduta da epilepsia na atenção básica e na urgência e emergência [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
Especializada e Temática; tradução de Li Li Min. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.
17 p. : il.

Modo de acesso: World Wide Web: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/avaliação_conduta_epilepsia_atencao_basica.pdf>


ISBN: 978-85-334-2569-9

1. Epilepsia. 2. Atenção básica. 3. Atendimento de urgência e emergência. I. Título.


CDU 616.853
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2018/0029

Título para indexação:


Assessment and conduct of Epilepsy in Primary Care and in the Emergency Department
SUMÁRIO
EPILEPSIA/CRISES EPI

APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................................................... 4

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................................... 5

2 GUIA DE AVALIAÇÃO E CONDUTA PARA EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR....................................................................................... 6

3 GUIA DE AVALIAÇÃO E CONDUTA AMBULATORIAL....................................................................................................................... 8

4 DETALHES DE INTERVENÇÃO...................................................................................................................................................... 11

4.1 Iniciar a terapia com droga antiepiléptica...................................................................................................................................... 11

4.2 Acompanhamento.......................................................................................................................................................................... 11

4.3 Tratamento farmacológico e recomendações................................................................................................................................ 12

5 TRATAMENTO PSICOSSOCIAL E RECOMENDAÇÕES...................................................................................................................... 13

5.1 Eduque as pessoas com crises ou epilepsia e seus cuidadores...................................................................................................... 13

6 COMBATE AO ESTIGMA E MEDIDAS DE PREVENÇÃO.................................................................................................................. 14

6.1 Eduque as pessoas da comunidade................................................................................................................................................ 14

6.2 Prevenção da epilepsia................................................................................................................................................................... 14

7 AVALIAÇÃO E MANEJO HOSPITALAR........................................................................................................................................... 15

8 AVALIAÇÃO E CONDUTA DO ESTADO DE MAL EPILÉPTICO........................................................................................................... 16


EP I EPILEPSIA/CRISES EPILEPSIA/CRISES
APRESENTAÇÃO

Este manual de avaliação e manejo de paciente com epilepsia para médico não especialista é baseado no MH-
Gap Intervention Guideline da Organização Mundial da Saúde, parte da estratégia em prover atendimento médico
adequado à pessoa com epilepsia.
O manual contém fluxograma de avaliação no lado esquerdo com a respectiva conduta no lado direito e,
entre elas, pontos nodais de decisão.
Este manual tem a sua origem na ação conjunta do Departamento de Atenção Básica e do Departamento de
Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde.
Participaram da discussão e elaboração deste manual os seguintes profissionais: Li Li Min, Carlos Silvado,
Leonardo Monteiro Savassi, Paula Teixeira Fernandes, Sheila Martins, Sabrina Mendes, Vânia Kelly, José Eduardo
Fogolin, Felipe Cavalcante, Raquel Vaz Cardoso, Patrícia Sampaio Chueiri, Danusa Brandão, Luis Otavio Caboclo, Maria
Carolina Doretto, Patrícia Tambourgi, Kátia Lin, Maria Luiza de Manreza, Marleide Mota Gomes, Carlos Guerreiro,
Marilisa Guerreiro, Fernando Cendes, Ana Carolina Coan. Entidades participantes: Assistência à Saúde de Pacientes
com Epilepsia, Liga Brasileira de Epilepsia, Academia Brasileira de Neurologia, Associação Brasileira de Epilepsia,
Federação Brasileira de Epilepsia, E-Jaguar e Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.

4
EPILEPSIA/CRISES EPI
1 INTRODUÇÃO

Epilepsia é uma doença neurológica que pode ser prevenida e controlada em até 70% dos pacientes. O não
tratamento é um risco à morte súbita e a traumatismos. As causas da epilepsia podem ser genéticas ou adquiridas.
As causas adquiridas constituem a grande maioria e incluem: traumatismo craniano, lesões perinatais e infecções
encefálicas, entre elas a neurocisticercose e o acidente vascular cerebral. Em alguns casos, a causa não é identificada.
As crises epilépticas causadas por alteração transitória das atividades neuronais podem se manifestar de formas
diferentes. A forma mais comum é a convulsão. As outras crises, aqui agrupadas como não convulsivas, podem ter
apresentações como: alteração sensorial (sentir cheiro, ver luzes), de percepção (sensação de ter visto, sentimento
de medo) e comportamentais (ficar parado “ausente”, mexer as mãos sem um propósito). Essas crises não convulsivas
são, muitas vezes, difíceis de serem diagnosticadas, exceto quando evoluem para uma convulsão. A convulsão é
diferente, por ser prontamente reconhecida. Sua principal manifestação é descrita como enrijecimento do corpo
(contrações musculares súbitas), causando perda de equilíbrio e queda ao solo, seguida de relaxamento e contração
de grupos musculares, podendo ter ou não relaxamento dos esfíncteres vesical e intestinal. A convulsão é o tipo
de crise mais associado ao estigma, à morbidade e à mortalidade. Este manual aborda somente a epilepsia com
crise convulsiva.

