You are on page 1of 33

Relatório Teórico

Biologia Molecular e Celular


Aula 4

Química Industrial 1º Ano

2017/2018
Índice

Estrutura De Ribossomas Em Procariotas e Eucariotas ................................................................ 3

Inicio Da Tradução Em Eucariotas .......................................................................................................... 4

Inicio da Tradução .................................................................................................................................... 5

Alongamento Da Cadeia Peptídica ..................................................................................................... 7

Finalização Da Tradução Em Eucariotas.......................................................................................... 8

Funções Da Membrana Plasmática ................................................................................................. 10

Constituição Da Membrana Plasmática ......................................................................................... 11

Composição Da Membrana Plasmática ......................................................................................... 12

Fosfoglicerídios.................................................................................................................................. 16

Esfingolipidos ..................................................................................................................................... 17

Mobilidade Dos Lípidos Na Membrana Plasmática .................................................................... 19

Tipos De Movimentos Apresentados Pelas Proteínas Na Membrana Plasmática...... 19

Proteínas ................................................................................................................................................... 20

Primária ................................................................................................................................................ 21

Secundária ........................................................................................................................................... 21

Estrutura Terciária............................................................................................................................ 24

Estrutura Quaternária ..................................................................................................................... 25

Sistema De Transporte De Moléculas E Iões Através De Membranas ................................ 25

Difusão Simples ................................................................................................................................. 26

Difusão Facilitada .............................................................................................................................. 27

Transporte Ativo ................................................................................................................................ 28

Difusão De Iões Através Da Membrana...................................................................................... 28

Quatro Classes De Proteínas De Transporte ATP-pumps................................................... 30

Modelo Da 𝑵𝒂 +/𝑲 + ATPase Na Membrana Citoplasmática............................................ 32

GUSTAVO PINHO MAIA 2


Estrutura De Ribossomas Em Procariotas e
Eucariotas
Os ribossomos são as estruturas nas quais são produzidas as proteínas das células.

Encontram-se livres do citoplasma tanto nas células eucariontes como nas procariontes. Nas

eucariontes, eles também podem estar aderidos ao retículo endoplasmático. São organelas

celulares constituídos por proteínas e ácido ribonucleico (RNA) presentes no citoplasma

celular, nas mitocôndrias, nos cloroplastos e na parte superficial do retículo endoplasmático,

formando o retículo endoplasmático rugoso (granular). Trata-se de um complexo

macromolecular que asseguram a síntese proteica através da informação genética que lhes

chega do ADN transcrito na forma de RNA mensageiro.

É o organelo que contém mais RNA e proteínas na célula. Conduz o alongamento da cadeia

peptídica a uma velocidade de 3 a 5 aminoácidos por segundo. A proteínas com 100-200

aminoácidos são sintetizadas em cerca de 1 minuto. Proteínas grandes (3000 resíduos de

aminoácidos) entre 2 a 3 horas.

O ribossoma é constituído por 3 (nas

células procarióticas) ou 4 (nas células

eucarióticas) moléculas de rRNA

diferentes e proteínas. O ribossoma

organiza-se em 2 subunidades, uma

grande e uma pequena.

As subunidades do ribossoma são classificadas em unidades de Svedberg (S). A

subunidade pequena tem uma única molécula de rRNA.

GUSTAVO PINHO MAIA 3


A subunidade grande contém uma molécula grande de rRNA e uma molécula de 5S rRNA.

Nos vertebrados ainda tem mais uma molécula de rRNA 5.8S. O ribossoma completo de

bactérias tem 70S. Em vertebrados tem 80S. Durante o processo de tradução o ribossoma

move-se ao longo do mRNA, interatuando com vários fatores proteicos e com tRNAs.

Inicio Da Tradução Em Eucariotas


A tradução pode ser dividida em:

• Iniciação

• Alongamento

• Terminação

O processo de tradução ocorre posterior ao de transcrição (síntese do RNA), onde em

eucariotas o RNA é formado e amadurecido, sendo assim importantíssimo para a síntese

de proteínas. Para que inicie o processo da tradução a subunidade menor do ribossomo

reconhece a região 5’ do mRNA através do Quepe 5’ (uma das etapas do processo de

amadurecimento do RNA, devido ao acréscimo de uma molécula de guanilato de metila).

