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OLIVEIRA, Almir Almeida de. Abordagens e conceitos da sociolinguística.

In:
II Encontro Regional de Linguística, 2016, Palmeira dos Índios. Anais... Palmeira
dos Índios: Universidade Estadual de Alagoas. 2016

ABORDAGENS E CONCEITOS DA SOCIOLINGUÍSTICA

Almir Almeida de Oliveira1


almirprofessor@yahoo.com.br

Resumo
Este trabalho visa abordar o caminho histórico percorrido pelos estudos sociais da língua,
considerando desde primórdios gregos e romanos, com as discussões acerca da natureza da
língua e as construções gramaticais até chegar aos desenvolvimentos sociolinguísticos do
século XX. Neste sentido, serão apreciadas as contribuições da dialetologia, da Linguística
Comparativa, da Etnografia da fala, da Sociologia da língua, da Sociolinguística Interacional e
principalmente da Sociologia Variacionista. De forma sucinta, serão descritos os caminhos
percorridos pelos estudos da língua em seus aspectos sociais e históricos (Cf. CALVET, 2002,
CÂMARA JR, 2011, LADEIRA, 2007, LE PAGE, 2007, PAIVA; DUARTE, 2006),
considerando desde as abordagens filosóficas dos gregos antigos até as tendências atuais de
estudo no Brasil. Será considerada a expansão da linguística comparativa e histórica a partir do
século XVIII, bem como a contribuição da Etimologia e da Etnografia para o desenvolvimento
das diversas correntes sociolinguísticas desenvolvidas no século XX. Também, discutir-se-á o
papel fundamental que representa William Labov para estudos sociolinguísticos; bem como os
desenvolvimentos recentes das pesquisas sociolinguísticas no Brasil.

Palavras-chave: Linguística Histórica; Dialetologia; Estudos Sociolinguísticos.

1 ASPECTOS HISTÓRICOS DOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS

A preocupação com questões linguísticas não é uma invenção do século XX, mas desde
os gregos antigos, alguns questionamentos já eram feitos. Embora ainda não houvesse nenhuma
metodologia científica de coleta e análise de dados que dessem respostas exatas, a observação
e a capacidade reflexiva filosófica dos gregos permitiam alguns posicionamentos lógicos. Ao
observar a capacidade de mudança da língua ao decorrer do tempo, por exemplo, eles já se
questionavam se a língua tinha um caráter natural ou convencional.

1
Doutorando em Linguística pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Professor Assistente da Universidade
Estadual de Alagoas – UNEAL.
No diálogo Crátilo, Platão travou belas discussões filosóficas sobre a natureza original
da língua. Seria ela, fruto da natureza, ofertada ao homem e, como tal, indisponível ao mesmo?
Ou seria resultado de uma grande convenção social e, dessa forma, manipulável?
Nos dias atuais, os estudos funcionais da língua a tem como um fenômeno convencional,
o que parece evidente, uma vez que toda e qualquer mudança que ocorra nela dependa de uma
aceitação social. Porém, há alguns milênios isso não parecia tão evidente e chegava-se mesmo
a acreditar que a língua tinha uma motivação natural, e que cada palavra de uma língua teria
surgido inicialmente como onomatopeias e com o decorrer do tempo essas palavras
modificavam-se, dando origem a outras palavras e perdendo suas características iniciais.
A mudança linguística torna-se uma discussão polêmica e dividiu opiniões por muito
tempo. Ainda na Grécia, se formou dois grandes grupos de pensamento acerca deste tema, os
anomalistas e os analogistas.

Havia os "analogistas” que sustentavam que a linguagem é um sistema corrente


governado por leis e indicando tais categoriais por tais formas. Em oposição a eles, os
“anomalistas” eram de opinião que a linguagem não possui regularidades e está
dominada pela arbitrariedade”. (CÂMARA JR, 2011, p. 26)