5
EPI 2 EPILEPSIA/CRISES
2 GUIA DE AVALIAÇÃO E CONDUTA PARA EMERGÊNCIA
EPI 0
PRÉ-HOSPITALAR
Guia de Avaliação e Manejo para Emergência Pré-hospitalar! !
Em casos de emergência, a avaliação e o ! SIM  Verifique vias aéreas, respiração e circulação.
 Proteja a pessoa de ferimentos: certifique que esteja em lugar seguro, longe do fogo e
manejo são feitos simultaneamente! Em todos os outras coisas que podem machucá-la.
casos.  NÃO deixe a pessoa sozinha. Peça ajuda, se necessário.
 Posicione a pessoa de lado para prevenir aspiração.
1. A pessoa está em convulsão ou inconsciente  NÃO coloque nada na boca da pessoa.
SIM
 Ministre solução salina fisiológica intravenosa (I.V.) a 30 gotas/minuto.
Se estiver tendo  Dê glicose I.V. (50 ml de glicose 50% no adulto; 2-5 ml/kg de glicose 10% em crianças),
Medir: convulsão. ressalva em pacientes alcoolistas ou desnutridos.
 Pressão arterial, temperatura e frequência
 Injete diazepam I.V. 10 mg lentamente (criança; 1 mg/idade ano).
respiratória.
 Injete diazepam retal (na mesma dose acima), se não conseguir linha venosa.
Diagnóstico de  NÃO dê diazepam por via intramuscular.
Investigar:
 Sinais de trauma craniano ou de coluna.
 Pupilas: dilatadas ou puntiformes? Assimétricas?
gravidez.  Caso a convulsão continuar após 10 minutos da primeira dose de diazepam, dê a
segunda dose na mesma dosagem. !
✚ ENCAMINHE A PESSOA URGENTEMENTE PARA UM HOSPITAL.
Não reativas à luz?
Se tiver na  NÃO dê mais que duas doses de diazepam.
 Sinais de meningite ou infecção sistêmica.
 Déficits focais. segunda metade
da gravidez ou  Aplique sulfato de magnésio 10 g I.M.; aplique 5 g (10 ml de 50% solução) com 1
até 1 semana pós- ml de lidocaína 2% na mesma seringa. I.M. profunda no quadrante superior externo em
Perguntar sobre: -parto cada nádega.
 Caso inconsciente, pergunte ao acompanhante: E sem história de  Se a pressão arterial diastólica estiver acima de 110 mmHg: aplique hidralazina 5 mg I.V.
“teve uma convulsão recente?” epilepsia: lentamente (3-4 minutos). Se não for possível, aplique I.M. Se a pressão diastólica
 Duração da alteração da consciência/convulsão. permanecer acima de 90 mmHg, repita a dose a cada 30 minutos até que a pressão
Suspeite de diastólica atinja 90 mmHg. Não aplique mais que 20 mg de hidralazina no total.
 Número de convulsões. eclâmpsia
 História de trauma craniano ou de pescoço ✚ ENCAMINHE A PESSOA URGENTEMENTE PARA UM HOSPITAL para seguir com o
tratamento e manejo da gravidez, de parto e de cuidados pós-parto.
 Outros problemas médicos, medicação ou SIM
intoxicação (exemplo: organofosforado), uso de
outras substâncias (estimulantes, Se houver  Maneje a pessoa em convulsão usando o protocolo indicado acima.
benzodiazepínicos e álcool), abstinência de suspeita de ✚ ENCAMINHE A PESSOA URGENTEMENTE PARA UM HOSPITAL.
álcool, diabetes. trauma craniano  Trauma craniano ou de pescoço: Não movimente o pescoço.
 História de epilepsia. ou de pescoço ou  Neuroinfecção: manejo a infecção conforme as diretrizes locais.
neuroinfecção.

6
EPILEPSIA/CRISES EPI 2
2 GUIA DE AVALIAÇÃO E CONDUTA PARA EMERGÊNCIA EPI 0
PRÉ-HOSPITALAR
Guia de Avaliação e Manejo para emergência pré-hospitalar!

2. As crises ainda con nuam?


Suspeite de ! ✚ ENCAMINHE A PESSOA URGENTEMENTE PARA UM HOSPITAL para ser manejada
em ambiente hospitalar. >>EPI 5.2
+
Estado de Mal  Assegure das vias aéreas, respiração e circulação.
Epilép co  Administre oxigênio inalatório.
Se as convulsões:  Verifique a necessidade de intubação/ven ação, quando múl plas drogas estão sendo
ministradas.
 Já duram mais de 5 minutos OU  Posicione a pessoa de lado para evitar aspiração de secreções.
 NÃO coloque nada na boca durante a convulsão.
 Ocorrem em surtos em que a pessoa não recupera
a consciência entre as crises OU Dê:
 Fenobarbital 20 mg/kg, I.V. (velocidade < 100 mg/minuto), OU
 Não respondem a duas doses de diazepam.  Fenitoína 20 mg/kg I.V. (em uma linha diferente do diazepam, velocidade <50mg/min).
É importante que a linha venosa seja adequada, pois a medicação é cáus a é pode
causar lesão local, caso extravase.