Pós o reconhecimento a subunidade menor desloca-se até o códão de iniciação

representado pelas bases AUG, na maioria das vezes, onde ao mesmo tempo a subunidade

maior e o tRNA carregado (Aminoacyl tRNA) com o aminoácido metionina também se

juntam ao processo. Geralmente quando o tRNA chega carregado com o aminoácido ele é

reconhecido pelo sítio A (Aminoacyl), porém nesse caso como é necessário a formação de

uma longa cadeia polipeptídica o primeiro tRNA é reconhecido pelo sítio P (Peptidil) e outro

GUSTAVO PINHO MAIA 4


motivo para isso acontecer é a presença de fatores de iniciação (IF-1, IF-3) no sítio A, que

impede a presença do primeiro tRNA no mesmo e por isso ocorre o reconhecimento pelo

sítio P.

Quer as procariotas quer as eucariotas, possuem tRNAs que se ligam á metionina:

• 𝑡𝑅𝑁𝐴𝑖 𝑀𝑒𝑡 : Responsável pelo inicio da síntese

• 𝑡𝑅𝑁𝐴𝑀𝑒𝑡 : Incorpora a metionina numa proteína que está a ser sintetizada

Apenas o 𝑡𝑅𝑁𝐴𝑖 𝑀𝑖𝑡 ao local P da pequena subunidade do ribossoma, e desta forma dá

inicio á síntese de proteínas. O 𝑡𝑅𝑁𝐴𝑀𝑖𝑡 liga-se ao local A do ribossoma.

Inicio da Tradução

Durante a 1ª fase da tradução, o ribossoma

forma-se e liga-se a um mRNA e a um tRNA

iniciador, que está corretamente colocado no

codão de iniciação. As subunidades (grande e

pequena) que não estão envolvidas na

tradução estão ligadas a dois fatores de

iniciação (eIF3 e eIF6). O complexo de pré-

iniciação da tradução forma-se quando o

complexo 40S-eIF3 está ligado ao eIF1A e a

um complexo ternário (Met-𝑡𝑅𝑁𝐴𝑖 𝑀𝑒𝑡 , eIF2 e

GTP)

GUSTAVO PINHO MAIA 5


As células podem regular a síntese proteica por

fosforilação de uma serina do eIF2 ligada ao GDP.

Este complexo não tem a capacidade de trocar o

GDP pelo GTP e não pode ligar o Met-𝑡𝑅𝑁𝐴𝑖 𝑀𝑒𝑡 ,

inibindo a síntese proteica.

Durante a iniciação da tradução o eIF4 liga-se ao 5’

cap do mRNA. O complexo mRNA-eIF4 associa-se

ao complexo de pré-iniciação através da interação

do eIF4 com o eIF3, formando o complexo de

iniciação. O complexo de iniciação faz o scan do

mRNA. O scanning é interrompido quando é

encontrado o codão de iniciação. A eIF4A possui

atividade de helicase. Utiliza ATP para desemparelhar o mRNA.

O reconhecimento do codão de iniciação leva a que ocorra a hidrólise de GTP. Esta hidrólise

evita que se continue a fazer o scanning do mRNA,

A seleção do codão de iniciação é facilitada por

nucleótidos que estão á volta deste codão. A

sequencia é conhecida por sequência de Kozak

(ACCAUGG). Após a subunidade pequena estar

corretamente ligada no codão de iniciação dá-se a

ligação da grande subunidade (60S) formando-se o

ribossoma 80S. Este passo requer o eIF5 e a hidrólise de GTP. As subunidades do

ribossoma só se dissociam quando termina a síntese da proteína.

GUSTAVO PINHO MAIA 6


Nota: O inicio da síntese de proteínas codificadas por células procarióticas ocorre no Shine

Delgarno Site.

A extremidade 5’ dos mRNAs de procariotas contêm um local de ligação para os ribossomas

que se designa por Shine Delgarno Site, localizado upstream do codão AUG e que é

complementar á extremidade 3’ do 16S rRNA.