Os analogistas acreditavam que a língua obedecia a leis gerais e que uma mudança na
língua provocaria outras modificações análogas. Por sua vez, os anomalistas defendiam que
certas semelhanças entre mudanças linguísticas eram por acaso, pois não havia nenhuma regra
que regesse essas variações, logo eram anômalas.
Ao aperfeiçoar os estudos da língua e identificar, por exemplo, as principais classes
gramaticais que hoje conhecemos, gregos e romanos defendiam um ensino de língua que
evitasse mudanças e variações, pois estas representavam, além de um mau uso da língua, um
distanciamento de uma língua dos deuses, aquela utilizada em um possível mundo ideal.
Ao observarem a variação da língua no decurso da história, os romanos acreditavam que
ela estava se perdendo, e que seria um erro abandonar as tradições linguísticas em função de
novas variantes. Dessa forma, a língua passa a ser objeto de ensino, visando divulgar às pessoas
as formas de falarem corretamente e compreenderem os poetas clássicos. Já se aceitava que os
cânones literários tinham um domínio superior da língua e deveriam ser seguidos. “A admiração
pelas grandes obras do passado encorajou a crença de que a própria língua na qual elas tinham
sido escritas era em si mais “pura”, mais “correta” do que a fala coloquial corrente da
Alexandria e outros centros helênicos” (LYONS, 1979, p. 09). Assim, o tratamento dado à
língua buscava mostrar a forma correta de seu uso e evitar erros e barbarismos.
Como se pode ver, os estudos existentes sobre a língua partiam da observação e análise
empírica de uma mesma língua em momentos históricos diferentes, revelando mais uma
preocupação filosófica que científica2. Porém, no final da renascença e início dos tempos
modernos, os estudiosos da língua passaram a comparar a língua não apenas consigo mesma,
como faziam os filólogos clássicos, mas comparar línguas diferentes. Movimento que originou
a Linguística Comparativa. Uma das grandes contribuições dos comparatistas foi a descoberta
do sânscrito, a língua hindu. Pois, no momento em que essa língua é descoberta e comparada
com o grego e latim, chega-se a uma espantosa constatação: as três línguas arcaicas eram
bastante semelhantes. Fato que os leva a propor a existência de uma protolíngua que dera
origem a todas essas, o indoeuropeu.

No fim do séc. XVIII descobriu-se que o sânscrito, a antiga língua sagrada da Índia,
relacionava-se com o latim e com o grego, e também com outras línguas da Europa.
Essa descoberta foi independentemente por vários linguistas. Desses, o mais importante
foi o orientalista britânico Sir William Jones, que declarou que (1976), em palavras que
se tornaram famosas, que o sânscrito mostrava em relação ao grego e ao latim “tanto
nas raízes dos verbos como nas formas gramaticais, uma afinidade tão grande que não
seria possível considerá-la casual: tão forte, em verdade, que nenhum linguista poderia
examiná-la se crer que se tinham originado de uma fonte comum que talvez não mais
existia”. (LYONS, 1979, p. 24)

Com o aperfeiçoamento dos estudos comparatistas, a linguística buscou como objetivo


identificar as famílias linguísticas; explicar a evolução histórica das palavras – etimologia; e a
relação existente entre a evolução dos grupos sociais e dos usos linguísticos – etnografia.
Estudos que vem motivar posteriormente, como veremos adiante, o desenvolvimento das
pesquisas sociolinguísticas no século XX. Porém, a linguística só veio se consolidar como
ciência propriamente dita com a publicação póstuma do Curso de Linguística Geral atribuída a
Ferdinand Du Saussure.
Abrindo mão de uma investigação histórica e comparativa, Saussure propõe uma
linguística estrutural preocupada com os fenômenos linguísticos que ocorrem sincronicamente
e na língua, propondo assim, uma dicotomia entre língua – aspecto social da linguagem e objeto
da linguística – e fala – as particularidades linguísticas de cada falante, que de acordo com
Saussure não são importantes para a ciência linguística.
Desse modo, o início do século XX é marcado pelos estudos estruturalistas e formais da
língua que desconsideram, até certo ponto, os aspectos sociais e interacionais, o que vem
motivar o pensamento transformacional e gerativo de Chomsky (1957) que ao defender

2
Câmara Jr. (2001) trata essa abordagem filosófica de estudo de Paralinguística.
princípios linguísticos universais e uma faculdade de linguagem inata, isenta a língua dos
aspectos sociais, deixando escapar justamente os fenômenos de variação e mudança
linguísticas.

2. DESENVOLVIMENTOS DA SOCIOLINGUÍSTICA

A ruptura, proposta por Saussure, entre língua e fala exclui da linguagem os aspectos
variantes individuais e transforma a língua em um conjunto de regras homogêneas e estáveis,
capaz de suportar análises e descrições estruturais, o que possibilita o nascimento de uma nova
ciência, a Linguística. Esse modelo de língua estruturalista de Saussure motivou as pesquisas
linguísticas durante toda a primeira metade do século XX, em todo mundo.
Embora tenha havido algumas tentativas de dar conta desses elementos individuais da
fala, como os estudos estilísticos de Charles Bally, que tenta estruturar quais são os recursos
linguísticos que revelam a subjetividade do falante – principalmente na literatura; a
preocupação de Benveniste (1989; 2008) em explicar o processo de enunciação e para quem “a
língua permite que o homem se situe na natureza e na sociedade” (ALKMIM, 2011, p. 27); a
busca em compreender o processo de formação discursiva e ideológica de Bakhtin (2006) –
ainda que este a tenha feito mais de sob uma ótica filosófica que linguística; a tentativa de
compreender os processos de funcionamento da comunicação de Roman Jakobson (1971) em
Praga; e mesmo os trabalhos de Marcel Cohen (1956 apud ALKMIM, 2011), na França, que
prenunciavam uma sociologia da língua e já previam a interferência de elementos externos na
língua, entre outros; não explicavam os processos de variação e mudança linguística a partir das
relações entre língua e sociedade.
Tentativas científicas de abordar as questões de língua se deram em todo o mundo com
diversos estudiosos desde o século XIX.

