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(2015 e 20161)
ROBERTO BALDACCI
PARTE II
2 Enquanto que no mundo o primeiro modelo se finda no séc. XVIII, no Brasil ele tem
o seu início no fim de 1889.
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1.4. Em decorrência desse modelo patrimonialista, existia uma grande
confusão de identidades entre Estado e Soberano: o soberano
personificava o Estado.
3 Para a corrente dominante, não houve fisiologismo no Brasil, nesse período histórico.
Porém, há corrente minoritária que afirma que houve, sim, em decorrência da política
do café-com-lei (República Velha, 1889) – o Estado brasileiro se endividou apenas para
garantir o privilégio dessa classe.
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2. O MODELO BUROCRÁTICO DE ADMINISTRAÇÃO (2º MODELO
HISTÓRICO):
2.4. CARACTERÍSTICAS:
2.5. Este modelo não é, de todo, ruim, pois impõe que a Administração seja
regida por lei. É este modelo que introduz a estrita legalidade
administrativa (ou simplesmente princípio da legalidade). Se toda
Administração decorre de lei, o modelo burocrático almejou:
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Hely denomina essa fase como sendo Fase Civilista da
Responsabilidade Civil.4
2.8.1. Lenta
2.8.2. Cara
2.8.3. Ineficiente
OBSERVAÇÃO:
4 Civilista porque o Estado responderá pelos danos que causa nos termos do regime de
direito privado, ou seja, a responsabilidade estatal é subjetiva.
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3.2. Vigora atualmente.
OBSERVAÇÕES:
3.9. A AP passa a ser controla pelo resultado daquilo que presta ou oferece
ao povo.
3.13. Este modelo veio apenas aprimorar tudo o que a burocracia trouxe
de bom. Logo, não veio combater a burocracia, mas sim aprimorá-la.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO:
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Pergunta de prova oral: Regime Jurídico administrativo é a mesma
coisa de regime jurídico da Administração? Qual é o conceito de regime
jurídico?
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Princípios jurídicos têm natureza de norma: são normas superiores porque são
abstratos e genéricos, em regra. As leis devem corresponder a esses princípios. Por
isso é errado falar “normas e princípios”. Acrescenta-se que, para o
neoconstitucionalismo, há hierarquia entre princípios: se se falar princípios jurídicos
gerais, defende-se que são princípios constitucionalizados, ou seja, estão previstos
ou decorrem da constituição. Acima dos princípios jurídicos gerais, há os princípios
jurídicos relativos aos direitos fundamentais: os princípios relativos a estes direitos são
suprapositivos – esta é a essência do neoconstitucionalismo de Barroso. Ou seja, os
princípios relativos aos direitos fundamentos vêm acima de tudo, inclusive da própria
constituição.
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1.1. REGIME JURÍDICO DE DIREITO PRIVADO: é o conjunto de normas e
princípios comuns que irão reger relações jurídicas que envolvem
apenas interesses privados.
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prerrogativas do regime público, tais como as vantagens da
Fazenda Pública, constituindo, assim, um regime misto.
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2.5. Todos os Órgão da Administração Direta são sempre de regime
público, ou seja, não existe Órgão da Administração Direta de regime
misto ou privado.
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Segundo o STF, empresa pública
prestadora de serviços públicos
(correios), apesar de privada, possui
certas prerrogativas da Fazenda
Pública em função do princípio da
permanência ou continuidade do
serviço público. O STF nunca afirmou
que empresa pública prestadora de
serviço público terá o seu regime
jurídico de direito público; ela terá tão
somente prerrogativas da Fazenda
Pública. Exemplo: correios. A estatal
dos correios tem as prerrogativas
inerentes à fazenda pública;
entretanto, as agências franqueadas
possuem não possuem prerrogativas;
as franqueadas têm conquistado aos
poucos parte dos benefícios no que
diz respeito à prestação do serviço
público, no desenvolvimento da
atividade econômica não possuem
qualquer prerrogativa.
Fundações e associações: em regra, Fundações públicas excepcionais
será de direito público. poderão ser de regime privado.
