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Material das aulas

Curso: Tecnólogo em Gestão Ambiental

Disciplina: Controle e Gestão da Poluição Hídrica

Profa Rozanda Guedes

CONTROLE E GESTÃO DA POLUIÇÃO HÍDRICA

1-HIDROSFERA
É toda camada descontínua de água presente na Terra

Inclui todos os organismos vivos presentes nos meios aquáticos

A hidrosfera compreende os oceanos, rios, lagos, calotas de gelo, água no subsolo , atmosfera etc.

1,1-A água, a vida e a Humanidade:

• A água está distribuída na Terra em 3 estados: sólido, líquido e vapor.

• Processo biológico

 a água mantém a vida sobre a Terra pela fotossíntese (pela reação entre CO2 e H2O)

 80% do corpo humano é composto por água.

2- EXISTÊNCIA DE VIDA
2.1-Terra:

• até o momento é o único planeta no Sistema Solar a suportar a VIDA

• a existência de vida em nosso planeta também se deve à distância da Terra em relação ao Sol.

• água na Terra em todas as três fases é um dos aspectos que torna o planeta único;

• temperaturas mais amenas

• parte da superfície coberta por águas dos oceanos, favorecendo a permanência da água (em estado líquido);

• a temperatura das águas dos jovens oceanos favoreceu a dissolução do dióxido de carbono contido no ar,
gerando rochas calcárias e resultando na formação de uma atmosfera mais tênue;

• as nuvens formadas pelo vapor d'água remanescente refletiam parte do calor solar, atenuando o aquecimento do
planeta.

• Em 3,9 G.a. possuía continentes, oceanos, uma atmosfera de CO2 e uma temperatura amena = CENÁRIO
PROPÍCIO AO SURGIMENTO DA VIDA

3-ÁGUA E O PLANETA TERRA


Volume de água no planeta: 1 bilhão e 400 milhões de quilômetros cúbicos.

Desse volume total.

97,2% está contida nos mares e lagos salgados (ecossistemas marinhos, oceanos , estuários, mangues e recifes)

Apenas 2,8% são de água doce (ecossistemas de agia doce: aqüíferos, lagos, charcos, pântanos, rios e riachos)
3.1- Água x Recursos Hídricos:

Água: é o elemento natural descomprometido com qualquer uso ou utilização. H2O

Recursos Hídricos: é a água como bem econômico, passível de utilização para fins específicos

4-EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ÁGUA


5- CRONOLOGIA DA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

1987 - Criação da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) – lei Nº 11.306, de 01/04/1987;

1987 - Criação da Superintendência de Obras Hidráulicas (SOHIDRA) - Lei nº 11.380, de 15/02/1987;

1991 – Elaboração Plano Estadual de Recursos Hídricos;

1992 – Criação da Política Estadual de Recursos Hídricos e do Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos
(SIGERH), através da Lei Nº 11.996/92;

1993 - Criação da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH), através da Lei Nº 12.217/93;
1996 – Início do processo de alocação negociada de água nos açudes isolados;

1997 – Instalação do 1º Comitê de Bacia do Ceará (Curu);

1997 - Lei Nacional dos Recursos Hídricos;

2000 - Criação da Agência Nacional de Águas (ANA);

2005 – Atualização do Plano Estadual de Recursos Hídricos

Resumo da Gestão de Recursos Hídricos


6-GESTÃO de RECURSOS HÍDRICOS
• Pelo exposto há necessidade de se fazer a gestão dos Recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

• Pela Lei Federal 9433, a gestão é de esfera nacional ou estadual.


CNRH = Conselho Nacional de Recursos Hídricos

CERH = Conselho Estadual de Recursos Hídricos

SRH = Secretaria de Recursos Hídricos

6.1 - Compreendendo a Lei 9433/97:


7 - CONTROLE E GESTÃO DA POLUIÇÃO HÍDRICA

De acordo com Hely Lopes Meirelles (1990):

Poluição = é definida como toda alteração das propriedades naturais do meio ambiente, causada por agente de qualquer
espécie prejudicial à saúde, à segurança ou ao bem estar da população sujeita aos seus efeitos”.