Alongamento Da Cadeia Peptídica

Durante a elongação (alongamento) da cadeia

polipeptídica, cada aminoácido aminoacyl-tRNA

move-se ao longo de 3 locais (E, P e A) do

ribossoma. Tal como no processo de iniciação da

tradução, também aqui são necessários fatores de

alongamento (EFs)

Os passos chave na elongação da cadeia

polipeptídica são:

• Entrada dos aminoacyl-tRNA

• Formação da ligação peptídica

GUSTAVO PINHO MAIA 7


• Translocação do ribossoma, um codão, de cada vez, ao longo do mRNA.

No final da iniciação temos o Met-𝑡𝑅𝑁𝐴𝑖 𝑀𝑒𝑡 ligado ao local P do ribossoma 80S. o 2º

aminoacyl-tRNA chega ao ribossoma associado com o EF1a.GTP e liga-se ao local A do

ribossoma. Se o anti códão do tRNA emparelhar corretamente com o codão do mRNA o

GTP do EF1a.GTP é hidrolisado.

Finalização Da Tradução Em Eucariotas

A repetição do ciclo de alongamento faz com que os aminoácidos sejam adicionados, um a

um, ao C-terminal do polipéptido. Nos ciclos subsequentes as alterações conformacionais

no passo 2 fazem com o tRNA que se encontra no local E seja libertado.

A terminação da tradução dá-se pela libertação de fatores quando se encontra o codão

stop. Dois tipos específicos de release factos (RFs) forma descobertos:

• O eRF1 tem uma forma similar aos tRNAs. Liga-se ao local A do ribossoma e

reconhece o codão stop.

GUSTAVO PINHO MAIA 8


• O eRF3-GTP (GTP-biding protein) em

conjunto com o eRF1 promove a clivagem do

peptidyl-tRNA.

Após a sua libertação do ribossoma, a proteína

adquire a sua conformação tridimensional nativa. Este

processo é facilitado por outras proteínas designadas

por chaperones. Outros fatores promovem

posteriormente a dissociação dos ribossomas, do

mRNA e do tRNA.

Nota: Polirribossomas ou polissomas

A tradução simultânea de um mRNA pode ser feita

por múltiplos ribossomas e uma rápida reciclagem

das subunidades após se libertarem do terminal 3’

do mRNA. As subunidades separadas do

ribossoma vão reagrupar-se junto ao terminal 5’ e

reiniciam a síntese

GUSTAVO PINHO MAIA 9


Membrana Plasmática
A membrana plasmática ou citoplasmática é a estrutura que delimita todas as células vivas,

tanto as procarióticas como as eucarióticas. Ela estabelece a fronteira entre o meio

intracelular, o citoplasma, e o ambiente extracelular, que pode ser a matriz dos diversos

tecidos. A membrana celular não é uma barreira, mas uma “porta” seletiva que a célula

utiliza para captar os elementos do meio exterior que lhe são necessários para o seu

metabolismo e para libertar as substâncias que a célula produz e que devem ser enviadas

para o exterior (sejam elas produtos de excreção, das quais deve se libertar, ou secreções

que a célula utiliza para várias funções relacionadas com o meio).

Funções Da Membrana Plasmática

A membrana plasmática tem as seguintes funções:

• Compartimentação

• Barreira Seletiva

• Transporte de Solutos

• Resposta a Estímulos Externos

• Interação Intercelular

• Atividades Bioquímicas

• Conversão Energética

A membrana plasmática é permeável á água e muito pouco permeável a sais, açúcares e

aminoácidos.

GUSTAVO PINHO MAIA 10


Nota: Osmose

A água move-se através de uma membrana semipermeável, de uma solução pouco

concentrada para uma muito concentrada. A movimentação de água ocorre até que as

concentrações de solutos e água seja igual em ambos os lados da membrana.

Constituição Da Membrana Plasmática

Se efetuarmos uma aproximação na membrana verificamos que ela é constituída por duas

camadas denominadas bicamada lipídica. Essa bicamada lipídica permite que nós façamos

a separação do meio extracelular do meio intracelular.

Resumidamente, a membrana celular é uma bicamada lipídica responsável por delimitar a

estrutura da célula no meio, bem como sua composição química. Toda a estrutura da célula,

seja ela cilíndrica, cónica é delimitada pela bicamada lipídica. Além disso permite que a

célula escolha os tipos de substancias ou moléculas que entram/saiam da célula.