Estudiosos como William Dwight Withney (1827 - 1894) nos Estados Unidos, Michel
Bréal (1932 - 1915) na França, Herman Paul (1846 – 1921) na Alemanha, Jan Baudouin
de Courtenay (1945 – 1949), na Rússia, e outros reagiram contra a visão, geralmente
associada com os pontos de vista avançados de August Schleicher (1821 - 1868), Para
Max Muller (1823 - 1900), e outros, a linguística deveria ser pensada como uma ciência
e que a linguagem deve ser tratada como um organismo vivo, e que, consequentemente,
a linguística era para ser classificada como ciência natural, e não social.3 (KOERNER,
2002, p. 259)

3
Todas as traduções presentes são de nossa responsabilidade.
É somente a partir dos anos 1960, nos EUA, que a Sociolinguística surge e tem como
proposta “a covariação sistemática das variações linguística e social” (BRIGHT, 1974 apud
ALKMIM, 2011, p. 28). A realização de um congresso em 1964 na Universidade da Califórnia
em Los Angeles (UCLA), organizado por William Bright representa o ponto norteador das
pesquisas sociolinguísticas sob as diversas tendências que esta corrente linguística adquiriria.
É nesse contexto que surgem os principais nomes da investigação social da língua no século
XX.
William Brigth e Joshua Fishman incorporam os aspectos sociológicos nas descrições
linguísticas e propõem que as dimensões dos usos linguísticos estão condicionadas às
identidades sociais e contextuais de produção do indivíduo.
O interesse antropológico de Dell Hymes pelas questões de língua o levou a propor uma
investigação etnográfica da fala que visava explicar a participação do indivíduo nas
comunidades linguísticas, “procura descrever e interpretar o comportamento linguístico no
contexto cultural, definindo as funções da linguagem a partir da observação e das regras sociais
próprias de cada comunidade”. (SANTOS & VITÓRIO, 2011, p. 15)
Uriel Weinreich e William Labov tiveram uma particular preocupação com os aspectos
de variação e mudança linguísticas e foram os primeiros a propor uma análise quantitativa dos
fenômenos linguísticos variacionais com aspectos sociais da comunidade investigada, dando
origem à Sociolinguística Variacionista. John Gumperz, por sua vez, tentou explicar a variação
a partir da interação contextual entre falantes, o que originou uma Sociolinguística interacional.

3 SOCIOLINGUÍSTICA QUALITATIVA E QUANTITATIVA

A sociolinguística nasce, assim, sob fortes aspectos interdisciplinares que relacionam a


sociologia, a etnologia, a antropologia, a dialetologia entre outras áreas, aos fenômenos
linguísticos de variação, mudança e contato.
No evento realizado na UCLA, em 1964, ficaram evidente dois caminhos distintos na
investigação sociolinguística que se delimitam, um quantitativo, outro qualitativo. O primeiro,
também chamado de ‘correlacional’ ou ‘variacionista’ tem como principal preocupação a
estrutura da língua e busca quantificar os dados variáveis linguísticos relacionando-os com
aspectos sociais como idade, sexo, profissão, etc. Já a sociolinguística qualitativa, também
‘funcional’ e ‘interpretativa’, em suas diferentes abordagens, postula que os fatos sociais e o
comportamento linguístico determinam-se reciprocamente.
Neste último sentido, podemos ter as pesquisas desenvolvidas sob a Sociologia da
linguagem, a Etnografia da fala e a Sociolinguística interacional.

