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Beatriz Correa

Introdução
Primeiro, eu quero te dizer que seu relacionamento pode mudar e
para melhor! Como sei disso? Eu tive a sorte de testemunhar grandes
transformações... Algumas pessoas estavam prontas para terminar
seus relacionamentos, mas utilizando as ferramentas que ensino
nesse livro, elas descobriram como ter o casamento dos seus
sonhos.

Eu trabalhei por mais de 6 anos ajudando os casais a encontrarem


maneiras de criar e recriar suas relações e acredito que as pessoas
se encontram por razões muito profundas. Na verdade, eu diria que
a maioria das pessoas encontra a pessoa perfeita para elas.
Você pode querer reler essa última frase: As pessoas encontram a
pessoa perfeita para elas, não a pessoa perfeita. Até porque a
pessoa perfeita não existe.

Espero que você se junte a mim neste texto para encontrar o caminho
para um novo relacionamento. Se eu realmente acredito que tudo
pode mudar? mesmo que apenas um de vocês faça a mudança?
Pode apostar que sim, porque um casamento não são dois indivíduos
separados. Como você vai descobrir nas páginas seguintes, o
casamento é um sistema. E como qualquer sistema, se você
impactar uma parte do sistema, você afeta as outras partes. Mude
como você interage e você irá mudar como o outro deve interagir.

Alguns destes conselhos são mudanças de comportamento e outros,


mudanças na percepção. Algumas coisas você será capaz de mudar
num piscar de olhos, outras levam tempo e esforço. Mas isso é
crescimento e o casamento tem muito a ver com crescimento.

Você vai notar que a escrita não é complicada. É uma conversa, e


você vai se beneficiar muito mais dessa conversa se você fizer a sua
parte. Procure ler este livro digital com papel e caneta ao seu lado e
anote nele sempre que algum trecho te atingir de alguma forma.
Discuta em sua mente. Anote o que você deseja alterar no seu
relacionamento e realize os exercícios que são propostos ao final de
algumas aulas. Depois compartilhe suas descobertas em nosso
grupo secreto do Facebook. Dessa forma eu tenho certeza de que
você vai aproveitar muito mais os ensinamentos.

A partir de agora você terá todas as ferramentas para construir o


relacionamento que sempre sonhou. O livro será dividido em etapas
e eu vou te explicar agora como elas são:

Na etapa 1, você encontrará as 5 principais coisas que não


deve fazer, já que o primeiro passo é parar de fazer o que pode estar
causando mais problemas para a sua relação. Algumas dessas
coisas você não sabe que está fazendo e o programa vai te ajudar a
enxergar para parar agora! Você rapidamente vai perceber uma
melhora na qualidade do seu relacionamento com a diminuição das
brigas.

Na etapa 2, você vai aprender a avaliar a situação e saberá por


onde começar. A crise conjugal tem 8 estágios diferentes e para cada
estágio você receberá as ferramentas necessárias para salvar seu
casamento. Quando completar essa fase, você estará pronta para
aprender sobre o que o relacionamento pode e deve ser, junto com
conselhos diretos de como chegar lá.

Na etapa 3, será a hora de consertar as coisas e salvar o


casamento. Essa etapa é o módulo central do programa e vai te dar
toda a informação que você precisa para entender o que deu errado,
como consertar e garantir que esses problemas não voltem a te
incomodar. Após essa fase o seu relacionamento terá mudado diante
dos seus olhos, em todos os aspectos e para melhor! Com essa
mudança, você irá para próxima etapa ainda mais motivada.

Na etapa 4, você vai precisar lidar com raiva e ressentimento


pra dissolver os sentimentos nocivos. A raiva e o ressentimento
fazem muito mal ao relacionamento e você precisa entender esses
sentimentos para não provocar mais problemas. Você aprenderá a
lidar com os seus sentimentos e os sentimentos do seu parceiro.
Também vamos falar sobre a falta de vontade do parceiro em
continuar no relacionamento.

Na etapa 5, vamos jogar pesado e usaremos todas as nossas


armas para recuperar seu relacionamento. Essa é a etapa final para
salvar seu casamento e contém truques e técnicas potentes para
lidar com as situações mais difíceis sem se rebaixar a manipulações.

Vamos começar?
ETAPA 1:
As 5 Principais coisas que você não deve fazer
1) Não entre em pânico

Este é o número um, por uma razão muito simples: é muito comum
e muito destrutivo. Você pode ficar aterrorizado assim que ouvir que
seu parceiro não quer continuar no relacionamento.

Essa reação é totalmente compreensível... e totalmente inútil. O


motivo é que quando você entra em pânico, uma parte primitiva de
seu cérebro assume o controle. São três opções: paralisar, fugir ou
lutar. Nenhuma delas é muito útil.

Se você se agarrar ao instinto de luta, você irá argumentar, persuadir,


se preocupar, e seguirá agravando a situação. Se você se agarrar ao
instinto de fugir, você poderá sair da situação, talvez se esconder no
álcool ou alguma outra distração destrutiva, ou apenas decidir
abandonar a relação.

Quando nos sentimos ameaçados, infelizmente recorremos a estes


três modos automaticamente. Então respire fundo, distancie-se da
situação e deixe a razão ser sua guia.

Você já deve estar imaginando o final de sua relação. Mas estou aqui
para dizer que tenho várias histórias de pessoas que transformaram
um relacionamento que estava à beira do precipício em uma relação
preciosa.

Tome algum tempo para pensar sobre o que está acontecendo. Às


vezes, o parceiro dizer que a relação está terminando pode ser uma
oportunidade para um renascimento dessa relação. Ao menos agora,
as coisas não podem continuar como estavam. É preciso mudar. Isso
pode ser bom. É um grito de alerta!

2) Não corra para o advogado


Tudo bem, deixe-me ser claro sobre isto: não corra para o advogado
com a intenção de começar o processo de divórcio ou separação.
Porém, você pode se aconselhar com um advogado sobre o que é
preciso fazer para se proteger.
Estas são duas reações bem diferentes. Acredite ou não, eu já vi
vários divórcios em que ninguém queria se divorciar, mas um ou outro
começou o processo legal que os prendeu em uma batalha.

Há uma razão para que a palavra “versus” separe as partes em um


documento legal. Processos legais, por definição, colocam um contra
o outro.

Advogados são ótimos no que fazem. Eles protegem o interesse dos


clientes. Mas ao fazer isso, o processo pode criar bastante
distanciamento e trazer problemas. Uma vez que o processo
começa, há uma força natural que separa mais o casal. E,
infelizmente, há pouca coisa a se fazer para reverter o processo.

Geralmente, as pessoas começam o processo porque sentem que


devem fazê-lo antes do outro. Mas, em geral, isso é prematuro. Na
realidade, é o resultado do primeiro ponto. Alguém está entrando em
pânico.

Mesmo assim, muitas separações podem ser a oportunidade para o


casal se reinventar e construir um novo compromisso, renovado,
evoluído e melhor. Muitos casamentos passaram por separações.
Muitas ameaças de desistir, divórcio ou separação terminam com um
casal unido e feliz.

Como eu sempre disse aos casais: você pode lapidar depois. É mais
complicado quando não há o que consertar depois!

Então, se possível, não busque processos legais.

3) Não anuncie para o mundo

Quando estamos machucados, nossa resposta natural é “chamar


reforços”. Eu acho que isso pode ser bem destrutivo. Dizer à família
e amigos que há um problema mudará como eles verão parceiro.
Você contará para as pessoas que sentirão a necessidade de apoiá-
lo e protegê-lo. Naturalmente, eles irão protegê-lo dessa pessoa
horrível, mesmo que esta não seja a imagem que você quer para
essa pessoa.

Portanto, o primeiro motivo para não dizer a todos é por conta da


mudança de percepção em relação a seu parceiro ou parceiro.

O segundo motivo é no caso de vocês optarem pela reconciliação,


se a notícia se espalhar, haverá um maremoto carregando-o para
longe da reconciliação. O que os outros pensam nos afeta. Então, se
os outros pensam que um casal está se separando, o casal sentirá a
pressão.

E empatado com o primeiro motivo, se vocês decidirem se


reconciliar, haverá problemas para reparar. As pessoas demoram
mais para perdoar quem machucou aqueles que amam do que quem
foi machucado.

Minha sugestão: compartilhe com um amigo, um pastor, um


terapeuta, ou outra pessoa que será seu confidente. Mais tarde, se
as coisas não mudarem, você pode contar para outras pessoas.

4) Não culpe, envergonhe ou manipule

Essa pode ser difícil. Nossa inclinação natural é atacar verbalmente,


mostrar o que há de errado com a outra pessoa, e tentar convencê-
la a mudar de ideia. Isso produz mais efeitos negativos que positivos.

Você aprenderá sobre paradigmas. Mas, por ora, basta dizer que as
pessoas tomam decisões que façam sentido para elas baseadas no
que veem. Mudar essa visão é extremamente difícil.

Na realidade, quanto mais se argumenta, mais a crença se


concretiza. Agora não é hora de pontuar os defeitos, deficiências e
falhas dele ou dela. É hora de dizer que você não quer o fim do
relacionamento. Ao invés disso, você preferiria trabalhar para
transformar o relacionamento em algo precioso para ambos.
NÃO pense que ESTA é a conversa que deve resolver algo (estenda
isso a qualquer discussão que você tiver). Pense em construir a
fundação que permitirá que se caminhe para a solução.

Aliás, não comece a acreditar nos livros que você vê por aí,
prometendo mostrar como manipular a mente do seu parceiro.
Alguns dizem ser capazes de dominar o parceiro ou parceira. É
possível que você consiga paralisar a outra pessoa pelo choque da
resposta, mas apenas tempo suficiente para que ela perceba sua
tentativa de manipulação. Isso raramente funciona.
Portanto, nada de intimidar, implorar, manipular, envergonhar, etc.
Você irá apenas convencer a outra pessoa de que ela deve deixá-lo,
por conta da reação que valida suas crenças.

O que me leva ao último “não”:

5) Não tente se tornar o que você crê que ele/ela quer

Já ouvi alguém chorar várias vezes: “Apenas diga-me o que fazer.


Eu farei qualquer coisa para continuarmos juntos”. Infelizmente
existem dois problemas com essa abordagem.

Primeiro, você se mostra descuidado, mole e deplorável.


Provavelmente você perderá o respeito da outra pessoa porque você
não pode mudar subitamente. E porque isso mostra o quão pequeno
você se considera.

Além disso, você está bem do jeito que está. O problema está no
relacionamento, não em você. Portanto, não se torne deplorável aos
olhos da outra pessoa.

Segundo, tentar mudar significa que você não pode ser verdadeiro,
real e honesto para si mesmo. Ao invés disso, você desiste de quem
é. Basicamente, você está sendo desonesto. No final, você precisa
se olhar no espelho e gostar do que vê, sem se importar com o que
acontecerá com seu relacionamento. Você não quer ver refletido no
espelho alguém que você não conhece.
Portanto, estas são minhas cinco coisas para não se fazer. Eu espero
que sejam úteis.
ETAPA 2:
Guia rápido para começar a salvar seu casamento
Você se encontra numa crise no casamento e não sabe o que fazer.
Muitas vezes, as pessoas se encontram em estado de paralisia, sem
saber o que fazer e com medo de fazer a coisa errada.

É por isso que eu preparei essa etapa especial. Ele vai lhe dar a
informação que você precisa para iniciar o processo de salvar seu
casamento. E não importa em que estágio você se encontre.

Porém eu tenho um aviso: Eu não posso encorajar pessoas a


permanecerem em um relacionamento abusivo. Quando há qualquer
forma de agressão, especialmente a física, sua segurança deve estar
em primeiro lugar, se proteger é o mais importante. Estar num
relacionamento violento é perigoso e eu não posso perdoar um
casamento em que tenha havido abuso físico. Se o abuso for
emocional ou verbal, o abuso PRECISA parar para o casamento
sobreviver. O abuso faz uma relação entre iguais impossível. É
baseado em poder e em manter um diferencial de poder.
Em que estágio você está?

Antes de começar, você precisa saber onde você está. Há diferentes


estágios em problemas de relacionamento. Nós iremos do menos
grave para o mais grave.
Você verá que em cada estágio há um link (clicável) para a
informação do estágio. Onde o texto for azul e sublinhado, você pode
usar seu mouse ou toque com o dedo para clicar e imediatamente
encontrará a informação relacionada.

Você perceberá que algumas instruções se repetem. Contudo,


quanto mais severa for a sua situação, mais instruções serão
necessárias e estarão adicionadas. Vamos começar a salvar seu
relacionamento!

Leia o estágio correspondente ao seu relacionamento:


Estágio 1: Você vê problemas se aproximando do seu
relacionamento.

Estágio 2: Você vê problemas no seu relacionamento e você não


sabe se quer continuar no casamento.

Estágio 3: Seu parceiro lhe disse que está infeliz.


Estágio 4: Seu parceiro está ameaçando te deixar.

Estágio 5: Seu parceiro te deixou. Nenhum procedimento legal. Ainda


mantém comunicação.
Estágio 6: Seu parceiro te deixou. Nenhum procedimento legal. Sem
comunicação.

Estágio 7: Seu parceiro te deixou e começou procedimentos legais.


Ainda mantendo comunicação. (Também se aplica quando o parceiro
começou procedimentos legais ainda em casa.)

Estágio 8: Seu parceiro te deixou e começou procedimentos legais.


Sem comunicação.
Soluções:

Estágio 1: Você vê problemas se aproximando do seu


relacionamento

Não perca as esperanças! Seus problemas ainda não estão


colocando seu casamento em risco. Talvez você só saiba que os
problemas estão vindo estrada abaixo em sua direção, mas ainda
não são de fato grandes problemas. Essa é uma hora excelente para
começar a encontrar soluções, entendimento e respostas.

Eu tenho a solução para você. E felizmente, é muito


simples. Continue lendo e veja que esse livro poderoso é realmente
uma cartilha de relacionamentos. Além de ajudar quem está
passando por dificuldade, a informação pode ser benéfica para
qualquer relacionamento. Leia-o para aprender a teoria e o
entendimento de como uma relação de casamento pode e deveria
ser, e então vá e crie isso.
Estágio 2: Você vê problemas no seu relacionamento e não sabe
se quer continuar nele

Nesse estágio, você se tornou ciente dos problemas em questão, e


esses problemas são suficientemente significativos para você
considerar a possibilidade de que seu casamento não vá sobreviver.

Entenda a simples verdade: nós não temos a capacidade de mudar


ninguém nem nada, porém podemos mudar a nós mesmos. Seu
parceiro não está sob seu controle, então procurar uma solução que
te ensine como mudar o outro certamente irá fracassar.

Bem, você tem uma solução poderosa: olhe para si mesmo para que
as alterações e mudanças aconteçam. Primeiro, comprometa-se a
permanecer no casamento e fazer as coisas funcionarem. Decida
que você vai ser o impulso para a mudança.

As informações nesse livro irão te ajudar a transformar seu


pensamento, e da mesma forma, transformar seu relacionamento.
Finalmente, realize as mudanças que você achar necessárias à
medida que vai avançando com sua leitura.

Estágio 3: Seu parceiro lhe disse que está infeliz

Esse pode ser um estágio particularmente difícil. Ora, você acaba de


perceber que fazendo o que faz naturalmente está errando o alvo.
Em outras palavras, o modo como às coisas estão atualmente levam
o seu relacionamento ao desastre. Você pode estar ciente de que há
problemas, mas é possível também que não esteja.

A descoberta pode te jogar numa queda livre. Então, primeiramente,


acalme-se. A boa notícia é: seu parceiro está te dizendo que as
coisas não estão certas, mas desde que ela ou ele não esteja
ameaçando te deixar (estágio 4), há também um desejo implícito de
fazer as coisas mudarem.
Então, ao mesmo tempo, você está lidando com crise e esperança.
As coisas precisam mudar e, em contrapartida, há esperança de que
as coisas possam mudar para melhor.

Existem diversas áreas a serem abordadas:

3.1) Não entre em pânico


Como eu disse anteriormente, não é a hora de desistir, entrar em
pânico, reagir de forma exagerada ou mesmo paralisar. Algo no meio
disso é importante. Quando entramos em pânico, a parte de nossos
cérebros que precisamos manter ativa se desliga. Ou seja,
precisamos estar numa posição racional e razoável. Isso não é
possível quando entramos em pânico.

A parte mais primitiva de nosso cérebro foi criada para detectar


ameaça, mas não foi desenvolvida para ser boa em avaliar se a
ameaça é real ou não, apenas para nos alertar se há uma de fato.
Pesquisadores dizem que há uma área do cérebro, a amígdala,
localizada no fundo de nossa estrutura encefálica, que está sempre
procurando por ameaças.

A sobrevivência depende de reações exageradas. Então, somos


melhores, em termos de sobrevivência, se respondemos à ameaça
real e ameaça percebida com igual velocidade e força. Se eu estou
andando por um caminho e vejo uma vara torta, minha mente registra
a possibilidade de ser uma cobra e eu congelo. Então, o resto do meu
cérebro se recompõe e avalia que é apenas um graveto. Logo,
continuo andando. Se fosse de fato uma cobra, entretanto, e meu
cérebro assumisse que não era uma ameaça, provavelmente eu
seria picada. Isso não seria nada bom para minha sobrevivência.

Infelizmente, o que é bom para a sobrevivência não é tão bom para


relacionamentos pessoais. Quando alguém aumenta o tom de voz
para mim ou me critica, minha parte instintiva mais profunda vê essa
atitude como uma ameaça. E uma vez que a pessoa provavelmente
não vá parar simplesmente minha mente continua registrando a
ameaça. De repente, meu corpo está pronto para uma de três
reações: paralisar, lutar ou fugir. Nenhuma delas é particularmente
uma reação útil para uma discussão inteligente.

Pânico é uma reação de medo. Não se renda a uma sensação de


pânico. Isso só vai deixá-lo desesperado e fazer com que você
pareça uma pessoa deplorável, e essa não é uma posição útil.

3.2) Não tente brigar com seu parceiro

É hora de admitir que quando há um problema a ser resolvido nossa


tendência é de nos tornar defensivos e negar que há algo errado.

3.3) Mude a si mesmo para se tornar a pessoa que você deveria


ser
Com o tempo, todos nós temos a tendência de nos tornarmos
acomodados e preguiçosos, ter hábitos ruins e padrões, perdendo
assim nosso verdadeiro eu. Mas seu parceiro está claramente dando
um sinal de que as coisas devem mudar. É a hora de tomar isso como
um desafio.

Em um dos livros que li, chamado Mindset, Carol Dweck distingue


entre uma “mentalidade fixa” e uma “mentalidade de crescimento”. A
mentalidade fixa leva a não pensar que algo pode ser mudado: nossa
personalidade é fixa, nossa inteligência é fixa, nossas maneiras de
nos relacionar são fixas.

Isso é diferente da mentalidade de crescimento. A mentalidade de


crescimento é marcada pela sabedoria de que as pessoas podem
mudar, podem descobrir novos meios de ser e se relacionar.
Adivinha qual mentalidade está correta? Estudos e mais estudos
mostram que a mentalidade de crescimento é mais evoluída. Em
outras palavras, nós temos uma capacidade maior de mudar algo em
nós mesmos do que acreditamos. Então, assuma essa abordagem e
decida que é hora de criar um novo e melhorado "você"!
3.4) Envolva seu parceiro no processo de te ajudar a
redesenhar seu casamento

Entenda, isso é diferente de fazer seu parceiro redesenhar VOCÊ. É


sobre mudar, transformar e modificar o relacionamento.

Nota: há vezes em que você precisa olhar para si mesmo, para sua
personalidade, seus problemas. Isso é necessário fazer. Você não
deve deixar alguém determinar o que você precisa mudar e resolver.
Você precisa fazer um exame de consciência para determinar isso.
Entretanto, se ouvir algumas queixas consistentes de outros,
inclusive de seu parceiro, é a hora de dar uma olhada nisso.

Mudar um relacionamento é uma questão relacional. Requer que


ambos estejam dispostos a uma transformação. Você não pode fazer
isso sozinho mais do que seu parceiro pode fazer sozinho. Em vez
disso, vocês dois precisam se tornar a força da mudança no seu
relacionamento. Ironicamente, esse é também o primeiro passo para
avançar: tornarem-se um time para fazer as mudanças necessárias.
3.5) Deixe de lado as conversas sobre relacionamento

Nesse ponto, vocês precisam trabalhar em passar um bom tempo


juntos. Fazer coisas de que gostam -- sem NENHUMA pressão por
afeto, reafirmação ou qualquer gesto de amor. Na realidade, você
não precisa ter nenhuma grande conversa sobre o relacionamento.
Quando as coisas não estão indo bem, os problemas parecem
enormes, quase impossíveis de superar, e você sente a necessidade
de ter grandes e sérias conversas para levá-lo ao caminho certo.
Essa é uma má ideia. Não caia nessa armadilha. A sensação de que
as coisas são impossíveis de serem resolvidas vai se tornar uma
ferida que nunca cicatriza e ambos irão sentir cada vez menos
vontade de trabalhar nas coisas.

Em vez disso, foque em ter momentos agradáveis juntos. Pense:


quais são as coisas que vocês costumavam fazer e que gostavam?
Como vocês passavam tempo de maneira simples, sem pressão,
simplesmente passando um tempo juntos? Faça essas coisas. Saia
para andar, vá ao cinema, saia para um café ou vá à livraria. Em
outras palavras, faça coisas que não dizem respeito ao
relacionamento, mas sim compartilhar espaço, tempo e experiências.

Se você focar nisso, vai apaziguar a ansiedade de seu parceiro de


ter que lidar com os problemas do relacionamento de novo. Você vai
começar a realizar depósitos na sua conta do relacionamento (sim,
nesse ponto, seu parceiro provavelmente está fazendo a
contabilidade do relacionamento). E você vai estar construindo
confiança e comunicação. O engraçado é que, uma vez que você
está lendo essas coisas, os problemas que você pensava serem
impossíveis de resolver, parecem ser bem mais simples de superar.
De fato, alguns nem vão mais parecer problemas.

Estágio 4: Seu parceiro está ameaçando te deixar

Nesse ponto, seu parceiro está não apenas dizendo que está infeliz,
mas também está pronto para sair. O partir parece ser visto como
uma solução temporária, uma chance de pensar sobre as coisas.

Entretanto, entenda isto: separações são raramente efetivas para


resolver um relacionamento. Quase sempre, uma separação é um
passo em direção ao divórcio. Aqui está o motivo: Como vocês
poderão trabalhar em seu relacionamento estando separados?
Então, para a sobrevivência em longo prazo de um relacionamento,
é melhor tentar evitar a separação. Encontre maneiras de intervir o
mais rápido e eficiente possível.

1) Tudo se aplica no Estágio 3. Nesse ponto, você precisa ser


rápido para trabalhar e descobrir o que levou a infelicidade.

2) Não concorde com uma separação legal. Deixe-me ser clara:


você pode ter que concordar com isso porque seu parceiro pode
começar procedimentos legais que forcem essa situação. Contudo,
se for uma pergunta, por exemplo: “Você acha que devemos nos
separar? ” Sua resposta é “Não. Eu quero trabalhar no nosso
relacionamento. Eu quero fazer o que for preciso para nos colocar de
volta ao caminho certo”.

3) Não culpe, nem tente voltar-se contra seu parceiro, ou


permita que sua raiva desperte Se você o fizer, você vai provar o
ponto de que vocês precisam se separar. Lembre-se, no final das
contas, você tem controle sobre a mudança de apenas uma parte:
VOCÊ. Não tem controle sobre seu parceiro, e não tem o poder para
mudá-lo ou mudá-la de nenhuma forma. Você tem demonstrado, por
investir nesse programa, o desejo de que seu casamento se
mantenha. Então, precisa assimilá-lo para fazer as mudanças
necessárias.
A esperança, (como você verá ao decorrer desse livro) é que isso
leve seu parceiro a fazer mudanças em si próprio. Entretanto, você
não pode começar isso com expectativa. Você deve começar criando
a transição dentro de si mesmo. Comece o processo de mudança por
você.

4) Comece a conversa com “ O que seria necessário para nos


manter juntos? ” Isso é importante em dois níveis diferentes.
Primeiro, você precisa dessa informação para que possa trabalhar
em fazer as mudanças necessárias. Mas, segundo e não menos
importante, isso estabelece que você quer que o relacionamento
continue. Agindo assim, seu parceiro vai ver que o relacionamento é
importante pra você e é algo que você valoriza.

Muitas vezes, um parceiro precisa ouvir que você valoriza o


relacionamento. Isso porque, normalmente, o parceiro está testando
para ver se realmente há um comprometimento no relacionamento.
Então, a ameaça de deixá-lo pode ser um apelo para ouvir que você
estima o relacionamento e quer mantê-lo. Uma reação defensiva,
especialmente uma que diz “Vá em frente e vá embora, se é o que
você quer” só prova o que a pessoa teme, que você não estima o
relacionamento. Não caia nessa armadilha.

Escute o que o seu parceiro tem a dizer. Ouça o que precisa


acontecer para manter o relacionamento e então decida: há algo que
ele queira que você não possa fazer? Isso é possível. Você pode
ouvir algo que realmente seja impossível. Por exemplo, lhe é pedido
para fazer uma mudança que vai contra seus valores, como aceitar
um caso. Isso requer que você mude partes fundamentais de quem
é, ou significa que você não pode, possivelmente.
Se esse for o caso, você pode concluir que o custo seja
muito alto para concordar com isso. Não desista, mas pontue a
impossibilidade de atender ao pedido. Todavia, geralmente, o que é
pedido não é injusto ou fora de questão. Na realidade, é muitas vezes
importante ouvir o pedido e pedir um tempo para considerá-lo. Em
outras palavras, pegue um pouco de tempo para não reagir, pense
sobre o pedido e responda racionalmente.
5) Não deixe para depois. Seu perigo nesse ponto é a inatividade.
Se você disser que quer que as coisas mudem, mas depois não fizer
nenhuma mudança, vai apenas precipitar uma separação. Criará um
ponto sem volta. Seu parceiro precisa ver que você está pronto para
seguir em frente. Não deixe essa oportunidade passar. Uma vez que
alguém saiu de casa, a dificuldade em fazer o relacionamento dar
certo cresce rapidamente. Faça a mudança agora e não se paralise
pelo medo.

6) Não se torne defensivo. Posso ter dito isso antes, mas isso é
tão importante que eu estou reforçando aqui. Eu sei que a reação
natural de qualquer um, ouvindo qualquer coisa que ataque nosso
senso do mundo e nosso lugar nele, tende a criar uma resposta
defensiva. Nós sentimos a necessidade de nos proteger e defender
nosso ponto de vista. Porém, eu posso dizer para você por
experiência própria: Ser defensivo não é eficiente em criar mudança
num relacionamento, mas é altamente efetivo em acender a chama
da raiva e da indignação na outra pessoa. Seu parceiro vai ver sua
atitude defensiva como a confirmação de que você não vai mudar e
que não se importa com a forma como as coisas estão. Você está,
em sua mente, muito mais interessado em defender o modo como vê
as coisas do que em fazer o relacionamento funcionar.
Então, quando ouvir algo, não responda imediatamente. Pause,
respire fundo, aceite que o que está sendo dito pode ter validade e
então responda de um jeito carinhoso. Você não está lá para mudar
as percepções da outra pessoa.

Estágio 5: Seu parceiro te deixou. Nenhum procedimento legal.


Ainda mantém comunicação

Nesta fase, a aposta é muito mais alta do que qualquer outra antes.
Quando um parceiro quer sair de casa ou dá início a processos legais
(ou ambos), se começa uma avalanche. Em outras palavras, não
precisa muito para iniciar um desmoronamento irrecuperável.

É preciso uma quantidade substancial de vontade para se sair de


casa e iniciar processos judiciais. Algumas pessoas permanecem na
casa porque eles são os principais responsáveis pelas crianças ou
por outros motivos práticos, mas iniciam um processo judicial.
Qualquer uma das situações se encaixa aqui. Isto é claramente uma
situação de emergência. No entanto, é necessário proceder com
cautela.

Lembre-se, no treinamento de primeiros socorros a primeira regra é


não entrar em pânico. Nós raramente tomamos boas decisões em
modo de pânico. Assim, este leva ao # 1:

1) Não entre em pânico. Não é a hora para entrar em pânico e


reagir de forma exagerada ou paralisar. Algum lugar no meio é
importante. Ou seja, precisamos estar em uma posição racional e
razoável. Isso não é possível quando entramos em pânico.

A parte mais primitiva de nosso cérebro foi criada para detectar


ameaça, mas não foi desenvolvida para ser boa em avaliar se a
ameaça é real ou não, apenas para nos alertar se há uma de fato.
Pesquisadores dizem que há uma área do cérebro, a amígdala,
localizada no fundo de nossa estrutura encefálica, que está sempre
procurando por ameaças.

A sobrevivência depende de reações exageradas. Então, somos


melhores, em termos de sobrevivência, se respondemos à ameaça
real e ameaça percebida com igual velocidade e força. Se eu estou
andando por um caminho e vejo uma vara torta, minha mente registra
a possibilidade de ser uma cobra e eu congelo. Então, o resto do meu
cérebro se recompõe e avalia que é apenas um graveto. Logo,
continuo andando. Se fosse de fato fosse uma cobra, entretanto, e
meu cérebro assumisse que não era uma ameaça, provavelmente eu
seria picada. Isso não seria nada bom para minha sobrevivência.
Infelizmente, o que é bom para a sobrevivência não é tão bom para
relacionamentos pessoais. Quando alguém aumenta o tom de voz
para mim ou me critica, minha parte instintiva mais profunda vê essa
atitude como uma ameaça. E uma vez que a pessoa provavelmente
não vá parar, simplesmente minha mente continua registrando a
ameaça. De repente, meu corpo está pronto para uma de três
reações: paralisar, lutar ou fugir. Nenhuma delas é particularmente
uma reação útil para uma discussão inteligente.

Pânico é uma reação de medo. Não se renda a uma sensação de


pânico. Isso só vai deixá-lo desesperado e fazer com que você
pareça uma pessoa deplorável e essa não é uma posição útil.

2) Não culpe, tente voltar-se contra seu parceiro, ou permita que


sua raiva desperte. Se você o fizer, você vai provar o ponto de que
vocês precisam se separar. Lembre-se, no final das contas, você tem
controle sobre a mudança de apenas uma parte: VOCÊ. Não tem
controle sobre seu parceiro e não tem o poder para mudá-lo ou mudá-
la de nenhuma forma. Você tem demonstrado, por investir nesse
programa, o desejo de que seu casamento se mantenha. Então,
precisa assimilá-lo para fazer as mudanças necessárias.

A esperança, é que isso leve seu parceiro a fazer mudanças em si


próprio. Entretanto, você não pode começar isso com expectativa.
Você deve começar criando a transição dentro de si mesmo. Comece
o processo de mudança por você.

3) Comece a conversa com “O que seria necessário para nos


manter juntos? ” Isso é importante em dois níveis diferentes.
Primeiro, você precisa dessa informação para que possa trabalhar
em fazer as mudanças necessárias. Mas, segundo e não menos
importante, isso estabelece que você quer que o relacionamento
continue. Agindo assim, seu parceiro vai ver que o relacionamento é
importante pra você e é algo que você valoriza.
Muitas vezes, um parceiro precisa ouvir que você estima o
relacionamento. Isso porque, normalmente, o parceiro está testando
para ver se realmente há um comprometimento no relacionamento.
Então, a ameaça de deixá-lo pode ser um apelo para ouvir que você
estima o relacionamento e quer mantê-lo. Uma reação defensiva,
especialmente uma que diz “Vá em frente e vá embora, se é o que
você quer” só prova o que a pessoa teme, que você não estima o
relacionamento. Não caia nessa armadilha.

Escute o que o seu parceiro tem a dizer. Ouça o que precisa


acontecer para manter o relacionamento, e então decida: há algo que
ele queira que você não possa fazer? Isso é possível. Você pode
ouvir algo que realmente seja impossível. Por exemplo, lhe é pedido
para fazer uma mudança que vai contra seus valores, como aceitar
um caso. Isso requer que você mude partes fundamentais de quem
é, ou significa que você não pode, possivelmente, obter algumas de
suas necessidades atendidas.
Se esse for o caso, você pode concluir que o custo seja muito alto
para concordar com isso. Não desista, mas pontue a impossibilidade
de atender ao pedido. Todavia, geralmente, o que é pedido não é
injusto ou fora de questão. Na realidade, é muitas vezes importante
ouvir o pedido e pedir um tempo para considerá-lo. Em outras
palavras, pegue um pouco de tempo para não reagir, pense sobre o
pedido e responda racionalmente.
4) Não deixe para depois. O perigo nesse ponto é a inatividade.
Se você disser que quer que as coisas mudem, mas depois não fizer
nenhuma mudança, você vai apenas precipitar uma separação. Você
criará um ponto sem volta. Seu parceiro precisa ver que você está
pronto para seguir em frente. Não deixe essa oportunidade passar.
Uma vez que alguém saiu de casa, a dificuldade em se reconciliar
cresce exponencialmente. Faça a mudança agora e não se paralise
pelo medo.

5) Não se torne defensivo. Posso ter dito isso antes, mas é tão
importante que eu estou reiterando aqui. Eu sei que a reação natural
de qualquer um, ouvindo qualquer coisa que ataque nosso senso do
mundo e nosso lugar nele, tende a criar uma resposta defensiva. Nós
sentimos a necessidade de nos proteger e defender nosso ponto de
vista. Mas eu posso dizer a você por experiência própria: ser
defensivo não é eficiente em criar mudança num relacionamento,
mas é altamente efetivo em acender a chama da raiva e da
indignação na outra pessoa. Seu parceiro vai ver sua atitude
defensiva como a confirmação de que você não vai mudar e que você
não se importa com a forma como as coisas estão. Você está, em
sua mente, muito mais interessado em defender o modo como você
vê as coisas do que em fazer o relacionamento funcionar. Então,
quando você ouvir algo, não responda imediatamente. Pause, respire
fundo, aceite que o que está sendo dito pode ter validade e então
responda de um jeito carinhoso. Você não está lá para mudar as
percepções da outra pessoa. Está lá para ouvi-la e ver o que você
precisa mudar para o relacionamento funcionar. Lembre-se que se
ainda está ouvindo sobre o relacionamento, seu parceiro ainda tem
compromisso para com o mesmo, mas quer ver as coisas mudarem.

6) Opte por mudar a si mesmo para se tornar a pessoa que


você deveria ser. Com o tempo, todos nós temos a tendência a nos
tornar complacentes e preguiçosos, ter hábitos ruins e padrões,
perdendo assim nosso verdadeiro eu. Entretanto, seu parceiro está
claramente dando um sinal de que as coisas devem mudar. É a hora
de tomar isso como um desafio. Em seu excelente
livro, Mindset, Carol Dweck distingue entre uma “mentalidade fixa” e
uma “mentalidade de crescimento”. A mentalidade fixa leva a pensar
que algo não pode ser mudado: nossa personalidade é fixa, nossa
inteligência é fixa, nossas maneiras de nos relacionar são fixas.

Isso é diferente da mentalidade de crescimento. A mentalidade de


crescimento é marcada pela sabedoria de que as pessoas podem
mudar, podem descobrir novos meios de ser e se
relacionar. Estudos e mais estudos apontam que a mentalidade de
crescimento é verdadeira. Em outras palavras, nós temos uma maior
capacidade de mudar do que acreditamos. Então, assuma essa
abordagem, e decida que é hora de um novo e melhorado você. Aqui
estão as duas razões pelas quais isso seja tão importante neste
momento:

a. Depois de tudo estar dito e feito, você precisa ser capaz de olhar
para si mesmo no espelho, independentemente do resultado, e
gostar de si. Você precisa ser capaz de se ver como alguém que se
tornou quem deveria ter sido ou continuou sendo quem você deveria
ser. Este processo é brutal para a autoestima das pessoas e, muitas
vezes, nos leva a agir de uma forma que não é fiel a quem realmente
somos. Isso é uma tragédia.

b. Você está tentando atrair alguém de volta para o relacionamento.


Quando ele/ela perceber que você agindo de maneira positiva para
si mesmo, se sentirá atraído também. Não desanime ou se
desencoraje por declarações como: "Por que você não fez isso
quando estávamos juntos?" ou "Eu deveria ter saído mais cedo para
que você fizesse isto antes". Tome ambas como confirmações de que
o seu parceiro está gostando das mudanças, mas não sabe como
lidar com elas.

7) Não existe nenhuma “conversa final de


relacionamento”. Muitas vezes, as pessoas começam a ver toda
interação com potencial de iniciar ou terminar um relacionamento.
Esse é raramente o caso. Então, relaxe e faça as interações que você
ache agradáveis.
Depois de ter a conversa “o que seria necessário…”, não continue
tendo discussões sobre o relacionamento. O negócio é: quando as
coisas não estão indo bem, os problemas parecem enormes e
parecem quase impossíveis de serem superados, você sente a
necessidade de ter grandes conversas para levá-lo ao caminho certo.
Essa é uma má ideia. Não caia nessa armadilha. A sensação de que
as coisas estão quase impossíveis vai se tornar um câncer entre
vocês dois, e ambos irão sentir cada vez menos vontade de trabalhar
nas melhorias.

Em vez disso, foque em ter momentos agradáveis juntos. Pense:


quais são as coisas que vocês costumavam fazer e que gostavam?
Como vocês passavam tempo juntos de maneira simples, sem
pressão, simplesmente passando um tempo? Faça essas coisas.
Saia para andar, vá ao cinema, saia para um café ou vá à livraria. Em
outras palavras, faça coisas que não dizem respeito ao
relacionamento, mas sim a compartilhar espaço, tempo e
experiências. Se você focar nisso, você vai apaziguar a ansiedade
de seu parceiro de ter que lidar com os problemas do relacionamento
de novo. Você vai começar a realizar depósitos na sua conta do
relacionamento (sim, nesse ponto seu parceiro provavelmente está
fazendo a contabilidade do relacionamento). E você vai estar
construindo confiança e comunicação. O engraçado é que, uma vez
que você esteja lendo essas coisas, os problemas intransponíveis
parecem ser bem mais simples de superar. De fato, alguns nem vão
mais parecer problemas.