GUSTAVO PINHO MAIA 11


Como dito, a membrana plasmática é constituída por uma bicamada fosfolipídica. Os

fosfolípidos presentes nas células formam espontaneamente as bicamadas de fosfolípidos.

AS cadeias de hidrocarbonetos formam uma camada hidrofóbica que possui entre 3-4 nm

de espessura na maior +arte das bio membranas.

A camada lipídica possui duas propriedades importantes:

• A parte hidrofóbica previne que os solutos hidrofílicos atravessem a membrana. No

entanto existem proteínas de membrana que medeiam o transporte de solutos

específicos através desta barreira impermeável.

• A segunda propriedade da bicamada é a sua estabilidade.

Composição Da Membrana Plasmática

De um modo geral, estão presentes os seguintes componentes:

• Fosfoglicerídios

• Esfingolipidos

• Esteróides

GUSTAVO PINHO MAIA 12


Todos estes lípidos/fosfolipídeos podem ser representados pela figura seguinte. São

constituídos por uma cabeça polar, ou seja, uma região que tem carga, denominada fosfato,

hidrofílica, ou seja que interage com compostos aquosos, ou que solubiliza em água, e por

uma cadeia de hidrocarboneto (carbono-hidrogénio), denominada de cauda apolares, que

interagem com regiões hidrofílicas, mas é uma região hidrofóbica. Podemos verificar que

existem duas cadeias de hidrocarbonetos adjacentes ao grupo fosfato.

Mas nem todos têm esta estrutura. Existem fosfolipídeos que possuem insaturações que

nada mais são que uma ligação dupla entre carbonos.

GUSTAVO PINHO MAIA 13


Esta dupla ligação, faz com que a cadeia de hidrocarbonetos, sofra um deslocamento, seja

para a direita, seja para a esquerda. Concluindo existem duas formas de fosfolipídeos: os

saturados e os insaturados. Eles associam-se desta forma para formar a bicamada lipídica:

Existe uma camada superior de uma cadeia de fosfolipídeos e uma camada inferior de uma

cadeia de fosfolipídeos. Acima desta camada, corresponde o meio extracelular e abaixo

desta camada corresponde o meio intracelular.

GUSTAVO PINHO MAIA 14


Podemos identificar na figura de cima duas regiões importantes. A região da cabeça

(grupamentos fosfatos) ou região polar e a região da cauda (grupamento hidrocarboneto)

ou região apolar. Como visualizado, os fosfolipídeos não ficam estáticos, ou seja, eles

conseguem-se mover entre eles fazendo com que sejam extramente dinâmicos. Outro tipo

de movimentação que já não é tao comum assim é a movimentação de um fosfolipídeo da

cadeia superior para a cadeia inferior e vice-versa, denominada flip-flop dos fosfolipídeos.

Também é possível ter uma estrutura que possui fosfolipídeos insaturados.

Como podemos visualizar, quando na membrana, estão presentes fosfolipídeos insaturados,

ocorre uma desorganização na parta hidrofóbica da cadeia, ou seja, na parte apolar. Essa

desorganização permite que a membrana tenha algum tipo de fluidez, como podemos

visualizar na figura abaixo.

GUSTAVO PINHO MAIA 15


Devido a essa fluidez na parta apolar, as moléculas presentes na membrana, transitam, ou

seja, movem-se com mais facilidade.

Nota:

A característica apolar da membrana faz com que haja alta seletividade para a entrada e

saída de moléculas polares (hidrofílicas), pois as mesmas bloqueiam a sua passagem. Já

as moléculas apolares (hidrofóbicas) passam livremente pela membrana plasmática.

Fosfoglicerídios
Os Fosfoglicerídios são os mais abundantes na maior parte das membranas- São lípidos

derivados do 3-fosfato de glicerol. A maior parte dos Fosfoglicerídios são derivados de 3-

fosfato de glicerol, contendo duas cadeias de ácidos graxos esterificados (cauda

hidrofóbica) e uma cabeça polar esterificada com o fosfato do glicerol.

