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Belém-Pa
2006
2
Banca Examinadora
___________________________________
Nome
Titulação
Instituição
___________________________________
Nome
Titulação
Instituição
___________________________________
Nome
Titulação
Instituição
3
Sheakespeare
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AGRADECIMENTOS
Ao Professor Dr. José de Arimatéa Freitas pela dedicação, paciência, amizade e valiosa
orientação durante a realização desta pesquisa.
Ao Professor Dr. Cláudio Vieira pela grande colaboração na realização da análise estatística.
À VISA (Vigilância Sanitária Municipal), na pessoa da Dra. Estela Avelar, por gentilmente,
ajudar na coleta dos dados nas feiras livres e mercados municipais
A todos aqueles que direta ou indiretamente colaboraram para a realização dessa pesquisa, o
meu muito obrigada.
7
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS----------------------------------------------------------------------- vi
LISTA DE FIGURAS------------------------------------------------------------------------ vii
RESUMO--------------------------------------------------------------------------------------- vii
ABSTRACT------------------------------------------------------------------------------------ ix
1. INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 1
2 .OBJETIVOS -------------------------------------------------------------------------------- 3
2.1. OBJETIVO GERAL ---------------------------------------------------------------------- 3
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ------------------------------------------------------------ 3
3. REVISÃO DE LITERATURA ---------------------------------------------------------- 4
3.1.CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA E LEGAL ---------------------------------- 4
3.2. IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL------------------------------------------------------ 4
3.3. PRODUÇÃO PESQUEIRA. PARAENSE --------------------------------------------- 5
3.4. CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS DO PESCADO ------------------------------- 7
3.5 ALTERAÇÕES E INVASÃO MICROBIANA----------------------------------------- 8
3.6. CAUSAS DA RÁPIDA DECOMPOSIÇÃO DO PESCADO------------------------ 9
3.7. SINAIS CARACTERÍSTICOS DA DETERIORAÇÃO DO PESCADO---------- 11
3.8.MICROBIOTA DE PESCADO IMPORTANTE EM SAÚDE PÚBLICA--------- 12
3.9. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO DO PESCADO---------------------------------- 14
3.10. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO PESCADO---------------------------------- 15
4. MATERIAL E MÉTODOS --------------------------------------------------------------- 18
4.1.MATERIAL---------------------------------------------------------------------------------- 18
4.2. MÉTODOS---------------------------------------------------------------------------------- 18
4.2.1. Análises Microbiológicas -------------------------------------------------------------- 18
4.2.1.1. Preparo das Amostras------------------------------------------------------------------ 19
4.2.1.2. Contagem de Coliformes a 35ºC----------------------------------------------------- 19
4.2.1.3. Contagem de Coliformes a 45ºC----------------------------------------------------- 19
4.2.1.4.Contagem de Staphilococcus aureus------------------------------------------------- 20
4.2.1.5.Número mais Provável (NMP) de Vibrio parahaemolyticus---------------------- 21
4.2.1.6.Pesquisa de Salmonella----------------------------------------------------------------- 21
4.2.2.Análises Físico – Químicas ------------------------------------------------------------- 23
4.2.2.1.Preparo das Amostras------------------------------------------------------------------ 23
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LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
ABSTRACT
The state of Pará is an important producer of seafood, processing fishes, shells and
crustaceans in several industries on his territory witch the production is for internal or export
market. With the objective of analyze the facts that hit the seafood quality processed in 20
Para’s industries under Federal Inspection, 433 samples, as 133 (51 of frozen gutted fish, 54
of frozen filets fish, nine of frozen steak fish, two of frozen whole fish, four of fresh gutted
fish) three of frozen lobster tails, and ten of frozen head off shrimp, have been submitted by
officials analytics methods; 121 samples of fishes offered to the consumers in nine new shops
of four big super markets groups were analyzed by different points of exposition and
commercialization conditions; and 179 samples of fish exposed for consumers in nine
different points (six markets and three open markets) have been analyzed by different points
of exposition and commercialization conditions. The results have show that in a high
percentage in physicals and chemicals analyze ( pH level, test of ammonia and sulfuric
reaction and total volute bases), sensitive and verification of the temperature and
microbiologic ( count of Staphylococcus aureus, NMP of Vibrio parahemolyticus, count of
coliformes fecais and Salmonella research), the seafood processed under Federal Inspection
have been classified with a good hygienic and sanitary quality , with a remark by the absence
of Salmonella and Vibrio parahemolyticus and for the result inside the limit established for
total volute bases, in all the samples analyzed. However, the limit established for count of
coliformes fecais at 45º C, and cooking test, ammonia and sulfuric reaction test, have been
exceeded in samples of frozen whole fishes. For exposition for consumer in super market,
they have been the sale points who show good appliance with the regulations of this kind of
commerce, and the market and open market which one with the most high not appliance with
the regulation parameters. The fishes processed in the Para’s industry under Federal
Inspection show high sanitary quality, by the results of the analyzes done. Actions of the
sanitary vigilance are necessary to end the distortion observed in commerce like markets and
open markets.