Estágio 6: Seu parceiro te deixou. Nenhum procedimento legal.


Sem comunicação

Nesta fase, a aposta é muito mais alta do que qualquer outra antes.
Quando um parceiro quer sair de casa ou dá início a processos legais
(ou ambos), se começa uma avalanche. Em outras palavras, não
precisa muito para iniciar um desmoronamento irrecuperável.
É preciso uma quantidade substancial de vontade para sair de casa
e iniciar processos judiciais. Algumas pessoas permanecem na casa
porque eles são os principais responsáveis pelas crianças, ou por
outros motivos práticos, mas iniciam um processo judicial. Qualquer
uma das situações se encaixa aqui. Isto é claramente uma situação
de emergência. No entanto, é necessário proceder com cautela.

Lembre-se, no treinamento de primeiros socorros a primeira regra é


não entrar em pânico. Nós raramente tomamos boas decisões em
modo de pânico. Assim, este leva ao # 1:
1) Não entre em pânico. Como eu disse anteriormente, não é a
hora de desistir, entrar em pânico, reagir de forma exagerada ou
mesmo paralisar. Algo no meio disso é importante.

Quando você entra em pânico, a parte do cérebro que você precisa


que esteja ativa se desliga. Você precisa estar numa posição
racional e razoável. Isso não é possível quando você está em pânico.

A parte mais primitiva de nosso cérebro foi criada para detectar


ameaça, mas não foi preparada para ser boa em avaliar se a ameaça
é real ou não, apenas que há uma ameaça. Pesquisadores do
cérebro dizem que há uma área do cérebro, a amígdala, que está no
fundo de nossa estrutura cerebral, que está sempre procurando por
ameaça.
A sobrevivência depende de reações exageradas. Então, somos
melhores, em termos de sobrevivência, se respondemos a ameaça
real e ameaça percebida com igual velocidade e força. Se eu estou
andando por um caminho e vejo uma vara torta, minha mente registra
a possibilidade de ser uma cobra e eu congelo. Então, o resto do meu
cérebro se recompõe e avalia que é apenas uma vara. Eu continuo
andando. Se fosse de fato uma cobra, mas meu cérebro estivesse
programado para assumir que não era uma ameaça, eu seria picado.
Nada bom para a sobrevivência.

Infelizmente, o que é bom para a sobrevivência não é tão bom para


relacionamentos pessoais. Quando alguém aumenta o tom de voz
para mim ou me critica, minha parte instintiva mais profunda vê como
uma ameaça. E uma vez que a pessoa provavelmente não pare,
simplesmente, minha mente continua registrando a ameaça. De
repente, meu corpo está pronto para uma de três reações: paralisar,
lutar ou fugir. Nenhuma delas é particularmente uma reação útil para
uma discussão inteligente.

Pânico é uma reação de medo. Não se renda a uma sensação de


pânico. Isso só vai deixá-lo desesperado e fazer com que você
pareça uma pessoa deplorável. Essa não é uma posição útil.

2) Não culpe, tente voltar-se contra seu parceiro ou permita


que sua raiva desperte. Se você o fizer, vai provar o ponto de que
vocês precisam se separar. Lembre-se, no final das contas você tem
controle sobre a mudança de apenas uma parte: VOCÊ. Não tem
controle sobre seu parceiro e não tem o poder para mudá-lo ou mudá-
la de nenhuma forma. Você tem demonstrado, por investir nesse
programa, o desejo de que seu casamento se mantenha. Então,
precisa assimilá-lo para fazer as mudanças necessárias.

3) Abra uma linha de comunicação. Bem, eu preciso esclarecer


este item. Presumo que não haja nenhuma razão legal para que você
não se comunique com seu parceiro (uma ordem de proteção de
algum tipo). E devo advertí-lo a abrir cuidadosamente as linhas de
comunicação. Em outras palavras, não deixe várias mensagens, e-
mails repetidos ou apareça sem qualquer aviso prévio.

Dito isto, é importante que comecem a abrir as linhas de


comunicação. Sugiro que o faça aos poucos. “Como você está? ” É
um bom começo, seja em uma carta, um e-mail ou uma ligação.
Sugiro também que a comunicação não se inicie pessoalmente. Isso
pode ser facilmente visto como uma atitude agressiva, invasiva e
ameaçadora. Na verdade, sugiro que você escreva uma carta.
Comece com o “como você está? ”
Por que estou sugerindo uma carta? Mensagens são fáceis de se
deletar, assim como os e-mails. Mas o poder de um envelope selado
é enorme! Quando foi a última vez que você resistiu a abrir um
envelope fechado destinado a você (não um lixo eletrônico)? Há algo
a respeito da natureza humana e sua curiosidade que levará a
maioria das pessoas a abrir uma carta.

Se a carta retornar a você, ainda fechada, a próxima tática é enviar


um e-mail. E-mails não podem ser retornados. Podem ser deletados,
mas você não saberá se seu e-mail foi ou não lido (não apele para a
“confirmação de e-mail aberto”).

Ao longo de vários e-mails, você deve ir vagarosamente de “como


você está?”, para “eu quero que tenhamos um relacionamento
melhor do que tivemos”. Em outras palavras, admita que as coisas
não foram ótimas e que elas precisam mudar.

4) Comece a conversa com “O que seria necessário para nos


manter juntos? ” Isso é importante em dois níveis diferentes.
Primeiro, você precisa dessa informação para que possa trabalhar
em fazer as mudanças necessárias. Mas, segundo e não menos
importante, isso estabelece que você quer que o relacionamento
continue. Agindo assim, seu parceiro vai ver que o relacionamento é
importante pra você e é algo que você valoriza.

Muitas vezes, um parceiro precisa ouvir que você estima o


relacionamento. Isso porque, normalmente, o parceiro está testando
para ver se realmente há um comprometimento no relacionamento.
Então, a ameaça de deixá-lo pode ser um apelo para ouvir que você
estima o relacionamento e quer mantê-lo. Uma reação defensiva,
especialmente uma que diz “Vá em frente e vá embora, se é o que
você quer” só prova o que a pessoa teme, que você não estima o
relacionamento. Não caia nessa armadilha.

Escute o que o seu parceiro tem a dizer. Ouça o que precisa


acontecer para manter o relacionamento e então decida: há algo que
ele queira que você não possa fazer? Isso é possível. Você pode
ouvir algo que realmente seja impossível. Por exemplo, lhe é pedido
para fazer uma mudança que vai contra seus valores, como aceitar
um caso. Isso requer que você mude partes fundamentais de quem
é, ou significa que você não pode, possivelmente, obter algumas de
suas necessidades atendidas.

Se esse for o caso, você pode concluir que o custo seja muito alto
para concordar com isso. Não desista, mas pontue a impossibilidade
de atender ao pedido. Geralmente, o que é pedido não é injusto ou
fora de questão. Na realidade, é muitas vezes importante ouvir o
pedido e pedir um tempo para considerá-lo. Em outras palavras,
pegue um pouco de tempo para não reagir, pense sobre o pedido e
responda racionalmente.
5) Não deixe para depois. O perigo nesse ponto é a inatividade.
Se você disser que quer que as coisas mudem, mas depois não fizer
nenhuma mudança, você vai apenas precipitar uma separação. Você
criará um ponto sem volta. Seu parceiro precisa ver que você está
pronto para seguir em frente. Não deixe essa oportunidade passar.
Uma vez que alguém saiu de casa, a dificuldade em reconciliar-se
cresce muito rapidamente. Faça a mudança agora e não se paralise
pelo medo.

6) Não use processos legais para expressar sua raiva. O


processo legal é muito destrutivo para a reconciliação.
Frequentemente, alguém irá responder para o parceiro que está
saindo de casa: “ótimo, se é isso que você quer, então eu vou lhe
mostrar”. E a pessoa dá início a procedimentos legais para tentar
pressionar o parceiro. Isso quase sempre leva a efeitos negativos.
Isso alimenta o fogo da raiva e da indignação.

7) Não se torne defensivo. Posso ter dito isso antes, mas é tão
importante que eu estou reiterando aqui. Eu sei que a reação natural
de qualquer um ouvindo qualquer coisa que ataque nosso senso do
mundo e nosso lugar nele tende a criar uma resposta defensiva. Nós
sentimos a necessidade de nos proteger e defender nosso
paradigma. Mas, eu posso dizer a você por experiência própria: ser
defensivo não é eficiente em criar mudança num relacionamento,
mas é altamente efetivo em acender a chama da raiva e da
indignação na outra pessoa. Seu parceiro vai ver sua atitude
defensiva como a confirmação de que você não vai mudar e que você
não se importa com como as coisas estão. Você está, em sua mente,
muito mais interessado em defender o modo como você vê as coisas
do que em fazer o relacionamento funcionar. Então, quando você
ouvir algo, não responda imediatamente. Pause, respire fundo, aceite
que o que está sendo dito pode ter validade, e então responda de um
jeito carinhoso. Você não está lá para mudar as percepções da outra
pessoa. Está lá para ouví-la e ver o que você precisa mudar para o
relacionamento funcionar. Lembre-se que, se ele ainda está ouvindo
sobre o relacionamento, seu parceiro ainda tem compromisso para
com o mesmo, mas quer ver as coisas mudarem.

8) Opte por mudar a si mesmo para se tornar a pessoa que


você deveria ser. Com o tempo, todos nós temos a tendência a nos
tornar acomodados e preguiçosos, ter hábitos ruins e padrões,
perdendo assim nosso verdadeiro eu. Todavia, seu parceiro está
claramente dando um sinal de que as coisas devem mudar. É a hora
de tomar isso como um desafio. Em seu excelente
livro, Mindset, Carol Dweck distingue entre uma “mentalidade fixa” e
uma “mentalidade de crescimento”. A mentalidade fixa leva a pensar
que algo não pode ser mudado: nossa personalidade é fixa, nossa
inteligência é fixa, nossas maneiras de nos relacionar são fixas.

Isso é diferente da mentalidade de crescimento. A mentalidade de


crescimento é marcada pela sabedoria de que as pessoas podem
mudar, podem descobrir novos meios de ser e se
relacionar. Adivinha qual mentalidade está correta? Estudos e mais
estudos apontam que a mentalidade de crescimento é verdadeira.
Em outras palavras, nós temos uma maior capacidade de mudar do
que acreditamos. Então, assuma essa abordagem e decida que é
hora de um novo e melhorado você! Aqui estão as duas razões pelas
quais isso é tão importante neste momento:
a. Depois de tudo estar dito e feito, você precisa ser capaz de olhar
para si mesmo no espelho, independentemente do resultado, e
gostar de si. Você precisa ser capaz de se ver como alguém que se
tornou quem deveria ter sido ou continuou sendo quem você deveria
ser. Este processo é brutal para a autoestima das pessoas e, muitas
vezes, nos leva a agir de uma forma que não é fiel a quem realmente
somos. Isso é uma tragédia.

b. Você está tentando atrair alguém de volta para o relacionamento.


Quando ele/ela vir você agindo de maneira positiva para si mesmo,
se sentirá atraído também. Não desanime ou se desencoraje por
declarações como: "Por que você não fez isso quando estávamos
juntos?" ou "Eu deveria ter saído mais cedo para que você fizesse
isto antes". Tome ambas como confirmações de que o seu parceiro
está gostando das mudanças, mas não sabe como lidar com elas.

Estágio 7: Seu parceiro te deixou e começou procedimentos


legais. Ainda mantendo comunicação. (Também se aplica
quando o parceiro começou procedimentos legais ainda em
casa).
Nesta fase, a aposta é muito mais alta do que qualquer outra antes.
Quando um parceiro quer sair de casa ou dá início a processos legais
(ou ambos), se começa uma avalanche. Em outras palavras, não
precisa muito para iniciar um desmoronamento irrecuperável.

É preciso uma quantidade substancial de vontade para sair de casa


e iniciar processos judiciais. Algumas pessoas permanecem na casa
porque elas são as principais responsáveis pelas crianças ou por
outros motivos práticos, mas iniciam um processo judicial. Qualquer
uma das situações se encaixa aqui. Isto é claramente uma situação
de emergência. No entanto, é necessário proceder com cautela.

Lembre-se, no treinamento de primeiros socorros a primeira regra é


não entrar em pânico. Nós raramente tomamos boas decisões em
modo de pânico. Assim, este leva ao # 1:
1) Não entre em pânico. Como eu disse anteriormente, não é a
hora de desistir, entrar em pânico, reagir de forma exagerada ou
mesmo paralisar. Algo no meio disso é importante.

Quando você entra em pânico, a parte do cérebro que você precisa


que esteja ativa se desliga. Você precisa estar numa posição
racional e razoável. Isso não é possível quando você está em pânico.

A parte mais primitiva de nosso cérebro foi criada para detectar


ameaça, mas não foi preparada para ser boa em avaliar se a ameaça
é real ou não, apenas que há uma ameaça. Pesquisadores do
cérebro dizem que há uma área do cérebro, a amígdala, que está no
fundo de nossa estrutura cerebral, que está sempre procurando por
ameaça.

Sobrevivência depende de reações exageradas. Então, somos


melhores, em termos de sobrevivência, se respondemos à ameaça
real e ameaça percebida com igual velocidade e força. Se eu estou
andando por um caminho e vejo uma vara torta, minha mente registra
a possibilidade de ser uma cobra e eu congelo. Então, o resto do meu
cérebro se recompõe e avalia que é apenas uma vara. Eu continuo
andando. Se fosse de fato uma cobra, mas meu cérebro estivesse
programado para assumir que não era uma ameaça, eu seria picado.
Nada bom para a sobrevivência.

Infelizmente, o que é bom para a sobrevivência não é tão bom para


relacionamentos pessoais. Quando alguém aumenta o tom de voz
para mim ou me crítica, minha parte instintiva mais profunda vê como
ameaça. E uma vez que a pessoa provavelmente não pare,
simplesmente minha mente continua registrando a ameaça. De
repente, meu corpo está pronto para uma de três reações: paralisar,
lutar ou fugir. Nenhuma delas é particularmente uma reação útil para
uma discussão inteligente.
Pânico é uma reação de medo. Não se renda a uma sensação de
pânico. Isso só vai deixá-lo desesperado e fazer com que você
pareça uma pessoa deplorável. Essa não é uma posição útil.

2) Não culpe, tente voltar-se contra seu parceiro ou permita


que sua raiva desperte. Se você o fizer, você vai provar o ponto de
que vocês precisam se separar. Lembre-se, no final das contas, você
tem controle sobre a mudança de apenas uma parte: VOCÊ. Não
tem controle sobre seu parceiro, e não tem o poder para mudá-lo ou
mudá-la de nenhuma forma. Você tem demonstrado, por investir
nesse programa, o desejo de que seu casamento se mantenha.
Então, precisa assimilá-lo para fazer as mudanças necessárias.

3) Comece a conversa com “O que seria necessário para nos


manter juntos? ” Isso é importante em dois níveis diferentes.
Primeiro, você precisa dessa informação para que possa trabalhar
em fazer as mudanças necessárias. Mas, segundo e não menos
importante, isso estabelece que você quer que o relacionamento
continue. Agindo assim, seu parceiro a ver que o relacionamento é
importante pra você e é algo que você valoriza.

Muitas vezes, um parceiro precisa ouvir que você estima o


relacionamento. Isso porque, normalmente, o parceiro está testando
para ver se realmente há um comprometimento no relacionamento.
Então, a ameaça de deixá-lo pode ser um apelo para ouvir que você
estima o relacionamento e quer mantê-lo. Uma reação defensiva,
especialmente uma que diz “Vá em frente e vá embora, se é o que
você quer” só prova o que a pessoa teme, que você não estima o
relacionamento. Não caia nessa armadilha.

Escute o que o seu parceiro tem a dizer. Ouça o que precisa


acontecer para manter o relacionamento e então decida: há algo que
ele queira que você não possa fazer? Isso é possível. Você pode
ouvir algo que realmente seja impossível. Por exemplo, lhe é pedido
para fazer uma mudança que vai contra seus valores, como aceitar
um caso. Isso requer que você mude partes fundamentais de quem
é, ou significa que você não pode, possivelmente, obter algumas de
suas necessidades atendidas.

Se esse for o caso, você pode concluir que o custo seja muito alto
para concordar com isso. Não desista, mas pontue a impossibilidade
de atender ao pedido. Todavia, geralmente, o que é pedido não é
injusto ou fora de questão. Na realidade, é muitas vezes importante
ouvir o pedido e pedir por um tempo para considerá-lo. Em outras
palavras, pegue um pouco de tempo para não reagir, pense sobre o
pedido e responda racionalmente.

4) Não deixe para depois. Seu perigo nesse ponto é a


inatividade. Se você disser que quer que as coisas mudem, mas
depois não fizer nenhuma mudança, você vai apenas precipitar uma
separação. Você criará um ponto sem volta. Seu parceiro precisa ver
que você está pronto para seguir em frente. Não deixe essa
oportunidade passar. Uma vez que alguém saiu de casa, a
dificuldade em reconciliar-se cresce exponencialmente. Faça a
mudança agora e não se paralise pelo medo.

5) Reconheça o que é o processo legal. Entenda, um processo


legal é uma crise significativa por duas razões muito
importantes:

a. O "versus" colocado entre seus nomes no documento legal não é


um erro! Os tribunais estão afirmando que um está realmente contra
o outro. Se você estiver familiarizado com o conceito de NÓS você
sabe que este é um veneno para a relação. Processos judiciais criam
uma animosidade da qual é difícil escapar.
b. O mesmo processo para se juntar a alguém, tornando-se NÓS,
acontece no sentido inverso. É uma imagem no espelho e separar-
se é doloroso. Uma vez iniciada, a dor e as cicatrizes são
significativas para todas as partes.

6) Não use processos legais para expressar sua raiva. Lembre-


se, este é um processo legal, por isso não basta ignorar. Não o
ignore, apenas abstenha-se de responder de modo agressivo.

Você deve fazer o que for preciso a fim de proteger os seus


interesses, portanto, não evite simplesmente as questões legais.
Mas, você terá muitas escolhas a fazer e uma delas é sobre quão
agressivamente você vai encarar os processos judiciais de seu
parceiro.

Se você deseja trabalhar para a reconciliação, eu recomendaria


manter as "grandes armas" em seus coldres. Há um espectro de
respostas legais, desde a inação até hiper-ação ("esmagar a
oposição"). Não jogue nos extremos.

Você não pode simplesmente ser empurrado para um processo


judicial, porém, pode responder a partir de uma perspectiva racional
e se recusar a se envolver no processo emocional.

Solicite que o seu advogado o defenda, mas não permita que ele "vá
atrás" do seu parceiro neste momento.

7) Não se torne defensivo. Posso ter dito isso antes, mas é tão
importante que eu estou reiterando aqui. Eu sei que a reação natural
de qualquer um, ouvindo qualquer coisa que ataque nosso senso do
mundo e nosso lugar nele, tende a criar uma resposta defensiva. Nós
sentimos a necessidade de nos proteger e defender nosso
paradigma. Mas eu posso dizer a você por experiência própria: ser
defensivo não é eficiente em criar mudança num relacionamento,
mas é altamente efetivo em acender a chama da raiva e da
indignação na outra pessoa. Seu parceiro vai ver sua atitude
defensiva como a confirmação de que você não vai mudar e que você
não se importa com como as coisas estão. Você está, em sua mente,
muito mais interessado em defender o modo como você vê as coisas
do que em fazer o relacionamento funcionar. Então, quando você
ouvir algo, não responda imediatamente. Pause, respire fundo, aceite
que o que está sendo dito pode ter validade e então responda de um
jeito carinhoso. Você não está lá para mudar as percepções da outra
pessoa. Está lá para ouvi-la e ver o que você precisa mudar para o
relacionamento funcionar. Lembre-se que se ainda está ouvindo
sobre o relacionamento, seu parceiro ainda tem compromisso para
com o mesmo, mas quer ver as coisas mudarem.

8) Opte por mudar a si mesmo para se tornar a pessoa que


você deveria ser. Com o tempo, todos nós temos a tendência a nos
tornar complacentes e preguiçosos, ter hábitos ruins e padrões,
perdendo assim nosso verdadeiro eu. Todavia, seu parceiro está
claramente dando um sinal de que as coisas devem mudar. É a hora
de tomar isso como um desafio. Em seu excelente
livro, Mindset, Carol Dweck distingue entre uma “mentalidade fixa” e
uma “mentalidade de crescimento”. A mentalidade fixa leva a pensar
que algo não pode ser mudado: nossa personalidade é fixa, nossa
inteligência é fixa, nossas maneiras de nos relacionar são fixas.

Isso é diferente da mentalidade de crescimento. A mentalidade de


crescimento é marcada pela sabedoria de que as pessoas podem
mudar, podem descobrir novos meios de ser e se
relacionar. Adivinha qual mentalidade está correta? Estudos e mais
estudos apontam que a mentalidade de crescimento é verdadeira.
Em outras palavras, nós temos uma maior capacidade de mudar do
que acreditamos. Então, assuma essa abordagem e decida que é
hora de um novo e melhorado você! Aqui estão as duas razões pelas
quais isso é tão importante neste momento:
a. Depois de tudo estar dito e feito, você precisa ser capaz de olhar
para si mesmo no espelho, independentemente do resultado, e
gostar de si. Você precisa ser capaz de se ver como alguém que se
tornou quem deveria ter sido ou continuou sendo quem você deveria
ser. Este processo é brutal para a autoestima das pessoas e, muitas
vezes, nos leva a agir de uma forma que não é fiel a quem realmente
somos. Isso é uma tragédia.

b. Você está tentando atrair alguém de volta para o relacionamento.


Quando ele/ela vir você agindo de maneira positiva para si mesmo,
se sentirá atraído também. Não desanime ou se desencoraje por
declarações como: "Por que você não fez isso quando estávamos
juntos?" ou "Eu deveria ter saído mais cedo para que você fizesse
isto antes". Tome ambas como confirmações de que o seu parceiro
está gostando das mudanças, mas não sabe como lidar com elas.

Estágio 8: Seu parceiro te deixou e começou procedimentos


legais. Sem comunicação.
Você tem aqui uma crise real, não vou mentir. A maior parte dos
casamentos que chegam a este ponto não se recupera. Seu parceiro
está passando a mensagem clara de que: “Não quero ouvir nada
sobre você e quero sair deste casamento”. Essa reação geralmente
vem acompanhada de um problema ainda maior, como traição,
problemas judiciais, um caso, abuso ou algum outro evento anterior.
Se houver um evento anterior, deve ser abordado de maneira direta
e honesta.

Se não houver nenhum evento anterior, um câncer, portanto, se


desenvolveu profundamente em seu relacionamento. Seu parceiro
está cortando a comunicação e indo em direção ao fim do
relacionamento.

Você deve se questionar “nós nos causamos tanto dano a ponto de


este relacionamento ser irrecuperável? ” Por mais que eu queira
salvar cada casamento, direi a você: esse é um caso difícil, com
menos promessas do que qualquer outra categoria.

Se você decidir continuar trabalhando para salvar esse


relacionamento, tome nota destes itens:
1) Abra uma linha de comunicação. Bem, eu preciso esclarecer
este item. Presumo que não haja nenhuma razão legal para que você
não se comunique com seu parceiro (uma ordem de proteção de
algum tipo). E devo adverti-lo a abrir cuidadosamente as linhas de
comunicação. Em outras palavras, não deixe várias mensagens, e-
mails repetidos ou apareça sem qualquer aviso prévio.

Dito isto, é importante que comecem a abrir as linhas de


comunicação. Sugiro que o faça aos poucos. “Como você está?” é
um bom começo, seja em uma carta, um e-mail ou uma ligação.
Sugiro também que a comunicação não se inicie pessoalmente. Isso
pode ser facilmente visto como uma atitude agressiva, invasiva e
ameaçadora. Na verdade, sugiro que você escreva uma carta.
Comece com o “como você está?”.
Por que estou surgindo uma carta? Mensagens são fáceis de se
deletar, assim como os e-mails. Mas o poder de um envelope selado
é enorme! Quando foi a última vez que você resistiu a abrir um
envelope fechado destinado a você (não um lixo eletrônico)? Há algo
a respeito da natureza humana e da sua curiosidade que levará a
maioria das pessoas a abrir uma carta.
Se a carta retornar a você ainda fechada, a próxima tática é enviar
um e-mail. E-mails não podem ser retornados. Podem ser deletados,
mas você não saberá se seu e-mail foi ou não lido (não apele para a
“confirmação de e-mail aberto”).

Ao longo de vários e-mails, você deve ir vagarosamente de “como


você está?”, para “eu quero que tenhamos um relacionamento
melhor do que tivemos”. Em outras palavras, admita que as coisas
não foram ótimas e que elas precisam mudar.
2) Comece a conversa com “O que seria necessário para nos
manter juntos? ” Isso é importante em dois níveis diferentes.
Primeiro, você precisa dessa informação para que você possa
trabalhar em fazer essas mudanças. Mas segundo e mais importante,
isso estabelece que você quer que o relacionamento continue. Isso
ajuda seu parceiro a ver que o relacionamento é importante para você
e é algo que você valoriza.

Muitas vezes, um parceiro precisa ouvir que você estima o


relacionamento. Isso porque, normalmente, o parceiro está testando
para ver se realmente há um comprometimento no relacionamento.
Então, a ameaça de deixá-lo pode ser um apelo para ouvir que você
estima o relacionamento e quer mantê-lo.
Uma reação defensiva, especialmente uma que diz “Vá em frente e
vá embora, se é o que você quer” só prova o que a pessoa teme, que
você não estima o relacionamento. Não caia nessa armadilha.

Escute o que o parceiro tem a dizer. Ouça o que precisa acontecer


para manter o relacionamento e então decida: há algo que seu
parceiro queira que você não possa fazer? Isso é possível. Você
pode ouvir algo que realmente seja impossível. Por exemplo, lhe é
pedido para fazer uma mudança que vai contra seus valores, como
aceitar um caso. Isso requer que você mude partes fundamentais do
que você é, ou significa que você não pode, possivelmente, obter
algumas de suas necessidades atendidas.

Se esse for o caso, você pode concluir que o custo seja


muito alto para concordar com isso. Não desista, mas pontue a
impossibilidade de atender ao pedido. Mas, geralmente, o que é
pedido não é injusto ou fora de questão. Na realidade, é muitas vezes
importante ouvir o pedido e pedir um tempo para considerá-lo. Em
outras palavras, pegue um pouco de tempo para não reagir, pense
sobre o pedido e responda racionalmente.

3) Não deixe para depois. O perigo nesse ponto é a inatividade. Se


você disser que quer que as coisas mudem, mas depois não fizer
nenhuma mudança, você vai apenas precipitar uma separação. Você
criará um ponto sem volta. Seu parceiro precisa ver que você está
pronto para seguir em frente. Não deixe essa oportunidade passar
por você. Uma vez que alguém saiu de casa, a dificuldade em
reconciliar-se cresce exponencialmente. Faça a mudança agora e
não se paralise pelo medo.

4) Reconheça o que é o processo legal. Entenda, um processo


legal é uma crise significativa por duas razões muito
importantes:

a. O "versus" colocado entre seus nomes no documento legal não é


um erro! Os tribunais estão afirmando que um está realmente contra
o outro. Se você estiver familiarizado com o conceito de NÓS você
sabe que este é um veneno para a relação. Processos judiciais criam
uma animosidade da qual é difícil escapar.

b. O mesmo processo para se juntar a alguém, tornando-se NÓS,


acontece no sentido inverso. É uma imagem no espelho e separar-
se é doloroso. Uma vez iniciada, a dor e as cicatrizes são
significativas para todas as partes.

5) Não use processos legais para expressar sua raiva. Lembre-


se, este é um processo legal, por isso não basta ignorar. Não ignore
o processo legal, apenas abstenha-se de responder de modo
agressivo.

Você deve fazer o que for preciso, a fim de proteger os seus


interesses, portanto, não evite simplesmente as questões legais. Mas
você terá muitas escolhas a fazer e uma delas é sobre quão
agressivamente você vai encarar os processos judiciais de seu
parceiro.

Se você deseja trabalhar para a reconciliação, eu recomendaria


manter as "grandes armas" em seus coldres. Há um espectro de
respostas legais, desde a inação até hiper-ação ("esmagar a
oposição"). Não jogue nos extremos.

Você não pode simplesmente ser empurrado para um processo


judicial, mas pode responder a partir de uma perspectiva racional e
se recusar a se envolver no processo emocional.
Solicite que o seu advogado o defenda, mas não permita que ele "vá
atrás" do seu parceiro neste momento.

6) Não se torne defensivo. Posso ter dito isso antes, mas isso é
tão importante que eu estou reiterando aqui. Eu sei que a reação
natural de qualquer um, ouvindo qualquer coisa que ataque nosso
senso de mundo e nosso lugar nele, tende a criar uma resposta
defensiva. Nós sentimos a necessidade de nos proteger e defender
nosso paradigma.

Mas eu posso dizer pra você por experiência própria: ser defensivo
não é eficiente em criar mudança num relacionamento, mas é
altamente efetivo em acender a chama da raiva e da indignação na
outra pessoa. Seu parceiro vai ver sua atitude defensiva como a
confirmação de que você não vai mudar e que você não se importa
com como as coisas estão. Você está, em sua mente, muito mais
interessado em defender o modo como você vê as coisas do que em
fazer o relacionamento funcionar.
Então, quando você ouvir algo, não responda imediatamente. Pause,
respire fundo, aceite que o que está sendo dito pode ter validade e
então responda de um jeito carinhoso. Você não está lá para mudar
as percepções da outra pessoa.
Você está lá para ouvi-la e ver o que você precisa mudar para o
relacionamento funcionar.

Lembre-se, se ainda está ouvindo sobre o relacionamento, seu


parceiro ainda tem compromisso para com ele, mas quer ver as
coisas mudarem.

7) Opte por mudar a si mesmo para se tornar a pessoa que


você deveria ser. Com o tempo, todos nós temos a tendência a nos
tornar complacentes e preguiçosos, ter hábitos ruins e padrões, e
perder nosso verdadeiro eu.

Mas seu parceiro está claramente dando um sinal de que as coisas


devem mudar. É a hora de tomar isso como um desafio.
Em seu excelente livro, Mindset, Carol Dweck distingue entre uma
“mentalidade fixa” e uma “mentalidade de crescimento”. A
mentalidade fixa leva a pensar que algo não pode ser mudado: nossa
personalidade é fixa, nossa inteligência é fixa, nossas maneiras de
nos relacionar são fixas.

Isso é diferente da mentalidade de crescimento. A mentalidade de


crescimento é marcada pela sabedoria de que as pessoas podem
mudar, podem descobrir novos meios de ser e se relacionar.

Adivinha qual mentalidade está correta? Estudos e mais estudos


mostram que a mentalidade de crescimento é verdadeira. Em outras
palavras, nós temos uma maior capacidade de mudar do que
acreditamos. Então, assuma essa abordagem, e decida que é hora
de um novo e melhorado você!
Aqui estão as duas razões pelas quais isso é tão importante
neste momento:

a. Depois de tudo estar dito e feito, você precisa ser capaz de olhar
para si mesmo no espelho, independentemente do resultado, e
gostar de si mesmo. Você precisa ser capaz de se ver como alguém
que se tornou quem deveria ter sido ou continuou sendo quem você
deveria ser. Este processo é brutal para a autoestima das pessoas e,
muitas vezes, nos leva a agir de uma forma que não é fiel a quem
realmente somos. Isso é uma tragédia.

b. Você está tentando atrair alguém de volta para o relacionamento.


Quando ele/ela vir você agindo de maneira positiva para você, se
sentirá atraído também. Não desanime ou se desencoraje por
declarações como "por que você não fez isso quando estávamos
juntos?" ou "eu deveria ter saído mais cedo para que você fizesse
isto antes". Tome ambas como confirmações de que o seu parceiro
está gostando das mudanças, mas não sabe como lidar com elas.

Seja qual for o estágio em que você se encontra, quero que entenda
que já vi casais e mais casais voltarem ao estágio que não está
descrito aqui: juntos, felizes, comunicativos e ansiosos pelo
futuro! Eu apoio você na sua esperança em levar seu relacionamento
para essa direção!
ETAPA 3
Salvando o Casamento
Aula 1
Por que as terapias tradicionais de casal falham

Como inúmeros outros casais, você pode já ter tentado terapia... e


descobriu que seu relacionamento não é "consertável". Você está em
boa companhia. De acordo com vários estudos, quase 50% dos
casais em terapia acabam se divorciando.

Você está surpreso? Fiquei quando li os estudos. Nós acreditamos


que a terapia de casal é a correção automática para problemas na
nossa cultura. Estas estatísticas jogam isso fora.

A suposição errada
Terapia de casal tradicional baseia-se mais frequentemente na teoria
da comunicação. Simplificando, esta teoria diz que se um casal tem
melhores habilidades de comunicação, eles serão mais saudáveis no
seu relacionamento. Esta teoria assume que o coração de um
problema é o mal-entendido e a falta de comunicação. Corrigir a
comunicação é resolver o problema.

Em minha mente, o verdadeiro problema é o equívoco. Como


percebemos, existem problemas maiores do que o problema da
comunicação. Nós vamos gastar um tempo para olhar este equívoco
nas páginas seguintes.

Muitos casais entram em meu escritório pedindo ajuda com sua


comunicação. Eles têm ouvido em outros lugares (e lido) que esse é
problema deles. Acredito, firmemente, que ensinar habilidades de
comunicação só fará com que sejam mais eficientes em sua luta. Eles
serão muito melhores na briga verbalmente, mas com poucas
esperanças de resolução!

Para mim, a comunicação é mais como um encanamento na casa. É


um método de entrada, um canal para outra coisa. Quando uma casa
é bem canalizada, ela fornece os recursos básicos de água para os
habitantes. E se esse encanamento é anexado a uma mola limpa, os
habitantes têm água fresca! Mas se o encanamento em vez disso é
anexado para o esgoto... é o que eles ganham!

Não me interpretem mal. Como você verá, eu acho que a


comunicação é um fator muito importante no sucesso de um
casamento. No entanto, não é o principal fator. É secundário.
Esclarecer os equívocos torna a comunicação mais fácil. Trabalhar
primeiro na comunicação fará com que os equívocos envenenem a
comunicação.

A terapia continua a insistir em trabalhar a partir do modelo de


comunicação. Nós criamos grandes recursos para ajudar as pessoas
a se comunicarem melhor, mas os estudos demonstram que não se
traduz em melhores casamentos.

Um exemplo:

Muitos casais, com todas as boas intenções, foram ensinados a usar


"Eu" como afirmação. Você pode saber o padrão, "Eu sinto _ quando
você _. Eu gostaria de fazer _ em vez disso." Preencha as lacunas
com uma emoção, uma ação e uma ação preferencial. Como por
exemplo: Eu sinto RAIVA quando você NÃO PRESTA ATENÇÃO NO
QUE EU DIGO. Eu gostaria de TER TODA A SUA ATENÇÃO
DURANTE CONVERSAS IMPORTANTES em vez disso. Essa é a
fórmula, segundo muitos, para casais terem um casamento feliz.

O problema é que quando você usa um "Eu" como afirmação, a outra


pessoa sabe que você está zangada. Depois que é usado algumas
vezes, o "eu" obtém a mesma defensiva responsiva que o "Mas eu"
nas discussões criadas.
A terapia é cheia de truques e técnicas que abordam os problemas
de comunicação para os casais. O problema é que essas ideias não
funcionarão a menos que as questões básicas de percepção e
compreensão evoluam primeiro.

A ideia de condenado
Não há nada de necessariamente errado com as ideias que temos
de terapia individual. Muitas pessoas têm achado úteis para melhorar
suas vidas. Mas ela foi criada para ajudar um indivíduo e não um
casal. Isso cria a armadilha.

Então, aqui está a armadilha: a psicologia tem sido a força cultural,


empurrando as pessoas a serem mais do que são, para encontrar o
enriquecimento e a felicidade — "auto realizar" em ideias de
Abraham Maslow. Não há nenhum problema com isto... exceto no
que desrespeita ao objetivo de terapia de casal — tornar a relação
mais que pode ser.

Enquanto esses dois objetivos não são necessariamente pólos


opostos, eles podem estar competindo. Se uma pessoa no
relacionamento sente que não está recebendo tudo o que quer da
vida e a relação é parte disso, os objetivos se tornam concorrentes.
Surge a pergunta: você sempre pode ser feliz individualmente
quando se compromete com a relação?

Uma boa terapeuta de casal está plenamente comprometida com a


relação. Felicidade pessoal é conseguida através da relação e não,
primeiramente, com a eliminação da relação. Enquanto alguém, com
algum realismo, reconhece que nem todas as relações poderiam ser
salvas, a terapia de casal funciona a partir do pressuposto de que
pode ser, para em seguida, ser provada de forma diferente.

Se não para a terapia de casal, então o que?

Boa pergunta. Na verdade, eu acho que a terapia pode ajudar. Mas


tem que ser terapia na direção certa. O conteúdo deste livro foi criado
no meu trabalho com casais e meus estudos sobre o que funciona.

É possível um casal encontrar formas de melhoria, como meus


clientes têm provado. No entanto, é muito difícil se o ponto de partida
é a comunicação. Isso limita o potencial de mudança, porque isola o
problema para uma área que é realmente um sintoma. A maioria das
pessoas que vêm ao meu consultório querendo trabalhar na
comunicação já sabe se comunicar.
O verdadeiro problema com a sua comunicação é que se tornou
destrutiva, já não é uma função útil e de ligação para o casal.
Restaurar a conexão tem menos a ver com comunicação e muito
mais com esclarecer equívocos. Você verá que lidar com esses
equívocos é um tema central da aula a seguir.