Exemplo: fundação casa, PROCON e
fundação padra Anchieta (em SP). O
problema da fundação pública de
direito privado é que se tem um
verdadeiro regime misto, pois parte
das atribuições dessas fundações são
inteiramente ditadas por regime
público, enquanto a outra parte das
atribuições e tarefas são ditadas
exclusivamente pelo regime
privado.
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Autarquias de todos os tipos: Não
existe exceção. Então, utiliza-se da
palavra “sempre”. O regime jurídico é
sempre de direito público, nunca de
direito privado.
3.1. Indisponibilidade
do interesse público,
3.2. Supremacia
constituindo maiores:
OBSERVAÇÃO:
10 A maioria dos manuais clássicos (Hely Lopes, Odete Medauar) afirmam que as
prerrogativas e sujeições estão instrumentalizadas nos princípios e poderes.
“Misturou” tudo (princípios + poder) e denominou-se instrumento.
11 Regime fora visto no ano de 2015; porém, Função Administrativa, não.
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1.3. GERENCIAL: por último, surge a função gerencial que tem como
objetivo satisfazer o povo.
2. ELEMENTO OBJETIVO: indica o que essa função faz, isto é, faz a gestão
da coisa pública para satisfazer os interesses públicos e coletivos, no
interesse do povo.
12 Esses três elementos juntos é que caracterização o que seja função administrativa
no modelo gerencial.
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AULA 2
[Continuação de poderes da administração]
1. HIERÁRQUICO:
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prerrogativas e menores são as sujeições do administrador público. Tem-se,
portanto, distribuições distintas de competência.
2.1. QUESTIONÁ-LA
2.2. RECUSÁ-LA
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O dever de obediência do subordinado lhe impõe o acatamento de
ordens ilegais! O que lhe exime de acatamento obrigatório são as ordens
manifestamente ilegais. A ordem que é manifestamente ilegal é aquela que
não traz dúvida subjetiva de sua ilegalidade. Ou seja, qualquer um que
receber aquela ordem tem a imediata certeza de que ela é ilegal.
2. HIERÁRQUICO:
1.1. Chefia
1.2. Dirigência
2.1. CRIMES:
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2.1.1. Prevaricação
1. A CF, em seu art. 5º, II, autoriza a lei a regular direitos e obrigações. Por
conseguinte, conforme o art. 84, IV, fine, da CF, essa lei autorizará ao chefe
do Executivo a editar decretos e regulamentos referentes àqueles direitos e
obrigações a serem regulados.
Art. 5º (...).
Na análise das fontes das fontes, a lei será denomina fonte originária,
ao passo que o decreto e o regulamento receberá o nome de fonte derivada ou
secundária dos direitos e obrigações.
CF (art. 5, II) > LEI (art. 84, IV, da CF) > DECRETO ou REGULAMENTO
2. Suponhamos que algum dos legitimados (art. 103 da CF) para propor uma
ADI proponha essa ação em face da lei da qual o decreto ou regulamento
derivou. Nesse caso, pode-se trazer o decreto ou regulamento para a ADI,
em forma de “inconstitucionalidade por arrastamento”, denominada pelo
STF de “reverberação normativa”. Note-se que, ao contrário do parágrafo
anterior – que teve como essência perguntar se o decreto era, ou não,
inconstitucional –, neste caso se perquiri se há possibilidade de anular o
decreto por ADI... e a resposta é positiva: “por arrastamento ou
reverberação”. Veja que anular o decreto ou regulamento por ADI é
totalmente diferente do que propor ADI contra ele.
Tudo que fora dito, explicado, de forma sucinta, pelo prof. Baldacci:
Nos decretos e regulamentos derivados de lei (art. 84, VI, CF), caso o
decreto ou regulamento contrarie preceito constitucional, não será
inconstitucional – será apenas ilegal, pois antes de contrariar a constituição,
estará violando a lei da qual deriva, razão pela qual é incorreto afirmar que o
decreto ou regulamento é inconstitucional. Logo, não se admite ADI contra
esse decreto ou regulamento:
4. POLÍCIA:
4.1. CONSIDERAÇÕE GERAIS:
Duas perguntas:
administração sem criar órgão ou cargos, bem como sem aumentar despesas públicas.