A poluição pode ser definida como a introdução no meio ambiente de qualquer matéria ou energia que possa alterar as
propriedades físicas, químicas ou biológicas desse meio. Podendo afetar, o equilíbrio das espécies animais ou vegetais

A poluição pode ser considerada a liberação de elementos como:

• radiações

• vibrações

• ruídos,

• substâncias contaminantes e,

• agentes contaminantes

em um ambiente, prejudicando os ecossistemas biológicos ou os seres humanos.


7.1- Poluição e a Sociedade:

• Recursos naturais

• Produção industrial

• Crescimento populacional
7.2- Contaminação:

Exemplo: se a concentração IPVS de um produto (CO2, por exemplo) ultrapassar o limite do IPVS, o risco de morte
aumenta bastante. Sendo assim, deverão ser tomar medidas preventivas para que o limite não chegue
perto do IPVS.
7.2- Fontes de Poluição Hídrica:

Poluição pontual

• Aquela cuja fonte emite o poluente a partir de um ponto restrito e bem caracterizado (fonte pontual).

• Exemplo: vazamentos de depósitos de gasolina em postos de serviço; fossas sépticas; aterros sanitários etc.

Fontes regionais que provocam poluição em grandes áreas, como é caso da poluição originada do uso de agrotóxicos na
atividade agrícola e poluição por emanações gasosas originadas das chaminés fabris e dos veículos urbanos.

7.3- Poluição nas águas superficiais e subterrâneas:


Mecanismos de Poluição do Solo e
Águas Subterrâneas

Fonte: Office of Technology Assessment, in Silva, 2006

Nº. Descrição OTA Nº. Descrição OTA

Progradação da cunha
Acidentes no transporte de
1 salina por super- VI 6 III
cargas tóxicas
explotação

2 Fossa séptica I 7 Aterro sanitário II

Ruptura em revestimento Entrada de água salina no


3 V 8 VI
de poço de exploração poço

Infiltração de pesticidas e Rejeitos industriais


4 IV 9 II
fertilizantes enterrados

Infiltração de produtos Vazamentos em tanques


5 IV 10 II
químicos nas estradas subterrâneos.
7.4- Impactos da Poluição Hídrica:

7.5- Problemas ambientais da Poluição Hídrica:


8- CICLO HIDROLÓGICO

Sistema pelo qual a natureza faz a água circular do oceano para a atmosfera e daí para os continentes, de onde retorna,
superficial e subterraneamente ao oceano, rios e lagos.

8.1-Princípio para a ação da ANA no monitoramento da qualidade da água:

Devem ser adotados os princípios básicos de funcionamento do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos
Hídricos – SNIRH:

I- Descentralização da obtenção e produção de dados e informações;

II- Coordenação unificada do sistema;

III- Acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade.

8.2- Apresentação das águas:


8.3- Usos da água:
usos consuntivos são aqueles que retiram a água de sua fonte natural diminuindo suas disponibilidades, quantitativa ou
qualitativa, espacial e temporalmente. São usos consuntivos as aplicações deste recurso natural em abastecimento
púbico, agricultura, irrigação e indústria.

usos não consuntivos são aqueles em que não há consumo ou modificação do volume de água de forma expressiva, e
de um modo geral. Correspondem às necessidades relativas à geração de energia, transporte hidroviário, pesca e
piscicultura, turismo/recreação/lazer e à manutenção do equilíbrio ambiental, principalmente para a preservação da flora e
fauna.

8.4 - Padrões de Qualidade:

• São valores máximos toleráveis que garantem os usos pretendidos da água, embasados por um suporte legal (lei,
decreto, resolução, etc);

• Para o estabelecimento de padrões são necessários estudos toxicológicos adequados;

• Os padrões de qualidade são função dos usos previstos para a água.

1. Padrão de lançamento no corpo receptor;

2. Padrões de qualidade do corpo receptor;

3. Padrões de qualidade para determinado uso imediato (ex. padrões de potabilidade)

8.5 - Embasamento legal:

• Resolução CONAMA 357/2005

1. Padrões de qualidade dos corpos receptores;

2. Padrões de lançamento de efluentes nos corpos da água;

3. Definição de classes em função dos usos previstos.

• Portaria Ministério da Saúde 518/2004

1. Padrões de Potabilidade
9 – QUALIDADE DA ÁGUA

9.1- Usos que necessitam de maior Qualidade da água:

• Preservação da vida aquática - Oxigênio dissolvido; pH; estado trófico; algas; nutrientes; turbidez e substâncias
tóxicas (metais, agrotóxicos)

• Abastecimento doméstico – turbidez; DBO; pH; algas; nutrientes; salinidade; substâncias tóxicas, coliformes
fecais.