Aula 2
Movendo de VOCÊ e de MIM para NÓS

Casamentos bem-sucedidos são relacionamentos que mudaram


para NÓS. Em mais de 6 anos de experiência, eu vejo ainda relações
falhas que mudaram-se para "nós". Na verdade, a característica
central dos casamentos é o fracasso para fugir da armadilha
Você/Eu.
A armadilha Você/Eu pode ser sutil, mas é altamente destrutiva.
Quando os casais são apanhados na armadilha, cada um está
preocupado com o por que ele/ela está saindo da relação. É como
um balancete contábil ou um livro de contabilidade — ambos os lados
são iguais a Zero. Se não, um perdedor estará chateado. Empresas
de sucesso são construídas sobre balancete contábil. Livros de
contabilidade mantêm elas. Os negócios sobrevivem por estes
princípios de contabilidade.

Relacionamentos bem-sucedidos nunca são baseados em um livro


de contabilidade. Um velho ditado diz que o casamento não é 50/50,
mas 100/100. Isso se reflete aqui. Às vezes um dá mais e às vezes
o outro dá menos. No final, não é uma reunião no meio. É uma
questão de ir além.

A ideia do livro contábil é destrutiva em casamento porque nega a


realidade de nós. Enquanto ainda pode ter um lugar em amizades,
raramente um casamento sobrevive mantendo igual um livro de
contabilidade em longo prazo. NÓS é destruído por manter o
controle. O casamento nunca é "na mesma moeda".

E a propósito, "dar tudo" para o outro é raramente necessário. Às


vezes caímos na armadilha de sermos vítimas. O equilíbrio pode
ainda estar aí. Em outras palavras, vítimas tem poder, às vezes mais
poder do que qualquer outro. "Depois de tudo que fiz por você" são
comentários que apontam na direção do livro contábil, embora não
pareça.
Então, o que é NÓS? Não é fácil para descrever. É uma entidade
invisível, mas muito real. Na tentativa de criar um entendimento, eu
muitas vezes comparo a ideia de negócios da criação de uma
corporação. Pessoas "incorporam" a fim de criar uma nova entidade,
uma entidade empresarial.

Uma empresa só existe no papel. Ela pode ser tratada como uma
entidade real. Procedimentos contábeis, processos jurídicos e
trabalho diário constroem e reforçam a realidade da corporação.
Quanto mais a corporação é tratada como uma entidade real, torna-
se mais real. As corporações assumem suas próprias personalidades
e realidades.

Da mesma forma, um casamento é tratado como uma entidade real,


o NÓS, o mais real que se torna para o casal e os outros, mas a
entidade assume uma personalidade própria. O casamento começa
a criar limites que protegem o nós. O relacionamento assume na
estabilidade o que é possível alcançar neste sentido. Existem
algumas coisas que ficam no caminho do nós. (Você encontrará
informações sobre limites e estabilidade mais tarde no livro).
Controlada/controladora

Dentre as dinâmicas que nos mantém longe do nós, uma é ser pego
em uma armadilha conjugal comum: controlado / controlador. Este é
o jogo: um tenta controlar o outro, e o outro permite ser controlado.
"Amanda" e "Paulo" vieram ao meu escritório com grande sofrimento
e insatisfação no casamento. Eles tinham desfrutado de um
relacionamento amoroso, mas vários padrões estavam começando a
desgastar seus sentimentos. Amanda e Paulo trabalharam juntos em
um negócio que Paulo criou. O negócio deu a ele muita satisfação,
mas pesou fortemente sobre Amanda.

Amanda funcionava como pessoa de apoio, e Paulo era o coração


do negócio. Ele funcionava como "chefe" no trabalho e teve
dificuldade para desligar o interruptor em casa. Na verdade, foi em
parte uma questão de personalidade. Ele gostava de estar no
comando. Mais precisamente, ele precisava estar no controle.
O Engenheiro Paulo tinha um grande desprezo para as confusões da
vida. Ele preferia manejar e controlar. E então, os problemas de
controle apareceram na relação.

O início foi com a gravidez de seu primeiro filho. Paulo já estava


pensando daqui a 18 anos e olhou direto para a faculdade. Ele entrou
em pânico e descontava no trabalho. Amanda tentou continuar, mas
o trabalho não era o amor dela. Logo ela começou a sentir o
ressentimento.
Isso foi multiplicado por anos com o nascimento de mais dois filhos.
Ele finalmente entrou em erupção e Amanda se posicionava contra
quaisquer sugestões ou pedidos de Paulo.

Às vezes, Paulo expressava sua preocupação por Amanda. Ela não


notava a preocupação e só sentia o controle. Na verdade, seu
relacionamento rapidamente atolou em uma luta pelo controle. Por
exemplo, ao ir a uma reunião de amigas, Paulo se oferecia para levá-
la. Ele estava preocupado que ela podia beber álcool e se colocar (e
ao negócio) em risco. Ele se ofereceu para levá-la e Amanda
imediatamente ficou irritada por sua tentativa de "controlar".

Paulo não conseguia expressar suas preocupações, ele era visto


somente como controlador. O problema era que Paulo gostava de ter
as coisas sob controle. Ele nunca descobriu que "sob controle" não
é igual a "controlar o outro." A resposta de Amanda foi a rebeldia —
ela acabou bebendo e dirigindo naquela noite, só para contrariar o
marido.

Eu tinha outro casal que veio a mim. "Isabelle" tomava as decisões.


Ela decidiu o que eles iriam fazer e onde iriam passar nas férias.
"Rafael" permitiu sem voz. Se ele precisava de algo, ele tinha de
"invocar a Isabelle". Ela mantinha uma lista de regras para o esposo.
Ajudou-o a saber como ele deveria se comportar e como sua vida
deveria ser.
Em vários pontos na sua carreira, Isabelle decidiu que o Rafael
precisava de um trabalho maior e melhor. Ele deixou as posições que
amava para as "melhores" (por exemplo, mais prestigiadas) posições
no mercado de trabalho.
Quando Isabelle e Rafael vieram ao meu consultório, ele estava
cansado do ciclo. Ele recuava mais. Finalmente, ele acabou nos
braços de uma colega de trabalho. Foi quando percebeu que estava
em apuros.
Rafael raramente era autorizado a ter sua própria opinião. Quando
ele expressava seus sentimentos, Isabelle respondia: "você não se
sente assim".

A queixa principal dela era que o marido não compartilhava nada com
ela, especialmente sobre seus sentimentos. Geralmente, ele
simplesmente respondia: "Eu não sei".
Quando falamos sobre as regras, ela respondeu: "Só quero que ele
seja o melhor que pode ser." Em vez disso, Rafael começou a ignorar
as regras às escondidas e agir como uma criança.

Isso fazia sentido, já que Isabelle tratava-o como uma criança, como
se ela fosse o pai. Quando um é o "pai", o outro se torna a "criança"
e vice-versa. E uma vez que esse papel foi assumido pelas partes, o
resto é inevitável.
Aqui está o porquê: as crianças crescem sob os cuidados (e um
pouco de controle) de seus pais. Em algum momento, a criança
começa a se rebelar contra o controle. A rebelião é o que ajuda a
criança a deixar a família. É a progressão natural. Começamos como
uma criança que precisa ser cuidada, ter regras. Essa criança será
um adolescente que despreza as regras.

Em um casamento não é diferente. Quando um está no papel de pai,


o outro pode ficar no papel de criança, mas isso dura apenas por um
tempo. Eventualmente, haverá um irritado e uma "criança" rebelde
que vai se afastar.

Além disso, controlar outra pessoa raramente é o objetivo.


Normalmente, o verdadeiro plano é sobre como controlar o mundo.
O parceiro só acontece de ser o mais próximo da pessoa. Então, o
parceiro se torna o alvo.

A necessidade ou desejo de controle baseia-se quase sempre no


medo. O medo é raramente racional; é uma força dominante. A
pessoa pode temer ser deixada ou perder algo. Pode também temer
ser controlada, perdendo o seu próprio controle. Em ambos os casos,
as pessoas podem se enganar, acreditando que ao tentar controlar o
outro, essas coisas serão evitadas. Às vezes, ironicamente, o
controle atinge exatamente o que se tinha a intenção de evitar.

Na tentativa de controle, as pessoas não levam em conta a


capacidade do outro em agir de forma imprevisível. As áreas que
podem ser controladas começam a diminuir, já que o outro escolhe a
resposta que pode não ter ocorrido para a pessoa controladora. No
final, a tentativa de controle é impedida, muitas vezes com a pessoa
sentindo uma total falta de controle.
É fácil de ver o círculo vicioso: a tentativa de controle, se não for bem-
sucedida, alimenta o medo de estar fora de controle. Este medo de
estar fora de controle leva a tentativa de mais controle. A lição de que
o controle não funciona de alguma forma é perdida. E o ciclo repete-
se com as tentativas de controle frustradas, elevando o medo, etc.
A propósito, "é preciso dois para dançar o tango." Para ter a relação
de controlar/controlado, um deve concordar em controlar e o outro
deve concordar em ser controlado. Não quer dizer que se trata de um
acordo consciente. Ele funciona em um nível mais profundo. É um
acordo inconsciente. Isso acontece ao longo do tempo, puxando
lentamente o relacionamento para fora de equilíbrio.

Se optar por não participar, a relação deve se reconfigurar para longe


da relação controlador/controlado. Enquanto a decisão de participar
é inconsciente, a decisão de não participar é sempre consciente. É
feita quando o padrão se torna claro e um ou ambos decidem não
participar.

Sob / sobre a relação

Uma dinâmica relacionada é o padrão de sobre a relação e sob. Ou


seja, um sobre a relação em determinadas áreas, permitindo que o
outro fique sob a relação. Um sob a relação força o outro a ficar sobre
a relação. As áreas diferem por casal, mas podem girar em torno das
emoções do casal ou os deveres da família.

Quando "João" e "Carolina" vieram me ver, era claro que estavam


trancados no padrão sob / sobre a relação. Carolina estava tentando
constantemente atender às necessidades emocionais de João. Ela
tentou fazê-lo feliz para animá-lo e levá-lo a se "abrir" para ela. João
não expressava emoções. Ele se recusou a admitir quaisquer
sentimentos (exceto aborrecimento às perguntas sobre como ele
estava se sentindo).

Carolina, por outro lado, ficou excessivamente com raiva. Ela


também tentou ser sempre otimista. No final, ela só conseguia se
irritar e se sentir exausta.

As respostas de João de "como está" sempre foram "Não sei". Ele


não precisava saber. Carolina sentia por ambos. A raiva dela era
mais do que o suficiente para os dois. Ela continuava tentando chegar
aos sentimentos de João.
Por sua parte, João se recusou a olhar para as emoções normais da
vida. Em vez disso, ele forçou Carolina a fazer isso por ele. Essa é a
chave. Estas dinâmicas facilmente tornam-se destrutivas. Enquanto
cada um culpa o outro, ambos participam da dinâmica. Com efeito, é
preciso dois para dançar o tango.

O sob / sobre a relação pode ocorrer em torno de deveres familiares.


Por exemplo, pode encontrar ele ou ela com a maioria da
responsabilidade em cuidar de crianças, a casa ou as finanças. Um
cliente me contou sobre como a esposa dele nunca quis saber nada
sobre as finanças. Ele trouxe o cheque para casa, entregou para ela
e a partir daí, ela foi responsável pelas contas.
Quando era hora de tomar uma decisão financeira, ele dizia, "Eu não
sei, você sabe o que temos, então, você decide." Infelizmente, isso
significava que quando as coisas não corressem bem, ele poderia
culpá-la. Portanto, ela se sentiu excessivamente responsável por seu
bem-estar financeiro. Quando abriu mão da responsabilidade, ele
colocou por conta dela.

O processo sobre a relação é importante porque muitas vezes é o


começo de uma mudança no casamento de uma forma que
eventualmente irá comprometer a capacidade de se relacionar.

Quando o "Gustavo" veio me ver, os problemas em seu


relacionamento tinham raízes profundas. No início, a relação de
Gustavo e sua esposa era equilibrada. Ambos tiveram carreiras que
eles apreciaram e também gostavam de passar algum tempo juntos.

Após o nascimento de seu primeiro filho e um acidente de carro, as


coisas mudaram. Gustavo estava em constante dor por causa do
acidente e ambos foram se adaptando a uma nova família.
Eventualmente, sua esposa foi convidada a mudar para outro país.
Esta imigração mudou a capacidade de trabalho do Gustavo. Não
seria nada, desde que o trabalho da esposa fornecesse o suficiente
para a família. Então, Gustavo ficou em casa, agora com três filhos.
Ele se tornou o "Mr. Pai". O problema era que ele começou a fazer
tudo. Isso foi justificado em sua mente como ajudar sua esposa na
sua carreira.

Logo, a relação estava fora de equilíbrio. Gustavo estava fazendo


tudo em casa sem assistência de sua esposa. Ele começou a cuidar
de todas as questões emocionais da relação. Em breve, sua esposa
estava respondendo com duas palavras, no máximo duas frases.

Gustavo ficou chocado quando sua esposa lhe disse que o


casamento "não estava funcionando" e que ela queria se mudar para
um apartamento. A esposa tinha se desligado, um resultado do
quanto ela se distanciou da relação.

Em resposta, Gustavo mandou flores, enviou mensagens de amor e


entrou em pânico. Eles estabeleceram um padrão destrutivo e
doloroso. Sua única chance de recuperar a relação era começar a
mudar o funcionamento em volta dos dois. Isto não era tarefa fácil, já
que sua esposa gostava bastante de sua falta de responsabilidade
com a família.
O padrão sob / sobre relação pode estar em torno de "práticas" da
vida familiar: ter feito o que tem feito, cuidando de crianças, trabalho
doméstico, ganhando o dinheiro, etc. Também, pode ser em torno de
problemas emocionais: um ser zangado por ambos, ou feliz por
ambos, ou unido por ambos.
Casais não decidem conscientemente entrar em um padrão de sob /
sobre relação. O padrão emerge ao longo do tempo, muitas vezes
pouco a pouco. Tomar a decisão de mudar a relação é uma decisão
consciente. Também pode ser um movimento em direção à saúde na
relação.

Tudo isso não significa que os exemplos de sob / sobre relação


conduziram ao fim de um relacionamento. Alguns casais vivem suas
vidas inteiras com isso acontecendo. Então dirijo-me às relações
onde isto não está funcionando. Se ambos estão felizes com a forma
de como o relacionamento está funcionando, provavelmente não
mudarão. Se, no entanto, esse é o padrão em seu relacionamento e
está causando problemas, você pode fazer mudanças.

Lutas de poder

Os casais muitas vezes encontram-se presos em lutas de poder. Em


vez de ter o controle, ambos estão tentando lutar com o controle do
outro. Lutas de poder são os primeiros sintomas que o NÓS está
ausente na relação. Lutas de poder são tentativas de manter a
autonomia, para se manter fora do nós.

Infelizmente, a vida proporciona muitas oportunidades para lutas de


poder. Questões centrais de luta são, muitas vezes, aquelas áreas
particularmente pessoais e simbólicas: sexo, dinheiro, filhos e
carreiras.
Lutas de poder são sempre sintomas de falta de nós, porque um
de nós não precisa do outro para recuperar o poder. Ele vê que o
poder nunca foi o problema. Em vez disso, o casal entende que o
poder é o que os mantém longe de nós.

A luta é, frequentemente, um resultado do sentimento de falta do


poder ou sobrecarga. Minha experiência mostra que quando um
casal é pego em uma luta pelo poder, ambos se sentem dominados
e, portanto, ambos estão tentando recuperar seu poder.

Na verdade, nenhum dos dois fica sem energia, porque energia não
é a questão. Perda de controle é a preocupação. Parte disto é o forte
senso de individualidade que temos no Ocidente.
A resposta é ver a terceira opção de interdependência, ao invés de
dependência ou independência, como a única escolha.

Independência interdependência dependência


A dependência é uma perda de si mesmo, dando a sensação de
servir ao outro. Independência é a recusa de deixar a autonomia ser
impactada. Trata-se de fingir que o outro não é necessário. Isto
também é insustentável em um relacionamento.

Uma questão interessante. Ambos se movem para capturar o poder,


porque nenhum dos dois sente qualquer sensação de poder.
Provavelmente, ambos sentem um verdadeiro sentimento de
impotência. Essa é a natureza de uma luta pelo poder. Se qualquer
um ouvisse o outro, cada um iria descobrir o sentimento de
impotência que está entre eles. Ambos escolhem lutar para ganhar o
poder. O padrão de duas forças opostas e a tentativa de conquistar
o poder não é a receita para o sucesso.

Nosso sentimento de impotência vem de algo mencionado nas


palavras deste livro. O Nós é criado em uma atmosfera que incentiva
o espírito individual. Nós é levantado sobre a individualidade, o
egoísmo e o egocentrismo. Isto é muito bom para delinear o espírito
de um país, mas é menos útil quando tentamos criar um
relacionamento duradouro.

Poder tem o seu lugar. Se você for um gerente, você precisa de


algum sentido de poder para fazer o trabalho. Se você está liderando
as tropas, você precisa saber que eles vão responder ao seu poder.
Mas quando o poder entra em relacionamentos íntimos, o resultado
final é destrutivo. Casamentos são baseados em partilha e
cooperação, não por poder.

Novamente, não me interpretem mal. Não acredito que muitos casais


se encontrem presos em uma luta pelo poder por sua própria escolha.
Mudanças acontecem na relação que orientam neste caminho.
Conforme o tempo passa, as mudanças tornam-se mais
pronunciadas.

A questão não é "como chegamos aqui." Você poderia passar uma


vida inteira tentando descobrir isso. A questão é: como vamos sair
disto?
Sua vez
Antes de considerar como sair desta situação, considere como estas
interações ocorrem em seu relacionamento.
1 - A que ponto é que um ou mais destes padrões surgem em seu
relacionamento?

2 - Em qual posição você joga no padrão?

3 - O que inicia o padrão? (A propósito, esta é uma pergunta difícil —


como a questão do "ovo ou galinha").

4 - Existem outros padrões que você vê que prejudica o nós?


A física da matéria
Aqui é uma metáfora que pode ajudar. Imagine um barco
à vela. A bordo do barco (seu relacionamento), existem
duas pessoas tentando manter um equilíbrio.
Provavelmente, o equilíbrio sempre é precário no barco.
Sempre que o peso se desloca de um lado, o outro lado
deve espelhá-lo ou o barco afundará.

Quando ambos estiverem na posição vertical, o barco está


muito seguro. A relação está em equilíbrio e ambos podem
se sentir seguros em sua existência. No entanto, se um faz
um deslocamento para trás, o barco não está mais seguro.
Na verdade, a menos que haja alguma mudança, ambos
sentirão como se o barco estivesse em grande perigo. A
chave aqui é que ele vai se sentir assim. Na realidade, este não é o
caso. Mas a sensação do perigo cria ações que são tentativas de
estabilizar a relação.

Ansiedade é um sentimento que surge em todas as relações. A


ansiedade nos tira o equilíbrio natural. É também a ansiedade que
molda o nosso relacionamento na direção da dinâmica dolorosa
notada aqui.

Quando nossa ansiedade surge, estamos propensos a fazer uma


mudança de espelho com a outra pessoa para parar a sensação do
perigo. Uma mudança de espelho é uma mudança na relação que é
igual, mas oposta da ação do outro.

Uma vez que nós fizemos essa mudança, podemos ter


puxado a relação para um equilíbrio, embora insustentável.
Ambos os parceiros se cansarão de sua posição. Na
verdade, ambos vão rapidamente estar exaustos. A
estabilidade evapora da relação, porque todos estão
desconfortáveis, mas eles também estão presos na tentativa
de manter o equilíbrio da relação. Isso é a má notícia. A boa notícia
é que o mesmo efeito pode funcionar no sentido oposto. Em outras
palavras, se alguém que está "pendurado" decide mudar para uma
posição vertical, o outro não tem nenhuma opção além de mudar sua
posição.

A mudança para uma posição ereta pode acontecer sempre que se


percebe que é a ansiedade que mantém as pessoas nessa posição.
Em abono da verdade, qualquer bom veleiro não tombará a partir de
uma mudança no peso. Uma quilha boa e uma forma de barco
aceitavelmente projetado irão manter o veleiro na posição vertical. A
tripulação pode deslocar o peso do corpo pelo barco para torná-lo
mais eficiente. Essas mudanças são temporárias e com base na boa
navegação, não na ansiedade.

O que esta metáfora aponta é a "física" de uma relação. Há uma


interação entre duas pessoas, não é um vácuo. Assim, como você
lembra da física, "qualquer ação cria uma igual e oposta reação".
Faça uma mudança e o outro deve fazer uma mudança. É a maneira
que reagimos naturalmente.

Fazer o contrário, para alterar conscientemente, significa a mudança


para o que pode parecer uma resposta "natural". Na verdade, pode
significar sentir muita ansiedade. Ao longo do tempo, no entanto, os
hábitos mudam. E pelo menos em um relacionamento, você está livre
para violar as leis da física e expandir seu repertório de
comportamentos.

Concentre-se nas maneiras que você pode intencionalmente


começar a mudar o equilíbrio da relação. Lembre-se, quando os dois
estão pendurados na borda do barco não é hora para simplesmente
levantar. Os movimentos devem ser equilibrados em algum grau.
Levou algum tempo para perder o equilíbrio em um relacionamento.
Levará algum tempo para restabelecer o equilíbrio.

Muitas pessoas me dizem que manter esse equilíbrio é o período


mais desafiador. Acabei de desligar o telefone com um cliente que
está tentando fazer essas alterações. Ela está apenas começando a
reequilibrar o barco. Seu lugar de mudança está na definição de
limites (ver o capítulo sobre limites). Então, ele resiste. Isso não é
nenhuma surpresa. Ele nunca os teve. Às vezes, a mudança leva
tempo. Dê o tempo necessário. Tenha certeza, há outras mudanças
que acontecem em um piscar de olhos.

Sua vez

Podemos concluir esta seção, considere estes pontos e tente agir


sobre eles:

1 - Em quais lugares você e seu esposo continuamente se


distanciam?
2 - Quais os exemplos de sua própria vida vieram à mente ao ler o
material, particularmente os dois exemplos?
3 - Quais são as 5 coisas que você pode mudar para começar
lentamente a se mover para o equilíbrio? Há algo que você seja
capaz de realizar e que abale o equilíbrio?
Lembre-se que você e seu parceiro não chegarão a este ponto do dia
para a noite. Vai levar algum tempo e esforço para restabelecer um
equilíbrio natural.
Aula 3
Receita de um casamento de sucesso

A ilustração acima é o diagrama de Venn; vem da matemática, mas


não se assuste. É apenas uma ótima maneira de olhar para os
elementos — os ingredientes — de um casamento bem-sucedido.
Mostra os elementos e a interação entre eles.
Existem três ingredientes: percepção exata, comunicação clara e
ação correta. Todos os três estão presentes em um relacionamento
bem-sucedido. Qualquer um deles tem uma interação importante,
mas sempre falta algo sem o terceiro.

Percepção exata
Percepção exata indica que cada pessoa vê o outro através de lentes
bastante realistas. A que "bastante realista" se refere? Com toda a
honestidade, como a seção sobre paradigmas mostra, é impossível
ter uma percepção exata da realidade. Temos muitas lentes que
distorcem a nossa visão.

Primeiro, uma percepção precisa realmente compreender a visão do


mundo ou o paradigma de um parceiro. Nós descobriremos como
entender o paradigma de um parceiro mais tarde neste livro.

Segundo, isso é perceber que nós interpretamos as ações do


parceiro através do nosso próprio paradigma, não o do parceiro.
Assim, estas percepções são falhas e incompletas.

Então, terceiro, nós nos esforçamos para manter, de alguma forma,


a nossa resposta em equilíbrio com as intenções do nosso parceiro.

Percepção exata vem do trabalho intencional em uma consciência


das nossas próprias percepções. A maioria de nós se move através
da experiência de vida, quantas vezes saltamos para suposições e
conclusões que são apenas parcialmente enraizadas na realidade.

Comunicação clara
Comunicação clara desenvolve-se da percepção exata. Na verdade,
é impossível ter uma comunicação clara até que haja uma percepção
exata de um parceiro. A comunicação também fica obscurecida por
suposições e mal entendidos.

Como eu disse nas páginas de abertura, terapia de casais há muito


tempo tem um problema pensando que a comunicação foi a questão
principal. Ela ressurge como um problema aqui. Comunicação é a
força vital de um casamento, mas quando as artérias são contraídas
pelas percepções, a circulação é um problema.

Comunicação clara é uma habilidade. Uma grande quantidade de


habilidade emerge naturalmente quando um se torna consciente das
percepções do outro. Por exemplo, eu tenho uma amiga que
constantemente vê o mundo como tendo raiva dela. Ela
repetidamente diz-me como tal e tal está zangado com ela e que ela
não se importa, eles estão com raiva. Isso é realmente apenas sua
percepção.

Vendo do lado de fora, estou bem ciente do fato de que muitas vezes
o outro não está zangado com ela. Infelizmente, a comunicação fica
turva. Já que minha amiga percebe a raiva da outra pessoa,
comunica-se de uma forma que funciona a partir desta percepção.

Meu palpite é que, às vezes, a outra pessoa se torna zangada com


ela, especialmente porque a sua comunicação baseia-se na
percepção que eles estão com raiva. Finalmente, ela provoca a
resposta que ela esperava. A isso damos o nome de profecia auto-
realizadora.
Isto não é um exemplo de uma comunicação clara. Ele está vinculado
à percepção das pessoas e as respostas para isso.

Uma comunicação clara tem outros componentes.

Comunicação clara leva Tempo, Intencionalidade e Execução, que


você pode se lembrar pela sigla TIE. Todos os três são necessários
para a saúde da comunicação em um casamento.

Algum tempo atrás, eu li que o tempo médio que um casal gasta


juntos em uma conversa sobre o relacionamento por dia é de 3
minutos e meio. Essa é a média. Isso significa que muitos gastam
menos, e outros muito mais.
Relacionamentos não podem prosperar em 3 minutos e meio por dia.
Então, um fator importante é ter tempo para discussões com um
parceiro. Esta é uma prioridade importante para um casal.

Uma comunicação clara leva a intencionalidade. Casais devem fazer


um esforço consciente para trabalhar o relacionamento. Caso
contrário, um casal pode ter o tempo para falar do trabalho, das
crianças, da conta de luz e nada sobre seu próprio relacionamento.
Intencionalidade refere-se a certificar de que a conversa inclui a
relação.

Esqueceu como fazer isso? Talvez você possa refletir sobre as


coisas que você falou no primeiro encontro. Quais são suas
esperanças e sonhos? Quais são suas preocupações e medos? O
que cada um de vocês quer da vida?

Finalmente, chegamos à execução, a questão da realização da


comunicação e de torná-la um hábito. Casais podem criar o tempo e
a intencionalidade e eles devem realizar. Execução contínua cria o
hábito da comunicação.

Muitas vezes, quando as pessoas me dizem que se distanciaram, o


que elas estão me dizendo é que suas esperanças, sonhos,
preocupações, medos e desejos não foram compartilhados por muito
tempo. Sem o conhecimento de nenhum dos dois, eles divergiram.
Decida mudar isso agora. Você sempre está mais perto do que você
vai estar na estrada. Caminhos divergentes muitas vezes ficam mais
distantes.
Voltando à metáfora, a teoria do caos surgiu na física, quando a
mínima diferença (1/10000 de diferença) em um cálculo mudou
completamente o resultado de um modelo de tempo de computador.
Pequenas variações no começo seriam imperceptíveis. Como os
cálculos continuam, as diferenças se tornam tão acentuadas que
tornam os pontos de início impossíveis de serem vistos.

O fato é que os casais podem ter apenas pequenos desvios nas


áreas de esperanças e medos da vida.

Ação correta
Ação correta é um termo emprestado do budismo. Eu uso aqui para
falar sobre formas de se relacionar intencionalmente saudáveis. Isto
se opõe à ação destrutiva. Aqui está a chave: quando um casal tem
percepção exata, eles começam a se comunicar claramente. Quando
eles se comunicam claramente, eles começam a agir de forma
construtiva. Quando eles começam a agir de forma construtiva, suas
percepções se tornam precisas. E assim o ciclo continua.

Ação correta acontece quando cada pessoa toma a necessidade do


outro em equilíbrio com suas próprias necessidades. Em outras
palavras, a ação correta puxa o casal em direção a nós.

Para ser claro, ação correta não significa apenas colocar o outro
primeiro. É uma questão de equilíbrio, uma prática de olhar
para nós e agir em conformidade.

Quando esperamos que nossas emoções nos levem à ação,


podemos nos mover na direção errada. A psicologia afirma que agir
de certa maneira pode te fazer sentir de certa maneira. Em outras
palavras, se você agir com amor, você começará a sentir-se amado.
Se você esperar para sentir-se amado, você poderá perder muitas
oportunidades para enriquecer uma relação. Comportamento,
sentimento e pensamento se influenciam mutuamente.
Então, ação correta chama a superar nosso padrão normal de sentir
depois do ato. Passamos para um sentido de atuação, não por causa
dele, mas independentemente do nosso espaço emocional.
Não é que eu ache que as emoções são inúteis. Acho que se nós nos
fazemos de refém do nosso estado emocional, estamos limitando nós
mesmos e o potencial da nossa relação.

Ação correta conduz frequentemente a um parceiro alterado. É onde


a mudança pode começar. Mesmo se um parceiro não quer mudar,
um pode mudar a relação por responder e reagir de forma diferente
centrando-se na ação correta.

Quando deixamos uma relação ser fustigada pelas ações dos outros,
nós não estamos muito perto de nós mesmos. Dependemos do outro
para abastecer nossas ações/pensamentos/sentimentos. E, dada a
natureza cíclica de um casal, este começa a jogar um contra o outro.
O resultado: duas pessoas frias de ação e emoção, esperando o
outro tomar uma ação que vai livrá-los. Cabe a cada um de nós
começarmos a descongelar. Ação correta é um caminho para
reverter isso.

Uma vez que o casal inverteu o caminho, a ação correta permite que
o casal siga em frente. É um dos lugares onde se pode começar a
mudar a dinâmica.

A interação

Quando duas das três áreas de percepção exata, ação correta e


comunicação clara estão presentes, há uma interação entre essas
áreas. Esta interação é um aspecto importante para compreender os
elementos.
Entre a percepção exata e ação correta há direção. Quando um casal
tem percepções precisas e está envolvido na ação correta, a relação
ganha sentido. Ele é impulsionado pelas ações, mas guiado pelas
percepções. Há uma direção clara que emerge desta combinação.

Entre a ação correta e comunicação clara há conexão. A sensação


de estar conectado é facilitada pela existência de ação e
comunicação. Isto alimenta o sentimento de apoio e amor entre os
dois. Esta conexão começa a aumentar o sentimento de nós entre os
dois.

Entre uma comunicação clara e percepção exata há entendimento.


Este entendimento baseia-se no fato de que cada uma das pessoas
se sente ouvida e aceita.

Sentindo-se compreendida, continua a construir o sentido de nós,


porque começa a tecer uma sensação de estar "junto". Quando se
sente compreendida, é muito difícil ter um senso de "eu contra você."
A falta de comunicação clara e percepções erradas rumam
rapidamente para um colapso no relacionamento. Torna-se difícil ver
o nós.

Puxar juntos
Frequentemente, nós nos esforçamos para ter essa compreensão,
conexão e direção em um relacionamento. Ainda conseguimos ver
que isso resulta de uma interação entre elementos que são menos
propensos a ter atenção.

Temos que encontrar a maneira de entendimento, conexão e direção


por meio de elementos, como subprodutos. Estes não são os pontos
de partida, apenas os resultados.

Os pontos de partida são percepção exata, comunicação clara e ação


correta. E para focalizar estes três elementos das formas observadas
neste livro, precisamos descobrir os efeitos colaterais resultantes, as
áreas de sobreposição no diagrama de Venn. O resultado final, um
casamento de sucesso, também é conhecido pelo surgimento do
nós.
Quando percepção exata, comunicação clara e ação correta se
encontram, os resultados são entendimento, conexão e direção.
Quando esses elementos estão presentes, a relação encontra força
e solidez. E como este processo continua, o resultado final é o seu
relacionamento ideal.

Sua vez

Para o que está disposto a comprometer-se a fim de criar o tempo eo


espaço para a comunicação?

Como você pode agendar um tempo juntos?

O que veio à sua mente? Como você pensou sobre as percepções


que interferem na sua comunicação?

Finalmente, quais são as 3 coisas que você pode fazer de Ação


correta no relacionamento com seu parceiro?

Exercício: Eu, tu, nós


Este exercício examina como você e seu esposo veem suas vidas
sobrepostas, lugares onde criam o nós. Há sempre partes da relação
que não se sobrepõe. Estas áreas podem ser as diferenças de
interesses. Mais do que isso, ela indica que os casamentos não
englobam o nosso todo.

Você NÓS Eu

A quantidade de sobreposição pode variar de casal para casal.


Realmente pode ser qualquer quantidade de sobreposição. Não há
nenhuma resposta certa. No entanto, os extremos podem ser
problemáticos.

As extremidades da escala são perigosas porque elas são motivadas


por emoções semelhantes: medo. As áreas de pouca ou nenhuma
conexão são motivadas pelo medo de intimidade, de estar
conectado. No extremo oposto da escala, a conexão total, é uma falta
de individualidade, é motivada por um medo de separação.

Estas posições são perigosas, mas não impossíveis de serem


mantidas. Alguns casais ficam juntos, sem muita conexão. Muitos se
referem a isso como uma relação de conveniência.

Você Eu OU NÓS
O outro extremo, os casais que fazem tudo juntos. Eles mantêm uma
relação de "grude". A relação está em perigo quando um decide que
ele ou ela não gosta de tudo do outro. Por causa da intensidade desta
relação, estarão rapidamente em apuros.

Relacionamentos saudáveis são menos focados na quantidade


de nós e são mais focados na força de nós. Então, a descoberta
deste exercício é para determinar o quão perto você e seu esposo
veem a sobreposição acima.

Desenhe dois círculos, um marcado como "Eu" e um abaixo marcado


"Você." Desenhe outros círculos embaixo desses dois, espelhando
os desenhos acima. Em outras palavras, use os círculos para
representar o seu relacionamento. Quanta sobreposição você vê? É
o primeiro desenho. Em seguida, deixe seu esposo completar o
segundo, ou concluí-lo de acordo com a forma como você acha que
seu parceiro gostaria de ver as coisas.

Eu

Você

Quando os casais têm opiniões semelhantes sobre a


quantidade de sobreposição, é mais fácil trabalhar na direção do nós.
Quando a quantidade de sobreposição tem uma grande diferença, o
casal deve encontrar maneiras de resolver essa diferença primeiro.
Caso contrário, as tentativas de reforçar serão frustrantes para um
ou para ambos.

Aula 4
Encontrar a Estrela do Norte do seu relacionamento

Um dos meus amores é a vela. Enquanto não sou qualificada para


cruzar o Atlântico, eu leio um pouco sobre a navegação. Em
navegação, antes do advento do GPS (e ainda quando as baterias
morrem), um marinheiro tinha os céus para usar.
Ao utilizar os céus, há um componente central: a Estrela do Norte.
Não importa onde está, localizar a Estrela do Norte permite ao
marinheiro se orientar para onde ele foi, e mais importante, para onde
o barco está indo.
Todos nós temos uma estrela do norte para nossos relacionamentos.
No entanto, existem algumas Estrelas do Norte que permitem uma
orientação mais verdadeira. Às vezes, olhamos para o céu e
escolhemos uma estrela que parece promissora, mas vai nos levar
pelo mau caminho.

Falsas Estrelas do Norte

Recentemente, pedi a um grupo de pessoas para responder a esta


pergunta: "Qual é o propósito do casamento?" O grupo me deu
muitas respostas interessantes, muitos das quais eu consideraria
serem a "falsa Estrela do Norte." Aqui está a lista:

Sexo

Crianças
Companheirismo

Redução de Impostos (talvez não ouviram a verdade!)


Promessa & compromisso

Suporte

Felicidade

Estas não são as respostas certas. Na verdade, a maioria de nós


cresceu e foi criada em ambientes onde estas razões são corretas e
por isso nos casamos.

Então pedi para este mesmo grupo classificar os fins ou motivos para
o casamento acima em uma escala de 1 a 10, 10 sendo o mais
importante. Aqui está o que eles inventaram:

Sexo - 8
Crianças - 8

Companheirismo - 9

Redução de impostos - 1
Promessa & compromisso - 7,5

Suporte - 8
Felicidade - 9

Aqui está o problema com a lista que eles criaram: o que fazer
quando um ou mais destes objetivos está faltando? Na verdade, o
que você faz quando a finalidade que você selecionou falta.

Por exemplo, quando um casal está com problemas, eles raramente


são felizes. Ainda na lista acima, felicidade é um "9". Então, se não
há nenhuma felicidade, que é o que tem sido a "Estrela do Norte"
para essa relação, acaba não havendo nenhuma razão para o
casamento.

O número de pessoas que me dizem que eles estão deixando uma


relação porque os dois "não são felizes juntos" nunca me surpreende.
(Uma nota sobre a felicidade: um estudo foi lançado recentemente
que mostrou que os casais que "aguentam" em vez de se divorciar,
estão insatisfeitos, mas irão relatar serem "felizes" quando são
pesquisados seis anos mais tarde. Aparentemente, isso tem pouco a
ver com o que aconteceu nesse intervalo de tempo. Assim, tenho
certeza suficiente, "aguentar" é muitas vezes a melhor escolha).

Encontrar uma verdadeira Estrela do Norte

Ok, então podemos ver quais sãos as falsas Estrelas do Norte.


Vamos olhar as verdadeiras estrelas do norte. Mas antes de "abrir as
cortinas”, vamos nos lembrar sobre a Estrela do Norte.

Quando os marinheiros estão navegando em águas calmas ou a


deriva por causa de uma tempestade, o único meio que o marinheiro
pode encontrar seu caminho através do oceano áspero é a estrela do
norte. Uma Estrela do Norte pode puxar-nos em direção ao porto
seguro. Ele não cria o porto seguro.