A cabeça polar pode ser, por exemplo, constituída por Fosfatidilcolina PC),

fosfatidietanolamina (PE), Fosfatidilserina (PS) e fosfatidilinositol (PI).

GUSTAVO PINHO MAIA 16


Esfingolipidos
Os Esfingolipidos são derivados a esfingosina. Existem vários ácidos gordos que se podem

ligar á esfingosina através de uma ligação amina. Como exemplos de Esfingolipidos temos:

• Esfingomielina (SM) – tem fosfocolina como cabeça polar.

• “Glucosylcerebroside” (GlcCer) – tem a glucose ligado ao fosfato na cabeça polar

Nota

Como a estrutura da Esfingomielina é similar á dos Fosfoglicerídios, estes dois lípidos

podem formar bicamadas

Tal como os outros lípidos da membrana, o colesterol, que faz parte dos esteroides é um

lípido anfipático. O seu grupo hidroxilo é equivalente á cabeça polar dos outros lípidos. Os

4 anéis e a pequena cadeia hidrocarbonada formam a cauda hidrofóbica.

A composição lipídica da membrana influencia as propriedades da membrana. Enquanto

os Fosfoglicerídios são sintetizados no reticulo endoplasmático, os Esfingolipidos são

sintetizados no complexo de Golgi. Uma elevada concentração de Esfingolipidos na

membrana faz com que haja um aumento da estabilidade da membrana.

GUSTAVO PINHO MAIA 17


Os lípidos na membrana têm a capacidade de

se difundir lateralmente, o que contribui para

a fluidez da membrana. A fluidez da

membrana depende da composição lipídica,

estrutura das caudas hidrofóbicas (as caudas

saturadas têm tendência a agregar) e da

temperatura.

Quando uma bicamada lipídica altamente ordenada é aquecida, há um aumento das

movimentações moleculares nas caudas dos ácidos gordos, tal causa um aumento da

fluidez da membrana. O colesterol é importante na manutenção da fluidez das membranas

o que é essencial para o normal crescimento e reprodução da célula.

Além disso, a membrana plasmática é constituída por proteínas membranares:

• Distribuição especifica na membrana

• Orientação e localização especifica e depende do tipo celular

• Conferem propriedades especificas a cada face da membrana (assimetria

membranar)

Existem diversos tipos de proteínas:

• Proteínas Integrais – São proteínas transmembranares, constituídas por 3

segmentos. Os domínios citoplasmáticos têm superfícies hidrofílicas que interagem

com soluções aquosas. O domínio que se estende ao longo da membrana contém

muitos aminoácidos hidrofóbicos.

GUSTAVO PINHO MAIA 18


• Proteínas Ancoradas Á Membrana – São proteínas que estão covalentemente

ligadas á cadeia hidrocarbonada. A cadeia polipeptídica não entra no interior da

bicamada lipídica.

• Proteínas Periféricas – Estão associadas ás proteínas integrais ou ás cabeças dos

lípidos das membranas através de ligações não covalentes.

Mobilidade Dos Lípidos Na Membrana Plasmática

As moléculas de lípido estão num estado fluido e têm capacidade de se movimentar:

• Mobilidade Lateral – movimento rápido (10−6 𝑠)

• Rotação – movimento rápido (10−9 𝑠)

• Mobilidade Transversal – movimento lento (10−5 𝑠, movimento mais restrito)

• Flipase – movem fosfolípidos. Importantes para manter a assimetria da membrana

Tipos De Movimentos Apresentados Pelas Proteínas Na Membrana Plasmática

A- Arbitrário

B- Imóvel

C- Direcionado

D- Imobilizado

E- Arbitrário e restrito a

uma área

As proteínas membranares movem-se mais lentamente na membrana plasmática do que

em bicamadas contendo apenas lípidos. O movimentos das proteínas é limitado por

interações com o citoesqueleto, outras proteínas e materiais extracelulares.