Para marcar a sociolinguística que mais se aproxima de investigação geralmente


perseguida por estudiosos provenientes de sociologia tem-se Basil Bernstein (1924-
2000) na Grã-Bretanha (Bernstein, 1971) Joshua A. Fishman (nascido em 1826) nos
Estados Unidos (1972), que é, talvez, melhor definido pelo termo "sociologia da
linguagem", ou os programas de pesquisa estabelecidas por outros com fundo
antropológico como Dell Hymes (nascido em 1979) 'etnografia da fala") (Hymes, 1974)
e por estudiosos como John Gumperz (nascido em 1922) que favorecem uma
abordagem interacionista e análise de discurso (por exemplo, Gumperz, 1971)
(KOERNER, 2002, p. 253)

A sociologia da linguagem tem como principal ícone, Joshua Fishman, cujo principal
objeto de trabalho é o tratamento sociológico dos fenômenos linguísticos. Para ele, a língua se
configura não apenas como um instrumento de comunicação, mas um princípio formador de
identidade, demarcando as fronteiras coletivas e individuais. A língua é o conteúdo, o meio e a
mensagem, pois revela as relações entre indivíduos e as suas classes sociais.
Já a Etnografia da fala, que encontra em Dell Hymes seu maior expoente, tem como
base as relações existentes entre os usos linguísticos e os grupos étnicos. Este modelo pretende
descrever e interpretar o comportamento linguístico realizado no contexto cultural de cada
grupo social. Procurando definir a partir da observação das regras sociais e da fala, os
comportamentos linguísticos adequados. “Na proposta de Hymes, o papel atribuído à influência
do contexto social/cultural sobre os usos linguísticos parece apontar para a direção do que se
poderia chamar de um certo determinismo social - originado pelo contexto”. (SEVERO, 2004,
p.137)
John Gumperz aprofundou seus estudos numa linha mais interacionista, buscando
analisar as variações individuais de acordo com contexto de interação, da hierarquia social e
identidade individual.

Dentro dessa mesma linha metodológica, a pesquisa em Sociolinguística Interacional


ou Análise de Discurso, de linha teórica anglo-americana, conta com os métodos de
gravação de conversa, transcrição e análise de texto, próprios da Análise da Conversa,
e com a observação participante, anotações de campo e a narrativa descritiva.
(LADEIRA, 2007, p. 44)

Desse modo, os fenômenos linguísticos variáveis são trabalhados a partir dos diversos
contextos sociais e dos desempenhos individuais em cada ato interacional.

4 CONTRIBUIÇÕES DIALETOLÓGICAS
Ainda no século XIX, com a ascensão da Linguística Comparativa, os estudos
dialetológicos ganham espaço. Preocupados inicialmente com as origens e semelhanças do
Latim com outras línguas, depois passam a se preocupar com as fronteiras linguísticas, o que
caracterizou uma dialetologia geográfica.
Os principais e maiores trabalhos na dialetologia foram realizados na Europa. Um dos
mais ambiciosos exemplos é o Atlas Linguístico da França, o ALF, iniciado por Jules Guillierón
e concluído por Edmond Edmont. Sua metodologia consistia em perguntar aos informantes as
diferentes pronunciações de diferentes palavras. Outro importante trabalho dialetológico foi o
Atlas Linguístico da Península Ibérica, o ALPI, interrompido pela guerra civil na Espanha, na
primeira metade do século XX.
Demais atlas linguísticos foram produzidos em toda parte da Europa, na Itália, na Suíça,
Alemanha e Holanda.

Os resultados das pesquisas dialetais são muitas vezes representados em mapas,


proporcionando assim um atlas que, em vez de mostrar características topográficas
como montanhas e planícies, mostra como a pronúncia de palavras varia com o falante
conforme você se move através do espaço físico. A distribuição de diferentes formas -
pronúncias ou padrões de frases - pode ser mostrada com diferentes símbolos
sobrepostos em um mapa da região, que destaca cada item pesquisado. (MEYERHOFF,
2006, p. 11)

Neste contexto, importantes personagens ganham relevância, como M. Weinreich, pai


de Uriel Weinreich que foi orientador de William Labov. Max Weinreich teve uma especial
preocupação com o Iídiche, uma espécie de língua judia-alemã que ele falava.

Assim, além da dialetologia, podemos também ter de reconhecer um determinado tipo


de abordagem da linguagem em geral e as questões de mudança de linguagem que é
sociológico na orientação. Finalmente, podemos tomar consciência do influxo um
pouco mais tarde do trabalho em matéria de multilinguismo - e, bem mais recentemente,
as questões de contato linguístico, planejamento, linguagem e conflitos linguísticos -
em pesquisa sociolinguística. (KOERNER, 2002, p. 260)

Max Weinreich foi um dos principais estudiosos a se preocupar com as questões de


bilinguismo e multilinguismo. Sendo um dialetólogo por formação, ao chegar aos EUA no final
da primeira metade do século XX, se interessou pela diversidade linguística ali encontrada, pois
além do inglês – língua oficial – ainda não haviam detalhados estudos sobre as línguas
indígenas, nem sobre o contato do inglês com as línguas dos vários imigrantes que naquele
momento, principalmente motivados pela Segunda Guerra Mundial, chegavam aos Estados
Unidos.
É fácil imaginar que, após a chegada dos Weinreichs no continente norte-americano
durante a Segunda Guerra Mundial, e dadas as situações multilinguismo que eles devem
ter encontrado em Nova York, interesse deles em plurilinguismo e contato linguístico
teria aumentado. (KOERNER, 2002, p. 269)