Ex.: extraordinária extinção de cargos vagos ou inativos.
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2. Toda forma de poder de polícia, ao ser exercida como fiscalização, leva à
cobrança de taxa? Art. 77 do CTN. As fiscalizações de polícia divisíveis e
mensuráveis são contraprestacionais (o usuário paga) e remunerada pelo
usuário por meio de taxa. Ex.: licença, alvará, permissão. Quando a
fiscalização for indivisível e não mensurável, ela não será
contraprestacional, sendo, portanto, inadmissível a cobrança de taxa – a
sua remuneração será indireta e por meio dos impostos.
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É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial.
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3. DISCRICIONÁRIO: o que faz um ato ou decisão administrativos serem
discricionários? Somente serão discricionários aqueles atos que, por lei,
tiverem em seus pressupostos um elemento em branco ou
normativamente (conteúdo jurídico) indefinido, pois, do contrário, será
ato vinculado. Quem tem o poder de preencher ou definir esses elementos?
Exclusivamente o administrador, de forma motivada e expondo o mérito
discricionário. A apreciação desses elementos é privativa do administrador
e se qualquer pessoa se manifestar sobre esses elementos violará a
independência e a separação dos poderes. Por conta disso que o Judiciário
aprecia somente os limites da legalidade do preenchimento. O poder
discricionário integra o sistema de freios e contrapesos e nem o Judiciário e
nem o Legislativo podem usurpar ou prejudicar esse poder administrativo-
discricionário, sob pena da violação da independência e separação dos
Poderes.
1. DEFINIÇÃO:
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2. MODALIDADES OU ESPÉCIES DE PODERES:
É aquele que incide sobre situações que não preveem solução única
prevista em lei, existindo espaço para um juízo de valores, isto é, juízos de
conveniência e oportunidades.
Dentro da AP, não é competente para o ato quem quiser, mas somente
quem a lei expressamente determinar.
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
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O servidor tem direito de defesa técnica por advogado, nos termos da
Súmula 343 do STJ:
1.1. EXECUÇÃO: são editados para oferecer fiel execução à lei. Por
conseguinte, o seu pressuposto é a existência de lei. Se não houver lei
anterior disciplinando a matéria, o decreto será ilegal.
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AULA 3
ATOS ADMINISTRATIVOS:
1. ATOS PRIVADOS:
Os atos privados são chamados “atos livres” porque são atos que não
decorrem e nem dependem de lei, pois são praticados conforme a autonomia
da vontade, uma vez que o objeto desses atos é sempre de interesse privado.
Por ser de direito privado, o objeto é disponível, logo admite-se tanto a
renúncia quanto a transação.
Por serem atos para objetos privados, são regidos pelo código civil.
Sendo assim, tem-se duas consequências essenciais:
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vale de elementos meramente operacionais ou instrumentais24 que são
necessários para a Administração funcionar. São os atos de regime privado
praticados pela administração. Quando a administração pratica atos para
atender seus próprios interesses, instrumentais ou operacionais, que
são interesses privados necessários para o funcionamento da
administração, sem os quais não será possível atender interesses públicos
primários, a administração praticará atos privados comuns descendo ao
mesmo plano de direitos e obrigações de qualquer particular. Ou seja,
estará despida de suas prerrogativas e sujeições.
24 Como por exemplo aluguel de imóvel, luz e água, material de escritório eTribunal de
Contas.
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nestes a manifestação da vontade é irrelevante,25 sendo substituída pela
obrigatoriedade do cumprimento da lei. Sendo assim, pode-se citar como
características desses atos:
4. Por ser atos de regime jurídico público, os seus efeitos não são comuns,
logo os atos administrativos repercutem efeitos especiais que constituem os
atributos dos atos administrativos. A validade desses atos estará
condicionada ao completo e correto preenchimento de 5 pressupostos
especiais.
1.1. Nem todos os atos são imperativos. Ex.: licenças e alvarás são atos
bilaterais e negociais porque depende da participação e da
concordância do particular.