Key words: seafood, physicals and chemicals analyze, microbiologic, sensitive and
verification of the temperature.
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1. INTRODUÇÃO
Por outro lado, os produtos pesqueiros podem disseminar agentes patogênicos para o
homem, razão pela qual a segurança alimentar vem ganhando espaço e atenção global, face à
ocorrência de doenças transmitidas por este tipo de alimento. Por isso mesmo, a legislação
vigente limita a presença de organismos patogênicos no pescado, entre os quais aqueles
causadores de infecção alimentar (ANVISA , 2001; Barros, 2003).
Logo faz-se necessária o cumprimento da legislação e a fiscalização de órgãos de
vigilância sanitária, no sentido de evitar que este tipo de alimento constitua-se em veículo de
doenças para o consumidor.
O estado do Pará é, na atualidade, um importante produtor de pescado, cuja produção
beneficiada é dirigida para o consumo externo (nacional e exterior) e interno (local) precisa
apresentar elevada qualidade sanitária como matéria-prima para o beneficiamento industrial e
alimento para o homem.
15
2. OBJETIVOS
2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3. REVISÃO DE LITERATURA
Pescado é todo produto retirado do meio aquático e que direta ou indiretamente, tem
valor alimentar e possa ser utilizado como alimento para o homem. Portanto, o termo pescado
é genérico e envolve peixes, crustáceos, moluscos, rãs, anfíbios, quelônios, mamíferos de
água doce ou salgada e cefalópodes; dentre estes os peixes, os moluscos e os crustáceos
compreendem o grupo que apresenta grande valor alimentar e econômico (Brasil, 1997;
Barros, 2003).
2 Vigia
13 Belém
2 Óbidos
1 São João de
Pirabas
2 Santarém 2 Bragança
1 Salavaterra
1 Curuça
olhos bem destacados de cor negra e ainda carapaça aderente ao corpo. Os moluscos e os
bivalves devem ser expostos á venda ainda vivos, com valvas fechadas; com retenção de
grande quantidade de água incolor e límpida nas conchas. A carne deverá estar bem aderente
ás conchas e de coloração amarelada nos mexilhões e mariscos (Bertullo, 1975; Brasil, 1997).
As bactérias dos peixes de águas temperadas são classificadas de acordo com a sua
faixa de temperatura de crescimento. As Psicrófilas são bactérias com crescimento, na
temperatura máxima de 20ºC com o ótimo de temperatura a 15ºC. Psicrotolerante são
bactérias que crescem à 0ºC, mas com ótimo crescimento à 25ºC. Nas águas mornas ou
quentes um número alto de mesófilas podem ser isoladas (Vieira. et al., 2004).
Pesquisas japonesas indicam que as bactérias presentes no trato intestinal do pescado
apresentam-se em número muito maior que na água onde ele vive, entretanto outros autores
acreditam que a microbiota do trato gastrintestinal é meramente um reflexo do meio ambiente
e do alimento ingerido (Fujino et al., 1979).
enquanto nos mamíferos alcançam 4,5 a no máximo 6,4. A degradação do ATP é mais rápida
nos peixes. O músculo do pescado tem menos tecido conjuntivo que o músculo dos
mamíferos (Gonçalves & Hernandés 1998).
