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Rachel Carson, Silent Spring, et al, 2002

Introdução: Tanto produtos químicos como resíduos desempenham papeis


críticos na sociedade e na economia de hoje. Ao mesmo tempo, têm grandes
impactos sobre o meio ambiente e a saúde humana. De fato, muitas
substâncias químicas são prejudiciais para as pessoas e o meio onde vivem,
enquanto muitas formas de resíduos resultam em substâncias nocivas e
representam perigos para a nossa vida e a natureza que nos rodeia. Se a
gestão das substâncias químicas não for adequada, haverá riscos significativos
cada vez mais complexos para a saúde e os ecossistemas,. Todo o ciclo de
vida de um produto químico deve ser analisado, de forma a evitar tais riscos
Nos alimentos que consumimos está presente uma grande variedade de
substâncias químicas, como aquelas essenciais para a manutenção da saúde,
como vitaminas, minerais e proteínas, e algumas potencialmente tóxicas, como
micotoxinas, resíduos de pesticidas, aditivos e metais pesados. A falta de
algum nutriente ou a presença excessiva no alimento de substâncias tóxicas
pode significar um risco à saúde humana. A preocupação com a presença de
substâncias químicas nos alimentos iniciou-se na década de 1930 com isso a
incertezas esperadas, após a exposição a um agente particular, levando em
consideração as características inerentes ao agente e as do sistema causado
pela exposição humana a substâncias químicas .
Citações: Progredimos em relação à abundante evidência de que o aumento
das taxas de câncer e de outras doenças é o resultado da exposição à
substâncias químicas A Agência de Proteção Ambiental dos E.U.A (EPA - U.S.
Environmental Protection Agency) foi estabelecida em 1970, parcialmente em
resposta a Carson e a outras pessoas que previram os perigos da
experimentação mal-informada da sociedade de substâncias químicas tóxicas.

Essas alterações resultam em um grande experimento global - com a


humanidade e toda a vida na terra como os objetos de estudo involuntários. As
substâncias químicas sintéticas já são uma força grandiosa nessas alterações.
Por meio da criação e liberação de bilhões de quilos de substâncias químicas
criadas pelo homem ao longo da metade do século passado, fizemos
mudanças de grande escala na atmosfera da Terra e até mesmo na química de
nossos próprios corpos... A escala global do experimento dificulta a avaliação
dos efeitos. Ao longo dos últimos cinquenta anos, as substâncias químicas
sintéticas se tornaram tão difundidos no meio ambiente e em nossos corpos
que não é mais possível definir uma fisiologia humana normal e inalterada. Não
existe lugar limpo e sem contaminação, muito menos qualquer ser humano que
não tenha adquirido um carga considerável de substâncias químicas
persistentes e que resultem em alterações hormonais. Nesse experimento,
somos cobaias e, para piorar, não temos controles para nos ajudar a entender
o que essas substâncias químicas estão fazendo.

As substâncias químicas sintéticas estão em todos os lugares - em plástico de


embalagens, carros, brinquedos, roupas, produtos eletrônicos e milhares de
outros produtos, em colas, revestimentos, fertilizantes, combustíveis e
pesticidas. Fabricamos ou "sintetizamos" substâncias químicas a partir de
elementos presentes na natureza. Muitas substâncias químicas “orgânicas”3 ou
baseadas em carbono são derivadas do petróleo. Usamos substâncias
sintéticas para muitos fins para os quais os materiais naturais não possuem a
mesma utilidade, e geralmente a indústria e os consumidores economizam
dinheiro no processo. Sem as substâncias químicas sintéticas, não teríamos
computadores, televisão e a maioria dos medicamentos e equipamentos
médicos. Contudo, as substâncias químicas apresentam perigos assim como
benefícios. Frequentemente, esses perigos são desconhecidos ou até mesmo
não detectados assim que uma substância química é introduzida inicialmente
Eles se tornam evidentes somente após a liberação de centenas ou até mesmo
milhares de quilos da substância química no meio ambiente por meio de
processos industriais e agrícolas e da geração de energia, ou como produtos,
emissões e outros resíduos.