Saiba que sua estrela do norte da relação não vai acalmar a dor de
um relacionamento ou de brigas. Simplesmente vai te ajudar a
continuar a avançar em direção ao mar mais calmo.

Então, qual é a Estrela do Norte de um relacionamento? Depois de


refletir sobre a natureza das verdadeiras e falsas estrelas do norte,
aqui está o que veio com o mesmo grupo:

Auto-aperfeiçoamento

Crescimento espiritual

Equipe
Envelhecer juntos

Tornar-se tudo o que cada um pode ser


Este é um agrupamento muito mais útil. Cada um desses itens está
dentro de nosso controle. Trabalharemos sempre no auto-
aperfeiçoamento. Às vezes, crescimento espiritual emerge de dor
mais fortemente do que de prazer. As equipes podem funcionar
mesmo quando há uma diferença de opinião. Que envelhecemos
juntos quando escolhemos. E quando nós decidimos nos tornar tudo
o que cada um pode ser, vamos avançar nessa direção.

Mas há um pouco mais para este quebra-cabeça. O que eu considero


ser a verdadeira Estrela do Norte: compromisso. Quando
começamos com o fato de que nós temos um compromisso, temos
espaço para todos os outros pontos de navegação.

Eu estive muitas vezes com casais que me diziam: "bem, se não der
certo, nós podemos sempre nos divorciar." Prevejo que, quando esta
é a mentalidade, o divórcio é quase garantido.

Quando começamos com a ideia de que "estou no longo prazo",


mudamos nossa mentalidade. Movemos-nos em direção a resolver a
situação. Como um cartaz que eu vi recentemente "não olhe para o
problema — procura um remédio".

A cultura tem reforçado para nós que o casamento não é


permanente. Nós criamos o "divórcio sem culpa". Nós fizemos do
divórcio mais fácil do que qualquer outro processo legal. Mas isso
viola o compromisso que é a base do casamento.
Há aqueles que se casaram em uma igreja e que provavelmente
prometeram continuar casados, independentemente da saúde ou da
doença, momentos bons e ruins, na riqueza ou na pobreza, até
quando a morte os separar, mas não levam esse compromisso muito
a sério.

Gostaria de sugerir que quando o compromisso é feito, a Estrela do


Norte de uma relação, nós honramos o nosso compromisso e agimos
de uma forma que nos move em direção ao sucesso ao invés de falha
nos relacionamentos.

Quando o compromisso é a Estrela do Norte, nós projetamos nossas


vidas para resolver problemas ao invés de ficar atolado em
problemas. Vemos o relacionamento como um desafio, e não um
problema para o qual temos que virar as costas.
Sua vez
Qual tem sido a Estrela do Norte do seu relacionamento?

É uma Estrela do Norte verdadeira ou falsa?

Se é uma falsa Estrela do Norte, o que significaria para a relação


mudar o foco?

Como cada um de vocês encara seu compromisso desde que se


casou?

Aula 5
3 segredos simples para um casamento de sucesso

Depois de anos observando os casais, tanto bem-sucedidos e mal


sucedidos, notei três estratégias que parecem ser marcas registradas
de casamentos bem-sucedidos. Claro, existem outros fatores que
contribuem e nem todos os casamentos bem-sucedidos mantêm
todos os três segredos. A maioria tem pelo menos dois, e muitos têm
todos os três. Siga-os e o sucesso se aproxima.
Estas três estratégias são, mais do que tudo, mudanças na
perspectiva que levam a mudanças no comportamento. Em um nível
mais profundo, incidindo sobre estas três áreas, vamos para outro
lugar. Lembre-se, esses segredos não são fáceis, mas eles valem o
esforço. E a propósito, se apenas um de vocês deseja tomar estas
ações, o outro será afetado.

Segredo #1: Desistir de discutir

Eu sei, você pode estar pensando: sem discussão, sem


comunicação. Eu sei disso porque eu ouvi de incontáveis casais.

Infelizmente, muitos casais encontram-se presos no hábito de discutir


e geralmente com pouco sucesso. Discutir não é se comunicar.
Discussão são duas pessoas com dois pontos de vista diferentes
tentando convencer o outro de estar certo. É um "cabo de guerra"
sem vencedores. A discussão é bem-sucedida em apenas uma
arena: tribunal. Tem um juiz que decide cujo ponto de vista é o mais
preciso. Fora isso (e as crianças não contam como juízes) discussão
é uma aposta. Então desista. Outra coisa, faça esta
pergunta: "Ajuda-me a entender como você vê dessa
forma?" Esta é uma pergunta poderosa.

A pergunta nos move da vitória em direção à compreensão. A


pergunta estabelece que você não vê o mesmo. Estabelece a
existência de uma variedade de visões de mundo.
Embora possa parecer óbvio, casais parecem esquecer que todo
mundo tem uma maneira diferente de ver o mundo — um
outro paradigma, para usar um chavão. Um paradigma não é nem
certo nem errado, apenas é. Ele atua como um filtro, impedindo-nos
de ver algumas coisas e nos levando a focar em outras.

Então a tarefa é entender a outra visão do mundo. Como é que ele


ou ela vê? Como meu parceiro vê o mundo?

E lembre-se desta distinção crucial: você pode entender como


alguém vê algo sem concordar com isso. Compreender não é o
mesmo que concordar.
Não acredita em mim? Considere isto. É possível escrever um
trabalho de pesquisa (estamos de volta à escola secundária) sobre
Adolf Hitler. No papel, você pode considerar todos os elementos
sobre ele. Você provavelmente iria pesquisar sobre as questões
familiares e as questões culturais da Alemanha naquela época. Você
mesmo pode considerar a possibilidade de que Hitler tornou-se
envolvido em algo além do que ele poderia controlar. Você poderia
observar tudo isso e entender o que Hitler fez, sem concordar com
isso. Se pode fazer isso com Hitler, certamente pode fazer isso com
um parceiro.
Segredo #2: Focar em ser complementar

Nós completamos um ao outro, podemos fazer o outro inteiro. Pelo


menos temos o potencial para fazer isso. Temos também o potencial
de destruir uns aos outros.

É interessante e preocupante assistir a destruição quando casais se


esquecem como eles se completam. Já que vejo muitos casais para
aconselhamento pré-marital todos os anos, eu sei que eles estão
conscientes de como eles são complementares antes de eles se
casarem. Eles podem não ter pensado sobre isso, mas eles podem
descrever o que eles fazem um ao outro. Em outras palavras, eles
podem falar sobre como um é a fraqueza e o outro é força e vice-
versa em cada área.

Avançando alguns anos e o casal com problemas está no meu


consultório. A única coisa que podem me dizer é que eles são
diferentes, na verdade, opostos. Eles perderam a natureza
complementar de seu relacionamento.

Por exemplo, um casal antes do casamento pode me dizer como ele


é muito focado e organizado, enquanto ela é espontânea e
divertidamente amorosa. É uma imagem de equilíbrio, desde que
possam encontrar isso em outra pessoa e ver como melhora a ele ou
ela.

Vamos fingir que eles retornam em 5 a 6 anos. A vida tomou muito


deles e seu relacionamento está em apuros. Eles geralmente vêm
com uma lista de queixas. “Cada detalhe de picuinhas tem que
passar por ele. Ele está me sufocando". Então eu ouço "ela é tão
irresponsável. Ela está sempre atrasada, sempre mudando os planos
e nunca segue completamente o que foi planejado".

Eu sei que este casal perdeu seu sentido de complementaridade.


Então faço uma simples pergunta, "O que atraiu você para o outro
em primeiro lugar?" eles sempre ficam com um olhar úmido, distante
e me falam sobre o foco e a organização ou a diversão e a
espontaneidade.
Como você deve ter adivinhado, quando perde de vista a
complementaridade, você começa a se mover para mais e mais
distante. Quando os casais estão cientes de sua complementaridade,
eles tendem a se mover para o outro ao longo do tempo. Eles acham
que sua vida é o equilíbrio e o parceiro ajuda a criar esse equilíbrio.

Complementaridade é realmente um pensamento excelente, um


conceito que deve sempre estar em mente e posto em prática.
Lembre-se de como seus pontos fortes suplementam as fraquezas
do seu parceiro. Mais um desafio, lembre como os pontos fortes do
seu parceiro complementam suas fraquezas.
Existem dois métodos infalíveis para descobrir as áreas onde você e
seu parceiro são complementares entre si. Primeiro, foque no que
atraiu originalmente um ao outro. Estas áreas de atração estão
frequentemente em torno de pontos de complementaridade.

Em segundo lugar, olhe para pontos onde ele ou ela te deixa louco!
Sim, é isso mesmo! Essas áreas de conflito e frustração,
frequentemente, apontam para as áreas de complementaridade.
Olhando para essas áreas com uma nova luz, talvez com palavras
positivas, possa levá-lo a ver novas áreas de complementaridade.

Segredo #3: Tomar decisões com base no que é bom para o


relacionamento
Muitas vezes seremos pegos no estalar das decisões. Se fizermos
uma escolha que é melhor para mim, nos sentimos egoístas. Se
fizermos uma escolha que é melhor para você, nos sentimos
inferiorizados. Às vezes, isso nos deixa em uma situação de
perder/perder.

Uma terceira opção está disponível. Fazer uma escolha com base no
que é bom para o relacionamento, para o nós. Isso cria uma maneira
de contornar o dilema pessoal e nos obriga a ser mais criativo.
Geralmente não é fácil. A escolha de nós é menos automática.

Quando as decisões são baseadas no que é melhor para o


relacionamento, o casal é forçado a tratar a sua relação como uma
entidade real. Isto traz a relação para fora da imaginação e coloca na
realidade. Este é um exercício poderoso e que pode mudar a relação
de maneiras incríveis.

Tomada de decisões que são baseadas na relação puxam em


direção a um sentido mais forte de nós dois e cria um forte
sentimento de "estar juntos". Já que as decisões, muitas vezes,
fortalecem ou destroem um relacionamento. Alimentar essa
abordagem pode aliviar muitos pontos de estresse.

Esta técnica simples é aplicada quando uma decisão precisa ser


feita. Simplesmente faça esta pergunta: "O que seria melhor para a
relação?" Esteja aberto à surpresa sobre a resposta!

Aula 6
Criar um ciclo ascendente

Casais encontram-se frequentemente em um ciclo descendente. A


fim de obter a sua melhor relação, será necessário você alterar a
dinâmica. Lembra-se da física? Impulso é a energia que empurra um
objeto na mesma direção que está indo. Em outras palavras, onde
quer que um relacionamento esteja indo, ele vai continuar nessa

Momento
direção, a menos que você trabalhe para mudá-lo. A boa notícia
é que o impulso funciona em ambas as direções. Bons
relacionamentos podem levar a uma boa distância numa direção
positiva.

Impulsos podem ser alterados por dois meios:

1) alterar a percepção/pensamento; 2) mudar a ação. Eles estão


interligados. Alterando a ação, altera-se o pensamento / percepção,
e mudar a percepção/pensamento altera a ação. (A propósito, não
confunda pensamento/percepção com sentimentos ou emoções.
Eles são difíceis de deslocar, como você verá mais tarde no livro).

A direção do movimento depende de você, ainda que você perceba


ou não. A maioria das pessoas descobre que não escolheu a direção
da relação, pelo menos não conscientemente. Em vez
disso, essa direção teve a chance de ganhar mais poder
Momento

e força com o passar do tempo.


Você pode tomar impulso para cima, com mais energia
do que só deixar as coisas ganharem impulso
descendente, assim como a gravidade. A vida pode
exercer uma tração para baixo, mas enquanto você
mantiver o ritmo, se movendo em uma direção positiva,
você perceberá que o relacionamento naturalmente se
mantém naquela direção.

Na verdade, a parte mais difícil de trabalhar em um relacionamento


é inverter a dinâmica e começar a ir na direção certa. Uma vez que a
dinâmica é deslocada, a vida é muito mais fácil.

Dinâmica de movimento
Uma mudança na dinâmica começa com uma mudança na relação.
E essa mudança de relacionamento pode acontecer com apenas
uma pessoa para fazer uma mudança na percepção.

E por isso o subtítulo para o livro é tão importante: "mesmo se apenas


um de vocês quer mudar". Um relacionamento pode começar a
mudar mesmo se a outra pessoa não quer ou é incapaz de investir
na mudança.

Quando você começa a se relacionar de forma diferente, o outro tem


de começar a se relacionar de forma diferente. É apenas parte da
natureza humana. Nós não podemos ajudar, mas mudamos como
respondemos quando alguém muda como ele ou ela está
respondendo para nós.

Pense na vez quando você estava em um relacionamento com raiva,


no entanto, uma das partes decidiu pedir desculpas. De repente,
muda a relação. Você pode ter se percebido de uma forma que
parecia exatamente o oposto do momento antes do pedido de
desculpas. Quando um muda, o outro tem que mudar. Esse é o poder
dos relacionamentos. Estamos conectados de forma a ser afetado
pelo modo como o outro responde.
Em grande parte deste livro, você vai descobrir que esta mudança é
principalmente sobre como fazer uma decisão consciente de fazer as
coisas de forma diferente. Às vezes, peço para tomar medidas,
apesar das suas emoções. Outras vezes, peço que encontre um
ponto de entendimento com seu esposo. E às vezes, você vai
descobrir a importância de escolher como e quando você responde.

Uma mudança instantânea

Darei um exemplo de uma mudança que foi instantânea e de longa


duração. Uma de minhas clientes me procurou por causa de seu
casamento. Ela lutou pela relação e, embora ele não tenha
participado da nossa terapia no início, o marido dela teve um papel
central.
"Ana" queria mais do marido do que "Guilherme" estava disposto a
dar. An estava chateada porque Guilherme tinha mais tempo livre,
mas não entendia sua necessidade de tempo separado dela. Ela
queria mais romance, mais atenção, mais cuidado. Não é
exatamente uma lista nova ou diferente do querer e desejos de
muitos outros casais.

Ana e eu lutamos juntos para ajudá-la a ganhar uma compreensão


clara do que ela queria e precisava do relacionamento. Enfocamos
as mudanças que ela poderia fazer que pudessem melhorar o
relacionamento. Finalmente, Ana convidou Guilherme para nossas
sessões.
Para sua surpresa, ele aceitou. Eles lutaram como podiam para
ajustar seus desejos em uma relação funcional e individual. No
entanto, apesar das mudanças feitas por parte de Guilherme, Ana
ainda estava insatisfeita.

O relacionamento continuou indo para baixo. A insatisfação de Ana


trabalhou no sentido negativo para Guilherme. A Ana estava menos
satisfeita com seu relacionamento, o Guilherme menos disposto a
trabalhar em mudá-lo.
A mudança veio de forma assustadora. Guilherme descobriu um
caroço na garganta. Ele foi ao médico e rapidamente foi apanhado
na teia do mundo médico. O caroço acabou por ser cancerígeno.
Dada a localização, os médicos estavam preocupados com a
sobrevivência de Guilherme.

Quando vi a Ana na vez seguinte, uma mudança radical havia


ocorrido. Ela percebeu quão insignificante as questões eram quando
estavam diante da morte. As questões que criaram tanta discórdia no
relacionamento deles desapareceram. O que restou foi o amor. Ana
disse, "aquelas coisas não significam nada quando eu penso em não
ter o Guilherme junto a mim".

A dinâmica da relação deles mudou e impulsionou-os em um sentido


positivo. A mudança aconteceu na esteira de uma situação
assustadora. Poderia ter acontecido a qualquer momento. Poderiam
ter percebido o quanto sua saúde e sua relação são preciosas.
Ambos poderiam ter percebido que a vida era muito significativa para
perder tempo no insignificante. Apenas precisou de um "despertar"
para tirá-los do transe.

Minha esperança é que você não precisa esperar por esse


"despertar". Às vezes ele chega tarde demais, e às vezes ele não
vem mesmo. E sempre as pessoas perdem um tempo valioso que
poderia ser gasto em um relacionamento amoroso e harmonioso.
Considere: como é que o impulso no seu relacionamento precisa ser
alterado? Mais importante ainda, que mudanças vocês estão
dispostos a fazer para criar a mudança? Lembrem-se, algumas são
apenas em relação às percepções.
Uma percepção que estimula a mudança é a percepção de que
sempre podemos deixar para mais tarde para focar na relação. Ouvi
muitas vezes de casais que colocaram sua relação "em segundo-
plano," esperando por mais tempo, recursos, energia, etc., para
melhorar a relação.

Distanciar-se de seu desejo de manter um olho sobre a dinâmica da


relação, pode levá-lo a encontrar a relação mais rápida no sentido
negativo do que você esperava.
A propósito, a lei da dinâmica diz que mudanças na dinâmica podem
acontecer em pequenas etapas. Não precisa virar outra relação em
um instante. Em vez disso, você pode escolher em deslocar
lentamente a relação em um esforço deliberado e concentrado para
criar uma inversão. Ou pode acontecer em uma volta rápida, como
um grande círculo. De qualquer forma, é importante trabalhar para
fazer essa mudança.

Sua vez

Onde você está?


Em qual direção o relacionamento está indo?

Alguma mudança no entendimento aconteceu enquanto você estava


lendo o material? O que veio à mente?

Teve alguma ideia enquanto você estava lendo sobre como mudar a
sua percepção em relação ao seu esposo?
O que impede você de fazer uma mudança de perspectiva? (Algumas
pessoas sentem a necessidade de pensar da mesma maneira sobre
um parceiro, falsamente acreditando que isso as impediria de se
machucar).

Aula 7
Não pergunte a você mesmo se você ainda está amando

Amor muitas vezes está ligado à emoção, não a ação. Quando


perguntamos a nós mesmos se estamos amando ainda, acabamos
querendo saber se ainda temos a conexão emocional com a outra
pessoa.
Infelizmente, mesmo a ação de questionamento leva à mais dúvida,
não a menos. Quando levantamos a questão, começamos a refletir
sobre esse assunto. Quando ponderamos a questão, muitas vezes
podemos criar a resposta.

Então, em vez de perguntar se nós amamos nosso parceiro, é muito


mais útil começar a tratar nosso parceiro como se ainda gostássemos
dele ou dela. Quando nós tratamos alguém "como se," muitas vezes
encontramos as emoções que uma vez faltaram, essas emoções
podem estar retornando. A pergunta precisa mudar de "Eu ainda amo
(emoção) ele/ela?" para "como eu amo (ação) ele/ela?”. Como por
exemplo: DE QUAL MANEIRA AMO MEU PARCEIRO, ao invés de
SE AINDA AMO MEU PARCEIRO.

A simples tarefa de fazer esta pergunta muda a nossa perspectiva.


Quando nossa perspectiva muda, muda a relação. O desejo do
coração de melhorar um relacionamento é normalmente uma
mudança na perspectiva.

A pergunta: "o que posso fazer para mostrar o meu amor?", salienta
a parte difícil: raramente temos a melhor maneira de mostrar ao outro
o nosso amor.

Todos nós temos maneiras diferentes de demonstrar o sentimento e


de sentir. O problema é que nós, geralmente, não assumimos o que
sentimos e isso também é o que nos impede de saber que somos
amados. E aqui, as especificidades correm contra a regra de ouro:
"Faça para o outro o que gostaria que fizesse para você". Existem
muitas formas de se mostrar e expressar o amor.

Alguns encontram amor em palavras, outros em contato, outros em


ações e ainda outros em presentes. Dentro desses meios amplos,
existem muitos detalhes. Nossa tarefa, como amantes, é descobrir
como o outro anseia ser amado. Esta é a tarefa de aprendizagem de
qualquer relação de sucesso. Descubra isso e também os anseios
mais profundos de um parceiro.

Por que não as emoções?

Infelizmente, nós todos fomos educados em uma cultura onde se


encontra a noção romântica de amor ao ser supremo. Claro, essas
emoções são vinculadas aos primórdios de uma relação. Mas as
emoções não são a "Estrela do Norte" de um relacionamento. A vida
não pode ser navegada com base na presença ou ausência destes
sentimentos. A verdadeira Estrela do Norte de uma relação é o
compromisso, que é baseado na ação, o "fazer" de uma relação. Isto,
às vezes, implica continuar a amar (ação) alguém, mesmo na
ausência do sentimento de amor.

Em um nível básico, as emoções são reações no laboratório de


química do nosso corpo. Claro, elas são maravilhosas quando estão
por aí, mas o fato de que elas estão faltando não indica a morte de
um relacionamento. É aqui que começa o trabalho duro!
Ainda mais importante, quando as emoções estiverem faltando,
muitas vezes procuramos encontrar alguma maneira de recuperar as
emoções. Esta é uma possibilidade, mas estará se movendo na
direção errada. As emoções não são o objetivo, mas um efeito
colateral (embora bastante agradável) da ação de amar.

Quando age com amor para com os outros, naturalmente começa a


sentir mais amoroso. Sentimentos são consequências da ação e não
o contrário. Mais do que isso, a maioria procura uma forma para
tentar "fazer" se sentir de certa maneira. É mais fácil e mais eficaz
optar por agir de certa maneira. Qualquer um pode "fazer", se agir da
forma escolhida. Muitos de nós estamos cientes do fato de que as
emoções são um fluxo na vida de um relacionamento. Mesmo com
esse conhecimento, parece que nos esquecemos ao longo da vida
quotidiana. Quando as emoções estão faltando, começamos a
acreditar: "Eu não estou mais apaixonada." Quando, na realidade, a
relação está em um padrão de refluxo. O fluxo, se permitido,
retornará. É simplesmente a natureza das relações quando nós não
interferimos.

Então, o que devo fazer?

Neste ponto, pode ser a pergunta que você está se fazendo. Se as


emoções são um beco sem saída e nosso primeiro instinto é para
mostrar o amor da forma que desejava ser amada, você pode estar
se perguntando: "Como faço para mostrar este amor para a pessoa?"
Duas respostas: 1) considere o que a outra pessoa faz (ou fazia) para
mostrar o amor; 2) PERGUNTE!

Mesmo se os dois perderam o hábito de tratar um ao outro de forma


amorosa, você pode ter a oportunidade de pensar em como o amor
foi expresso para você no início do relacionamento e particularmente
durante os períodos onde o sentimento do amor era evidente. Isto
pode fornecer algumas pistas sobre como a outra pessoa se sente
amada. Se você mostrar amor de maneira que o amor foi mostrado,
você pode descobrir a chave para melhor mostrar o amor para essa
pessoa.

E o melhor de tudo, perguntar a outra pessoa como amar a ele ou


ela. Acho que seria o mesmo que sua esposa ou esposo te
perguntando como você gostaria de ser amado. Isso não seria uma
discussão poderosa?

Isso não faria você se sentir amado, mesmo tendo apenas essa
discussão?

Uma armadilha de relacionamento é assumir que temos que saber o


que o outro quer ou não seria genuíno. Na verdade, tem sido a morte
de muitos relacionamentos. Desista de pensar sobre o que você ou
seu parceiro quer, seu "suposto" saber, e concentre-se em descobrir
o que você e seu parceiro não conhecem sobre o outro.

Relacionamentos não podem ser sustentados na ilusão de que o


outro deve "saber", se é realmente amor. Em vez disso,
relacionamentos saudáveis são sobre a descoberta e crescimento.
Faça a sua tarefa de aprender sobre o outro para descobrir seus
segredos. E não se prenda em esperá-lo falar para contar seus
segredos. Compartilhe. Procure ter seu esposo compartilhando os
segredos dele com você.

Descobrir os segredos um do outro está no coração de relações bem-


sucedidas. É um processo de descoberta. Ao contrário de qualquer
outra, esta é uma mudança na compreensão. É a diferença entre ver
um casamento onde se espera que os dois estejam na mesma
"sintonia" para ver o casamento como uma descoberta do outro.

Sua vez
Quais, especificamente, são as três melhores maneiras que seu
parceiro se sente amado? (Considere ações específicas ou formas
de responder).
Quais, especificamente, são as três principais maneiras de se sentir
amado?

Na próxima semana, quais são as 5 maneiras que você se


comprometerá para mostrar o amor ao seu parceiro? (Escreva-os
com datas específicas)

Quando as emoções são perdidas

Às vezes, as emoções parecem ter fugido. Você pode se sentir


completamente incapaz de sentir amor, paixão ou qualquer outra
emoção em relação ao seu esposo.

Eu tenho boas notícias para você! Existem algumas coisas


específicas que você pode fazer para voltar a entrar em contato com
essas emoções faltantes. No entanto, a primeira coisa que você deve
fazer é comprometer-se, como eu disse na última lição, fazer a
pergunta se você ainda ama alguém completamente perde a parte
de ação de estar amando. Mas, mais perigoso, fazendo essa
pergunta você perpetuará a perda da emoção. Você pode se tornar
tão focado sobre a falta de sentimentos que você perde a
oportunidade de redescobrir os sentimentos.

Reconectar-se com as emoções

Aqui estão várias estratégias específicas para reconectar-se com os


sentimentos.
1. Lembre-se que, em sua essência, sentimentos e emoções são
contínuos, um pouco como a maré. Eles entram e saem. E existem
algumas marés altas e baixas.

Então, quando os sentimentos estão baixos, em vez de ficar


preocupado, opte por esperar. Em breve os sentimentos irão se
mover em uma direção mais positiva.
Não fique muito presa em saber por que as coisas estão desse jeito.
Aceite que é o caso e siga em frente. Às vezes, uma mudança de
emoção é tão simples quanto esperar as emoções mudarem por
conta própria.

2. Escolha ser brincalhão. Quando as pessoas começam a se sentir


menos amados e desejados por seus esposos, sua primeira reação
é desfazer, levar a sério e trabalhar duro para mudar a sensação.
Isso acaba sendo particularmente contraproducente. Alguns
relacionamentos redescobrem a paixão trabalhando mais
arduamente. Geralmente, o trabalho mais difícil é o que causou a
perda da paixão em primeiro lugar.
Tente encontrar algumas atividades que possam ser mais leves.
Tenham passatempos juntos. Vá a passeios, caminhadas, camping,
viagens, etc., juntos. Talvez você possa pensar nas coisas que
costumava fazer vocês rirem juntos — mergulho na piscina, lanche
fora de casa, uma sobremesa junto, seja lá o que era. Lembre e faça.

3. Lembre-se de como começou a relação. Quando estou com um


casal que parece ter perdido o desejo um pelo outro, muitas vezes
faço-lhes um simples pedido: "Diga-me sobre como começou o seu
relacionamento." De repente, suas mudanças de comportamento
começam.

Onde uma vez eles eram críticos uns dos outros, eles, de repente,
encontram olhos amorosos (metaforicamente e na realidade). O
quarto é transformado de uma frieza e distância para calor.

Esta conexão é passageira? Muitas vezes, é. Mas ela reconecta o


casal para um sentimento que eles se esqueceram como era. Às
vezes, eles só precisam ser lembrados que os sentimentos ainda
estão lá, mesmo que eles estejam enterrados.

4. Deixei o método mais poderoso para o final. A psicologia tem


descoberto que nós criamos algumas de nossas realidades.
Inconscientemente temos um grande controle sobre nossa
percepção da realidade e situações.
O segredo é conhecido como "Agindo como se..." Eis como funciona:
imagine como seria se você se sentisse diferente, e agisse como se
o sentimento estivesse lá. Se você estivesse se sentindo amorosa
em relação a seu esposo, o que você faria? Como você olharia para
ele/ela, agiria em relação a ele, respondendo-lhe? Faça essas
coisas.

A coisa mais surpreendente sobre esta técnica é que ela funciona em


tantas áreas. Quando alguém está falando com você (parceiro
incluído) sobre algo que você não está interessado, aja como se você
estivesse interessado. Garanto que dentro de 5 minutos realmente
vai ficar interessado.
Quando estiver se sentindo para baixo ou deprimido, aja como se
estivesse feliz e alegre, mesmo forçando um sorriso. Dentro de 5
minutos, seus sentimentos serão deslocados de deprimido em
direção a alegre.

Este truque poderoso pode transformar drasticamente uma relação.


Sua tarefa é descobrir as muitas maneiras que você pode “agir como
se....” em seu relacionamento. Seu relacionamento será
transformado porque você descobriu um método de mudar seus
sentimentos no relacionamento.

Sua vez!

Já que você descobriu a melhor maneira de recuperar as emoções


perdidas de seu relacionamento, decida agir sobre alguns dos pontos
abaixo.
Crie uma lista de 10 a 15 maneiras que você e seu parceiro tiveram
diversão no passado.
Escolha uma para fazer nos próximos três dias.

Faça uma escolha consciente para não se debruçar sobre as


emoções que não estão lá. Como um experimento, em vez disso,
confie que as emoções são como a maré e a maré vai e vem.
Lembre-se de como começou o seu relacionamento. Talvez você
possa relembrar com seu parceiro sobre esses dias.

Crie uma lista de 20 maneiras de como você agiria, se você sentisse


do jeito que você quer se sentir em relação a seu esposo. Comece a
agir sobre esses itens.

Aula 8
Quando as emoções são erradas

Às vezes, o problema com as emoções em um relacionamento não


é que elas estejam faltando, é que elas estão erradas — elas não são
o que devem ser. Em vez de amor, há raiva; em vez de calor, é frio.
Eu gostaria de passar algum tempo nesta lição discutindo um padrão
muito comum que cria uma grande quantidade de desconforto para
os casais. Para tantos casais muito rancor é formado a partir deste
padrão.

Conexão Distância

Intimida Abandono
de

Intimidade & Abandono

As pessoas têm um medo inerente de duas


coisas: intimidade e abandono. Tememos que as pessoas fiquem
muito perto e muito longe de nós. Mas todos nós temos diferentes
níveis deste medo e quantidades diferentes de proximidade e
distância que desencadeiam o medo.
O equilíbrio entre os dois pontos de medo acaba sendo os limites de
um relacionamento. Estes dois pontos são a conexão e a distância.

Primeiro, uma pequena explicação de cada medo. A parte do Medo


do abandono está relacionada à nossa preocupação de perder
aqueles que precisamos para sobreviver. É enraizado em ser
completamente dependente do outro para toda assistência, cuidados
e educação de crianças indefesas.

Infelizmente, é impossível para qualquer prestador de cuidados, não


importa quão grande, atender a todas as necessidades de uma
criança indefesa o tempo todo. (Se você é um pai, reflita sobre esta
realidade). Então, saímos da infância com algum nível de medo de
que vamos perder pessoas das quais precisamos
desesperadamente.
Enquanto esse medo faz todo o sentido para a criança, é muito
menos útil para o adulto. Esse medo não tem que ser um medo
racional e, na verdade, não é, mas afeta as nossas vidas. Quando
somos capturados por um medo de abandono, tendemos a querer
manter a pessoa que tememos que vá nos deixar.

O Medo da intimidade é o extremo oposto do contínuo. Mas acho


que, em vez do bebê recém-nascido, é a criança aos dois anos de
idade. Como os dois anos de idade são ativamente vividos dizendo
"não" a cada momento, ele é realmente o estabelecimento da
separação e diferenciação da criança de seus pais.

O medo nessa idade é que um pai irá sobrepujar a criança. Como a


criança está começando a ser consciente de sua separação, ele ou
ela também está ciente de que os pais são muito mais poderosos e
capazes de impor decisões para uma criança.
Esta mesma consciência, que é parte do desenvolvimento da criança
descobrindo que há uma separação entre a criança e o resto do
mundo, cria um medo de ser oprimido e perdido na relação com o
outro. Novamente, uma resposta perfeitamente adequada para uma
criança, cria um medo profundo no adulto de se tornar perdido em
um relacionamento.

Entre os medos
Entre os medos de intimidade e abandono, meça os pontos de uma
relação: conexão e distância. Todas as relações se esforçam para
encontrar o adequado e saudável ponto entre ter a conexão e a
distância entre duas pessoas.

Infelizmente, não há nenhum ponto correto para o equilíbrio. E


infelizmente, é improvável que haverá apenas um ponto entre os dois
no relacionamento. Em outras palavras, em vários momentos, sobre
várias questões, as duas pessoas sentirão diferentes necessidades
de conexão e de distância.

Com duas diferentes pessoas e duas expectativas diferentes para a


distância e a conexão, o potencial de incompreensão rapidamente se
agrava.

Distância

Conexão

As possibilidades começam a surgir. Quando um precisa ir mais


longe, o outro poderia desejar mais conexão e vice-versa. Os dois se
encontram criando uma dança para regular a quantidade de conexão
e distância no relacionamento.
Agora, adicione os dois pontos de medo. Quando um precisa de
distância, o outro pode descobrir um forte medo do abandono.
Quando precisa de mais conexão, o outro pode descobrir um forte
medo de intimidade.

De repente, a dança entre um casal para manter a proximidade e


distância torna-se carregada de dificuldades. Há várias
oportunidades para mal-entendidos, mágoas, necessidades não
satisfeitas e completa perplexidade.

Lidando com a mistura

As emoções são muitas vezes erradas por causa desta mistura


poderosa de interação. Ao longo do tempo, a incapacidade para
coincidir com a distância e proximidade com o outro se transforma
em dor. Isto dói, muitas vezes constrói ressentimento, especialmente
quando um ou ambos sentem que o que precisa não foi satisfeito.

Por causa de nossa cultura, é particularmente difícil para alguém


dizer a outra que ele ou ela "deve" fazer algo. Nós fomos ensinados
a rejeitar nossas próprias necessidades. Infelizmente, isto tem
um efeito de bumerangue. Acabamos tendo nossas necessidades
atendidas de forma manipuladora, indireta.

Casamentos se baseiam em parte de uma vontade de reconhecer a


existência dessas necessidades e vontade para atender a essas
necessidades. E a propósito, ter necessidades é diferente de ser uma
"pessoa necessitada".

Recentemente, tive uma discussão com um grupo sobre


necessidades. Um dos membros sentiu que casamentos devem ser
entre duas pessoas independentes uma da outra.
Os pensamentos que eu compartilhei revelaram que não acredito que
as pessoas são projetadas para serem ilhas, separadas umas das
outras. Em vez disso, nós somos projetados para precisar e
necessitar. Enquanto isso pode se tornar patológico, não é
necessariamente assim. Na verdade, demasiada independência
pode ser tão patológica quanto total dependência.

Noções básicas sobre raiva

Muitas pessoas experimentam a raiva em seu relacionamento, mas


encontram dificuldade sobre a forma de "se livrar dela", como muitas
vezes ouvi. Parte da dificuldade em afastar a raiva está enraizada em
nossa compreensão do que é raiva.

Uma vez que sentimos raiva como uma emoção de chumbo em uma
determinada situação, começamos a acreditar que a raiva é a
emoção primária. Em outras palavras, acreditamos que a resposta
da raiva é realmente sobre a raiva. NÃO É!

A raiva é uma emoção secundária, não é a emoção primária. Mas já


que a sentimos tão forte, muitas vezes abafa-se a verdadeira emoção
primária. A emoção primária, mais
frequentemente, é algo relacionado à dor,
Ferir desapontamento ou desânimo. Contudo, isso
Dor
não é dizer que a raiva não é uma emoção
importante.
Você
O papel da ira é o de proteção, para afastar a
Tristeza
ameaça. Mas quando esquecemos a emoção
primária, essa emoção nunca é abordada. Ao
longo do tempo, o relacionamento fica mais e
mais enraizado na raiva e ressentimento.
Mas isto se afasta da realidade da relação, falhando em atender as
necessidades dos indivíduos. E igualmente importante, ele se
distancia da realidade gerando decepções que nunca são abordadas.

A tarefa do casamento é ir além da emoção de raiva e na direção das


verdadeiras emoções primárias. Lidar com essas emoções faz com
que a raiva se evapore. Mas quando as emoções primárias são
ignoradas, a emoção secundária de raiva só ganha força extra na
tentativa de proteger o ego de mais danos.
Sua vez!
Quando seu parceiro responde a você com raiva, lembre-se que esta
não é a emoção primária. É sua tarefa ir em direção à emoção
primária e não reagir à raiva.
Quando você responde com raiva, lembre-se que há uma emoção
primária e trabalhe para identificar essa emoção. Essa é a emoção
que deve ser abordada na relação. Raiva, muitas vezes, impede que
isso aconteça.

Também mude sua compreensão da raiva de um ataque contra você


para a revelação de algo por outra pessoa. É um dom, embora muito
parecido com ser presenteado com um porco-espinho! Ainda assim,
há algo macio no interior, porque é para compartilhar algo importante
para ele ou ela.

Finalmente, trabalhe em aceitar a ideia de que lidar com os


sentimentos primários fará com que a raiva se dissipe por conta
própria!

Aula 9
Todos nós temos um paradigma

Um paradigma é um modelo, uma forma de ver o mundo. Ajuda a


processar informação sem sobrecarga. Paradigmas agem como
filtros, e quando as informações vêm até nós, desafiando a nossa
visão do mundo, tendemos a ignorá-las ou reinterpretá-las.

Paradigmas não são bons nem ruins, eles simplesmente são. As


pessoas não podem existir sem eles. O desafio de cada pessoa é
examinar quando um paradigma pessoal está falhando e estar
disposta a mudar.
Infelizmente, paradigmas são mais facilmente vistos em retrospectiva
e não no momento. Por exemplo, em um ponto na história as pessoas
acreditavam que o sol girava em torno da Terra, o centro do universo.
Quando os astrônomos olharam para o movimento dos astros, seus
movimentos não correspondiam à ideia de que todos os corpos
celestes giram em torno da Terra. As estrelas mudaram em direções
aparentemente erráticas. Este foi um desafio, porque a teoria
determinava os movimentos de acompanhamento de forma
ordenada.

Os cientistas fizeram com que suas observações "coubessem" no


modelo (ou paradigma) do universo. Eles não conseguiram deixar as
provas desafiarem sua visão de mundo. Copérnico via as coisas de
forma diferente. Ele deixava as evidências desafiarem o paradigma
e estava determinado que a Terra girava em torno do sol.
Isso foi uma ideia revolucionária na época. Podemos agora olhar
para trás e ver que isso é óbvio. São poucas as pessoas que afirmam
que o sol gira em torno da Terra. Aqueles que só provam o potencial
da manutenção de um paradigma em face de evidências
insuperáveis do contrário.