GUSTAVO PINHO MAIA 19


Proteínas

Proteínas são macromoléculas biológicas constituídas por uma ou mais cadeias de

aminoácidos. As proteínas estão presentes em todos os seres vivos e participam de

praticamente todos os processos celulares, desempenhando um vasto conjunto de funções

no organismo, como a replicação de ADN, a resposta a estímulos e o transporte de

moléculas. Muitas proteínas são enzimas que catalisam reações bioquímicas vitais para o

metabolismo. As proteínas têm também funções estruturais ou mecânicas, como é o caso

da actina e da miosina nos músculos e das proteínas no citoesqueleto, as quais formam

um sistema de andaimes que mantém a forma celular. Outras proteínas são importantes

na sinalização celular, resposta imunitária e no ciclo celular.

As proteínas diferem entre si fundamentalmente na sua sequência de aminoácidos, que é

determinada pela sua sequência genética e que geralmente provoca o seu enovelamento

numa estrutura tridimensional específica que determina a sua atividade.

Os grupos R laterias, ou seja, os grupos variáveis, podem se associar por ligações não-

covalentes e formar estruturas tridimensionais.

Existem quatro tipos de estruturas que os aminoácidos podem formar entre si:

1. Primária

2. Secundária

3. Terciária

4. Quaternária

Á medida que se desce na estrutura, aumenta a complexidade da estrutura.

GUSTAVO PINHO MAIA 20


Primária
A estrutura primária é representada apenas pela cadeia linear de aminoácidos. Na figura

seguinte está representada uma cadeia de ligação de seis aminoácidos, sem interação de

grupos laterais.

Secundária

Nota:

Como dito anteriormente, os grupamentos R laterais, ou seja, os grupamentos variáveis,

podem interagir através de ligações não covalentes, o que resulta no dobramento da

sequência de aminoácidos. Existe uma exceção que é a cisteína, que é capaz de fazer uma

ligação covalente através de dois enxofres entre duas cisteínas onde se forma a molécula

cistina.

Esta associação não covalente permite que a sequência de aminoácidos se enovele, ou

seja, se dobre para formar estruturas tridimensionais. Existe dois tipos de estruturas

secundárias que são muito presentes:

• Alfa-Hélice

• Folhas beta pregueada

GUSTAVO PINHO MAIA 21


Alfa-Hélice

A Alfa Hélice é uma estrutura helicoidal formada pelas pontes de hidrogénio intra-cadeia

dos grupamentos amino e carboxila dos aminoácidos.

Podemos visualizar na imagem ao lado, como se forma

um alfa-hélice. A ponte de hidrogénio se forma com o

oxigénio da carbonila com o hidrogénio da amida do 4º

aminoácido subsequente. Verificando a figura, podemos

visualizar o carbono 𝛼 no canto inferior esquerdo, que

está ligado a um carbono que por sua vez está ligado a

um oxigénio através de uma ligação dupla. Esse oxigénio,

como podemos visualizar, estabelece uma ponte de

hidrogénio, com o hidrogénio da “segunda hélice” que por

sua vez está ligado ao nitrogénio. Se olharmos

atentamente, conseguimos perceber que a ponte de

hidrogénio, acontece no 4º carbono 𝛼.

Concluindo, a alfas-hélice é uma interação intra-cadeia,

ou seja, elas estão voltadas para a face interior da hélice.

Em termos de orientação da alfa-hélice, ela pode fazer uma rotação:

• Giro levogiro Rotação para a esquerda

• Giro dextrogiro Rotação para a direita

O que determina o tipo de giro, ou seja, para que lado gira a hélice depende da isomeria

ótica, falado recentemente. Se os aminoácidos utilizados para formar a alfa hélice forem do

GUSTAVO PINHO MAIA 22


tipo L (levogiro) a rotação será para a esquerda. Caso os aminoácidos sejam utilizados para

a produção dos aminoácidos do tipo D (dextrogiro) a rotação será para a direita.

Folha Beta Pregueada

A folha beta pregueada é uma estrutura linear pregueada (na forma de ziguezague) formada

pelos pontos de hidrogénio entre-cadeia dos grupamentos amino e carboxila dos

aminoácidos.

Na figura seguinte está representada uma folha beta pregueada. Nessa figura conseguimos

visualizar três cadeias lineares de aminoácidos. Conseguimos visualizar que, existe uma

ligação de hidrogénio ou seja uma ponte de hidrogénio da amina para o oxigénio da

carboxila. Conseguimos visualizar também que não é sempre entre a mesma cadeia, mas

sim cadeias diferentes.