2.2. Nem todos os atos são autoexecutáveis, pois nem todos os atos
administrativos estão investidos deste atributo. Ex.: certidão de dívida
ativa (só pode ser executado por via do Judiciário). É incorreto, então,
afirmar que o limite da autoexecutoriedade está na cobrança de multas
e autuações, porque o ato de cobrar é administrativo, isto é, a multa
chega ao endereço; outra questão bem diferente é a execução dessa
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multa26 que foi enviada: ela só poderá ser executada por via judicial. A
cobrança continua ser autoexecutável, o que não se admite é a
execução da dívida.
3. PRESUNÇÕES DE:
26 Será inscrita na certidão de dívida ativa. Lembrando que certidão de dívida ativa
não é somente para crédito tributário, mas para qualquer tipo de valor que seja devido
ao Estado.
27 Antes de ler este item, estudar primeiro, logo abaixo, pressupostos e tipos de atos.
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5.1. O que é um ato discricionário? É o ato que possui competência,
finalidade e forma previstas em lei, ao passo que o motivo e o objeto
estão em branco ou indefinidos na lei, sendo preenchidos pelo
administrador.
1.2. FINALIDADE:
1.3. FORMA:
1.4. MOTIVO:
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1.5. OBJETO:
Para o ato A, todos os pressupostos foram fixados por lei. Este ato é,
portanto, de exercício vinculado à lei, conhecido também como “ato
vinculado”.
Por conta do que fora dito é que não se admite a prática de ato sem
que todos os elementos estejam preenchidos (tipicidade), ainda que o motivo e
o objeto estejam em branco ou indefinidos. Quando isso ocorrer – elementos
em branco ou indefinidos não preenchidos por lei –, caberá ao administrador
preenchê-los.
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O preenchimento motivado por fatos e circunstâncias razoáveis e
proporcionais demonstra que a prática daquele ato é oportuna e conveniente
ao interesse público: isto é o “mérito discricionário do ato administrativo”.
OBSERVAÇÕES:
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AULA 4
Perguntas:
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2. Atos perfeitos e válidos podem ser ineficazes? Verdadeira.
R.: Por outro lado, no caso da questão 2, ato perfeito e válido ainda
assim poderá ser ineficaz quando estiver voltado a 3os que não integram a
estrutura da administração, pois a eficácia, para esses 3os, advém da
publicidade do ato. Exemplo: advogado que não foi intimado de uma decisão.
A decisão é perfeita e válida, mas se não houver a intimação (publicidade) do
advogado, é ineficaz. Ou seja, atos perfeitos e válidos poderão ser ineficazes
quando forem atos externos voltados para fora da própria estrutura ou
principalmente quando forem voltados a terceiros, pois, nesses casos, além da
perfeição e da validade, será necessária a publicidade do ato – publicidade é
pressuposto de eficácia dos atos administrativos que repercutem efeitos fora
da própria estrutura ou efeitos sobre terceiros ou ainda efeitos concretos.
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7. Atos imperfeitos são inválidos e podem ser eficazes? Falso.
Atos praticados por quem não tem investidura pública e atos que não
sejam voltados a qualquer interesse público não são nem nulos, nem
anuláveis – são inexistentes e não constituem e nem extinguem direitos ou
obrigações e podem ser simplesmente ignorados pela administração.
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para gerar os efeitos (ex.: nomeação de ministro do STF); ato composto é
aquele em que se tem mais de um agente com atribuições distintas;
porém a reunião dessas atribuições distintas é que gerará o efeito. O
“enquanto” refere-se à necessidade procedimental ou instrumental sem a
qual o ato não se aperfeiçoa (no caso dos atos complexos e compostos).
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Tem-se a vedação da reformatio in pejus indireta, denominada de
efeitos prodrômico.
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2.4.1. NO PROCESSO JUDICIAL-PENAL: quando houver recurso
privativo de defesa, a 2ª instancia não poderá agravar de ofício a
pena aplicada – proibição da reformatio in pejus. Da mesma forma,
quando a sentença for anulada por recurso privativo de defesa, a
nova sentença a ser proferida não pode totalizar pena mais grave
do que aquela que foi anulada – proibição da reformatio in pejus
indireta, chamada de efeito prodrômico processual.
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3. EFICÁCIA: aptidão para gerar efeitos próprios.