Paradigmas, como mencionado acima, são facilmente vistos.


Podemos rir com aqueles que se recusaram a ver a verdade, mas
não podemos deixar de perceber que todos nós vivemos em um
paradigma. Todos nós tomamos decisões com base em fatos que
podem ou não ser completos ou corretos.

O paradigma de um indivíduo não é certo nem errado. É, no entanto,


incompleto. Na faculdade, tive vários cursos em experimentos
psicológicos e sociológicos. Dois conceitos permanecem
comigo: validade e confiabilidade.

Ao examinar um experimento, é considerado válido quando o


experimento segue uma lógica e faz sentido internamente. Você faz
a pergunta: "o experimentador testou o que ele disse que estava
sendo testado? O experimento foi lógico na sua construção?" Se
assim for, você tem uma experiência válida.
Um experimento é confiável se os resultados podem ser aplicados
em qualquer lugar além desse primeiro experimento. Em outras
palavras, que os resultados experimentais criam qualquer
conhecimento maior do que apenas dentro do experimento.

Então, qual é a conexão?

Todos nós temos paradigmas individuais. Eles são o resultado de


nossas experiências de vida, sexo, idade, educação e uma infinidade
de outras variáveis. Esses paradigmas são válidos, mas eles não
são confiáveis. Paradigmas são válidos porque eles fazem sentido
para nós. Não vemos as inconsistências de dentro do paradigma.
Parece lógico e tudo une. Mas, externamente, o paradigma não é
confiável. Não pode ser aplicado a todos os outros.

Eu costumo encontrar as incoerências no meu próprio paradigma


quando meu marido aponta os lugares onde eu digo uma coisa,
depois outra e eles dois juntos não podem ser verdade. De repente,
eu tenho que encarar o fato de que meu paradigma é imperfeito.
Posso me tornar defensivo ou posso modificar o paradigma.

Na universidade nos ensinam a ideia de Janela de Johari. A ideia


vem de um pesquisador, Johari, que acreditava que todos nós temos
partes visíveis e ocultas. Estas peças são muitas vezes invisíveis
para nós.

Há partes que são visíveis e conhecidas para nós e para os outros.


Existem outras peças que são visíveis para os outros, mas não para
nós. Há partes que são visíveis para nós, mas não para outros. E
finalmente, há áreas que estão escondidas, não só dos outros, mas
também de nós.

Paradigmas tem esse elemento. Nossos paradigmas são pouco


conhecidos para nós e um pouco conhecido para os outros. Mas
nunca é o paradigma inteiro conhecido para nós e para os outros.
Existem partes ocultas, desconhecidas. Quando as pessoas ficam
próximas e nos conhecem, elas começam a ver mais e mais da forma
como vemos o mundo. É nesse momento que o outro pode ver as
inconsistências em um paradigma.

Mas temos que reconhecer que existem aquelas áreas que


permanecem escondidas a todos e sempre serão ocultadas. Essa é
a natureza dos paradigmas. Eles operam no fundo, uma
programação que limita o que reconhecemos e como interpretamos.
Ele tem o seu lugar. Mas também há fraquezas.

O problema do paradigma

O problema com paradigmas não é que nós temos um, é que nos
esquecemos de que temos um. Começamos a acreditar que a forma
como vemos o mundo é o caminho certo, em vez de uma maneira.
Isso acontece ao longo da vida, mas é particularmente doloroso no
contexto de um casamento. A maioria dos casais começa assumindo
que eles vêem as coisas de forma igual. Quando se torna claro que
este não é o caso, o casal começa a tentar recompor um ao outro,
tentar voltar a ver as coisas parecidas.
Isto é raramente bem-sucedido, uma vez que não se vê as coisas de
forma idêntica em primeiro lugar. Claro, casais muitas vezes veem
muitas coisas de uma forma muito semelhante. São as coisas mais
vistas que são mais fáceis de assumir que se está vendo de forma
muito parecida.

Um paradigma de paradigmas do povo


Quando um casal está lidando com os paradigmas do outro, pode ser
útil ter algum modelo (um paradigma) de entendimento. Aviso que
este é apenas um modelo e não pretende ser definitivo. É um
"paradigma da compreensão" e, portanto, é limitado.
As pessoas têm três camadas diferentes de seu paradigma. A
camada superior é composta por nossas atividades diárias — nós
gostamos de filmes, livros que lemos, comida que comemos...
Realmente é um reflexo das nossas preferências. No panorama geral
da vida, dá-nos os sabores de estarmos vivos. No entanto, no
panorama geral de uma relação, isto pode ser menos importante.

Curiosamente, é aqui que um casal descobre suas diferenças. Eles


acabam não gostando dos mesmos filmes, livros, etc. No entanto,
uma relação com alguma profundidade vai olhar para mais do que
isso. Cada um procurará se beneficiar e aprender com os interesses
do outro.

Casais podem, se desejarem, rapidamente ultrapassar esta camada.


Eles podem decidir fazer as coisas separadamente, ou comprometer-
se com um filme ou um restaurante. Este nível é o mais fácil de
navegar.

A próxima camada compreende nossa visão de mundo. Inclui como


pensamos sobre o dinheiro, o que fazemos com nosso tempo e como
lidamos com problemas.

Esta é a área que, muitas vezes, enlouquecem um casal.


Acreditamos que estas áreas devem estar em harmonia para um
relacionamento funcionar. Isto não é o caso. Há mais do que espaço
suficiente para as diferenças de percepção e visão de mundo numa
relação. Mas as diferenças não podem ser ignoradas.
A camada inferior do paradigma de uma pessoa é a mais crucial.
Contém as crenças, normas e valores. As normas são o que
esperamos de nós mesmos, são elas o que "vivemos". Esta é a base
da existência. Podemos ser capazes de comprometermo-nos na
parte superior e na camada média, mas a camada de fundo cria a
fundação para a vida.
Camada 1
Coisas do dia

Camada 2
Visão Mundial e Percepção

Camada 3
Valores, Normas, Crença

Quando esta área do fundo não é muito semelhante para um casal,


problemas surgirão. Por exemplo, se um dos parceiros espera
honestidade e integridade e o outro não valoriza isso, problemas
surgirão. Os dois levarão essas crenças em sua comunicação, o que
gerará um grande efeito no resultado dessa comunicação.

Um exemplo mais extremo: se um acredita em fidelidade absoluta, e,


no entanto, o outro não valoriza isso, haverá uma grande divisão
entre os dois. Estes níveis de diferença são muito difíceis de superar.
Corta no núcleo de quem somos como pessoas. Felizmente, as
pessoas normalmente encontram seus companheiros com pontos
muito semelhantes no que tange a esta terceira camada.

É verdadeiramente a sessão intermediária, nossa visão de mundo


que parece dar a maioria dos problemas. Quando casais aprendem
a navegar nas questões de paradigma, os casais se encontram,
frequentemente, em seu caminho para um relacionamento bem-
sucedido.

Sua vez
O que veio à sua mente enquanto você estava lendo sobre os três
níveis?

Existem áreas no terceiro nível, a área relativa a valores


fundamentais, que são diferentes entre os dois?

Se existem diferenças, como os dois podem encontrar alguma


solução? Há uma distinção importante e questões fundamentais de
direções opostas?

Trabalhe para se tornar consciente das diferenças na camada média.


É menos importante para resolver essas diferenças e muito mais
importante para se tornar consciente das diferenças. Consciência
precede sempre a aceitação, que precede a valorizar a diferença.

Escapando da armadilha do paradigma


Há uma alternativa a ser pego no lamaçal de combater paradigmas.
Essa alternativa requer estar atento para a existência e a influência
dos paradigmas. Existem várias etapas neste processo.
Primeiro, reconhecer a existência de um paradigma. Nossos
paradigmas são resultados de muitos fatores, incluindo variáveis de
raça, gênero, idade, educação e vida. E já que estes e outros fatores
criam um número infinito de variáveis, existem tantos paradigmas.

Não estou negando o fato de que existem algumas áreas básicas que
todos concordamos. Por exemplo, todos veem um pedaço de
madeira apoiado sobre quatro pernas e prontamente vê isto como
uma mesa sólida. Podemos concordar sobre o que significa (embora
a física quântica questione a solidez).

Mas vamos supor que eu estou atrás desta mesa. Eu poderia


perguntar: "quem fez esta mesa aqui para bloquear meu caminho?
Quem está tentando me impedir de chegar onde eu preciso ir?" De
repente moveram meu paradigma.

Eu poderia ter simplesmente perguntado "quem fez esta mesa aqui


para segurar meus livros?" A interpretação pode estar correta, ou
ambas poderiam estar incorretas. É através de nosso paradigma que
nós fazemos a suposição.

O fato é que poucos de nós entendemos o quanto nossos


paradigmas afetam como interpretamos o mundo. Algumas pessoas
carregam um paradigma de que o mundo não é confiável. Eles
encontram muita evidência para apoiá-los. Outros acham o mundo
confiável e cheio de oportunidades. Eles encontram a evidência para
apoiar essa suposição.

Nossos paradigmas se tornam como óculos, esquecemos que


estamos usando. Achamos que podemos ver claramente, mas nós
estamos sempre olhando através de lentes que alteram a realidade
de como os outros veem.

E todo mundo está usando um par de óculos! Mas a maioria


esqueceu ou nem sabe. Qual é o seu paradigma? Isto nos move para
o próximo aspecto de escapar da armadilha do paradigma.

O segundo aspecto é reconhecer que seu próprio paradigma não é o


paradigma correto, mas meramente um paradigma. Quando isso
acontece, você se torna livre para ver que alguém (particularmente
um parceiro) não é o paradigma incorreto, mas meramente outro
paradigma. Ah! A liberdade de descoberta!

Estamos todos fazendo o melhor que podemos!

Quando percebi, realmente percebi, que todos vemos o mundo de


uma perspectiva diferente, percebi algo ainda mais poderoso: todos
fazem o melhor que podem, a partir de onde estão! Isso não significa
que estamos todos operando em nossa capacidade ideal. Significa
que, para este lugar no tempo, dada as circunstâncias atuais,
estamos fazendo o melhor que podemos. Claro, todos podemos fazer
algo mais, algo diferente. Mas isso seria deslocando o nosso
entendimento... nosso paradigma.
Se essa mudança acontecer para você, o que você pode descobrir é
muito mais compaixão. Você pode dar mais espaço aos outros, ver
resultados para além do esperado e tentar novamente. Por quê?
Porque esta perspectiva permite relaxar nosso lado crítico e aceitar
as pessoas e a nós mesmos onde estamos.

Nós operamos a partir de nossas próprias perspectivas

Meu marido foi assistir uma conferência profissional. Todas as


pessoas presentes eram terapeutas e assistentes sociais
(teoricamente uma multidão autoconsciente!). Na hora do almoço, ele
se aproximou de estranhos para se juntar a eles. Ele perguntou sobre
um par de cadeiras vazias. A pessoa respondeu que foi "reservado".
Meu marido percebeu que algumas coisas nunca mudam. De
repente, eu estava no colégio novamente. As pessoas foram guardar
lugares para os seus amigos — sua zona de segurança.

Há uma piada: "nunca ouviu? É tudo sobre mim!" E isso é correto


quando analisamos nossa visão de mundo. Raramente somos
capazes de nos mover para fora de nós mesmos e ver claramente da
perspectiva do outro. Só podemos vê-lo da nossa própria posição.
Por exemplo, quando alguém faz alguma crítica, nos sentimos
atacados, não conseguimos ver como sendo sobre a outra pessoa.
Quando alguém me diz que está com raiva de mim, posso considerar
como um ataque a mim ou ver como uma confissão de onde o outro
está. Sua raiva é sobre ele. Só em parte é sobre mim.

Enquanto eu sou responsável por meus atos, é impossível controlar


como a outra pessoa responde às minhas ações. A reação da outra
pessoa pode ou não estar alinhada com minhas ações. Sou
responsável, portanto, pelas minhas ações. Eles são responsáveis
por suas reações.

Fazendo para vocês x Fazendo para si mesmo


Quando nos sentimos inferiorizados perdemos a trilha de uma
distinção importante: fazer para vocês versus fazer para si mesmo.
As pessoas raramente estão fazendo algo para alguém tanto quanto
estão fazendo algo para si. Mesmo quando alguém ataca o outro, é
muitas vezes em resposta ao sentimento atacado. É uma defesa.

Esta distinção é fundamental. Ajuda a perceber que ataques


pessoais não podem ser levados para o lado pessoal. Em vez disso,
eles podem ser vistos no contexto do estado da outra pessoa.
Quando este for o caso, é possível ver além do ataque, ver que a
outra pessoa está respondendo por sua própria necessidade.

Nos nossos momentos mais elevados, muitas vezes podemos nos


mover para fora de nós mesmos e reconhecer o impacto de nossas
ações e respostas. Mas no meio do estresse, isto raramente é o caso.
Nossa resposta mais natural é nos preservarmos. Isto cria a oposição
a agir para (em defesa de) nós mesmos.

Enquanto nós podemos nos mover para além de nós mesmos de


forma consciente (que é a essência da empatia), pode ser importante
lembrar que, só porque as pessoas podem se mover para além de si
mesmas, elas podem também não fazê-lo. Quando nos sentimos
inferiorizados, é importante entender a distinção entre por si mesmo
(que nos machuca) e nós (que exige a compreensão da outra
pessoa).

O que significa

Ok, agora sua compreensão pode estar mudando. Quando se sente


atacado ou ferido, você pode reconhecer o fato de que o outro está
respondendo de sua própria realidade. Você pode realmente
entendê-lo.

Isso quer dizer que desculpa ao comportamento? NÃO! Apenas


significa que você compreende o comportamento pelo o que é. Você
ainda pode manter essa pessoa responsável pelo comportamento.
Isto nos leva à questão de limites, que você encontrará em outro
capítulo.

A implicação é que as pessoas realmente estão fazendo o melhor


que podem de onde elas estão. As pessoas são raramente tão
mesquinhas quanto podemos pensar que são capazes. Suas ações
podem parecer mesquinhas para nós, mas muitas vezes têm outra
interpretação para elas. O significado, para elas, é provável que seja
muito mais benigna do que o que podemos atribuir.

Também ficamos com uma compreensão clara de que todos nós


vivemos a partir da nossa visão de mundo. Reagimos de maneiras
protetoras para nós mesmos. Isso nos ajuda a nutrir uma visão mais
sensível da outra pessoa. A outra pessoa pode ser responsabilizada
por suas ações, enquanto também podem ser vistas como inocentes.
Que paradoxo!
Aula 10
Limites: Onde você começa e termina

Limite é um conceito importante. É um conceito que recebe pouca


atenção na nossa cultura. Percebi isso quando conduzi um workshop
sobre "equilíbrio na vida." Uma sessão foi sobre limites. Na semana
seguinte, meu telefone estava tocando sem parar. Eu estava
inundado por pessoas percebendo o quanto de sua vida girava em
torno de uma falta de limites.

Em suma, os limites são os primeiros pontos da nossa definição de


nós mesmos. Pessoas com limites pobres descobrem que elas têm
pouca definição de si mesmas. O fato é que a escolha não é entre ter
fronteiras e ser sem limites. É entre limites saudáveis e limites
pobres, que é realmente uma escolha entre sermos donos de nossas
vidas ou o outro possuir a nossa vida.

Limites e padrões
Primeiro, eu preciso fazer uma distinção importante que tem sido feita
pelo Life Coach, Thomas Leonard, a distinção entre normas e limites.

Os limites são aquelas coisas que nós não permitiremos serem feitas
para nós — eles são o "não" de nossas vidas: "Não, eu não te
deixarei..." Limites que as pessoas saibam como tratar; Eles também
ajudam as pessoas a ver onde elas terminam e começam. Nossos
limites, sejam fracos ou fortes, ensinam aos outros como podem agir
e como serão tratados. Eles são instruções de como os outros podem
interagir com a gente.

Os padrões são o que esperamos para conviver.


As normas definem quem seremos e como agiremos.
As normas são os "Sim" de nossas vidas: "Sim, eu vou estar".
Padrões de criação de instruções de como vamos tratar os outros e
a nós mesmos.

Enquanto os limites podem ser aplicados com os outros, os padrões


são somente nossos. E, então, é importante esclarecer a diferença
entre os dois. Padrões e limites não podem ser tratados da mesma
forma por esta razão.

Por exemplo, você pode ter um limite onde você espera completa
honestidade daqueles que estão se comunicando com você. Se você
achar que alguém é desonesto, então o limite pode ser aplicado. No
entanto, você não pode colocar em cima de outra pessoa o padrão
que ele ou ela será sempre honesto. Você pode esperar de si mesmo,
mas não de outro.
Faço esta declaração, não como uma ideia filosófica, mas uma ideia
prática. Quando você espera que alguém seja honesto com você,
está apenas parcialmente sob seu controle. Se você descobrir sua
desonestidade, poderá responder a isso. Mas esperar que o outro
seja honesto em todas as áreas da vida torna-se impossível quando
o outro está interagindo longe de você.
Os pais muitas vezes descobrem esta dolorosa verdade em seus
filhos. Não importa o que eles façam para estimular um padrão, a
criança deve um dia escolher esse padrão ou rejeitá-lo. Com adultos,
provocar geralmente não é uma opção.

Definindo limites no relacionamento

Existem quatro etapas básicas para definir um limite em um


relacionamento:

Informar

Perguntar
Dizer

Consequência
Eis como funciona: quando você perceber que seu limite foi violado,
você deve se mover para reafirmar o limite adequado, dando a outra
pessoa múltiplas oportunidades para consertar a situação.
O primeiro passo para restabelecer o limite é o de informar a outra
pessoa da incursão. Você sabe o que eles fizeram (ou estão
fazendo). E informa-lhes, com uma voz que é parecida com quando
refletimos sobre o fato de que o céu é azul, ou seja, sem paixão e até
mesmo sem raiva e sem deboche — simplesmente dizer-lhes o que
eles fizeram.

Vamos, por exemplo, por um momento, supor que está sendo violado
o limite quando você sente que estão gritando com você. Este é um
limite bastante básico. Mas aqui está a outra pessoa gritando com
você. Primeiro passo: (na sua voz desapaixonada, lógico) "percebe
como sua voz está?".

Primeiro, observe que não uso o termo "gritando". Este é um termo


um pouco carregado para muitas pessoas e é muito subjetivo. O que
é gritar para você pode não ser para a outra pessoa — e eles ficarão
felizes em lhe dizer isto! Não se desvie com essa discussão. Basta
observar como a sua voz está.
Em segundo lugar, certifique-se de que seu tom é o mesmo que
"Você percebe que o céu é azul?" Isso significa que você está
respeitando sua fronteira, não respondendo da mesma maneira que
seu interlocutor.
Para muitas pessoas e em muitas circunstâncias, isto será suficiente.
A outra pessoa imediatamente responde à fronteira com o silêncio de
sua voz. Mas alguns podem agir diferentemente.

Então, o segundo passo é pedir para não gritar. Então, se eles


continuam, você afirma "por favor, não levante a voz quando você
está falando comigo". Novamente, lembre-se de "o céu é azul." Tom
de voz. A razão por que você pode fazer o tom de voz calmo e
tranquilo é porque sabe que ainda tem outras opções para resolver
isso.

Muitas pessoas serão surpreendidas pela sua tranquilidade de


solicitar essa ação, e irão cumprir. Outros podem optar por continuar,
especialmente se você está sem prática na definição de seus limites.

Isso nos leva a etapa três, Dizer para a pessoa para não violar esse
limite. Você pode dizer "Você não pode levantar a voz para mim".
Mais uma vez, estar ciente do tom em sua voz.

E você está adicionando mais uma parte. Você está informando a


outra pessoa do que vai acontecer se ela escolher por não cumprir.
"Se você não parar, eu vou sair de casa por uma hora." Crie sua
própria consequência. Apenas certifique-se que você pode viver com
a consequência que ameaça. Caso contrário, você terá muito mais
dificuldade em definir o limite.

Mas essa pessoa continua apesar de você já ter dito como te tratar.
Isso leva ao passo quatro que está seguindo a consequência. Se
você disse que daria no pé, faça! Se você disse que a deixaria por
uma hora, faça! Se você disse que iria desligar o telefone, faça!
Este formato irá funcionar em qualquer número de questões de
fronteira. Lembre-se de informar a consequência e lembre-se de seu
tom de voz, e você terá a caixa de ferramentas para redefinir seus
limites.
Um limite que eu preciso mencionar como sendo fora das quatro
etapas é o da violência física. Se você foi machucado (ou quase se
machucou ou até foi ameaçado de ser ferido), você precisa deixar o
local imediatamente. Defina seu limite nisto com consequência
imediata, não tanto para que eles aprendam uma lição
(provavelmente não aprenderão), mas para que você esteja seguro.
Uma nota final sobre limites: a maioria das pessoas descobre que
quando você começa a trabalhar em limites, outros limites que são
violados se tornam aparentes. Por exemplo, uma cliente considerou
a atitude de gritar definida como um limite. Então ela percebeu que,
mesmo em uma voz não elevada, xingamentos não eram
apropriados. Quando ela tem necessidade dessas palavras, tem
cartões criativos que usa para representar as palavras inadequadas
(bastante criativa em violar limites, eu diria). Ela ficou firme e definiu
seus limites. Você pode fazer o mesmo.

Por que os limites são importantes para você

Então agora que você tem noção sobre o que são limites e sobre o
que são padrões, você pode estar se perguntando como isso se
aplica ao trabalho em seu casamento. Afinal, gastei alguma energia
expondo a ideia de que os casamentos são nós.
Aqui é a regra número um dos salva-vidas na água: você não se
coloca num grande risco para salvar o outro — eles vão puxar você
para baixo e os dois irão se afogar. Como as pessoas trabalham para
salvar um relacionamento lutando, podem encontrar a puxada para
baixo. Em outras palavras, eles podem perceber que perderam a sua
própria identidade a fim de preservar ou encontrar a
paz/calma/tranqüilidade.
Por exemplo, em uma tentativa de não aborrecer a outra pessoa,
alguns acham que é melhor não ter uma discussão. O resultado final
é a pessoa perder uma parte de si mesmo por se entregar e logo a
outra pessoa acredita que deve ter razão.
Tive um cliente que pedia desculpa por tudo em um relacionamento.
Por que? Para manter a paz e não deixar sua esposa separar-se. Ao
longo do tempo, ela começou a perder o respeito por ele, vê-lo como
um capacho. No resto de sua vida, nada poderia ter sido mais longe
da verdade, mas em seu casamento ele tinha "dado tudo" para
preservar a paz.
Como ele deu forma em seus limites, ela mudou ainda mais e ainda
mais em seus limites, fazendo com que ele tivesse de dar mais. Um
dia, ocorreu-lhe que ele não poderia ser um "idiota".
Mesmo se ele fosse principalmente um idiota, que devesse se
desculpar 10% ou mais do tempo, apesar da falta ser dela, ela
desculpava-se 0% do tempo. Eu pensei que seria possível
que ela lhe devia desculpas talvez 40-50% do tempo.

Ele acordou. Naquele dia, ele começou a restabelecer seus limites.


Surpresa! Ela voltou a respeitá-lo, o que levou ao maior movimento
em direção à saúde.

Este capítulo pode conter a informação mais importante neste livro


se você atualmente está tentando convencer um companheiro a ficar
no relacionamento. Se você trabalha para salvar a relação e no final,
perde todo o respeito por si mesmo e respeito do outro, a relação
provavelmente não será salva.

No entanto, se uma das questões à mão é falta de respeito por parte


de seu esposo, criar limites pode começar a reverter a maré.
Configurando e mantendo limites, você está alterando o equilíbrio na
relação, ajudando a restabelecer a saúde na situação.
Limites e padrões de exercício

A tarefa deste exercício é começar examinando áreas onde seus


limites precisam ser estendidos. A partir daí, também é possível
descobrir áreas onde seus padrões em seguida podem ser gerados.

Etapa 1: limites

Use o espaço abaixo para anotar 5 limites que você precisa


impor ou realçar que rotineiramente são violados.

1)

2)

3)

4)

5)
Quando você considera esses limites, quais sentimentos
surgem em você?

Como esses limites estão relacionados? Eles têm um tema


comum?
Quais são as 5 maneiras que você pode reforçar esses limites?
1)

2)

3)

4)

5)
Limites da relação

Um dos meus clientes apontou para a necessidade de


relacionamentos terem limites. Enquanto eu tinha imaginado que
alguns pensaram sobre isso, fiquei surpresa ao ver que ainda tinha
que esclarecer quando ele apontou para mim.

Aqui é onde o conceito de limites cria impacto sobre o ”nós”. Se “nós”


é esta entidade criada em um casamento, precisa de sua própria
proteção: coisas, ações, etc., que devem ser evitados ou
administrados com atenção. Limites criam os pontos de diferenciação
entre o que é aceitável em para o ”nós” e o que não é.
Cada casal deve decidir o que é aceitável em termos de como cada
pessoa interage com o mundo. Por exemplo, algumas pessoas
considerariam uma violação dos limites da relação jantar com uma
pessoa do sexo oposto. Para outros casais, seria bom. Em outras
palavras, há uma vasta gama do que é aceitável ou não.

Aula 11
As práticas do casamento

Casais têm a oportunidade de fazer conscientemente várias práticas


na sua relação. Algumas dessas práticas se estendem até a vida
cotidiana e podem levar à paz renovada ao longo da vida.
Não se preocupe. Nenhuma é difícil. Não deixam vocês presos em
meditação, mas elas são, em certo sentido, práticas espirituais. Elas
são Os hábitos da mente que podem ser estimulados e
desenvolvidos.

Pensamento de prática: "Benefício da dúvida"


Muitas vezes, sugiro que as pessoas mudem de aparência para seu
parceiro. É interessante que muitas vezes caímos na armadilha de
pensar que nosso parceiro de vida não está do nosso lado. Em vez
de assumir que são somente mal-entendidos e erros, achamos que
essas coisas acontecem por maldade.

Em psicologia, há a ideia do Erro de atribuição. Simplificando:


quando alguém comete um erro, nós atribuímos uma falha de caráter
para ele ou ela. Quando cometemos o mesmo erro, vemos como um
lapso momentâneo. Atribuímos uma falha ao outro que não
atribuímos a nós mesmos.

"Benefício da dúvida" é quando o pensamento começa com a


suposição de que o outro não tinha a intenção de nos ferir. Na
verdade, ele assume que o outro apenas cometeu um erro.
Em meus encontros com casais, isto surgiu várias vezes. Supõe-se
que o outro quis magoar ele ou ela. Mas quando eu pergunto a outra
parte, ele ou ela claramente não quis fazer mal.
Além disso, a pessoa está ferida e o outro não pensaria tão mal dele
ou dela. Em outras palavras, a atitude é retornada. Os chapéus foram
alterados, mas cada um começa a assumir que o outro pretende agir
com maldade.

Quando casais vivem dentro do Benefício de dúvida, pensa-se que


cada um assume uma postura neutra ou positiva em direção ao outro.
Isto significa que se supõe que não é impossível que o outro faça mal
a você, mas ele não agirá dessa maneira intencionalmente. (Estamos
obviamente falando sobre a população em geral e não daqueles que
abusam intencionalmente de um parceiro!).

Tal postura significa que, quando estamos feridos, podemos começar


a entender o outro como tendo involuntariamente causado a dor. Isto
é muito mais benigno, com ele atribuindo nenhuma culpa.
Muitos casais, no entanto, assumem a posição oposta. Eles
assumem que o outro queria prejudicá-lo, que o outro tem esse
objetivo para com eles.
Benefício de dúvida de pensamento entende que a maioria de nós
opera primeiro por interesse próprio e fora do interesse para aqueles
mais próximos de nós. Nossa visão de mundo está ameaçada,
reagimos de uma forma que nos preserva. Quando nos sentimos
ameaçados, respondemos de forma a tentar minimizar a ameaça.

Infelizmente, parte da dificuldade com o benefício da dúvida é


encontrada na evolução humana. Há muito tempo desenvolvemos
uma técnica de sobrevivência de "Lutar ou fugir ou paralisar". Isto
funcionou eficazmente há muito tempo, quando a ameaça estava em
todos os lugares, com um tigre esperando para o jantar. O instinto
mantém os seres humanos vivos.
O cérebro não pode distinguir entre as palavras do esposo e do tigre.
O cérebro registra apenas uma ameaça a ser defendida — mesmo
quando as palavras não são destinadas a ameaçar! Eis porque é
necessário cultivar seu pensamento de benefício da dúvida.

O benefício da dúvida é geralmente perdido depois de ouvir palavras


e registrá-las como uma ameaça. Uma vez que começamos a
interpretar estas palavras como uma ameaça, elas sempre estarão
registradas como uma ameaça.
Isso é parte do que faz o Benefício da dúvida a pensar uma prática
deliberada. Não é automático. Isso deve ser estimulado. Parte de
caminho é estar ciente de que este não é o instinto.

Quando um casal se concentra em ser nós, pensar no Benefício da


dúvida é muito mais natural e, ao contrário, quando um casal pratica
o Benefício da dúvida de pensamento, os movimentos do casal vão
em direção a nós.

Praticar um sentimento de gratidão

Muitas vezes, com o relacionamento enfrentando problemas,


começamos a olhar para nosso parceiro, a relação, até mesmo para
nossas vidas, de um ponto vista de ingratidão. Isso cria um ciclo que
se auto-perpetua. Falta de gratidão nos leva a procurar outras coisas,
causando problemas — outras coisas para as quais não deveríamos
ser gratos. É este ciclo que pode evoluir para a dinâmica
descendente de uma relação.

Gratidão pode ser estimulada. Quando começamos a procurar coisas


pelas quais desejamos ser gratos, outras coisas entram em foco.
Uma vez que você olha para algo pelo qual deseja ser grato, outras
coisas parecem emergir. Nossa percepção muda de muitas
maneiras, libertando-nos para sermos atenciosos e carinhosos.
O ponto de partida pode ser no topo ou a primeira parada da direita.
A partir daí, começa o ciclo. Uma vez que o ciclo começa é difícil
observar o ponto de partida. Mas você pode fazer uma decisão para
"fazer diferente," para ser consciente de como proceder.

Prática contínua do perdão

Talvez o resultado natural do pensamento do benefício da dúvida e


gratidão seja pensar num processo de perdão contínuo dentro da
relação. Perdão contínuo não espera uma "Desculpa" para iniciar o
processo de perdoar. É construído no tecido da relação.

Quando um "erro corriqueiro" acontece no seio da relação, é visto


como um erro corriqueiro, não uma agressão. E quando um está
ciente do bom no outro, é mais fácil de esquecer dos tempos quando
o outro mostra sua humanidade — nos erros.
Perdão não é apenas benéfico para a outra pessoa. É benéfico para
o quem perdoa. Na verdade, provavelmente tem maior benefício para
quem perdoa do que para o perdoado. Quando nós não nos
concentramos em perdão, começamos a acumular pontos de dor dos
quais nos recusamos a desistir.

Nota: O perdão não é o mesmo que esquecer. É, no entanto, um


processo de lembrar de forma diferente. É lembrar sem ser anexado
à dor. É lembrar através de olhos sem julgamento.
Na verdade, parte do caminho do perdão contínuo é ver a outra
pessoa como uma pessoa inocente. Talvez ele ou ela não seja
inocente de algo. Mas ele ou ela ainda pode ser visto como
inocente. Fazer e ser são diferentes. O que a pessoa faz e por que
ele ou ela faz são separados. Alguém pode ser responsabilizado por
uma ação, no entanto, ainda ser considerada inocente em sua vida.
Como nós experimentamos o resultado é diferente do que poderia ter
sido sua intenção.

Acredito firmemente que poucas pessoas no mundo tem o único


propósito de machucar o outro. Aqueles que o fazem são indivíduos
verdadeiramente feridos. Mais frequentemente, dor é criada sem
querer ou em reação ao sentimento de dor.

Aula 12
O caminho para intimidade

Em seu livro, ‘The Different Drum’, Scott Peck discute como


avançamos para a verdadeira comunidade. Depois de trabalhar com
seu modelo com grupos, percebi que também é o caminho para a
verdadeira intimidade de um casal. Afinal, a comunidade é apenas a
intimidade entre um grande grupo de pessoas. (Eu alterei os títulos
para estágios do Peck e eles se aplicam para casais ao invés de um
grupo, mas sou grato pela inspiração do Peck).

Existem quatro estágios para a intimidade. Cada um pode ser


descrito e sentido. Infelizmente, o caminho não é reto e certamente
não é sem falsos caminhos.

Estágio um: pseudo intimidade


Isto é onde começamos. Quase todo relacionamento começa com a
suposição de que "Nós somos muito parecidos!" Às vezes, o casal se
espanta ao descobrir coisas em comum como alimentos favoritos,
música, livros, filmes, valores semelhantes e crenças. O casal olha
um para o outro, espantado por ter encontrado alguém com tais
interesses semelhantes e ama isso.

Pseudo intimidade se baseia nestes interesses semelhantes. Na


verdade, os indivíduos podem perceber que eles tendem a ignorar as
diferenças às vezes, e podem escolher por acentuar as
semelhanças. Isso mantém o sentido de conexão e de serem iguais.

A área de pseudo intimidade existe no nível superior do paradigma


pessoal. Às vezes, estende-se em áreas mais profundas, mas os
primeiros pontos de conexão são frequentemente em torno dessa
camada superior (consulte o capítulo sobre paradigmas para mais
discussões sobre as camadas).

Eventualmente, um assume um risco e discorda. Isto marca o


começo do fim da fase de Pseudo Intimidade. Alguns casais
demoram anos num casamento para que ocorra o risco disto. Outros
acham isso no primeiro encontro.
De qualquer forma, ambos se encontram em um novo
relacionamento. Isto leva à segunda fase.

Segunda fase: caos

De repente, o casal está consciente do sentimento de: "Você mudou.


Preciso que volte". Isso seria muito menos caótico se cada um
pudesse ver que essas diferenças estavam lá desde o começo, mas
todos se agarram no sentimento de serem iguais.

Então, o palco está montado. Duas pessoas muito diferentes estão


cada uma tentando pegar a outra de volta para ver as coisas como
ele ou ela fez. O palco do caos é marcado pela luta improdutiva. Cada
um afirma o ponto de vista dele ou dela, mas não consegue ouvir o
outro. Por quê? Ambos estão convencidos de que sua visão é a visão
correta.
E então eles lutam — discutem, debatem, pressionam e articulam e
ambos descobriram sua voz. (Por que eles discutem, já que eles se
sentem "certos"?) No final, nem se movem, mas ambos estão
espantados com quão rapidamente alguém pode mudar.
Terceira fase: vazio

Estágio Significado

"Nós
Pseudo-
somos muito
Intimidade
parecidos"

"Nós não somos


Caos
nada parecidos"

"Eu não sei o que


Vazio
fazer com você!"

"Nós não somos


Intimidade nada parecidos.
Ótimo!"

Após a fase do caos vem à fase mais dolorosa, a fase onde é


mais provável a relação ser abandonada. Parece que o
relacionamento está atolado e perdido. A boa notícia, no entanto, é
que isso vem antes da verdadeira intimidade. Aguente.
Se o caos é a descoberta das diferenças, o vazio é a descoberta de
que "nós não somos nada parecidos, e eu não tenho a menor ideia
do que fazer com você".

Infelizmente, a fase do vazio é um ponto muito vulnerável para a


relação. As pessoas muitas vezes assumem que "acabou", mesmo
estando tão perto da intimidade. Quando nosso estômago está vazio,
tornamo-nos irritados. Quando não sabemos o que fazer com o
nosso parceiro, nós começamos a nos sentir inúteis.

Ótimo! Isso significa que você está pronto para seguir em frente. Não
adianta querer mudar a pessoa para algo que ele ou ela nunca foi.
É possível, no entanto, se mudar para algo novo. Algo que pode ser
uma relação renovada e comprometer-se com o relacionamento.

O vazio deve ser esperado. Não há nenhuma maneira de evitá-lo se


o objetivo é intimidade. Existem maneiras de prolongar a fase do
vazio.

Uma forma de prolongamento é decidir voltar para o caos. Pelo


menos parece que você está fazendo algo. Talvez a luta seja inútil e
sem sentido, mas é ativa. Infelizmente, este é um movimento de
retrocesso. Enquanto isso parece realizar alguma conexão, há
uma conexão mais profunda além do vazio, muito mais profunda do
que a conexão de antes.

Voltar para o caos é fazer pouco, prolonga o movimento em direção


à intimidade. Mas é uma estratégia que muitos tentam.

Outra estratégia é a de mover-se de volta para a Pseudo Intimidade,


lá o casal sentiu a conexão. Cada um sabia como interagir, mesmo
que tenha sido apenas na superfície. Mas, novamente, a pseudo
intimidade não é nenhum atalho. É, também, o prolongamento do
movimento necessário. Ela finge que as semelhanças de todos os
dias são suficientemente fortes para manter um relacionamento.
A única maneira de alcançar a intimidade é através do vazio.
Contornar o vazio é impossível, e ir para trás não trará resultados
positivos.

Se você se encontra na fase de vazio, existem algumas estratégias


que você pode desejar usar para continuar movendo-se através de
sentimentos de vazio.
Sugiro quatro estratégias para mover-se pela fase de vazio.

Decida aguentar

Quando os casais estão experimentando a sensação de vazio, é fácil


de considerar abandonar a relação para afastar essa sensação.
Tome uma decisão de esperar para continuar se movendo através
dessa fase. As pessoas muitas vezes não conseguem perceber que
elas podem tomar a decisão. Há mais destruição em mover-se para
frente e para trás, vacilando sobre a possibilidade de desistir ou
esperar. Tome a decisão de esperar e confie que esta é uma fase.

Decidir que as coisas devem melhorar

Infelizmente, é nesta fase que sentimos pouca energia para melhorar


a relação. Na verdade, nos sentimos muitas vezes drenados pelo
sentimento de vazio. Então tome a decisão de que as coisas devem
melhorar no relacionamento e encarregue-se para fazer algumas
destas mudanças.