A pele de peixe é composta de epiderme com apenas uma fina camada de tecido
conjuntivo frouxo, oferecendo pouca proteção às influências exteriores tais como luz,
desidratação e ação microbiana (Meira et al., 1999).
O tecido muscular dos peixes tem 10(dez) vezes mais catepsinas que o dos mamíferos.
As gorduras do pescado diferem das dos mamíferos por suas propriedades físicas e químicas
nos mamíferos predominam ésteres de glicerina e ácidos graxos saturados de cadeia longa no
pescado, somente 20% de ácidos graxos saturados (ácidos mirístico e palmítico) e 80% de
ácido graxo insaturados (mono e poliinsaturados linoleico) o que facilita sua oxidação
(Gonçalves & Hernandés ,1998; Lira et al., 2001).
A lavagem com água hiperclorada a cinco ppm de cloro residual livre auxilia na
conservação do pescado por um tempo mais longo. A evisceração é importante na eliminação
das bactérias contidas no intestinos, como também na redução da autólise causada pela
enzima digestiva. (Germano et a. 2001).
A lavagem após a evisceração tem como finalidade remover restos de sangue e
vísceras. O descabeçamento do pescado também auxilia na sua conservação por um tempo
mais longo, pois assim são eliminadas as guelras, um dos principais focos de putrefação do
pescado (Ordóñez, 2005).
O uso do frio na cadeia de produção permite controlar a qualidade do produto, porque
as baixas temperaturas retardam as reações bioquímicas e atividade microbiana, quanto menor
for à temperatura, menor será a velocidade das reações bioquímicas ou da atividade
microbiana (Alves et al., 2002). O congelamento é o mais eficiente método para conservar
este alimento por um tempo mais prolongado (Ogawa & Maia, 1999; Alves et al., 2002).
Práticas de higiene adequadas por parte dos manipuladores tem importância
fundamental na conservação e preservação da qualidade do pescado, considerando que o
homem é veiculo de microrganismos responsáveis pelas doenças alimentares (Paraná, 1993).
pela legislação federal é 103 NMP/g (Torres & Fernandez, 1993; Fernandez et al., 1988;
Hoffmann et al., 1999).
Para a contagem de os coliformes a 45 ºC, denominações equivalentes a coliformes de
origem fecal, a contagem no alimento é limitada a valores de < 10 UFC g (Lopes-Sabateret et
al., 1994).
As Salmonella, organismos redutores do óxido de trimetilamina (OTMA), quando em
pequeno número em pescado já são capazes de causar danos ao consumidor, bem antes de
causar odor amoniacal no alimento, razão pela qual investiga-se apenas sua presença ou
ausência em 25g de qualquer alimento, como o pescado (MohamedHatha &
Lakhmanaperumalsamy, 1997).
Aliados aos métodos de análise microbiológica devem sempre ser feitos os testes
sensoriais e físico-químicos. Pela rapidez os testes sensoriais são mais empregados nas
indústrias de pescado do que os microbiológicos e físico-químicos (Meira et al., 1999; Ogawa
& Maia, 1999; Vieira et al., 2004).
Desse modo, o teste de odor e de textura são parâmetros comumente utilizados para a
avaliação do grau de frescor de pescado e para ser considerado fresco precisa atingir um
somatório de 24 a 30 pontos na tabela germânica (Dams et al., 1996; Oehlenschlager &
sorensen, 2003).
Nas provas físico-químicas o limite aceitável para bases voláteis totais (BVT) é de
30mg/100g de pescado; como este valor aumenta com a deterioração do pescado, caracteriza-
se como produto impróprio para o consumo aquele que extrapolar esse limite. Na prova de
cocção o pescado fresco deve apresentar resultado normal, isto é com características do caldo
da carne próprias de cada espécie. A reação de amônia e gás sulfídrico são provas analíticas
qualitativas, cujo resultado em pescado fresco deve ser negativo (Soares et al, 1998).
A determinação de pH é um importante método de avaliação da qualidade do pescado
para consumo, porém este método analítico físico-químico não deve ser utilizado como único
índice de frescor e seus valores devem acompanhar as análises microbiológicas, outras físico-
químicas e sensoriais (Torres & Fernandez, 1993).