As substâncias químicas sintéticas foram produzidas pela primeira vez em


laboratórios durante o século 19. O DDT foi inventado em 1874 na Alemanha e
começou sua infame carreira como pesticida na década de 1930. Antes da
Segunda Guerra Mundial, os pesticidas consistiam principalmente em metais
como arsênio, cobre, chumbo, manganês e zinco e compostos encontrados em
plantas como rotenona, sulfato de nicotina e piretro. Os plásticos de celulose
foram criados pela primeira vez na década de 1890. Por volta de 1900,
plásticos sintéticos produzidos a partir do petróleo começaram a trilhar seu
caminho na indústria. O policloreto de vinila, também conhecido como "vinil" ou
PVC, foi descoberto na década de 1920. Os bifenilos policlorados (PCBs)
foram introduzidos na década de 1920. O progresso constante ao longo do
início do século 20 levou a rápidos avanços durante a Segunda Guerra Mundial
e à criação de milhares de novas substâncias químicas a cada ano desde
então. Algumas substâncias químicas tóxicas não são criadas
intencionalmente. As dioxinas, por exemplo, são derivados da fabricação de
produtos à base de cloro, da combustão (especialmente de plásticos) e do
clareamento de papel.

A vida selvagem e os ecossistemas são frequentemente afetados pela


exposição à substâncias químicas tóxicas muito antes de conhecermos seus
danos. Na metade da década de 1980, cientistas descobriram que os jacarés
no Lago Apopka na Flórida Central nasceram com problemas em seus
sistemas reprodutivos após um derramamento acidental pela empresa Tower
Chemical Company a mais de 10 anos antes. Em 1998, as áreas rurais
próximas ao lago foram autorizadas a serem inundadas como parte de um
projeto para restauração de zonas úmidas. Porém, os anos de cultivo com uso
intensivo de pesticidas cobraram o seu preço. Pássaros que se alimentam de
peixes, como as garças, morreram em grande número conforme as
substâncias químicas das áreas agrícolas inundadas foram direcionadas à
cadeia alimentar, desde algas e pequenos animais aquáticos a anfíbios e
espécies de peixes que os pássaros comem. Conforme os pássaros
consumiam as substâncias químicas, elas se bioacumularem em
concentrações que causaram envenenamento agudo.

Ursos polares também estão sofrendo com a bioacumulação de toxinas, mas


desta vez os poluentes vêm de milhares de quilômetros de distância,
carregados pelo oceano e por correntes de ar, e novamente se acumulam por
meio da cadeia alimentar até que espécies predadoras, como as focas, tenham
em milhões de vezes a quantidade de metal pesado ou substância química
orgânica persistente encontrada na água.

Praticamente nenhum lugar na Terra está livre da contaminação por


substâncias químicas. Elas são encontradas na água, no ar e em seres
humanos em todo o mundo. Algumas das maiores concentrações foram
encontradas próximas ao Círculo Ártico no leite maternos de alguns povos
indígenas.11 Alguns lagos na Noruega, na Suécia e no Norte do Canadá estão
essencialmente mortos pela chuva ácida causada por usinas de energia a
centenas de quilômetros de distância.12Grupos de anfíbios, há muito tempo
considerados como espécies indicadoras de poluição, estão sendo reduzidos
ao redor do mundo, mesmo em florestas amazônicas remotas, em parte por
causa de pesticidas e outros poluentes.

O sistema nervoso, os órgãos reprodutivos e o sistema imunológico de uma


criança cresce e desenvolve-se rapidamente durante os primeiros meses e
anos de vida. Conforme as estruturas dos órgãos desenvolvem-se, as
conexões vitais entre as células são estabelecidas. Esses delicados processos
de desenvolvimento em crianças podem ser afetados de forma simples e
irreversível por substâncias ambientais tóxicas, como o chumbo.

Neurotoxinas que podem ter apenas um efeito de doença temporária no


cérebro de um adulto podem causar danos duradouros ao cérebro em
desenvolvimento de uma criança. A imaturidade dos sistemas internos das
crianças, especialmente nos primeiros meses de vida, afeta sua habilidade
para neutralizar e eliminar certas toxinas em seus corpos. Se células no
cérebro em desenvolvimento forem destruídas pelo chumbo, ou por outras
substâncias químicas neurotóxicas, ou se conexões vitais entre células
nervosas não se formarem, há chances do dano ser permanente e irreversível.

A EPA enfrentou uma pressão constrangedora quanto às avaliações de risco


químico por muitos anos. Em 1998, a agência desenvolveu um sistema para
substâncias químicas com alto volume de produção (HPV - High Production
Volume). O programa foi elaborado para acelerar os testes por meio da
cooperação voluntária da indústria na avaliação de mais de 2.800 substâncias
químicas produzidas em volumes de um milhão de quilos por ano ou mais.