Decidir como se re-energizar, revigorar e re-apaixonar na


relação

O que é preciso para trazer energia para a relação? Você precisa


brincar mais? Você precisa de uma nova perspectiva? E o que vai
trazer de volta a paixão? Parte do antídoto para o vazio é a plenitude;
trazer o lado criativo de você de volta para o relacionamento irá
preencher a relação.

Movimento em direção a aceitação dos outros

Esta é a chave. Se a instrução "Não sei o que fazer com você" marca
o estágio do vazio, a resposta é simples: aceitar uns aos outros pelo
o que os outros são. Amá-los por suas diferenças. Valorize o que eles
trazem para a relação.
Estas estratégias movem a relação para frente através do vazio e
move para a fase final: intimidade.

Fase quatro: intimidade


Depois de ver as três primeiras fases, você está provavelmente
ansioso por boas notícias. Isso seria a intimidade, que é o objetivo
desta viagem. Intimidade é uma apreciação das diferenças, um
entendimento que estas diferenças provocam crescimento em ambos
e adicionam força para o relacionamento. Na fase de intimidade, o
significado é "nós não somos nada parecidos, e é isso que torna
nossa relação tão maravilhosa".

Intimidade é uma apreciação completa do outro. É quando podemos


ir além das nossas "projeções" sobre o outro e vê-los por quem eles
são. Quando somos apanhados em nossas projeções, podemos vê-
los como queremos que eles sejam, bons e maus. Algumas pessoas
vêem apenas o mau no outro, enquanto outros só são capazes de
ver o lado bom. Na verdade, isso também não é totalmente correto.

No entanto, na intimidade vemos a outra pessoa tão profundamente


que impacta a forma como vamos tratá-la. Temos de correr o risco e
vê-las por quem elas são.

Nunca deixo de me surpreender quando encontro o parceiro de


alguém que atendi em meu consultório. Quando há problemas entre
os dois, e, especialmente quando há um divórcio no horizonte, a
visão do parceiro é distorcida. Eu ouvi sobre o pior lado do outro, da
falta de amor, bondade, etc. No entanto, quando os encontro, nunca
encontrei os chifres e a cauda que eu esperava encontrar.

Em vez disso, encontro outro ser humano que está tão ferido e tão
confuso quanto a pessoa no meu consultório. Por outras razões, não
podem ver o outro por quem ele ou ela é. Ou seja, a tarefa de
intimidade: ver a pessoa por quem essa pessoa é!

Aula 13
Humor
Você tem uma escolha em como você se relaciona. Você pode se
relacionar com um baixo ou alto humor. Sugiro o humor elevado.
Qual é a diferença? Um vai liderar você em direção a problemas; o
outro vai te levar para longe deles.

Mau humor se relaciona com uma perspectiva de "o que é errado". É


enraizado no fato de que geralmente abordamos problemas no pior
momento: quando o nosso humor está baixo. Quando nosso humor
Alto
Perspectiva
Baixo

Baixo Humor Alto

é baixo, a nossa perspectiva está limitada. Quanto mais nossa


perspectiva está limitada, menos vemos as nossas opções.

Temos todos os humores. Nós temos pouca escolha, mas a interação


está sujeita a nossa vontade. Esta ideia está mais relacionada à
como nós escolhemos nos relacionar, especialmente sobre coisas
importantes. Quando estamos com um mau humor, podemos optar
por ter mais cuidado com o nosso relacionamento, sabendo que nós
não estamos vendo as coisas tão claramente.

Muitas vezes vejo casais dizendo que eles escolheram nunca ir para
a cama com raiva. Isto me causa alguma preocupação. Eu entendo
o sentimento, mas eu aposto que eles muitas vezes ficarão cansados
e de mau humor no dia seguinte. Às vezes, uma boa noite de sono
lhe dá uma perspectiva diferente sobre o problema no outro dia. Na
verdade, às vezes você pode ter dificuldade em recordar qual era o
problema.

Esta tática não é ignorar um problema. Em vez disso, é uma


confirmação de que, quando nos relacionamos e apenas um está de
mau humor, algumas coisas se tornam problemas maiores do que
realmente são.

Foco em opções

Quando nosso foco está nos problemas perdemos nossa


criatividade. Perdemos as nossas possibilidades. Aqui está uma
citação importante:

A vida é um mistério a ser vivido, não um problema a ser


resolvido.
- John
Yates

Isso se aplica a toda a vida. Para nossos fins, aplica-se ao nosso


parceiro. E se formos ver nosso parceiro não como um problema a
ser resolvido, mas um mistério a ser vivido? Como isso mudaria
nossa perspectiva?

Quando estamos presos no humor baixo, vemos nosso parceiro ou a


relação como um problema a ser resolvido. Paradoxalmente,
perdemos a capacidade de resolver um problema. Quando olhamos
de cima para algo como um problema... vamos para uma forma crítica
de pensar.
Uma forma crítica de pensar não é, em si, um problema. Se você está
equilibrando seu talão de cheques, um estado de espírito crítico é útil.
Se você é um engenheiro de cálculo, a mentalidade crítica é muito
importante. Mas raramente funciona quando levamos nossa
mentalidade crítica para consertar relacionamentos e lidar com
pessoas.

Na terapia, eu costumava ver pessoas que pareciam estar de bom


humor em relação ao seu parceiro e enxergavam o parceiro de forma
positiva. Então, eles entram em meu consultório e começam a me
dizer o que estava "errado" com seu relacionamento. Em nenhum
momento o clima tinha mudado, mas só de olhar para seus
problemas eram puxados para baixo e longe de uma tomada de
consciência na direção de sua saúde.

Isso significa que os problemas na relação devem permanecer sem


solução? Absolutamente não. Mas ao invés de fazer a pergunta, "O
que está errado?", você pode optar por fazer a pergunta, "quais são
nossas opções?

O que é possível aqui?"

Esta pergunta começa com a compreensão que

"Aqui é onde estamos, mas onde é que queremos estar?"

Um casal que entende esta posição pode então perguntar: "O que é
possível?"
Este entendimento engloba as dificuldades, mas também inclui os
pontos fortes e as alegrias da relação. Se uma pessoa está presa no
mau humor, pode ser impossível ver qualquer lado positivo.

Aula 14
Vivendo uma relação no presente

O tempo é um conceito interessante. Pelo menos é interessante para


nós seres humanos. O resto da biosfera parece não dar a mínima
para o tempo. Nós, seres humanos, podemos nos encontrar em três
diferentes tempos possíveis: o passado, o presente e o futuro.
Muitos relacionamentos ficam presos por viverem no passado.
Relacionamentos mais bem-sucedidos vivem no presente com um
olho para o futuro. Aquelas pessoas que são mais bem-sucedidas em
seus relacionamentos aprendem a viver no presente, deixando o
passado onde ele deve estar... no passado.

Você não acha que vive no passado? A experiência me diz que esta
é a maior barreira para mudar enquanto casal. Não se pode viver a
maioria das relações no passado, mas certamente as relações
movem-se para lá quando é hora de mudar.
Muitas vezes, quando eu trabalho com um casal, criamos um plano
de mudança possível, e então faço a pergunta: "Isso funcionará?" E
um ou os dois me dizem que acham que não vai porque não
funcionou no passado. Isso elimina a possibilidade de mudança.
Wayne Dyer usa uma metáfora poderosa em seu livro. Dyer faz a
pergunta: o que empurra o barco para frente? É possível acreditar
que o veleiro está empurrando o barco, mas isso não é o caso. O
veleiro é o passado. O barco sai para trás, ao invés de ser
impulsionado por isso. É o motor que empurra o barco para frente.

A mudança é livre para acontecer no presente e no futuro. Esta noção


não pode ser subestimada. Quando você se encontrar acreditando
que nada pode mudar, ao menos pergunte se esse sentimento é por
causa de uma reflexão sobre o passado.

Mesmo aviso sobre a vida em direção ao futuro. Um cliente estava


me contando como ele esperava passar tempo com sua esposa
quando eles fossem mais velhos, mas ele se preocupava. Seu pai
sofreu com uma condição debilitante do cérebro que quase o matou.
Felizmente, a cirurgia foi capaz de restabelecê-lo ao normal depois
de vários anos em estado vegetativo.

Meu cliente temia que ele tivesse seu tempo roubado por um
problema. Eu mostrei o seu problema de viver no futuro, não o
presente. Ele comentou que achava que estava vivendo no presente,
uma vez que ele estava preocupado que não haveria nenhum futuro.
Eu disse a ele que colocar todos os eventos do futuro no hoje, no
caso de não acontecer o amanhã, caracteriza estar vivendo no futuro.
Não é possível viver tudo do presente no futuro. O presente é
simplesmente presente.

Isso não significa que você não se planeja para o futuro. Falta de
planejamento deixa você vulnerável. Você faz seu planejamento, e
então você vive. Não deixe o planejamento tomar conta do futuro.

Viver o presente é aprender a apreciar e se sensibilizar para o que


está acontecendo ao seu redor. Quando você está tendo uma
conversa, está realmente escutando o que a outra pessoa está
dizendo. Isso é diferente do que costumamos fazer, ouvindo o
suficiente para pensar sobre nossa própria resposta. De repente
deixamos o presente e nos movemos para o futuro — o que vamos
dizer. Ou somos apanhados no passado, presos no que dissemos ou
o que a outra pessoa disse uma outra vez.

Viver o presente é cultivar a consciência do alimento que está


comendo, a diversão de jogar com uma criança, a sensação do vento
no seu rosto. É uma relação íntima com o entorno, uma conexão que
move você para fora de sua cabeça e em direção aos seus sentidos.
Estabelece-se a atenção plena.

Enquanto dissertações de doutorado tendem a ser coisa bastante


seca, um colega meu fez uma citação que eu lembro depois de 10
anos. Ele afirma: "Criar o passado e lembrar-se do futuro." Uma
inversão sobre o que esperamos. A maioria de nós acha que nos
lembramos do passado, e que o futuro é para criarmos.
Não de acordo com meu colega, John Gray. John acredita que nós
usamos a percepção presente para interpretar os acontecimentos
passados. Isso cria o passado. Em seguida, usamos o que vem do
passado para orientar o nosso destino. Nosso futuro é "lembrado"
como o experimentamos.

Em outras palavras, nossas percepções do passado nunca são


precisas. Elas são nossos pontos de vista dos eventos. Esses
eventos foram registrados por meio de nossos paradigmas, deixando
os pontos de vista imperfeitos.

Além disso, nosso futuro é afetado por como o passado foi criado.
Isso é quando, por exemplo, eu ouço comentários de casais que nada
vai mudar, uma vez que nunca mudou. O passado é impreciso e o
futuro pode tornar-se, neste ponto de vista, impreciso.

A alternativa é viver o presente, para ficar no momento. Quando nos


sentimos puxados em direção ao passado, devemos nos lembrar de
que se trata de uma memória imperfeita que não é totalmente
confiável.

O pensamento para o futuro também é combatido por reconhecer


que nós podemos ser contidos pelas limitações das nossas
memórias e percepções. O futuro se desdobra quando é permitido se
desdobrar. Caso contrário, encontramos desdobramentos de nossas
vidas de maneiras sofridas e dolorosas.

Aula 15
O sexo é sobre nós

Há duas áreas especiais de preocupação de como a luta pelo poder


(e contra nós) surge em uma relação. Estas duas áreas são sexo e
dinheiro. Sem dúvida, estas duas áreas abrangem uma grande
quantidade de nossa atenção. Eles ocupam uma grande quantidade
de atenção de nosso pensamento e em seu simbolismo.

Na verdade, uma teoria sustenta que argumentos sobre dinheiro e


sexo são raramente sobre dinheiro ou sexo. Mas argumentos em
outras áreas podem ser argumentos sobre dinheiro e sexo. Ambas
as áreas têm uma grande quantidade de "bagagem" emocional
anexada, bem como o profundo simbolismo.
No capítulo seguinte, focaremos nossa atenção no dinheiro. Aqui,
vamos olhar para o sexo. Em particular, como o sexo nos move para
perto ou para longe de nós.

Muitos dos casais que conheço, antes do casamento são bastante


abertos um com o outro sobre sua sexualidade. Por alguma razão,
isso parece mudar ao longo do tempo. Esta parece ser a evolução
dessa mudança:

Na parte inicial do relacionamento, ambos estão mais disponíveis em


relação a sua sexualidade, já que há pouca "bagagem" na relação.
Então, ao longo do tempo, a frequência, tempo e tipo de
relacionamento sexual se move em direção a um estado mais natural
para os indivíduos.

Infelizmente, é impossível para nossas preferências da frequência,


maneira e tipo terem uma correspondência exata. Sempre haverá
uma variação entre duas pessoas.

Em algum ponto, geralmente tarde da noite, um está interessado em


fazer amor e o outro não. Infelizmente, este parece ser o momento
em que muitos casais conversam (discutem) sobre sua matéria
sexual.
Um ou ambos estão feridos pela mudança, criando um pequeno
"corte" na autoestima sexual. Agora, aquela autoestima sexual está
mais estreita e mais privada do que muitas outras áreas. Ao longo do
tempo, estes pequenos "cortes" cicatrizam até que haja mais
cicatrizes do que o tecido saudável. Logo, as discussões saudáveis
sobre a sexualidade da relação desaparecerão. Silêncio ou
discussão é tudo que resta.

Ainda, sexo é um dos aspectos unificadores do casamento. Pode ser


uma fonte de intimidade ou ser o demônio. Há o mito grego que,
originalmente, as pessoas tinham duas cabeças, quatro braços e
quatro patas. Mas essas pessoas continuavam tentando chegar aos
deuses. Ao longo do tempo, os deuses, cansados desse
comportamento, decidiram dividir as pessoas em dois. A separação
foi entre masculino e feminino. E durante o sexo estamos tentando
unificar nossas peças separadas.

Você não precisa ter qualquer crença no panteão grego dos deuses
para ver o simbolismo tão poderosamente exibido nesta história.
Parte da matéria é uma tentativa de trazer a integridade para nós.
Lembre-se da ideia de complementaridade encontrando a plenitude
no relacionamento. Sexo é o físico simbolizando isto.

Na fé cristã, a ideia de "dois se tornando uma só carne" também é


simbolizada na União sexual. Enquanto nós podemos apontar o dedo
para igreja para muitos dos nossos medos sobre o sexo e a nossa
própria sexualidade, a teologia cristã deixa uma imagem poderosa
para o potencial da sexualidade.

A realidade das questões sexuais no casamento

Muitas pessoas ficam espantadas ao descobrir que o sexo não é


apenas uma maneira de ter prazer. Ele tem o potencial de ser uma
experiência profunda de ligação para o nós. Devido à natureza
sexualizada da nossa cultura, essa parte é muitas vezes perdida.

Em vez disso, nós criamos uma ilusão do encontro sexual.


Fantasiamos com revistas, publicidade, filmes, novelas e muitas
outras áreas. Nossos encontros raramente atendem essas
expectativas... E eles não deviam! Infelizmente, geralmente não
temos treinadores trabalhando para nos ajudar a criar os corpos
perfeitos, diretores de script, a cena perfeita e escritores para nos
dizer o que fazer.
Sexo é, ao contrário da representação de mídia, imperfeito, confuso
e muito mais espiritual do que qualquer outra cena de amor poderia
retratar. Em outras palavras, podemos nos sentir muito em falta em
relação ao sexo porque nós compramos o pacote da mídia.

Mas sexualidade conjugal tem potencial para uma profundidade


maior do que muitos casais já experimentaram — apenas quando
desprovido das "coisas" que foram vendidas pelos meios de
comunicação. Se você achar que seu relacionamento sexual não é o
que você deseja, você pode querer fazer algumas mudanças.

A energia da sexualidade
Sexualidade e sexo é uma questão de bater nossa energia sexual.
Infelizmente, raramente esta energia flui tão livremente como
deveria. A maioria das pessoas tem vários blocos para sua
sexualidade. Muitos destes são um resultado de experiências de vida
anteriores.

Poucos de nós são criados em ambientes desprovidos de


mensagens negativas sobre a sexualidade. Na verdade, muitos
encontram sua energia sexual cercada por vergonha. Muitos sentem
vergonha de seus corpos, causando dificuldades em permitir que sua
energia sexual flua, para depois ser englobada em seus corpos.

Ainda outros têm sua sexualidade muito bloqueada por motivo de


abuso, provocando perdas para pontos do desenvolvimento natural.
Quando isso acontece, nossa energia sexual é afetada de maneira
profunda. É preciso um esforço extra para recapturar e desfrutar a
sexualidade natural.

Para alguns de nós, o descrédito nos deixa incapaz de participar no


relacionamento sexual tanto quanto nós gostaríamos. Para outros, o
descrédito tem a ação oposta. Ele impulsiona para sexualizar tudo na
tentativa de superar a vergonha.

Há o fato de que a energia sexual está bloqueada por uma razão.


Essa razão pode ser deixada para o indivíduo determinar, mas meios
externos não corrigem o problema.

Uma abordagem diferente

Isso pode levar você a se perguntar qual é a resposta. Já que o sexo


é um combustível para nós e um efeito colateral de nós, o primeiro
ponto de exploração é a condição de nós. Se o nós está em boa
forma, é mais provável que haja um lugar de "exploração" nas
relações sexuais do casal. Se houver problemas em nós, há
possibilidade de serem problemas no relacionamento sexual.

Então, primeiro, intervir nas áreas onde há problemas conosco e


depois voltar para explorar a relação sexual.

Se nós estamos no lugar, considere estes pontos para explorar sua


matéria sexual:

1) Se você não pode dizer não, você não pode dizer sim. Este é
um ponto central para os limites e é também um ponto central relativo
a sexualidade. Até que você possa realmente dizer "não" ao sexo e
a um pedido de sexo, você não pode participar plenamente no sexo.
2) Sexo e sexualidade crescem e se aprofundam no decorrer de
uma relação. O que muitos casais interpretam como um esfriamento
de seu relacionamento, é realmente um aprofundamento da sua
conexão. Talvez a intensidade física deslocou-se para um nível
inferior, mas a conexão psíquica provavelmente aumentou. Um
casal, ao longo do tempo, descobre o que funciona para o outro. A
emoção da descoberta é substituída pelo conforto da familiaridade,
permitindo que a intimidade se aprofunde.

3) "Novo e diferente" podem ser tentativas de aumentar


artificialmente a excitação, o que nos move na direção errada.
Enquanto, muitas vezes, pode ser divertido para encontrar maneiras
diferentes de relação, há um perigo quando isso se torna uma
perseguição a fim de recuperar algo. "Novo e diferente" é a cereja do
bolo, não o método de tratamento de uma deficiência no
relacionamento.
4) Sexo é mais profundo do que fazemos e menos difícil, tudo ao
mesmo tempo. Casais podem errar em ambos os lados. Uma
"rapidinha" raramente é totalmente satisfatória como o sexo padrão.
Pode ser bom como parte de uma vida sexual plena. Sexo leva
tempo, não apenas para o ato, mas também para a ligação
necessária para o cumprimento do sexo. Ao mesmo tempo, muitas
vezes perdemos oportunidades para a ligação sexual, tendo como
motivo que não há tempo suficiente. A maioria dos estudos mostra
que uma relação normal (ao contrário do sexo "gourmet" de ocasiões
especiais) tem o período de 15 minutos a meia hora. Muitas vezes
agimos como se levasse a noite toda. Se esperarmos até termos a
noite toda, não irão acontecer muitas relações sexuais entre um
casal.

5) De um modo geral, existem algumas diferenças de gênero no


sexo. Para muitos homens, o sexo é uma maneira de se conectar,
de construção de intimidade. Para muitas mulheres, o sexo é um
resultado da conexão. É o subproduto da intimidade. Enquanto isso
não é absoluto, é uma questão forte o suficiente para causar
dificuldades para muitos casais. Suponha que um casal está
tentando se reconectar após um longo dia. Ele pode ver o sexo como
uma forma de criar essa conexão. Ela pode ver a necessidade de
estar conectada antes do sexo. Um conflito pode surgir rapidamente.
Ironicamente, esse conflito é um resultado de ambas as pessoas
tentando se conectar. Essa é a tragédia desta diferença de gênero.
6) Não criar conflitos para discutir seu relacionamento
sexual. Uma vez que muitas discussões sobre sexo ocorrem em
meio a conflitos por causa do sexo, é importante explorar sua relação
sexual quando não há um conflito do casal. Isso pode permitir uma
partilha mais real de sentimentos e preocupações. Na verdade, tais
discussões são profundamente íntimas. Envolvem compartilhamento
de partes de nós mesmos que nós normalmente mantemos mais
escondidas, até mesmo de nossos parceiros.
7) Fazer amor não é apenas sobre a relação sexual. Relação
sexual é apenas uma parte da matéria sexual. Fazer amor pode
incluir uma variedade desde mãos dadas e beijos até a relação
sexual completa. Se nós limitarmos o fazer amor a relações sexuais,
perderemos momentos excelentes de nos relacionar. Afago de
manhã ou beijar no sofá pode ser sobre fazer amor. O problema é
que quando nós limitamos o sexo em relações sexuais, estamos
presos nessa posição para ver se todas as nossas conexões levam
até lá. Mas e se alargamos a definição? Então todos nós podemos
achar oportunidades para aqueles momentos de conexão. O
resultado é que a nossa energia sexual é lançada e flui mais do que
apenas no momento da relação sexual. O objetivo já não é o
orgasmo, mas a conexão — nós!

O perigo da sexualidade no relacionamento conjugal é errar nas


extremidades: tornando-se o mais importante ou não sendo
importante o suficiente. Cada casal deve lutar com o fato de que não
vai ter as necessidades ou preferências idênticas ao parceiro.
Novamente, essa é a magia de uma relação conjugal. Ela puxa na
direção do equilíbrio quando nos damos conta e valorizamos o que o
nosso parceiro adiciona ao relacionamento. Quando lembramos a
lição de paradigmas, reconhecemos que a nossa sexualidade não é
um direito. Não é melhor que a outra, nem é necessariamente pior.

Nossa tarefa no casamento é descobrir uma relação sexual que é


gratificante para ambos e que impulsiona a relação em direção a nós.
Parte dessa tarefa nos ensina muita coisa sobre nós mesmos.

Aula 16
Dinheiro, poder, & nós

Dinheiro é a segunda área onde as lutas de poder sobre nós muitas


vezes surgem. Dinheiro é um objeto muito simbólico. Na verdade, é
profundamente simbólico na cultura. Não deve ser nenhuma
surpresa que este mesmo simbolismo surja em um casamento.

A natureza simbólica do dinheiro tem evoluído ao longo do tempo. Eu


sei que o sacerdócio criou as primeiras moedas. Um lado da moeda
conteria uma imagem sagrada. O outro conteria uma imagem do
governo. Dentro da mesma moeda, foi encontrado o sagrado e o
profano.

Liberdade versus Segurança

Muitos casais encontram uma área central de simbolismo para


capturar suas lutas de dinheiro. Dinheiro muitas vezes transporta um
significado polarizado com base em dois pontos: liberdade e
segurança.

Liberdade Dinheiro Segurança

Estas polarizações são marcadas com as seguintes características:

1) Liberdade: as pessoas que vêem o lado de liberdade do dinheiro


querem desfrutar seu dinheiro fazendo e tendo. Ter dinheiro significa
ser capaz de fazer as coisas. Significa ser capaz de pagar luxos,
comprar coisas legais, passeios bonitos, ter boas refeições fora.

2) Segurança: pessoas que veem o lado de segurança do dinheiro


tendem a ver o dinheiro como uma forma de não se preocupar.
Muitas vezes planejam para o futuro, colocando dinheiro na
educação dos filhos, aposentadoria, etc.
Nenhum dos lados está errado... e os dois podem estar errados.
Tanto o lado da segurança e o lado da liberdade do dinheiro são
importantes em um relacionamento. É preciso estar seguro na vida,
mas também é importante ter alguma liberdade para desfrutar.

E aqui está a questão: coloque as duas pessoas juntas e elas vão


parar em lugares diferentes, na polaridade da liberdade ou na
polaridade da segurança. E em todo momento as suas decisões
refletem as diferentes prioridades.

O problema não é a diferença entre os dois. O problema é como essa


diferença é tratada. Essa diferença pode ser a força de uma relação,
já que contém tanto uma pessoa de liberdade quanto uma pessoa de
segurança. Ambos têm algo a aprender um com o outro.
Eu trabalhei uma vez com um casal que tinha dinheiro como um dos
pontos centrais de desacordo. Parecia que não importava o que
estava acontecendo, quando todas as coisas se acalmavam, a
matéria financeira ressurgia.

"Caio" era um vendedor que só precisava trabalhar parte do dia para


cumprir suas responsabilidades de trabalho. "Beth" trabalhou em um
campo profissional e teve grande prazer em ser capaz de lidar com
as demandas do trabalho dela e ser bem-sucedida.

Ambos conquistaram bons salários, mas o dinheiro do mês era


sempre contado. Isto apesar da Beth ter planejado tudo
cuidadosamente. O problema? Caio foi a favor do lado da liberdade
do dinheiro. Ele adorava sair e pagar por um novo clube de golfe ou
uma gravata nova. Ele adorava sair para uma "noite na cidade." Ele
adorava aproveitar o momento. E ele odiava o planejamento para o
futuro. Claro, ele queria ter a certeza de que eles estariam seguros
no futuro, mas não às custas de sua diversão diária.

Beth, por outro lado, se sentiu culpada por não comprar nada para
ela. Ela tinha dificuldade para desfrutar do tempo livre (exceto as
férias cuidadosamente orçadas). Quando pensava em liberdade, ela
via esse tempo como num dia na estrada (como na aposentadoria).

Os dois brigavam continuamente sobre suas finanças. Beth não


queria Caio a reinar em seus gastos. Caio queria que Beth tivesse
calma e tivesse momentos bacanas. Eles queriam alguém para dizer-
lhes o caminho a seguir.

Imagine sua surpresa quando eu disse que cada um precisava


aprender com o outro. Pedi-lhes para explorar o que era atraente
sobre como o outro tratou do dinheiro. Então, notaram que aquelas
coisas que eram atraentes eram as áreas que cada um precisava
aprender com o outro.

Eles conseguiram, certo? Não é a primeira vez. Caio, decidiu deixar


a Beth fazer seu planejamento (como ela sempre fazia) sem queixar-
se. Beth decidiu criar uma conta de despesas para Caio gerenciar. O
problema era que Caio sempre gastava mais que podia e Beth nunca
era capaz de executar seus planos. Eles pensaram que tinham
comprometido a relação deles.

Mas nenhum deles tinha aprendido com o outro. Claro, eles estavam
dispostos a admitir que a perspectiva do outro não era
completamente errada, mas eles não estavam dispostos a ser
afetados por este ponto de vista.

Então tentamos novamente. Sugeri a Beth que Caio era a pessoa


perfeita para lhe ensinar a como ter bons momentos sem culpa. Ele
poderia ensiná-la a ser um "espírito livre". Caio, por outro lado,
poderia aprender a importância de pensar no futuro agora. Ele
aprendeu a lição de planejamento cuidadosamente.

Essa ideia de medo deles não era tanto por causa de ver a validade
da lição, mas medo que um poderia fazer um movimento e receber a
recusa do outro.

Mais precisamente, Beth temia que ela poderia fazer uma mudança,
mas Caio só usaria essa mudança para gastar mais. E ele temia que
ela fizesse uma mudança, mas, no final, isso significaria que a
diversão para ambos estaria comprometida. O que eles perceberam,
em meio a seus medos, foi que o Caio estava tendo a diversão por
ambos; e Beth estava fazendo o planejamento para os dois.
Eu sugeri que cada um precisava fazer uma mudança de
aprendizagem, independentemente do que o outro fez. Eu até sugeri
fazer o contrário, o que seria replicar em como eles têm mantido a
sua posição atual. Lembra a metáfora dos barcos? Cada pessoa
começou a se mover para trás, para longe do meio na tentativa de
manter o equilíbrio. Mas quanto mais se deslocou para manter o
equilíbrio, mais ficou deslocado para o outro lado. Rapidamente, eles
estavam em pontos polarizados em como lidar com o dinheiro. Nem
foi em um momento saudável. Ambos se encontraram pessoalmente
fora de equilíbrio em uma tentativa de manter o equilíbrio da relação.
A tarefa, portanto, era criar equilíbrio, movendo-se em direção ao
meio, não em reação a como o outro mudou. Em vez disso, era para
ser proativo. Conciliação dos saldos para o indivíduo e para o casal
seria o resultado.

O papel do dinheiro na vida de um casal

Pedi que as pessoas me dissessem como elas lidam com o dinheiro.


Tive muitas respostas, mas todas pareciam cair em algumas
categorias.

1) Ganhar/perder. Algumas pessoas enxergam as discussões de


dinheiro como algo onde você ganha ou perde alguma coisa. Então
você negocia para ganhar. Esta abordagem pressupõe que há uma
escassez de recursos e você deve agarrar tudo o que puder. Caso
contrário, você perderá. Isso leva muitos casais a manter um controle
cuidadoso do dinheiro que entra e que sai. Mais contribuições
permitem mais poder para determinar as despesas.

2) Ignorá-lo Casais nesta categoria querem fingir que não há


nenhum problema de dinheiro. Eles se movem para frente para não
notar as dívidas que já tem, ou ficam, aparentemente, inconscientes
de sua posição financeira.

3) Minimizar as contas e em seguida, pagar. Esta é mais uma


estratégia. É baseada na noção de que a responsabilidade fiscal se
encontra em minimizar todas as contas possíveis, para então pagá-
las. Tudo o que sobrou vai para outro lugar: poupança, gastos ou
ambos.
4) "Isso é tão bom quanto ele ganha." Casais resolvem o presente
como a única posição disponível para eles. Quando eles resolvem
aqui, param de ter suas esperanças. Isto não significa que você faz
metas irreais. Apenas aponta para uma posição auto-limitada.
Oportunidades são perdidas quando este é o quadro.

O que pode levá-lo a fazer a pergunta: Qual é a alternativa?

A visão alternativa
A alternativa é o casal ver o dinheiro como uma ferramenta de auto-
evolução. Dinheiro dá liberdade e segurança para ambos. Mas, mais
do que isso, dinheiro permite que um casal siga suas paixões. Isso
pode abrir oportunidades, apontar opções e permite que o casal
expanda o relacionamento deles e eles próprios de formas incríveis.

Por exemplo, quando dinheiro não é visto como uma limitação,


torna-se uma ferramenta de escolha. Um ou outro ou ambos, podem
decidir expandir características pessoais e habilidades para mover
suas vidas em diferentes direções. Quando o dinheiro é uma
limitação, pode ser difícil ver como menos dinheiro pode ser benéfico.

Mas quando um casal vê as opções disponíveis, o dinheiro pode abrir


portas e permite oportunidade para o crescimento futuro. Isto
significa que o dinheiro deve ser visto como uma ferramenta, não um
fim. É o meio para um fim. Esse fim é o crescimento pessoal e do
casal.

Isso não significa que você pode decidir ser irresponsável.


Exatamente o oposto. Isso significa que você começa a ver o
verdadeiro poder e valor do dinheiro e o que pode significar para o
desenvolvimento pessoal.
Casais têm constantemente disputas sobre compras pequenas e
pequenas divergências. Raramente esses desentendimentos
financeiros levam muito longe.

A maioria dos orçamentos devem se adaptar às despesas.

Duas chaves para uma nova perspectiva


Em seu grande livro, William Francis Devine (Mulheres, homens e
dinheiro) escreve que existem duas chaves para o desenvolvimento
de uma abordagem que vê o dinheiro como a ferramenta para o
desenvolvimento.
1) Desenvolver-se. Casais com esta abordagem focam no
desenvolvimento de suas habilidades, seu ofício e seu intelecto. Eles
trabalham na relação deles e como eles se amam. Isto se torna seu
ponto de partida para o que eles trazem para a relação. O casal faz
um compromisso com o desenvolvimento.

2) Focar no quê você traz para as outras pessoas. Quando este é


o foco, há alterações poderosas em andamento. Isso amplia o poder
que está atado em na relação. Esta energia é liberada com a
pergunta: o que posso oferecer as pessoas que estão ao meu redor?
Quando este é o foco, oportunidades surgem para oferecer mais e
mais. A criatividade começa a emergir e se expressa em como você
procura melhores formas de se relacionar com que está perto de
você.

Esta é uma mudança das ideias de escassez que parecem tão


prevalentes em nossos pontos de vista de dinheiro.

Exercício: Sua autobiografia de dinheiro

O seguinte exercício é projetado para você começar a explorar de


onde se formam seus sentimentos sobre o dinheiro. Responda a
cada pergunta com o máximo de sinceridade que puder. Deixe as
respostas acentarem por alguns dias, então releia o que escreveu.
Veja o que surge para você. O que te surpreende? Noções que
surgem no coração de sua vida financeira? Escreva seus
pensamentos.

Perguntas de Maria Nemeth, A energia do dinheiro: Um guia


espiritual para a realização pessoal e financeira

1) Qual era a situação financeira da sua família quando você nasceu?


2) Qual foi o primeiro momento que você aprendeu sobre dinheiro?
Era um aprendizado vindo do seu pai ou sua mãe? Quantos anos
você tinha? Quais foram as circunstâncias?

3) Você teve uma mesada? Teve que trabalhar para isso ou foi dado
a você mesmo se você não fizesse as tarefas para merecê-lo? Se
você tem filhos, isso afeta como você lida com o dinheiro que você
gasta com eles?

4) Quando foi a primeira vez que você comprou alguma coisa com o
dinheiro que tinha guardado? Onde você estava? O que você
comprou? Foi dinheiro que você ganhou ou que alguém lhe deu?

5) Lembra do seu primeiro salário? Como você ganhou? Quanto era?


O que você fez com ele?
6) Lembra de perder dinheiro? Quando foi a primeira vez? O que
aconteceu? Isso aconteceu com seus filhos? Como lidou com isso?

7) Você sonhou um dia em ter um determinado trabalho ou carreira?


Você conseguiu isso? Por que ou por que não? A quantidade de
dinheiro que você poderia ganhar foi um fator para escolher a sua
carreira?

8) Se sua relação com o dinheiro fosse uma relação pessoal, como


você a descreveria? Você teme, ama, odeia, depende, sente-se
possessivo ou sente-se generoso com o dinheiro? Basta escrever o
que vier à mente nesta área.

9) Como você se relaciona com pessoas que têm mais dinheiro do


que você? E com menos dinheiro?

10) Lembra a relação da sua mãe ou do seu pai com o dinheiro? Se


você não morou com eles, então escolha as pessoas que eram seus
cuidadores primários para esta questão.
11) Como a relação com as pessoas citadas anteriormente afetou
você? Eles tinham expectativas em relação a você? Quais eram?
Havia algum aspecto do dinheiro que não era discutido? Mesmo se
não era discutido, você pode saber o que era. Se você tem filhos, tem
semelhantes expectativas em relação a eles? Você os trata da
mesma maneira que foi tratado? Se você é casado ou comprometido,
estas expectativas afetam seu parceiro?

12) Realizou uma importante tarefa ou projeto que envolva dinheiro?


O que foi? O que você fez para ter sucesso?

13) Alguma vez você tentou, mas não conseguiu cumprir uma tarefa
ou projeto que envolvesse dinheiro? O que foi? O que você fez para
ser mal sucedido?

14) Já deu ou recebeu presentes em dinheiro? Se sim, quanto? Por


que razão ou razões? Como você se sente sobre isso?

15) Se você fosse caracterizar sua própria experiência de "loucura de


dinheiro", como você a descreveria?
16) Onde que você se vê daqui a dez anos em relação ao dinheiro?
Quanto na poupança? Quanto em investimentos? Quanto se imagina
recebendo daqui a dez anos?

17) Sobre dinheiro, como você quer ser conhecido? Se as pessoas


estivessem falando sobre você e a sua relação com o dinheiro, o que
você gostaria de lhes dizer?

18) Tem medo de que o dinheiro não seja espiritual o suficiente para
você, ou que o seu caminho espiritual não seja compatível com o
sucesso financeiro?

19) No que você gasta o dinheiro?

20) No que você não gasta o dinheiro?

Aula 17
Não é só crescer, É EVOLUIR!

Aqui estamos no fim. Nós olhamos o poder da percepção e da


importância de nós. Nossas observações concentraram-se em
práticas específicas que podem oferecer a mudança para um
relacionamento, examinamos algumas mudanças importantes na
percepção e exploramos as áreas de crescimento e desenvolvimento
para um relacionamento.

Eu quero fazer um desafio para você. Decida que não é o suficiente


para você apenas crescer. Você deve ir além disso e evoluir. Esta é
uma ideia poderosa. Crescimento envolve desenvolvimento, mas a
evolução é um salto.

Quando crescemos, há um processo de maturação natural e


crescimento. Quando evoluímos, há sempre uma possibilidade de
troca excepcional. Às vezes, essa mudança não é nem mesmo linear.
Ou seja, tem o poder de um paradigma.

Uma mudança relacional acontece no instante em que o modelo


antigo não funciona mais. Quando isso acontece, uma nova relação
vem a seguir. Isso é evolução.

Pense em evolução na natureza. É um constante teste para ver quem


tem a melhor capacidade de sobreviver e prosperar em um
determinado ecossistema. O que antes era uma situação
estabelecida começa a falhar. Não é mais adequado para a
sobrevivência. Outra espécie emerge com o potencial de
sobrevivência. Mais tarde, essa espécie provavelmente será
substituída. No final, a evolução escolhe o candidato mais apto para
prosperar naquela arena.

Então a evolução diz respeito à mudança que pode ser austera por
contraste. A antiga relação pode ter sido boa o suficiente, ou pode ter
sido mal realizada. De qualquer forma, quando você e seu parceiro
evoluem, seu relacionamento evolui para um lugar novo, um muito
melhor e vocês estão mais equipados para sobreviver.