É particularmente interessante observar a formação intelectual de U. Weinreich. Ele teve


como orientador, André Martinet, um dialetólogo que pesquisou os dialetos naturais dos
prisioneiros de guerra durante a Segunda Guerra Mundial. Este por sua vez foi orientado por
Antoine Meillet, que foi um dos mais expressivos alunos de Saussure e de quem herdou o
aspecto estrutural de organizar os elementos linguísticos. Saussure, por sua vez, recebeu forte
influência de William Whitney, um dos mais reconhecidos dialetólogos do século XIX.
Deste modo, fica claro e evidente os percursos intelectuais percorridos desde o século
XIX, a partir da Linguística Comparativa com Whitney, até chegar William Labov, nos EUA,
o precursor da Sociolinguística Variacionista.

Enquanto a conexão dialetologia-socioliguística parece bastante óbvio, a ligação que


existe entre certas tradições do trabalho linguístico histórico e sociolinguístico talvez
não (seja óbvio). [...] Portanto, não é surpreendente que, percebendo de onde ele tenha
vindo, podemos encontrar a conexão entre sociolinguística e o início dos trabalhos sobre
mudança linguística que é reconhecido no trabalho de Labov. (KOERNER, 2002,
p.265)

A transição dos trabalhos dialetológicos para uma investigação sociolinguística parece


uma espécie de evolução natural no campo dos estudos linguísticos que se preocupam com
suas motivações socais.
Considerando os diversos caminhos que os estudos linguísticos têm percorrido no
decorrer dos tempos, e como esses estudos chegaram aos EUA, é notório compreender a
influência que Labov sofreu e sua importância para os estudos da Sociolinguística no século
XX.

5 TEORIA DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Weinreich, Herzog e Labov (1968), levando em consideração os estudos históricos da