Pergunta e resposta:
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AULA 5
[Continuação de atos administrativos – controle sobre atos administrativos]
Resposta:
ATO ADMINISTRATIVO
VINCULADO DISCRICIONÁRIO
Tem como os requisitos a Tem como os requisitos a
competência, finalidade, forma, competência, finalidade e forma,
motivo e objeto, tudo previsto em lei. previstos em lei. Se forem violados
Qualquer irregularidade implicará implicará vicio de legalidade.
sempre ilegalidade.
Já o motivo e objeto estão descritos
no mérito. Este é uma motivação
baseada em fatos e circunstâncias
que devem ser razoáveis e
proporcionais para demonstrar a
oportunidade e a conveniência. A
razoabilidade e a proporcionalidade,
serão limites implícitos da lei.
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2. Por outro lado, viu-se que há administração no exercício da autotutela. A
AP também se manifesta sobre a ilegalidade; mas de forma exclusiva sobre
a oportunidade e a conveniência e a sua demonstração.
1.1. No dia 29/04 o prefeito de uma acidade escolheu como fato a seca. O
prefeito está motivando o denominado Estado de calamidade. Este
Estado é ato discricionário por ausência de conceituação legal, mas
afirma que, havendo calamidade, flexibiliza-se a obrigatoriedade
licitatória e afasta-se os limites e prazos da responsabilidade fiscal.
Sendo assim, há necessidade de decretar a calamidade para fazer uso
desses benefícios. O administrador escolhe, então, a seca como caso de
calamidade. Entretanto, não é qualquer seca que implica esse Estado –
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necessita trazer à tona a circunstâncias jurídica: “a seca é tão severa
que está paralisando serviços essenciais”. Neste cenário há
calamidade. No dia 04/05 aconteceu um fato superveniente: chuva.
Nem toda chuva aplaca uma seca. Contudo, a chuva, neste caso, gerou
como circunstância jurídica: a regularização de água. Com este novo
cenário deixou-se de ser oportuno e conveniente sustentar um novo
cenário de Estado de calamidade. Do dia 24/04 a 04/05, o Estado de
calamidade era um ato juridicamente perfeito, porque atendia todos os
pressupostos da lei e da legitimidade por ser oportuno e conveniente.
Quando ocorre um fato superveniente, que foi a chuva, esta alterou os
critérios de legalidade? Não! O ato era, portanto, legal antes e
continuou depois; só perdeu a sua condição de legitimidade para
constituir efeitos. Logo, quando o administrador se depara com um fato
superveniente em que se altera circunstâncias jurídicas, fazendo com
que a manutenção do ato se torne inoportuno ou inconveniente ao
interesse público, estar-se-á obrigado, condicionado a extinguir o ato,
isto é, deverá revogar o ato – mas nunca o anular. A revogação não
poderá retroagir para atingir o ato jurídico perfeito e o direito
adquirido, por conta disso que a revogação só terá efeitos ex-nunc. A
revogação só surtirá efeitos ex-nunc porque o administrador só pode
revogar ato que seja legal; se o ato é inoportuno, inconveniente ou
ilegal, estará obrigado anulá-lo – pois se revogá-lo estará
convalidando tacitamente os efeitos ilegais do passado.31
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3. TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DOS ATOS: quando se tem uma
motivação qualquer, tal motivação possui um primeiro conjunto de motivos
que são considerados motivos meramente acessórios que conferem contexto
lógico ao fato. Em seguida, deve-se conter o motivo determinante. Sendo
assim, pode-se afirmar que, pela teoria dos motivos determinante, quando
os motivos determinantes de um ato forem inverídicos ou inexistentes a
motivação será ilícita, implicando a ilegalidade do próprio ato e
consequentemente a possibilidade de decretação de nulidade pelo Poder
Judiciário.
3.1. Esta teoria é aplicável a todos os atos motivados, ainda que o ato seja
vinculado, discricionário ou ad nutum que foram espontaneamente
motivados.