Nesse instante, a nova relação pode não se parecer nada como nos
velhos. O relacionamento assume um novo conjunto de qualidades
que lhe permite sobreviver melhor do que o antigo. Um dia, esse
modelo deixará de ser o melhor e outro pode tomar o seu lugar.
É o ritmo natural de sobrevivência. Examinamos em profundidade
esta ideia quando olhamos para os paradigmas. Paradigmas estão
sempre sendo superados. Quando ele finalmente atinge um ponto
crítico, o velho paradigma é substituído por um novo paradigma.
Nesse instante, o pensamento da pessoa evoluiu.

Relacionamentos não são diferentes desses paradigmas individuais.


Aquilo que consideramos serem as verdades da nossa relação vai
um dia ser menos capazes de levar o relacionamento adiante.
Enfrenta-se a escolha da evolução ou extinção. O crescimento é
muito lento para acompanhar.

Mas conforme a relação evolui, está constantemente procurando por


lugares melhores para os quais se pode mover. Ela está sempre
olhando para o novo ponto de verdade. Aqueles que acreditam que
há um caminho certo para ser e fazer ficarão desapontados por estas
palavras.

Mas o psiquiatra eminente, declarou (de Carl Jung):


"O que é verdade pela manhã é uma mentira à tarde." Ele aplicou
esta afirmativa à meia-idade, mas é verdade em muitas outras fases
na vida. O que consideramos ser verdade em um ponto não será a
verdade em outro momento. Quando estamos muito estreitamente
alinhados com uma perspectiva, perdemos a capacidade de alterar a
verdade de novo.

A atual visão de relacionamentos

Todos nós esperamos que, apesar de evidências em contrário,


nossas vidas, nossas finanças e nossas relações devem seguir um
determinado caminho — para cima, para o melhor.
Eu digo apesar de evidências em contrário, porque acreditamos que
deveria ser um processo constante de melhoria, ficando cada vez
melhor. Mas a vida não parece apontar nesse sentido. Eu vou
encorajá-lo a desistir desse modelo. Na maior parte ele leva apenas
à decepção e frustração.

Nós compramos o "sonho americano": vida, liberdade e felicidade.


Só para lembrar, a nossa parte envolve a busca pela felicidade. Às
vezes, nós devemos lutar para descobrir a felicidade, mas é uma
tarefa digna do esforço.

Infelizmente, quando as relações são capturadas em nossas crenças


de que elas devem seguir uma direção constantemente melhor,
estamos constantemente desapontados quando este não é o caso.
Talvez ainda mais prejudicial, ficamos sem os recursos para lidar
com o fato de que este não é o caso.

Uma visão do paradigma de relacionamentos


Em vez de relacionamentos seguindo o modelo de crescimento
constante, proponho que acredite que as relações sigam um
processo paradigmático do desenvolvimento. Em outras palavras,
relações, quando permitido, EVOLUEM!

Lembre-se do modelo de paradigmas: lento e constante


desenvolvimento do paradigma até que a evidente distância corrói a
utilidade do paradigma. Então, um novo paradigma deve emergir.

Emergentes e em desenvolvimento podem estar no mesmo


processo. Quando aplicados a relacionamentos, paradigmas podem
corroer e destruir a relação — podem até mesmo torná-lo extinto!

Ou o paradigma pode corroer, deixando espaço para um salto


evolutivo na relação.

A relação pode mover-se sem muito crescimento. Mas ao longo do


tempo, o relacionamento começa a empurrar as suposições. É como
um caranguejo eremita apanhado nos confins de uma concha muito
pequena.

Eventualmente, o caranguejo deve deixar a segurança do concha


atual para encontrar uma concha maior e mais capaz de segurar o
seu corpo. Durante essa mudança, o caranguejo é vulnerável. Ele
pode perecer, ou ele pode encontrar um escudo que pode deixá-lo
seguro até o próximo período de crescimento.

As relações muitas vezes encontram-se presas num ciclo de conflito,


desacordo, luta ou dolorosa existência juntos. No final desta luta, a
relação pode ir em qualquer uma das duas direções. A relação se
move para um nível mais elevado de evolução ou as pessoas
decidem terminá-la. Ao longo de um relacionamento, este processo
ocorre uma e outra vez.

Relacionamento Enrolado

Relacionamento
Fim do Relacio...

No momento, o casal está mais consciente de sua luta. E já que nos


levaram a acreditar que relacionamentos são obrigados a seguir um
grau constante de crescimento, os pontos de conflito devem ser
entendidos como pontos de problemas.

Eles são, em vez disso, oportunidades de crescimento. Na verdade,


eles são crises, mas é das crises que se abrem oportunidades para
o crescimento. Me disseram que na língua chinesa, o símbolo da
palavra "crise" contém os símbolos para o "perigo" e "oportunidade"
juntos.

Cada ponto de crise marca o lugar onde um velho paradigma está


falhando e onde é necessário um novo paradigma. Não é o fracasso
da relação, apenas o fracasso do paradigma atual.

Quando ocorre a falha, é hora de criar um novo paradigma — e não


retornar a uma velho paradigma! Querer voltar para o jeito que as
coisas "eram" pode ser um sentimento natural, mas não é útil. O
velho paradigma não tem chance de encaixe na relação atual.
O novo paradigma pode exigir mais de cada pessoa do par a emergir.
Mais da individualidade de cada um deve ser incluído em cada
paradigma que se suceda, englobando cada vez mais do todo de
cada um.

Finalmente chegamos a um lugar onde podemos ser quem somos.


Nós nos tornamos quem somos no contexto de uma relação que
inclui onde está o nós !
ETAPA 4:
Lidando com Raiva e Ressentimento as suas e as de Seu Parceiro
Aconteceu novamente. Gabriela e Samuel passaram juntos um mês
pacífico. Sem explosões, sem crises. Depois de um pequeno
incidente, estavam, como dizem, “derrapando na curva”. Um
pequeno comentário, uma brincadeira de Samuel, e Gabriela passou
o dia inteiro se remoendo. Ela tinha perdido o senso de humor e
reagiu ao conteúdo do comentário, e não à ironia intencionada.

Eles não conversaram até que as crianças foram dormir. Mas quando
finalmente se falaram, o bom senso de Gabriela estava no fim e
Samuel não tinha ideia. Mais do que isso, a resposta de Samuel foi,
em sua cabeça, um pedido de desculpas. Para Gabriela foi um
pretexto (na verdade, uma racionalização). Ambos estavam
seriamente machucados, mas nenhum daria o braço a torcer.
A parte triste é que nenhum deles queria ir naquela direção. Nenhum
deles queria “derrapar’. Ambos tinham aquela voz baixa, mesmo
durante a briga, dizendo: “Isto é ridículo. Por que estou
argumentando? Nem eu concordo com o que estou dizendo”. Mas
ambos derraparam.

Você já esteve nessa situação? Você já teve essa experiência? Uma


voz baixinha, dizendo “O que estou fazendo?” Mas outra voz, mais
alta, está avançando rapidamente. Você se encontra onde não quer
estar. Você fica nervoso ou tem que lidar com um parceiro nervoso
(ou ambos!).

Eu não prometo que este relatório acabará com as brigas raivosas


(eu seria uma mulher rica e uma celebridade internacional!). Mas eu
posso prometer um novo entendimento da raiva/indignação,
juntamente com ferramentas úteis para lidar com estas emoções
fortes. Portanto, siga comigo, e vamos entender algumas coisas
teóricas. Depois aprenderemos algumas ferramentas.

Um Novo Modelo de Raiva

O que você entende por raiva? Você já ouviu a ideia de “colocar a


raiva para fora”? Talvez você tenha tentado técnicas como gritar,
saco de pancadas, socar seu travesseiro, raquete de tênis. Mas não
funcionam. Na verdade, pesquisas mostram que essas técnicas são
contraprodutivas.

O problema é como entendemos a raiva. Nós tratamos a raiva como


uma emoção primária, uma reação à outra coisa. E essa “outra coisa”
está trancada no fundo do seu cérebro. Para a raiva, existem dois
componentes, um biológico e um psicológico. Sem um ou outro a
figura fica incompleta.

A Realidade Biológica

Especialistas dizem que nosso cérebro se desenvolve em três


estágios diferentes. Na verdade existem três camadas em seu
cérebro. Cada camada tem uma função distinta, mas algumas são
mais primitivas que outras.

Nós aceitamos com dificuldade nossas funções mais primitivas e


preferimos pensar sobre nossa natureza racional/lógica. Mas somos
totalmente movidos por nossas emoções, muitas vezes explicando
nosso emocional através da racionalização.

Não acredita? Olhe para seu pulso. Se você está usando um relógio,
pense por um momento. Que tipo de relógio é este? Se você é como
a maioria das pessoas, seu relógio não é um digital barato.
Provavelmente custou um bom dinheiro. Mas relógios servem para
marcar as horas. Uma decisão racional seria escolher um relógio
digital bastante preciso, mas também bastante barato. Qualquer
coisa diferente disso é uma decisão emocional.

Seu cérebro tem três camadas:


Vamos começar com a parte mais primitiva do seu cérebro e seguir
para fora.

O cérebro Reptiliano é a parte mais primitiva do nosso cérebro, e tem


apenas um propósito: sobrevivência. Esta é a parte do cérebro que
lhe permite respirar sem pensar (se bem que você pode alterar isso).
Ela mantém seu coração batendo e a temperatura do seu corpo
controlada.

Mas também possui a importante função de deixar os problemas fora


do seu caminho. Ela tem o trabalho de procurar por ameaças e reagir
quase instantaneamente. Infelizmente, como veremos, ela não é boa
para julgar se uma ameaça é real ou não.

Além disso, essa parte do cérebro é sobre sobrevivência, e não sobre


entendimento. A sua sobrevivência e a dos seus genes não requer
felicidade e conexão com alguém (apenas conexão sexual). Portanto,
quando a sobrevivência é primária, todas as outras funções são
secundárias. Quando você se sente ameaçado, o entendimento é
secundário.

Nesta parte do cérebro, existem duas importantes estruturas


(neurologistas e neurocirurgiões, perdoem-me pelas generalidades).
Estas duas estruturas são a amígdala e o hipocampo. A amígdala
é seu “sistema inicial de aviso de detecção de ameaça”. Seu
hipocampo é a parte que avalia a precisão mais tarde. Basicamente,
estamos programados para “atirar primeiro e perguntar depois”.
A amígdala é uma estrutura em forma de amêndoa que começa a
funcionar antes do nascimento. Se algo parece ser uma ameaça, a
amígdala soa o alarme para seu corpo ficar em alerta. Seu coração
dispara, sua respiração desestabiliza, a adrenalina está fluindo, seus
músculos estão tensos, as palmas das mãos estão suadas. Tudo
como preparação para uma autodefesa.

Existe uma boa conexão entre seus olhos e esta parte do seu
cérebro, uma vez que a visão é a maior fonte de informação para
ameaças. Existe também uma conexão próxima a seus ouvidos,
outra grande fonte de informação (imagine ouvir uma voz alta e
raivosa e a reação que seu corpo apresenta).
Uma baixa tolerância a ameaças é importante para a
autopreservação. Em outras palavras, uma forte sensação de
ameaça é mais útil do que uma baixa sensação. Ao invés de uma
ameaça específica e conhecida, sua amígdala trabalha com
uma possível ameaça. Sua amígdala certamente acredita em uma
avaliação de riscos do tipo “o seguro morreu de velho”.

Eis um exemplo deste processo: Eu amo correr em trilhas. Eu


geralmente ando de bicicleta e uso trilhas para caminhada na minha
região. O preço que pago é, na maior parte, um tornozelo torcido aqui
e acolá. Mas minha Amígdala está procurando por ameaças maiores.
Se eu dobrar uma esquina e vir um graveto sobre a trilha, minha
sobrevivência se baseia em uma reação instantânea, e não em um
“deixe-me olhar mais de perto”. Se for uma cobra, estarei mais seguro
longe. Eu paro subitamente sem me dar conta. Minha amígdala
acionou os freios.

Se estiver dirigindo um pouco rápido pela estrada em uma curva e


vejo um engarrafamento, meu pé quase automaticamente pisa nos
freios e me faz parar. Se fosse necessário pensar a respeito, eu me
arriscaria a bater na traseira dos carros parados. Quando estou
parado, minha mente é inundada de repente com o reconhecimento
do potencial da ameaça. Existe uma resposta automática que pode
ser seguida de uma reposta mais cognitiva.
Seu hipocampo está onde a gravação das memórias começa.
Portanto, ele avalia constantemente se a ameaça percebida é real.
Se uma ameaça for real, é importante guardá-la para uma futura
referência. Se não for uma ameaça, não significa que um graveto não
me assustará da próxima vez. Lembre-se: a amígdala está buscando
possíveis ameaças.

Agora aplique o processo ao casamento. Um simples olhar no rosto


de seu parceiro, um tom de voz, uma palavra dita ou qualquer outra
sombra de ameaça pode deixar alguém pronto para responder à
ameaça.

Basta a sombra de uma possibilidade de ameaça para começar a


cascata no corpo que culminará em uma posição de medo à raiva.

Quando uma ameaça é detectada, entramos em um estado de


“medo”. Inicialmente, este não seria o medo que consideramos
emocional. É um medo estritamente biológico e reativo. Uma outra
forma de olhar para isso seria uma excitação corporal. Seus sistemas
estão em “alerta vermelho”, prontos para ação. A percepção de
nossa mente se dá parcialmente por interpretação. Algumas pessoas
acham o paraquedismo uma experiência emocionante, enquanto
outras acham aterrorizante. Mesma experiência, mesma resposta
corporal, mas uma interpretação bastante diferente. Neste ponto,
estamos falando do estado biológico do medo. Portanto, estamos
literalmente preparados para o medo.

Como comentei antes, neste nível estamos falando sobre um medo


biológico, sem emoção. Minha filha tem dois anolis, um tipo de lagarto
pequeno. Esses lagartos comem grilos (nunca imaginei ter que ir à
loja de animais para comprar grilos!). Uma noite, eu os estava
alimentando, e os dois escolheram o mesmo grilo para devorar.
Obviamente, um ganhou do outro por meio segundo. O que havia
perdido mordeu imediatamente a perna de trás do outro. Não havia,
porém, nenhuma emoção envolvida. Foi apenas uma resposta à
ameaça diante da sua sobrevivência.
E se eu de fato descobrisse que o graveto em meu caminho fosse
realmente uma cobra e não pudesse evitá-la, eu poderia ser mordida.
Mas a mordida seria isenta de emoção, uma vez que a cobra é
incapaz de fazê-lo.

A capacidade para sentir emoções vem da segunda camada, o


cérebro Mamífero. Pense em um cachorro. Você pode cutucá-lo,
cutucá-lo, e ele talvez não morda. Uma cutucada a mais e ele
morderá, não apenas pela ameaça, mas por raiva. Há alguns anos,
nós tivemos uma pequena cachorra. Um dia, apesar dela estar atrás
de uma cerca e não ser uma ameaça, o carteiro espirrou spray de
pimenta nela. Nossa cachorra nunca esqueceu. Qualquer um que
parecesse com o carteiro provocava nela uma resposta raivosa (e
nossas cartas sofreram também).

E elefantes que são mantidos em cativeiro, aparentemente quietos e


obedientes, até o dia em que fogem descontrolados, muitas vezes
com resultados fatais? Isso ocorre porque mamíferos são capazes
de sentir emoções desde a segunda camada do cérebro. Então,
quando faço a curva, vejo o engarrafamento e automaticamente freio,
uma vez seguro, sou inundado por respostas emocionais. De alívio
ao medo e à raiva. Essa cascata é criada por conta do cérebro
Mamífero.
Mas existe o terceiro nível do cérebro que parece mais desenvolvido
em humanos, permitindo que usemos a lógica, a razão e atenção
para determinar algumas de nossas ações. O nível mais acima é
conhecido como Neocórtex. Ele é capaz de nos permitir pensar
sobre nosso futuro, reconhecer nossa individualidade e considerar
tais questões como éticas e morais.

Infelizmente, este nível do cérebro é o mais novo no planeta e está


menos integrado ao processo automático do pensamento. Alguns
teóricos acreditam que, para cada um em direção oposta, existem 50
conexões desde o cérebro reptiliano ao cérebro neocórtex. Em outras
palavras, quando você percebe uma ameaça em seu cérebro mais
profundo, seu neocórtex provavelmente não reconhecerá a ameaça.
Mas para cada grito de “sem ameaça”, existem 50 mensagens
gritando “ameaça, ameaça”. Qual das mensagens você acredita que
chama mais atenção?

E este é o mistério da sua voz baixinha que observa o quão ridículo


seu argumento é e como você sequer acredita no que está falando,
até mesmo enquanto você se testemunha atacando e destruindo
quem você ama. Seu neocórtex está a par de que você não está sob
ataque, mas as partes mais profundas do seu cérebro fazem com
que você reaja como se sua sobrevivência estivesse em risco.
Existem apenas duas respostas que seu cérebro primitivo reconhece
quando lida com a ameaça: lute ou fuja. “Lute” é sobre destruir a
ameaça. “Fuja” é sobre sair da frente. Em um ambiente mais
selvagem, os predadores apostam na luta, e as presas, na fuga. Isso
nos coloca em algum lugar no meio. Dependendo da ameaça
percebida, podemos nos sentir como predador ou presa.

Isso significa que, quando temos um conflito com nosso parceiro, nós
iremos responder a uma cascata de ameaças e emoções, e fugir ou
lutar. Ambas respostas nos deixam com um número de
oportunidades bem limitado para resolver de fato a situação. Como
um teórico constatou, quando você está lidando com uma pessoa
brava, você está “argumentando com um crocodilo”. Com duas
pessoas chateadas, você terá apenas dois crocodilos atacando!

A Reação para fugir é um forte desejo de escapar ou evitar a


situação. Você está em meio a uma reação para fugir quando se
pegar dizendo: “eu não vou falar sobre isso” ou “bem, vamos
simplesmente nos divorciar”, ou alguma outra frase que é uma
tentativa de terminar a conversa.
No meio de uma reação para fugir, haverá pouca chance de resolver
qualquer coisa, porque toda a situação é evitada. O efeito de uma
reação para fugir é a sensação, para a outra pessoa, de que o conflito
é inútil, não chegará a lugar nenhum e a outra pessoa não está
disposta a sequer entrar em uma conversa.

A Reação para Lutar parece mais violenta, mas não é mais efetiva
que uma reação para fugir. A reação para lutar é um desejo forte de
ganhar a qualquer custo. A reação para lutar é quando você percebe
que quer ganhar o argumento e não apenas provar seu ponto. Você
está em reação para lutar quando você começa a relembrar outras
questões, ao invés de lidar com o problema em questão. Você está
em meio à reação para lutar quando você faz ameaças, aumentando
sua voz, empurra, bate ou se torna violento de alguma forma.

Como na reação para fugir, a reação para lutar faz sentido em um


instante, mas após uma leve reflexão, você pode rapidamente
perceber a inutilidade da reação. Normalmente, é como usar uma
marreta para colocar um prego para um quadro: difícil de controlar e
com a força exagerada, será mais fácil ter a parede derrubada do que
o quadro pendurado!

A Realidade Psicológica
A realidade biológica da raiva é manifestada com ameaça/resposta.
O ponto inicial é o medo a um nível biológico. Porém, os humanos
têm a capacidade não apenas de uma resposta biológica (incluindo
emocional), mas também uma resposta psicológica. Em outras
palavras, nossa capacidade de pensar e raciocinar cria um novo nível
de resposta, para o bem ou para o mal.
Nossa resposta psicológica é uma questão complexa e complicada.
Existem muitos níveis para nossa vida psicológica, profundos demais
para alcançar. Nós reagimos a situações comuns baseados em
nossa predisposição genética (que molda nosso psicológico), nossa
influência familiar e experiências passadas no mundo.
Enquanto as razões específicas para nossas respostas variam, as
formas de responder e como responder são, geralmente, as mesmas.
Na verdade, são muito similares à realidade biológica, exceto por
serem baseados no que pensamos e nas respostas ao que
pensamos.

Vamos usar, por um momento, o termo emocional de raiva ao invés


de medo. Dentro do nosso psicológico, nossa interpretação do
sentido biológico do medo e ameaça é a raiva. Todos nós
conhecemos a sensação, mas normalmente amarramos
imediatamente ao que a outra pessoa disse ou fez: “eu estou com
raiva por como fui tratado por ele/ela”. Na realidade, perdemos a
questão central - raiva é sempre uma emoção secundária. Ela vem
como uma reação à mágoa, uma emoção primária. Em outras
palavras, quando nos sentimos machucados, nós provavelmente
respondemos com raiva.
Quando sentimos uma ameaça àquilo que nos importa (auto-
percepção, esperança futura, ideal, moral, ética, outras
pessoas, etc.), nossa resposta natural é a mágoa
(incompreensão, ataque equivocado, desconsideração,
ser ignorado, etc.), e nossa resposta secundária é a
raiva.
Pergunte-se esta questão: quando você se sente ferido, quantas
vezes você consegue dizer: “Ei, isso realmente me machucou”? Ao
invés disso, respondemos à nossa mágoa soltando nossa raiva.

Infelizmente, é muito mais fácil lidar com a mágoa de alguém do que


com sua raiva. Raiva é recebida com raiva. Mágoa pode ser recebida
com compaixão ou remorso. Por que respondemos com raiva é a
questão levantada. E isso nos leva de volta ao modelo da
ameaça.

Como disse no início, somos desenhados para a


sobrevivência, e não para a comunidade necessariamente.
Comunidade é uma decisão consciente que nos faz agir
contra nossas tendências imediatas e mais instintivas. Em outras
palavras, para haver uma conexão, temos que confiar em nosso
neocórtex e tomar uma decisão consciente de não responder
automaticamente.

E como somos humanos, todos nós carregamos os mesmos medos


em potencial. Existem três medos psicológicos básicos que podem
ser ameaçados facilmente:

1) Eu não terei o suficiente.

2) Eu não serei bom o suficiente.

3) Eu não serei amado o suficiente.

Quando qualquer um desses medos são acionados, nós


provavelmente teremos uma resposta raivosa. E, apesar desses
medos serem comuns para todos, muitos têm uma forte sensação de
medo de uma das três afirmações.

Problemas matrimoniais tendem a colocar todos os três medos


básicos na mesa. “Se tudo terminar, não terei o suficiente,
certamente não serei amado e, obviamente, eu não era bom o
suficiente”. Esta é uma receita potente para a resposta medo/raiva
que está gravada em nosso biológico e psicológico.

Lidando Com Sua Raiva

Para lidar com sua raiva, é importante focar primeiro em si próprio, e


então focar em como lidar com a raiva que seu parceiro joga sobre
você. Enquanto você estiver predisposto a responder à raiva de seu
parceiro com sua própria raiva, você está em um beco sem saída. E
enquanto você reagir à sua própria resposta ameaça/mágoa, você irá
apenas alimentar a raiva de seu parceiro.

Lidando Com Sua Resposta Biológica


Uma vez que sua resposta biológica a ameaças é tão automática, é
importante você possuir algumas ferramentas para bloqueá-la.
Existem vários passos a seguir para dar um curto-circuito nesse
processo. Sendo um processo biológico, você deve lidar com seu
próprio corpo.

1) Monitore a si mesmo por sinais e sintomas de aumento na


resposta à ameaça: respiração rápida ou taquicardia, palmas das
mãos suadas, tensão muscular, dor de cabeça ou suor. Estes são os
primeiros sinais de que seu cérebro está registrando uma ameaça.
2) Respire corretamente. Existem sistemas naturais de frenagem e
aceleração construídos em seu corpo - nossa respiração! Quando
nosso corpo acredita estar sob ataque, nós começamos a respirar
pelo peito, expandindo apenas a parte superior de nossos pulmões.
Isso permite que nosso corpo mantenha os músculos do abdome
tensos, para proteger nossos órgãos vitais mais importantes. Isso
acontece automaticamente. Mas quebramos esse estilo de
respiração ao “respirar com a barriga”, estaremos sinalizando ao
nosso cérebro primitivo de que não há ameaça. Pratique: deite-se de
costas na cama, uma mão sobre seu umbigo e outra mão sobre sua
clavícula. Agora, pratique respirar de forma que apenas a mão sobre
o umbigo se mova. É assim que você deveria respirar. É pra respirar
com a barriga, provendo oxigenação e mantendo seu corpo relaxado.
Mas quando você sente alguma ameaça, começar a respirar pela
barriga conscientemente pode dar um curto-circuito na resposta a
ameaças do seu cérebro.

3) Foco no tópico do momento. Quando você sente uma ameaça,


é fácil ir para outras áreas fora do tópico da discussão. Por exemplo,
você pode trazer outros acontecimentos ou questões tangenciais
para a mesa que têm pouco ou nada a ver com a discussão atual.
Além disso, você pode ter pensamentos de fuga ou dominação.
Esses pensamentos de luta/fuga podem ser resolvidos reforçando o
foco no assunto atual.
4) Faça um intervalo, se necessário. Seu corpo leva de 15 a 30
minutos para se livrar do peso da excitação de ameaça, caso você
não possa se livrar conscientemente (ou alterar sua respiração para
fazê-lo). Durante esse tempo, o corpo tem uma chance de baixar o
fluxo de adrenalina do seu sistema, e basicamente relaxar
biologicamente.

Lidando Com Sua Reposta Psicológica

Sua resposta psicológica não está desconectada da sua biológica,


mas requer outro nível de intervenção. Eu vou dizer de princípio,
todos nós temos uma forma de reagir à raiva. Essa forma foi criada
através dos anos e tem raízes em como nossas famílias lidavam com
a raiva. Nós tivemos bons e maus exemplos de como lidar com a
raiva, e isto está solidificado em nossas próprias reações (boas e
más) à raiva.

Junte isso com o fato de que casais, em seus casamentos, tendem a


aprender padrões, e então tomar atalhos. Se você sabe como uma
conversa, argumentação ou briga ocorrerão, por que esperar?
Apenas vá ao final (ou, ao menos, é o que dizemos a nós mesmos).
O motivo é que usualmente lidamos com raiva de forma prejudicial e
destrutiva.
Portanto, se você focar em lidar com sua raiva, não espere uma
mudança da noite para o dia. Você terá alguns sucessos e alguns
fracassos. Mas, se você persistir em tentar mudar seus hábitos, você
chegará onde quer chegar.

Escolha Consciente #1: Decida o que está sob ameaça. Sempre


que você estiver com raiva, pergunte-se “onde está a ameaça aqui?”
Às vezes será uma questão, ideia ou decisão muito clara.
Frequentemente, será muito mais abstrato. Mas você PRECISA se
perguntar: “onde está a ameaça?”

Lembre-se dos três medos básicos: 1) não ter o suficiente, 2) não ser
bom o suficiente e 3) não ser amado o suficiente. Muitas vezes,
quando sentimos uma ameaça, um desses medos é despertado e
assim a raiva começa.

Outra área a ser considerada é se seu ideal está sob ataque. Todos
carregamos dentro de nós uma sensação interna de como as coisas
deveriam ser, esse é o nosso ideal. Quando nosso ideal não
acontece, nossa sensação do que podemos esperar é desafiada,
muitas vezes nos deixando em uma pequena crise. Talvez você
tenha noção das vezes em que você teve uma conversa dentro de
sua mente, quando você começa uma conversa, a outra pessoa
responde, e então você responde, e assim por diante. Essa conversa
provavelmente não acontecerá, porque baseia-se no nosso
entendimento da situação.

Tal entendimento da situação raramente é compartilhado pela outra


pessoa, o que é justamente a razão para o conflito. Então, quando a
conversa não ocorre em sua mente como você acha que iria/deveria,
racionalmente, não deveria ser uma surpresa. No entanto, quando
acontece, geralmente respondemos com raiva. Como aquela pessoa
ousa não ver a “lógica” impecável do seu argumento! Mas como a
outra pessoa está vendo as coisas da sua própria perspectiva, esse
é o final provável.

O que nos leva a:

Escolha Consciente #2: Torne-se consciente de seu diálogo


interno. Nossa mente pode trabalhar para nós ou contra nós. Mais
contra que a favor. A principal razão é que nossa mente está
constantemente trabalhando, mas esquecemos disso. Sua mente é
desenhada para criar pensamentos. Alguns são úteis, outros são
perigosos e outros são neutros. Este não é o problema de verdade.

O problema é que esquecemos que estamos pensando. Começamos


a assumir que o que quer que aconteça em nossa mente, essa é
realidade. Aquela conversa com seu parceiro? Deveria ser “a
conversa que eu gostaria de ter”. Ao invés disso, se torna “a conversa
que teremos”. Mas nunca acontecerá.

Como nossos parceiros podem não ver a lógica, a razão clara que
serve tão bem em nossas mentes? Porque a mente de seu parceiro
também está interpretando e tendo um diálogo interno, mas de uma
perspectiva diferente.

Quanto mais consciente você é de seu diálogo interno em sua mente,


mais oportunidades você tem de reconhecer o diálogo interno versus
a realidade externa. Outra forma de dizer isto é: quanto mais você
sabe do que está acontecendo em sua mente, menos impacto terá
quando não corresponder à realidade.

Escolha Consciente #3: Aceitar o fato de que todo mundo está


fazendo o melhor que pode e onde pode (isso inclui você). Não é
o mesmo que dizer que todo mundo está em seu melhor. Ao
contrário, é dizer que de acordo com a situação de vida, histórico e
experiências, as pessoas respondem ao que está acontecendo a elas
da melhor forma que podem. Podemos não responder da forma como
gostaríamos, e outros podem não responder como gostaríamos, mas
isso não nega essa verdade.
E existem duas implicações nisso. Primeiro, temos que nos
desculpar. Enquanto pudermos ser confiáveis e responsáveis, não
temos que nos culpar. Se eu decidir parar de me culpar, não estarei
mais paralisado. Se assumo a responsabilidade pelos meus atos,
então terei o poder de fazer algumas mudanças.

Segundo, temos que dar espaço para nossos parceiros. Se seu


parceiro está fazendo o melhor que pode (e cuidado para controlar
seu instinto que o faz querer dizer “Não, ele/ela pode fazer melhor”),
então ele/ela merece um pouco de espaço, um pouco de carinho.

O que nos leva a:


Escolha Consciente #4: Trabalhe para perdoar. De algum modo,
nós definimos o perdão como algo altruísta, feito para a outra pessoa.
Esta é uma meia verdade, na realidade, na maior parte do tempo, o
perdão é melhor para quem perdoa do que para o perdoado. Parte
do motivo é porque a maioria das discussões sobre perdoar
acontecem num contexto religioso. Mas mesmo nesse contexto, nós
perdemos a importância do perdão para quem perdoa.

Frequentemente, a pessoa que deve ser perdoada sequer sabe que


existe um problema. Nesse caso, não há benefício em perdoar para
a pessoa perdoada. E mesmo quando ela sabe, ela não carregar por
aí o peso de não ser perdoada tanto quanto quem perdoa.
Eu tenho uma imagem na minha cabeça: Alguém lança uma pedra
afiada, que bate e machuca alguém. Esse alguém pega a pedra
afiada como uma lembrança do que houve e a segura firmemente
dizendo: “Não vou largar mais”. O lançador seguiu em frente, mas o
agredido continua carregando a pedra por aí, cortando sua mão.
Perdão é largar essa pedra.

Quando você perdoa de verdade, sua raiva e indignação


desvanecem naturalmente. Veja, indignação é apenas a raiva que
nos negamos a largar. Por alguma razão, é importante seguir
carregando-a, mesmo que funcione como um peso sobre nossos
ombros e corroa um relacionamento.

Perdoar nos permite avançar. Nos permite começar do zero. E para


quem está preso ao mito de que perdoar é dar permissão para
machucar novamente, esqueça! Você não está mais seguro se
negando a perdoar do que perdoando. Na verdade, quando as
pessoas não encontram o perdão, elas frequentemente param de
tentar provar seu mérito e repetem a mesma atitude negativa e
prejudicial.

Lidando com A Raiva De Seu Parceiro


Mas e se não for você quem está com raiva? E se seu parceiro é
quem está com raiva? Este, meu amigo, é o desafio do casamento.
Como você pode ajudar em um processo que não está dentro de
você e cujo controle você não tem, e que lhe afeta intimamente?

Lidar com a raiva de seu parceiro é muito importante para resolver


uma situação, e, frequentemente, um casamento. Lide bem com a
raiva de seu parceiro e você estará trabalhando em direção à
solução. Lide mal com a raiva de seu parceiro e você poderá estar
trabalhando em direção à dissolução - o final do relacionamento.

Existem vários pontos importantes para se observar:

Ponto #1: Atrás de toda raiva está a mágoa. É muito mais fácil
cuidar da mágoa do que da raiva, e seu parceiro se sentirá mais
conectado se você responder à mágoa. Mais importante, se você
sabe que a mágoa está por trás, você terá mais facilidade em
dissolver a tempestade da raiva. Uma vez que a tempestade acabe,
caso você tenha se conectado com a mágoa, você provavelmente
achará mais fácil reconectar-se.

Então comece por procurar a mágoa. O que pode ser ameaçador


para seu parceiro? Não tome uma decisão rápida baseada em sua
perspectiva. Ao invés disso, tente se colocar no lugar de seu parceiro.
Mesmo que você não ache que seu parceiro está certo sobre estar
se sentindo ameaçado, isso agora não é o mais importante. O fato
de ter a sensação de ameaça é o suficiente.

Após seu parceiro expressar sua raiva, você pode até dizer: “Eu
obviamente lhe machuquei. Não sei exatamente o que fiz, mas eu
não quis lhe machucar. Sinto muito que você esteja assim. Você pode
me dizer o que fiz para te machucar e o que eu posso fazer para
melhorar?” Esta é uma mudança poderosa. Você imediatamente
evita sua própria raiva, se aproxima de seu parceiro e
automaticamente passa para o Ponto #2.
Ponto #2: Trabalhe para evitar o encontro de raiva com raiva. Em
um relacionamento íntimo, toda briga causa algum dano. E quando
uma força desnecessária encontra uma força que estava perdida,
não há razão para danos.

Ameaça e raiva, uma vez entendidas, podem ser vistas pelo que são.
Raiva é uma expressão da mágoa. A mágoa é frequentemente o
resultado de uma sensação de ameaça que está enraizada no
biológico do cérebro. Assim, raiva e ameaça são uma oportunidade
para crescimento ou divisão, dependendo de quem reina: o cérebro
primitivo ou o topo do cérebro. Meu voto é para o neocórtex.

Isso significa que você deve evitar responder à raiva com raiva. Uma
observação interessante é que frequentemente expressamos raiva
quando pensamos estar exprimindo dor ou mágoa. E isso é
verdadeiro para seu parceiro. Ele ou ela pode se aproximar de você
com uma atitude raivosa, mas na realidade não ter idéia do fato de
que a raiva está emergindo. Quando você responde com raiva, a
outra pessoa é pega de surpresa. Primeiro por conta da
inconsciência de sua própria raiva. E segundo, por causa daquela
conversa imaginária que descarrilou em reação à sua resposta.

Ponto #3: Casamento é aprendizado e crescimento. Conforme


seu relacionamento ganha mais tempo, existem duas possibilidades.
Primeiro, vocês podem culpar um ao outro pelo dano feito no
relacionamento e seguir reféns do que já aconteceu no passado.
Segundo, vocês podem aceitar o fato de que tudo é um processo de
aprendizado, e continuar tentando mudar. Como o fundador do
McDonald’s, Ray Kroc, disse: “Você está verde e crescendo ou
maduro e apodrecendo”.

Ofereça algum espaço para seu parceiro. Aceite que nenhum de


vocês fez isso perfeitamente e tente aceitar seu parceiro. Você pode
estar perguntando: “porque este ponto está nesta seção, e não na
anterior? ” Bem, pertence a ambas seções, e eu falei por cima no
discurso sobre “todos fazerem o melhor que podem e onde podem”.
Mas quando você lida com uma pessoa raivosa, eu achei melhor vê-
la como fazendo o melhor que pode. Isso me ajuda a não ceder às
emoções, me permitindo responder de formas mais úteis.

Portanto, aceite que nenhum de vocês é perfeito, mas ambos podem


crescer e se desenvolver. E não caia na armadilha que tanto vejo.
Alguém decide tentar mudar e encontra o velho “nós já tentamos isso
antes e não funcionou”. Ou pior: “Nós tentamos mudar antes e
simplesmente não podemos”. Essa é uma evidência de estar preso
em uma mentalidade emperrada e não da realidade real.
Crescimento é possível e uma das formas de crescer é atravessando
emoções difíceis, incluindo raiva e indignação.

Ponto #4: Quase sempre, a questão central é se sentir ouvido e


compreendido. A grande maioria dos conflitos em um casamento
não é sobre problemas que precisam de solução. É sobre problemas
sem solução. Bem, na verdade, uma solução útil. É sobre ser ouvido.
Você se lembra daquela conversa que acontece em sua cabeça, mas
que nunca ocorre na vida real? A razão dessa conversa ser tão boa
em sua cabeça é que você tem alguém ouvindo e respondendo de
uma forma que indica que você é ouvido e compreendido.

Mas vamos estabelecer uma distinção importante, entre alguém


compreender e concordar com o que estou dizendo. Eu posso
sempre chegar a um ponto em que eu entendo os motivos daquela
pessoa. Eu posso entender sua visão do mundo. Isso não significa
que eu concorde com ela, apenas que posso compreender. E
felizmente, o que é necessário não é concordância, mas ser ouvido
e compreendido.
Ponto #5: Todos nós temos um histórico que afeta nosso padrão
de raiva. Infelizmente, poucos de nós tivemos a oportunidade de
crescer em famílias completamente saudáveis. Na verdade, muitos
cresceram em famílias bem disfuncionais. Isso afeta como
processamos a raiva em nossa vida adulta. O que não conseguimos
emocionalmente em nossas famílias, como nossos familiares
lidavam com a raiva e quais recursos nossos pais tinham: tudo
impacta em como lidamos com nossas emoções em nossa vida
adulta.