Se as crises con nuam:

A avaliação e o manejo em casos de !  Dê uma dose adicional de fenitoína 10 mg/kg I.V. (em uma linha diferente do diazepam)
durante 30 minutos.
emergência são feitos simultaneamente!  Monitore a pessoa para depressão respiratória
.

7
EPI 3 EPILEPSIA/CRISES EPILEPSIA/CRISES
EPI 1
3 Guia de Avaliação e CONDUTA Ambulatorial
Guia de Avaliação e Manejo
NÃO
1. A pessoa tem crises convulsivas?  Em caso de episódios
Se a pessoa apresentar ou menos critérios, suspeite de crises recorrentes,
não convulsivas ou outra doença. ENCAMINHAR AO
Pergunte sobre os seguintes critérios: ESPECIALISTA.
 Perda ou comprometimento de consciência.  Retorno em três meses.
 Enrijecimento, rigidez que duram 1-2 minutos.
 Movimentos convulsivos, durando 1-2 minutos. SIM
 Mordedura na língua ou machucados no corpo.
 Incontinência urinária ou fecal. Se a pessoa tem movimentos convulsivos mais dois outros
 Depois dos movimentos anormais: apresenta fadiga, critérios, pode ser crise convulsiva de causa aguda ou epilepsia.  Trate a doença física.
tontura, sonolência, confusão, comportamento  Manutenção de droga
anormal, dor de cabeça, dor muscular. antiepiléptica não é
necessária.
 Seguimento em três
meses para avaliar se
SIM a pessoa tem epilepsia.

Suspeite de etiologia aguda:


2. Se as crises convulsivas estão presentes, elas tem  Neuroinfecção (meningite/encefalite). Suspeite de convulsão febril
uma causa aguda?  Trauma craniano. complexa.
 Hipoglicemia, hiponatremia. ✚ ENCAMINHE PARA IN-
 Uso ou abstinência de álcool ou drogas. TERNAÇÃO HOSPITALAR.
Pergunte e investigue:
 Investigue
 Febre, dor de cabeça, sinais de meningite (rigidez de
Se SIM e se for uma criança entre 6 meses e 6 anos de idade neuroinfecção.
nuca).
com febre e as convulsões tiverem um dos seguintes três critérios:  Marque um retorno.
 Se começam imediatamente após trauma craniano.
 Distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hiponatremia). NÃO  Focal – começa em uma parte do corpo.
 Uso ou abstinência de álcool ou drogas.  Prolongado – dura mais que 15 minutos. Suspeite de convulsão febril
 Repetido – mais que um episódio durante o mesmo evento simples.
febril.  Trate a febre e investigue
a sua causa.
Se não for causa aguda. Se nenhum dos três critérios estiverem presentes  Observe por 24 horas.
na criança com febre  Marque um retorno.

8
EPILEPSIA/CRISES EPI 1 EPI 3

3 Guia de Avaliação e CONDUTA Ambulatorial


Guia de Avaliação e Manejo

Se não for causa aguda.

3. A pessoa teve no mínimo duas crises no último NÃO


ano em dias diferentes?
Se não houver uma causa clara e a Não é epilepsia:
pessoa tiver tido uma crise única.  Manutenção de droga antiepiléptica não é
Pergunte sobre: necessária.
 Gravidade.  Seguimento em três meses. Se tiver eventos
• Qual a frequência das crises? adicionais sugestivos de crise, reavalie quanto à
• Quantas crises teve no último ano? possível epilepsia.
• Quando foi a última crise?
 Possíveis causas da epilepsia: história de trauma ou SIM
hipóxia perinatal, trauma craniano, neuroinfecção,
história familiar de convulsões. Se sim,  Inicie droga antiepiléptica >> EPI 2.1.
Trate como epilepsia. fenobarbital, carbamazepina, fenitoína ou
valproato. >> EPI 2.3
 Eduque sobre a doença, estilo de vida, questões
de segurança, importância da adesão ao
tratamento e acompanhamento regular. >> EPI
3.1
 Marque retornos regulares. >>EPI 2.2

9
AMBULATORIAL
EPI 3 EPILEPSIA/CRISES EPILEPSIA/CRISES
EPI 1
3 Guia de Avaliação e CONDUTA Ambulatorial
Guia de Avaliação e Manejo
SIM
4. Pessoas em grupos especiais.  Se disponível, use carbamazepina ou valproato >> EPI 2.3
(evite fenobarbital e fenitoína).
Se associada à limitação
intelectual ou  Maneje a limitação intelectual ou o transtorno
comportamental.
transtornos
Em crianças: investigue a presença de limitação intelectual comportamentais.
associada ou transtornos comportamentais.
 Recomende ácido fólico (5 mg/dia) para todas as mulheres
em idade fértil.
 Evite valproato em todas mulheres em idade fértil.

Mulheres em idade fértil.


SIM

Se estiver grávida.  Gravidez não é associada à piora ou à melhora no controle


das crises.
 Não suspenda a medicação antiepiléptica, caso já em
tratamento.
 Indique acompanhamento pré natal.
 No primeiro trimestre:
SIM • Evite valproato.
• Evite politerapia.
Se estiver
 Recomende parto no hospital ou maternidade.
amamentando.
 No parto, dê 1 mg de vitamina K I.M. ao recém-nascido
para prevenir doença hemorrágica.