Devido a essa interação não covalente entre cadeias, formam-se as “dobras” na distribuição

espacial dos átomos dos aminoácidos, formando a estrutura em ziguezague.

GUSTAVO PINHO MAIA 23


Em termos de orientação da folha beta pregueada, pode ser:

• Paralela Folhas no mesmo sentido

• Antiparalela Folhas no sentido oposto

Estrutura Terciária
É a combinação entre várias alfas hélice e folhas beta, podendo ser somente alfa-hélice,

folhas beta ou ambas.

Na figura ao lado podemos verificar que

existe uma combinação de alfa hélice

(cadeia a azul escuro) e folha beta

(cadeia a laranja). Quando esta

combinação ocorre, denominamos este

tipo de estrutura de estrutura terciária

de uma proteína.

Nota:

Existem zonas na estrutura, onde nem são alfa hélice nem são folha beta (representado na

figura como um fio verde). Essas regiões não possuem nomenclatura, pois são porções

variáveis da estrutura, que não assume nem forma de alfa hélice nem forma de folha beta.

GUSTAVO PINHO MAIA 24


Estrutura Quaternária
É a combinação entre várias estruturas terciárias, formando estruturas diméricas, trimérias,

tetraméricas, etc.

Representada nesta imagem está a hemoglobina. Podemos

visualizar na figura que existem subunidades individuais

(duas subunidades amarelas e duas subunidades verdes).

Estas subunidades representam estruturas terciárias.

Quando estas estruturas terciárias se associam entre si

através de ligações não covalentes, formam o que

chamamos de estrutura quaternária.

Neste caso, como temos quatro estruturas terciárias diferentes, nós temos um que

chamamos de tetrâmero.

• Homo Estruturas terciárias idênticas (Homo tetrâmero)


• Hétero Estruturas terciárias diferentes (Hétero tetrâmero)

Sistema De Transporte De Moléculas E Iões Através De Membranas

• A maquinaria de transporte membranar permite á célula acumular substâncias

necessárias ao seu metabolismo

• Criar gradientes iónicos

• Permite responder ao seu ambiente

GUSTAVO PINHO MAIA 25


Existem diversos tipos de transportes membranares:

• Difusão Simples - Movimento espontâneo

de moléculas ou iões de acordo com o

gradiente químico de concentração

• Difusão Facilitada – Transporte de água,

iões específicos ou pequenas moléculas

hidrofílicas (a favor do se gradiente de

concentração ou de potencial elétrico)

assistido por proteínas

• Transporte Ativo - Movimento contra um gradiente

químico ou de concentração. Em que há gasto de

energia

Difusão Simples

A difusão simples é um tipo de transporte passivo (não há gasto de energia celular) de um

soluto através da membrana a fim de estabelecer a isotonia, ou seja, alcançarem a mesma

concentração, pois o movimento é a favor de um gradiente de concentração.

Ela é feita através de um soluto apolar pequeno que penetra através da membrana, pois

assim possui afinidade com a camada polar da membrana fosfolipídica. Através da

bicamada lipídica da membrana, sem envolver proteínas carregadoras.

GUSTAVO PINHO MAIA 26


Difusão Facilitada

É uma modalidade de difusão em que não ocorre gasto de energia. O transporte ocorre a

favor do gradiente de concentração (do meio mais concentrado para o meio menos

concentrado). O soluto atravessa a membrana com a assistência de um carreador proteico

específico localizado na superfície da membrana - a permease. Assim, este tipo de difusão

diferencia-se dos demais uma vez que a sua velocidade de difusão tende a atingir uma

velocidade máxima constante à medida que se aumenta a concentração da substância a

ser difundida.

O mecanismo responsável por limitar a velocidade da difusão facilitada se embasa no facto

de a substância transportada ligar-se a uma parte específica (um sítio específico) da

proteína transportadora. Dessa forma, quando todos esses sítios estiverem "ocupados", não

adianta aumentar a concentração da substância a ser transportada. É premente, para o

aumento da velocidade, que tais sítios sejam antes desocupados, para que a proteína tenha

atividade.