• Recreação de contato primário – coliformes fecais; algas; óleos e graxas.

9.2- Monitoramento:

Coleta de informações em locais específicos (geo-referenciados), feita em intervalos regulares, de modo a gerar dados
que possam ser usados para a definição das condições presentes de qualidade da água, estabelecer tendências, etc,
(Chapman, 1996)

Tipos de observações de variáveis ambientais

Termo Definição

MONITORAMENTO Medições padronizadas feitas a longo prazo, com fins de determinar o


estado da qualidade da água e tendências (rede de monitoramento)

INVENTÁRIO Com duração finita, programa intensivo que mede e observa o ambiente
aquático para um fim específico (campanha de inventário)

VIGILÂNCIA Medições contínuas (sondas) e específicas para fins operacionais e de


gestão da qualidade da água (redes de alerta)

DE CONFORMIDADE Medições efetuadas em locais específicos para o acompanhamento e


avaliação das alterações da qualidade das águas associadas a usos
específicos (auto monitoramento)

9.3-Parâmetros a serem monitorados.

No mínimo 09 parâmetros do Índice de Qualidade de Água – IQA:

Oxigênio dissolvido, coliformes fecais, pH, Demanda Bioquímica de oxigênio, temperatura, nitrogênio total, fosfato total,

turbidez, resíduo total.

OBS: Em bacias críticas incluir parâmetros específicos (campanhas):

• Metais pesados em área de mineração;

• Pesticidas e fertilizantes em áreas agrícolas e;

• Parâmetros relacionados à atividade industrial.


9.4 – Impurezas

Características:

- Físicas: sólidos presentes na água (suspensão, coloidais ou dissolvidos, dependendo do seu tamanho);

- Químicas: matéria orgânica ou inorgânica;

- Biológicas: seres vivos presentes na água (bactérias, algas, fungos, vírus, etc,)

9.5 – Principais parâmetros da Qualidade da Água

FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS

Cor, turbidez, sabor e odor e temperatura pH, alcalinidade, acidez, dureza, Fe e Mg, Coliformes totais, coliformes fecais, algas e
cloretos, nitrogênio, fósforo, oxigênio dissolvido, bactérias
matéria orgânica, metais pesados,
micropoluentes inorgânicos (cátions e ânions) e
orgânicos
9.5.1 – Qualidade Física:

• Cor: absorção de luz; responsável: sólidos dissolvidos; Origem: natural (ácidos húmicos e ferro) ou Antropogênica
(tinturas)

• Turbidez: Espalhamento da luz; Responsável: sólidos em suspensão; Origem: natural (partículas de rocha – argila
e silte); algas ou Antropogênica (despejos domésticos e industriais, erosão)

• Temperatura: desnaturação de proteínas.Medição da intensidsde de calor; Origem: natural (radiação, condução


ou convecção) ou Antropogênica (águas de torres de resfriamento ou despejos industriais). Elevação de
temperatura aumenta a taxa das reações químicas. Elevação de temperatura diminui a solubilidade dos gases e
aumenta a taxa de transferência destes para a atmosfera.

• Sabor e Odor (Organolépticas): interação entre o gosto (salgado, doce, azedo e amargo) e o odor (sensação
olfativa); Responsável: sólidos em suspensão ou dissolvidos e gases dissolvidos; Origem: natural (matéria
orgânica em decomposição, algas, gás sulfídrico) ou Antropogênica (despejos domésticos e industriais). A
propriedades organolépticas são as propriedades que podem ser percebidas pelos sentidos do
consumidor, como a cor, o sabor, a texturas, e o odor.

9.5.2 – Qualidade Química:

• pH: concentração de íons H+, dando indicação de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água (0 a 14); Origem:
natural (dissolução de rochas, absorção de gases) ou Antropogênica (despejos domésticos ou industriais).

• Alcalinidade:

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