Na avaliação da qualidade do pescado, produtos em condições satisfatórias são aqueles
cujos resultados analíticos estão abaixo ou igual à amostra representativa, significando isto
que os resultados devem ser condizentes com os padrões estabelecidos na legislação os que
estão acima dos limites estabelecidos podem mostrar a presença ou a quantificação de
microrganismos patogênicos ou suas toxinas, que representam riscos à saúde do consumidor
(Dams et al., 1996; Jacabi et al., 1999; Pinto, 2001).
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4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERAL
Cento e trinta e três (133) amostras de pescado, das quais cento e vinte (120) (51 de
peixe eviscerado congelado, 54 de filé de peixe congelado, nove de peixe congelado em
postas, duas de peixe inteiro congelado, quatro de peixe eviscerado fresco) três de cauda de
lagosta congelada e dez, de camarão sem cabeça congelado, beneficiadas em 20 indústrias
registradas no serviço de Inspeção Federal, localizadas no estado do Pará, colhidas no período
de maio de 2005 a janeiro de 2006, foram submetidas aos métodos de análises preconizados
pelo órgão federal de Vigilância Sanitária de produtos de origem animal.
As amostras foram colhidas nas indústrias de beneficiamento, transportadas segundo
normas de acondicionamento e enviadas ao Laboratório Nacional Agropecuário –
LANAGRO/ Belém, onde foram analisadas.
No mesmo período, 121 amostras de peixe exposto ao consumo em nove lojas de
quatro grandes redes de supermercados foram avaliadas sob diferentes aspectos de exposição
e condições de comercialização e 179 amostras de peixe exposto ao consumo em nove locais
de comercialização (seis mercados e três feiras livres), foram também analisadas sob
diferentes aspectos de exposição e comercialização.
4.2. MÉTODOS
4.2.1. Análises Microbiológicas
As amostras beneficiadas em indústrias sob Inspeção Federal foram analisadas
segundo métodos oficiais (Brasil, 1992).
As analises microbiológicas realizadas foram a contagem de Coliformes a 35 ºC e a
45º, Pesquisa de Salmonella spp, Contagem de Staphylococcus aureus e Número mais
Provável (NMP) de Vibrio parahaemolyticus.
Foram empregadas técnicas oficiais, meios de cultura e reagentes recomendados para
cada uma das análises (Brasil, 1992) Os resultados obtidos foram comparados com os padrões
oficiais (Brasil, 2001).
31
b) Caldo selenito cistina: Com o auxílio da pipeta foi retirado 1 ml das amostras pré-
enriquecidas,e transferindo para tubos contendo 10 ml de caldo selenito cistina. Os tubos
34
Dessa forma foram obtidas 2 placas de BPLS, uma originária do caldo Rappaport
Vassiliadis e outra originária do caldo selenito cistina. Todas as placas foram incubadas ,
invertidas, a 36 ± 1ºC por 18 a 24 horas e após este período foi selecionado de 3 a 10 colônias
suspeitas por amostra.
Provas Bioquímicas
Produção de uréase
Semeou-se maciçamente em caldo ou ágar uréia. Incubou-se a 36 ± 1ºC por 24 a 30
horas observando a coloração do meio. A manutenção da cor inicial do meio indica que não
ocorreu hidrólise da uréia. A alteração para rosa intenso é indicativo de alcalinização do meio
devido à ação da urease sobre a uréia. A Salmonella não produz urease.
Reações em ágar três açúcares ferro (TSI) ou ágar Kligler (KIA)
O ágar foi inoculado através de picada profunda e estriamento na superfície inclinada
do bisel e incubado a 36 ± 1ºC por 18 a 24 horas.A maioria das salmonelas apresenta no TSI
e no KIA as seguintes reações.Ácido na base, com ou sem produção de gás; alcalino ou
inalterado no bisel com produção de H2S.
Descarboxilação da lisina
Utilizou o ágar lisina ferro (LIA), e posteriormente adicionando selo estéril (váspar,
vaselina, parafina). Inoculou – se através de picada profunda, estriando também na superfície
inclinada do bisel. Incubou a 36 ± 1ºC por 24a30 horas, observando se ocorreu
descarboxilação da lisina pela alcalinização do meio, o que é demonstrado pela não alteração
de cor do indicador presente,com viragem do indicador púrpura de bromocresol, de violeta
para amarelo.