Inicie com carbamazepina, fenobarbital, fenitoína ou


5. Condições concomitantes. valproato, ou continue com a terapia antiepiléptica, caso já em
SIM tratamento.

Se outra condição
Presença de depressão, psicose ou autoagressão. Maneje tanto a epilepsia quanto à condição concomitante.
concomitante estiver
presente.

10
EPILEPSIA/CRISES EPILEPSIA/CRISES EPI 4

4 Detalhes de Intervenção EPI 2

Detalhes de Intervenção

Tratamento farmacológico e recomendações

4.1 4.2 Acompanhamento  Se as crises persis rem depois de duas tenta vas

A maioria das crises podem ser controladas


!  Peça que anote a resposta ao tratamento, efeito
com monoterapias, revise o diagnós o
(incluindo as comorbidades), a adesão ao
(totalmente ou com redução significa va) com colateral e adesão (dose que esqueceu). tratamento e encaminhe para um especialista
droga an epilép ca.  Os efeitos colaterais podem ser devido à alta para avaliação e tratamento.
dose da droga (exemplo: tontura, nistagmo,  Se com o tratamento, a pessoa apresentar
 Prescreva carbamazepina, fenobarbital, fenitoína diplopia e ataxia) ou podem ser idiossincrá os efeitos colaterais e o controle das crises for
ou valproato, conforme a disponibilidade. (reação alérgica, aplasia de medula óssea, inadequado, marque retornos mensais.
 Inicie o tratamento com apenas uma medicação. falência hepá ). Mais detalhes para cada droga  Con e com o seguimento a cada três meses, se
 Inicie o tratamento com a dose mais baixa e an epilép a, veja >> EPI 2.3. as crises es verem bem controladas.
aumente lentamente até o controle completo  A dose correta da droga an epilép a é a menor
das crises. dose que controla as crises sem efeito colateral. Como e quando parar com a droga an epilép a
 O obje vo do tratamento é alcançar o controle  Se o efeito colateral aparece em determinada
total das crises com a mínima dose possível e dosagem, reduza a dosagem. Em caso de reações  Sem convulsões nos úl mos dois anos.
sem efeitos colaterais intoleráveis. idiossincrá as, pare a medicação e troque por  Discuta a decisão com a pessoa/cuidador,
 Informe à pessoa e sua família sobre: outra droga an epilép a. pesando os riscos das crises voltarem.
• O tempo que o tratamento leva para fazer  Se a resposta for ruim (menos que 50% de  Em alguns casos, o tratamento con o com
efeito e sua evolução. redução na frequência das crises), apesar de boa droga an epilép a é necessário, como por
• Possíveis efeitos colaterais e os riscos destes adesão, aumente a dose até a máxima tolerada. exemplo, nos casos de epilepsia secundária a
sintomas, bem como o que fazer.  Se a resposta ainda con ar insa sfatória, trauma craniano, neuroinfecção, ou se as crises
• O risco da parada abrupta da medicação. tente outra monoterapia com outra droga. forem de di controle.
• A necessidade de acompanhamento regular. Inicie a segunda droga e aumente aos poucos até  Reduza o tratamento gradualmente ao longo de
 Peça à pessoa e à família para manterem um alcançar a dose adequada. Aos poucos, vá quatro a seis meses.
registro diário de crises. re rando a primeira droga.
 Para as condições médicas concomitantes, avalie  Se as crises são muito infrequentes e altas doses
risco de interação da droga-doença e droga- da medicação produzem efeito colateral, um
-droga. controle parcial das crises sem efeitos colaterais
pode ser es o como a meta razoável
do tratamento.

11
EPI 4 EPILEPSIA/CRISES EPILEPSIA/CRISES
EPI 2
4 Detalhes de Intervenção
Detalhes de Intervenção EPI 2

Detalhes de Intervenção
Tratamento farmacológico e recomendações
Tratamento farmacológico e recomendações

Fenobarbital Carbamazepina  Efeitos colaterais: Dose dependente: sonolência,


 Apenas uma tomada ao dia.  Divida a dose em no m nimo duas tomadas ataxia, fala arrastada, confusão mental,
Fenobarbital
Fenobarbital
 Tomar antes de dormir (reduz a sonolência e as diárias, sempre após alimentação. Carbamazepina
Carbamazepina contratura muscular, alteração da esté a facial,  Efeitos
 Efeitos colaterais:
colaterais: Dose
Dose dependente:
dependente: sonolência,
sonolência,
 Apenas uma
tonturas diurnas).
 Apenas
 Adultos:uma
Inicie comtomada
tomada
1 mg/kg/dia ao ao dia.
dia.
(50 mg) por 2 Divida
 Estabilidade sérica é alcançada em oito dias.