língua e recebendo forte influência da Dialetologia – como foi visto anteriormente –, marcam
o ponto de partida inicial da sociolinguística variacionista e apontam uma série de variações
linguísticas relacionadas a aspectos sociais dos informantes, o que justificaria e explicaria a
variação linguística.
Os estudos sociolinguísticos de Labov têm como objetivo explicar as variações e
mudanças linguísticas, o que o faz observar que a língua, ao contrário do que pregava Saussure
não era homogênea e estável, mas é heterogênea e instável. Para Labov, a língua se mostra
heterogênea devido à possibilidade de se identificar dentro do universo da língua, alguns
pequenos grupos distintos entre si, mas que em seu interior apresentam certa homogeneidade e
estabilidade. “Os membros de uma comunidade de fala compartilham, sim, um conjunto
comum de padrões normativos, mesmo quando encontramos uma variação altamente
estratificada na fala real” (LABOV, 1966 apud LABOV, 2008, p. 225). Em contrapartida, “tão
logo eliminarmos a suposta associação entre estrutura e homogeneidade, estaremos livres para
desenvolver os instrumentos formais necessários para lidar com a variação inerente dentro da
comunidade de fala”. (LABOV, 2008, p. 238)
As pesquisas sociolinguísticas, por partirem de um pressuposto teórico de variação e
mudança, necessitam da utilização de dados orais de entrevistados e dependem da qualidade e
quantidade da informação, o que também está sujeito às ações do interlocutor. Afinal, quando
alguém fala, o faz de acordo com quem ouve. Isso criou o que Labov chamou de paradoxo do
observador que, da mesma forma da teoria quântica, tem seu objeto de estudo afetado pelo
pesquisador. A presença do linguista, geralmente com um gravador na mão e interpelando um
entrevistado, interfere no nível de informação transmitida, levando-o com frequência a
controlar justamente os fenômenos que se busca analisar. “Não é possível observar o
comportamento tanto de partículas muito pequenas ou de um interlocutor sem afetar o seu
comportamento”. (LE PAGE, 2007, p. 05)
Em 1972, Labov publica o resultado de algumas pesquisas realizadas em Nova York e
na ilha de Martha’s Vineyard, explicando o processo de variação e mudança linguísticas a partir
de uma relação entre os aspectos variáveis da língua.
As regras variáveis podem ser internas e externas. As variáveis internas se dão no
contexto da língua e geralmente se realizam em modo binário, como a realização fonética do t
em contexto posterior à vogal i em algumas cidades de Alagoas em palavras como biscoito que
podem se realizar em diferentes variantes, como oclusiva [t], ou como fricativa [tʃ]. As variáveis
internas podem ser fonéticas, sintáticas, morfológicas ou discursivas. Já, as variáveis externas
são os aspectos sociais que podem interferir na realização das variáveis internas, como idade,
sexo, profissão, escolaridade, moradia, etc. Desse modo, as pesquisas sociolinguísticas cuidam
de analisar a relação entre as variáveis internas e externas a fim de explicar a variação e
mudança linguística.
Por variante, Labov (2008 [1972]) entende cada uma das possibilidades, geralmente
binárias, da variável, ou seja, continuando com o exemplo da realização do t em Alagoas, pode-
se ter uma variante oclusiva [t] ou africada [tʃ] em contexto que pode, por exemplo, considerar
a escolarização do indivíduo entre alfabetizados e não alfabetizados.
Desse modo, a variação é a existência de uma forma alternativa para determinada regra
linguística. As variáveis e as variantes são elementos da variação e condicionam as alternativas
de uso linguístico. A variação, dentro de uma corrente sociolinguística, é tratada de modo
sincrônico como co-existentes, é o que pode ser visto em relação ao uso do t em palavras como
biscoito no português falado em alguns lugares de Alagoas. Com o decorrer do tempo, uma das
variantes pode se sobressair em relação a outra que consequentemente deixará de ser utilizada,
o que caracterizará uma mudança linguística. Por outro lado, há variações livres que podem ser
concomitantes e viverem pacificamente dentro da comunidade de fala e produzidas pelos
mesmos falantes sem que uma tenha maior prestígio que a outra.
A variação livre é a flutuação aleatória das variantes, em oposição à noção de sistemas
co-existentes, no qual o falante teria acesso a diferentes sistemas o que lhe permitiria mudar de
um para outro. “A idéia de que algumas variantes se alternam entre si, sem quaisquer restrições
fiáveis sobre sua ocorrência em um contexto particular ou por falantes particulares”.
(MEYERHOFF, 2006, p. 10). Seria o caso das formas alternativas que não são estigmatizadas
como as realizações da palavra Recife: [hesifi] e [hɛsifi].
Como o objetivo da sociolinguística é estudar a língua em uso, a língua livre de controles
e que usamos casualmente – a língua vernácula –, alguns métodos foram desenvolvidos a fim
de minimizar essa interferência do pesquisador na produção do entrevistado. Uma das formas
utilizadas por Labov (2008 [1972]) foi tentar emocionar o informante, tratando de temas
delicados, como a morte, que emocionem o informante e impeça ou minimize o seu controle
das variantes, possibilitando, desse modo, a obtenção dos reais dados linguísticos. “O vernáculo
teve muitas definições no campo. Ele foi primeiramente definido como "o estilo em que a
atenção mínima é dada ao monitoramento da fala" (Labov 1972c)”. (texto 4, p. 08)
Buscando encontrar essa língua vernácula e observando que os membros de
determinados grupos sociais apresentavam as mesmas regras linguísticas, Labov (2008 [1972])
utiliza o conceito de comunidade de fala.
Os falantes de uma comunidade de fala compartilham traços linguísticos de valor
diferentes dos outros grupos sociais; apresentam uma frequência de comunicação entre si e têm
as mesmas normas e atitudes em relação à linguagem.
Dessa forma, se estabelece a identidade de uma comunidade de fala, bem como do
falante que nela está conscientemente inserido. Aliás, ele reconhece que a nível de aquisição de
linguagem há uma inconsciência por parte do falante que não escolhe por se inserir em uma
língua ou qualquer uma de suas variações, mas defende que este falante tem consciência da
comunidade de fala a qual participa e de seu prestígio social. “[...] os mecanismos usuais da
sociedade produziram diferenças sistemáticas entre certas instituições ou pessoas, e que essas
formas diferenciadas foram hierarquizadas em status ou prestígio por acordo geral”. (LABOV,
2008, p. 64)
O prestígio social é conferido às comunidades de fala por um valor positivo ou negativo.
À variante de um grupo social alto é atribuída um valor positivo. Todas as outras variantes que
se opõem recebem um valor negativo. E o falante tem consciência desse prestígio que foi
atribuído à sua comunidade de fala. “Crer que há um modo prestigioso de falar a própria língua
implica, quando alguém pensa não possuir esse modo de falar, tentar adquiri-lo” (CALVET,
2009, p. 77). É dessa forma que se constitui o preconceito social que se manifesta a partir dos
usos linguísticos.
Considerando o princípio de prestígio social, ao surgir uma variante linguística, ela entra
em conflito com a variante em uso e a partir de um julgamento de valor de prestígio dessa
variante, ela pode provocar uma mudança linguística. Embora, só se possa perceber as
mudanças linguísticas em seus aspectos históricos, constante e diariamente tem-se uma
verdadeira luta de valores das variantes no seu diferentes níveis. Não se tem como prever qual
variante vai prevalecer ou cair em desuso, mas pode-se observar que as formas que ganham
prestígio tendem a prevalecer.