Você se lembra de Gabriela e Samuel? Aqui foi onde eles finalmente


conseguiram alguma tração. Nenhum deles se sentia ouvido. Ambos
sentiam que o outro tentava forçar suas visões no outro. E esse era
o grande impasse. Nenhum deles queria mudar até que ele ou ela
fosse ouvido (a). Então um esperou o outro fazer alguma coisa.

Nós trabalhamos juntos por um tempo, e, no fim, ambos perceberam


que o outro estava ouvindo. Mas, mais importante, eles também
perceberam que estavam arrastando um longo histórico para seus
argumentos. Na verdade, o histórico se estendia até suas famílias.
Quando ambos estavam prontos para compreender não apenas o
que estava sendo dito, mas de onde eles vieram, subitamente a raiva
evaporou. A mágoa rapidamente se dissipou. E eles se safaram da
“derrapagem”.

Isso é tudo para eles? Não. Haverá outras discórdias e


argumentações. A raiva surgirá novamente. Sempre acontece. Mas,
com sorte, eles começarão a deixar os hábitos da raiva que
mancharam seu relacionamento. Eles serão mais claros sobre as
principais mágoas desde seu histórico. E um tem a sensação de que
o outro o compreende, mesmo que não pareça isso no momento.

O casamento nos dá repetidas oportunidades para trabalhar a raiva,


para nosso parceiro e para nós mesmos. Nós podemos tanto
aproveitar as oportunidades para encontrar a cura e o crescimento,
ou podemos gastar nossas vidas batendo cabeça com a pessoa que
pode e deve ser nossa maior aliada. A escolha é sua. Uma vez que
você entende as realidades biológicas e psicológicas da ameaça,
mágoa e raiva, você tem a oportunidade para mudar os padrões que
não funcionam.

A raiva pode ser um convite para a aproximação, mas pode se tornar


a arma para empurrar para além. Realmente, a diferença está na
abordagem escolhida. Eu espero que vocês aproveitem a
oportunidade da raiva para se aproximarem, explorando a mágoa e
a ameaça. Quando isso acontece, nossos cérebros começam a
entender a sensação de ameaça como sendo errada. Em outras
palavras, começamos a aprender novos padrões que nos ajudam a
sentir menos ameaças no futuro. Nós desaceleramos o processo. E
nos movemos em direção à intimidade.

Não deixe a raiva infligir danos em seu relacionamento. Escolha


entender de forma diferente, e então escolha agir de forma diferente.
Primeiro vem um novo caminho de entendimento. Depois é sua
chance de criar novos caminhos para se conectar e evoluir,
baseando-se nesse novo entendimento.

Muita sorte em seu empenho para criar um relacionamento mais


conectado, mais pacífico e menos conflitivo.
ETAPA 5:
Jogando pesado
Você deve estar nadando em informações sobre como salvar seu
casamento. Provavelmente esteja confuso com tantas informações
conflitivas que está lendo. E provavelmente esteja exausto por
pensar em tantas coisas ao mesmo tempo. Então deixe-me dar
algumas orientações sobre como passar pela confusão.

Primeiro, veja quem está dando a informação. Eles são


especialistas? Ou são marqueteiros tentando vender informação?
Você provavelmente já deva ter encontrado ambos. Aqui vai uma
dica: se eles sugerem que você manipule seu parceiro ou tente deixá-
lo enciumado, feche a informação e corra. Essa informação matará
rapidamente seu casamento. Essa informação também fará com que
seja quase impossível trabalhar em seu casamento.

Não estou dizendo que você não achará boas informações de outras
fontes. Eu apenas quero que esteja ciente sobre de onde é a origem
desta fonte. Se eles são realmente especialistas, leia. Se são
marqueteiros, evite. Eventualmente, terá que decidir qual
informações ouvir. Às vezes, você encontrará opiniões muito
conflitantes sobre como salvar seu casamento e não poderá
percorrer três estradas ao mesmo tempo. Você deve escolher uma
direção.

Já que está lendo isto, você já decidiu dar uma chance para minhas
técnicas. Portanto vamos começar com algumas informações para
ajudá-lo rapidamente a começar a reconstrução do seu
relacionamento. Faremos assim: nós usaremos um formato de
perguntas e respostas, para montar um plano de como salvar seu
casamento.

Pergunta: Meu parceiro está com raiva e estou sendo levado


pelas emoções dele (a). O que posso fazer para evitar que isso
aconteça?

Primeiro, você precisa perceber que seu parceiro provavelmente


esteja magoado, não com raiva. Veja, a raiva é uma emoção
secundária que aparece quando estamos magoados. Então você vê
a raiva, porém não vê a mágoa. Você precisa fazer disso quase um
mantra, sobre seu parceiro estar magoado e não com raiva. Na
verdade, frequentemente recomendo que as pessoas façam um
cartão dizendo: “meu parceiro está magoado, não com raiva”.

Você pode querer justificar que não está magoado como seu
parceiro. Você pode querer dizer que seu parceiro não tem motivo
para ficar com raiva. Também pode querer dizer que seu parceiro
não tem motivo para ficar magoado. Mas neste momento isso é
irrelevante. Não quero dizer que isso não seja importante. Só quero
dizer que, se você quer salvar seu casamento, então isso é
irrelevante.

O fato é que ele ou ela está magoado (a) e isso se exterioriza como
raiva. Esqueça isso e você será pego em sua raiva. Não terá benéfico
para nenhum de vocês.

Você também lembrará do meu texto principal, Casamento de


Sucesso, onde digo que muito de nossa raiva é baseada em
enganos. Quando os enganos são clareados, a raiva vai embora.
Isso é uma verdade para você também.
Pergunta: Então, como devo agir? O que devo fazer?

O pano de fundo para isto é o que chamo de Cs. Vamos olhar os três
Cs, um de cada vez.

Calma. Sem ter calma, você estará constantemente respondendo às


emoções de seu parceiro. De fato, você se surpreenderá com quão
preso está em reagir às emoções que não conseguirá colocar seu
plano em prática.

Frequentemente ouço pessoas me dizendo que não querem reagir


aos seus parceiros, mas elas não conseguem evitar. Isso é o que
quero dizer sobre não ter calma. O pânico é o inimigo. Infelizmente,
esta é a típica resposta neste momento. Então você precisa tomar a
decisão de ficar calmo, mesmo se seu parceiro não ficar.
Às vezes as pessoas me dizem que não tiveram escolha a não ser
reagir. Dizem que é assim mesmo. Eles não têm controle sobre suas
emoções. Mas isto não é justificativa. Todos nós controlamos nossas
emoções em alguns momentos.

Você invadiria a sala do seu chefe gritando e berrando com ele em


um momento de pânico? Provavelmente não. Mesmo assim,
fazemos isso com nossos parceiros o tempo todo. Se precisa de mais
provas sobre controlar suas emoções, não sei o que dizer.

Eu só quero que você entenda que todos nós escolhemos como


responder, mesmo se não reconhecemos que seja uma escolha.

Consistência. Este é o segundo C. Um dos problemas de se


trabalhar um casamento é que frequentemente estamos indo para
uma direção, depois outra, depois outra e depois outra. Nunca
paramos o suficiente para ver se o que estamos fazendo é efetivo.
Quando temos outra ideia, nós a tentamos também.

Ou tentamos algo, e ao invés de esperar para ver se funciona,


jogamos tudo para o alto e saímos batendo pé. Às vezes, isso serve
para provar que nosso parceiro está certo. Ele percebe que aquilo
que você mais teme, que não podemos mudar, é obviamente
verdade. É isso que você quer que seu parceiro veja?

Em meio a uma crise, seu parceiro não precisa ver indecisão.


Quando você fica tentando novas técnicas, pode achar que não está
sendo indeciso, mas é o que seu parceiro verá. Seja consistente
sobre sua abordagem. Escolha sua direção, e fique nela.

Para reiterar: seja consistente, escolha sua direção, e continue


caminhando nesse caminho. Você pode contar com o fato de que as
coisas irão piorar antes de melhorar. Seu parceiro testará você para
ver se você realmente mudou.

Seu parceiro questionará seus motivos, imaginando o que você está


tramando e pensando que você tentará enganá-lo. Não dê razão a
ele. Seja consistente.
Constância. Este é o terceiro C. Continue seguindo em frente,
mesmo que pareça que não há progresso. Não se preocupe com a
batalha, pense na guerra. Você está tentando salvar um casamento.
Isso requer que você mantenha seu objetivo em mente e não se
preocupe com as pequenas coisas pelo caminho.

Ser constante significa que você seguirá firme, pelo tempo que for
necessário, até provar que vale a pena salvar o casamento. Isso pode
ser bem frustrante, portanto você precisa de alguém para conversar.
Você precisa ter um amigo íntimo, alguém que possa ouvir sobre
suas frustrações e mantê-lo nos trilhos.

Isso não significa contar para todo mundo. Na realidade, na seção


sobre o que não fazer em meio a uma crise, eu fui contra contar para
mais de uma ou duas pessoas. Quero reiterar isso aqui. Escolha
apenas uma ou duas pessoas confiáveis para contar.

Se você tem ajuda, fica mais fácil seguir constante em seu processo
para salvar o casamento.

Pergunta: Meu parceiro está cansado de me ouvir dizer que vou


mudar. Como posso provar que estou mudando?

Pergunta difícil. Isso indica que o casamento chegou a um ponto em


que seu parceiro não acha que você seja capaz de fazer as
mudanças que você prometeu há tempos. Eu não lhe conheço, então
não posso atacá-lo diretamente. Posso apenas lhe dizer que a
maioria dos casamentos se desmancha após anos e anos do
parceiro querendo que a outra pessoa mude.
Você provavelmente também tem uma lista com mudanças que você
quer de seu parceiro. No entanto, se você escolheu salvar seu
casamento, deixe essa lista de lado e veja o que VOCÊ precisa
mudar para manter o casamento nos trilhos. Não estou dizendo que
isso seja justo. Apenas que este é o jeito certo.
Então, por ora, deixe de lado a lista que você fez para seu parceiro e
foque em como você precisa mudar.

O lugar para começar é se olhar no espelho. Você precisa começar


mudando você mesmo. Eu digo isso sem lhe conhecer, sabendo que
todos nós precisamos mudar. Na verdade, se você seguir este plano,
o pior que pode acontecer é você sair desta crise mudado para
melhor. Isso não é tão ruim assim.

Exercício: vamos começar com o processo.

Passo um: Quero que você pegue um papel e enumere de 1 a 10. Ao


lado dos números, quero que você escreva uma mudança que seu
parceiro já pediu mais de uma vez. Neste momento pense apenas
sobre o que você ouviu. Você não precisa se preocupar sobre as
palavras exatas do seu parceiro. Não precisa se preocupar em ser
preciso. Tudo o que você quer fazer aqui é escrever as mudanças
que seu parceiro pediu ao longo dos anos.

Portanto, neste instante, tire um momento e escreva as 10 Coisas


Principais Que Seu Parceiro Quer Que Você Mude.

Certo. Agora um pequeno trabalho de edição. Pegue cada frase que


você escreveu e reescreva de um modo menos negativo e raivoso do
que a forma como foi dita por seu parceiro. Mas certifique-se de que
seja algo que você concorde. Seja honesto consigo mesmo. Seja
honesto sobre o que você ouviu de seu parceiro. Existe algum fundo
de verdade no que seu parceiro disse? Isso demanda uma
honestidade brutal, mas se a maioria de nós for honesta, há alguma
verdade naquilo que ouvimos continuamente de nossos parceiros.

Agora dê outra olhada na lista. Risque os itens que você realmente


não aceita como sendo necessários mudar. Mas certifique-se de que
você está sendo honesto consigo mesmo.

Passo dois: Abaixo de cada frase que você concorda e vê como


necessidade de mudar, escreva cinco formas de fazer a mudança.
Não coloque apenas uma. Na realidade, se você consegue pensar
em dez maneiras, escreva as dez. Eis o porquê: as duas primeiras
mudanças serão óbvias. As duas seguintes serão um pouco
melhores. As próximas serão provavelmente excelentes. E as últimas
serão um esforço, uma tentativa desesperada de preencher o papel.
Você quer toda a gama de possibilidades.

Passo três: escolha duas ou três formas de fazer as mudanças e


comece a agir. Não seja casual sobre isso. Faça um diário. Escreva
o que você fará a cada dia para seguir seu plano.

Passo quatro: não se permita sair dos trilhos. Não deixe a raiva,
frustração e indignação de seu parceiro impedirem que seu plano
siga adiante. Não permita que seu parceiro lhe impeça de mudar da
forma como você precisa mudar. A ironia está no fato de seu parceiro,
que quer que você mude, ficar chateado e, como resposta, você se
recusar a mudar mesmo que você saiba que é uma boa ideia. Não
permita que isso aconteça. Minha esperança é que no fim do dia você
se olhe no espelho e veja que você é uma pessoa melhor do que
aquela do início do dia.

Sejamos honestos. Nenhum de nós tem o poder de mudar nossos


parceiros. Todos nós temos o poder de mudar a nós mesmos. Pode
ser que tenhamos que mudar nossas ações. Pode ser que tenhamos
que mudar nossa atitude. Na verdade, no final das contas, a maior
escolha que temos é a de mudar nossa atitude.

Pergunta: por que eu tenho que fazer as mudanças?


A resposta é muito simples. Você é quem quer trabalhar para salvar
o casamento. E você tem o poder de mudar apenas a si mesmo.
Uma das coisas que me interessam é de como contamos, a nós
mesmos, as histórias que reforçam o que acreditamos. De fato, uma
das coisas que mais me pergunto é: “Quem eu seria se eu não
continuasse me contando a mesma história? Quem eu seria se eu
não continuasse me contando as mesmas mensagens sobre meu
parceiro, sobre nosso relacionamento e sobre os problemas em
nossas vidas? ”
Todos nós temos um roteiro em nossas cabeças. Somos todos
excelentes roteiristas. Infelizmente, a maioria dos roteiros não são
encenados da forma como gostaríamos. Às vezes, temos diálogos
raivosos com nossos parceiros, quando imaginamos como eles
respondem com raiva e como nós respondemos com raiva. Às vezes,
temos conversas onde dizemos o que pensamos e, subitamente,
nosso parceiro vê a lógica do nosso ponto de vista e tudo melhora.
Infelizmente, ambos os roteiros são fictícios.

Quem você seria sem sua história? Quem você seria caso se visse
da forma como você realmente é? Você iria querer mudar?

Por que você deve fazer as mudanças? Porque você seria melhor
por fazê-lo, e você pode salvar seu casamento no processo.

Você pode se encontrar em uma situação “perde-perde”. Seu


parceiro pode dizer que ele ou ela quer sua mudança, mas quando
você muda, ele ou ela talvez diga não acreditar que você realmente
tenha mudado. Essa é uma situação comum. Isso mostra que pode
levar tempo, estando mudado, para que seu parceiro acredite na
mudança. Não desista por conta dessa situação. Siga em frente com
seu plano. Lembre-se, você está mudando porque você será melhor.
A esperança é de que isso ajude seu casamento.

Pergunta: você disse que existem maneiras perigosas de tentar


salvar o casamento. Quais são elas?
A internet está cheia de informações. Algumas são úteis, outras,
inúteis. Primeiro, vamos olhar alguns dos conselhos inúteis mais
óbvios. Qualquer coisa que diga que você pode hipnotizar ou
enfeitiçar seu parceiro é um péssimo conselho. Parece óbvio, mas
pessoas em situações desesperadas tomam medidas desesperadas.
Hipnose é excelente se você quer parar de fumar, perder peso ou
outras muitas aplicações. Mas você não pode hipnotizar seu parceiro
tão fácil; hipnose apenas funciona com quem quer ser hipnotizado. E
sob minha perspectiva, feitiços são inúteis.
Vamos observar algumas das manipulações mais prescritas. A
primeira é a psicologia reversa. Existem várias fontes na internet que
dizem que você deve simplesmente concordar com tudo que seu
parceiro disser. Se seu parceiro disser “eu quero o divórcio”, diga
“está bem”. Na essência, deve fazer a psicologia reversa. Se vocês
estão discutindo muito, provavelmente essa mudança súbita de
perspectiva frearia seu parceiro por um momento. Mas não durará
muito tempo.

A psicologia reversa é uma manipulação antiga que consiste em dizer


para alguém exatamente o oposto do que você quer que ele faça. Se
você conhece as histórias de Br'er Rabbit, então você sabe o que é
a psicologia reversa. Quando o urso e a raposa estão para cozinhar
o coelho, este implora para não ser jogado em um espinheiro. De
fato, ele implora tão bem para não ser jogado em um espinheiro que
é exatamente isso o que fazem. E o coelho sai correndo pelo
espinheiro para longe de seus captores.

O problema é que a psicologia reversa é uma manipulação. Pode


funcionar por um instante, mas não parará o processo. Não me leve
a mal. A psicologia reversa pode funcionar. Se você quer que seus
filhos comam vegetais, tudo o que deve dizer é “não como nenhum
desses vegetais”. Mas essa é uma solução de curto prazo e não inclui
um parceiro determinado.

Talvez você já tenha encontrado este conselho na internet. Existe um


grande livro sobre como parar seu divórcio. Toda a premissa é a
psicologia reversa. O autor dirá que uma consulta pessoal com ele
custará R$500. Você descobre isso depois de comprar o livro. E você
é avisado de que, se você não aceita seu conselho, pode estragar
tudo. O que você aprenderá no processo é pura manipulação. Tenha
muito cuidado ao usar essas técnicas. Geralmente o tiro sai pela
culatra.

Outro método que você pode ouvir na internet é deixar seu parceiro
com ciúmes. Na verdade, um outro livro é dedicado à tentativa de
criar a mágica do inventar. Essa é a principal premissa desse livro.
Se seu parceiro parece indicar que ele ou ela quer sair do
relacionamento, você se prepara ativamente para deixar a outra
pessoa com ciúmes. O plano é que, caso ela fique com bastante
ciúmes, ela vai querer voltar para o relacionamento. A verdade é que
isso mostra como você desvaloriza seu relacionamento. De fato, o
que geralmente acontece é a completa destruição da confiança da
outra pessoa. Não é uma boa maneira de reiniciar um
relacionamento.

A última maneira de salvar seu relacionamento que eu gostaria que


você evitasse é através do uso da força, ameaça ou coerção. Talvez
você não encontre isso em livros, mas geralmente apelamos para
isso quando estamos desesperados. Tentamos forçar nossos
parceiros em querer ficar, ou fazemos ameaças sobre as finanças,
crianças ou o futuro. Às vezes, tentamos até a coerção. Isso pode
acontecer com as finanças ou alavancando coisas como habitação,
emprego ou outros itens de preocupação.

Evite isso a todo custo. Se você tem que forçar seu parceiro a estar
lá, não é um casamento. Ele se torna um prisioneiro. Na verdade, eu
afirmaria que isso cria um relacionamento abusivo.

Pergunta: E a separação? Você acha que isso nos ajudaria a


resolver as coisas?

Quase sempre, a separação é um ensaio para o divórcio.


Resumidamente, de acordo com estatísticas, separações não salvam
casamentos. Pense desta forma: se você quer trabalhar no
casamento enquanto estiverem separados, como você pode
realmente estar trabalhando no casamento? Claro, você consegue
um pouco de paz e espaço para pensar no relacionamento, mas você
não estará trabalhando nesse relacionamento.

Mais do que isso, se há outra pessoa, uma separação apenas cria


oportunidades para aquele caso se aprofundar. Uma situação
reparável se torna rapidamente irreparável.
De fato, raramente vi uma separação fazer qualquer bem. Já vi fazer
muito dano. Portanto minha recomendação é não se separar. A única
exceção da regra é no caso de seu parceiro se negar a trabalhar no
casamento se não se separar. Em outras palavras, é um último
recurso. Se seu parceiro dá um ultimato, e ele ou ela irá considerar
trabalhar no relacionamento se houver separação, então você poderá
não ter saída. Esta é minha única exceção.

Algo que quero mencionar aqui: separações que acontecem dentro


de casa são muito mais aceitáveis em minha mente. Em outras
palavras, se vocês escolhem estar em quartos separados, é diferente
de estar fora de casa. Às vezes há tanta frustração que essa
separação é necessária para fazer as coisas andarem novamente.
Não há nada pior do que dormir ao lado de alguém com quem você
esteja furioso. Minha esperança é que esta seja uma solução a curto
prazo, até que as emoções esfriem e voltem a um bom lugar.

Pergunta: então como devo tratar meu parceiro? Quais emoções


devo mostrar a ele?

Esta é uma questão difícil, e a razão é porque existem tantas


emoções que rodam dentro de nós que é difícil definir quais mostrar
e quais esconder. Posso dar algumas orientações gerais.
Primeiro, nada de emoções negativas. Sem drama, sem explosões,
sem ataques físicos, etc. Mas não seja imparcial. Não seja vazio de
emoções. Aja de maneira amorosa e carinhosa, mas sem muita
emoção. Não busque atenção física. Basicamente, seja agradável,
otimista e positivo.

Esta é uma sugestão difícil para algumas pessoas. Você pode estar
tão sobrecarregado de emoções que é difícil segurar a negatividade.
Mas faça seu melhor; seu parceiro está buscando uma razão para
seguir imparcial. Não dê isso de bandeja.

Então vamos conversar por um minuto sobre o que seu parceiro


sente em relação a você. Eu acredito que existam dois sentimentos
primários para que seu parceiro queira ficar no relacionamento. O
primeiro é aceitação. As pessoas precisam se sentir aceitas para
ficar em um relacionamento. De fato, este é a maior força de um caso.
As pessoas normalmente se sentem completamente aceitas pela
pessoa com quem estão envolvidas. É um tremendo afrodisíaco.

Portanto havendo uma traição ou não, você precisa tomar vantagem


dessa necessidade. Mostre aceitação para seu parceiro. O oposto de
aceitação é tentar mudar seu parceiro. Aceitação não é o mesmo que
pensar que ele é perfeito. Aceitação é sobre aceitar quem são, com
defeitos e tudo mais.

O segundo sentimento que as pessoas querem é se sentir queridas.


Existem dois opostos para se sentir querido. Um é o sentimento de
ser necessário. Outro é o sentimento de ser supérfluo. Ambos os
opostos são muito destrutivos. As pessoas querem ser queridas de
várias formas: fisicamente, emocionalmente e sexualmente. Mas a
necessidade é broxante. Esse é o problema com a sensação de
desespero que aparece em meio a uma crise. A mensagem de
necessidade é enviada ao invés da mensagem de “eu te quero”.

Esse pode ser difícil de mostrar, uma vez que seu parceiro
provavelmente não demonstra querer se sentir querido. Ao menos
não obviamente. Mas e se você pudesse fazer parecer que você o
quer, sem que ele se sinta pressionado? Isso se torna bastante
sedutor.

De fato, se você puder fazer a outra pessoa se sentir aceita e querida,


você verá uma grande mudança de perspectiva. Como disse antes,
é um tremendo afrodisíaco.

Pergunta: então qual é meu plano? O que posso fazer para


ganhar meu parceiro de volta?
Esse é o “x” da questão, não é? Estou assumindo que você já tenha
lido meu principal manual, Casamento de Sucesso. Isto é importante
porque ele dá a espinha dorsal teórica do porque você está fazendo
isso. Você está tentando conseguir o NÓS. Se você não sabe o que
isso significa, leia o manual primeiro. Senão, você não saberá onde
estamos indo e o tiro sairá pela culatra.

Bem, conforme entramos nisso, existem alguns elementos para


processar. Primeiro, estamos buscando uma reconexão lenta. Nada
drástico, nada estrondoso. Ao invés disso, será um processo lento de
reconexão, e depois voltar a ficar juntos. Segundo, estamos tentando
nutrir uma amizade. A amizade é um componente-chave requerido
para que um casamento funcione. Na verdade, se consigo amizade
junto com paixão, eu tenho um casamento que durará um bom
tempo.
Vamos começar com algumas regras básicas. Primeiro, não fale
mais sobre o relacionamento. Nada de checar como as coisas estão
indo. Nada mais de sugestões de livros, artigos para ler, vídeos para
assistir e websites para ver. Sempre que tentamos fazer nossos
parceiros lerem algo que fez sentido para nós, mostramos que
queremos mudá-los. E sempre que tentamos fazer alguém mudar,
ele resiste. É da natureza humana. Gostamos de defender aquilo em
que acreditamos. Mesmo quando sabemos não ser verdade.

Deixe-me dizer isso de modo mais claro: quando as pessoas veem


alguém tentando mostrar um ponto de vista distinto, elas reforçam
aquilo que acreditam com mais e mais força. Em outras palavras, se
uma pessoa não está aberta a ouvir e você tenta dizer algo que
contradiz o que acredita, ela encontrará a prova de que ela está certa
e você errado.
Então, por hora, nada de discutir a relação. E, por hora, nada de
situações românticas. Ao invés disso, queremos montar situações
onde vocês possam relaxar, um lugar neutro, para muita diversão e
pouca pressão.

Portanto imagine-se entrando (ou ligando, se estiverem separados),


e dizendo “Vou tomar um café. Você gostaria de ir comigo?” Você viu
como foi a sugestão? Seu parceiro pode dizer sim ou não. De
qualquer forma, não há pressão. Se seu parceiro disser sim, ótimo.
Se seu parceiro disser não, vá buscar uma xícara de café. Isso ajuda
para a próxima vez. Isso mostra que você apenas quer que ele vá
tomar um café com você. Isso mostra que você estava em seu
caminho e que apenas o convidou para acompanhá-lo. Como amigos
fazem.

Então vamos assumir que ele disse não. Então vá tomar o seu café,
espere alguns dias e tente novamente. Lembre-se, não estamos
tentando ganhar a batalha agora. Queremos vencer a guerra. É
preciso uma visão a longo prazo. Não se preocupe aqui com uma
rejeição. Siga em frente.

Não bebe café? Faça o mesmo com uma ida à livraria, ou à


sorveteria, ou a outro lugar que seja discreto, não-romântico e que
passe segurança.
Mas digamos que seu parceiro disse sim. Vocês vão tomar café. Sem
conversas sobre o relacionamento, sem lamento, sem drama,
apenas conversas leves. Como amigos devem ter. Vê aonde
estamos indo? Estamos começando a construir uma conexão.
Devagar e sempre.

Se, durante esse passeio você menciona o relacionamento, ou


pergunta sobre “como estão”, você perderá grandes pontos. Quero
dizer pontos GIGANTES. Você provocará em seu parceiro uma
vontade de confronto. Você não quer isso. Então mantenha a leveza
e foque em como as coisas estão para ambos, a vida em geral, não
seu relacionamento.

Apenas para ser claro, o próximo passo é fazer mais do mesmo.


Parece simples, mas este processo não é fácil para a maioria das
pessoas. A razão para isso é que a maioria das pessoas está sob
muito estresse nesse momento. Eles querem encontrar uma solução.
De fato, é isso que traz mais problemas. É o desespero que vem junto
com a crise que causa esse problema.

Em realidade, em minha estimativa, ao menos 70% do problema em


um relacionamento são as reações às reações do parceiro. Em
outras palavras, uma pequena crise vira uma grande crise por conta
de nossas reações.

Mantenha em mente uma perspectiva a longo prazo. Continue focado


e claro sobre onde queremos chegar. E não permita que sua
ansiedade sabote o seu processo. Recapitulando: nada de discutir a
relação, conversa leve, lugares não-românticos e mostre seu lado
agradável.

Pergunta: por que minha reação é tão importante?

Porque os casais, com o passar dos anos, aprendem a responder um


ao outro. Ou, mais precisamente, reagir um ao outro. Em outras
palavras, existe um efeito pingue-pongue. A reação de um parceiro
cria a reação no outro parceiro, que dispara a reação com o primeiro
parceiro, que dispara a reação com o outro parceiro, e assim segue.
Se você está tentando salvar o casamento, é hora de controlar essa
reação e evitar que isso continue destruindo o relacionamento.

Por que você precisa fazer isso? Porque é você quem está
tentando salvar o casamento. Não sei se seu parceiro também está
tentando salvar o casamento, mas sei que você está, porque você
está lendo isto. Seria ótimo se ambos decidissem parar de reagir um
ao outro. No entanto, este é um caso raro. Alguém precisa tomar a
iniciativa. Agora mesmo, essa pessoa é você.

Pergunta: e agora?
Está bem, você obteve sucesso ao sair para tomar café com seu
parceiro. E por “café” quero dizer o que quer que tenha sido escolhido
para fazer com seu parceiro. Como disse, o próximo passo é fazer
mais do mesmo. Vamos assumir que você teve algum sucesso com
isso. Você conseguiu evitar falar sobre o relacionamento. Você evitou
avaliar onde vocês estão no processo legal. E você se divertiu.

Eu sugeriria que, pelo próximo mês ou mais, você continue fazendo


apenas a mesma coisa. Mas faça-o um pouco maior. Por exemplo,
vá caminhar, vá ao parque, faça um piquenique. Em outras palavras,
faça algo que tenha um pouco mais de envolvimento. Você está
basicamente tentando reconstruir uma amizade e não ações
românticas ou discussões.

Contudo, você pode adicionar um abraço no final, contanto que não


seja um abraço longo. O que tentamos fazer é voar abaixo do radar.
Em outras palavras, estamos tentando nos aconchegar à outra
pessoa sem que ela perceba o que estamos fazendo.

Isso soa familiar? Vai funcionar porque este é o padrão da maioria


das pessoas quando começam um relacionamento. O que estamos
dizendo é que estamos tentando ter uma abordagem natural para
reconstruir o relacionamento. Com o tempo, você notará que seu
parceiro começa a se juntar a você no processo. Quando isso
acontecer, você saberá que está progredindo.

Essa será a deixa para adicionar um pouco mais de afeição: dar as


mãos, beijos leves, etc. Não se afobe demais para não disparar o
alarme.
Uma pequena metáfora: Durante as antigas guerras, tropas inteiras
ficavam cara a cara umas com as outras e brigavam. É o que a
maioria das pessoas tenta fazer para ganhar o parceiro de volta. Em
outras palavras, tentam a abordagem mais direta e forçosa. Isso é
baseado no medo e baseado em conselhos ruins.

Em guerras mais recentes, as tropas perceberam que, tomando


terrenos devagar e preparando pequenas emboscadas, eram
levados a maiores sucessos. É o que estamos tentando fazer.
Tentamos ganhar pequenas batalhas pelo caminho, até ganhar a
guerra. Essa guerra está entre perder e salvar um casamento.

Pergunta: e se meu parceiro não fizer nada comigo?

Isso indicaria que seu parceiro está realmente magoado pelas suas
“ações”. Coloquei ações entre aspas porque você pode discordar do
fato de ter havido alguma ação pela qual ele se sentiria magoado.
Isso não significa que ele não se sente magoado. Você deve lidar
com suas percepções, a realidade que seu parceiro vive. De novo,
veja meu manual principal, Casamento de Sucesso. As percepções
das pessoas são muito mais fortes do que a realidade.

Se seu parceiro está se sentindo tão magoado, temos que fazer um


curativo. Se este é o caso, é extremamente importante que você leia
o manual. Aqui está o porquê: você precisa escrever uma carta, e
essa carta precisa descrever o relacionamento que você quer ter.
Deve ser diferente do que você teve no passado ou não será atraente
para seu parceiro. Provavelmente não será atraente para você
também, a não ser que seja diferente. O manual vai ajudar porque
você precisa saber sobre o que um casamento deve ser, ao invés do
que era.
Agora estou assumindo que você leu o manual. Então escreva sua
carta baseando-se no que você leu no manual sobre o que um
casamento deveria ser. Fale sobre ser um NÓS. Pinte uma imagem
de como seu casamento poderia ser. Localize aonde você gostaria
de ir com seu casamento.

Além disso, você precisa se desculpar por quaisquer ações passadas


que tenham causado a mágoa. Desculpe-se sem dar explicações do
porque suas ações aconteceram. Explicações soam como desculpas
e param o processo de cura.

Apenas para ser claro, escreva a carta à mão. Nada de e-mail ou


apresentação oral do conteúdo. Escreva, coloque-a em um envelope
e envie pelo correio, ou deixe em algum lugar onde seu parceiro
possa encontrar. Não dê a carta em mãos.
Aqui está a razão para fazê-lo assim: primeiro, e-mails são
impessoais. Segundo, ler a carta em voz alta dá espaço para
argumentação. Você não quer nenhuma resposta. Você quer que seu
parceiro leia e a absorva a informação.
Por que um envelope fechado? Alguma vez você deixou de ler uma
carta que estava em um envelope fechado? Estamos usando a
curiosidade natural humana.

Além disso, uma carta pode ser lida muitas vezes para entender seu
significado. Isso é importante quando você está tentando dar uma
imagem de onde você quer ir, e o que fez com que você não
conseguisse chegar ali no passado. Este é um exercício poderoso.
Não subestime o poder de fazê-lo. Já vi isso sendo feito o suficiente
para saber que qualquer desvio pode estragar tudo.

Pergunta: agora o quê?

Dê à carta alguns dias para fazer efeito. Então, volte ao exercício de


convidar seu parceiro para um café, ou à livraria, ou à sorveteria. Veja
se você terá uma recepção mais calorosa. Mas não pergunte se ele
recebeu a carta. Não pergunte se ele leu a carta. Não mencione a
carta. Fazer isso apenas mostraria sua ansiedade. Você deve agir
como se soubesse para onde está indo.

Pergunta: o café funcionou. Agora o quê?


Bom. Obviamente, você manteve sua ansiedade em ordem e
conseguiu avançar com o processo.

Estou assumindo que vocês aproveitaram múltiplas oportunidades


para ir a algum lugar juntos. Uma vez não é suficiente. Lembre-se do
exercício: continue saindo até que ambos se sintam confortáveis
juntos e o ânimo siga leve.

Agora tenho um novo exercício para você. É o Exercício da Lista da


Vida. Este exercício está desenhado para fazer vocês dois sonharem
sobre o futuro novamente.

Você tem uma Lista da Vida? Você sabe o que uma Lista da Vida é?
Se sim, pule o resto das instruções. O próximo parágrafo dirá o que
é uma Lista da Vida.
A Lista da Vida é uma lista de todas as coisas que você quer fazer
antes de morrer. É uma lista de experiências que você quer ter. Não
é uma lista de coisas “para fazer”. Ao invés disso, é uma lista de
coisas que “quero fazer”. Quer saltar de paraquedas? Coloque na
lista. Quer ir a um safari? Coloque na lista. Em outras palavras,
coloque todas as experiências que você quer ter, grandes ou
pequenas. Escreva-as. Não as mantenha na cabeça. É importante
que você faça isso, tanto pelo exercício como para você mesmo.
Enquanto você completa os itens da lista, se estiverem escritos, você
pode datá-los e desmarcá-los. Eu deixo a minha em um diário com
capa de couro. Você pode deixar a sua em um grande diário ou em
um pedaço de papel. Você decide.
Aqui está o exercício: convide seu parceiro para fazer a Lista da Vida
também. Uma vez que cada um de vocês tenha criado sua Lista da
Vida, saiam para um café ou um jantar e troquem as listas. Você verá
que existem 3 diferentes tipos de experiências em suas listas:

1. Itens que vocês têm em comum.

2. Itens que você não pensou, mas que seu parceiro lhe
recordou. (Adicione-os à sua lista).
3. Itens que não são de seu interesse, mas que você pode servir
como apoio ao seu parceiro.

Veja que não existem itens que você não pode apoiar ou
compartilhar.

Escolha um dos itens que vocês têm em comum e falem sobre como
poderiam realizá-lo. Planejem, sonhem, e pensem sobre como seria
ter aquela experiência. É possível realizá-la? Qual seu prazo?
Então, cada um escolherá um item para realizar e que a outra pessoa
apoiará. Decida como realizar esse item. Planejem, sonhem, e
pensem sobre como seria ter aquela experiência.
Por que ambos os tipos? O primeiro, fazer algo que vocês têm em
comum, é óbvio. Fazer algo que requer o apoio um do outro pode ser
menos óbvio. Então deixe-me dar um exemplo. Um dos itens da
minha lista era aprender mergulho. Eu quis mergulhar a minha vida
inteira, mas nunca reservei o tempo para fazê-lo. Meu marido que
odeia água, percebeu que era importante para mim. Então me
matriculou em curso de instrução de mergulho como presente de
aniversário. Isso foi há cinco anos. Hoje, sou instrutora de mergulho.

Este é um exercício sutil. Mas muito poderoso. A razão de ser tão


poderoso é fazê-los pensar no futuro novamente, ao invés de seguir
pensando no passado. De fato, isto os fará conversar como pessoas
que se apaixonam conversam. Nós sonhamos. Pensamos sobre o
futuro. Compartilhamos desejos. Compartilhamos esperança. Este
exercício pode levá-los de volta a isso.
Planejar para o que você quer fazer sabendo que pode haver dias
difíceis. Isso também dá um objetivo em comum. Mas não um que
seja tão pesado que vocês acabem se desencorajando. Isso cria um
futuro divertido e agradável juntos.

Pergunta: eu simplesmente não acho que tudo isso vá


funcionar!
É justo. Mas você já tentou? Claramente, tudo o que você fez não o
levou aonde você queria. Então talvez tentar algo diferente realmente
funcione.

De tudo o que sugeri, que danos serão feitos por suas ações?
Primeiro, você está trabalhando para se melhorar. Isto é sempre uma
coisa boa. Segundo, você está tentando se reconectar e ser amiga.
Não há ameaça aí. Em outras palavras, você não terá que fazer nada
que causará danos e pode apenas fazer bem.
Finalmente, você está pensando sobre o significado que você quer
para a vida: o que você quer fazer e experimentar. Quando nos
prendemos somente àquilo que está a nossa frente - gerenciamento
de crises - esta é uma boa mudança a fazer.

Não parece que qualquer um dos planos possa levá-los a um lugar


pior, e talvez coloquem seu casamento nos trilhos. No mínimo,
ajudarão a melhorar sua vida.

Tente. Já utilizei este material com incontáveis casais e com


excelente sucesso! Espero adicioná-los a esta lista!

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