A descarboxilação da lisina, que ocorreu posteriormente, resulta na produção de uma
diamina (cadaverina) e CO2, que conferem ao meio características de alcalinidade e nova
35
viragem da cor do indicador, que passa de amarelo para violeta. A maioria das salmonelas é
capaz de produzir lisina descarboxilase.
Motilidade no Meio SIM
Inoculou com picada no meio de cultura e incubou a 36 ± 1ºC por 24 a 30 horas. A
motilidade é caracterizada pela difusão do crescimento por todo o meio. Se for restrito à linha
de semeadura, indica que o microrganismo é imóvel. A maioria das salmonelas apresenta
motilidade positiva.
Após a leitura da motilidade e da produção de H2S, adicionou algumas gotas de
reativo de Kovac´s aos tubos para verificar se houve produção de indol. A adição do reativo
de Kovac´s resulta na formação de um anel vermelho, resultante da reação entre o indol e o
dimetilaminobenzaldeído contido nesse reativo. Quase a totalidade das salmonelas não produz
indol.
Prova da Oxidase
Foram usados palitos de madeira, de plástico descartáveis ou pipetas Pasteur, estéreis,
ou alça de platina; realizou a prova de oxidase espalhando a cultura sobre papel filtro
impregnado com o reativo para oxidase, ou sobre tiras de papel para teste de Oxidase. A
leitura foi realizada em 10 a 20 segundos. O aparecimento de cor azul ou vermelho intenso é
indicativo de reação positiva. Todas as salmonelas apresentam reação de oxidase negativa.
consumo; pH 6,4: apenas para consumo imediato (limite crítico para consumo) e pH acima de
6,4: início de decomposição.
mancha da amostra não deve ser mais escura que a do padrão indicando a presença de gás
sulfídrico, proveniente da degradação de proteínas.
colhidas aleatoriamente e logo em seguida analisadas o mais rápido possível em local fresco e
protegido do sol, de modo que suas características originais fossem mantidas.
Usando a tabela germânica (QUADRO1), que caracteriza o pescado como próprio ou
impróprio para o consumo avaliou-se as características sensoriais seguindo métodos e
recomendações oficiais (Brasil, 1981; Beraque & Lindo 1985; Nishikawa & Aranha, 1988).
4.2.6Análise Estatística
Para a análise estatística foram usados a estatística descritiva e o Teste Exato de Fisher
adotando 5% como nível de significância.
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5. RESULTADOS
Tipo do Pescado Pesquisa de Salmonella Contagem de S. aureus Contagem de Coliformes a 45ºC NMP de V. Parahaemolyticus1
Próprio Impróprio Próprio Impróprio Próprio Impróprio Próprio Impróprio
Peixe Eviscerado 51(100%) 0(0%) 50(98%) 1(2%) 48(94,1%) 3 (5,9%) 20(100%) 0(0%)
Congelado
Filé de Peixe 54(100%) 0(0%) 53(98,1%) 1(1,9%) 50(92,6%) 4(7,4%) 13(100%) 0(0%)
Congelado
Peixe Eviscerado 4(100%) 0(0%) 4(100%) 0(0%) 4(100%) 0(0%) 4(100%) 0(0%)
Fresco
Camarão Sem 10(100%) 0(0%) 10(100%) 0(0%) 10(100%) 0(0%) 10(100%) 0(0%)
Cabeça Congelado