1. NOÇÕES GERAIS:
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1. ESTRUTURAL (QUEM): os elementos que integra a estrutura do Estado
são:
Exemplo:
CONGRESSO NACIONAL
QUEM O QUE FAZ
Órgão A sua função é legislar
Pertence a Administração Direta
federal
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
QUEM O QUE FAZ
Órgão A sua função é judicial
Pertence a Administração Direta do
Estado
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FUNDO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DA MAGISTRATURA DO
ESTADO
QUEM O QUE FAZ
Pessoa jurídica. A sua função é administrar a
Em regra, é fundação pública. previdência complementar.
Pertence à Administração Indireta Função atípica.
estadual.
32 Isso por que todos os magistrados investidos na jurisdição exercem esse poder em
conjunto
33 Pois todos os parlamentares investidos no mandato legislativo exercem esse poder
juntos em conjunto.
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Essas competências atribuídas pela CF terão de natureza política ou
essencial, portanto não delegáveis para outras Pessoa Jurídica ou Entidades.
Esses serviços são de prestação direta – aquele que é competente por lei
também é o prestador.
1.3.1.1. Nem todo Órgão pode impetrar MS, mas somente aquele
com expressa competência ou atribuição constitucional – ou
seja, somente os Órgãos independentes ou autônomos.
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2. ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS SE DÁ POR IMPUTAÇÃO VOLITIVA:
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AULA 6
[Continuação de Órgãos da Administração]
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1.1.1. Na CF, a constituição o equipara a um tribunal superior judicial
(STJ). O seu funcionamento orgânico é igualzinho ao do Poder
Judiciário. Exemplos: os seus membros são ministros escolhidos
através das mesmas regras e exigindo-se os mesmos pressupostos
daqueles para escolha de ministros do STF. Adquire vitaliciedade
no cargo a partir da posse, sem a necessidade de estágio
probatório.
2.1. Por outro lado, a própria constituição também estabelece como função
típica a mesma do Poder Executivo, praticamente. Para o exercício de
suas atribuições, o Tribunal de Contas é investido em competência
próprias para agir de ofício ou por provocação no atendimento e defesa
de interesses públicos coletivos:
4.1. O TRIBUNAL DE CONTAS terá até 60 dias para expedir o parecer, sob
pena de não poder entrar em recesso enquanto não expedi-lo;
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4.2. Para os tribunais de contas estaduais o prazo também é de 60 dias,
porém pode ser alterado pela Constituição Estadual. Por outro lado,
quando a análise das contas for em face de municípios, os Tribunais de
Contas têm o prazo de 60 dias se for caso de município grande, e 180
dias para os casos de municípios pequenos, sendo que este prazo de
180 não pode ser alterado;
Aspectos gerais:
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1.2.2. Sociedade de economia mista
1.5. Todas essas pessoas descentralizas têm algo que os Órgãos não têm,
mas em compensação os Órgãos têm qualidades que aqueles não têm.
Vejamos a distinção:
4. Patrimônio próprio;40
40 Os Órgãos não possuem bens próprios, utilizam-se dos bens das pessoas políticas
que estão afetados aos Órgãos.
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saldo remanescente será de responsabilidade subsidiária da pessoa
política a qual integra.
4.1. AUTARQUIAS:
1. Impenhoráveis
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2. Imprescritíveis
3.1. O penhor
3.2. A anticrese
3.3. A hipoteca
3.4. A arras
1. A licitar
2.3. Não pagam taxas, nem custas processuais ou recursais – mas não
constitui, isso, justiça gratuita.
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2.5. Contagem especial de prazos: em dobro para todos os atos
processuais.
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AULA 7
[Continuação de Órgãos da administração – autarquias]
2.6. Execução conforme o art. 100 da CF: todos os entes estatais de direito
público (empresas públicas de serviço público – correios, conforme
STF), quando condenadas judicialmente, com trânsito em julgado,
serão executadas de forma privilegiada, pois:
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cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
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repartição ou quebra do valor da execução para fins de
enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste
artigo.
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§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após
comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de
origem e à entidade devedora.
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III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu
sistema de previdência e assistência social e as receitas
provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art.
201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)
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2.6.3. A execução se dará através de dois regimes distintos, conforme o
valor da condenação:
OBSERVAÇÃO:
1. Atualização do valor:
2. Compensação automática:
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autorização. A cessão só surtirá efeitos perante o ente devedor após a
juntada dos recibos de transferência perante o ente devedor.