Resumindo, quanto mais permeases (proteínas transportadoras) existirem, maior será a sua

velocidade; mas se a concentração aumentar, a velocidade aumenta até chegar a um ponto

em que estabiliza por não ser possível "inserir" mais permeases na membrana plasmática.

Entre as substâncias que atravessam as membranas biológicas por difusão facilitada,

destacam-se a glicose e grande parte dos aminoácidos. ECP.

GUSTAVO PINHO MAIA 27


Transporte Ativo

O transporte ativo é o nome dado ao tráfego de moléculas através da membrana plasmática,

contra o gradiente de concentração, mediado por proteínas específicas transportadores e

com a mobilização de energia celular geralmente resultante da hidrólise de ATP (trifosfato

de adenosina). A membrana pode expulsar ou absorver alguma substância que esteja em

excesso ou em falta, bombeando-a para dentro ou para fora da célula. O transporte ativo é

realizado principalmente pelas enzimas de ATP (denominadas ATPases), o exemplo da

importante Bomba sódio-potássio, que tem a função de manter o potencial eletroquímico

das células.

Difusão De Iões Através Da Membrana

Canais Iónicos (Proteínas Integrais):

• Permitem o fluxo de iões entre as células adjacentes sem atravessar o espaço

extracelular – “gap junctions”.

• A deslocação dos iões ocorre no local de maior concentração para o de menor

concentração.

• A deslocação dos iões ocorre no maior estado para o menor estado energético.

• Bidirecionais (dependentes do gradiente eletroquímico).

• Seletivos para cada tipo de ião.

• Permitem o fluxo de iões a alta velocidade através da membrana sem consumo de

energia. O fluxo é mediado por repulsão electroestática entre iões.

• Os canais iónicos podem ser artificialmente criados em membranas por tratamento

das células com pequenas proteínas hidrofóbicas designadas por ionóforos.

GUSTAVO PINHO MAIA 28


Existem dois tipos de canais iónicos:

1- Canais dependentes da voltagem – Estado conformacional depende da carga iónica

dos dois lados da membrana.

2- Canais dependentes de ligandos – Estado conformacional depende da ligação de

uma molécula especifica (ligando), a qual não é geralmente o soluto que passa pelo

canal.

Canais Dependentes de Voltagem

Dependem de alterações de potencial de membrana. São canais de abertura rápida.

Canais Dependentes de Ligandos

Recetor de acetilcolina – responsável pelo sinal elétrico

entre um nervo motor e uma fibra muscular. Abertura por

ligação reversível de um ligando.

GUSTAVO PINHO MAIA 29


Na figura acima verificamos, diversos transportadores membranares

Quatro Classes De Proteínas De Transporte ATP-pumps

Existem 4 tipos de proteínas de transporte, que envolve o gasto de ATP:

• Bombas de Classe P

• Bombas de Protões Classe V

• Bombas de Protões de Classe F

• Superfamília ABC

Bombas Classe P

• Membranas de plantas, fungos e bactérias (bombeiam 𝑯+ )

• Membranas de alguns eucariotas (bombas 𝑵𝒂+ /𝑲+ )

• Membranas do estomago de mamíferos (bombas 𝑯+ /𝑲+ )

• Membrana de todas as células eucarióticas (bomba 𝑪𝒂𝟐+ )

• Membranas do reticulo sarcoplasmático nas células do músculo (bomba 𝑪𝒂𝟐+ )

GUSTAVO PINHO MAIA 30


Bombas De Protões Classe V

• Membranas de vacúolos de plantas e fungos

• Membranas de lisossomas e endossomas de células

animais

• Membranas de células do rim

Bombas De Protões Classe F

• Membranas de Bactérias

• Membrana interna do mitocôndrio

• Membrana tilacoide de cloroplastos

Superfamília ABC

• Membranas de bactérias (envolvidas no transporte de

aminoácidos, glícidos e peptídios)

• Membranas de mamíferos (envolvidos no transporte de

fosfolípidos, de drogas lipossolúveis pequenas, colesterol e

outras moléculas pequenas).

GUSTAVO PINHO MAIA 31


Modelo Da 𝑵𝒂+ /𝑲+ ATPase Na Membrana Citoplasmática

GUSTAVO PINHO MAIA 32


Resumindo:

GUSTAVO PINHO MAIA 33

You might also like