Cauda de Lagosta 3(100%) 0(0%) 3(100%) 0(0%) 3(100%) 0(0%) 3(100%) 0(0%)
Congelada
Tipo de Pescado pH Cocção Reação de Amônia Prova do Gás Sulfidrico Bases Volateis Totais
Próprio Impróprio Próprio Impróprio Próprio Impróprio Próprio Impróprio Próprio Impróprio
Peixe Eviscerado 46(90,2%) 5(9,8%) 51(100%) 0(0%) 51(100%) 0(0%) 51(100%) 0(0%) 51(100%) 0(0%)
Congelado
Filé de Peixe 47(87%) 7(13%) 54(100%) 0(0%) 54(100%) 0(0%) 54(100%) 0(0%) 54(100%) 0(0%)
Congelado
Peixe Congelado 8(89%) 1(11%) 9(100%) 0(0%) 9(100%) 0(0%) 9(100%) 0(0%) 9(100%) 0(0%)
Em Posta
Peixe Inteiro 1(50%) 1(50%) 1(50%) 1(50%) 1(50%) 1(50%) 1(50%) 1(50%) 2(100%) 0(0%)
Congelado
Peixe Eviscerado 3(75%) 1(25%) 4(100%) 0(0%) 4(100%) 0(0%) 4(100%) 0(0%) 4(100%) 0(0%)
Fresco
Camarão Sem 0(0%) 10(100%) 10(100%) 0(0%) 10(100%) 0(0%) 10(100%) 0(0%) 10(100%) 0(0%)
Cabeça Congelado
Cauda de Lagosta 0(0%) 3(100%) 3(100%) 0(0%) 3(100%) 0(0%) 3(100%) 0(0%) 3(100%) 0(0%)
Congelada
Total 105(79%) 28(21%) 132(99,2%) 1(0,8%) 132(99,2%) 1(0,8%) 132(99,2%) 1(0,8%) 133(100%) 0(0%)
Condição
Industrias Amostras Próprio Para Impróprio Para
(local) Analisadas o Consumo o Consumo
n % n %
1 9 9 100 0 0
2 5 5 100 0 0
3 12 11 91,6 1 8,4
4 8 8 100 0 0
5 4 4 100 0 0
6 10 10 100 0 0
7 10 10 100 0 0
8 8 8 100 0 0
9 5 5 100 0 0
10 8 8 100 0 0
11 4 4 100 0 0
12 4 3 75 1 25
13 6 6 100 0 0
14 4 3 75 1 25
15 4 4 100 0 0
16 4 4 100 0 0
17 3 3 100 0 0
18 5 5 100 0 0
19 4 3 75 1 25
20 3 3 100 0 0
1 9 8 1 0,8°C 5,3°C
2 5 5 0 5,0°C 5,0°C
3 12 11 1 0,3°C 8,7°C
4 8 7 1 0,2°C 6,2°C
5 4 3 1 2,6°C 6,6°C
6 10 8 2 1,1°C 7,1°C
7 10 10 0 0,4°C 4,4°C
8 8 6 2 1,9°C 7,5°C
9 5 5 0 0,6°C 3,5°C
10 8 6 2 1,3°C 6,0°C
11 4 3 1 3,3°C 7,0°C
12 4 2 2 4,2°C 9,3°C
13 6 5 1 1,9°C 5,6°C
14 4 2 2 1,8°C 6,7°C
15 4 3 1 3,3°C 6,0°C
16 4 4 0 0,1°C 0,4°C
17 3 3 0 3,1°C 5,0°C
18 5 4 1 1,9°C 5,4°C
19 4 4 0 1,4°C 4,2°C
20 3 2 1 1,7°C 6,6°C
Condição
1 10 3 30 7 70 3,0°C 6,0°C
2 13 9 69,2 4 30,8 1,2°C 9,0°C
3 15 11 73,3 4 26,7 1,9°C 5,2°C
4 9 6 66,6 3 33,4 2,9°C 7,0°C
5 14 9 64,2 5 35,8 1,9°C 8,1°C
6 13 13 100 0 0 1,7°C 4,7°C
7 12 8 66,6 4 33,4 2,7°C 6,5°C
8 16 13 81,25 3 18,8 3,0°C 7,5°C
9 19 11 57,2 8 42,1 3,1°C 6,0°C
Condição
Feiras/ Amostras Próprio Para Impróprio Para
Mercados Analisadas o Consumo o Consumo
(local)
n n % n %
1 16 3 19 13 81
2 20 19 95 1 5
3 17 0 0 17 100
4 28 0 0 28 100
5 12 3 25 9 75
6 19 0 0 19 100
7 12 0 0 12 100
8 28 9 33 19 67
9 27 12 45 15 55
167(93,3%) estavam fora do limite estabelecido, >5°C e com valores mínimo de 3.9ºC e
máximo de 25.7ºC. O Teste exato de Fisher revelou igual a 0.99 com probabilidade menor
que 0,001, indicando a existência de associação significativa entre os resultados de próprio e
impróprio para o consumo em relação às classes de temperatura, pois todas as amostras que
estavam impróprias para o consumo estavam fora do limite de temperatura estabelecido na
legislação (TABELA. 10).