Estas variações podem ser induzidas pelos os processos de assimilação ou dissimilação,


por analogia, empréstimo, fusão, contaminação, variação aleatória, ou quaisquer outros
processos em que o sistema linguístico interaja com as características fisiológicas ou
psicológicas do indivíduo. A maioria destas variações ocorre apenas uma vez e se
extinguem tão rapidamente quanto surgem. No entanto, algumas são recorrentes e, em
uma segunda etapa, podem ser imitadas mais ou menos extensamente, e podem se
difundir a ponto de formas novas entrarem em contraste com as formas mais antigas
num amplo espectro de uso. Por fim, numa etapa posterior, uma ou outra das duas
formas triunfa, e a regularidade é alcançada. (LABOV, 2008, p. 19)

O surgimento de uma variante não depende, necessariamente, da inexistência de uma


outra equivalente, mas unicamente dos valores sociais que lhes são atribuídas.
Assim, a proposta de investigação da Sociolinguística Variacionista que surge a partir
dos anos 1960, nos EUA, busca explicar os fenômenos de variação e mudança linguísticas,
relacionando os aspectos linguísticos (fonológicos, morfológicos, sintáticos e discursivos)
observando suas relações com aspectos sociais (idade, sexo, classe social, localidade, etc.) e o
valor de prestígio que daí resulta e impulsiona a variação.
Para o tratamento quantitativo e estatístico desses dados linguísticos é imprescindível o
modo como serão coletados e analisados tais dados. Nas pesquisas sociológicas é comum uma
amostragem aleatória, randômica, em que todos os indivíduos têm a mesma probabilidade de
escolha.
No entanto, este tipo de amostragem randômica não é a considerada como a melhor
forma de tratar os dados de variação linguística, primeiramente porque é amplamente difícil
uma análise detalhada de um fenômeno com uma amostragem muito grande, bem como uma
seleção aleatória dos dados coletados pode não fornecer informações suficientes para análise
do fenômeno escolhido.
Desse modo, as pesquisas sociolinguísticas tendem a utilizar uma amostragem aleatória
de modo estratificado, considerando as variáveis sociais que serão controladas para a análise
linguística, e dividindo em células compostas de sujeitos que tenham as mesmas características
sociais. “O número recomendável de indivíduos por célula é de 5 falantes, dependendo, é claro,
da extensão da comunidade. Portanto, para a variável sexo, por exemplo, teremos 10 falantes,
5 do sexo feminino e 5 do masculino” (SANTOS; VITÓRIO, 2011, p. 02).
Esse número mínimo da delimitação de cada célula é justificado por tornar-se
redundante uma grande quantidade de pessoas que possam dar as mesmas informações sobre a
mesma comunidade de fala. Como esta é homogênea e estável em si, os indivíduos tendem a
dar as mesmas informações sobre ela. Sendo mais adequado, portanto, uma amostragem
estratificada.

6. A SOCIOLINGUÍSTICA NO BRASIL

A sociolinguística ganha espaço no Brasil a partir dos anos de 1970 e tem como objetivo,
nesse instante, estudar as semelhanças e diferenças linguísticas existentes em cada região do
país.
Assim como os Atlas Linguísticos que foram desenvolvidos na Europa sobre o viés
dialetológico, buscou-se no Brasil compreender e descrever as particularidades linguísticas
regionais. Com o intuito de descrever as variações em diversos níveis da gramática, foram
realizados em várias partes do país levantamentos linguísticos como VALPB, (Projeto Variação
Linguística no Estado da Paraíba), o VARSUL (Variação Linguística ou Urbana no Sul do
País), o NURC (Norma Oculta ou Urbana) que se realizou em diversos estados do país e
investigou principalmente a fala dos universitários a fim de identificar os padrões reais de uso
na comunicação oral utilizada por falantes de nível superior. Além de dezenas de outros
trabalhos que se realizaram com objetivo de descrever o português falado no Brasil.
O reconhecimento da heterogeneidade da língua, pressuposto da teoria variacionista,
permitiu que os trabalhos que aqui se desenvolveram se diferenciassem dos estudos unicamente
o dialetológicos dos Atlas Linguísticos europeus.