 Divida a dose
 Efeitos colaterais: reação alérgica cutânea a dose em
em os:no
Idiossincrá no m
m enimo
anemia nimo duas
duas tomadas
hiperplasia gengival e hirsu smo (incomum);
outras alterações tomadas ataxia,
ataxia, fala arrastada, confusão mental,
fala arrastada, confusão mental,
 Tomar
 Tomar antes de dormir (reduz
semanas. Se as crises persis rem, aumente para
antes
2 mg/kg/dia (100 de dormir
mg) por 2 meses. Se(reduz a sonolência
as crises a sonolência
e as diárias,
(podendo ser grave); visão embaçada, diplopia,
e asEstes úl mos sintomas diárias, sempre
ataxia e náusea.
sempre após alimentação.
hematológicas, reações de hipersensibilidade,
apóscutâneas
incluindo reações alimentação.
e hepa te.
contratura
contratura muscular,
muscular, alteração
alteração da
da esté
esté aa facial,
facial,
tonturas
persis rem, diurnas).
aumente para 3 mg/kg/dia (150-200 Estabilidade sérica
 Estabilidade
geralmente são vistos no início do tratamento sérica é alcançada em oito dias. hiperplasia gengival
hiperplasia gengival ee hirsu
hirsu smo
smo (incomum);
(incomum);
tonturas
mg). diurnas). usando altas doses.  Valproato de sódio.é alcançada em oito dias.
Adultos: Inicie
 Adultos:
  Crianças: Inicie com
Inicie com com 1
2 mg/kg/dia1 mg/kg/dia
mg/kg/dia (50
por 2 semanas. (50 mg)
mg) por por 2 2 
 Efeitos
Efeitos colaterais:
colaterais: reação
reação
 Diferentes preparações alérgica
alérgicaemcutânea
são disponíveis,
cutânea
geral Idiossincrá
Idiossincrá os:os: anemia
anemia ee outras
outras alterações
alterações
Se as crises persis rem, aumente para Fenitoína a dose diária é dividida em 2 a 3 tomadas, após
semanas.
semanas.
3 mg/kg/diaSe Se as
por 2as crises
crises
meses. persis
persis
Se as crises rem, aumente
rem, aumente
persis rem, para
 Em crianças,para
divida a dose em (podendo
(podendo
tomadas diárias. ser
ser grave); visão embaçada, diplopia,
grave);
alimentação. visão embaçada, diplopia, hematológicas,
hematológicas, reações de hipersensibilidade,
reações de hipersensibilidade,
2 pode aumentar até a dose máxima de 6
mg/kg/dia
2 mg/kg/dia
mg/kg/dia. (100 mg) por 2
(100 mg) por 2 meses. SeAumentomeses. Se Em adultos, apenas uma tomada diária.
as crises ataxia
em pequenas doses pode levar aataxia
as crises uma e náusea. Estes
queda deúl mos
 Efeitos colaterais: sedação, tremor (dose
e náusea.
dependente), Estes mos
úlcabelo sintomas
sintomas
transitória incluindo
incluindo reações
reações cutâneas hepa te.
cutâneas ee hepa te.
persis
persis rem,
14 a 21rem,
aumente
 É necessário o uso con
dias paraaumente
para
parasérica
se obter uma dosagem
3
3 mg/kg/dia
o sem interrupção por
mg/kg/dia (150-200
(150-200
os incrementos
geralmente
mudança grande na concentração sérica, assim
devem ser de 25-30 mg. geralmente
são vistos no
no ainício do tratamento
(renasce em geral dentro de seis meses), aumento
sãoe disfunção
de peso vistoshepá início doos).
(idiossincrá tratamento
mg).estável do fenobarbital. Dessa forma,
mg).neste período não devem ser interpretadas crises Tabela 1 – Doses da medicações an epilé cas usando altas
usando altas doses. doses. Valproato
Valproato dede sódio.
sódio.
Criança Adolescente/Adulto
Crianças:
como falha Inicie
 Crianças:
 terapêu com
Inicie com
. 2 mg/kg/dia
2 mg/kg/dia por por 2 2 semanas.
semanas. Diferentes preparações
 Diferentes
 preparações sãosão disponíveis,
disponíveis, emem geral
geral
 Efeitos colaterais: Dose inicial Dose manutenção Dose inicial Dose manutenção
Se
Se as
as crises
crises persis
persis
 Dose dependente: rem,
rem,
sonolência,aumente
aumente
letargia e para