Alguns de nossos experimentos anteriores com substâncias químicas


forneceram oportunidades para tecnologias futuras. Por exemplo, dispositivos
que "farejam" explosivos podem ser usados para detectar e destruir minas
terrestres abandonadas. Substitutos nãotóxicos para inúmeros limpadores,
solventes, lubrificantes, adesivos, produtos médicos, água sanitária,
desinfetantes e centenas de outros produtos estão prestes a serem
descobertos. A agricultura precisa de substitutos mais limpos, baratos e
seguros para seus pesticidas e fertilizantes químicos.

Já existem alternativas mais seguras para muitos dos processos e produtos


que envolvem substâncias químicas tóxicas, e empresas estão trabalhando
diligentemente para descobrir mais. A geração de energia limpa, como células
de combustível, células solares e energia eólica, tornaram-se um assunto
altamente discutido em Wall Street em 2005. O gerenciamento integrado de
pragas (IPM - Integrated Pest Management) e o cultivo orgânico também
ganharam popularidade. Os cientistas voltam seu olhar à natureza em busca
de soluções para problemas industriais e também agrícolas. O campo
crescente da biomimética explora e tenta reproduzir os processos na natureza
que criam materiais e energia em temperatuas ambiente sem usar substâncias
químicas. Por exemplo, as aranhas criam teias à prova d'água que são duas
vezes mais fortes do que o Kevlar e muito mais resistentes. Abalones criam
cascas à prova de fragmentação usando a água do mar como sua
matériaprima. Folhas criam alimentos e energia química útil a partir da luz do
Sol, da água e do solo. 26 Algumas bactérias até digerem substâncias
químicas orgânicas tóxicas e excretam substâncias não nocivas no processo.

Comentários: Desta forma, empresas e outras partes interessadas são


incentivados a melhorar a capacidade de gerenciamento de produtos químicos
e resíduos durante seus ciclos de vida. Isto é possível com o desenvolvimento
conjunto de instrumentos de política, incluindo os quadros regulamentares, e a
disponibilização dos conhecimentos e ferramentas necessários para assegurar
uma transição bem sucedida entre os países no sentido de uma boa gestão
dos produtos químicos e resíduos, a fim de minimizar o impacto sobre o meio
ambiente e o bem-estar humano. Substâncias químicas são parte integral do
dia-a-dia , atualmente, diversas substâncias diferentes encontram-se em uso
Indústrias que produzem e utilizam essas substâncias têm um enorme impacto
em termos de geração de empregos, comércio e crescimento econômico
mundial. Os impactos causados por estas substâncias no meio ambiente
podem afetar espécies sensíveis e ecossistemas e até causar problemas em
larga-escala, como a eutrofização da água e depleção do ozônio estratosférico.
Ideação : A economia global está também testemunhando um aumento rápido
na geração de resíduos perigosos (resíduos industriais, águas residuais, óleos,
baterias usadas etc). Tais resíduos não somente oferecem riscos por sua
própria natureza, mas também apresentam o potencial de contaminação de
grandes quantidades de resíduos não-perigosos, caso não manejados
separadamente. A segregação, o tratamento e o descarte apropriado de
resíduos perigosos são, portanto, de grande importância. Entretanto, apesar
dos benefícios provenientes de substâncias químicas, é cada vez mais
conhecido o potencial impacto adverso que tais substâncias podem causar à
saúde humana. O progressivo ritmo de crescimento da produção, do comércio
e do uso global de substâncias químicas coloca a populações e governos
frente ao complexo desafio de descontinuar, limitar ou readequar o uso de
substâncias químicas em função de suas consequências, seu desenvolvimento
econômico e tecnológico e capacidade de gestão.A promoção de ciclos de
materiais não tóxicos e o melhor acompanhamento das substâncias químicas
presentes em produtos de consumo irá facilitar a reciclagem e melhorar a
absorção de matérias-primas secundária muito ainda precisa ser feito para que
atinja a ambição global de possuir um Ambiente Livre de Tóxicos o
fundamental é promover um meio ambiente de qualidade, onde os níveis de
poluentes produzidos pelo homem não tenham um impacto significativo ou
representem riscos à saúde humana.

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