Evidentemente, o reconhecimento do PB como é heterogêneo, uma conjunção de falares


social e a geograficamente diferenciados, antecede e muito estudos baseados nos
postulados de WLF. A inovação possibilitada pelos autores pista exatamente no termo
“ordenada”, que permite atribuir a variação com caráter sistemático e controlado que
até então de fora negado. Cada linguista entender, descrever e explica essa
sistematicidade que, depreende os padrões que a governam”. (PAIVA; DUARTE,
2006, p. 133)

O tratamento da variação como um fenômeno aleatório e irregular só tem espaço em um


sistema abstrato monolítico e homogêneo. Como a sociolinguística busca dar conta da língua
em uso, o tratamento heterogêneo da língua permite a investigação da diferentes variações. O
que foi fundamental para a realização de pesquisas linguística do Brasil, uma vez que sua
ocupação territorial é imensa e são visíveis as particularidades culturais e linguísticas de cada
região.
O Brasil se tornou um incipiente campo de estudo sociolinguístico, principalmente na
segunda metade século XX, por estar passando por grandes transformações na organização dos
quadros sociais. Com o advento da industrialização, e a ratificação do Brasil como um país
capitalista e monopolista, há uma busca das pessoas, principalmente as de classe social baixa,
pelos grandes centros urbanos.
Consequentemente, as relações sociais dessas pessoas mudaram, as necessidades e
linguísticas mudaram e o Brasil passou a conviver com um amplo leque de usos do português.
Daí, as pesquisas sociolinguísticas lograram de amplo espectro investigativo para análise e
identificação das variações do português.
Portanto, o grande desafio é tentar vencer os obstáculos metodológicos e deslindar
tendência gerais, cujo valor heurístico possibilitará uma compreensão mais esclarecedora da
realidade linguística brasileira atual. Um dos caminhos seria o da confrontação de grupos
sociais muito distintos, de modo que as eventuais diferenças linguísticas entre eles se tornem
mais nítidas (LUCHESI, 1994).
Nesse sentido, as pesquisas sociolinguísticas nos que diversos níveis de análise,
fonológico, morfológico e sintático têm-se realizado em todo território nacional a fim de
explicar as particularidades do português no Brasil, e então prever, mesmo que de forma não
precisa, as mudanças linguísticas que estão ocorrendo.
No nível fonológico, as principais pesquisas realizadas têm investigado o [r] em coda
silábica (Cf. Paiva e Duarte), em palavras como ca(r)ta e ma(r), em sua diferentes realizações,
uvular, fricativa velar, aspirante, vibrante simples e múltipla, etc. Ainda considerando a
realizações fonológicas, são dezenas de trabalhos desenvolvidos e em desenvolvimento que
estudam o fenômeno da palatalização/africação das oclusivas alveolares [t] e [d] em diferentes
lugares do país. Na região sul, é comum que esse fenômeno aconteça quando a oclusiva é
sucedida por [i], como mentira, dia, o dente, duendes, etc. Já nas regiões litorâneas do nordeste,
essa palatalização acontece em um contexto em que o [i] antecede a oclusiva, como doido e
biscoito.
Tratando-se do nível morfológico, são inúmeros os trabalhos que investigam a estrutura
interna dos pronomes, como a variação alternante entre nós e a gente e a conjugação verbal.
No nível sintático, destacam-se os trabalhos que investigam as realizações do sujeito
pronominal tanto em contexto inicial como em contexto encaixado, bem como da realização
próclise e ênclise: e João saiu; João disse que ele ia ao banco; Ele saiu; Me cortei.
De modo geral, o que se pode observar são tentativas de descrição e análise das diversas
variações do português em cada região do Brasil. Quase todas as grandes universidades, em
especial as federais, desenvolve algum tipo de projeto sociolinguístico capaz de analisar os
fenômenos sociais da língua, sejam das diversas variedades do português – geralmente as locais
–, de línguas indígenas ou mesmo do contato entre diferentes línguas, como a influência de
línguas estrangeiras PB.

7. CONCLUSÃO

Pudemos fazer um breve percurso acerca dos estudos linguísticos que partem dos
aspectos sociais a fim de explicar os fenômenos de língua. Vimos que desde os gregos antigos,
já havia discussões acerca das mudanças linguísticas. Como esses estudos ganharam espaço no
século XVIII e XIV com a ascensão da Linguística Comparativa e como esta motivou e
influenciou os primeiros estudos dentro de uma concepção Sociolinguística. O que nos permitiu
também transcorrer sobre as origens e motivações teóricas que antecederam Labov e o que o
levaram à Sociolinguística Variacionista.
Desse modo, conseguimos entender os rumos das pesquisas Sociolinguísticas que vem
se realizando no Brasil nos últimos anos, bem como compreender uma certa tendência de
investigação neste país.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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