para Fenitoína
Fenitoína aa dose
dose diária
diária éé dividida
dividida em
em 2
2 aa 3
3 tomadas,
tomadas, após
após
em crianças, hipera vidade. Carbamazepina 5 mg/kg/dia 10-30 mg/kg/dia 100-200 mg/dia 400-1.400 mg/dia
3
3 mg/kg/dia
mg/kg/dia
 Idiossincrápor
poros:2 meses.
2rash, depressão Se
meses. da as
Se as crises
crises persis 2-3rem,
persis rem,  Em
Em crianças,
mg/kg/dia crianças, divida
divida aa50-200 dose
dosemg/diaem
em tomadas
tomadas diárias.
diárias. alimentação.
alimentação.
Fenobarbital mg/kg/dia 2-6 50 mg/dia
pode aumentar até a dose
medula óssea, insuficiência hepá a.
pode aumentar até a dose máxima máxima de
de 6
Fenitoína
6 3-4 mg/kg/dia
Em adultos,
Em adultos,
3-8 mg/kg/dia 150-200
apenas
apenas
mg/dia
uma
uma tomada
200-400tomada
mg/dia
diária.
diária.  Efeitos colaterais:
 Efeitos colaterais: sedação,
sedação, tremor
tremor (dose
(dose
mg/kg/dia.
mg/kg/dia.  Aumento
 300Aumento
(max. mg dia) em pequenas
em pequenas doses doses pode pode levar
levar aa uma
uma dependente),
dependente), queda de cabelo transitória
queda de cabelo transitória
 É necessário
 É necessário o uso con o uso con o sem interrupção
o sem interrupção por
Valproato por
15-20 mg/kg/dia mudança 500grande na concentração
mudança grande na concentração sérica, assim
15-30 mg/kg/dia mg/dia 500-2.000 mg/dia sérica, assim (renasce
(renasce emem geral
geral dentro
dentro de
de seis
seis meses),
meses), aumento
aumento
14 aa 21
14 21 dias
dias para para se se obter
obter uma uma dosagem
dosagem
Fonte: MH-GAP sérica
sérica
com modificações. os incrementos
os incrementos devem devem ser ser dede 25-30
25-30 mg. mg. de peso
de peso ee disfunção hepá aa (idiossincrá
disfunção hepá (idiossincrá os).
os).
estável
estável do do fenobarbital.
fenobarbital. Dessa Dessa forma, forma, crisescrises Tabela 1 – Doses da medicações
Tabela 1 – Doses da medicações an epilé cas an epilé cas
neste
neste período
período não não devemdevem ser ser interpretadas
interpretadas Criança Adolescente/Adulto
Tabela 1 – Doses da medicações an epilé Criança
cas Adolescente/Adulto
como
como falha
falha terapêuterapêu ..
 Efeitos colaterais:
 Efeitos colaterais: Dose inicial
Dose inicial Criança Dose
Dose manutenção
manutenção Dose
Dose inicial Dose
Dose manutenção
inicialAdolescente/Adulto
manutenção
 Dose
 Dose dependente:
dependente: sonolência, sonolência, letargia letargia ee
em crianças,
crianças, hipera hipera vidade. vidade. Carbamazepina
Carbamazepina 5
5 mg/kg/dia
Dose inicial
mg/kg/dia 10-30
10-30 mg/kg/dia
Dose manutenção
mg/kg/dia 100-200
100-200 mg/dia
Dose inicial
mg/dia 400-1.400 mg/dia
Dose manutenção
400-1.400 mg/dia
em
 Idiossincrá os:
 Idiossincrá os: rash, depressão da rash,
rash depressão da
Fenobarbital
Carbamazepina
Fenobarbital 2-3
5
2-3 mg/kg/dia
mg/kg/dia
mg/kg/dia 2-6
10-30
2-6 mg/kg/dia
mg/kg/dia
mg/kg/dia 50 mg/diamg/dia
100-200
50 mg/dia 50-200 mg/dia
400-1.400
50-200 mg/dia
mg/dia
medula
medula óssea, óssea, insuficiência
insuficiência hepá hepá a. a.
Fenitoína
Fenobarbital
Fenitoína 3-4 mg/kg/dia
2-3 mg/kg/dia
3-4 3-8 mg/kg/dia
2-6 mg/kg/dia
3-8 150-200 mg/dia
50 mg/dia
150-200 mg/dia 200-400 mg/dia
50-200 mg/dia
200-400 mg/dia
(max.
(max. 300
300 mg
mg dia)
dia)
Fenitoína 3-4 mg/kg/dia 3-8 mg/kg/dia 150-200 mg/dia 200-400 mg/dia
Valproato
Valproato 15-20
15-20 mg/kg/dia
mg/kg/dia 15-30 mg/kg/dia
(max. 300
15-30 mg dia)
mg/kg/dia 500
500 mg/dia
mg/dia 500-2.000
500-2.000 mg/dia
mg/dia
Fonte:
Fonte: MH-GAP
MH-GAP com
Valproato com modificações.
15-20 mg/kg/dia
modificações. 15-30 mg/kg/dia 500 mg/dia 500-2.000 mg/dia