4. Fracionamento do precatório:
5.1.1. Em dinheiro e
49 Na hora que houver o fracionamento, poderá haver casos em que o credor terá um
valor a receber que se enquadre no RPV. Entretanto, mesmo sendo o crédito de
pequeno valor, não poderá ser pago por RPV, continuando como credor de
precatório.
50 Caso o valor do precatório exceda o limite, poderá ser fracionado (como visto
anteriormente), pagando até 3 x o limite do RPV em dinheiro e, o restante, em por
meio de precatório alimentar. É importante ressaltar que não há necessidade de
renunciar a diferença.
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6. Apesar de não estar expresso em lei, na prática é deferido o fracionamento
para extrair honorários advocatícios do grande valor de condenação de um
precatório, permitindo ao advogado executar o seu crédito.
1. Licitar
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3. Prestar contas ao Tribunal de Contas
52 O “poder fazer o que a lei não proíbe” diz respeito ao direito privado.
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AULA 8
[Continuação de organização do Estado]
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Quando o acervo de bens e o estatuto forem definidos, instituídos
apenas por particulares, será uma fundação privada de direito privado que
não integra e nem se confunde com a administração ou com o Estado.53 A
fundações privadas são externamente fiscalizadas pelo MP. A fundação não
precisa de autorização do MP para praticar os seus atos; fá-los e,
posteriormente, remete para o MP para que este aprove. Ou seja, o MP
fiscaliza externamente essas fundações, mas isso não lhe confere a
possibilidade de dirigir e nem determinar as atividades das fundações
privadas. Só haverá necessidade de autorização prévia do MP nos seguintes
casos:
DISTINÇÃO ENTRE
AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚBLICA
Criadas por lei Autorizada por lei
Criada por estatuto
Prestam serviço público Exploradoras de atividades
beneficentes ou assistenciais
53 Não se aceita mais o entendimento clássico que defendida que toda fundação era
pública, defendido exclusivamente pela “Vaca”!
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Sempre de direito público Em regra, de direito público, mas
excepcionalmente de direito privado54
Informações pertinentes:
OBSERVAÇÃO:
IV - livre concorrência;
1.2. A empresa pública pode adotar qualquer perfil empresarial, tal como
LTDA, S/A de capital fechado, comanditas, em nome coletivo. Só não
poderá ser de capital aberto, o que impede o livre acesso de
particulares.
2.2.1. Aberto
2.2.2. Fechado
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2.3.2. Sócios privados e públicos57
DIFERENÇA ENTRE
EMPRESA PÚBLICA SEM
Não tem fim lucrativo São de finalidade lucrativa
Qualquer perfil empresarial Só S/A: aberta ou fechada
Capital social integralmente público e Capital social público e privado e
sociedade unipessoal sociedade multipessoal
[FIM]
57 Uma S/A expede dois tipos de ações 1) ordinárias (dão direito a voto) e 2)
preferenciais (exclui direito próprio de sócio). O direito que se exclui, normalmente, é o
direito de votar nas assembleias. Quando tiver esse quadro de ações: ordinárias e
preferenciais sem voto, a lei da S/A limita a 50% de cada tipo. Imaginando os
seguintes sócios para dividir 100 ações: pessoa privada que tem 50% das preferenciais
e 1 da ordinária (acionista majoritário); a União tem 0 preferenciais e 49 ordinárias
(acionista minoritária). Encerrado o exercício fiscal e contábil, no 3º mês deve ocorrer
a assembleia geral ordinária para destinar lucros e tratar demais assuntos de
interesse. Sendo assim, na AGO, o acionista majoritário poderá expedir só um voto, ao
passo que a União poderá expedir 49 votos. Sendo assim, em que pese ser acionista
minoritária, ela é a controladora do direito a voto. Portanto, é uma falácia afirmar que,
na sociedade de economia mista, o Estado sempre deverá ser o acionista majoritário.
O Estado deverá ser, obrigatoriamente, acionista controlador do direito a voto, ainda
que seja apenas acionista minoritário.
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