6. DISCUSSÃO
Resultados superiores aos descritos nesta pesquisa ,foram encontrados para contagem
de coliformes a 35ºC por Dams et al. (1995), 3.0 x 104 a 2,4 x 106 UFC /g est para Peixe
Inteiro Congelado e 4,0x102 a 5.0x105 UFC /g est, para Filé de Peixe Congelado.
Na Espanha, Lopes-Sabateret et al. (1994) obtiveram percentuais muito baixo de
0.34% de amostras positivas para ocorrência de coliformes a 35ºC em peixes.
No presente estudo a análise de Contagem de Coliformes a 45ºC demonstrou que as
amostras dos produtos estavam de acordo com a legislação, com exceção de duas amostras de
Peixe Inteiro Congelado (TABELA 3)
Resultados satisfatórios foram também descritos por Hoffmann et al. (1999) em
amostras de peixe comercializado em São José do Rio Preto - SP, que não detectaram a
presença de coliformes a 45ºC em 100% das amostras analisadas.
Muratori et al. (2004) avaliando a qualidade de peixes “in natura” encontraram este
microrganismo em 44,2% das amostras analisadas, valores preocupantes e potencialmente
capazes de transmitir enfermidades para o consumidor.
No que se refere aos resultados das provas físico-químicas, na determinação de pH
elevados percentuais de concordância com o padrão estabelecido foram encontrados nas
amostras de Peixe Eviscerado Congelado, (90,2%), Filé de Peixe Congelado, (87%), Peixe
Eviscerado Fresco (75 %) e Peixe Congelado em Posta, (89%); no entanto, elevados
percentuais de amostras fora do limite estabelecido foram determinados nas amostras de Peixe
Inteiro Congelado, (50%), Camarão Sem Cabeça Congelado, (100%) e Cauda de Lagosta
Congelada, (100%). Meira et al. (1999) observou que 30,2% das amostras de pescado fresco
ultrapassaram o limite estipulado para pH.
Elevados percentuais foram também descritos por Moura et al. (2003) para amostras
de camarão rosa. No entanto a medida de pH não deve ser utilizada como único índice de
frescor, pois pode induzir a falsas avaliações.Deve ser observado que seus valores geralmente
acompanham, paralelamente, análises microbiológicas, físico-químicas e sensoriais. (Meira et
al. 1999; Ogawa et al.,1999;Vieira et al.,2004)
Nas provas da Cocção, Reação de Amônea e Gás Sulfídrico, em todos os tipos de
pescado com exceção de peixe inteiro congelado, encontrou-se percentuais de resultados
anormais muito baixos 0,8% (TABELA 4) quando comparados com a legislação; resultados
semelhantes 0,3% foram descritos por Soares et al. (1998).
Em relação às Bases Voláteis Totais, todas as amostras estavam dentro do padrão
estabelecido; no entanto Meira et al. (1999) e Moura et al. (2003), descreveram resultados que
extrapolaram o limite oficial 35% em pescado fresco e 60% em camarão rosa
53
respectivamente. Por outro, lado Soares et al. (1998) atestaram que 39% das amostras de filé
de peixe congelado analisadas não atenderam a legislação.
Na análise sensorial os peixes analisados foram considerados como de alta qualidade,
pois estavam próprios para o consumo e apenas 3,3% eram impróprios para o consumo.
Resultados semelhantes a esses foram descritos por Muratori et al (2004) que reprovaram
apenas 3% da matéria prima em uma indústria de pescado em São Paulo.
No que se refere à temperatura, o estudo demonstrou que 84,16% das amostras
estavam de acordo com o citado item; resultados superiores a este foram encontrados por
Dams et al. (1996) e Oehlenschläger & Sörensen (2003), que encontraram resultados de 90,1
% e 88,2%, respectivamente, em indústrias de beneficiamento de pescado.
concluíram que 89,7% das amostras expostas estavam acima do valor de temperatura
permitido.
7. CONCLUSÕES
8- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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ANEXOS