Fonte: MH-GAP com modificações.

12
EPILEPSIA/CRISES EPI 5

5 TRATAMENTO PSICOSSOCIAL E RECOMENDAÇÕES EPI 3

Detalhes de Intervenção

5 TRATAMENTO PSICOSSOCIAL E RECOMENDAÇÕES


!
5.1 Eduque as pessoas com crises ou epilepsia Cuidados a serem tomados durante a convulsão Iden fique o es o de vida da pessoa:
e seus cuidadores
 Proteja a pessoa, deite-a de lado, com a cabeça  As pessoas com epilepsia podem se relacionar,
Explique: virada para um dos lados, para ajudar a respirar e cons tuir família e ter filhos.
prevenir aspiração de secreções e vômito.  Os pais não devem re rar as crianças com
 O que é crise epilép /epilepsia (exemplo: crise  Apoie a cabeça da pessoa. epilepsia da escola.
epilép é uma descarga no cérebro. Epilepsia é  Verifique se a pessoa está respirando  Pessoas com epilepsia podem trabalhar na
uma doença no cérebro que causa crises adequadamente. maioria dos empregos. Entretanto, alguns os
epilé as recorrentes, que pode ser tratada e  NÃO restrinja os movimentos. de trabalho devem ser evitados por pessoas com
prevenida. Se não receber tratamento, aumenta  NÃO coloque nada na boca da pessoa. epilepsia não controlada, como aqueles que
o risco de morte súbita. Epilepsia não é  Fique com a pessoa até a crise passar e ela trabalham com maquinaria pesada, em alturas.
contagiosa, não é possessão demoníaca, não é recuperar a consciência.  Pessoas com epilepsia não controlada devem
cas go de Deus, não é sinal de fracasso na vida).  Algumas pessoas sentem que a crise vai evitar de cozinhar em fogo aberto ou nadar
 As causas da epilepsia são na maioria adquiridas. começar. Neste caso, a pessoa tem tempo para sozinhas.
 De forma geral, as chances do filho vir a ter se deitar em algum lugar seguro e até avisar  Pessoas com epilepsia devem cuidar da saúde:
epilepsia tendo o pai ou a mãe com epilepsia é alguém. • Evitar o abuso de álcool e qualquer drogas.
ao redor de 5%.  Lembre-se de que a epilepsia não é contagiosa e • Ter um bom sono.
 Epilepsia é uma doença crônica. Porém, as crises ninguém pega epilepsia por ajudar alguém. • Pra ar a vidade sica.
podem ser controladas em 70% dos casos com a  Se: • Alimentar-se de forma saudável.
medicação adequada. – A crise se prolongar por cinco ou mais minutos ou  As pessoas com epilepsia controlada podem ter
 Existem outras opções de tratamento quando a não retornar a consciência após o seu término. carteira de habilitação simples (não profissional)
medicação falha, entre elas a cirurgia de – A pessoa tem várias crises seguidas de curta para direção de automóvel.
epilepsia. duração sem retomar a consciência.  A maioria das pessoas com epilepsia controlada
 Razões para encaminhamento (quando – Houver suspeita de machucar a cabeça na podem levar uma vida normal.
necessário). queda.
– Gestantes.
Todos estes casos devem ser levados para
avaliação e tratamento no hospital.

13
EPI 6 EPILEPSIA/CRISES EPILEPSIA/CRISES
6 COMBATE AO ESTIGMA E MEDIDAS
EPI 4 DE
PREVENÇÃO
Detalhes de Intervenção

COMBATE AO ESTIGMA E MEDIDAS DE PREVENÇÃO

.1 Eduque as pessoas da comunidade .2 Prevenção da epilepsia Acidente vascular cerebral (AVC)


 AVC ou o popular derrame acontece devido à

As pessoas ainda desconhecem a epilepsia. Isso


! As causas adquiridas da epilepsia podem ser
prevenidas.
interrupção do fluxo sanguíneo cerebral e é a
principal causa de epilepsia no idoso.
infelizmente perpetua o preconceito em relação às  Oriente:
pessoas com epilepsia. Neuroscis ercose: • A tudes de saúde: não fumar, reduzir a
 Ocorre através da ingestão dos ovos da Taenia quan ade de bebida alcóolica, fazer
solium (o popular verme solitária). a vidade sica, ter alimentação saudável,
 Use as informações no >>EPI 3.  Oriente: controlar a pressão arterial, a dislipidemia
 Promova debates na comunidade sobre a • Tenha boa higiene. (colesterol) e a glicemia.
epilepsia. • Lave bem as mãos antes das refeições. • Reconhecer os sinais e sintomas de AVC:
 Par e de Campanhas de Conscien zação no • Lave bem saladas e frutas. quadro súbito de hemiparesia,
dia 9 de setembro: Dia Nacional e La o- hemiparestesia, ver gem, dor de cabeça ou
-Americano de conscien zação sobre Epilepsia. Trauma smo cranioencefálico (TCE) perda de visão. Neste caso, busque ajuda
 Leve informações para as escolas, pastorais e  Acidentes automobilís os cons tuem a médica especializada e acione o Serviço de
guardas municipais. principal causa de TCE Atendimento Móvel (S ) 192 ou
 Evite uso de rótulos “epilép o(a)”, use termo  Oriente: a equipe de atendimento móvel de urgência
pessoa com epilepsia. • Se beber, não dirija. assim que os sintomas se iniciaram, mesmo
• Quando andar de bicicleta ou de moto, use que tenha se recuperado.
sempre o capacete.
• Use cinto de segurança.
• Respeite as leis de trânsito.

14
CRISES EPILÉPTCAS NA
EPILEPSIA/CRISES
URGÊNCIA/EMERGÊNCIA EPI 7
EPI 5
7 Avaliação e CONDUTA Hospitalar
Avaliação e Manejo Hospitalar! !
1. A crise já cessou. SIM  Observação por 4 a 6 horas.
 Seguimento ambulatorial em até 15 dias.

O paciente apresenta-se:
 Consciente e orientado.
 Com sinais vitais estáveis. Foi a primeira crise epiléptica ?  Observação por 6 a 12 horas.
 Sem déficits neurológicos evidentes.  Dosagem sanguínea de Na, K, Ca, Mg, Glicemia e
 Sem sinais de doença aguda ou crônica. SIM hemograma.
 Realizar TC.
 Iniciar tratamento com DAE >>EPI 2.
NÃO  Na alta encaminhar para seguimento
Foram duas ou mais crises epilépticas ambulatorial em até 15 dias com relatório do
Apresenta sinais de alerta ? com intervalo de dias ou semanas atendimento e exames.
 Idade menor que 3 anos ou maior que 30 anos. com:
 Crise com características focais ou prolongada.  Alteração exame neurológico; ou
 Exerce atividade de com risco de trauma grave caso  Alteração persistente do nível de NÃO
ocorra nova crise. consciência; ou
 Reside distante de uma Unidade de Atendimento de  Suspeita de doença sistêmica ou
neurológica aguda.  Internação.
Urgência.  Dosagem sanguínea de Na, K, Ca, Mg, glicemia e
 Não é possível seguimento ambulatorial antes de 15 hemograma.
dias.  TC e/ou RM de crânio.
 EEG.
 Investigação e tratamento direcionada a doença
suspeitada ou confirmada.
SIM SIM  Tratamento IV ou oral com fenitoíina 10 mg/kg.
Presença de: Manutenção 300 mg/dia.
 Crises epilépticas prolongadas (>5 minutos) ou repetidas  Na alta encaminhar para seguimento
sem melhora evidente do nível de consciência entre elas ambulatorial em até 15 dias com relatório do
OU atendimento e exames.
 Flutuações inexplicadas do nível de consciência,
tremores, desvios oculares, piscamentos, clonias,
!
abalos. ESTADO DE MAL EPILÉPTICO

15
EPI 8 CRISES EPILÉPTCAS
EPILEPSIA/CRISES
NA URGÊNCIA/EMERGÊNCIA
EPI 5
8 Avaliação e Conduta do Estado de Mal Epiléptico
Avaliação e Manejo do Estado de Mal Epiléptico! !
2. Paciente está tendo crise. 1ª Fase – 0 a 30 minutos
 Administre oxigênio inalatório.
 Acesso venoso calibroso (se possível dois acessos), mantenha com solução salina fisiológica intravenosa

!
(I.V.) a 30 gotas/minuto.
 Ministre glicose I.V. (50 ml de glicose 50% no adulto; 2-5 ml/kg de glicose 10% em crianças), em
Estado de Mal Epiléptico é uma Emergência Médica. pacientes alcoolistas ou desnutridos. ADICIONE tiamina 100 mg injetável na solução glicosada.
O tratamento precoce e rápido reduz a mortalidade e  Injete diazepam I.V. 10 mg lentamente (criança; 1mg/idade ano), OU
a permanência hospitalar.  Alternativa ao diazepam, injete midazolam intramuscular ou intranasal 10mg (criança: como menos de
Deve ser considerado como sintoma de doença aguda 13 kg, injete 0,2 mg/kg; com menos de 40 kg injete 5 mg).
sistêmica ou neurológica a ser investigada e tratada.  NÃO dê diazepam por via intramuscular.
 Caso a convulsão continuar após 10 minutos da primeira dose de diazepam, dê a segunda dose na
mesma dosagem.

!
 NÃO dê mais que duas doses de diazepam. Atenção: conte as doses pré-hospitalares.
A avaliação e o manejo são feitos  Injete Fenobarbital 20 mg/kg, I.V. (velocidade < 100 mg/minuto), OU
 Injete Fenitoína 20 mg/kg I.V. (em uma linha diferente do diazepam, velocidade <50 mg/min). É
simultaneamente! importante que a linha venosa seja adequada, pois a medicação é cáustica é pode causar lesão local,
caso extravase.

1ª Fase – 0 a 30 minutos
 Avalie as vias aéreas, respiração e circulação.
 Após o termino da infusão, as crises cessam e tem melhora evidente do nível da consciência,
 Monitore a frequência respiratória e avalie a necessidade
mantenha paciente em observação por 30 minutos e iniciar dose de manutenção do antiepiléptico 6
de intubação/ventilação, quando múltiplas drogas estão
a 8 horas após >> EPI 5.1.
sendo ministradas.
 Monitore a frequência cardíaca, ritmo cardíaco e pressão
arterial
2ª Fase – 31 a 60 minutos
 Colha hemograma, NA, K, Ca, Mg, creatinina, glicemia.
 Após o termino da infusão, as crises não cessam e não tem melhora evidente do nível da consciência,
 Posicione a pessoa de lado para evitar aspiração de
considere Estado de Mal Epiléptico Refratário.
secreções.
 Iniciar outro antiepiléptico IV em bolo.
 Nestes casos de Estado de Mal Epiléptico Refratário é indicado transferência para UTI para tratamento
com tiopental ou propofol ou midazolam.
 Na escolha de midazolam, injete midazolam 0,2 mg/kg IV (velocidade <4 mg/min), manutenção
0,05 mg- 0,4 mg/kg/hora diluído em solução salina fisiológica).

16
ISBN 978-85-334-2569-9

9 788533 425699

Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde


www.saude.gov.br/bvs

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MINISTÉRIO DA
SAÚDE

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